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Auditoria, Laudo e Perícia - Aula 01

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1ª Edição |Novembro| 2014
Impressão em São Paulo/SP
Auditoria, laudo e perícia
Na atualidade, existe uma infinidade de docu-
mentos previstos em leis, decretos, decretos-lei, me-
didas provisórias, portarias, instruções normativas 
da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança 
e Medicina do Trabalho (Fundacentro), resoluções 
da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) 
e agências do Governo, ordens de serviço do Insti-
tuto Nacional do Seguro Social (INSS) e regulamen-
tos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
A observância das NRs não desobriga as em-
presas do cumprimento destas outras disposições 
contidas em códigos de obras ou regulamentos sani-
tários dos Estados ou Municípios, e outras, oriundas 
de convenções e acordos coletivos de trabalho.
Tivemos como base na elaboração do material, 
bibliografias, perícias e fiscalizações técnicas reali-
zadas por quem atua na área, como uma síntese da 
Legislação brasileira pertinente à Segurança do Tra-
balho e Medicina do Trabalho.
Com o acelerado desenvolvimento industrial 
no Brasil, dentro do atual contexto da nova ordem 
econômica, o tema “Segurança e Medicina do Tra-
balho”, merece atenção do poder público, das elites 
empresariais e trabalhadoras, pois não basta só au-
mentar a produção sem prestar atenção em pontos 
importantes a serem observados para que se possa 
alcançar índices estáveis, pois onde se obtém pro-
dutividade deve-se respeitar o binômio: Qualidade 
e Segurança.
A Segurança do Trabalho e a Medicina do Tra-
balho estão relacionadas de forma intrínseca e in-
dissociável do nosso ordenamento jurídico, espe-
cialmente com o Direito do Trabalho, visto que as-
pectos legais sempre devem estar em conjunto com 
dados técnicos específicos.
Temos certeza de que essas abordagens são 
consideradas inovadoras dentro do contexto da atu-
alidade. Tocamos em pontos importantes com certa 
profundidade, mas objetivamos propiciar um estudo 
em linguagem fácil para o público-alvo: 
- Estudantes; 
- Trabalhadores; 
- Dirigentes Sindicais; 
- Gerentes; 
- Encarregados de Departamentos de Pessoal 
de Empresas;
- Empresários e Profissionais de Segurança e 
Medicina do Trabalho (Engenheiro de Segurança 
do Trabalho, Médicos do Trabalho, Enfermeiros 
do Trabalho, Técnicos de Segurança do Trabalho e 
Auxiliares de Enfermagem do Trabalho) que estão 
iniciando na área.
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Coordenação Geral 
Nelson Boni
Professor Responsável
Selma Freitas
Coordenadora Peda-
gógica de Curso- EAD
-
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Revisão Ortográfica
Célia Ferreira Pinto
Projeto Gráfico, Dia-
gramação e Capa
Ana Flávia Marcheti
1º Edição: Setembro de 2014
Impressão em São Paulo/SP
Auditoria, laudo e perícia
Sumário
UNIDADE 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1. Normas Regulamentadoras
1.2. Inspeção Prévia
1.2.1. Certificado de Aprovação de Instalações
1.2.2. Princípio da dupla visita
1.3. Acidente de Trabalho 
1.3.1. Exceção
1.3.2. Equiparação
1.3.3. Comunicação do acidente
1.4. Serviço especializado em Engenharia de Segurança e Me-
dicina do Trabalho - SESMT
1.4.1. Riscos no Ambiente de Trabalho 
1.4.1.1. Ergonomia
1.4.1.2. EPI’S X EPC’S 
1.4.1.3. Eficácia do SESMT 
1.4.1.4. OHSAS - (Occupational Health and Safety Assessment Services)
1.4.1.5. ACGIH - (American Conference of Governmental In-
dustrial Hygienists)
UNIDADE 2 - CIPA – COMISSÃO INTERNA DE 
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
2.1. Conceito de Insalubridade 
2.2. Caracterização da Insalubridade
2.2.1. Lista de atividades insalubres conforme NR 15
127
15
2.2.2. A eliminação da Insalubridade
2.2.3. A eliminação da Insalubridade X Trabalhador
UNIDADE 3 - HIGIENE OCUPACIONAL
3.1. Atestado de Saúde Ocupacional 
3.2. Critério adotado para a caracterização da Insalubridade
3.2.1. Avaliação quantitativa
3.2.2. Avaliação qualitativa
3.2.3. Avaliação qualitativa de riscos inerentes à atividade
