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Livro-Texto - Unidade I Contabilidade Tributária

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Nair Moretti Baradel
Colaboradores: Profa. Cristiane Nagai
 Prof. Mauricio Narciso da Silva
 Profa. Christiane Mazur Doi
Contabilidade Tributária
Professora conteudista: Nair Moretti Baradel
Graduada em Gestão Financeira (2007) e pós-graduada em Controladoria de Empresas (2009) pela Universidade 
Paulista – UNIP. Atua há mais de 30 anos na área contábil tributária de grandes e médias indústrias, bem como para 
prestadores de serviços. É professora da Universidade Paulista (UNIP).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
U514.58 – 22
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B224C Baradel, Nair Moretti
Contabilidade tributária / Nair Moretti Baradel. - São Paulo: 
Editora Sol, 2022.
160 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. ISS. 2. ICMS. 3. Cofins. I.Título.
CDU 657:336.22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vitor Andrade
 Aline Ricciardi
Sumário
Contabilidade Tributária
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA .................................................................................... 11
1.1 Conceito ................................................................................................................................................... 16
1.2 Registro .................................................................................................................................................... 16
1.3 Impostos incidentes sobre o valor agregado ............................................................................ 19
2 ISS (ISSQN) ......................................................................................................................................................... 19
2.1 Conceito ................................................................................................................................................... 19
2.2 Base legal para incidência do ISS .................................................................................................. 20
2.3 Prestadores de serviços ...................................................................................................................... 21
2.4 Fato gerador ........................................................................................................................................... 21
2.5 Contribuintes e responsáveis ........................................................................................................... 21
2.6 Base de cálculo ...................................................................................................................................... 22
2.7 Alíquotas .................................................................................................................................................. 22
2.8 Retenção do ISS .................................................................................................................................... 22
2.9 Retenção no Simples .......................................................................................................................... 23
2.10 Contabilização do ISS sobre vendas de serviços ................................................................... 24
2.10.1 Contabilização do ISS sobre vendas de serviços sendo o prestador 
responsável pelo recolhimento do imposto ............................................................................................ 24
2.10.2 Contabilização do ISS sobre vendas de serviços sendo o tomador 
responsável pelo recolhimento do imposto ............................................................................................ 25
3 IPI ........................................................................................................................................................................... 26
3.1 Base legal ................................................................................................................................................. 26
3.2 Competência .......................................................................................................................................... 27
3.3 Incidência ................................................................................................................................................ 27
3.4 Fato gerador ........................................................................................................................................... 30
3.5 Contribuintes ......................................................................................................................................... 30
3.6 Definição legal de industrialização ............................................................................................... 32
3.7 Princípios constitucionais ................................................................................................................. 32
3.7.1 Seletividade ............................................................................................................................................... 32
3.7.2 Não cumulatividade .............................................................................................................................. 32
3.8 Base de cálculo ...................................................................................................................................... 33
3.8.1 Dos produtos de procedência estrangeira .................................................................................... 33
3.8.2 Dos produtos nacionais ........................................................................................................................ 33
3.9 Alíquotas .................................................................................................................................................. 34
3.10 Escolha de classificação fiscal de uma empresa ................................................................... 35
3.10.1 Cálculo prático ...................................................................................................................................... 36
3.11 O crédito do imposto ........................................................................................................................ 37
3.12 O débito do imposto ......................................................................................................................... 38
3.13 Exemplo de contabilização ............................................................................................................39
3.14 Zona Franca de Manaus (ZFM) e Área de Livre Comércio (ALC) ..................................... 43
4 EXERCÍCIOS PRÁTICOS .................................................................................................................................. 45
Unidade II
5 O ICMS (IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS) .............................. 58
5.1 Operação própria - ICMS OP ........................................................................................................... 58
5.1.1 Disposições legais ................................................................................................................................... 58
5.1.2 Incidência ................................................................................................................................................... 59
5.1.3 Não incidência ......................................................................................................................................... 60
5.1.4 Fato gerador .............................................................................................................................................. 61
5.1.5 Contribuinte .............................................................................................................................................. 63
5.1.6 Competência ............................................................................................................................................. 64
5.1.7 Princípios constitucionais ................................................................................................................... 64
5.1.8 Base de cálculo e alíquotas ................................................................................................................ 71
5.1.9 Exemplo de contabilização de ICMS recuperável ...................................................................... 79
5.1.10 Exemplo de contabilização de ICMS não recuperável ........................................................... 80
5.1.11 Crédito sobre aquisição de bens do ativo imobilizado .......................................................... 81
5.2 Substituição tributária - ICMS ST .................................................................................................. 84
5.2.1 Conceito...................................................................................................................................................... 84
5.2.2 Tipos de substituição tributária no ICMS ...................................................................................... 84
5.2.3 Contribuintes ............................................................................................................................................ 85
5.2.4 Responsável............................................................................................................................................... 86
5.2.5 Casos nos quais não há a aplicação da substituição tributária ........................................... 86
5.2.6 Mercadorias sujeitas à substituição tributária............................................................................ 87
5.2.7 Base de cálculo da substituição tributária ................................................................................... 87
5.2.8 Margem de valor agregado (MVA) ................................................................................................... 88
5.2.9 Exemplo prático de cálculo de operações subsequentes ....................................................... 88
5.2.10 Tratamento do ICMS em operações de venda para empresas da ZFM e ALC .............. 90
5.3 Diferencial de alíquota - ICMS Difal............................................................................................. 91
5.3.1 Conceito...................................................................................................................................................... 92
5.3.2 Partilha do ICMS ..................................................................................................................................... 93
5.3.3 Tipo de recolhimento ............................................................................................................................ 93
5.3.4 Fundo de Combate à Pobreza (FCP) ................................................................................................ 93
6 EXERCÍCIOS PRÁTICOS .................................................................................................................................. 95
Unidade III
7 PIS E COFINS ...................................................................................................................................................110
7.1 Contribuintes .......................................................................................................................................110
7.2 Competência ........................................................................................................................................110
7.3 PIS e Cofins sobre a receita bruta ................................................................................................111
7.3.1 Fato gerador .............................................................................................................................................111
7.3.2 Base de cálculo .......................................................................................................................................111
7.3.3 Alíquotas ..................................................................................................................................................112
7.4 PIS/Pasep – folha de pagamento .................................................................................................121
7.4.1 Alíquota ....................................................................................................................................................121
7.4.2 Base de cálculo ..................................................................................................................................... 122
7.5 PIS e Cofins – instituições financeiras e equiparadas .........................................................122
7.5.1 Alíquotas ................................................................................................................................................. 122
7.5.2 Base de cálculo ..................................................................................................................................... 123
7.6 PIS e Cofins – monofásico ..............................................................................................................123
7.6.1 Base de cálculo ..................................................................................................................................... 123
7.7 Tratamento de PIS e Cofins em operações de venda para empresas 
da ZFM e ALC ...............................................................................................................................................125
7.8 Exercício prático .................................................................................................................................126
8 EXEMPLOS DE CONTABILIZAÇÃO DE OPERAÇÕES COM MERCADORIAS E 
SERVIÇOS COM TRIBUTAÇÃO .......................................................................................................................131
8.1 Compra de mercadorias com incidência de ICMS, PIS e Cofins recuperáveis ...........131
8.2 Compra de mercadorias com incidência de IPI, ICMS, PIS e Cofins recuperáveis .............133
8.3 Compra de produtos para revenda por empresa comercial – IPI não recuperável 
e ICMS, PIS e Cofins recuperáveis .......................................................................................................134
8.4 Compra de bens para uso da empresa quando o IPI não é recuperável e 
ICMS, PIS e Cofins são recuperáveis..................................................................................................135
8.5 Outros gastos nas compras: imposto de importação, fretes e seguros .......................136
8.6 Contabilização das operações de vendas .................................................................................136
8.6.1 Impostos e contribuições incidentes sobre vendas ............................................................... 136
8.6.2 Contabilização dos fatos que alteram as compras e as vendas ........................................ 138
8.6.3 Abatimentos sobre compras .............................................................................................................141
8.6.4 Cálculo de ICMS sobre energia elétrica ...................................................................................... 146
8.7 Estudo de caso envolvendo compra, venda e contabilização ..........................................147
9
APRESENTAÇÃO
Nesta disciplina, vamos tratar dos assuntos relacionados à legislação fiscal e tributária em nível 
federal, estadual e municipal. Veremos a aplicação dos procedimentos técnicos adequados aos cálculos 
e a contabilização dos impostos de acordo com a legislação em vigor, especificamente em relação 
aos conceitos de contabilidade fiscal e tributária, princípios e normas básicas da legislação tributária, 
escrituração fiscal e contabilização dos tributos indiretos: IPI, ICMS e ISS, além da apuração de PIS/Pasep 
e Cofins.
