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Gabarito - Direito Processual Penal - Temas 02 e 03

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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Turma: CPII A 22022
Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Sessão: 02 - Dia 03/10/2022 - 08:00 às 09:50
Professor: ANTONIO JOSE CAMPOS MOREIRA
02 Tema: Questões e Processos incidentes (continuação): Exceção de incompetência. Exceção de 
litispendência. Exceção de ilegitimidade de parte. Exceção de coisa julgada e a incidência da 
teoria da substanciação. Dos reflexos do crime continuado e do concurso formal. Conflito de 
Jurisdição e de Competência. Espécies. Procedimento.
1ª QUESTÃO:
FÉLIX foi denunciado, processado e julgado pela morte de NINHO, tendo a respectiva decisão 
transitado em julgado. Posteriormente, foi descoberto que o mesmo tiro que matou NINHO causou, 
por acidente, a morte de um transeunte, TUFÃO, que também restou atingido pelo projétil, sendo, até 
então, desconhecido o autor desse disparo.
Com base na situação hipotética acima descrita, esclareça se poderia o segundo resultado, descoberto 
apenas em momento posterior ao julgamento do primeiro, ser objeto de novo processo. Resposta
devidamente fundamentada.
03/10/2022 - Página 1 de 16DIREITO PROCESSUAL PENAL - CP08 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RESPOSTA:
No caso em comento, apenas será possível o ajuizamento de ação penal contra FÉLIX pelo resultado 
que vitimou TUFÃO se, quanto a NINHO, tiver sido condenatória a sentença. Agora, se foi FÉLIX 
absolvido pelo tiro que desferiu contra NINHO, neste caso será inviável nova ação penal imputando-
se a mesma ação, ainda que com resultado diverso.
No que diz respeito à amplitude da coisa julgada material na hipótese de concurso formal de crimes 
(próprio ou impróprio), tem-se compreendido que o instituto apenas poderá ser invocado como 
matéria de defesa na hipótese em que a sentença proferida em relação ao crime decidido tenha sido 
absolutória. Contudo, se houve, em relação àquele delito, veredicto condenatório, nada obsta a 
propositura de ação penal em relação ao crime remanescente.
“Como destaca a doutrina, outros reflexos dos limites objetivos da coisa julgada podem ser 
encontrados, por exemplo, nos casos de crime continuado, concurso formal, crimes permanentes e 
habituais:
...
2) Concurso formal de delitos: supondo que determinado acusado tenha praticado dois crimes em 
concurso formal - homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor -, é de 
se esperar que ambos os delitos sejam processados e julgados em um único processo, haja vista a 
presença de continência (CPP, art. 77, II). Não obstante, se, num primeiro momento, for imputada ao 
acusado apenas o cometimento do crime de lesão corporal culposa, eventual absolvição quanto a essa 
imputação não faz coisa julgada em relação ao crime de homicídio culposo. No entanto, como o 
concurso formal envolve o cometimento de dois ou mais crimes por meio de uma única ação ou 
omissão (CP, art. 70), se o acusado for absolvido quanto à lesão corporal, reconhecendo o juiz 
categoricamente estar comprovada a inexistência do fato (CPP, art. 386, I) ou que o acusado não 
concorreu para a infração penal (CPP, art. 386, IV), é de se concluir que essa absolvição também fará 
coisa julgada em relação ao crime de homicídio culposo. Afinal, se ambos os crimes foram cometidos 
mediante uma única ação - concurso formal -, se o juiz reconheceu peremptoriamente a inexistência 
do fato ou a negativa de autoria/participação, esta decisão também fará coisa julgada quanto ao crime 
de homicídio culposo.”
(LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 4 ed. rev., ampl. e atual. Bahia:
Editora JusPodivm, 2016, pág. 1.101-1.102).
“Mudando de enfoque, quando estivermos diante de concurso formal, material ou crime continuado, a 
situação deve ser analisada à luz das regras de conexão ou continência, conforme o caso, para reunião 
e julgamento simultâneo. Contudo, quando os pressupostos tramitarem em paralelo ou de forma 
sucessiva, a soma (concurso material) ou unificação das penas (concurso formal ou crime continuado) 
deverá ocorrer na fase de execução penal (art. 82). Recordemos que tanto o concurso formal como o 
crime continuado são unidades delitivas por ficção normativa, o
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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
u seja, são um delito por ficção do direito penal, pois são diferentes situações fáticas.
Assim, se Mané, mediante uma única ação, praticar dois ou mais crimes, nos termos do art. 70 do 
Código Penal, haverá continência (art. 77, II, do CPP), implicando julgamento simultâneo. Contudo, 
se por equívoco ou ausência de provas for ele acusado por apenas um dos crimes e, após a sentença 
(tanto faz condenatória ou absolutória), forem descobertos os demais, em relação a eles poderá o réu 
ser novamente processado, pois não há identidade de fatos naturais para a constituição da coisa 
julgada. Se condenado, a unificação das penas ocorrerá na fase de execução penal, nos termos do art. 
