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3 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 3 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 V. Simulado OAB Código de Ética e Estatuto da OAB Priscila Ferreira Questão 01. Marina, cursando o último semestre do curso de direito, prestará, em breve, exame da ordem e com isso resolve intensificar seu processo de estudo. Sabidamente, inicia seu estudo focado na disciplina de Ética. Durante a leitura, percebe que no início do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, a referida legislação, trata sobre a atividade de advocacia. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta: A) são atividades privativas de advocacia somente as atividades de assessoria e direção jurídicas. B) se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. C) no exercício de sua atividade profissional, o advogado pode contribuir com o processo legislativo e com a elaboração de normas jurídicas, no âmbito dos Poderes da República. D) é permitido a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade, desde que devidamente regulamentada em lei. Comentário Longo A questão testou o candidato acerca dos conhecimentos do Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), especificamente sobre “Da atividade de advocacia”. Neste sentido, percebe-se que somente uma alternativa corresponde corretamente ao disposto no art. 1º e 2º-A, do EAOAB, como se observa: “Art. 1º São atividades privativas de advocacia: II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. § 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. § 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade. Art. 2º-A. O advogado pode contribuir com o processo legislativo e com a elaboração de normas jurídicas, no âmbito dos Poderes da República.” Assim, a única assertiva correta, que se adequa ao texto de lei, preceitua que no exercício de sua atividade profissional, o advogado pode contribuir com o processo legislativo e com a elaboração de normas jurídicas, no âmbito dos Poderes da República. Letra A (item árvore: 3.1 ) INCORRETA O erro da alternativa foi afirmar que somente as atividades de assessoria e direção jurídicas são privativas da advocacia, o que limitou as atividades privativas. Letra B (item árvore: 3.1) INCORRETA A alternativa inverteu o sentido, deixando-a incorreta, vejamos: EAOAB - Art. 1º, § 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. Letra C (item árvore: 3.1) CORRETA Alternativa sem erros, exigiu do candidato o conhecimento da letra da lei, vejamos: EAOAB - Art. 2º-A. O advogado pode contribuir com o processo legislativo e com a elaboração de normas jurídicas, no âmbito dos Poderes da República. Lembrando que o Art. 2º-A do EAOAB, foi recentemente incluído pela Lei nº 14.365, de 2022. Letra D (item árvore: 3.1) INCORRETA Na verdade, de forma bem direta e taxativa, a legislação ensina que é vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade, não havendo essa ressalva de que seja regulamentada por lei. Comentário Curto Nos termos do Art. 1º, do EAOAB, são atividades privativas de advocacia as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. 4 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 Ainda, vale mencionar que não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. Ainda, a questão exige os seguintes preceitos do EAOAB: o É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade; o O advogado pode contribuir com o processo legislativo e com a elaboração de normas jurídicas, no âmbito dos Poderes da República. Assim, a alternativa “C” é a correta e gabarito da questão. Questão 02. Nestor, advogado que se encontra licenciado, sabe que durante a advocacia são praticados diversos atos processuais necessários ao regular exercício da profissão. Acontece que, o Estatuto da OAB ensina que nem todos os atos praticados são válidos, bem como, a referida legislação elenca regras para que haja validade do ato praticado. Sobre o tema, assinale a alternativa correta: A) são nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas. B) são nulos os atos praticados por advogado impedido no âmbito do impedimento, suspenso, ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. Nestor por estar licenciado poderá praticar normalmente os atos, desde que possua autorização do presidente da respectiva seccional. C) Nestor, afirmando urgência, poderá atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de vinte dias, sendo o prazo improrrogável. D) a procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, mesmo os que exijam poderes especiais. Comentário Longo A questão trata do regramento correspondente aos atos praticados por advogados no exercício da profissão. O aluno responderia tranquilamente com o conhecimento dos artigos 4º e 5º do Estatuto da OAB, vejamos: “Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas. Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. § 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período. § 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais. ” Letra A (item árvore: 3.1) CORRETA A questão apresentada exigiu do aluno a literalidade do art. 4º do EAOAB, vejamos: Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas Desta forma, a alternativa “a” é a correta e gabarito da questão. Letra B (item árvore: 3.1) INCORRETA Os atos privativos de advogado, praticados por Nestor, serão considerados nulos, uma vez que Nestor se encontra licenciado, conforme Art. 4º, parágrafo únicos, do EAOAB. Letra C (item árvore: 3.1) INCORRETA Os atos privativos de advogado, praticados por Nestor, serão considerados nulos, uma vez que Nestor se encontra licenciado, conforme Art. 4º, parágrafo únicos, do EAOAB. No mais, o prazo apresentado na questão foi equivocado, bem como a afirmação que é improrrogável, vejamos o art. 5º, do EAOAB: 5 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 “Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. § 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período.” Letra D (item árvore: 3.1) INCORRETA Conforme art. 5º, parágrafo segundo, do EAOAB, a procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais. Comentário Curto Nos termos do art. 4º, do EAOAB, são nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas. E são também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. Ainda, o Art. 5º, do EAOAB, preceitua que o advogado postula, em juízo ou foradele, fazendo prova do mandato. E o advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período. Por fim, a procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais. Assim, a assertiva “a” é a correta e gabarito da questão. Gabarito: Letra A Questão 03. Mateus, mesmo após obter aprovação no exame de ordem, possuía dúvidas acerca dos direitos inerentes aos advogados. Com isso, Mateus procura João, seu colega de profissão, com o intuito de achar respostas para as suas indagações, uma vez que João é advogado atuante e com larga experiência profissional. Sobre o referido tema, assinale a alternativa correta. A) João informou corretamente a Mateus que apesar de haver