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Hueder Paulo Moisés de Oliveira hueder.paulo@ufabc.edu.br 1 LIGAÇÕES QUÍMICAS: TCC 2 Trata-se de um modelo de acordo com as propostas de Linus Pauling, onde uma ligação química é formada com o objetivo de emparelhar elétrons. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Teoria da Ligação de Valência (TLV) Oxigênio (Z = 8): 1s² 2s² 2px²2py¹ 2pz¹ 3 4 5 σ π Portanto o oxigênio seria diamagnético! Orbital para a ligação π Limitações Não consegue prever o comportamento magnético dos complexos. Exemplo: O paramagnetismo do O2. 4 Limitações Não é possível prever nenhuma propriedade espectroscópica de complexos (muitos complexos são coloridos); Não explica a inércia cinética de alguns complexos. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Segundo Pauling, a formação de um complexo pode ser vista como uma reação entre um ácido Lewis (espécie central) e uma base de Lewis (ligantes), em que há a formação de uma ligação covalente coordenada entre as espécies. Exemplo: [Ag(CN)2] - complexo linear e diamagnético. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Exemplo: [Ni(Cl)4] 2- complexo tetraédrico e paramagnético. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Exemplo: [Ni(CN)4] 2- complexo quadrático plano e diamagnético. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Exemplo: [Co(NH3)6] 3+ complexo octaédrico e diamagnético. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Exemplo: [CoF6] 3- complexo octaédrico e paramagnético. Teoria da Ligação de Valência (TLV) 1929: Teoria do Campo Cristalino (TCC) 10 Hans Albrecht Bethe (1906-2005) Nobel (Física): 1967 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Teoria Física desenvolvida para explicar o espectro eletrônico de metais em cristais; O foco principal da TCC é explicar o comportamento dos orbitais d de um metal na presença de um campo elétrico gerado pelos ligantes; Na TCC o ligante é considerado uma carga pontual negativa (L-), enquanto que o metal é considerado uma carga pontual positiva (M+); A interação metal–ligante é totalmente eletrostática, ou seja, despreza a contribuição covalente da ligação. Prevê a cor dos complexos através de transições eletrônicas nos orbitais d do metal. Justifica a estabilidade termodinâmica e propriedades magnéticas dos complexos. Define da mesma forma sólidos iônicos (NaCl, AgCl, etc...); • A teoria do campo cristalino descreve a ligação em complexos de metais de transição. • A formação de um complexo é uma reação ácido-base de Lewis. • Ambos os elétrons na ligação vêm do ligante e são doados para um orbital vazio hibridizado no metal. • A carga é doada do ligante para o metal. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Nessa teoria o foco principal são os orbitais vazios do centro metálico (ácido de Lewis) que irá acomodar os elétrons doados pelo ligante (base de Lewis). 12 Ácido: Espécie capaz de receber densidade eletrônica; Base: Espécie capaz de doar densidade eletrônica. metal (ácido) ligante (base) Teoria do Campo Cristalino (TCC) • Quanto mais diretamente o ligante ataca o orbital do metal, maior é a energia do orbital d. Teoria do Campo Cristalino (TCC) • O íon metálico complexo tem uma energia menor do que o metal e os ligantes separados. • Entretanto, existem algumas repulsões ligante-elétron d que ocorrem, uma vez que o metal tem orbitais d parcialmente preenchidos. • Em um campo octaédrico, a degenerecência dos cinco orbitais d é suspensa. • Em um campo octaédrico, os cinco orbitais d não têm a mesma energia: três orbitais degenerados têm mais energia do que dois orbitais degenerados. Teoria do Campo Cristalino (TCC) • Para complexos octaédricos, a interação entre os ligantes que se aproximam do centro metálico não acontece igualmente, e os orbitais se dividem em diferentes energias. • A diferença de energia entre os orbitais eg e t2g (ou e e t2), qualquer que seja seu valor em termos de KJ mol-1, é definido como 10Dq ou Δ, denomina-se desdobramento do campo cristalino. Teoria do Campo Cristalino (TCC) • Modelo Eletrostático: – Prediz que os orbitais d em um complexo metálico não são degenerados. – O desdobramento energético dos orbitais d depende do campo cristalino (i.e. o arranjo e o tipo dos ligantes) • Os ligantes criam um campo elétrico em torno do metal: – Os ligantes são considerados cargas pontuais e não apresentam interações covalentes com os metais. Teoria do Campo Cristalino (TCC) • Cada ligante é considerado como uma carga pontual: – Atrações eletrostáticas existem entre entre o íon metálico e os ligantes. – Interações repulsivas existem os elétrons nos orbitais d e as cargas pontuais dos ligantes Campo Cristalino