82 do CPP.
Da mesma forma será o tratamento caso o réu seja processado por apenas um dos crimes e, 
posteriormente, vierem a ser descobertos outros, praticados em continuidade delitiva ou concurso 
material. Como são fatos diversos, nada impedirá o nascimento de novo processo, pois não há coisa 
julgada em relação a eles.
Não se desconhece a importância de uma análise específica para cada caso, até porque, tanto no crime 
continuado como no concurso formal, dependendo do fundamento da sentença absolutória e do 
contexto probatório, um novo processo por fato não incluído na acusação anterior pode ser 
completamente desnecessário. Contudo, isso será objeto de discussão noutra dimensão, como falta de 
justa causa ou mesmo ausência de suficiente fumus comissi delicti. Não se trata propriamente de coisa 
julgada, pois o fato natural é diverso.”
(LOPES JR, Aury. Direito Processual Penal. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. pág. 531-532).
2ª QUESTÃO:
JUANES foi condenado à pena de 7 (sete) anos de reclusão, em regime inicial fechado, além de 
multa, pela prática de associação para o tráfico transnacional (art. 35, caput, c/c art. 40, I, ambos da 
Lei 11.343/2006).
Inconformada, a defesa de JUANES interpôs recurso de apelação no qual sustentou a ocorrência de 
bis in idem processual, sob o argumento de que o réu também foi denunciado pelos mesmos fatos no 
Uruguai, motivo pelo qual não pode ser penalizado duas vezes.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região desproveu o recurso, já que não configurada a hipótese de 
litispendência no caso em comento.
Com base na situação hipotética acima descrita, esclareça, fundamentadamente, se o Tribunal agiu 
corretamente.
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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RESPOSTA:
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO PARA O 
TRÁFICO TRANSNACIONAL DE DROGAS. LITISPENDÊNCIA. FATOS APURADOS EM
DISTINTOS ESTADOS SOBERANOS. BIS IN IDEM. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO 
REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. A litispendência guarda relação com a ideia de que ninguém pode ser processado quando está
pendente de julgamento um litígio com as mesmas partes (eadem personae), sobre os mesmos
fatos (eadem res), e com a mesma pretensão (eadem petendi), que é expressa por antiga máxima
latina, o ne bis in idem.
2. Pela análise de normativa internacionais incorporada e vigentes no ordenamento jurídico
brasileiro, constata-se a regra de que é a sentença definitiva oriunda de distintos Estados
soberanos - e não a existência de litígio pendente de julgamento - que pode obstar a formação, a
continuação ou a sobrevivência da relação jurídica processual que configuraria a litispendência.
3. Não há elementos suficientes nos autos para se afirmar, com certeza, que a investigação realizada 
no Uruguai envolveu exatamente as mesmas condutas. Ademais, caso se reconheça, na jurisdição 
ordinária, que o recorrente hajarespondido, no Uruguai, pelos mesmos fatos delituosos a que veio a 
ser condenado no Brasil, dúvidas não há de que incidirá o art. 8º do Código Penal: "A pena cumprida 
no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é 
computada, quando idênticas". Tal dispositivo, embora não cuide propriamente da proibição de dupla 
punição e persecução penais, dispõe sobre o modo como deve ser resolvida a situação de quem é 
punido por distintos Estados soberanos pela prática do mesmo delito.
4. Não se afigura possível, na via estreita do habeas corpus, avaliar a extensão das investigações 
realizadas numa e noutra ação
penal, bem como os fatos delituosos objeto de um e 
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deoutro processo, para se concluir, com precisão, se há ou não bis in idem
ou litispendência.
5. A questão da litispendência há de ser enfrentada e dirimida nas instâncias ordinárias, onde o maior 
âmbito da cognição - horizontal e vertical - permitirá a aferição da efetiva ocorrência do alegado 
pressuposto negativo da validade da relação processual.
6. Agravo regimental não provido.”
grifei
(STJ. Sexta Turma. AgRg no RHC 106.983/SP. Relator Ministro Rogério Schietti Cruz.
Julgamento em 28/04/2020).
“RECURSO EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO TRANSNACIONAL DE 
DROGAS. LITISPENDÊNCIA. FATOS APURADOS EM DISTINTOS ESTADOS SOBERANOS.
BIS IN IDEM. NÃO OCORRÊNCIA. RECURSO NÃO PROVIDO.
1. A litispendência guarda relação com a ideia de que ninguém pode ser processado quando está pendente 
de julgamento um litígio com as mesmas partes (eadem personae), sobre os mesmos fatos (eadem res), e 
com a mesma pretensão (eadem petendi), que é expressa por antiga máxima latina, o ne bis in idem.