hierarquia e subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, todos devem tratar-se com consideração e respeito recíproco. B) João informou corretamente a Mateus que é direito do advogado dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada. C) João informou a Mateus corretamente que é direito do advogado, entre outros, ingressar livremente, nas salas de sessões dos tribunais, desde que não ultrapasse os cancelos que separam a parte reservada aos magistrados. D) João informou a Mateus corretamente que é direito do advogado retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de doze dias. Comentário Longo A questão testou conhecimento do aluno sobre os direitos do Advogado, elencados no EAOAB, no artigo 6º e seguintes, vejamos: “Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. Art. 7º São direitos do advogado: VI - ingressar livremente: a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada; XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias;” Letra A (item árvore: 5.1) INCORRETA Não há hierarquia e subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, conforme art. 6º, do EAOAB. Letra B (item árvore: 5.1) CORRETA 6 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 Alternativa completamente correta e em adequação ao disposto no art. 7º, VIII, do EAOAB. Vejamos: “Art. 7º São direitos do advogado: VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada.” Letra C (item árvore: 5.1) INCORRETA Alternativa incorreta, uma vez que é direito do advogado ingressar livremente nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados (Art. 7º, VI, “a”, do EAOAB). Letra D (item árvore: 5.1) INCORRETA O prazo trazido pela alternativa está equivocado, uma vez que o advogado poderá retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, porém pelo prazo de dez dias. Comentário Curto Nos termos do Art. 6º, EAOAB, não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. Ainda, conforme Art. 7º, VI, VIII e XVI, do EAOAB, são direitos do advogado: ingressar livremente nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada; e retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias. Assim, a alternativa “b” é a correta e gabarito da questão. Gabarito: Letra B Questão 04. Avelar, estudante de direito, durante estágio profissional, decidiu consultar o Estatuto da OAB para dirimir diversas dúvidas que possuía sobre seu estágio. Após consulta da legislação, Avelar verificou corretamente que: A) o aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, permitida a inscrição na OAB, desde que devidamente autorizada pela sua instituição. B) em caso de pandemia ou em outras situações excepcionais que impossibilitem as atividades presenciais, declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser realizado no regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não, por qualquer meio telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de qualquer uma dessas modalidades. C) não se faz necessário, constar expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio, a concessão, pela parte contratante ou conveniada, de equipamentos, sistemas e materiais ou reembolso de despesas de infraestrutura ou instalação, destinados a viabilizar a realização da atividade de estágio de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não. D) O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo facultativo o estudo do Estatuto da OAB. Comentário Longo No caso hipotético apresentado, Avelar, estudante de direito, durante estágio profissional, decidiu consultar o Estatuto da OAB para dirimir diversas dúvidas que possuía sobre seu estágio. A questão cobrou do candidato o conhecimento sobre o Estatuto da Advocacia, especialmente o Art. 9º, do EAOAB. Vejamos: “Art. 9º (...) 7 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 § 1º O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina. § 3º O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB. § 5º Em caso de pandemia ou em outras situações excepcionais que impossibilitem as atividades presenciais, declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser realizado no regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não, por qualquer meio telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de qualquer uma dessas modalidades. § 6º Se houver concessão, pela parte contratante ou conveniada, de equipamentos, sistemas e materiais ou reembolso de despesas de infraestrutura ou instalação, todos destinados a viabilizar a realização da atividade de estágio prevista no § 5º deste artigo, essa informação deverá constar, expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio.” Letra A (item árvore: 4.1) INCORRETA Na verdade, o aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB, conforme art. 9º, parágrafo terceiro, do EAOAB. Letra B (item árvore: 4.1) CORRETAA Alternativa trouxe corretamente o mandamento legal, constante o EAOAB, cobrando do aluno a literalidade da lei, vejamos o disposto no art. 9º, parágrafo quinto, do EAOAB: “Em caso de pandemia ou em outras situações excepcionais que impossibilitem as atividades presenciais, declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser realizado no regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não, por qualquer meio telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de qualquer uma dessas modalidades.” Vale ressaltar que o referido parágrafo foi uma inovação legislativa trazida pela 14.365 de 2022. Letra C (item árvore: 4.1) INCORRETA Na verdade, a informação da possível concessão, pela parte contratante ou conveniada, de equipamentos, sistemas e materiais ou reembolso de despesas de infraestrutura ou instalação, todos destinados a viabilizar a realização da atividade de estágio e realização da atividade de estágio de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não, deverá constar, expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio. Neste sentido, o Art. 9º, § 6º, do EAOAB preceitua que se houver concessão, pela parte contratante ou conveniada, de equipamentos, sistemas e materiais ou reembolso de despesas de infraestrutura ou instalação, todos destinados a viabilizar a realização da atividade de estágio prevista no § 5º deste artigo, essa informação deverá constar, expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio. Vale ressaltar que o referido parágrafo foi uma inovação legislativa trazida pela 14.365 de 2022. Letra D (item árvore: 4.1) INCORRETA O final da assertiva a tornou incorreta, uma vez que é obrigatório o estudo do Estatuto e do Código de Ética e Disciplina. Vejamos o disposto no Art. 9º, §1º, do EAOAB: “O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.” 