3.3. Análise dos agentes químicos, físicos e biológicos 
3.3.1. Limites de tolerância para exposição ao calor 
3.3.2. Trabalho sob condições hiperbáricas 
3.3.3. Radiações não ionizantes
3.3.4. Vibrações
3.3.5. Frio
3.4. Valores dos adicionais de Insalubridade e Periculosidade
3.4.1. Base de Cálculo do Adicional de Insalubridade
3.4.2. Valor e base de Cálculo do Adicional de Periculosidade
3.4.3. Eliminação ou Neutralização da Insalubridade e/
ou Periculosidade
3.4.4. Conceito de Periculosidade
UNIDADE 4 - PERÍCIA E LAUDO PERICIAL
4.1. Formulário
4.1.1. Instrução para a elaboração do Laudo Pericial de Insalu-
bridade e Periculosidade 
105
221
105
4.2. Prova Pericial
4.3. Perícia Extrajudicial 
4.4. Perícias Judiciais 
4.5. A Substituição Processual
4.6. Auditoria
4.7. Auditoria externa e interna 
4.8. Tipos de Auditorias
4.8.1. Auditoria Ambiental
4.8.2. Auditoria na Saúde 
4.8.3. Auditoria Financeira 
4.8.4. Auditoria Fiscal Trabalhista 
4.8.5. Auditoria de Cumprimento e Operacional
4.8.6. Atividades de Auditoria Fiscal do Trabalho
4.8.6.1 - Agente Transformador
4.8.6.2. Identificação
4.8.6.3. Escalão Máximo
4.8.6.4. Remuneração
4.9. A Estrutura da Inspeção do Trabalho no Brasil 
4.9.1. E em relação à Saúde e Segurança do Trabalhador
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS 
UNIDADE 1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho 
(SSST) é o órgão de âmbito nacional competente em 
conduzir as atividades relacionadas com a segurança 
e saúde ocupacional.
Essas atividades incluem a Campanha Nacional 
de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Canpat), o 
Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e, 
ainda, a fiscalização do cumprimento dos preceitos 
legais e regulamentares sobre segurança e saúde ocu-
pacional, em todo o território nacional.
Compete, ainda, à SSST (Secretaria de Segurança 
e Saúde no Trabalho) conhecer, em última instância, as 
decisões proferidas pelos delegados Regionais do Tra-
balho, em termos de segurança e saúde ocupacional.
Para a Engenharia de Segurança do Trabalho, 
devemos fazer importantes considerações sobre al-
guns temas, e para tanto, darmos ênfase a algumas 
definições como segue:
Segurança do Trabalho – é uma ciência que atra-
vés de métodos preventivos apropriados, estuda as cau-
sas de acidentes de trabalho, possibilitando a adoção 
de medidas técnicas que pretendam eliminar ou, ao 
menos, diminuir ocorrências de Acidentes de Trabalho.
Medicina do Trabalho – é entendida como uma 
ciência que se dedica ao estudo de doenças ocupa-
cionais, incluindo doenças do profissional e as do 
trabalho, com objetivo de desenvolver métodos e 
técnicas possíveis de prevenção. 
Devemos deixar constatado que, consideram-
-se como comum dentre a maioria dos trabalhadores 
e até mesmo profissionais qualificados, há certa con-
fusão entre atribuições administrativas e judiciárias 
diretamente vinculadas à matéria trabalhista.
Trataremos de temas relacionados no campo 
da saúde ocupacional, discorrendo sobre avaliação e 
controle dos agentes agressivos passíveis de levar o 
empregado a adquirir doença profissional, conside-
rando suas atividades ou ocupações.
Faremos uma incursão sobre as atribuições e fina-
lidades dos diversos órgãos envolvidos, restringindo a 
abordagem nos tópicos diretamente relacionados com 
a Segurança do Trabalho e a Medicina do Trabalho.
1.1. Normas regulamentadoras
As Normas Regulamentadoras, também cha-
madas de NR, foram publicadas pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE) através da Portaria n.º 
3.214/78, para estabelecer os requisitos técnicos e 
legais sobre os aspectos mínimos de Segurança e 
Medicina do Trabalho e Portaria n.º 3.311/89, re-
vogada pela Portaria 546/2010, que estabelece os 
princípios norteadores do programa de desenvolvi-
mento do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.
Atualmente, existem 36 Normas Regulamenta-
doras. Lembramos que a elaboração e modificação 
das NRs é um processo dinâmico que necessitade 
um acompanhamento via Internet pelo endereço 
eletrônico (http://www.mte.gov.br).
