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____________________________________________________________________________________ Nota Técnica nº001/2020 CRO/ES e CRF/ES Prescrição e dispensação de medicamentos CONSIDERANDO que os itens mínimos obrigatórios da prescrição de medicamentos no Brasil estão estabelecidos nas Leis Federais nº 5.991/1973 e nº 9.787/1999 e em normas sanitárias federais; CONSIDERANDO que “Receita Odontológica” é um documento elaborado pelo cirurgião dentista que descreve terapias farmacológicas ou não farmacológicas ao paciente, e que a prescrição odontológica é um documento legal pelo qual se responsabilizam quem prescreve (cirurgião-dentista) e quem dispensa (farmacêutico) o medicamento; CONSIDERANDO que o termo “Prescrição Médica”, descrito na embalagem dos medicamentos registrados na Anvisa, diz respeito a todo profissional da saúde que possui reconhecimento de seu conselho de classe para prescrição de medicamentos; CONSIDERANDO que todo e qualquer medicamento de uso interno ou externo para fins odontológicos pode ser prescrito pelos cirurgiões-dentistas devidamente inscritos em seu Conselho Profissional, à exceção dos medicamentos retinóides de uso sistêmico (lista C2) de controle especial da Portaria SVS/MS nº 344/1998, dos medicamentos contendo lenalidomida (conforme Resolução RDC 191/2016 da Anvisa), e os antirretrovirais; CONSIDERANDO que, nos termos do Artigo 2º da Lei 5.081/1966, “O exercício da Odontologia no território nacional só é permitido ao cirurgião-dentista habilitado por escola ou faculdade oficial ou reconhecida, após o registro do diploma na Diretoria do Ensino Superior, no Serviço Nacional de Fiscalização da Odontologia, na repartição sanitária estadual competente e inscrição no Conselho Regional de Odontologia sob cuja jurisdição se achar o local de sua atividade”; _______________________________ Av. Leitão da Silva, 1375 salas 401 a 404 – Gurigica 29046-005 – Vitória-ES | Telefax (27) 3022-4750 E-mail: croes@croes.org.br | Site: www.croes.org.br 1 http://www.croes.org.br/ ____________________________________________________________________________________ CONSIDERANDO que o Artigo 6º da mesma Lei estabelece que “Compete ao cirurgião dentista: prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em Odontologia”; CONSIDERANDO que a Resolução CFO nº 118/2012 prevê no artigo 5º, inciso I, autonomia para o diagnóstico, planejamento e execução dos tratamentos com liberdade de convicção nos limites de suas atribuições, observados o estado atual da Ciência e sua dignidade profissional e que, logo, as prescrições odontológicas, quanto à posologia, vias de administração e tempo de tratamento são de responsabilidade do prescritor; CONSIDERANDO o artigo 1º da Lei Federal nº 9.965/2000: “Art. 1º. A dispensação ou a venda de medicamentos do grupo terapêutico dos esteróides ou peptídeos anabolizantes para uso humano estarão restritas à apresentação e retenção, pela farmácia ou drogaria, da cópia carbonada de receita emitida por médico ou dentista devidamente registrados nos respectivos conselhos profissionais. Parágrafo único. A receita de que trata este artigo deverá conter a identificação do profissional, o número de registro no respectivo conselho profissional (CRM ou CRO), o número do Cadastro da Pessoa Física (CPF), o endereço e telefone profissionais, além do nome, do endereço do paciente e do número do Código Internacional de Doenças (CID), devendo a mesma ficar retida no estabelecimento farmacêutico por cinco anos.” CONSIDERANDO que o Código de Ética da Profissão Farmacêutica preconiza que o farmacêutico deve basear suas relações com os demais profissionais na urbanidade, no respeito mútuo, na liberdade e na independência de cada um; CONSIDERANDO que, na interpretação do receituário, cabe