8 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 Comentário Curto A questão cobrou do candidato o conhecimento sobre o Estatuto da Advocacia, especialmente o Art. 9º, do EAOAB. Neste sentido, devemos extrair os seguintes preceitos: O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina. O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB. Em caso de pandemia ou em outras situações excepcionais que impossibilitem as atividades presenciais, declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser realizado no regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não, por qualquer meio telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de qualquer uma dessas modalidades. Se houver concessão, pela parte contratante ou conveniada, de equipamentos, sistemas e materiais ou reembolso de despesas de infraestrutura ou instalação, todos destinados a viabilizar a realização da atividade de estágio prevista no § 5º deste artigo, essa informação deverá constar, expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio. Assim, a assertiva “b” é a correta e gabarito da questão. Gabarito: Letra B Questão 05. Um determinado grupo de advogados pretende constituir uma sociedade. Sabendo que o Estatuto da OAB possui diversos regramentos sobre o tema e que os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, assinale a alternativa correta. A) desde que obtenha autorização do Conselho Seccional, todo advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do referido Conselho. B) os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional podem representar clientes de interesses opostos em procedimentos administrativos e judiciais, desde que sejam advogados distintos. C) a sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros escritórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo previstas no Estatuto e no Código de Ética e Disciplina. D) a sociedade de advogados e seus sócios, com exceção do titular da sociedade individual de advocacia, respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer. Comentário Longo A questão cobrou do candidato o conhecimento sobre o Estatuto da Advocacia, mais precisamente sobre o capítulo IV “Da sociedade de advogados”. Neste sentido, vejamos o disposto no art. 15 e 17 do EAOAB: “Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. (...) § 4o Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. (...) § 6º Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de interesses opostos. (...) 9 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 § 12. A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros escritórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo previstas nesta Lei e no Código de Ética e Disciplina. (...) Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.” Letra A (item árvore: 8.1) INCORRETA Conforme Art. 15, § 4o , do EAOAB, nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. Letra B (item árvore: 8.1) INCORRETA A legislação não permitiu a possibilidade de advogados sócios de uma mesma sociedade profissional representarem em juízo clientes de interesses opostos, conforme Art. 15, § 6º, do EAOAB. Letra C (item árvore: 8.1) CORRETA Conforme Art. 15, § 12, do EAOAB, a sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros escritórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo previstas nesta Lei e no Código de Ética e Disciplina. Letra D (item árvore:8.1) INCORRETA O titular da sociedade individual de advocacia também responde subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer, conforme Art. 17, do EAOAB. Comentário Curto A questão exigia o conhecimento dos artigos 15 e 17 do EAOAB, os quais preceituam os seguintes aspectos: Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de interesses opostos. A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros escritórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo previstas nesta Lei e no Código de Ética e Disciplina. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer. Assim, a assertiva “c” é a correta e o gabarito da questão. Gabarito: Letra C Questão 06. Determinado escritório de advocacia, anuncia que pretende contratar advogado com vínculo empregatício para a devida prestação profissional. Carlos, após participar de processo seletivo, é selecionado para preencher a vaga. Sobre o tema, assinale a alternativa que representa corretamente o mandamento legal sobre o advogado empregado. A) a relação de emprego, na qualidade de advogado, reduz a independência profissional, uma vez que o 10 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 advogado ficará vinculado aos interesses do empregador. B) mesmo fora da relação de emprego, o advogado empregado está vinculado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores. C) as horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, desde que não tenha contrato escrito ou verbal tratando de maneira diferente. D) a jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas semanais. Comentário Longo A questão testou conhecimento do candidato acerca do advogado empregado, disciplinado no Estatuto da OAB. Neste sentido, o artigo 18 e 20 do EAOAB preceituam que: A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia. O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas semanais. As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito. Letra A (item árvore: 9.1) INCORRETA Não há redução da independência profissional, mesmo do advogado empregado, conforme art. 18, do EAOAB. Letra B (item árvore: 9.1) INCORRETA Nos termos do Art. 18, § 1º, do EAOAB, o advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. Letra C (item árvore: 9.1) INCORRETA Mesmo havendo contrato escrito, as horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal (Art. 20, §2º, do EAOAB). Letra D (item árvore: 9.1) CORRETA Conforme Art. 20, do EAOAB, a jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas semanais. Comentário Curto A questão testou conhecimento do candidato acerca do advogado empregado, disciplinado no Estatuto da OAB. Neste sentido, o artigo 18 e 20 do EAOAB preceituam que: A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia. O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas semanais. As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito. Assim, a assertiva “d” é a correta e gabarito da questão. Gabarito: Letra D Questão 07 Fernando, advogado e professor de ética de uma determinada universidade, pretende repassar aos seus alunos orientações e ensinamentos acerca das incompatibilidades e impedimentos de determinados cargos e funções com o exercício da advocacia. Com base 11 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 no Estatuto da OAB, assinale a alternativa que representa corretamente uma das orientações de Fernando aos seus alunos, informando que a advocacia é incompatível mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: A) aos ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, com exceção das privadas. B) com ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais. C) militares de qualquer natureza, na ativa ou na reserva. D) aos ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário, com exceção dos que exercem serviços notariais e de registro. Comentário Longo A questão cobrou do candidato o conhecimento sobre do Capítulo “Das Incompatibilidades e Impedimentos ”, devendo o aluno observar atentamente os artigos 27 e seguintes do referido estatuto. Vejamos: “Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; VI - militares de qualquer natureza, na ativa; VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas.” Letra A (item árvore: 11.1) INCORRETA Alternativa incorreta, uma vez que a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria aos ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas, conforme art. 28, VIII, do EAOAB. Letra B (item árvore: 11.1) CORRETA Conforme Art. 28, VII, do EAOAB, a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com os ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais. Letra C (item árvore: 11.1) INCORRETA O Estatutosó fala em incompatibilidade com os militares da ativa, e não menciona os militares da reserva, vejamos: “Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: VI - militares de qualquer natureza, na ativa.” Vale ressaltar, que a Lei 14.365 de 2022, com relação aos militares de qualquer natureza, na ativa, bem como aos ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza, trouxe a possibilidade do exercício da advocacia em causa própria, estritamente para fins de defesa e tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial na OAB, vedada a participação em sociedade de advogados. Letra D (item árvore: 11.1) INCORRETA Segundo o Estatuto da OAB, a advocacia também é incompatível aos que exercem serviços notariais e de registro, vejamos: “Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;” Comentário Curto Conforme o Art. 28, do EAOAB, a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; militares de qualquer natureza, na ativa; ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; 12 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. Assim, a assertiva “b” é a correta e gabarito da questão. Gabarito: Letra B Questão 08. Roberto, estudante de direito, apresentará trabalho de conclusão de curso com o seguinte tema: “Das Infrações e Sanções Disciplinares elencadas no Estatuto da OAB”. Seu orientador, ao corrigir seu trabalho, observou que diversas infrações disciplinares não constavam corretamente no material. Sobre o tema, assinale a alternativa que indica corretamente, uma infração prevista no Estatuto da OAB. A) violar, em qualquer hipótese, sigilo profissional. B) prejudicar, por culpa média ou grave, interesse confiado ao seu patrocínio. C) angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros. D) fazer, em nome do constituinte, mesmo com a autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime. Comentário Longo A questão cobrou do candidato o conhecimento das infrações disciplinares elencadas no Estatuto da OAB, necessitando o estudo do artigo 34 e seguintes do referido mandamento legal. Neste sentido, conforme art. 34, do EAOAB, constitui infração disciplinar: angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; violar, sem justa causa, sigilo profissional; prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime. Letra A (item árvore: 12.1) INCORRETA O Estatuto da OAB, ensina que constitui infração disciplinar violar, sem justa causa, sigilo profissional. Portanto, não é em qualquer caso, mas sim na violação sem justa causa, vejamos: Art. 34. Constitui infração disciplinar: VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional; Letra B (item árvore: 12.1) INCORRETA O EAOAB aponta a infração somente por culpa grave, vejamos: “Art. 34. Constitui infração disciplinar: IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;” Letra C (item árvore: 12.1) CORRETA Nos termos do Art. 34, IV, do EAOAB, constitui infração disciplinar angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; Letra D (item árvore: 12.1) INCORRETA Nos termos do art. 34, XV, do EAOAB, constitui infração disciplinar: fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime. Comentário Curto A questão cobrou do candidato o conhecimento das infrações disciplinares elencadas no Estatuto da OAB, necessitando o estudo do artigo 34 e seguintes do referido mandamento legal. Neste sentido, conforme art. 34, do EAOAB, constitui infração disciplinar: angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; violar, sem justa causa, sigilo profissional; prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime. Assim, a assertiva “c” é a correta e gabarito da questão. Gabarito: Letra C. 13 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 Filosofia do Direito Jean Vilbert Questão 09. Segundo o artigo 927 do Código de Processo Civil, “Os juízes e os tribunais observarão: I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II - os enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.” No que se refere à ideia de precedentes vinculantes, assinale a opção correta quanto ao sistema brasileiro. a) De origem anglo-saxônica, adota a noção de stare decisis desde sua origem. b) Pauta-se na ideia de fórmulas consagradas no Direito Romano e então assentada na Inglaterra. c) Calcado na tradição legalista, vem progressivamente guinando para um sistema misto de lei e precedentes. d) De origem romano-germânica, adota a fórmula clássica francesa que trata a lei como fonte exclusiva do direito. Comentário Longo O direito romano surgiu nos tempos arcaicos (séculos VIII a IV a.C.) como um sistema que pretendia garantir a ordem na comunidade mediante a resolução de conflitos entre indivíduos. Em vez de partir para a violência (autotutela), os envolvidos em uma lide podiam recorrer a uma Corte. Inicialmente, as Cortes eram opcionais, só tendo competência para os casos em que tanto o autor quanto o réu consentissem em submeter a matéria ao julgamento heterônomo (de um terceiro). Com o tempo, as Cortes passaram a ter poderes adicionais, inclusive o de, em alguns casos, compelir os litigantes a se apresentar diante de si e a aceitar seu julgamento. Com a famosa Lei das DOZE TÁBUAS, as leis entram na parada! Com a lei se tornando a fonte principal do direito, o acúmulo de legislações levou à necessidade de maior sistematização e organização, o que inspirou o aparecimento de coleções (códigos, por assim dizer). Entre os primeiros experimentos nesse sentido está o Código Gregoriano, no século III d.C. Mas talvez a mais famosa compilação seja mesmo a de Justiniano, conhecida como Corpus Iuris Civilis (século VI). Esse modelo seria sedimentado pela Revolução Francesa. É certo que outros modelos ambientados no civil law (como o ius commune) concediam amplo espaço à legislação, mas também faziam concessão às tradições, às máximas, aos princípios e costumes. Os franceses deram um basta nesta história. “Aqui quem manda é a lei!!!”, disseram eles. Foi durante as perturbações revolucionárias, e por obra dos intelectuais que movimentavam as correntes do direito no período, que se instalaram os paradigmas hoje constantes da nossa Constituição Federal e que são princípios-base da maioria dos países no Ocidente. Paradigmas: (a) a vontade geral do povo cria as leis; (b) tudo que não é proibido pela lei é permitido (princípio da legalidade); (c) ninguém pode ser obrigado a fazer qualquercoisa, senão em virtude de lei. Juntas, essas medidas tomadas por certas hoje, mas que eram completamente revolucionárias para a época, guiaram a legislação