Conforme destacamos as primeiras normas 
regulamentadoras, como seu próprio título sugere, 
define as recomendações genéricas de Segurança do 
Trabalho que deveriam ser aplicadas em todos os lo-
cais de trabalho.
As NRs são elaboradas e modificadas por uma 
comissão tripartite composta por representantes do 
governo, empregadores e empregados. As NRs são 
elaboradas e modificadas por meio de portarias ex-
pedidas pelo MTE. 
Nada nas NRs cai em desuso sem que exista uma 
portaria identificando a modificação pretendida.
Para aplicação das Normas Regulamentadoras, 
devemos considerar o que segue:
a) Empregador - Considera-se empregador a 
empresa individual ou coletiva, que, assumindo os 
riscos de atividade econômica, admite, assalaria e di-
rige a prestação pessoal de serviços. Contudo é ne-
cessário observar que na relação empregatícia, tam-
bém há a figura do empregador por equiparação. São 
os casos dos profissionais liberais e as associações de 
beneficência que admitem pessoas para a prestação 
de serviços. Na realidade, para estes profissionais, a 
legislação preferiu criar a figura do empregador por 
equiparação, tendo em vista que a simples análise do 
artigo 2.º da CLT, poderia não dar ensejo à caracte-
rização da relação empregatícia propriamente dita. 
Na Consolidação das Leis do Trabalho no ar-
tigo 2º... 
“§ 1º. Equiparam-se ao empregador, para os efeitos 
exclusivos da relação de emprego, os profissionais li-
berais, as instituições de beneficência, as associações 
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, 
que admitirem trabalhadores como empregados.”
Desta forma, atualmente, é mais simples admi-
tir que empregador seja todo aquele que utiliza força 
de trabalho de outrem, mediante pagamento de salá-
rio, desenvolver alguma atividade laborativa, pouco 
importando a finalidade.
b) Empregado - Empregado é a pessoa físi-
ca que presta pessoalmente a outrem serviços não 
eventuais, subordinados e assalariados. “Considera-
-se empregado toda pessoa física que prestar servi-
ços de natureza não eventual a empregador, sob de-
pendência deste e mediante salário” (CLT, art. 3.º).
“Art. 3.º - Considera-se empregado toda pessoa fí-
sica que prestar serviços de natureza não eventual 
a empregador, sob a dependência deste e mediante 
salário.”
Parágrafo único – “Não haverá distinções relativas à 
espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem 
entre o trabalho intelectual, técnico e manual. (Pará-
grafo incluído pela Lei n.º 4.072, de 16-06-62).”
c) Empresa – é o estabelecimento e/ou con-
junto de estabelecimentos, canteiro de obras, frente 
de trabalho, local de trabalho e outras, constituindo 
a organização de que se utiliza o empregador para 
atingir seus objetivos.
 d) Estabelecimento – Cada uma das unida-
des da empresa funcionando em diferentes lu-
gares, como: fábrica refinaria, usina, escritório, loja, 
oficina, depósito e laboratório.
 e) Setor de serviços – É a menor unidade 
administrativa ou operacional compreendida no es-
tabelecimento.
 f) Canteiro de obra – Uma área de trabalho 
fixa ou temporária, onde é desenvolvida atividade ou 
operações de apoio e execução de construção, de-
molição ou reparo de obra.
 g) Frente de trabalho - é uma área de tra-
balho móvel e temporária, onde desenvolve ativida-
des e operações de apoio e execução à construção/
demolição/reparos.
 h) Local de trabalho – Local onde são 
executados os trabalhos.
Sempre que uma ou mais empresas, mesmo 
sendo que cada uma tenha personalidade jurídica 
própria, constituindo um grupo industrial ou comer-
cial de atividade econômica, para efeito das Normas 
Regulamentadoras (NRs) sempre serão, solidaria-
mente, responsáveis, cada uma por sua subordinação 
à empresa principal.
Para efeitos de aplicação das Normas Regula-
mentadoras (NRs), as obras de engenharia, compre-
endendo canteiro de obras ou frentes de trabalho 
serão consideradas um estabelecimento, salvo se dis-
puser de forma específica diferente.
