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Morfofuncional | UC XXII | SP3 Hiperaldosteronismo → Glândulas suprarrenais - São retroperitoneais, localizadas acima do rim - Tem a parte medular (central) e a parte cortical - Na medula temos a secreção de epinefrina e norepinefrina; no córtex temos a 3 zonas, sendo nessa aula a que mais nos interessa a glomerulosa (que é onde é secretada aldosterona), fasciculadas onde são secretados glicocorticóides e a zona reticular onde tenho secreção de androgênios) A adrenal é revestida por uma cápsula adiposa Temos enzimas de restrição que vão determinar quais são os produtos específicos produzidos em determinada área → Histologia 1. Zona glomerulosa 2. Zona fasciculada 3. Zona reticulada Seta curta: cápsula 1. Zona glomerulosa 2. Zona fasciculada 3. Zona reticulada B. Medular Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 1 Morfofuncional | UC XXII | SP3 → Características das células Zona glomerulosa → onde a aldosterona é produzida Células piramidais densamente acondicionadas e dispostas em aglomerados esféricos e colunas arqueadas. A camada glomerulosa fica logo abaixo da cápsula Zona fasciculada É amais larga das três zonas e consiste em células poliédricas dispostas em longos cordões retilíneos. Cortisol é proveniente dessa zona Zona reticulada Células poliédricas dispostas mais aglomeradas, em cordões irregulares que se ramificam. Secreção de androgênios → Ação e secreção da aldosterona - Zona glomerulosa → secreta aldosterona → que está envolvida na regulação do sódio e água e na homeostase do potássio Hipercalemia e angiotensina 2 são estímulos para a produção de aldosterona Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 2 Morfofuncional | UC XXII | SP3 Relembrando: - Basicamente tenho uma diminuição do volume plasmático, o que diminui a pressão na arteríola aferente renal e isso é um estímulo para a liberação de renina pelos rins; - A partir disso, tenho estimulação do angiotensinogênio - Nos vasos sanguíneos pulmonares, no endotélio vascular, temos a ECA, que converte angiotensina 1 em angiotensina 2, que é a que nos interessa. - Angiotensina 2 que é responsável por estimular as células da zona glomerulosa a liberaram a aldosterona - Sozinha a angiotensina 2 aumenta vasoconstrição e isso vai causar aumento da PA - Aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e água e consequentemente espolia potássio - Aumenta volume → logo aumenta PA - Isso aconteceria em uma situação fisiológica de hipotensão - Outros estímulos para liberação de renina a nível renal seria baixo sódio a nível de túbulo distal e também ativação do SNC simpático - Receptor renal de mineralocorticóides, reabsorve sódio; a espironolactona (antagonista de aldosterona) atua nesses receptores presente no túbulo distal competido com a aldosterona - Os distúrbios do córtex suprarrenal refletem, em sua maioria, superprodução ou subprodução dos produtos de uma única zona de biossíntese – cortisol, aldosterona, ou testosterona ou estrogênio ◘ HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO - Problema está na supra renal - Característica → aldosterona alta e renina baixa (não estou tendo um estímulo que justifique a baixa de renina, tem algo que faz eu produzir mais aldosterona); - Tenho muita aldosterona, então reabsorvo muito sódio e espolio muito potássio → logo o paciente tem uma hipocalemia → A prevalência do hiperaldosteronismo primário entre pacientes com hipertensão é incerta; entretanto, em geral, é estimada de 5 a 20% entre os hipertensos. - Diagnosticado quando existe um aumento da razão (>20) da atividade entre a aldosterona e a renina plasmática pela manhã (+ testes confirmatórios). - É um teste de triagem, vejo a relação aumentada Causas e consequências - HIPERALDO IDIOPÁTICO (60% dos casos) → primeira causa mais comum; está acontecendo uma hiperplasia nodular bilateral, acomete indivíduos mais velhos; o aumento das células na zona glomerulosa faz com que tenho um aumento da produção de aldosterona - ADENOMA → 2ª causa mais comum, acomete mais mulheres 30-40 anos, tumores benignos → Síndrome de Conn- adenoma de suprarrenal - GLICOCORTICOIDE SUPRESSÍVEL → rara, rearranjo no cromossomo 8 → ACTH leva a produção da aldosterona sintetase, logo tem mais produção de aldosterona; tratamento precisa ser feito com dexa Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 3 Morfofuncional | UC XXII | SP3 No final, independente da causa, vou ter mais aldosterona, absorvo mais sódio e água, aumenta volemia → hipertensão; Além disso, tenho hipocalemia → Morfologia Relembrar nas imagens anteriores do resumo, a morfologia normal da adrenal, para compreender melhor as alterações citadas a seguir • Hiperaldosteronismo idiopático - Hiperplasia da zona glomerulosa • Adenoma - Adenoma secretor de aldosterona (aldosteronoma). - Tumor bem delimitado, benigno, < 2 cm e com coloração amarelo-ouro; + frequentes do lado esquerdo que no direito - Tumor amarelado por ter a contenção de lipídios dentro da célula - Vacúolo devido a retenção de lipídio; o pleomorfismo nuclear é bem leve mesmo, quase não perde a arquitetura significantemente - Paciente em uso de espironolactona pode fazer a formação desses corpos de espironolactona, que são inclusões nas células (seta preta na segunda imagem) Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 4 Morfofuncional | UC XXII | SP3 → Rastreio - Aldosterona plasmática: >15 ng/dL - Renina plasmática: suprimida (< 1 ng/mL/h) - ela está suprimida porque temmuita aldosterona - Relação AP/RP: elevada - depende da referência, mas de maneira geral > 30 Hipertensão essencial → é importante ser descartada Confirmatório: teste de supressão da aldosterona Infusão 2L de soro fisiológico 0,9%/4 h (500 mL/h) → Aldosterona >10 ng/dL no final da infusão confirma o diagnóstico e valores abaixo de 5 ng/dL excluem o diagnóstico (eu espero que ela caia, porque aumentei a volemia; se eu excluir esse paciente para hipertensão essencial, aí penso em hiperaldo → Curso clínico - Hipertensão - Longo prazo: complicações cardiovasculares, AVC, infarto. - Hipocalemia: fraqueza, parestesias, distúrbios visuais e, ocasionalmente, tetania. ◘ HIPERALDOSTERONISMO SECUNDÁRIO - Causado por outras causas que não começam na supra renal - Característica → aldosterona alta, renina alta (nesse caso é a renina aumentada que vai aumentar a aldosterona) CAUSAS: - Perfusão renal diminuída (nefrosclerose arteriolar, estenose da artéria renal); - Hipovolemia e edemas arteriais (ICC, cirrose, síndrome nefrótica); - Gravidez (estrogênio → aumenta renina). - Uso de diuréticos; - Tumores secretores de renina. Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 5 Morfofuncional | UC XXII | SP3 Caso clínico Um homem negro de 39 anos de idade se apresenta no ambulatório de Endocrinologia com queixa de fraqueza muscular progressiva iniciada 8 anos antes, com episódios recorrentes de paralisia de algumas partes do corpo, notadamente das mãos. Seis anos antes fora hospitalizado em decorrência de paralisia muscular difusa, tendo sido identificadas, na época, hipocalemia grave (potássio = 1,5 mEq/L) e rabdomiólise associada. Relata ser portador de hipertensão arterial de difícil controle desde os 22 anos de idade, em tratamento irregular. Atualmente está em uso de hidralazina (75 mg, três vezes ao dia), clonidina (0,2 mg, três vezes ao dia), diltiazem (60 mg, três vezes ao dia) e cloreto de potássio (Slow K®), na dose de 1.200 mg, três vezes ao dia. Ao exame físico: PA = 150 × 100 mmHg; IMC = 26,2 kg/m² mEq/L; sem outros achados dignos de nota. Exames laboratoriais: Glicemia = 106 mg/dL; HbA1c = 5,7% (VR: até 5,4); Potássio = 3,3 mEq/L (VR: 3,5-5,1); Sódio = 149 mEq/L (VR: 135-145) Creatinina = 1,4 mg/dL; Aldosterona plasmática (em repouso) = 101 ng/mL (VR: 2-16); Atividade plasmática de renina (APR): 0,2 ng/mL/h (VR: 0,4-0,7); Relação aldosterona/APR (RAR) = 505 A tomografia computadorizada (TC) de abdome sem contraste revelou nódulo com baixa atenuação na asa medial da adrenal direita com 2,3 cm. O paciente foi preparado com doses progressivas de espironolactona até 200 mg/ diae, posteriormente, submetido à adrenalectomia direita videolaparoscópica. Este procedimento propiciou completa normalização dos níveis de potássio e aldosterona, além de redução da PA e menor necessidade de agentes anti-hipertensivos durante o seguimento. a) Qual o provável diagnóstico? Explique. Hiperaldosteronismo primário b) Qual a etiologia? Adenoma; síndrome de Conn c) O que os resultados de sódio e potássio indicam? Maior reabsorção de sódio e espoliação de potássio d) Este caso requer a realização do teste de supressão da aldosterona? Explique. Relação está alta, TC está mostrando um nódulo, mas ainda não removi o nódulo, então antes de eu partir para o procedimento é interessante eu confirmar o hiperaldo primário; porque os 3 testes citados no caso são testes de rastreio e não diagnósticos e) Descreva as prováveis alterações morfológicas macroscópicas e microscópicas que seriam encontradas neste caso. Nesse caso de hiperaldo espera-se encontrar: tumor bem delimitado, pequeno, coloração amarelo-ouro, com células levemente pleomórficas, com possibilidade de ter binucleação, mitoses, vacuolização, corpos de espironolactona f) Por que foi utilizada espironolactona (mecanismo de ação)? Espironolactona é um poupador de potássio, nos túbulos distais, nos receptores de sódio-potássio; espironolactona compete pelo receptor de potássio com a aldosterona, para eu não perder mais potássio na urina Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 6
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