para o posto de única fonte legítima do direito. Os indivíduos e comunidades NÃO podiam mais apelar para os costumes, doutrina, religião, moral ou mesmo a jurisprudência como fonte de obrigações ou como escusa ao cumprimento da lei. Agora, com a Súmula vinculantes e os precedentes vinculantes do CPC/15, nosso direito se aproxima cada vez mais do common law... Vejamos as opções: Comentário Curto Primeiros com a súmula vinculante (CF, art. 103-A) e agora com o CPC/15, o sistema brasileiro caminha a passos largos para ser tornar um sistema misto: leis + precedentes, aproximando-se do common law pela implementação do binding effect (stare decisis) a decisões das cortes superiores. Gabarito: C a) Nosso modelo é de origem romano-germânica- francesa (civil law), não anglo-saxônica (common law). b) Fórmulas eram os registros de decisões que os romanos utilizavam para julgar casos semelhantes. Essas 14 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 fórmulas (listas de precedentes) na verdade são a semente do common law. c) Exatamente o que acabamos de expressar: nasceu como civil law, mas na via de se dar segurança jurídica e previsibilidade, os precedentes estão dominando a ordem jurídica pouco a pouco. d) O Brasil não adota mais, nem de longe, a ideia de que a lei é a fonte EXCLUSIVA do direito. Questão 10. Segundo o artigo 113 do Código Civil: “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. No que se refere ao princípio da boa-fé: a) Trata-se de princípio geral do direito. b) Refere-se ao âmbito consuetudinário praeter legem. c) Deve ser utilizado como fonte de integração apenas no caso de lacuna intra-legem. d) Atua como norma de extensão. Comentário Longo Os princípios gerais do direito são proposições de caráter geral que englobam implicitamente um conjunto de normas. São tanto cânones que orientam a produção dos efeitos das normas quanto diretrizes para a integração (ou colmatação) de lacunas no sistema. Normalmente são princípios que estão na base da tradição greco- romana e vêm influenciando a formatação jurídica há milênios. Um dos maiores exemplos atuais é o da boa-fé, princípio geral do qual se extraem muitos desdobramentos (normas). Primeiro porque há boa-fé objetiva (regra de comportamento voltada à eticidade = honestidade, retidão, lealdade, consideração pelo outro) e subjetiva (fator psicológico de conhecimento = protege aquele que pensa estar agindo corretamente, apesar de a realidade ser outra). Depois porque a boa-fé objetiva desdobra-se em pelo menos três funções: (a) interpretativa = norteia toda a interpretação das relações pessoais (ex: contratuais); (b) integrativa = é fonte autônoma de obrigações, impondo deveres anexos às relações pessoais, independente da vontade das partes (ex: informação, lealdade, transparência); (c) limitadora, restritiva ou de controle = impede o exercício (ou não exercício) de direitos de forma abusiva (ex: limitação de juros abusivos). Quanto às alternativas em si, confiramos: a) Isso! Trata-se de princípio polivalente: aplicável a todos os ramos do direito (incide no direito civil, penal, administrativo, tributário...) b) O costume praeter legem é aquele que vai além da lei, buscando suprir as lacunas da norma escrita (colmatação) e, portanto, possui caráter supletivo (regula situações não descritas na norma positivada). Um vívido exemplo é o do cheque. É prática absolutamente comum a emissão de cheque pré-datado (ou pós- datado), o famoso “bom para”. Tal conduta não desnatura o título de crédito, tanto que se apresentado ao banco sacado de imediato (pela lei, cheque é pagamento à vista) será pago ou devolvido por ausência de provisão de fundos. Contudo, o costume supletivo atua de tal forma que a jurisprudência assentou: “ caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado” (STJ, Súmula 370). Veja que a boa- fé: (1) tem expressa previsão legal; (2) atua como princípio geral, não como costume. c) Dentro classificação básica de LACUNAS provida por Norberto Bobbio: (a) próprias: lacunas percebidas de dentro do sistema jurídico; (b) impróprias: derivam da comparação com outro sistema jurídico; (c) subjetivas: deixadas pelo legislador; (d) objetiva: ocorrem com a interação das relações sociais; (e) praeter legem: a norma não compreende todos os casos; (f) intra legem: a norma é muito genérica, deixando margem demasiada ao intérprete (ausência de condições plenas de aplicabilidade). Perceba que a boa-fé, como princípio geral, espraia-se pelo direito como um todo, não sendo aplicável apenas ao caso das normas demasiadamente genéricas. Boa-fé aplica a contrato, à atuação das partes e advogados no processo, ao julgamento pelos juízes... a TUDO... d) Norma de extensão é aquela que permite aplicar outra norma, ainda que o fato não esteja enquadrado diretamente na hipótese legal originária. Por exemplo: artigo 121 do Código Penal: “matar alguém”. Se o sujeito não morre por circunstâncias alheias à vontade do agente faz o quê? Fica impune? Não! Aplica a norma de extensão da tentativa (CP, art. 14). 15 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 Comentário curto Boa-fé é princípio geral do direito, com ampla aplicação a atos públicos, privados, processuais, substanciais... Gabarito: A Direito Constitucional Diego Cerqueira Questão 11. Em seu trabalho de conclusão do curso de direito, Patrick mencionou que segundo a atual Constituição Federal, a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos. Sobre o tema, suas competências e nos termos da Carta Magna, assinale a alternativa correta. A) Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei ordinária. B) É permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos. C) Compete à União manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; declarar a guerra e celebrar a paz; e assegurar a defesa nacional. D) É competência privativa da União zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público. Comentário Longo A questão testou o candidato acerca dos conhecimentos sobre a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, que consta na Constituição da República, vejamos: CF/88: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - recusar fé aos documentos públicos; Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais. II - declarar a guerra e celebrar a paz; Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público. Letra A (item árvore: 8.2) INCORRETA Com relação ao Território Federal, sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar e não em lei ordinária, vejamos: CF/88: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, osEstados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Letra B (item árvore: 8.2) INCORRETA Segundo a CF/88, É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos, vejamos: CF/88: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - recusar fé aos documentos públicos. Letra C (item árvore: 8.2) CORRETA Alternativa sem erros, exigiu do candidato o conhecimento da letra da lei, vejamos: CF/88: Art. 21. Compete à União: 16 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais. Letra