O objetivo desta disciplina é capacitar os estudantes a adquirirem conhecimentos científicos e 
técnicos necessários para incrementar, com eficiência e criatividade, o desempenho de suas atribuições 
para cálculos e contabilização eficaz dos encargos tributários, tornando-os capazes de verificar 
a legislação pertinente sobre a elaboração de um planejamento fiscal voltado à redução do ônus 
tributário, conhecendo a legislação em vigor e tendo conhecimento da necessidade de acompanhar 
as alterações posteriores.
O material utilizado e as fontes indicadas vão contribuir para um aprofundamento maior na matéria. 
Assim, o aluno poderá consultar a legislação vigente, que dará subsídios para o desenvolvimento 
profissional. Por fim, serão apresentados exemplos práticos de diversas situações e estudos de casos que 
facilitam a compreensão da disciplina.
INTRODUÇÃO
Pretendemos mostrar a estrutura básica e o funcionamento de alguns impostos incidentes 
na fabricação, comercialização e prestação de serviços de diversas naturezas, como os cálculos são 
elaborados, o que diz a legislação e como esses impostos vão impactar o preço de cada operação.
Estudaremos impostos sobre valor agregado ou valor adicionado que incidem em cada fase do 
processo produtivo. O valor agregado de uma empresa representa o quanto de valor ela adiciona aos 
insumos que adquire em determinado período; é obtido pela diferença entre as vendas e o total dos insumos 
adquiridos de terceiros (matérias-primas, material de embalagem, material intermediário, mão de obra). 
Esse valor será igual à soma de toda a remuneração dos esforços consumidos nas atividades da empresa. Nesse 
grupo, estudaremos o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e o IPI (Imposto sobre 
Produtos Industrializados).
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), tendo sua legislação específica, também 
fará parte desta disciplina, na qual serão apresentadas formas de cálculo de impostos, retenções e 
contabilização da operação.
Além do ICMS, IPI e ISS, trataremos dos impostos incidentes sobre o faturamento, PIS e Cofins, 
aplicados em operações de compra e venda de mercadorias e de prestação de serviços, pois um único 
evento poderá gerar a obrigação do pagamento de todos esses impostos.
10
Como seriam os preços sem a incidência dos impostos? Quais os impostos que pagamos em cada 
aquisição de mercadoria? Como é calculado o ICMS na conta de energia elétrica? Todas essas perguntas 
o profissional da área contábil será capaz de responder por ter conhecimento dos cálculos, da legislação, 
da forma como é contabilizada e os impactos que isso vai gerar no resultado da empresa.
Por mais didático que seja este ou qualquer outro texto sobre contabilidade tributária, eles não serão 
suficientes, isoladamente, para transformar o leitor num especialista na área tributária. Entretanto, 
espera-se que esta disciplina estimule o aluno a buscar incessantemente mais informações sobre tributos 
e sua integração com a contabilidade, pois, para profissionais dessa área, a pesquisa é uma constante, 
haja vista a existência de inúmeras leis, decretos e normas que são publicados diariamente.
11
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Segundo estudo elaborado pelos economistas José Roberto Afonso e Kleber Pacheco de Castro (2019), 
a carga tributária brasileira atingiu a marca de 35,17% do PIB.
O Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) representou 40% do crescimento da carga tributária 
em relação aos anos anteriores; o ICMS, 30%.
V
T
Figura 1 – A carga tributária no Brasil é elevada
O volume arrecadado pelo setor público representa aproximadamente R$ 12 mil por habitante, isto 
é, são necessários quatro meses de trabalho para pagar os tributos.
2000 '02 '06 '10 '14 2018'04 '08 '12 '16
20,00
30,00
25,00
35,17
Em % do PIB
Figura 2 
Adaptada de: Afonso e Castro (2020).
Segundo a pesquisa, os estados e municípios têm contribuído para a elevação da carga tributária 
em relação ao PIB, o IPTU foi apontado como a maior surpresa dessa elevação.
12
Unidade I
30
20
10
1988 2008 2019
União Estados Municípios
Figura 3 
Adaptada de: Afonso e Castro (2020).
 Observação
O site da Receita Federal publica estudos anuais sobre a carga tributária. 
O IBPT é uma fonte constante de pesquisa para o gestor preocupado com 
a carga tributária.
O Brasil já teve uma inflação galopante, muito próximo de 50% num único mês. Os preços mudavam 
todos os dias, a população não conseguia comprar um produto com o mesmo preço em dois dias 
diferentes. Na época, antes de 1994, era muito comum as empresas e a própria população fazerem 
estoques de mercadorias, quer de suprimentos para subsistência da população, quer de estoques de 
produtos para fabricação. Isso era feito para se obter um pouco de ganho, pois se tivessem que adquirir 
mercadorias – por exemplo, no dia 4 de determinado mês – e depois fosse necessário adquirir mais uma 
quantidade da mesma mercadoria – no dia 20 do próprio mês –, certamente o preço teria sofrido um 
acréscimo de cerca de 20%.
Contudo, com a implantação do programa de estabilização econômica, por meio de um plano de longo 
prazo para o controle da inflação, a economia do Brasil foi estabilizando-se. Hoje, com a estabilização, 
tem-se preocupado cada vez mais com a lucratividade das empresas e com o planejamento tributário 
como ferramenta para se destacar da concorrência, por meio da economia de impostos. Com isso, 
visa-se à redução da carga tributária e tem-se como consequência melhor resultado financeiro para as 
empresas em todos os segmentos. Tudo isso sem extrapolar o campo da licitude e sem comprometer a 
qualidade e os resultados dos negócios, todos suportados por bases legais. Destaca-se que, muitas vezes, 
por desconhecimento ou falta de recursos do empresariado brasileiro, deixa-se de usufruir de diversos 
benefícios fiscais disponibilizados pelo governo que estão ao alcance de todos os setores.
Ainda sobre a carga tributária, podemos mencionar que o sistema tributário brasileiro é um dos 
mais complexos do mundo, chegando a existir, segundo alguns tributaristas, cerca de sessenta impostos 
em vigor, com diversas leis, regulamentos e normas frequentemente alteradas. Tais fatos penalizam 
demasiadamente o custo da maioria das empresas e causam grandes transtornos no momento do 
gerenciamento e controle contábil e financeiro dos impostos e demais tributos.
13
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Considerandoa entrada de diversos produtos no mercado brasileiro, a concorrência acirrada em 
virtude de políticas de subsídios praticadas por diversos países, inclusive com mão de obra extremamente 
barata, as empresas brasileiras tentam ser criativas e procuram mecanismos, dentro da legalidade, 
para a sua manutenção no mercado de forma lucrativa e rentável. É nesse ambiente que deve atuar o 
profissional da área de ciências contábeis.
Tabela 1 – Receita tributária por relevância do tributo
Tributo
2008 2009
R$ milhões % PIB % R$ milhões % PIB %
Total da receita tributária 1.033.916.89 34.41% 100,00% 1.055.407.07 33,58% 100,00%
1 ICMS 218.459,18 7,27% 21.13% 224.027,74 7.13% 20.72%
2 Imposto de renda 193.444,52 6,44% 18.71% 192.315,02 6.12% 17.78%
3 Contribuição para a Previdência Social 163.355,27 5,44% 15.80% 182.008,44 5.79% 16.83%
4 Cofins 119.193,60 3,97% 11.53% 115.995,84 3.69% 10.73%
5 Contribuição para FGTS 48.714,38 1.62% 4.71% 54.725,95 1.74% 5.06%
6 Contribuição social sobre o lucro líquido 42.748,74 1.42% 4.13% 43.583,09 1.39% 4.03%
7 Imposto de produtos industrializados 36.842,95 1.23% 3.56% 27.767,44 0.88% 2.57%
8 Contribuição para o PIS 25.728,59 0.86% 2.49% 25.816,81 0.82% 2.39%
9 ISS 21.372,01 0.71% 2.07% 22.354,48 0.71% 2.07%
10 IPVA 16.718,13 0.56% 1.62% 17.567,21 0.56% 1.62%
11 Imposto sobre operações financeiras 20.219,63 0.67% 1.96% 19.224,74 0.61% 1.78%
12 Contribuição Seg. Soc. Servidor Público (CPSS) 16.068,46 0.53% 1.55% 18.510,84 0.59% 1.71%
13 Previdência Estadual 16.373.04 0.54% 1.58% 19.121,42 0.54% 1.58%
14 Imposto sobre o comércio exterior 17.120,81 0.57% 1.66% 15.895,41 0.51% 1.47%
15 IPTU 11.697,40 0.39% 1.13% 12.235,12 0.39% 1.13%
16 Salário-educação 8.813,90 0.29% 0.85% 9.685,19 0.31% 0.90%
17 Outros tributos estaduais 1.716,39 0.06% 0.17% 1.795,29 0.06% 0.17%
18 Contribuições para o sistema S 7.904,63 0.26% 0.76% 8.609,23 0.27% 0.80%
19 Taxas estaduais 8.188,63 0.27% 0.79% 7.938,36 0.25% 0.73%
20 Contribuição para o Pasep 4.913,49 0.16% 0.48% 5.163,25 0.16% 0.48%
21 Cide combustíveis 5.933,34 0.20% 0.57% 4.911,41 0.16% 0.45%
22 Previdência municipal 4.059,50 0.14% 0.39% 4.246,11 0.14% 0.39%
23 ITBI 3.581,92 0.12% 0.35% 3.746,58 0.12% 0.35%
24 Taxas municipais 3.141,58 0.10% 0.30% 3.285,89 0.10% 0.30%
25 Outras contribuições sociais 2.075,61 0.07% 0.20% 2.513,24 0.08% 0.23%
14
Unidade I
Tributo
2008 2009
R$ milhões % PIB % R$ milhões % PIB %
26 ITCD 1.493,79 0.05% 0.14% 1.590,35 0.05% 0.15%
27 Contribuição custeio pensões militares 1.512,86 0.05% 0.15% 1.681,26 0.05% 0.16%
28 Cota-parte ad Fr. Ren. Marinha Mercante 2.304,70 0.08% 0.22% 1.512,71 0.05% 0.14%
29 Outros tributos e taxas* 7.948,76 0.26% 0.77% 8.091,20 0.26% 0.75%
30 Cide Remessas 917,91 0.03% 0.09% 1.148,81 0.04% 0.11%
31 Cota-parte contribuição sindical 299,43 0.01% 0.03% 314,63 0.01% 0.03%
32 Outras contribuições econômicas 44,73 0.00% 0.00% 44,15 0.00% 0.00%
33
Contribuição Prov. 