Octaédrico Teoria do Campo Cristalino (TCC) • Os orbitais dz2 e dx2-y2 apontam diretamente para os ligantes: – Maior repulsão é sentida – Estes orbitais passam a apresentar uma energia maior que os orbitais dyz, dxy, and dxz Campo Cristalino Octaédrico Teoria do Campo Cristalino (TCC) Magnetismo • Muitos complexos de metais de transição são paramagnéticos (i.e. eles têm elétrons desemparelhados). • Existem algumas observações interessantes. Considere um íon metálico d6: – o [Co(NH3)6] 3+ não tem nenhum elétron desemparelhado, mas o [CoF6] 3- tem quatro elétrons desemparelhado por íon. • Precisamos desenvolver uma teoria de ligação para esclarecer tanto a cor como o magnetismo em complexos de metais de transição. Cor e Magnestimo Teoria do Campo Cristalino (TCC) 20 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Orientações dos 5 orbitais d com seus respectivos ligantes em um complexo octaédrico: orbitais degenerados (a) eg e (b) t2g. Ambiente esférico. Ambiente esférico. Ambiente esférico. Energia dos orbitais em um campo cristalino octaédrico. Campo cristalino octaédrico. Ambiente esférico. Teoria do Campo Cristalino (TCC) 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 Teoria do Campo Cristalino (TCC) 33 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Do ≈ M ∑ nlLl x 10 3 Prediz o valor de D (cm-1) nl é o número de ligantes Ll A constante de desdobramento deve depender tanto do ligante quanto do metal. Teoria do Campo Cristalino (TCC) 1H: 1s 1 2He: 1s 2 3Li: 1s 2 2s1 4Be: 1s 2 2s2 5B : 1s 2 2s22p1 6C : 1s 2 2s22p2 7N : 1s 2 2s22p3 8O : 1s 2 2s22p4 9F : 1s 2 2s22p5 10Ne: 1s 2 2s22p6 11Na: [Ne] 3s 1 12Mg: [Ne] 3s 2 21Sc : [Ar] 4s 2 3d1 21Sc : [Ar] 3d 1 4s2 13Al: [Ne] 3s 2 3p1 14Si: [Ne] 3s 2 3p2 15P : [Ne] 3s 2 3p3 16S : [Ne] 3s 2 3p4 17Cl: [Ne] 3s 2 3p5 18Ar: [Ne] 3s 2 3p6 19K : [Ar] 4s 1 20Ca : [Ar] 4s 2 Revisão: Átomos Multieletrônicos Diagrama de energia 35 21Sc : [Ar] 3d 1 4s2 22Ti : [Ar] 3d 2 4s2 23V : [Ar] 3d 3 4s2 24Cr: [Ar] 3d 5 4s1 25Mn: [Ar] 3d 5 4s2 26Fe : [Ar] 3d 6 4s2 27Co : [Ar] 3d 7 4s2 28Ni : [Ar] 3d 8 4s2 29Cu : [Ar] 3d 10 4s1 30Zn : [Ar] 3d 10 4s2 31Ga : [Ar] 3d 10 4s2 4p1 Camada semi-preenchida 3d Inversão de Configuração Camada 3d totalmente preenchida Menor energia – mais estável 36 Revisão: Átomos Multieletrônicos Z (n-1)d ns 21 ao 30 3d antes do 4s 39 ao 48 4d antes do 5s 57 ao 80 5d antes do 6s 89 ao 103 6d antes do 7s Metais de transição d Lantanídeos 64Gd : [Xe] 4f 7 5d1 6s2 (n-2)f 6s 57Ce : [Xe] 4f 2 6s2 (n-2)f (n-1)d 6sou Revisão: Átomos Multieletrônicos Inversão de configuração 37 •Orbitais totalmente preenchidos são mais estáveis do que orbitais semi preenchidos, que são mais estáveis do que orbitais parcialmente preenchidos. > > •À medida que o nível de energia principal aumenta, a diferença entre o nível de energia de cada orbital chega ao ponto em que as energias dos orbitais d estão muito próximas das do orbital s. •Em situações como esta, os orbitais "s" e "d" podem ser tratados como um nível de energia semelhante e a aplicação da regra de Hund pode ser aplicada ao longo da faixa de orbitais, em vez do segundo orbital quântico único. •A estabilidade de ter cadaorbital contendo um elétron é maior do que ter um grupo parcialmente preenchido de orbitais e um orbital preenchido com apenas uma minima energia. Anomalias em Configurações Eletrônicas •O vanádio tem a configuração eletrônica de – V (z=23) [Ar] 4s2 3d3 •O cromo tem um elétron extra e as convenções preveem que ele será adicionado ao próximo orbital d disponível Cr (z=24) [Ar] 4s2 3d4 •Porém, a estabilidade de ter um elétron em cada orbital semelhante leva preponderância e a verdadeira configuração eletrônica torna-se Cr (z=24) [Ar] 4s1 3d5 n=3 n=4 s p d Anomalias em Configurações Eletrônicas • Quase todos os elementos seguem a mesma tendência para escrever configuração eletrônica. Às vezes, quando duas subcamadas diferem nas energias, um elétron da energia inferior se move para a energia superior. • Isso se deve a dois motivos: • Distribuição simétrica: Como todos sabem, a simetria leva à estabilidade. Os orbitais nos quais a subcamada está exatamente preenchida pela metade ou completamente preenchida são mais estáveis devido à distribuição simétrica dos elétrons. • Troca de energia: Os elétrons que estão nos orbitais degenerados têm um spin paralelo e tendem a trocar de posição. A energia de troca nada mais é do que a energia liberada durante este processo. Quando os orbitais são preenchidos pela metade ou totalmente preenchidos, o número de trocas é máximo. Portanto, sua estabilidade é máxima. 