Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 - Maria auferiu renda anual de R$ 19.987,00 no ano exercício de 2014. Em outubro deste mesmo ano, ela vendeu por R$ 130.000,00 seu apartamento, que havia comprado há 5 anos por R$ 100.000,00. Em 2015 ela foi notificada de cobrança relativa a IR do exercício anterior. Maria então procurou sua consultoria alegando que não tinha dinheiro para pagar o imposto porque havia usado todo o valor da venda do apartamento para comprar outro imóvel. a) Considerando o ajuste anual e a tributação definitiva do IRPF, qual será a base de cálculo para o IRPF sobre proventos de Maria para o ano/ exercício de 2014, e qual a alíquota aplicável? (A questão vale 1,5 pontos) RESPOSTA: A base de cálculo de Maria para o IRPF restará inalterada mesmo com a venda do imóvel, porque este será tributado pelo imposto de renda ganho de capital. Assim, a base de cálculo do IRPF de Maria será de R$ 19.987,00 em que não incidirá alíquota por estar na faixa de isenção. b) Sabendo que Maria utilizou o valor da venda do imóvel para comprar outro imóvel, dentro do prazo de 180 dias contados da celebração do contrato, situado em Santiago, no Chile, a cobrança ainda é devida? Quanto ela deverá pagar de IR relativo à renda obtida com a venda do imóvel? (A questão vale 1,5 pontos) RESPOSTA: A cobrança é devida. Há uma previsão de isenção do imposto de renda ganho de capital em caso de aplicação integral do valor da venda do imóvel na compra de outro imóvel no país. Como Maria comprou imóvel em outro país, não pode gozar da isenção. Ela deverá pagar a título de IR ganho de capital 15% do valor do acréscimo patrimonial, ou seja, 30.000 x 15%, portanto R$ 4.500,00. 2 - Relativamente ao imposto de renda, assinale a afirmação correta. a) A Constituição determina que o imposto de renda seja informado pelo critério de que aquele que ganhe mais deverá pagar de imposto uma proporção maior do que aquele que ganhe menos. b) A renda e os proventos de qualquer natureza percebidos no País por residentes ou domiciliados no exterior ou a eles equiparados não estão sujeitos ao imposto em razão do princípio da extraterritorialidade. c) No caso de rendimentos percebidos em dinheiro a título de alimentos ou pensões em cumprimento de acordo homologado judicialmente ou decisão judicial, inclusive alimentos provisionais ou provisórios, verificando-se a incapacidade civil do alimentado, não há incidência do imposto. d) Em razão do princípio da universalidade da tributação, a ajuda de custo destinada a atender às despesas com transporte, frete e locomoção do beneficiado e seus familiares, em caso de remoção de um município para outro, está sujeita ao imposto. e) A tributação dos rendimentos recebidos por residentes ou domiciliados no Brasil que prestem serviços a embaixadas, repartições consulares, missões diplomáticas ou técnicas não está sujeita à legislação brasileira, por força da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. Comentários Alternativa A – A progressividade consiste na aplicação de alíquotas mais elevadas para as maiores bases de cálculo. Desse modo, se tributa de forma mais gravosa quanto maior a manifestação de riqueza do contribuinte. Vamos comparar através de exemplos: Imaginemos que um Município qualquer tribute a prestação de determinado serviço à alíquota de 5%. Suponha duas prestações de serviços, uma no valor de R$10.000,00 e outra no valor de R$25.000,00. No primeiro caso, o valor do ISS devido é de R$500,00 (5% de 10.000). Já o segundo contribuinte pagará R$1.250,00 (5% de 25.000). No entanto, apesar de valores diferentes, os dois contribui ntes pagam o mesmo percentual de imposto: 5%, ou seja, foram tributados de forma proporcional. Já o IR, apresenta alíquotas progressivas à medida que aumenta a base de cálculo. Imagine duas pessoas físicas, sem dependentes ou despesas a deduzir, a primeira com rendimento anual de $30.000 e a segunda de R$50.000. Temos a seguinte tabela progressiva para o exercício 2012: Assim, o primeiro contribuinte estará na terceira faixa de renda, cuja alíquota é de R$ 15%, com a dedução de 3.523,01: 30.000 x 15% = 4.500 – 3.523,01 = imposto devido R$ 976,99 O segundo contribuinte está na última faixa, cuja alíquota é de 27,5%, com dedução de 8.687,45: 50.000 x 27,5% = 13.750 8.687,45 = imposto devido R$ 5.062,25 Perceba que o primeiro contribuinte pagou efetivamente 3,26% sobe o seu rendimento. Já o segundo pagou 10,12%. Isso ocorre porque nos tributos progressivos, para bases de cálculos maiores, se paga proporcionalmente mais, diferente do ISS, no qual a proporção é sempre a mesma (5%). Alternativa correta. Alternativa B O §1º, do art. 43 do CTN determina que a incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. No parágrafo seguinte, o mesmo artigo prevê que, na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto de renda. Alternativa errada. Alternativa C Alternativa incorreta. O Código Tributário Nacional, em seu art. 126, I, prevê que a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais. Assim, a incapacidade civil do alimentado não obsta a incidência do imposto de renda. Nesse sentido, o Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) estabelece em seu art. 5º: Art. 5º No caso de rendimentos percebidos em dinheiro a título de alimentos ou pensões em cumprimento de acordo homologado judicialmente ou decisão judicial, inclusive alimentos provisionais ou provisórios, verificando-se a incapacidade civil do alimentado, a tributação far-se-á em seu nome pelo tutor, curador ou responsável por sua guarda (Decreto-Lei nº 1.301, de 1973, arts. 3º, § 1º, e 4º). Parágrafo único. Opcionalmente, o responsável pela manutenção do alimentado poderá considerá-lo seu dependente, incluindo os rendimentos deste em sua declaração (Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 35, incisos III a V, e VII). Alternativa D Alternativa errada. Preceitua o RIR/99: Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: I – a ajuda de custo destinada a atender às despesas com transporte, frete e locomoção do beneficiado e seus familiares, em caso de remoção de um município para outro, sujeita à comprovação posterior pelo contribuinte (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XX). Alternativa E Item errado. Nos termos do art. art. 106 do RIR está sujeita ao pagamento mensal do imposto a pessoa física que receber de outra pessoa física, ou de fontes situadas no exterior, rendimentos que não tenham sido tributados na fonte, no País, tais como os rendimentos recebidos por residentes ou domiciliados no Brasil que prestem serviços a embaixadas, repartições consulares, missões diplomáticas ou técnicas ou a organismos internacionais de que o Brasil faça parte. Gabarito: A.
Compartilhar