2. Pela análise de normativa internacionais incorporada e vigentes no ordenamento jurídico
brasileiro, constata-se a regra de que é a sentença definitiva oriunda de distintos Estados soberanos
- e não a existência de litígio pendente de julgamento - que pode obstar a formação, a continuação
ou a sobrevivência da relação jurídica processual que configuraria a litispendência.
3. Não há elementos suficientes nos autos para se afirmar, com certeza, que a investigação realizada no 
Uruguai envolveu exatamente as mesmas condutas. Ademais, caso se reconheça, na jurisdição ordinária, 
que o recorrente haja respondido, no Uruguai, pelos mesmos fatos delituosos a que veio a ser condenado 
no Brasil, dúvidas não há de que incidirá o art. 8º do Código Penal: "A pena cumprida no estrangeiro 
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando 
idênticas". Tal dispositivo, embora não cuide propriamente da proibição de dupla punição e persecução 
penais, dispõe sobre o modo como deve ser resolvida a situação de quem é punido por distintos Estados 
soberanos pela prática do mesmo delito.
4. Não se afigura possível, na via estreita do habeas corpus, avaliar a extensão 
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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
das iinvestigações realizadas numa e noutra ação penal, bem como os fatos delituosos objeto de um e 
de outro processo, para se concluir, com precisão, se há ou não bis in idem ou litispendência.
5. A questão da litispendência há de ser enfrentada e dirimida nas instâncias ordinárias, onde o maior 
âmbito da cognição - horizontal e vertical - permitirá a aferição da efetiva ocorrência do alegado 
pressuposto negativo da validade da relação processual.
6. Recurso em habeas corpus não provido.”
grifei
(STJ. Sexta Turma. RHC 104.123/SP. Relator Ministro Rogério Schietti Cruz. Julgamento em
17/09/2019).
Trecho do acórdão acima mencionado:
“Nesse contexto, pela análise de normativa internacionais incorporada e vigentes no ordenamento 
jurídico brasileiro, constato a regra de que é a sentença definitiva oriunda de distintos Estados 
soberanos - e não a existência de litígio pendente de julgamento - que pode obstar a formação, a 
continuação ou a sobrevivência da relação jurídica processual que configuraria a litispendência.
(...)
Prevalece a regra, portanto, de que a pendência de julgamento de litígio no exterior não impede o 
processamento de demanda no Brasil, até mesmo porque, como é cediço, no curso da ação penal pode 
ocorrer tanto a alteração da capitulação (emendatio libeli) como, também, da imputação penal 
(mutatio libeli), o que, por si só, é suficiente para exigir maior cautela na extinção prematura de 
demandas criminais em Estados soberanos distintos. Seria temerário, pois, também sob esse aspecto, 
aniquilar o cumprimeto da pena no território brasileiro.”
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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Turma: CPII A 22022
Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Sessão: 03 - Dia 03/10/2022 - 10:10 às 12:00
Professor: ANTONIO JOSE CAMPOS MOREIRA
03 Tema: Questões prejudiciais. Processos incidentes (continuação): Do incidente de falsidade. 
Natureza jurídica. Do falso material e do falso ideológico. Procedimento. Efeitos. Da insanidade 
mental do acusado. Natureza. Efeitos.
1ª QUESTÃO:
O Ministério Público denunciou TIÃO BEZERRA, que tinha 36 anos de idade à época dos fatos, 
pela suposta prática da infração contida no art. 213, caput, c/c art. 61, II, ‘f‘, todos do Código Penal.
A denúncia foi recebida. Citado pessoalmente, o acusado apresentou, por intermédio de procurador 
constituído, resposta à acusação.
No decorrer da instrução, procedeu-se à oitiva da vítima que afirmou que TIÃO BEZERRA, na data 
do ocorrido, apresentava-se desorientado, perturbado e com um comportamento suicida. Além disso, 
foram colhidos os depoimentos de três testemunhas de acusação, duas de defesa e ao interrogatório do 
réu. Ao final, as partes apresentaram memoriais escritos.
Em seguida, sobreveio sentença que julgou procedente a pretensão punitiva contida na acusação e 
condenou o réu TIÃO BEZERRA como incurso nas sanções do artigo 213, caput, combinado com 
os artigos 61, II, "f" e art. 26, parágrafo único, ambos do Código Penal, impondo-lhe a pena carcerária 
definitiva de 07 (sete) anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicial semiaberto, tendo em vista 
que a prova oral coligida autoriza o reconhecimento da minorante prevista no art. 26, parágrafo único, 
do CPB, posto que as condições psíquicas e psicológicas apresentadas pelo réu à ocasião do fato 
evidenciam que ele agiu durante um episódio de perturbação de sua saúde mental, em razão do que, 
ainda que compreendesse a ilicitude de sua conduta, não era plena e inteiramente capaz de se 
determinar de acordo com esse entendimento. 