sobre Movimentação 
Financeira
1.009,10 0.03% 0.10% (24,25) 0.00% 0.00%
* Inclui taxas federais. Outros tributos municipais, IPMF, ITR e Fundaf
Fonte: Brasil (2010b, p. 15).
Entre todos esses impostos incidentes no Brasil, vamos nos restringir àqueles sobre valor agregado, 
que são impostos federais, estaduais e municipais. Lembramos que, por mais didático que este livro-texto 
ou qualquer outro texto sobre planejamento tributário possam ser, não são suficientes, isoladamente, 
para que o leitor se torne um especialista em tributos e seu planejamento. Conforme afirmado 
anteriormente, o assunto é complexo e constantemente alterado, portanto, cabe aos profissionais da 
área ficarem atentos às alterações da legislação, pois qualquer mudança em alíquotas, forma de cálculo, 
bases de cálculos etc. afeta diretamente as organizações. Não se trata apenas de aumento de alguma 
alíquota de impostos que vai refletir na margem de lucros da empresa. Assim, muito provavelmente, a 
população pagará esse aumento por meio da alteração de preços de todos os produtos.
Por exemplo, se o governo aumentar as alíquotas do IPI das geladeiras, automaticamente os fabricantes 
repassarão esse aumento para a população. Nesse sentido, cresce sensivelmente a responsabilidade 
de todos os gestores de uma empresa, principalmente das áreas de controladoria e contabilidade, pois 
as empresas e os responsáveis que, por desconhecimento, emitirem declarações errôneas ou em 
desacordo com as normas e legislação vigentes, poderão ser autuados, processados e até condenados 
em determinados casos de comprovação de evasão fiscal.
 Observação
O ICMS é o tributo de maior relevância, seguido pela Cofins, PIS e ISS.
O intuito deste material é estimular o aluno a consultar a legislação vigente e se inteirar das normas e 
dos procedimentos tributários que as empresas estão obrigadas a cumprir, pesquisando, de forma incansável, 
por meio de outras fontes de conhecimentos, em especial, a própria legislação tributária, tomando o 
15
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
devido cuidado quanto à veracidade e ao embasamento legal da informação obtida. É nesse ambiente 
que deve atuar o profissional da contabilidade, objetivando o registro, o controle e o planejamento dos 
tributos ocasionados pelas operações empresariais.
 Saiba mais
Os sites oficiais federais, estaduais e municipais disponibilizam a 
legislação para consulta e download gratuitamente, inclusive o sistema 
push do planalto do governo.
Mediante cadastro, o sistema enviará automaticamente para o e-mail 
informado as leis e os decretos assinados diariamente pelo Presidente 
da República e também pela Federação Nacional das Empresas de 
Contabilidade (Fenacon).
BRASIL. Solicitação de inscrição. Brasília, [s.d.]. 
Disponível em: https://bit.ly/3vD0gJq. Acesso em: 5 fev. 2021.
A respeito da contabilidade tributária, Luís Martins de Oliveira et al. (2006) apresentam o seguinte quadro:
Quadro 1 – Funções e atividades da contabilidade tributária
Escrituração e controle Orientação Planejamento tributário
Escrituração fiscal das atividades do dia 
a dia da empresa e dos livros fiscais
Apuração dos tributos a recolher, 
preenchimento das guias de 
recolhimento e remessa para o 
departamento de contas a pagar
Controle sobre os prazos para os 
recolhimentos
Assessoria para a correta apuração 
e registro do lucro tributável do 
exercício social, conforme os princípios 
fundamentais de contabilidade
Assessoria para o correto registro 
contábil das provisões relativas aos 
tributos a recolher
Orientação, treinamento e 
constante supervisão dos 
funcionários do setor de impostos
Orientação fiscal para as demais 
unidades da empresa (filiais, 
fábricas, departamentos) ou das 
empresas controladas e coligadas, 
visando padronizar procedimentos
Estudo das diversas alternativas legais 
para a redução da carga fiscal, tais como:
– todas as operações em que for possível 
o crédito tributário, principalmente em 
relação aos chamados impostos não 
cumulativos ICMS e IPI;
– todas as situações em que for possível 
o diferimento (postergação) dos 
recolhimentos dos impostos, permitindo 
melhor gerenciamento do fluxo do caixa;
– todas as despesas e provisões permitidas 
pelo fisco como dedutíveis da receita
Fonte: Oliveira et al. (2006, p. 37).
Assim, um confiável sistema de informações contábeis combinado a um sólido, atualizado e 
contínuo conhecimento sobre a legislação tributária são essenciais para que o profissional da área de 
16
Unidade I
contabilidade possa acompanhar a evolução dos impostos sobre as atividades da empresa, evitando 
possíveis infrações fiscais.
Figura 4 – Conhecimento sobre a legislação tributária é fundamental
Disponível em: https://bit.ly/3ABMPvU. Acesso em: 6 jul. 2021.
1.1 Conceito
Considerando os fatos até aqui apresentados, devemos entender a contabilidade tributária como 
uma especialização da contabilidade geral, que tem como objetivo adequar o registro das operações 
realizadas pela empresa à legislação tributária.
Segundo a definição deCláudio Camargo Fabretti (2007), a contabilidade tributária é um ramo 
da contabilidade cujo objetivo é aplicar na prática todos os conceitos, os princípios e as normas da 
contabilidade e da legislação simultaneamente e de forma adequada.
1.2 Registro
Os registros das operações realizadas pelas empresas são feitos nos chamados livros contábeis. 
Os principais livros contábeis obrigatórios são o diário, o livro-razão, o registro de inventário, o livro 
de apuração do lucro real (Lalur), o livro-caixa e o registro de duplicatas.
Para registro do ICMS e IPI das operações fiscais, são elencados a seguir os principais livros e quem 
deverá escriturá-los:
• Registro de entradas (modelo 1): contribuintes do IPI e do ICMS.
• Registro de entradas (modelo 1-A): contribuintes do ICMS.
• Registro de saídas (modelo 2): contribuintes do IPI e do ICMS.
17
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
• Registro de saídas (modelo 2-A): contribuintes do ICMS.
• Controle de produção e estoque (modelo 3): estabelecimentos industriais.
• Selo especial de controle (modelo 4): produtores de cigarros, bebidas alcoólicas, relógios, 
entre outros.
• Impressão de documentos fiscais (modelo 5): estabelecimentos que confeccionam documentos 
fiscais para terceiros e uso próprio.
• Utilização de documentos fiscais e termos de ocorrência (modelo 6): estabelecimentos 
comerciais e industriais.
• Apuração do IPI (modelo 8): estabelecimentos industriais ou equiparados.
• Apuração do ICMS (modelo 9): estabelecimentos comerciais e industriais entre outros.
Esses livros, entre outros aspectos, devem ser escriturados de forma permanente, com atraso máximo 
permitido de cinco dias; tudo deve ser registrado com clareza, em ordem cronológica, sem rasuras ou 
emendas. Além de serem conservados no próprio estabelecimento, para exibição ao fisco, devem conter 
o termo de abertura e de encerramento, bem como folhas numeradas tipograficamente na sequência. 
Hoje, os sistemas integrados já são parametrizados para o registro no momento que o documento fiscal 
entra na empresa.
O livro de registro de entradas é utilizado para a escrituração das entradas de mercadorias, 
matérias-primas, materiais secundários, de embalagens, bens do ativo imobilizado no estabelecimento. 
Não só quando há compra de materiais, mas sempre que houver a entrada de qualquer mercadoria 
na empresa.