São deveres do empregador:
a) Cumprir e fazer cumprir a disposições legais e re-
gulamentadoras sobre a segurança e medicina do trabalho;
b) Elaborar ordens de serviços sobre segurança 
e medicina do trabalho, dando ciência aos emprega-
dos de:
I – prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;
II – divulgar as obrigações e proibições que os 
empregados devem saber e cumprir;
III – dar conhecimento aos empregados a res-
peito de punições pelo descumprimento das ordens 
de serviços expedidas;
IV – determinar os procedimentos que deverão 
ser adotados em caso de acidente de trabalho e do-
ença profissional ou do trabalho;
V – adotar medidas determinadas pelo Ministé-
rio do Trabalho;
VI – adotar medidas para eliminar ou neutralizar 
a insalubridade e condições inseguras de trabalho.
c) Informar aos trabalhadores:
I – os riscos profissionais que possam originar-
-se no local de trabalho;
II – os meios para prevenir e limitar tais riscos 
e as medidas adotadas pela empresa;
III- os resultados de exames médicos e dos exa-
mes complementares de diagnósticos aos quais os 
próprios trabalhadores foram submetidos.
São deveres dos empregados – Cumprir as dis-
posições legais e regulamentadoras sobre segurança 
e medicina do trabalho, inclusive as ordens de ser-
viços expedidas pelo empregador, constituindo ato 
faltoso a recusa injustificada do empregado no cum-
primento do disposto no item anterior.
São atribuições das Delegacias Regionais de 
Trabalho (DRT) 
Através de seus agentes de inspeção, adotar me-
didas necessárias para a fiel observância aos precei-
tos legais e regulamento sobre segurança e medicina 
do trabalho. 
Notificar empresas, estipulando prazos para cor-
reção de irregularidades técnicas, inclusive de elimina-
ção ou neutralização de insalubridade; aplicar multas 
e no eventual descumprimento embargar obras, inter-
ditar estabelecimentos e setores de serviços, sempre 
que devidamente constatado por laudo técnico feito 
por engenheiro de segurança do trabalho a existência 
de uma situação de risco grave e iminente para saúde 
ou integridade física dos trabalhadores.
1.2. Inspeção prévia
Por meio de Norma Regulamentadora de Segu-
rança e Medicina do Trabalho, todos os novos estabe-
lecimentos ou os que sofreram alguma modificação 
substancial em suas instalações e/ou equipamentos, 
antes de iniciar ou reiniciar as atividades deverá ser 
solicitada a aprovação de suas instalações junto aos 
Órgãos Regionais do Ministério do Trabalho.
A NR 2, cujo título é Inspeção Prévia, estabelece 
as situações em que as empresas deverão solicitar ao 
MTE a realização de inspeção prévia em seus estabe-
lecimentos, bem como a forma de sua realização. 
A NR 2 está, juridicamente, assegurada na le-
gislação ordinária, nos artigos 160.º e 161.º da CLT. 
Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas ati-
vidades, deverá solicitar aprovação de suas instala-
ções ao Órgão Regional do MTE, isto é, a Delegacia 
Regional do Trabalho (DRT).
A inspeção prévia e a declaração de instalações 
previstas na NR 2 constituem os elementos capazes 
de assegurar que o novo estabelecimento inicie suas 
atividades livres de riscos de acidentes e/ou de do-
enças do trabalho.
Um dos documentos complementares, quando 
tratamos de inspeção prévia está no Capítulo V do 
Título II da CLT - Refere-se à Segurança e Medicina 
do Trabalho.
1.2.1. Certificado de Aprovação 
de Instalações
O Certificado de Aprovação de Instalações 
(CAI) é um documento emitido pela DRT, órgão re-
gional do MTE, após realizar a inspeção prévia nas 
instalações. O modelo do CAI está previsto na NR 2.
Sempre que ocorrerem modificações subs-
tanciais nas instalações e/ou nos equipamentos de 
seu(s) estabelecimento(s), deverá comunicar e soli-
citar a aprovação da DRT, órgão regional do MTE.
Uma observação bastante importante é a lacu-
na legal existenteno caso da empresa que deixe de 
solicitar inspeção prévia e, também, não apresente o 
CAI, não está prevista gradação de multa para isso 
(ver Anexo II, NR 28).
1.2.2. Princípio da dupla visita
O princípio da dupla visita define que o traba-
lho dos Auditores Fiscais do Trabalho (AFT) possui 
caráter educativo e punitivo. 
A legislação destaca a necessidade de orientar 
as empresas de pequeno porte, sem prejuízo de sua 
ação específica de fiscalização prevista na Lei n.º 
9.841/99.
Prioritariamente, os AFT estão orientados a es-
clarecer dúvidas na implementação dos documentos 
legais de segurança e saúde ocupacional. 
Este processo ocorre por meio de notificação 
para a correção de possíveis desvios. O não atendi-
mento dos requisitos legais poderá resultar no as-
pecto punitivo, no qual a empresa poderá ser autua-
da e multada. 
A legislação garante ao empregador o direito 
de recorrer das notificações, autuações e possíveis 
multas aplicadas.