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação, no qual ressaltou a ilegalidade da 
decisão que reconheceu a incidência do redutor previsto no art. 26, parágrafo único, do Código Penal, 
bem como a negativa de vigência do art. 149 do Código de Processo Penal, pois o reconhecimento da 
causa especial de redução da pena descrita no referido dispositivo, por estar atrelada a condição 
biológica, depende de laudo médico que comprove a doença mental ou o desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, ou de laudo psicológico a atestar que, ao tempo do fato, o autor não era 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento.
Com base na situação hipotética acima descrita, esclareça, fundamentadamente, se o recurso 
ministerial deve ser provido.
03/10/2022 - Página 7 de 16DIREITO PROCESSUAL PENAL - CP08 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RESPOSTA:
"RECURSO ESPECIAL. ESTUPRO. CONTRARIEDADE AO ART. 26 DO CP E NEGATIVA
DE VIGÊNCIA DO ART. 149 DO CPP. ACÓRDÃO IMPUGNADO QUE RECONHECEU A
CONDIÇÃO DE SEMI-IMPUTÁVEL DO RECORRIDO (ART. 26, PARÁGRAFOÚNICO,
DO CP), SEM EXAME MÉDICO-LEGAL. ILEGALIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DO
EXAME PERICIAL.
1. O art. 149 do CPP não contempla hipótese de prova legal ou tarifada, mas a interpretação
sistemática das normais processuais penais que regem a matéria indica que o reconhecimento da
inimputabilidade ou semi-imputabilidade do réu (art. 26, caput e parágrafo único do CP) depende da
prévia instauração de incidente de insanidade mental e do respectivo exame médico-legal nele
previsto, sendo possível, ao Juízo, discordar das conclusões do laudo, desde que por meio de decisão
devidamente fundamentada.
2. Recurso especial provido para cassar, em parte, o acórdão exarado no julgamento da Apelação 
Criminal n. 70073399487 - especificamente na parte que aplicou o redutor do art. 26, parágrafo único, 
do CP - a fim de que, verificada a dúvida acerca da sanidade mental do recorrido à época do crime, 
seja determinada a baixa dos autos ao Juízo de origem para realização de exame médico-legal nos 
termos do art. 149 do CPP."
grifei
(STJ. Sexta Turma. Resp 1.802.845/RS. Relator Ministro Sebastião Reis Júnior. Julgamento em
23/06/2020 - Informativo 675).
2ª QUESTÃO:
CONRAD GRAYSON foi denunciado pela suposta prática do delito de tráfico de entorpecentes.
Durante o trâmite processual, a defesa do acusado requereu a realização do exame de insanidade 
mental, o que restou indeferido pelo magistrado.
Inconformada, a defesa impetrou habeas corpus com pedido de anulação do processo-crime a que 
responde o paciente. Argumentou, para tanto, que a não instauração do incidente de insanidade 
mental do paciente implicou cerceamento de defesa, pois, em que pese a discricionariedade do 
magistrado para aferir a necessidade de realização do exame para formar sua convicção, é 
imprescindível para a solução da questão que se permita ao paciente demonstrar seu real estado 
psicológico.
Com base na situação hipotética acima narrada, responda:
a) Como Desembargador, esclareça se assiste razão à tese defensiva.
b) Elaborado o laudo sobre a sanidade mental do acusado, estaria o juiz vinculado a este?
03/10/2022 - Página 8 de 16DIREITO PROCESSUAL PENAL - CP08 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RESPOSTA:
a)
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TEMPESTIVIDADE DO 
RECURSO ESPECIAL. RECONSIDERAÇÃO. FURTO QUALIFICADO. INCIDENTE DE
INSANIDADE MENTAL. INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE DÚVIDA RAZOÁVEL.
CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO CONFIGURADO. DECISÃO RECONSIDERADA PARA 
CONHECER DO AGRAVO E NÃO CONHECER DO RECURSO ESPECIAL.
1. Esta Corte já se manifestou no sentido de que, em ações que tratam de matéria penal ou processual 
penal, a contagem dos prazos correrá em cartório e será contínua e peremptória, sem interrupção por 
férias, domingo ou feriado; também, de que não se computará no prazo o dia do começo, porém se 
incluirá o do vencimento (art. 798 do CPP).
2. No caso concreto, o recurso especial foi interposto dentro do prazo legal de 15 dias, motivo pelo 
qual dou provimento ao agravo regimental, para reconsiderar a decisão agravada e analisar o agravo 
em recurso especial.
3. A jurisprudência desta Corte Superior é firme em assinalar que, apenas quando evidenciada
dúvida razoável acerca da sanidade mental do acusado, se torna imperiosa a instauração do
respectivo incidente. Precedentes.
4. As instâncias ordinárias consignaram não haver sido demonstrados pela defesa indícios mínimos 
acerca da incapacidade da ré de entender o caráter ilícito da conduta supostamente praticada e, 
inexiste dúvida razoável apta a ensejar a instauração do referido incidente.