O livro de registro de saídas é usado para a escrituração da saída de mercadorias e produtos, a 
qualquer título, ou da prestação de serviços sujeita a ICMS.
O livro de registro de controle da produção e do estoque é usado pelos estabelecimentos industriais 
ou a eles equiparados, e pelos atacadistas, podendo, a critério do fisco, ser exigido de estabelecimentos 
de contribuintes de outros setores, com as adaptações necessárias.
O livro de registro de utilização de documentos fiscais e termos de ocorrência é usado para escrituração 
da entrada de impressos de documentos fiscais (notas fiscais) confeccionados por estabelecimentos 
gráficos, assim como para a lavratura, pelo fisco, de termos de ocorrências.
O livro de apuração do ICMS e do IPI é utilizado para o registro, de forma resumida, dos valores 
totais por código fiscal (entradas e saídas) dos valores contábeis, base de cálculo e valor dos impostos 
debitados e creditados. A escrituração do livro de registro de apuração do ICMS (modelo 9) é realizada 
com base no período de apuração, registrando-se as compras e vendas do período. No final de cada 
período, os totais dos valores contábeis e os valores fiscais referentes ao ICMS, extraídos dos livros de 
18
Unidade I
registro de entradas (compras) e dos livros de registro de saídas (vendas), são transcritos no livro de 
apuração do ICMS.
Para o registro do ISS, há livros específicos. Como se trata de um tributo municipal, cada município 
define suas particularidades quanto ao registro. Todavia, é imprescindível buscar em cada local os 
documentos necessários para atendimento à legislação.
 Saiba mais
Os livros de registros são documentos federais, estaduais e municipais. 
Cada grupo de livros é disponibilizado pelos Estados e Municípios, além da 
Receita Federal. As referências indicadas a seguir destacam alguns modelos 
de documentos e livros fiscais.
SÃO PAULO (Estado). RICMS: modelos de documentos e livros fiscais. São 
Paulo, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3tuPN0H. Acesso em: 5 fev. 2021.
MATO GROSSO (Estado). Livro Registro de Entradas – RE: modelo P1. 
Mato Grosso, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/2P1abHN. Acesso em: 
5 fev. 2021.
BRASIL. Registro de apuração do IPI: modelo 8. Brasília, [s.d.]. Disponível 
em: https://bit.ly/2OATCTr. Acesso em: 5 fev. 2021.
A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é de uso obrigatório para todos os contribuintes do ICMS ou do IPI. 
Destaca-se que o fisco da unidade federada do contribuinte e a Secretaria da Receita Federal do Brasil 
podem dispensar tal obrigação.
A nova modalidade de escrituração passou a ser exigida a partir de junho de 2008. Contudo, por 
força de um protocolo ICMS/Confaz, somente estarão obrigados os contribuintes relacionados nos 
respectivos protocolos, os demais contribuintes poderão optar pela escrituração digital.
Em tempo, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) emitiu o Protocolo ICMS 3, de 
1º de abril de 2011, publicado no Diário Oficial da União (DOU) no mesmo ano, fixando novos prazos 
para a obrigatoriedade da EFD (BRASIL, 2011).
Para os estados do Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, 
Rio Grande do Sul, Roraima, São Paulo e Sergipe, a obrigatoriedade é prevista a todos os estabelecimentos 
dos contribuintes desde 1º de janeiro de 2014, podendo ser antecipada a critério de cada um desses 
Estados. Para os demais Estados, a partir de 1º de janeiro de 2014.
19
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Ficam dispensadas da utilização da EFD as microempresas e as empresas de pequeno porte, previstas 
na Lei Complementar n. 123 (BRASIL, 2006a), à exceção dos contribuintes dos estados de Alagoas e 
Mato Grosso.
O estabelecimento de contribuinte obrigado à EFD está dispensado de entregar os arquivos fixados 
no Convênio ICMS 57 (BRASIL, 1995) desde 1º de janeiro de 2012. Para os estados do Amapá, Amazonas, 
Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, 
São Paulo e de Sergipe, desde 1º de janeiro de 2014, a dispensa pode ser antecipada a critério de cada 
unidade federada.
1.3 Impostos incidentes sobre o valor agregado
Os impostos sobre o valor agregado ou valor adicionado incidem em cada fase do processo produtivo. 
O valor agregado de uma empresa representa o quanto de valor ela adiciona aos insumos que adquire 
em um determinado período; é obtido pela diferença entre as vendas e o total dos insumos adquiridos 
de terceiros (matérias-primas, material de embalagem, material intermediário, mão de obra).
Esse valor será igual à soma de toda a remuneração dos esforços consumidos nas atividades da empresa.
Nesse grupo, estudaremos o ICMS, o IPI e o ISSQN.
2 ISS (ISSQN)
2.1 Conceito
Trata-se de um tributo de competência dos municípios e incide sobre os serviços prestados pelas 
empresas – pessoas jurídicas, ou pelos profissionais autônomos, desde que o fato gerador do serviço já 
não seja de competência tributária do Estado ou da União.
Figura 5 – O ISS incide sobre profissionais autônomos
Disponível em: https://bit.ly/3ys3sYN. Acesso em: 6 jul. 2021.
20
Unidade I
Por exemplo, os serviços de telecomunicações, geração e fornecimento de energia elétrica, 
transportes etc. não são tributados pelo ISS, pois já são tributados pelo Estado ou pela União. Em outras 
palavras, o fato gerador desses serviços não é de competência dos municípios, ficando fora do campo 
da incidência do ISS.
É importante mencionar que alguns elementos são essenciais para ocorrer o fato gerador do ISS, 
de forma que a inexistência de qualquer um deles torne impossível a incidência tributária. São eles:a efetividade e habitualidade do serviço prestado, bem como a autonomia do serviço prestado, assim 
entendido o serviço realizado em nome próprio e a finalidade da atividade prestada.
O ISS, mesmo sendo de competência dos municípios, é tratado na Lei Complementar n. 116 
(BRASIL, 2003c), que limita a uma lista os serviços que podem ser objeto de tributação. Essa lei veio 
dirimir as controvérsias em relação de onde seria devido o imposto, inclusive para controlar uma prática 
de muitas empresas que haviam se mudado para cidades vizinhas às grandes metrópoles, onde a 
alíquota do ISS era muito mais baixa.
A lei estipula que o local da prestação de serviço, para onde o imposto deverá ser recolhido, é o do 
estabelecimento prestador dos serviços, ou, na sua falta, o local do domicílio do prestador (BRASIL, 2003c).
Contudo, para alguns tipos de serviços, a lei determina que o imposto deva ser pago a favor do 
município no qual o serviço foi prestado ou no qual está localizado o tomador.
2.2 Base legal para incidência do ISS
O assunto é tratado no art. 156, III, da Constituição Federal (BRASIL, 1988a) e regulamentado, em 
suas normas básicas, pelo Decreto-lei n. 406/1968, que foi alterado pela Lei Complementar n. 128 
(BRASIL, 2008). Assim, o ISS incide sobre os serviços relacionados na legislação básica e com modificações 
efetuadas pelas Leis Complementares n. 56/1987 e n. 116/2003. Em seu art. 3º, a Lei Complementar n. 116 
destaca que “o imposto é devido no local do estabelecimento ou do domicílio do prestador”, ou seja, 
onde está a sede da empresa que prestou os serviços. As exceções são as expressamente mencionadas 
nos incisos II a XXII do mesmo artigo (BRASIL, 2003c).
A lista dos serviços anexa ao Decreto-lei n. 406, de 31 de dezembro de 1968, com redação determinada 
pelo Decreto-lei n. 834, de 8 de setembro de 1969, acompanha as Leis Complementares n. 56/1987 
e n. 116/2003, que mencionam, em seu art. 1º, que o ISSQN, de competência dos municípios e do DF, 
tem como fato gerador a prestação de serviços constante na lista anexa, ainda que esses serviços não 
sejam constituídos como atividade preponderante do prestador.
Os serviços na lista são genéricos. Assim, para enquadrar a atividade do contribuinte na lista de serviços, 
poderá haver dificuldades quando a atividade abranger mais de um serviço. Na hipótese de os 
serviços prestados serem diferentes e haver possibilidade de separação, cada um desses serviços será 
enquadrado no item correspondente da lista e será tributado pela alíquota individualmente para cada 
atividade. Tratando-se de serviços inseparáveis, os serviços predominantes deverão ser enquadrados na 
lista de serviços para fins de incidência tributária.
21
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
2.3 Prestadores de serviços
Considera-se estabelecimento prestador de serviços o local onde são exercidas, de modo permanente 
ou temporário, as atividades de prestação de serviços, sendo irrelevantes para sua caracterização as 
denominações de sede, filial, agência sucursal, escritório de representação ou contato, ou quaisquer 
outras que venham a ser utilizadas.
Os contribuintes considerados prestadores de serviços ou tomadores de serviços têm como 
responsabilidade tributária o ISS. O cálculo do ISS é o valor do serviço prestado multiplicado pelo 
percentual de alíquota aplicada para tal contribuinte.