D (item árvore: 8.2) INCORRETA Não é competência privativa da União zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público, mas sim competência comum, vejamos: CF/88: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; Comentário Curto CF/88: Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz. Gabarito: C Questão 12. O Município Beta aprovou lei que proibia a apreensão e remoção de veículos por falta de pagamento de tributos. Para apurar a compatibilidade do diploma legal com a Constituição Federal, o Procurador Geral da República (PGR) ajuizou Arguição de Descumprimento de Preceito Federal (ADPF) perante o Supremo Tribunal Federal (STF). À luz do quadro apresentado, assinale a alternativa correta. a) A ADPF não deve ser conhecida, dado que a norma pode ser objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o STF. Além disso, o PGR não possui legitimidade para ajuizar ADPF. b) A norma deve ser considerada constitucional. Além disso, o PGR não possui legitimidade para ajuizar ADPF. c) A norma deve ser considerada inconstitucional, por violar a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte. O PGR possui legitimidade para ajuizar ADPF. d) As normas municipais não podem ser objeto de ADPF, razão que deverá levar o Tribunal a não conhecer a ação. O PGR possui legitimidade para ajuizar ADPF. Comentário Longo Análise do Caso A questão trata do Controle de Constitucionalidade. A temática é de alta incidência na disciplina de Constitucional. Não é possível o cabimento de ADI, visto que estamos diante de uma Lei Municipal. O objeto de ADI é lei ou ato normativo estadual ou federal. Com base no art. 22, XI da CF, compete privativamente União legislar sobre trânsito e transporte. A Lei Municipal deve ser considerada inconstitucional, visto que viola a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte. Vale ressaltar que o PGR possui legitimidade para ajuizar ações de controle abstrato de constitucionalidade, com base no art. 103, VI da CF/88 e art. 2º, I da Lei 9.882/99. Nesse sentido, vejamos o entendimento do STF na ADI 6997: Tese Fixada: É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte (CF/1988, art. 22, XI) e conferir tratamento diverso do previsto no Código de Trânsito Brasileiro — lei estadual que proíbe a apreensão e a remoção de motocicletas, motonetas e ciclomotores de até 150 cilindradas, por autoridade de trânsito, em razão da falta de pagamento do IPVA. Letra A (item árvore: 19.1) INCORRETA Não é possível o cabimento de ADI, visto que estamos diante de uma Lei Municipal. O PGR possui legitimidade para ajuizar ações de controle abstrato de constitucionalidade, com base no art. 103, VI da CF/88 e art. 2º, I da Lei 9.882/99. Letra B (item árvore: 19.1) INCORRETA A norma é inconstitucional. Com base no art. 22, XI da CF, compete privativamente União legislar sobre trânsito e transporte. O PGR possui legitimidade para ajuizar ações de controle abstrato de constitucionalidade. 17 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 Letra C (item árvore: 19.1) CORRETA A norma é inconstitucional. Com base no art. 22, XI da CF, compete privativamente União legislar sobre trânsito e transporte. O PGR possui legitimidade para ajuizar ações de controle abstrato de constitucionalidade, com base no art. 103, VI da CF/88 e art. 2º, I da Lei 9.882/99. Letra D (item árvore: 19.1) INCORRETA Na verdade, as normas municipais podem ser objeto de ADPF! O PGR possui legitimidade para ajuizar ações de controle abstrato de constitucionalidade. Comentário Curto Gabarito: C Não é possível o cabimento de ADI, visto que estamos diante de uma Lei Municipal. O objeto de ADI é lei ou ato normativo estadual ou federal. Com base no art. 22, XI da CF, compete privativamente União legislar sobre trânsito e transporte. A Lei Municipal deve ser considerada inconstitucional, visto que viola a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte. Vale ressaltar que o PGR possui legitimidade para ajuizar ações de controle abstrato de constitucionalidade, com base no art. 103, VI da CF/88 e art. 2º, I da Lei 9.882/99. Questão 13. Durante explanação sobre política urbana para o Prefeito de Beta, José, advogado do referido Município, preocupado com as consequências de alguns assuntos que estavam sendo discutidos, afirma que os principais problemas atuais são: poluição do ar, das águas e dos solos, impermeabilização dos solos, que pode causar alagamentos, inversão térmica, chuva ácida, e poluição visual e sonora. Sobre esse e demais temas correlatos, e considerando os mandamentos da Constituição Federal/88, assinale a alternativa correta. A) os municípios, mediante lei municipal, poderão instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. B) a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. C) em regra, as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com justa indenização em dinheiro, de forma posterior. D) o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para todas as cidades, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. Comentário Longo A questão testou conhecimento do aluno sobre diversos artigos da Constituição Federal, vejamos: CF/88: Art. 25, § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. Letra A (item árvore: 15.4) INCORRETA Na verdade, cabe aos Estados mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas e aglomerações urbanas e microrregiões,vejamos: CF/88: Art. 25, § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. 18 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 Letra B (item árvore: 15.4) CORRETA Alternativa cobrou do candidato o conhecimento literal da Constituição Federal, vejamos: Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. Letra C (item árvore: 15.4) INCORRETA Art. 182, § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. Letra D (item árvore: 15.4) INCORRETA Na verdade, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, vejamos: CF/88: Art. 182, § 1º: O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. Comentário Curto CF/88: Art. 25, § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. Gabarito: B Questão 14. O Estado Gama, em função da diversidade econômica, cultural e religiosa, decidiu desmembrar-se para formação de dois novos Estados. À luz do quadro apresentado, com base no ordenamento jurídico- constitucional vigente é correto afirmar que tal desmembramento: A) pode acontecer, se aprovada diretamente pela população interessada, por meio de referendo, e do Congresso Nacional, por meio de emenda constitucional. B) é vedado pela Constituição Federal. C) será constitucional desde que a proposta seja aprovada pela população diretamente interessada, por meio de plebiscito, e, cumulativamente, pelo Congresso Nacional, por lei complementar. D) pode acontecer, se aprovada diretamente pela população interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional, por meio de lei ordinária. Comentário Longo Análise do Caso A questão trata do desmembramento de Estados, vejamos: Art. 18, § 3º da CF: Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Requisitos necessários