5. Para rever a conclusão das instâncias antecedentes seria necessária a dilação probatória, medida 
inviável em recurso especial. 6. Agravo regimental provido, para reconsiderar a decisão recorrida, 
com o fim de conhecer do agravo e não conhecer do recurso especial.”
grifei
(STJ. Sexta Turma. AgInt no AResp 1.142.435/SC. Relator Ministro Rogério Schietti Cruz.
Julgamento em 01/06/2021).
“AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. 
ESTELIONATO. ALEGADA OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO RETROATIVA. SUPRESSÃO 
DE INSTÂNCIA. INSTRUÇÃO DEFICIENTE. AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS ESSENCIAIS À 
ANÁLISE DA CONTROVÉRSIA. INSTAURAÇÃO DE INCIDENTE DE INSANIDADE
MENTAL. PRECLUSÃO. PRECEDENTE. DOSIMETRIA. SEGUNDA FASE. INCIDÊNCIA DA 
SÚMULA N.º 231 DO STJ. AGRAVO DESPROVIDO.
1. A matéria relativa à suposta ocorrência da prescrição não foi apreciada pelo Tribunal de origem, até 
porque não foi suscitada
originariamente, razão pela qual não se mostra cabível a análise da matéria por esta Corte, sob pena 
de indevida supressão 
03/10/2022 - Página 9 de 16DIREITO PROCESSUAL PENAL - CP08 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
deinstância, nos termos do art. 105, inciso II, alínea a, da Constituição da República.
2. Ademais, não é possível apreciar a viabilidade do pleito deduzido, diante da instrução deficitária do 
writ, pois, além de não constar documento comprobatório da idade da Acusada, que justificaria a redução 
do prazo prescricional pela metade, nos termos do art. 115 do Código Penal, o Juízo de primeiro grau 
informou que, em virtude da não localização da Ré, foi determinada a sua citação por edital e decretada a 
suspensão do processo-crime e do curso do prazo prescricional, não havendo também, nos autos, 
comprovação do período em que o feito esteve suspenso.
3. Inexistindo dúvida razoável a respeito da sanidade mental da Agravante, não há nulidade no
indeferimento do pedido de instauração do incidente de insanidade mental formulado apenas nas
razões da apelação.
4. "A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo 
legal" (Súmula n.º 231 desta Corte).
5. Agravo regimental desprovido.”
grifei
(STJ. Sexta Turma. AgRg no HC 534.724/DF. Relatora Ministra Laurita Vaz. Julgamento em
19/05/2020).
“APELAÇÃO CRIMINAL - LATROCÍNIO - PRELIMINARES - INÉPCIA DA DENÚNCIA -
INOCORRÊNCIA - CERCEAMENTO DE DEFESA - INDEFERIMENTO DE INSTAURAÇÃO DE
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL - IMPROCEDÊNCIA - AUSÊNCIA DE DÚVIDA
ACERCA DA HIGIDEZ MENTAL DO AGENTE - REJEIÇÃO - PLEITO ABSOLUTÓRIO -
INVIABILIDADE - COAUTORIA DEMONSTRADA - DECLARAÇÕES DO CORRÉU -
DEPOIMENTOS DE TESTEMUNHAS - PENAS - ADEQUAÇÃO. 
- Não há que se cogitar da inépcia dadenúncia quando a inicial contém todos os elementos exigidos no 
art. 41 do CPP, descrevendo com clareza os fatos e permitindo o pleno exercício da defesa. 
- Nos termos do disposto no artigo 149 do Código de Processo Penal, o juiz determinará a
realização do exame de insanidade no acusado quando houver dúvida sobre a sua integridade
mental. Ausente essa dúvida,
03/10/2022 - Página 10 de 16DIREITO PROCESSUAL PENAL - CP08 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 
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diantedas evidências da higidez mental do réu, constatadas no curso da instrução, justifica-se o
indeferimento da prova.
- Diante de prova segura de autoria e materialidade do crime contra o patrimônio imputado aos réus, a 
manutenção da condenação é medida de rigor. 
-Se a ação penal não possui elementos legítimos para censurar as circunstâncias judiciais elencadas no 
artigo 59 do Código Penal, é inflexível o decote do juízo desfavorável.”
grifei
(TJMG. Sétima Câmara Criminal. Apelação Criminal n. 0044020-93.2018.8.13.0362. Relator
Des. Cássio Salomé. Julgamento em 04/09/2019).
“APELAÇÃO CRIME. TRÁFICO DE DROGAS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. 