Responsável tributário é o responsável pelo pagamento do ISSQN, também conhecido como ISS. 
É considerado o prestador ou tomador, dependendo do tipo de serviço executado.
O tomador de serviço é a pessoa jurídica que contrata o serviço permanentemente em suas 
dependências, ou seja, o serviço é contratado para ser prestado diariamente, todos os dias do mês. 
Cita-se como exemplo uma terceirização da atividade com o contratante; nesse caso, o ISS é devido no 
local da prestação do serviço.
Estudaremos as situações de responsabilidade pelo pagamento do ISS no caso de retenção do 
imposto. Vale lembrar que a lei que rege a competência e responsabilidade pelo pagamento do imposto 
é a Lei Complementar n. 116 (BRASIL, 2003c). É importante ressaltar que o executor do serviço prestado 
deverá observar a legislação de seu município para averiguar os procedimentos daquela região.
2.4 Fato gerador
Corresponde à prestação de serviços constante da lista – ou relação – anexa à Lei Complementar n. 116, 
mesmo que tais serviços envolvam o fornecimento de mercadorias.
Em se tratando de retenção do ISSQN, o fato gerador que ocasiona a retenção é a emissão da nota 
fiscal/documento fiscal diante dos serviços prestados constantes na lista de serviços.
2.5 Contribuintes e responsáveis
Os contribuintes desses impostos são os prestadores de serviços, as pessoas jurídicas ou naturais, 
com ou sem estabelecimento fixo, dos serviços especificados anteriormente.
Não são considerados contribuintes:
• quem presta serviços com vínculo empregatício;
• os trabalhadores avulsos;
• os diretores e membros dos conselhos consultivo e fiscal.
22
Unidade I
A figura do responsável, sujeito indireto obrigado a cumprir o pagamento do tributo em nome do 
contribuinte, também existe no ISS porque a legislação municipal pode eleger a pessoa responsável pelo 
pagamento do imposto.
2.6 Base de cálculo
A base de cálculo é o preço do serviço. Considera-se preço do serviço a receita bruta a ele 
correspondente, sem nenhuma dedução, com exceção dos descontos e abatimentos concedidos 
incondicionais, ou seja, independentemente de qualquer condição.
No caso de obras civis, alguns municípios admitem deduzir do preço o valor:
• dos materiais adquiridos de terceiros e aplicados na obra;
• das faturas de subempreitadas já tributadas anteriormente pelo ISS.
2.7 Alíquotas
O cálculo do imposto é o valor do serviço prestado multiplicado pela alíquota do imposto, conforme 
previsto na lei de cada município. Porém, a alíquota máxima permitida é de 5%.
A alíquota do ISS dependerá do município onde a empresa estiver estabelecida, respeitados os limites 
constitucionais de no mínimo 2%, conforme fixado na Emenda Constitucional n. 37/2002, em seu art. 3º, 
e no máximo 5%, conforme art. 8, II, da Lei Complementar n. 116 (BRASIL, 2003c).
2.8 Retenção do ISS
A retenção do ISS está prevista na Lei Complementar n. 116, arts. 3º e 6º, e abrangerá os serviços 
diversos especificados nos incisos I a XXII (BRASIL, 2003c). Será realizada nos serviços prestados sempre 
que o imposto for devido no local de prestação do serviço. Isso ocorre quando os serviços forem prestados 
em local diferente (outro município) do estabelecimento prestador (sede, filial, escritório).
Contudo, para a retenção, o tomador de serviços – que é o contratante dos serviços para serem 
executados nas dependências de forma contínua – deve ter relação constante para se caracterizar a 
retenção na fonte.
 
Art. 6º Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir 
de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira 
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a 
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo 
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se 
refere à multa e aos acréscimos legais.
23
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
§ 1º Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao 
recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais, 
independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1º deste artigo, 
são responsáveis:
I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País 
ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;
II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária 
dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 
7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa 
(BRASIL, 2003c).
Figura 6 – A retenção do ISS é realizada no local da prestação de serviçoDisponível em: https://bit.ly/2UvhsSM. Acesso em: 6 jul. 2021.
2.9 Retenção no Simples
Com a vigência de parte tributária da lei do Super Simples, a partir de 1º de julho de 2007, surgiu 
uma nova modalidade de retenção do ISS, conforme § 6º do art. 18 da Lei Complementar n. 123, 
alterada pela Lei Complementar n. 128, de 2008:
 
§ 6º No caso dos serviços previstos no § 2º do art. 6º da Lei Complementar 116, 
de 31 de julho de 2003, prestados pelas microempresas e pelas empresas de 
pequeno porte, o tomador do serviço deverá reter o montante correspondente 
na forma da legislação do município onde estiver localizado, observado o 
disposto no § 4º do art. 21 desta Lei Complementar (BRASIL, 2006a).
24
Unidade I
O ISS devido pelas microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples 
Nacional deve ser recolhido com os demais impostos, por meio do documento único de arrecadação (DAS), 
após a aplicação das alíquotas e normas previstas na Lei Complementar n. 123 (BRASIL, 2006a).
 Lembrete
No caso dos serviços prestados pelas ME e EPP, o tomador do serviço 
deverá reter o valor do ISS de acordo com a legislação do município onde 
estiver localizado, sendo que este valor será deduzido do montante a ser 
recolhido na parcela do Simples Nacional correspondente.
2.10 Contabilização do ISS sobre vendas de serviços
Essa contabilização deverá seguir o mesmo procedimento adotado no registro do ICMS sobre vendas.
A escrituração do ISS poderá ser feita individualmente, nota fiscal por nota fiscal, no final do dia, 
pela totalização das notas fiscais ou, mensalmente, com base na escrituração do livro próprio.
2.10.1 Contabilização do ISS sobre vendas de serviços sendo o prestador responsável 
pelo recolhimento do imposto
A empresa PC Consertos, que tem como objetivo a manutenção de computadores e periféricos, 
prestou serviços de manutenção nos equipamentos da empresa Gold Silver. Ambas estão localizadas no 
mesmo município. A PC Consertos emitiu uma nota fiscal contra a Gold Silver pela prestação de serviços 
no valor de R$ 10.000,00, sendo o ISS devido de 5%.
O tipo de serviço prestado não prevê a retenção pelo tomador. Portanto, quem deverá recolher o 
imposto é o prestador do serviço, nesse caso, a PC Consertos.
Tabela 2 – Pelo recolhimento da receita
Débito
Duplicatas a receber/clientes (Ativo) R$ 10.000,00
Crédito
Receita de serviços prestados (Resultado) R$ 10.000,00
Tabela 3 – Pelo reconhecimento do imposto
Débito
ISS sobre serviços (Resultado) R$ 500,00
Crédito
ISS a pagar (Passivo) R$ 500,00
25
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Se a empresa optar pela escrituração resumida, ou seja, quando efetuar os lançamentos em partidas 
mensais, o registro contábil poderá ser efetuado com base no livro fiscal destinado à apuração do 
referido tributo.
Na demonstração do resultado do exercício (DRE), a conta de “ISS s/venda de serviços” será 
considerada como item redutor da receita bruta de vendas de serviços, obtendo-se, assim, a receita 
líquida de venda de serviços.
Tabela 4 – DRE
Receitas de serviços R$ 10.000,00
(-) ISS s/venda de serviços (R$ 500,00)
Receita líquida no período R$ 9.500,00
2.10.2 Contabilização do ISS sobre vendas de serviços sendo o tomador responsável 
pelo recolhimento do imposto
Quando o tomador do serviço estiver obrigado a recolher o imposto, assumindo a característica de 
responsável pelo tributo, o exemplo de contabilização do gasto está a seguir (considerando os mesmos 
valores do exemplo anterior).
A empresa Clean Up, que tem como objetivo a conservação e limpeza, prestou serviço na Andinos 
Place. Elas estão localizadas em municípios diferentes. A Clean Up emitiu uma nota fiscal contra a 
Andinos Place pela prestação de serviços no valor de R$ 10.000,00, sendo o ISS devido de 2%, com 
vencimento à vista.
O tipo de serviço prestado prevê a retenção pelo tomador; portanto, quem deverá reter e recolher 
o imposto é a Andinos Place.
Contabilização pelo tomador pelo reconhecimento da despesa:
Tabela 5 – Pelo reconhecimento da despesa e 
pagamento do serviço e retenção do imposto
Débito
Despesas com serviços de terceiros (Resultado) R$ 10.000,00
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 9.800,00
ISS a recolher (Passivo) R$ 200,00
Contabilização pelo prestador dos serviços pelo reconhecimento da receita e recebimento do valor:
26
Unidade I
Tabela 6 – Pelo reconhecimento da receita e recebimento do valor
Débito
Caixa ou bancos (Ativo) R$ 9.800,00
ISS sobre serviços (Resultado) R$ 200,00
Crédito
Receita de serviços prestados R$ 10.000,00
3 IPI
3.1 Base legal
Encontra-se na Constituição Federal em seu art. 153, IV (BRASIL, 1988a). Esse imposto, instituído 
pelas Leis n. 4502/64 e n. 5.172/66 com posteriores alterações, está regulamento pelo Decreto n. 7.212 
de 15 de junho de 2010 (BRASIL, 2010c).