para o desmembramento de Estados: 1) Consulta prévia às populações diretamente interessadas 2) Realização de plebiscito 3) Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados (opinativa) 4) Edição de Lei Complementar pelo Congresso Nacional O STF definiu que a expressão “população diretamente interessada” abrange toda a população do(s) Estado(s) afetado(s), devendo essa ser consultada e não apenas a população da área a ser desmembrada, incorporada ou subdividida (ADI nº 2.650/DF). Letra A (item árvore: 8.2) 19 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 INCORRETA Em verdade, os requisitos são: consulta prévia às populações diretamente interessadas, realização de plebiscito, oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados (opinativa), edição de Lei Complementar pelo Congresso Nacional. Letra B (item árvore: 8.2) INCORRETA Não é vedado! A federação é cláusula pétrea. No entanto, ser cláusula pétrea significa que não é permitida emenda constitucional cujo objeto seja a abolição da forma federativa. Assim, podemos afirmar que apesar de ser cláusula pétrea, não impede alterações na sua estrutura interna. Letra C (item árvore: 8.2) CORRETA É a previsão do art. 18, § 3º da CF: Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Letra D (item árvore: 8.2) INCORRETA Os requisitos são: consulta prévia às populações diretamente interessadas, realização de plebiscito, oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados (opinativa), edição de Lei Complementar pelo Congresso Nacional. Comentário Curto Gabarito: C É a previsão do art. 18, § 3º da CF: Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Questão 15. O Senador Felipe perdeu os seus direitos políticos e resolveu consultar o seu corpo jurídico para obter esclarecimentos sobre o seu mandato. Com base na situação, é correto afirmar que: A) perderá o seu mandato automaticamente, mediante decisão constitutiva por 1/3 do Senado Federal. B) perderá o seu mandato, mediante decisão constitutiva do Congresso Nacional, assegurando-se contraditório e ampla defesa. C) perderá o seu mandato automaticamente, mediante decisão constitutiva por maioria absoluta do Senado Federal, independentemente de que lhe seja assegurado contraditório e ampla defesa. D) perderá o seu mandato, mediante declaração da Mesa do Senado Federal, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Comentário Longo Análise do Caso Segundo o art. 55, IV da CF, perderá o mandato o Senador que que perder ou tiver suspensos os direitos políticos. Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. § 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou 20 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. A perda do mandato do parlamentar será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Letra A (item árvore: 11.3) INCORRETA Na verdade a perda a perda do mandato do parlamentar será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa (art. 55, IV c/c § 3ºda CF). Letra B (item árvore: 11.3) INCORRETA A decisão é declaratória! Segundo o art. 55, IV c/c § 3º da CF, a perda a perda do mandato do parlamentar será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Letra C (item árvore: 11.3) INCORRETA Em verdade, a decisão é declaratória. Conforme o art. 55, IV c/c § 3º da CF, a perda a perda do mandato do parlamentar será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Letra D (item árvore: 11.3) CORRETA Segundo o art. 55, IV c/c §3º da CF, a perda do mandato do parlamentar será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Comentário Curto Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; § 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Gabarito: D Questão 16. Pedrinho do Povo, Presidente da República, decretou estado de defesa para restabelecer a paz social ameaçada por grave e iminente instabilidade institucional em determinado local. Diante da situação apresentada e com base no ordenamento jurídico vigente, podemos afirmar que: A) o Presidente da República não precisa ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional para decretar estado de defesa. B) o direito de reunião poderá ser restringido, salvo aquelas exercidas no seio das associações. C) o decreto poderá restringir o sigilo de correspondência. D) o decreto que instituir o estado de defesa poderá se dar por prazo indeterminado sempre que justificável. Comentário Longo Análise do Caso Segundo o art. 136 da CF, a decretação do estado de defesa visa preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçada por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. Em qualquer caso, porém, trata-se de medida excepcional decretada pelo Presidente da República após ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. A decretação do estado de defesa é ato discricionário do Presidente da República, que o faz mediante decreto executivo. O decreto que instituir o estado de defesa terá que observar algumas formalidades, quais sejam: a) determinará o tempo de sua duração. O tempo de duração do estado de defesa não será superior a 30 dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. *Ressalto que não há a possibilidade de uma segunda prorrogação do estado de defesa; caso a situação de 21 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 crise não seja resolvida dentro do prazo do estado de defesa (30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias), a medida adequada será a decretação do estado de sítio. b) especificará as áreas a serem abrangidas. O estado de defesa é limitado, devendo abranger locais restritos e determinados. c) indicará as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: Restrições aos direitos de: i) reunião, ainda que exercida no seio das associações; ii) sigilo de correspondência e; iii) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. Uma vez decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de 10 (dez) dias contados do seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. A manifestação do Congresso ocorre após a decretação do estado de defesa pelo Presidente da República; trata- se, portanto, de ato de aprovação. Caso o Congresso Nacional rejeite o decreto, cessará imediatamente o estado de defesa. Previsão constitucional: Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. § 3º Na vigência do estado de defesa: I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. § 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. Letra A (item árvore: 17.1) INCORRETA Trata-se de medida excepcional decretada pelo Presidente da República após ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. 