CORRUPÇÃO DE MENORES. IRRESIGNAÇÃO DEFENSIVA. PRELIMINARES. VIOLAÇÃO 
DE DOMICÍLIO. INOCORRÊNCIA. Não há necessidade de mandado de busca e apreensão para 
ingresso na residência, tendo em vista que o delito de tráfico de drogas possui natureza permanente, 
no qual o estado de flagrância prolonga-se no tempo. Ademais, no caso dos autos, os policiais 
constataram, antes do ingresso na residência, fundadas razões que suficientemente demonstraram a 
necessidade de entrar no imóvel, e, segundo se podedepreender dos autos, não houve oposição à 
entrada dos policiais, não sendo forçado, portanto, o ingresso dos milicianos, inexistente a alegada 
violação de domicílio. NULIDADE CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE
EXAME DE DEPENDÊNCIA TOXICOLÓGICA. INOCORRÊNCIA. Para o deferimento da
instauração de incidente de insanidade mental ou de dependência química, como no caso dos
autos, deve haver fundada dúvida a respeito da higidezmental da acusada. Caso dos autos em
que o juízo entendeu, fundamentadamente, ser descabida a instauração de incidente de
dependência química, por não verificar a existência de elementos concretos a indicar possível
dependência de drogas da acusada. AFRONTA AO TEOR DOS ART. 400 DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL. PRELIMINAR DE NULIDADE. AFASTAMENTO. NULIDADE D
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A PROVATESTEMUNHAL. VALIDADE DOS DEPOIMENTOS DOS POLICIAIS. PRELIMINARES 
REJEITADAS. MÉRITO. MATERIALIDADE. AUTORIA. CARACTERIZAÇÃO. PALAVRA DOS 
POLICIAIS. PROVA VÁLIDA. INIDONEIDADE NÃO DEMONSTRADA. Comprovada a 
materialidade e a autoria dos réus nos delitos de tráfico de drogas e corrupção de menores, inviável a 
absolvição pretendida. Para afastar-se a presumida idoneidade dos policiais (ou ao menos suscitar 
dúvida), é preciso que se constatem importantes divergências em seus relatos, ou que esteja demonstrada 
alguma desavença com o réu, séria o bastante para torná-los suspeitos, pois seria incoerente presumir que 
referidos agentes, cuja função é justamente manter a ordem e o bem-estar social, teriam algum interesse 
em prejudicar inocentes. O tráfico de drogas é tipo múltiplo de conteúdo variado, havendo diversos 
verbos nucleares que o caracterizam; portanto, o flagrante do ato da venda é dispensável para sua 
configuração, quando restar evidente que a destinação dos entorpecentes é a comercialização como no 
caso restou comprovado. PEDIDO DE DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DO ART. 28 DA LEI 
Nº 11.343/06. INVIABILIDADE. Não pode ser acolhido o pedido de desclassificação do delito de tráfico 
para aquele previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/06, formulado pela defesa, porque a prova dos autos 
demonstra que o réu praticava o tráfico de drogas e não era mero usuário. VIOLAÇÃO AO ART. 155 DO 
CPP. INOCORRÊNCIA. O art. 155 do CPP proíbe a utilização exclusiva da prova indiciária não sendo 
este o caso, onde os indícios colhidos na fase inquisitorial são considerados no contexto, em cotejo com a 
prova produzida sob o crivo do contraditório. Violação inexistente. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. 
AUSÊNCIA DE PROVAS. ABSOLVIÇÃO DECRETADA. Para configurar o delito do artigo 35, caput, 
da Lei nº 11.343/06, necessário que o acordo de vontades estabeleça um vínculo entre os participantes e 
seja capaz de criar uma entidade criminosa que se projete no tempo e que demonstre certa estabilidade em 
termos de organização e de permanência temporal. Caso dos autos em que os réus praticaram em 
conjunto o tráfico de drogas, mas não há nos autos prova de vínculo associativo permanente entre eles, 
devendo ser decretada a absolvição dos apelantes da prática do delito de associação ao tráfico. 
MINORANTE. ART. 33, § 4º, DA LEI DE DROGAS. INAPLICABILIDADE. AUSÊNCIA DOS 
REQUISITOS. A privilegiadora do tráfico de drogas é uma benesse e, portanto,exceção à regra; destarte, 
não deve ser objetiva e indiscriminadamente aplicada, mas reservada a casos excepcionais em que a pena 
mínima do tráfico (que, por si só, é um crime grave e usualmente merece a mais severa repressão) se 
mostre desproporcional. Faz-se, então, necessária a análise do caso concreto para garantir que a 
minorante seja reservada não apenas a réus primários, mas a traficantes realmente eventuais, que não 
fazem do tráfico sua profissão. Caso concreto em que os acusados não demonstraram exercer qualquer 
atividade lícita, sendo flagrados comercializando droga, em concurso de agentes, com indivíduo menor de 
idade, e R.S.S. ainda responde a outra ação penal por roubo, além do presente feito. Deve-se considerar, 
ainda, a quantidade de drogas 
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apreendidas com os acusados. Tais circunstâncias indicam o envolvimento dos réus em atividade 
criminosa. Inviável, pois, falar-se em tráfico eventual e ausência de dedicação à atividade ilícita. 