O IPI é de competência da União e não está sujeito ao princípio constitucional da anterioridade, 
razão pela qual suas alíquotas podem ser alteradas durante o exercício financeiro, sendo que entre os 
princípios constitucionais que regem o IPI, destacam-se se a não cumulatividade e a seletividade.
O § 1º do art. 150 da Constituição (BRASIL, 1988a) faz uma ressalva a esse princípio, estipulando 
que o princípio da anterioridade não se aplica ao IPI. Assim, o legislador pode estabelecer aumento 
do IPI no curso do mesmo exercício financeiro. Isso significa que tais aumentos tornam-se exigíveis 
com a publicação da respectiva lei ou decreto, ou ato normativo equivalente. Com relação à entrada 
em vigência da instituição ou aumento do IPI, deve ser observado o princípio da noventena, no qual a 
instituição ou majoração de tributo somente produzirá efeitos após noventa dias da data da publicação 
da lei, conforme Emenda Constitucional n. 42 (BRASIL, 2003a).
Seletividade significa taxar o produto proporcionalmente a sua essencialidade. Assim, os 
chamados produtos supérfluos – tais como perfumes, bebidas finas ou até os nocivos à saúde como 
cigarros, por exemplo – devem receber taxação mais elevada pelo IPI, enquanto os produtos essenciais 
ou populares recebem taxação mais baixa. Carros e barcos de alta potência, de luxo e sofisticados são 
taxados por altas alíquotas; já carros populares, veículos e barcos de transportes coletivos são taxados 
por alíquotas menores.
Não cumulatividade significa que o imposto somente incidirá sobre a parcela do valor agregado no 
processo de industrialização.
A taxação varia também de acordo com a política governamental de apoio e subsídios a determinados 
setores. Por exemplo, o governo pode reduzir as alíquotas de IPI para a produção de máquinas agrícolas 
visando subsidiar a agricultura. Nesse caso, o objetivo é baratear os alimentos para a população ou 
isentar o setor de produção de bens de capital para fortalecer determinado setor industrial.
27
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Figura 7 – O IPI incide sobre produtos como automóveis
Disponível em: https://bit.ly/3dPBTkl. Acesso em: 6 jul. 2021.
Exemplo: no final de 2008, quando houve a grande crise financeira mundial, o Brasil, para estimular 
o consumo interno, de forma estratégica baixou as alíquotas de IPI de produtos como veículos e 
eletrodomésticos; alguns itens chegaram à alíquota zero. Isso fez com que o mercado se mantivesse 
aquecido, e os reflexos da crise mundial na economia brasileira foram mínimos.
Figura 8 – Eletrodomésticos tiveram IPI reduzido em 2008
Disponível em: https://bit.ly/3hCMm3D. Acesso em: 6 jul. 2021.
3.2 Competência
O IPI é um tributo indireto e é cobrado pela União. A Constituição Federal de 1988 define o IPI 
em seu art. 153: “Compete à União instituir impostos sobre: [...] IV – Produtos industrializados [...]” 
(BRASIL, 1988a).
3.3 Incidência
Conforme art. 2º do Decreto n. 7.212 (BRASIL, 2010c), o imposto incide sobre produtos industrializados, 
nacionais e estrangeiros, obedecidas às especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto 
sobre Produtos Industrializados – Tipi (Lei n. 4.502, de 30 de novembrode 1964, art. 1º, e Decreto-lei n. 34, 
de 18 de novembro de 1966, art. 1º).
28
Unidade I
Parágrafo único. O campo de incidência do imposto abrange todos os 
produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na Tipi, observadas as 
disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles 
a que corresponde à notação “NT” (não tributado) (BRASIL, 1998b, art. 6º).
Figura 9 – O IPI incide sobre produtos industrializados
Disponível em: https://bit.ly/2TFcNOi. Acesso em: 15 fev. 2021.
Quando se fala em industrialização, não se trata somente da transformação de material primário em 
algum bem, mas sim conforme a legislação determina.
O art. 4º do Decreto n. 7.212 (BRASIL, 2010c) caracteriza como industrialização qualquer operação 
que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, 
ou o aperfeiçoe para consumo, tal como:
 
I – a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, 
importe na obtenção de espécie nova (transformação);
II – a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar 
o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto 
(beneficiamento);
III – a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que 
resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma 
classificação fiscal (montagem);
IV – a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação 
da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a 
embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria 
(acondicionamento ou reacondicionamento);
V – a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto 
deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização 
(renovação ou recondicionamento).
29
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como 
industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a 
localização e condições das instalações ou equipamentos empregados 
(BRASIL, 1966, art. 46, parágrafo único; BRASIL, 1964, art. 3º, parágrafo 
único) (BRASIL, 2010c).
Ou seja, se uma empresa industrial adquirir no mercado uma caixa de parafusos contendo 100 mil 
peças e dividir em cem pacotes de mil parafusos, esse processo é considerado industrialização 
(acondicionamento) para fins de tributação do IPI.
Figura 10 – Acondicionamento também é industrialização
Disponível em: https://bit.ly/36e5uQr. Acesso em: 6 jul. 2021.
Alguns produtos são imunes ao IPI, são eles: livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua 
impressão (BRASIL, 1988a, art. 150, VI, “d”).
Figura 11 
Disponível em: https://bit.ly/3ytUSsw. Acesso em: 6 jul. 2021.
30
Unidade I
O IPI também não é cobrado na exportação de produtos industrializados. Nesse caso, a função 
protecionista do tributo é nitidamente observada, pois o governo abre mão do recebimento do tributo 
para incentivar a atividade da exportação que trará divisas para o país.
O IPI também não incide sobre a produção do ouro, quando esse for definido como ativo financeiro 
(investimento em barras de ouro), energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país.
 Observação
A lista completa dos produtos imunes ao IPI é encontrada na Constituição 
Federal de 1988.
3.4 Fato gerador
São duas as hipóteses principais nas quais ocorre o fato gerador do IPI:
• na importação: o desembaraço aduaneiro de produtos de procedência estrangeira;
• na operação interna: a saída de produto de estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.
O fato gerador não diz respeito apenas quando ocorre venda de produto, mas sim quando há a saída 
do produto, seja por venda, por demonstração, ou ainda por empréstimo.
3.5 Contribuintes
O Código Tributário Nacional (CTN), Lei n. 5.172, em seu art. 51, define quem são os contribuintes do IPI:
 
a) o importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço 
aduaneiro de produto de procedência estrangeira;
b) o industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto 
que industrializar em seu estabelecimento, bem como os demais fatos 
geradores decorrentes de atos que praticar;
c) o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador 
relativo aos produtos que dele saírem, bem como os demais fatos geradores 
decorrentes de atos que praticar;
d) os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a 
pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado 
à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade 
prevista na Constituição Federal (BRASIL, 1966b).
31
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
 Lembrete
Atenção: considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento 
de importador, industrial ou comerciante, em relação a cada fato gerador 
que decorra de ato que praticar.
Os estabelecimentos industriais, quando derem saída a matérias-primas, produtos intermediários 
e material de embalagem adquiridos de terceiros, com destino a outros estabelecimentos, para 
industrialização ou revenda, serão considerados estabelecimentos comerciais de bens de produção e 
obrigatoriamente equiparados a estabelecimento industrial em relação a essas operações (BRASIL, 1989).
Ainda são equiparados a estabelecimento industrial:
• os estabelecimentos atacadistas que adquirirem os produtos relacionados de estabelecimentos 
industriais ou dos estabelecimentos equiparados a indústrias de que tratam as alíneas “a” a “e”;
• os estabelecimentos em que o adquirente e o remetente dos produtos referidos no item anterior 
sejam empresas controladoras, controladas ou coligadas, interligadas ou interdependentes 
(BRASIL, 1989).
Por opção, são equiparados a estabelecimento industrial:
 
I - os estabelecimentos comerciais que derem saída a bens de produção, 
para estabelecimentos industriais ou revendedores, observado o disposto na 
alínea “a” do inciso I do art. 14; e
II - as cooperativas, constituídas nos termos da Lei n. 5.764, de 16 de dezembro 
de 1971, que se dedicarem a venda em comum de bens de produção recebidos 
de seus associados para comercialização.
I – o importador ou quem a Lei a ele equiparar;
II – o industrial ou quem a Lei a ele equiparar (BRASIL, 2010)
[...]
III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos 
contribuintes definidos nos itens anteriores;
IV – o arrematante em leilão de produtos apreendidos ou abandonados 
levados a leilão (BRASIL, 1966b).