22 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 Letra B (item árvore: 17.1) INCORRETA Conforme o art. 136, § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações. Letra C (item árvore: 17.1) CORRETA Segundo o art. 136, § 1º da CF: O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: b) sigilo de correspondência; Letra D (item árvore: 17.1) INCORRETA Segundo o art. 136, § 2º da CF: O tempo de duração do estadode defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. Comentário Curto Gabarito: C De acordo com o art. 136, § 1º da CF: O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: b) sigilo de correspondência. Questão 17. Afonso, cidadão alemão em viagem ao Brasil a serviço da empresa privada que trabalha, conheceu Adeline, cidadã francesa a serviço da Itália. Adeline engravidou de Afonso e desse relacionamento, nasceu Maria, fato ocorrido no Brasil. Diante dos fatos expostos, é correto afirmar que a nacionalidade da filha do casal é: A) alemã, visto que seu pai estava no Brasil a serviço do seu país de origem. B) francesa, visto que sua mãe estava no Brasil a serviço de seu país de origem. C) brasileiro nato, por ter nascido na República Federativa do Brasil. D) apenas alemã e francesa, visto que ambos os pais estavam no Brasil a serviço de seu país de origem. Comentário Longo Análise do Caso No caso exposto, temos que Afonso, cidadão alemão em viagem ao Brasil a serviço da empresa privada que trabalha, conheceu Adeline, cidadã francesa a serviço da Itália. Adeline engravidou de Afonso e desse relacionamento, nasceu Maria, fato ocorrido no Brasil. O Brasil adota o critério do jus soli. Assim, nasceu em solo brasileiro será considerado, em regra, como brasileiro nato, conforme art. 12, I, alínea "a" da CF. A exceção acontece quando o pai ou a mãe do filho nascido no Brasil estejam a serviço de seu país. Afonso estava a serviço da empresa privada em que trabalha, não do seu país de origem! E Adeline é francesa e estava a serviço da Itália, não do seu país! Assim, de acordo com o art. 12, I, a da CF, Maria é brasileira nata! Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. Letra A (item árvore: 5.1) INCORRETA Na verdade, seu pai estava a serviço da empresa privada em que trabalha, não do seu país de origem! Letra B (item árvore: 5.1) INCORRETA Adeline é francesa e estava a serviço da Itália, não do seu país de origem! Letra C (item árvore: 5.1) CORRETA 23 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 Afonso estava a serviço da empresa privada em que trabalha, não do seu país de origem! E Adeline é francesa e estava a serviço da Itália, não do seu país! Assim, de acordo com o art. 12, I, a da CF, Maria é brasileira nata! Letra D (item árvore: 5.1) INCORRETA Afonso estava a serviço da empresa privada em que trabalha, não do seu país de origem! E Adeline é francesa e estava a serviço da Itália, não do seu país! Comentário Curto Gabarito: C Nasceu em solo brasileiro será considerado, em regra, como brasileiro nato, conforme art. 12, I, alínea "a" da CF. A exceção acontece quando o pai ou a mãe do filho nascido no Brasil estejam a serviço de seu país. Afonso estava a serviço da empresa privada em que trabalha, não do seu país de origem! E Adeline é francesa e estava a serviço da Itália, não do seu país! Assim, de acordo com o art. 12, I, a da CF, Maria é brasileira nata! Direitos Humanos Géssica Ehle Questão 18. Você, como advogado (a), foi contratado(a) para esclarecer o que vem ocorrendo frente a uma petição já endereçada por Maria à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Maria, narra sua história e diz que foi orientada por uma Organização Não-Governamental a levar seu caso para a Comissão apreciar, pois vivencia situação de extrema gravidade e urgência. Quando você promove a pesquisa, percebe que a petição já tramita perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Assim, com base no que dispõe a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, cabe a você A. orientar Maria de que não possui direito de peticionar individualmente junto à Corte Interamericana de Direitos Humanos, mesmo diante das peculiaridades do seu caso. B. aconselhar Maria para que ingresse com nova petição individual perante à Comissão Interamericana de Direitos Humanos C. redigir petição e ajuizar perante à Justiça brasileira, para que Maria tenha mais uma chance de ser atendida pelas cortes nacionais D. auxiliar no peticionamento junto à Corte Interamericana de Direitos Humanos, solicitando o prover de medidas acautelatórias das circunstâncias de gravidade e urgência vivenciadas por Maria. Comentários Gabarito: D A questão pretende revisar os artigos 44 e 63.2 da CADH. Assegura-se, ao indivíduo que vivenciar casos graves e urgentes para evitar danos irreparáveis, o peticionamento individual para a tomadas medidas acautelatórias, nos procedimentos já em andamento na Corte. Ademais, é válido lembrar que a CADH veda a litispendência internacional. Assim, in verbis: Artigo 44 Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não-governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados membros da Organização, pode apresentar à Comissão petições que contenham denúncias ou queixas de violação desta Convenção por um Estado Parte. Artigo 63 2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer necessário evitar danos irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias que considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda não estiverem submetidos ao seu conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão. Questão 19. De acordo com a Lei nº 11.340/06, Lei Maria da Penha, assinale a afirmativa correta: a) É considerada violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, praticada por agressor com quem a vítima esteja em coabitação. 24 V. Simulado OAB 1ª Fase – 11/02/2023 b) A vítima de agressão, ora ofendida, poderá renunciar à representação perante o juiz, ouvido o Ministério Público, antes ou após o recebimento da denúncia. c) É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, sendo excepcionalmente admitida a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. d) A Lei nº. 11.340/06 é fruto da morosidade para a solução do caso que levou Maria da Penha a denunciar o Brasil perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos por haver sofrido agressões físicas e morais e duas tentativas de homicídio, ao longo de 23 anos; assim, em 2001, a Comissão responsabilizou o país por omissão e negligência no que diz respeito à violência doméstica. Comentários Gabarito: D a) A violência doméstica restará configurada independentemente de coabitação. Vide Art. 5º, III da Lei nº. 11.340/06. b) A ofendida poderá renunciar a representação apenas antes do recebimento da denúncia, conforme art. 16 da Lei nº. 11.340/06. c) É vedada a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. Vide art. 17 da Lei nº. 11.340/06. d) A assertiva está correta e menciona o procedimento, bem como a contextualização histórico-jurídica, que motivou a elaboração da Lei nº. 11.340/06. Observa-se que a OEA recomendou ao Brasil que tomasse medidas em prol da criação de políticas públicas que inibissem as agressões no âmbito doméstico em desfavor das mulheres. Foram dezenove anos para a condenação do agressor, e a repercussão do caso levou à aprovação da Lei Maria da Penha, retirando a violência contra as mulheres da esfera particular para a dimensão de Estado. Direito Internacional Vanessa Arns Questão 20. Romeu e Julieta se casaram no Brasil
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