40 Estabilidade de Orbitais Completamente Preenchidos e Meio Preenchidos Explicando os Íons Multivalentes •Muitos metais de transição têm a capacidade de ter múltiplas cargas como íons e a explicação para esse comportamento ainda não foi totalmente explicada. •Conforme os orbitais estão sendo preenchidos, existem vários níveis de estabilidade devido à interação de forças ou repulsão eletrostática entre elétrons e forças associadas ao campo magnético devido ao spin do elétron. •Orbitais preenchidos são mais estáveis porque a repulsão eletrostática é equilibrada contra a atração magnética. e- e-Repulsão Eletrostática e- Campo magnético Sul Atração Magnéticae - Campo magnético Norte •Orbitais que estão completamente preenchidos, como os gases nobres, têm a estrutura mais estável devido às forças equilibradas entre a repulsão eletrostática e a atração magnética. •Os metais de transição geralmente têm orbitais d parcialmente preenchidos e orbitais s completos com níveis de energia semelhantes. Elétrons são perdidos para alcançar a melhor combinação de estabilidade. •Melhor estabilidade - orbitais completamente preenchidos (2 elétrons / orbital) - Repulsão eletrostática e atração magnética •Próxima melhor estabilidade - orbitais semi preenchidos (1 elétron / orbital) - Repulsão eletrostática com aglomeração mínima Co: [Ar] 4s2 3d7 Co: [Ar] Co2+: [Ar] Co3+: [Ar] - 4s preenchidos e 3d preenchidos pela metade - 4s e 3d preenchidos pela metade menos estáveis do que Co2+, portanto íons menos comuns Explicando os Íons Multivalentes d1 d2 d3 d4 Colocando Elétrons nos Orbitais d Campo Forte Campo Fraco Campo Forte Campo Fraco d4 Campo forte = Baixo spin (2 não pareados) Campo fraco = Alto spin (4 não pareados) P < Do P > Do Quando o 4º elétron é atribuído, ele irá para orbital mais energético, por exemplo, a um custo de energia de D0, ou ser emparelhado a um custo de energia de P (ou P), chamada energia de emparelhamento. Colocando Elétrons nos Orbitais d Energia de Emparelhamento, P ou P A energia de emparelhamento, P, é composta de 2 partes.. 1) Energia de Repulsão Coulombica em função de ter dois elétrons no mesmo orbital. Contribuição de energia desestabilizadora de PC para cada orbital duplamente ocupado. 2) Energia de Estabilização de Troca para cada par de elétrons com o mesmo spin e mesma energia. Contribuição estabilizadora de Pe para cada par com o mesmo spin e a mesma energia P ou P = soma de todas as interações Pc e Pe 1 e desempar 5 e desempar d5 0 e desempar 4 e desempar d6 1 e desempar 3 e desempar d7 2 e desempar 2 e desempar d8 1 e desempar 1 e desempar d9 0 e desempar 0 e desempar d10 Colocando Elétrons nos Orbitais d Positivo favorece alto spin. Negativo favorece baixo spin. Desdobramento dos Orbitais d em um Campo Tetraédrico t2 e Dt Dt = 4/9Do Sempre Campo Fraco (alto spin) Propriedades Magnéticas de Complexos Metálicos Complexos diamagnéticos: interação repulsiva muito pequena com campo magnético externo sem elétrons desemparelhados Complexos paramagnéticos: interação atrativa com campo magnético externo alguns elétrons não pareados )2( nns Momentos magnéticos medidos incluem contribuições tanto do spin quanto do spin orbital. Nos primeiros complexos da série de transição, a contribuição orbital é pequena e geralmente ignorada. Propriedades Magnéticas de Complexos Metálicos Série Espectroquímica Ligantes puramente s: D: en > NH3 (ordem de basicidade do próton) doadores que diminuem o desdobramento e causam alto spin: D: H2O > F > RCO2 > OH > Cl > Br > I (também basicidade do próton) Adicionando em água, hidróxido e carboxilato D: H2O > F > RCO2 > OH > Cl > Br > I Ligantes aceptores aumentam o desdobramento e podem ser de baixo spin D: CO, CN-, > fenantrolina > NO2 - > NCS- Mesclando para Obter Séries Espectroquímicas CO, CN- > phen > en > NH3 > NCS - > H2O > F - > RCO2 - > OH- > Cl- > Br- > I- Campo forte, aceptores grande D baixo spin Somente s Campo fraco, doadores pequeno D alto spin • A série espectroquímica é uma lista de ligantes em ordem crescente de D: Cl- < F- < H2O < NH3 < en < NO2 - (ligado aN) < CN- • Ligantes de campo fraco localizam-se no extremo inferior da série espectroquímica. • Ligantes de campo forte localizam-se no extremo superior da série espectroquímica. • Ex: Quando o Cr3+ deixa de ser atacado por um ligante de campo fraco e é atacado por um ligante de campo forte, D aumenta. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos octaédricos 54 10Dq 6 ligantes (L) realizam cada um 1 ligação simples com o centro metálico. Orbital duplamente degenerado Orbital triplamente degenerado Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos octaédricos 55 Os orbitais dz2 e dx2-y2 apontam na direção dos eixos de coordenadas, por isso sofrem uma repulsão maior dos ligantes. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos octaédricos 56 Os orbitais dxy, dxz, e dyz apontam nas bissetrizes dos eixos de coordenadas e sentem uma repulsão menor. Teoria do Campo Cristalino (TCC) • Supomos um arranjo octaédrico de cargas negativas colocadas em torno do íon metálico (que é positivo). • Os orbitais dx2-y2 e dz2 localizam-se nos mesmos eixos das cargas negativas. – Conseqüentemente, há uma grande e desfavorável interação entre ligante (-) e esses orbitais. – Esses orbitais formam o par degenerado de níveis de energia de alta energia. • Os orbitais dxy, dyz, e dxz dividem as cargas negativas em duas partes iguais. Teoria do Campo Cristalino (TCC) − Consequentemente, há uma repulsão menor entre ligante e metal para esses orbitais. – Esses orbitais formam o conjunto de níveis degenerados de energia mais baixa. • A diferença de energia é a energia de desdobramento do campo cristalino D. • O Ti3+ é um íon metálico d1. • Conseqüentemente, o elétron está em um orbital de baixa energia. • Ex: Para o Ti3+, a diferença entre os níveis de energia, D é da ordem do comprimento de onda da luz visível. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos octaédricos Exemplo: [Ti(H2O)6] 3+ 59 Titânio (Z = 22): [Ar] 3d2 4s2 Ti3+: [Ar] 3d1 Teoria do Campo Cristalino (TCC) 60 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Teoria do Campo Cristalino (TCC) • À medida que o complexo [Ti(H2O)6] 3+ absorve luz visível, o elétron é promovido a um nível de energia mais alto. • Uma vez que há apenas um elétron, existe apenas uma linha de absorção possível para essa molécula.• A cor de um complexo depende da ordem de grandeza de D que, por sua vez, depende do metal e dos tipos de ligantes. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos octaédricos Exemplo: [Ti(H2O)6] 3+ 63 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos octaédricos Exemplo: [Ti(H2O)6] 3+ 64 De acordo com o espectro, a transição eletrônica possui número de onda igual a 20.300 cm‐1. Com isso, é possível calcular a energia da transição (10Dq): Teoria do Campo Cristalino (TCC) Cores nos Complexos eg t2g [Ti(OH2)6] 3+ Luz Branca 400-700 nm Violeta-Azul: 400-480 nm Amarelo-verde: 480-590 nm Laranja-Vermelho: 590-700 nm hn eg t2g Do Espectro de Absorção: lmax = 510 nm ou n = 21.790 cm -1 480-590 nm A Roda das Cores Comprimento de onda, l (nm) Se luz vermelha é absorvida o complexo aparece verde Se luz violeta é absorvida o complexo aparece amarelo eg t2g Doct t2g Doct D pequena luz vermelha de baixa energia absorvida D grande luz azul de alta energia absorvida Cor das transições d-d depende da magnitude de D eg 1. Para um dado ligante, a cor depende do estado de oxidação do íon metálico [V(H2O)6] 3+ V(III) = íon d2 Efeito da magnitude de Δ na cor dos complexos Luz violeta absorvida Complexo aparece amarelo Luz amarela absorvida Complexo aparece violeta [V(H2O)6] 2+ V(II) = íon d3 eg t2g Doct D pequeno t2g Doct D grande eg Efeito da magnitude de Δ na cor dos complexos 2. Para um dado íon metálico, a cor depende do ligante [Cr(NH3)6] 3+ [Cr(NH3)5Cl] 2+ 3+ 2+ A Cor e a Série Espectroquímica Complexo tem…. Ligante de campo forte = grande delta Luz absorvida é…. Comprimento de onda curto= energia mais alta Ligantes de campo fraco Complexos de spin alto Ligantes de campo forte Complexos de spin baixo I- < Br- < S2- < SCN- < Cl-< NO3 - < F- < OH- < ox2- < H2O < NCS - < CH3CN < NH3 < en < bpy < phen < NO2 - < phosph < CN- < CO Pequeno D Grande D Série Espectroquímica 70 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Haletos são ligantes que gera o menor desdobramento do campo cristalino. Complexos de haletos, em geral, terão spin alto. Fosfinas, cianetos e carbonilas são os ligantes que geram os campos cristalinos mais fortes. Seus complexos, provavelmente, apresentaram spin baixo; Porque a molécula de água provoca um desdobramento de campo mais forte do que a hidroxila? c. HCl / D resfriamento O que causa a Mudança de Cor? [Co(H2O)6] 2+ (aq) + 4 HCl(aq) [CoCl4] 2- (aq) + 6 H2O + 4 H + (aq) 2+ 2- - mesmo metal Rosa suave Azul intenso - num. de eletrons desemparelhados? - mudança de ligantes? - mudança na geometria? Série Espectroquímica 72 Teoria do Campo Cristalino (TCC) 73 Relações de Energia entre as Cores Cores do espectro visível Cor Comprimento de onda Freqüência vermelho ~ 625-740 nm ~ 480-405 THz laranja ~ 590-625 nm ~ 510-480 THz amarelo ~ 565-590 nm ~ 530-510 THz verde ~ 500-565 nm ~ 600-530 THz ciano ~ 485-500 nm ~ 620-600 THz azul ~ 440-485 nm ~ 680-620 THz violeta ~ 380-440 nm ~ 790-680 THz Espectro Contínuo q Nch DA 10** D l Onde: h = 6,62608 x 10-34 J.s (Const. de Plank) c = 2,99792 x 1017 nm/s (Velocidade da Luz) l(comprimento de onda em nm) NA = 6,02214 x 10 23 mol-1 (Num. Avogadro) 75 Teoria do Campo Cristalino (TCC) 76 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Energia de Estabilização do Campo Cristalino (EECC) 77 Teoria do Campo Cristalino (TCC) A energia de estabilização do campo cristalino corresponde à mudança de energia dos elétrons nos orbitais d devido a presença do campo gerado pelo ligante. Essa energia corresponde à diferença de energia dos orbitais t2g/eg na configuração resultante do desdobramento em comparação à situação hipotética na qual esses orbitais estariam degenerados. EECC = (-4Δo x 1e- ) + (6Δo x 0e-) 78 Teoria do Campo Cristalino (TCC) 79 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Fatores que afetam o desdobramento do campo cristalino 80 Teoria do Campo Cristalino (TCC) O número de oxidação do metal: Quanto maior o número de oxidação, maior será o valor do 10Dq; O período do metal: Em geral, metais do terceiro período de transição formarão complexos de spin baixo; Natureza do ligante: 81 Teoria do Campo Cristalino (TCC) 82 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Energias de Estabilização do Campo Cristalino dn Alto spin = campo fraco Baixo spin = campo forte Configuração eletrônica EECC EECC incluindo P Configuração eletrônica EECC EECC incluindo P d1 t2g 1eg 0 -0.4Doct d2 t2g 2eg 0 -0.8Doct d3 t2g 3eg 0 -1.2Doct d4 t2g 3eg 1 -0.6Doct t2g 4eg 0 -1.6Doct -1.6Doct+P d5 t2g 3eg 2 0 t2g 5eg 0 -2.0Doct -2.0Doct+2P d6 t2g 4eg 2 -0.4Doct -0.4Doct+P t2g 6eg 0 -2.4Doct -2.4Doct+3P d7 t2g 5eg 2 -0.8Doct -0.8Doct+2P t2g 6eg 1 -1.8Doct -1.8Doct+3P d8 t2g 6eg 2 -1.2Doct -1.2Doct+3P d9 t2g 6eg 3 -0.6Doct -0.6Doct+4P d10 t2g 6eg 4 0 Complexos octaédricos 84 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos octaédricos 85 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Para complexos com configuração eletrônica d4, existem duas possibilidades: Três elétrons ocupam os orbitais t2g e um ocupa o orbital eg; Os quatro elétrons ocupam orbitais t2g; O emparelhamento do elétron está associado a uma energia de emparelhamento (P), que contribui para a desestabilização do complexo. Campo fraco Campo forte 86 Teoria do Campo Cristalino (TCC) 87 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Efeito do campo ligante fraco e forte na ocupação do elétrons para um complexo de configuração d4. Regra de Hund é obedecida. Princípio de Pauli é obedecido. Complexo de campo fraco. 10Dq < P Complexo de campo forte. 10Dq > P Teoria do Campo Cristalino (TCC) Efeito do campo ligante fraco e forte na ocupação do elétrons para um complexo de configuração d6. Complexo de campo forte. 10Dq > P Complexo de campo fraco. 10Dq < P Regra de Hund é obedecida. Princípio de Pauli é obedecido. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos octaédricos 90 Teoria do Campo Cristalino (TCC) 91 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Energia de estabilização do campo cristalino (EECC) 92 Teoria do Campo Cristalino (TCC) EECC = (-4Δo x 2e- ) + (6Δo x 0e-) EECC = (-4Δo x 3e- ) + (6Δo x 0e-) Energia de estabilização do campo cristalino (EECC) 93 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Exemplo 1: Calcule a EECC de um complexo octaédrico que apresenta um metal de configuração eletrônica d4 de campo fraco e de campo forte. EECC = (-4Δo x 4e- ) + (6Δo x 0e-) + P EECC = (-4Δo x 3e- ) + (6Δo x 1e-) Energia de estabilização do campo cristalino (EECC) 94 Teoria do Campo Cristalino (TCC) Exemplo 2: Calcule a EECC de um complexo octaédrico de configuração d10. Isso justifica o fato de ser difícil encontrar complexos octaédricos com configuração eletrônica d10. Não existe nenhum ganho em termos de estabilização de elétrons d. EECC = (-4Δo x 6e- ) + (6Δo x 4e-) + P Compostos de Coordenação com Distorções Geométricas A geometria tetragonal ocorre em espécies hexacoordenadas, onde duas das ligações metal-ligante são mais longas ou mais curtas do que as outras quatro. Essas distorções podem ser causadas pela natureza do ligante, do átomo central ou pelo efeito combinado destes dois fatores, gerando geometrias distorcidas em relação a octaédrica, como as ilustradas na figura a seguir. Aproximação ao longo de z Afastamento ao longo de z Teoria do Campo Cristalino (TCC) Em complexos do tipo [ML6] q, a distorção tetragonal é causada por assimetria na configuração eletrônica d do átomo central. A princípio essa distorção não deveria ocorrer, pois o alongamento de algumas das ligações sempre implica em instabilização dessas ligações. Porém, em alguns casos, este alongamento faz aumentar a estabilidade do composto. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Nos compostos de coordenação, esse efeito é causado pelas repulsões entre elétrons dos ligantes e elétrons dos orbitais d do átomocentral, quando existe assimetria na distribuição eletrônica nesses orbitais, sendo conhecido como Efeito Jahn-Teller (ou Distorções de Jahn-Teller). Como exemplo podem ser citados os compostos hexacoordenados do cobre(II), [CuL6] q, que tem dois elétrons no orbital dx2-y2, e um elétron em dz 2. Como se sabe, o comprimento de uma ligação química é definido pelas dimensões das espécies ligadas e pelo equilíbrio entre as forças atrativas e repulsivas envolvidas na ligação. Assim, quando um ligante se coordena a um átomo metálico, que pode conter elétrons d no seu nível de valência, o comprimento da ligação metal-ligante tenderá a ser tanto menor quanto menor for o número de elétrons nos orbitais d. Teoria do Campo Cristalino (TCC) 98 1937: Efeito Jahn-Teller Em situações na qual orbitais degenerados possuem mais de uma forma possível de ocupação, ocorrerá uma distorção tetragonal, diminuindo a simetria, e removendo a degenerescência dos orbitais. A quebra da degenerescência dos orbitais ocorre através de um alongamento ou compressão dos ligantes ao longo do eixo z. Edward Teller (1908-2003) Teoria do Campo Cristalino (TCC) O efeito Jahn-Teller, ao mesmo tempo em que provoca distorção na geometria do composto, se reflete num novo desdobramento dos orbitais d, gerando novos níveis de energia. Vale ressaltar que este efeito, mesmo que em menor intensidade, também pode ser provocado por assimetria na distribuição eletrônica nos orbitais t2g (dxy, dxz e dyz), que não ficam dirigidos frontalmente aos ligantes, mas, ficam próximos, quando ocorre a coordenação. Quando ocorre alongamento de duas ligações sobre o eixo z, por exemplo, simultaneamente ocorre estabilização dos orbitais que tenham a componente z, especialmente o dz 2. Como o baricentro deve ser mantido, então os orbitais que não têm a componente z são instabilizados. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Distorções de Jahn-Teller (Efeito Jahn-Teller ) • O teorema preve que qualquer sistema molecular não linear em um estado eletrônico degenerado será instável e sofrerá distorção para formar um sistema de menor simetria e menor energia, perdendo a degenerecência, por causa disto. • Para um complexo de alto spin d4 , a configuração eletrônica é t2g 3eg 1. – O elétron eg tem que ocupar ou o dz 2 ou o dx 2 -y 2 • Se o orbital dz 2 for ocupado haverá uma repulsão maior dos ligantes axiais do sistema octaédrico. • Se o orbital dx 2 -y 2 for ocupado haverá uma repulsão maior dos ligantes equatoriais do sistema octaédrico. Distorções de Jahn-Teller (Efeito Jahn-Teller ) • Estas repulsões resultam num alongamento das ligações entre os ligantes axiais ou equatoriais. alongamento axial alongamento equatorial Distorções de Jahn-Teller (Efeito Jahn-Teller ) Campo Cristalino Quadrado Planar • Um complexo quadrado planar é o complexo derivado pela remoção de dois ligantes axiais de um complexo octaédrico. Distorções de Jahn-Teller (Efeito Jahn-Teller ) 104 1937: Efeito Jahn-Teller Complexos com geometria quadrático plano Teoria do Campo Cristalino (TCC) A geometria quadrática plana pode ser vista como um caso extremo de alongamento ao longo de z, na qual os ligantes são levados ao infinito. • A remoção dos ligantes axiais, estabiliza fortemente o orbital dz 2 e estabiliza fracamente os orbitais dyz e dxz . • A diferença de energia entre dxy e dx 2-y 2 favorece muitos complexos quadrado planares d8 a serem diamagneticos. Campo Cristalino Quadrado Planar Distorções de Jahn-Teller (Efeito Jahn-Teller ) 106 1937: Efeito Jahn-Teller Teoria do Campo Cristalino (TCC) 107 1937: Efeito Jahn-Teller Teoria do Campo Cristalino (TCC) 108 1937: Efeito Jahn-Teller Efeito Jahn-Teller e configuração eletrônica Teoria do Campo Cristalino (TCC) O desdobramento δ2 é significativamente menor do que o δ1, por isso, o efeito Jahn‐Teller relacionado à estabilização dos elétrons nos orbitais t2g é fraco, se comparado à estabilização dos elétrons eg. w: fraco (weak) (os orbitais t2g são ocupados), s: forte (strong) (os orbitais eg são ocupados de forma assimétrica), branco: O efeito Jahn–Teller não é esperado que ocorra. Ocorre ocupação simétrica de eg e t2g. Configurações eletrônicas em complexos octaédricos • Ainda aplicamos a regra de Hund para os orbitais d. • Os primeiros três elétrons entram em orbitais d diferentes com seus spins paralelos. • Lembre-se: os elétrons s são perdidos antes. • Logo, o Ti3+ é um íon d1, o V3+ é um íon d2 e o Cr3+ é um íon d3. • Temos uma escolha para a colocação do quarto elétron: – se ele vai para um orbital de energia mais alta, então há um custo de energia (D); Teoria do Campo Cristalino (TCC) Configurações eletrônicas em complexos octaédricos – se ele vai para um orbital de menor energia, há um custo de energia diferente (chamado de energia de emparelhamento do spin devido ao emparelhamento de um elétron). • Os ligantes de campo fraco tendem a favorecer a adição de elétrons a orbitais de energia mais alta (complexos de spin alto) porque D < energia de emparelhamento. • Os ligantes de campo forte tendem a favorecer a adição de elétrons a orbitais de energia mais baixa (complexos de spin baixo) porque D > energia de emparelhamento. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos tetraédricos e quadráticos planos • Complexos quadráticos planos podem ser pensados como a seguir: comece com um complexo octaédrico e remova dois ligantes ao longo do eixo z. • Como conseqüência, os quatro ligantes no plano são puxados para dentro do metal. • Em relação ao campo octaédrico, o orbital é enormemente reduzido em energia, os orbitais dyz, e dxz reduzem-se em energia, os orbitais dxy, elevam-se em energia. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos tetraédricos e quadráticos planos • A maior parte dos íons metálicos d8 formam complexos quadráticos planos. – a maioria dos complexos é de spin baixo (i.e. diamagnético). – Exemplos: Pd2+, Pt2+, Ir+ e Au3+. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos tetraédricos e quadráticos planos • A maioria dos íons metálicos d8 é complexo quadrático plano. – a maioria dos complexos é de spin baixo (ex: diamagnético). – Exemplos: Pd2+, Pt2+, Ir+, e Au3+. Teoria do Campo Cristalino (TCC) 114 1937: Efeito Jahn-Teller Complexos com geometria quadrático plano Teoria do Campo Cristalino (TCC) 115 1937: Efeito Jahn-Teller Complexos com geometria quadrático plano Teoria do Campo Cristalino (TCC) Com base no desdobramento de um campo quadrático plano, fica claro por que metais com configuração d8 tendem a formar complexos quadráticos planos: Em complexos com configuração eletrônica d8 como em, Ni2+, Pd2+ e Pt2+ evita-se, na geometria quadrática plana, a população dos orbitais dx2-y2 de alta energia. Complexos Tetraédricos 116 Os ligantes ocupam vértices alternados em de um cubo; Nessa geometria, nenhum orbital apontará diretamente para o ligante; Os orbitais dx2-dy2 e dz2 estarão mais afastados dos ligantes, por isso sofrerão menos repulsão; Os orbitais dxy, dxz e dyz serão mais repelidos. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos tetraédricos 117 4 ligantes (L) realizam cada um 1 ligação simples com o centro metálico. Teoria do Campo Cristalino (TCC) Complexos tetraédricos 118 Teoria do Campo Cristalino (TCC) O desdobramento cristalino em um campo tetraédrico é menor do que no campo octaédrico, ou seja, a energia de emparelhamento é maior do que Δt no campo tetraédrico (10Dqt é aproximadamente 4/9 de 10Dqo), e pode ser explicado por duas razões: 1. Existem apenas 4 ligantes para gerarem o campo eletrostático; 2. Os ligantes não apontam diretamente para os orbitais. Consequentemente, existem poucos complexos tetraédricos de spin baixo! 119 Diagrama de OMs para um complexo de geometria octaédrica Teoria do Campo Ligante (TCL) 120 Teoria do Campo Ligante (TCL) 121 Diagrama de OMs para um complexo de geometriaoctaédrica Exemplo: i. A interação dos orbitais s e p do metal com os ligantes irá gerar os OMs de menor energia; ii. Serão gerados um total de 6 OMs ligantes. Pode-se pensar que esses 6 OMs ligantes irão receber os 12 elétrons doados pelos ligantes. Deste modo, os elétrons do metal irão ocupar os orbitais t2g e eg*, como estabelecido pela TCL; iii. A separação dos orbitais t2g e eg* corresponde ao 10Dq da TCC. Teoria do Campo Ligante (TCL) 122 Diagrama de OMs para um complexo de geometria tetraédrica Teoria do Campo Ligante (TCL) 123 Teoria do Campo Ligante (TCL) 124 Ligação pi O diagrama de OMs para complexos octaédricos prevê que os orbitais dxy , dxz e dyz (t2g) são não ligantes: Teoria do Campo Ligante (TCL) 125 Ligação pi Contudo esses orbitais podem se sobrepor a orbitais com simetria adequada dos ligantes formando ligações pi: Teoria do Campo Ligante (TCL) 126 Diagrama de OMs para um complexo de geometria octaédrica com ligantes pi doadores Teoria do Campo Ligante (TCL) 127 Diagrama de OMs para um complexo de geometria octaédrica com ligantes pi receptores Teoria do Campo Ligante (TCL) 128 Ligação pi Ligantes π doadores: Nesses ligantes, os orbitais que interagem com os orbitais t2g do metal estão preenchidos de elétrons. Exemplos: Haletos; Ligantes π receptores: Nesses ligantes, os orbitais que interagem com os orbitais t2g do metal estão vazios. Exemplos: CO, CN –, e fosfinas em geral. Teoria do Campo Ligante (TCL) 129 Retrodoação Os ligantes que possuem orbitais vazios disponívels