32
Unidade I
3.6 Definição legal de industrialização
Conforme o Regulamento do IPI (Ripi – Decreto n. 2.637), a definição legal de industrialização 
é a seguinte:
 
Caracteriza-se como industrialização qualquer operação que modifique a 
natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação, a finalidade ou 
o aperfeiçoamento do produto para consumo, tais como:
a) Transformação: a que, exercida sobre a matéria-prima ou produto 
industrializado, importe na obtenção de espécie de novo produto.
b) Beneficiamento: a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de 
qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a 
aparência do produto.
c) Montagem: a que consiste na reunião de produtos, peças ou partes que 
resulte em novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma 
classificação fiscal.
d) Acondicionamento ou recondicionamento: a que importe em alterar a 
apresentação do produto, pela colocação de embalagem que se destine 
a dar nova configuração e não para transportar os produtos.
e) Renovação ou restauração: a que é exercida sobre produto usado ou parte 
remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure 
para nova utilização, exceto se o serviço for executado por conta e ordem 
de terceiro (BRASIL, 1998b).
3.7 Princípios constitucionais
3.7.1 Seletividade
O art. 153, IV, parágrafo 3º, inciso I da Constituição Federal (BRASIL, 1988a) estabelece que o IPI seja 
um imposto seletivo, isto é, será cobrado em função da essencialidade do produto,ou seja, quanto mais 
supérfluo for o produto, maior será a incidência do imposto.
3.7.2 Não cumulatividade
A Constituição Federal (BRASIL, 1988a), no art. 153, IV, § 3º, estabelece que o IPI seja não cumulativo, 
isto é, do imposto devido em cada operação será abatido o valor pago na operação anterior.
33
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
3.8 Base de cálculo
3.8.1 Dos produtos de procedência estrangeira
Observe o que dispõe a Lei n. 4.502:
 
o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos 
aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante 
desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador 
ou dele exigíveis (art. 14, I, “b”);
[...]
o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento 
equiparado a industrial (BRASIL, 1964, art. 18).
3.8.2 Dos produtos nacionais
Observe o que acentua a Lei n. 7.798:
 
Art. 14. Salvo disposição em contrário, constitui valor tributável:
[...]
II - quanto aos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer 
a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.
§ 1º. O valor da operação compreende o preço do produto, acrescido do 
valor do frete e das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo 
contribuinte ao comprador ou destinatário.
§ 2º Não podem ser deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças 
ou abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que incondicionalmente 
(Lei n. 4.502, de 1964, art. 14, § 2º, Decreto-lei n. 1.593, de 1977, art. 27, e Lei 
n. 7.798, de 1989, art. 15).
§ 3º Será também considerado como cobrado ou debitado pelo contribuinte, 
ao comprador ou destinatário, para efeitos do disposto no § 1º, o valor do frete, 
quando o transporte for realizado ou cobrado por firma coligada, controlada ou 
controladora (Lei n. 6.404, de 1974) ou interligada (Decreto-lei n. 1.950, de 1982) 
do estabelecimento contribuinte ou por firma com a qual este tenha relação de 
interdependência, mesmo quando o frete seja subcontratado (Lei n. 4.502, de 
1964, art. 14, § 3º, e Lei n. 7.798, de 1989, art. 15) (BRASIL, 1989).
Ou seja, todos os acréscimos ao produto são computados e nenhum desconto é considerado.
34
Unidade I
Essa questão de não ser possível abater do valor os descontos as diferenças, mesmo que incondicionais, 
é uma matéria que tem sido discutida exaustivamente, pois a legislação do IPI está indo contra 
a Constituição Federal. Mesmo assim, as empresas que estão praticando a taxação do IPI sobre 
os valores considerando os descontos estão sendo autuadas pelo Fisco. Ora o empresariado precisa se 
posicionar de forma mais conservadora, ora menos conservadora; no caso de autuação, é preciso procurar 
as brechas da lei.
3.9 Alíquotas
São várias e estão presentes na Tipi, que é a principal ferramenta para adequação dos produtos à 
classificação fiscal e localização de alíquotas.
A Tipi é uma tabela na qual estão descritos todos os tipos de produtos separados por grupos e 
capítulos, representados por um conjunto de oito números. Essa representação numérica (classificação 
fiscal) é a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e corresponde também à Nomenclatura Brasileira 
de Mercadorias (NBM). É ela que estabelece qual alíquota será devida para cada produto.
A seguir, destaca-se uma pequena parte da Tipi.
Tabela 7 – Exemplo de Tipi
NCM Descrição Alíquota (%)
90.01
Fibras ópticas e feixes de fibras ópticas; cabos de fibras ópticas, exceto os da 
posição 85.44; matérias polarizantes em folhas ou em placas; lentes (incluídas 
as de contato), prismas, espelhos e outros elementos de óptica, de qualquer 
matéria, não montados, exceto os de vidro não trabalhado opticamente
9001.10 Fibras ópticas, feixes e cabos de fibras ópticas
90001.10.1 Fibras ópticas
9001.10.11 De diâmetro de núcleo inferior a 11 micrômetros (mícrons) 10
9001.10.19 Outros 10
9001.10.20 Feixes e cabos de fibras ópticas 15
9001.20.00 Matérias polarizantes, em folhas ou em placas 15
9001.30.00 Lentes de contato 0
9001.40.00 Lentes de vidro, para óculos 0
9001.50.00 Lentes de outras matérias, para óculos 0
9001.90 Outros
9001.90.10 Lentes 0
9001.90.90 Outros 15
90.02
Lentes, prismas, espelhos e outros elementos de óptica, de qualquer matéria, 
montados, para instrumentos ou aparelhos, exceto o vidro não trabalhado 
opticamente
9002.1 Objetivas
9002.11 Para câmeras, para projetores ou para aparelhos fotográficos ou cinematográficos, de ampliação ou de redução
35
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
NCM Descrição Alíquota (%)
9002.11.1
Para câmeras fotográficas ou cinematográficas ou para projetores 15 
Ex 01 - Para câmeras cinematográficas 0
9002.11.20 De aproximação (zoom) para câmeras de televisão, de 20 ou mais aumentos 15
9002.11.90 Outras 15
9002.19.00 Outras 15
9002.20 Filtros
9002.20.10 Polarizantes 15
9002.20.90 Outros 15
9002.90.00 Outros 15
Adaptada de: Brasil (2017, p. 413-414).
 Saiba mais
A Tipi é composta de inúmeros códigos, com os mais variados tipos de 
produtos. Consulte a referência a seguir.
BRASIL. Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos 
Industrializados (Tipi). Baseada no sistema harmonizado de designação 
e de codificação de mercadorias, atualizado com sua VI emenda. Brasília, 
2017. Disponível em: https://bit.ly/3cKuqlm. Acesso em: 5 fev. 2021.
3.10 Escolha de classificação fiscal de uma empresa
Como podemos observar na tabela anterior, a classificação fiscal (NCM) é vital para o estabelecimento 
da alíquota do IPI a ser recolhida nas operações.
Quando um produto novo é lançado no mercado, ou mesmo com a criação de uma nova empresa, 
não podemos nos preocupar somente com os aspectos de aceitação no mercado, mas com a correta 
adequação do produto na classificação fiscal, pois a alíquota de IPI conforme a Tipi pode interferir na 
margem de lucro desse produto e torná-lo inviável à comercialização.
Não se pode confundir Tipi com NCM, pois a Tipi é uma tabela na qual constam os códigos NCM 
(classificações fiscais dos produtos) com as respectivas alíquotas de IPI para cada produto, separados 
por seções, capítulos etc.
Como exemplo prático, podemos citar uma empresa de cristais para decoração. Em determinado 
momento, ela resolve lançar um produto novo: “lentes oftalmológicas”. Se analisarmos o capítulo ao 
qual pertence esse material, veremos que é o 90. Se a produção for de lentes para óculos, poderemos 
utilizar a classificação fiscal 9001.40.00 ou 9001.50.00, as alíquotas correspondentes são 0. Porém, se 
36
Unidade I
a pessoa responsável por adequar a classificação fiscal não tiver o cuidado e simplesmente destacar o 
produto como “outras lentes” ou “lentes” do capítulo 90, mas na posição 90.02, a alíquota será de 15%. 
Com isso, teríamos um acréscimo no valor do produto de 15%, podendo torná-lo não competitivo no 
mercado e inviabilizar sua produção.
No caso inverso, se a empresa fabricar lentes para câmeras fotográficas e decidir utilizar a classificação 
fiscal de lentes para óculos, estará utilizando classificação errada, incorrendo em uma série de crimes 
contra o fisco.
Um exemplo de economia do IPI é o agrupamento de vários produtos na classificação fiscal da 
mercadoria mais relevante ou essencial, desde que todo o conjunto seja acondicionado em uma única 
embalagem de venda ao consumidor.
Podemos observar isso nas escolas e cursos, principalmente os de idiomas, que têm o material 
destinado ao curso acondicionado em uma única embalagem. Nessa embalagem, estão contidos todos 
os recursos audiovisuais necessários ao aprendizado do aluno. Assim, a classificação predominante será 
a do livro, que conta com a imunidade tributária. Porém, se cada produto fosse vendido separadamente, 
apenas o livro estaria imune e os CDs e demais materiais tributados. Nesse caso, a imunidade do livro foi 
estendida a todos os materiais do kit.