O descumprimento contínuo das disposições 
legais, comprovado mediante relatório emitido pelo 
Auditor Fiscal do Trabalho, resultará, por parte da 
autoridade regional, na denúncia do fato, de imedia-
to, ao Ministério Público do Trabalho.
Será facultada a apreciação prévia da DRT os 
projetos de construção e respectivas instalações con-
forme segue:
1.3. Acidente de trabalho
O conceito de acidente – é o que ocorre pelo 
exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda 
pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcio-
nal que cause a morte, a perda ou redução da capa-
cidade para o trabalho permanente ou temporário.
Considera-se acidente de trabalho o que segue:
- doença profissional: assim entendida é a adqui-
rida ou entendida como desencadeada em função do 
exercício profissional peculiar da atividade e constan-
te da relação do Decreto 3048/99, há uma relação de 
doenças profissionais e de doenças do trabalho (mas 
é uma relação meramente exemplificativa).
- doença do trabalho: assim entendida a adqui-
rida ou desencadeada em função das condições es-
peciais em que o trabalho é realizado e que ele se 
relaciona diretamente, desde que conste na relação 
do Decreto citado.
Não são consideradas doença do trabalho:
- doença degenerativa;
- a inerente a grupo etário;
- a que não produz incapacidade laborativa;
- a doença endêmica adquirida por segurados 
habitantes de regiões onde elas se desenvolvam, sal-
vo comprovação de resultou de exposição ou conta-
to determinado pela natureza do trabalho.
1.3.1. Exceção:
Excepcionalmente, constatando-se que a doen-
ça não incluída em doença profissional e doença do 
trabalho resultou de condições especiais, em que o 
trabalho é executado e com ele se relaciona direta-
mente, a Previdência Social, deve considerá-la aci-
dente do trabalho.
1.3.2. Equiparação:
O artigo 21 da Lei 8213/91 relaciona os “aci-
dentes de trabalho por equiparação”, determinado 
que se equiparem ao acidente de trabalho:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não 
tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente 
para a morte do segurado, para redução ou perda da 
sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão 
que exija atenção médica para a sua recuperação; 
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e 
no horário do trabalho, em consequência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo pratica-
do por terceiro ou companheiro de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por 
motivo de disputa relacionada com o trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia 
de terceiro ou de companheiro de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos 
fortuitos ou decorrentes de força maior; 
III - a doença proveniente de contaminação acidental 
do empregado no exercício de sua atividade; 
IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora 
do local e horário de trabalho: 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço 
sob a autoridade da empresa; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à em-
presa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para 
estudo, quando financiada por esta dentro de seus 
planos para melhor capacitação da mão de obra, in-
dependentemente de meio de locomoção utilizado, 
inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou 
desde para aquela, qualquer que seja o meio de loco-
moção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
Como podemos constatar a preocupação do 
legislador em garantir um intervalo mínimo de uma 
hora, está respaldada no dever estatal de garantir a 
higidez física e psicossocial do trabalhador durante a 
jornada laboral.
Para Maurício Godinho Delgado, com muita 
propriedade, enfatiza que:
"intervalos e jornada, hoje, não se enqua-
dram, porém, como problemas estritamente 
econômicos, relativos ao montante de força 
de trabalho que o obreiro transfere ao empre-
gador em face do contrato pactuado. É que 
os avanços das pesquisas acerca da saúde e 
segurança no cenário empregatício têm ensi-
nado que a extensão do contato do emprega-
do com certas atividades ou ambientes labo-
rativos é elemento decisivo à configuração do 
potencial efeito insalubre ou perigoso desses 
ambientes ou atividades. Tais reflexões têm 
levado à noção de que a redução da jornada 
em certas atividades ou ambientes, ou a fixa-
ção de adequados intervalos no seu interior, 
constituem medidas profiláticas importantes 
ao contexto da moderna medicina laboral."
Nesse sentido, Francisco Antonio de Oliveira 
alerta que:
"todo período de descanso previsto em lei, quer du-
rante a jornada ou entre jornadas, tem finalidade me-
dicinal e objetiva reduzir as toxinas que se acumulam 
em períodos prolongados de trabalho. Liga-se também 
à segurança do trabalho, posto que o período prolon-
gado, com reduzido descanso, diminui a atenção do 
trabalhador e torna o ambiente propício a acidentes."
Desta feita, por mais de 30 anos, a hipótese le-
gal de redução do intervalo para refeição e descanso 
ficou condicionada a ato administrativo exclusivo do 
Ministro do Trabalho, conforme se infere do parágra-
fo terceiro do artigo 71 da CLT.

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