Buscar

A1 PROGRAMA DE INTEGRACAO SAUDE E COMUNIDADE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ao longo da unidade, vimos as teorias que fundamentam o trabalho em e com grupos; compreendemos as dimensões do trabalho interprofissional, das práticas colaborativas e exploramos a importância da problematização na formação de profissionais de saúde. Abordamos os conceitos de Humanização em saúde, os equipamentos da Rede de Atenção à Saúde e as estratégias de promoção de saúde e bem-estar. Também, os princípios basilares que asseguram ao cidadão o direito ao ingresso digno nos sistemas de saúde, os quais são elencados na Carta aos Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) (2007. p. 3):
1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde.
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema.
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação.
4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos.
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça da forma adequada. 
Nesses novos tempos, tanto a noção de saúde quanto os
procedimentos de cuidados em saúde e doença tem mudado. Pensa-se nos serviços de saúde a partir da integração das dimensões biopsicossociais, ou seja, biológicas, psicológicas e sociais. Esses cuidados também precisam ser pensados tanto no âmbito individual, familiar e de comunidades, e os modos de agir e interagir com as necessidades de saúde dessas pessoas precisam ser reformulados.
Para uma atenção e cuidado integral de pessoas e comunidades,
foi importante a reorganização do processo de trabalho dos profissionais de saúde em equipes multiprofissionais, pensando no processo de tratamento a partir de uma visão mais integrativa do ser humano, que não pode ser reduzido à partes a serem avaliadas separadamente, mas em um trabalho conjunto dentro de equipes multiprofissionais.
Para compor uma equipe em saúde é preciso que os profissionais
repensem as relações de poder e dos conteúdos já instituídos. O trabalho deve superar a inércia da burocracia de serviços principalmente públicos de saúde, saindo da divisão vertical de trabalho para uma visão horizontal e cooperativa, que acarreta melhor resolubilidade no trabalho.
Seu trabalho consiste numa modalidade de trabalho coletivo que
se configura numa relação recíproca das múltiplas intervenções técnicas e na interação dos agentes de diferentes áreas profissionais. É através da comunicação que se articulam as ações multiprofissionais que são, inevitavelmente, cooperativas. Basicamente, a equipe multiprofissional de saúde traz variadas disciplinas de atendimento à saúde reunidas para a assistência de um determinado problema de saúde. É preciso que cada profissional, em sua função específica, esteja disposto a cooperar a partir do reconhecimento de que o trabalho em equipe é efetivo quando os profissionais estão dispostos a se ajudar na assistência prestada, principalmente nos momentos de dificuldade, para diagnóstico diferencial e para estudos de caso.
É uma atuação em que cada profissional possui um interesse e curiosidade pela área de seu colega, que entenda sua relevância e potencial, para que cada um exponha suas ferramentas de trabalho, suas teorias, seu entendimento dos casos, permitindo ao outro colega a mesma oportunidade de exposição.
A equipe multidisciplinar possui foco no trabalho cooperativo, que
pressupõe solidariedade e confiança. A partir dessa perspectiva, cabe a cada profissional reavaliar sua visão do processo em trabalho para pensar no trabalho em equipe de modo integrado, buscando possibilidades de desenvolver a sua prática de modo mais completo.
Esse cuidado multiprofissional é calcado na contribuição de
diversas áreas profissionais que sejam capazes de conhecer e analisar as demandas a serem assistidas, já que demandas que possuem múltiplas dimensões não podem ser alvo de ações de saúde isoladas de um único agente, necessitando-se da composição de profissionais de diferentes áreas focados em uma mesma demanda, atingindo os diversos impactos de cada demanda.
A equipe interdisciplinar se define pelo grau de integração entre
as disciplinas e a intensidade de trocas entre os especialistas, troca a partir da qual todas as disciplinas saem enriquecidas. Não é somente o empréstimo de elementos de outras disciplinas, mas comparar, julgar e incorporar esses elementos na produção de uma disciplina terceira.
Para que a equipe interdisciplinar exista e funcione, é necessário
que os profissionais invistam seus esforços para transformar as práticas cotidianas na construção de novas formas de saber. A interdisciplinaridade traz criatividade para as equipes, que não ficam segmentadas na aplicação de seus recursos. São equipes cuja atuação é dialogada e as decisões são tomadas em conjunto.
Na prática, a diferença entre uma equipe multidisciplinar e uma equipe interdisciplinar é o modo de interação entre os diferentes profissionais e áreas do saber ao construir seus procedimentos de atuação. Na primeira, a visão concentra-se na atuação isolada de profissionais de diferentes áreas, na qual não há comunicação e existem relações verticais de poder que atrapalham a comunicação e o trabalho conjunto da equipe. Já na equipe interdisciplinar, os saberes são construídos em conjunto pelas diversas áreas da saúde, através de uma visão integral do ser humano e do papel de seu contexto na relação saúde-doença.
A equipe interdisciplinar é uma evolução da equipe multiprofissional e deve ser levada em consideração por equipes que visam produzir novos saberes para atingir doenças cada vez mais complexas
existentes na atualidade.