Existe também a possibilidade de o produto ser modificado para poder se adequar numa classificação 
fiscal em que a alíquota do IPI é menor. Vemos,por exemplo, o caso de perfumes e colônias, a alíquota de 
perfume é 3,5 vezes a alíquota da água-de-colônia. Como a diferença é a composição, o perfume extrato 
tem a NCM 3303.00.10 com alíquota de 42%, e a água-de-colônia tem a NCM 3303.00.20 de 12%, 
muitas empresas optam por reduzir a concentração dos óleos essenciais na fabricação, caracterizando o 
produto como água-de-colônia. Assim, a tributação pelo IPI será de 12%.
Portanto, a escolha da classificação fiscal correta pode ser considerada uma ferramenta indispensável 
para garantir a lucratividade e o sucesso de um negócio que, se não for tratado com o devido cuidado 
na adequação, poderá trazer consequências desastrosas para a organização.
Na impossibilidade de se adequar uma classificação fiscal correta, recomenda-se consultar a 
Receita Federal. O protocolo dessa consulta impede a aplicação de penalidade relativamente à matéria 
consultada, a partir da data de sua protocolização até o 30º dia seguinte ao da ciência, pelo consulente, 
da decisão que a soluciona, desde que o pagamento ocorra nesse prazo, quando for o caso.
3.10.1 Cálculo prático
Uma indústria que fabrica e comercializa equipamentos eletrônicos adquire matéria-prima (chapas 
de aços e componentes eletrônicos) que será utilizada na fabricação de seus produtos.
A aquisição das chapas de aços tem como valor da mercadoria R$ 20.000,00 com 5% de IPI, 
totalizando R$ 21.000,00. Os componentes eletrônicos foram comprados no valor de R$ 30.000,00 
37
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
com 10% de IPI, no total de R$ 33.000,00. Os gastos com a aquisição da matéria-prima totalizaram 
R$ 54.000,00.
Após a industrialização, os produtos foram vendidos por R$ 128.000,00, sendo que sobre as vendas 
incide IPI à alíquota de 10%; somados ao preço, totalizaram R$ 140.800,00.
No final do período, foi apurado o imposto a ser pago. O imposto devido é a diferença entre os 
impostos devidos na saída dos produtos (débito) e entradas (créditos).
Tabela 8 – Exemplo de cálculo
Entradas
Valor da mercadoria Alíquota IPI Total da nota fiscal
20.000,00 5% 1.000,00 21.000,00
30.000,00 10% 3.000,00 33.000,00
Saídas
Valor da mercadoria Alíquota IPI Total da nota fiscal
128.000,00 10% 12.800,00 140.800,00
Saldo a recolher (4.000,00 - 12.800,00) (8.800,00)
Uma vez que o valor do imposto incidente na saída foi de R$ 12.800,00 e o imposto creditado foi 
R$ 4.000,00, o imposto devido a ser recolhido aos cofres públicos será de R$ 8.800,00.
3.11 O crédito do imposto
Nas empresas industriais, o ICMS e o IPI são tributos pagos por ocasião das aquisições de 
matérias-primas, materiais de embalagens e outros materiais utilizados na fabricação ou industrialização 
de produtos acabados. Esses insumos, obrigatoriamente, devem ser incorporados ou consumidos no 
processo industrial ou, ainda, podem ser identificados nos produtos – por esse motivo, tais impostos 
devem ser recuperados pela empresa por ocasião das vendas, desde que tais vendas sejam tributadas 
pelo ICMS e pelo IPI.
Por que pagos? Porque a empresa vendedora cobra esses tributos da compradora.
De maneira semelhante à metodologia apresentada no caso do ICMS, quando as entradas superam 
as saídas, forma-se o saldo credor, isto é, quando o ICMS e/ou IPI sobre as compras corresponder a 
valor superior ao ICMS e ao IPI das vendas, o valor acumulado pode, nesse caso, ser transferido 
para o período subsequente. Importante destacar o seguinte: nas empresas industriais, o IPI incide 
sobre o preço do bem que, por sua vez, já inclui o ICMS, portanto, é um imposto agregado ao valor. 
De acordo com a legislação tributária, para creditar-se do ICMS e do IPI, é necessário preencher as 
seguintes condições:
38
Unidade I
• que o ICMS e o IPI estejam destacados em documento fiscal hábil, com o atendimento de todas 
as exigências da legislação pertinente;
• que o documento fiscal hábil seja emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco, 
isto é, esteja inscrito na repartição competente, encontre-se em atividade no local indicado e 
possibilite a comprovação dos demais dados cadastrais impressos no documento fiscal;
• que o documento fiscal hábil seja escriturado no respectivo livro de registro de entradas 
(modelo 1).
O direito ao crédito do IPI extinguir-se-á no prazo de cinco anos, a partir da data de emissão pelo 
fornecedor do documento hábil.
3.12 O débito do imposto
O débito do imposto se dá na saída do produto, por venda ou outra movimentação que seja tributada, 
tais como empréstimo de produto de estoque, demonstração, mostruário, entre outros.
O IPI é um imposto que é calculado “por fora”. Diferentemente do ICMS, o IPI é agregado ao valor do 
produto e somado no total da nota fiscal. Para melhor compreensão, observe o exemplo a seguir.
Durante 15 dias, uma indústria de equipamentos eletrônicos produziu um lote de seiscentos 
equipamentos. Os produtos foram vendidos pelo valor de R$ 54.000,00 para uma loja que vai 
comercializá-los posteriormente. A alíquota do IPI para esses produtos é 10%. Portanto, o valor total da 
nota fiscal será de R$ 59.400,00.
Tabela 9 – Valor da nota fiscal
Valor do produto R$ 54.000,00
IPI 10% s/produto R$ 5.400,00
Valor total da nota fiscal R$ 59.400,00
A base de cálculo do IPI será sempre a mesma quando nos referimos a tipos de destinatário. Não há 
qualquer alteração se vendemos para contribuintes, não contribuinte, dentro do Estado, fora do Estado, 
pessoa física etc., somente haverá alguma modificação quando existir algum benefício tributário, 
como o caso de vendas para a Itaipu Binacional e alguns órgãos públicos nos quais não há incidência 
desses impostos.
Por ser um imposto calculado “por fora”, ele não integrará a base de cálculo PIS e Cofins, mas poderá 
integrar a base de cálculo do ICMS, isso dependerá de como a venda do produto será feita, na qual serão 
analisados o destinatário e a finalidade da mercadoria.
39
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Quadro 2 – Principais livros utilizados pelo IPI e ICMS
Registro de Modelo Usuário
Entradas 1 Contribuintes do IPI e do ICMS
Entradas 1-A Contribuintes do ICMS
Saídas 2 Contribuintes do IPI e do ICMS
Saídas 2-A Contribuintes do ICMS
Controle da produção e do estoque 3 Estabelecimentos industriais
Selo especial de controle 4 Produtores - cigarros, bebidas, relógios, entre outros
Impressão de documentos fiscais 5 Estabelecimentos que confeccionam documentos fiscais para terceiros e uso próprio
Utilização de documentos fiscais e termos de 
ocorrência 6 Estabelecimentos comerciais e industriais
Inventário 7 Estabelecimentos comerciais e industriais
Apuração do IPI 8 Estabelecimentos industriais ou equipados
Apuração do ICMS 9 Estabelecimentos comerciais e industriais
Controle de crédito do ICMS do ativo permanente Estabelecimentos comerciais e industriais
3.13 Exemplo de contabilização
Usaremos a mesma operação citada no cálculo prático apresentado anteriormente (título 3.10.1). 
Uma indústria que fabrica e comercializa equipamentos eletrônicos adquire matéria-prima (chapas de 
aços e componentes eletrônicos) que será utilizada na fabricação de seus produtos.
A aquisição das chapas de aços tem como valor da mercadoria R$ 20.000,00 com 5% de IPI, totalizando 
R$ 21.000,00. Os componentes eletrônicos foram comprados no valor de R$ 30.000,00 com 10% de IPI, 
no total de R$ 33.000,00. Os gastos com a aquisição da matéria-prima totalizaram R$ 54.000,00.
Após a industrialização, os produtos foram vendidos por R$ 128.000,00, sendo que sobre as vendas 
incide IPI à alíquota de 10%; somados ao preço, totalizaram R$ 140.800,00. Vamos adotar a venda para 
consumidor final, no qual o IPI vai compor base do ICMS.
No final do período, foi apurado o imposto a ser pago. O imposto devido é a diferença entre os 
impostos devidos na saída dos produtos (débito) e entradas (créditos).
Tabela 10 – Pela compra de matéria-prima para industrialização
Débito
Estoque/matéria-prima (Ativo) R$ 41.500,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 8.500,00
IPI

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