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Não há falar em substituição da pena 
privativa de liberdade, pois ausentes os requisitos previstos no art. 44 do CP. APELO PARCIALMENTE 
PROVIDO. UNÂNIME.”
grifei
(TJRS. Segunda Câmara Criminal. Apelação Crime n. 70080772148. Relator Des. Luiz Mello
Guimarães. Julgado em 25/04/2019).
“AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. SENTENÇA. ESTUPRO DE VULNERÁVEL 
(ART. 217-A DO CP), COM A CAUSA DE AUMENTO DE PENA POR SER O AGRAVANTE TIO 
DA VÍTIMA (ART. 226, II, DO CP). SENTENÇA. INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL.
PRELIMINAR ARGUIDA EM ALEGAÇÕES FINAIS. INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO
DE DEFESA NÃO CONFIGURADO. DECISÃO FUNDAMENTADA. NÃO
OBRIGATORIEDADE. INEXISTÊNCIA DE DÚVIDA RAZOÁVEL QUANTO À SANIDADE
MENTAL. VIA ELEITA INADEQUADA PARA AFERIR A NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DA 
MEDIDA. PRECEDENTES. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. AUSÊNCIA.
1. Deve ser mantida a decisão monocrática que indeferiu liminarmente o presente writ, uma vez que
para ajurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, a instauração de exame de sanidade
mental está afeta à discricionariedade do magistrado, devendo existir dúvida razoável acerca da
higidez mental do réu.
2. Chegar a uma conclusão diversa das instâncias ordinárias, que concluíram pela ausência de indícios de 
insanidade e, portanto, pelo indeferimento da perícia, não é possível, uma vez que demandaria 
revolvimento do acervo fático probatório, inviável na via estreita do habeas corpus.
3. Agravo regimental improvido.”
grifei
(STJ. Sexta Turma. AgRg no HC 439.395/SC. Relator Ministro Sebastião Reis Júnior. Julgamento
em 19/02/2019).
“RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. INCIDENTE DE
INSANIDADE MENTAL E EXAME TOXICOLÓGICO. INDEFERIMENTO. NULIDADE. NÃO
OCORRÊNCIA. MODIFICAÇÃO DAS CONCLUSÕES DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 
IMPOSSIBILIDADE. 
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REEXAMEFÁTICO-PROBATÓRIO. RECURSO ORDINÁRIO DESPROVIDO.
1. A realização do exame de insanidade mental não é automática ou obrigatória, devendo existir
dúvida razoável acerca da higidez mental do acusado para o seu deferimento. Precedentes.
2. A alegação de dependência química de substâncias entorpecentes do paciente não implica 
obrigatoriedade de realização do exame toxicológico, ficando a análise de sua necessidade dentro do
âmbito de discricionariedade motivada doMagistrado.
3. No caso, as instâncias ordinárias foram categóricas em afirmar que não existia nos autos dúvida quanto 
à higidez mental do recorrente e que este tinha consciência, entendia o caráter ilícito de suas ações e 
dirigiu o seu comportamento de acordo com esse entendimento, sendo, pois, inviável a modificação de 
tais conclusões na via do recurso ordinário, por demandar o revolvimento do material fático-probatório.
4. Recurso Ordinário em Habeas Corpus desprovido.”
grifei
(STJ. Quinta Turma. RHC 88.626/DF. Relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca. Julgamento
em07/11/2017).
“HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO A RECURSO PRÓPRIO. NÃO 
CABIMENTO. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATOS INFRACIONAIS 
ANÁLOGOS AOS DELITOS ELENCADOS NOS ARTS. 121, § 2º, II, III, IV E V, 159, 211 E 213, 
TODOS DO CÓDIGO PENAL. INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL. INDEFERIMENTO.
CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. MODIFICAÇÃO DAS 
CONCLUSÕES DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. IMPOSSIBILIDADE. REEXAME FÁTICO-
PROBATÓRIO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO.HABEAS CORPUS NÃO 
CONHECIDO.
- O Supremo Tribunal Federal, por sua Primeira Turma, e a Terceira Seção deste Superior Tribunal de 
Justiça,diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus, passaram a restringir a sua 
admissibilidade quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via recursal própria, sem olvidar a 
possibilidade de concessão da ordem, de ofício, nos casos de flagrante ilegalidade.
- Nos termos do art. 149 do CPP, depreende-se que a implementação do exame de insanidade
mental não é automática ou obrigatória, dependendo da existência
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dedúvida plausível acerca da higidez mental do acusado. Precedentes.
- Na espécie, as instâncias ordinárias foram categóricas em afirmar que o exame de insanidade mental não 
se justificava por não haver dúvidas razoáveis quanto à insanidade do paciente, pois, embora as 
avaliações tenham recomendado acompanhamento psiquiátrico, em nenhum momento restou consignado 
que o motivo seria o fato de o adolescente não compreender a ilicitude de seus atos, mas, sim, diante da 
circunstância de o representado tentar esquivar-se da responsabilidade, mentindo, alterando suas versões e 
buscando culpabilizar terceiros pelos fatos.