ao farmacêutico fazê-lo com fundamento nos aspectos: terapêuticos (farmacêuticos e farmacológicos); de adequação ao indivíduo; contraindicações e interações; e aspectos legais, sociais e econômicos; _______________________________ Av. Leitão da Silva, 1375 salas 401 a 404 – Gurigica 29046-005 – Vitória-ES | Telefax (27) 3022-4750 E-mail: croes@croes.org.br | Site: www.croes.org.br 2 http://www.croes.org.br/ ____________________________________________________________________________________ CONSIDERANDO que o farmacêutico deve, se necessário, entrar em contato com o profissional prescritor para esclarecer dúvidas decorrente da avaliação da receita; CONSIDERANDO a evolução da Odontologia nos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos; O Presidente do CRO/ES e a Presidente do CRF/ES tornam pública esta Nota Técnica, que ratifica: - O direito do cirurgião-dentista habilitado à prescrição para uso odontológico, farmacológico ou não, de medicamento em geral, exceto as vedações descritas neste documento; - O direito do paciente em obter na farmácia o produto descrito na receita odontológica que esteja em conformidade com os regulamentos profissionais e sanitários no país; - O direito do farmacêutico, quanto a sua autonomia profissional, para tomada de decisão sobre o fornecimento ou não do medicamento prescrito, motivadamente e nos termos de legislação específica; - A regularidade da receita odontológica garante a possibilidade de dispensação e aviamento em farmácia licenciada no país. Listamos, abaixo, as classes de medicamentos e cosméticos rotineiramente prescritos pelo cirurgião-dentista para fins odontológicos. Porém, considerando a evolução da Odontologia nos tratamentos, citam-se as mesmas apenas para fins exemplificativos e não taxativos: - Analgésicos; - Antipiréticos; - Anestésicos; _______________________________ Av. Leitão da Silva, 1375 salas 401 a 404 – Gurigica 29046-005 – Vitória-ES | Telefax (27) 3022-4750 E-mail: croes@croes.org.br | Site: www.croes.org.br 3 http://www.croes.org.br/ ____________________________________________________________________________________ - Ansiolíticos; - Antimicrobianos; - Antidepressivos; - Antiepiléticos; - Antifúngicos; - Anti-inflamatórios; - Antivirais; - Clareadores dentais - Corticoides; - Cosméticos e medicamentos utilizados para preparo da derme para Harmonização Orofacial funcional e/ou estética. - Esteroides ou peptídeos anabolizantes; - Fitoterápicos; - Hormônios derivados de aminoácidos; -Melatonina; - Flúor; - Hemostáticos de uso sistêmico; - Hipnóticos; - Medicamentos de diminuição ou bloqueio salivar; - Medicamentos dinamizados (como os homeopáticos e antroposóficos); - Nutracêuticos, vitaminas, minerais e aminoácidos; - Prebióticos e probióticos; - Produtos florais; - Relaxantes musculares; - Antissépticos; - Oligoelementos; - Ervas e produtos medicinais naturais; - Óleos essenciais; _______________________________ Av. Leitão da Silva, 1375 salas 401 a 404 – Gurigica 29046-005 – Vitória-ES | Telefax (27) 3022-4750 E-mail: croes@croes.org.br | Site: www.croes.org.br 4 http://www.croes.org.br/ ____________________________________________________________________________________ A presente nota de esclarecimento é realizada tendo em vista a vigência de normativas institucionais na data de sua assinatura. Vitória/ES, 14 de Dezembro de 2020. ______________________________ ______________________________ DRA. LUZIMAR GOMES DE OLIVEIRA PINHEIRO, CD DR. LUIZ CARLOS CAVALCANTI Presidente do CRO/ES. Presidente do CRF/ES. _______________________________ Av. Leitão da Silva, 1375 salas 401 a 404 – Gurigica 29046-005 – Vitória-ES |Telefax (27) 3022-4750 E-mail: croes@croes.org.br | Site: www.croes.org.br 5 http://www.croes.org.br/
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