para interagir com os orbitais d do metal são bases de Lewis, que doam densidade eletrônica para o metal. Se o metal possui carga +3, após a ligação com os seis ligantes, em um complexo de geometria octaédrica, sua carga formal passa para -3. Já metais com carga +2, após ligar com seis ligantes sua carga formal será -4. Ou seja, há uma grande variação de carga no metal com a formação de um complexo. Exemplos: CO, CN–, NO+. O fluxo de elétrons é do metal para o ligante. Teoria do Campo Ligante (TCL) 130 Diagrama de OMs do CO, CN– e NO+ Os orbitais π* do ligante possuem simetria adequada para se ligarem aos orbitais t2g do metal. Teoria do Campo Ligante (TCL) Ligação A principal fonte de ligação é entre os orbitais dxy, dyz e dxz no metal e nos orbitais d, p ou * no ligante. O ligante pode ter orbitais vazios d ou * e servir como um ligante receptor, ou orbitais p ou d completos e servir como um ligante doador. Ligação O orbital anti-ligante vazio no CO pode aceitar densidade eletrônica de um orbital d preenchido no metal. CO é um ligante receptor. Orbital π* vazioOrbital d preenchido Ligação Todos os ligantes são doadores σ. Ligantes com orbitais p ou d preenchidos também podem servir como ligantes π doadores. Exemplos de ligantes doadores são I-, Cl-, e S2-. Os orbitais p ou d preenchidos nestes íons interagem com o conjunto de orbitais t2g (dxy, dyz e dxz) no metal para formar os orbitais moleculares ligantes e anti-ligantes. Ligantes Doadores (LM) 135 Ligantes Doadores (LM) Os orbitais ligantes, que possuem menores energias, são principalmente preenchidos com elétrons do ligante, e os orbitais moleculares anti-ligantes são ocupados principalmente por elétrons do metal. Ligantes Doadores (LM) Ligante σ vs. Ligante A amplitude de ∆o diminui, uma vez que é agora entre um orbital anti-ligante t2g e o orbital eg*. Isto é confirmado pela série espectroquímica. Ligantes de campo fraco também são ligantes doadores. Ligantes Doadores (LM) Ligantes Aceptores (ML) Ligantes como CN-, N2 e CO possuem orbitais anti-ligantes vazios com simetria adequada e energia para interagir com orbitais d preenchidos d no metal. O metal usa o conjunto de orbitais t2g (dxy, dyz e dxz) para interagir em uma ligação com o ligante. Os orbitais * no ligante são geralmente mais elevados em energia que os orbitais d no metal. Ligantes Aceptores (ML) Ligantes Aceptores (ML) O metal usa o conjunto de orbitais t2g (dxy, dyz e dxz) para interagir em uma ligação com o ligante. Os orbitais * no ligante são geralmente mais elevados em energia que os orbitais d no metal. A interação faz com que a energia dos orbitais ligantes t2g caia levemente, aumentando assim a amplitude de ∆o. Ligantes Aceptores (ML) 143 Problemas... Trata os ligantes apenas como cargas pontuais, não levando em consideração as sobreposições dos orbitais dos ligantes e dos átomos centrais. Não fornece uma explicação sobre porque alguns ligantes são mais fortes do que outros (série espectroquímica). Por exemplo, porque o ligante CO é de campo mais forte do que ligantes carregados, como por exemplo os haletos? Essa falha se deve ao fato do modelo desprezar a covalência das ligações em complexos. Teoria do Campo Cristalino (TCC) 144 Teoria do Campo Ligante (TCL) Leslie Eleazer Orgel (1927-2007) 1957: Considerou-se também a possibilidade de interações dos orbitais dos ligantes e dos orbitais d do átomo central. Principal evidência: O Efeito Nefelauxético. Efeito Nefelauxético: Indica, que existem elétrons sendo compartilhados entre os orbitais metálicos e dos ligantes, pois experimentalmente percebe-se, que a repulsão elétron-elétron em um complexo é menor quando comparada ao respectivo íon livre. As repulsões elétron-elétron caem devido a expansão da nuvem eletrônica, pois orbitais atômicos (menores) dão lugar a formação de orbitais moleculares (maiores). 145 O Efeito Nefelauxético: Expansão da nuvem eletrônica O espectro de RPE do complexo K2[IrCl6] em K2[PtCl6]. O desdobramento hiperfino observado no espectro, resulta do acoplamento dos momentos magnéticos de spin dos ligantes com os momentos magnéticos dos spins eletrônicos do metal; Num íon isolado, um elétron produziria espectros com apenas um pico de transição; Os picos indicam, que os elétrons do metal e dos ligantes estão no mesmo orbital, nos OM’s. Teoria do Campo Ligante (TCL) 146 A velha história do “galinho do tempo”: As soluções dos complexos, [Co(H2O)6] 2+ e [Co(Cl)4] 2+ são coloridas. Uma é rosa, a outra é azul. Considerando a série espectroquímica e as magnitudes relativas de ΔT e Δo correlacione a cor de com cada um dos complexos. Teoria do Campo Ligante (TCL) 147 148 149 150
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