- Com efeito, se o Juízo de origem, em contato direto com o paciente e com as evidências reunidas no 
curso do feito, entendeu não ser o caso de realizar exame de insanidade mental, por não haver dúvidas 
quanto à sanidade mental do paciente, não cabe a este Superior Tribunal de Justiça fazê-lo, uma vez que a 
providência demandaria a apreciação de matéria fático-probatória, o que é incabível na via eleita. 
Precedentes.
- Habeas corpus não conhecido.”
grifei
(STJ. Quinta Turma. HC 394.810/SC. Relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca. Julgamento
em 27/06/2017).
“PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. ART. 28 DA LEI DE DROGAS. 
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL. INDEFERIMENTO. NULIDADE. MATÉRIA 
EXAMINADA PELA TURMA RECURSAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ALEGADA 
OMISSÃO.NÃO OCORRÊNCIA. REDISCUSSÃO. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO NÃO 
PROVIDO.
1. Sem embargo acerca do amplo direito à produção das provas necessárias a dar embasamento às teses 
defensivas, ao magistrado, mesmo no curso do processo penal, é facultado o indeferimento, de forma 
motivada, das diligências protelatórias, irrelevantes ou impertinentes. Cabe, outrossim, à parte requerente 
demonstrar a real imprescindibilidade na produção da prova requerida.
2. Hipótese em que a matéria posta em discussão no apelo defensivo foi devidamente examinada pela 
Turma Recursal, que afastou o alegado cerceamento de defesa, diante da desnecessidade de instauração 
de incidente de insanidade mental.
3. A implementação do incidente deinsanidade não é automática ou obrigatória, dependendo da
existência de dúvida plausível acerca da higidez mental do acusado. Exegese doart. 149do CPP.
4. A teor do disposto no art. 619 do Código de Processo Penal, os embargos de declaração, como recurso 
de correção, destinam-se a suprir omissão, contradição e ambiguidade ou obscuridade existente no 
julgado. Não se prestam, portanto, para sua revisão no caso de mero inconformismo da parte.
5. Recurso em habeas corpus 
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nãoprovido.”
grifei
(STJ. Quinta Turma. RHC 42.254/MG. Relator Ministro Ribeiro Dantas. Julgamento em
06/06/2017).
b)
"10) Por fim, convém lembrar que, não obstante o caráter técnico do exame de insanidade mental, o 
juiz, assim como os jurados, não estão vinculados à conclusão pericial, podendo aceitá-la ou rejeitá-
la, no todo ou em parte, nos termos do art. 182 do CPP."
(LIMA, Renato Brasileiro de. Curso de ProcessoPenal. Volume único. Rio de Janeiro: Impetus,
2013, pág. 1.163).
“Em princípio, aplica-se ao laudo que resulta do incidente de insanidade mental a regra geral das 
perícias, prevista no art. 182 do CPP, segundo a qual o juiz não fica vinculado aos laudos periciais, 
podendo aceitá-los ou rejeitá-los, no todo ou em parte. O que é uma decorrência da máxima de que o 
juiz é o peritus peritorum. Todavia, em virtude da elevada especialização técnica da questão de 
definir ou não a ocorrência de insanidade mental no momento da prática da infração penal, será muito 
difícil que o juiz, sem qualquer outro elemento técnico, possa divergir do laudo pericial.”
(BADARÓ, Gustavo. Processo Penal. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014, pág. 246).
“ROUBO QUALIFICADO E CORRUPÇÃO DE MENORES ABSOLVIÇÃO INSUFICIÊNCIA 
PROBATÓRIA INOCORRÊNCIA -DECLARAÇÕES DAS VÍTIMAS CORROBORADAS PELOS 
DEMAIS ELEMENTOS ACOSTADOS AOS AUTOS CONDENAÇÃO MANTIDA RECURSO 
IMPROVIDO. ROUBO QUALIFICADO E CORRUPÇÃO DE MENORES SEMI-
IMPUTABILIDADE - ARTIGO 26 DO CP - RECONHECIMENTO - INADMISSIBILIDADE 
DEPENDÊNCIA À SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE ATESTADA PERICIALMENTE - LAUDO,
ENTRETANTO, QUE APRESENTA CONTRADIÇÃO ENTRE O EXAME E A
CONCLUSÃO JUIZ, ADEMAIS, QUE NÃO FICA VINCULADO OU ADSTRITO ÀS
OPINIÕES CONSTANTES DO LAUDO PERICIAL RECURSO NÃO PROVIDO.”
grifei
(TJSP. Sexta Câmara de Direito Criminal. Apelação n. 0004368-06.2016.8.26.0224. Relator Des.
Marco Antonio Marques da Silva. Julgamento em 22/02/2018).
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