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ADMINISTRAÇÃO-FINANCEIRA-BANCÁRIA

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1 
 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA BANCÁRIA 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-
sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação 
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos 
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA BANCÁRIA ......................................................... 1 
NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................................... 2 
ASPECTOS GERAIS DA ECONOMIA APLICADA..................................................3 
CONCEITO E OBJETO...................................................................................................6 
CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA....................................................................................8 
CONCEITOS……............................................................................................................9 
O DIREITO ADMINISTRATIVO X ECONOMIA.......................................................16 
ADMINISTRAÇÃO BANCÁRIA..................................................................................23 
ADMINISTRAÇÃO.......................................................................................................27 
REFERÊNCIAS..............................................................................................................40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file://192.168.0.2/E$/Pedagogico/MODELO%20APOSTILA-%20AVALIAÇÃO/MODELO%20NOVO%20-%20APOSTILA.docx%23_Toc56085344
 
 
 
4 
ASPECTOS GERAIS DA ECONOMIA APLICADA 
Desde a antiguidade existiam regras que buscavam disciplinar fenôme-
nos relacionados à economia. Não se podia à época, contudo, falar-se em direito 
econômico propriamente dito. 
Conforme veremos, a ideia de direito econômico está intimamente asso-
ciada à noção moderna de Estado, assim como ao reconhecimento de que o 
mercado não é capaz de autorregular-se. Naquela época, portanto, não faria 
muito sentido a questão sobre o grau e espécie de intervenção do Estado na 
economia razão pela qual não havia um ramo do direito dedicado ao tema. 
A própria etimologia do termo economia aponta nesse sentido (oikos no-
mos regras para a administração do lar) Com o surgimento do Estado moderno 
e do desenvolvimento da economia enquanto ciência, a discussão sobre a rela-
ção entre Estado e atividade econômica começa a ganhar relevo, sob a forma 
do liberalismo clássico. 
O liberalismo clássico (ou liberalismo econômico) somente admitia a in-
tervenção do Estado na economia de forma bastante reduzida (alguns autores 
inclusive classificam o liberalismo econômico como não intervencionista), pois 
partia do pressuposto de que quanto maior fosse o nível de liberdade garantido 
aos agentes privados no desempenho de suas atividades econômico-comerciais 
(leia-se livre iniciativa), maior seria o crescimento da economia de um país. 
Ainda que o liberalismo clássico possua suas nuances, pode-se dizer 
que, em linhas gerais, essa corrente de pensamento defende que os fenômenos 
econômicos são regidos por leis quase tão precisas quanto as leis das ciências 
físicas e da natureza, razão pela qual a intervenção estatal apenas tenderia a 
perturbar a “ordem natural” da economia. 
Esse modelo fundamentou o funcionamento da economia até o final do 
século XIX, quando as deficiências do liberalismo clássico tornaram-se mais evi-
dentes, levando os Estados a procurarem desenvolver regulações sistemáticas 
 
 
 
5 
para as atividades econômicas. Vejamos aqui dois exemplos: Europa e Estados 
Unidos. Na Europa, predominava um modelo de liberalismo em que o Estado 
atuava apenas para adquirir novas colônias como forma de garantir mercado 
para as indústrias de seu país e obter insumos baratos para sua produção in-
dustrial. 
Conforme os territórios a serem conquistados foram tornando-se escas-
sos, esse modelo de capitalismo imperialista foi chegando a seu limite, ao 
mesmo tempo em que os conflitos entre potências europeias em busca de novas 
colônias aumentava (especialmente entre países que haviam iniciado anterior-
mente sua expansão colonial e países cuja expansão colonial ocorreu de forma 
tardia, como a Alemanha), desembocando posteriormente na Primeira Guerra 
Mundial. Nos Estados Unidos, o liberalismo clássico também mostrou-se falho. 
Ao invés do predomínio da livre concorrência, percebia-se no país um 
número cada vez maior de monopólios, levando ao surgimento do Sherman Act 
- uma Lei Antitruste que busca evitar a exploração dos trabalhadores, bem como 
a elevação exacerbada de preços. 
Todavia, a dissolução dos monopólios gerou grande circulação das 
ações de empresas, o que se mostrou problemático, haja visto que à época não 
havia uma regulação devidamente estabelecida para o mercado financeiro. Daí 
resultaram crises econômicas, com destaque para a queda da bolsa de Nova 
Iorque em 1929. Duas lições podem ser extraídas dos casos das economias eu-
ropeia e norte-americana no período do final do século XIX para o começo do 
século XX: 
(i) o mercado não é capaz de regular a si mesmo; 
(ii) alguma intervenção do estado na economia (ainda que 
regulatória) faz-se necessária. 
 
 
 
6 
Teremos, a partir de então, as primeiras tentativas sistemáticas de inter-
venção do Estado na economia. Nos Estados Unidos pós-crise de 1929, ganha-
ram força as teses de John Maynard Keynes, que buscava corrigir as falhas de 
mercado por meio da intervenção estatal. 
Caberia ao Estado atuar como indutor do crescimento com vistas a con-
duzir o país ao pleno emprego. Na Europa do pós-guerra, desenvolveu-se o Es-
tado de bem-estar social (Welfare State) que associou a promoção de política 
social ao desenvolvimento econômico de um país inclusive como forma de se 
contrapor à expansão do regime socialista. 
A crítica mais dura e mais radical ao liberalismo econômico ocorreu nos 
países socialistas, sob inspiração do pensamento de Karl Marx entre outros. Tais 
países desenvolveram um modelo planificado de economia com forte interven-
ção estatal e pouco espaço para a autonomia individual e à iniciativa privada. 
Tal modelo, naturalmente, não se sustentou com o passar do tempo. Por 
fim, mesmo os países em desenvolvimento desenvolveram sua crítica ao libera-
lismo. Por meio da teoria de substituição de importações da Comissão Econô-
mica para a América Latina (CEPAL), defendeu-se que tais países apenas con-
seguiriam desenvolver suas economias caso houvesse alguma forma de inter-
venção do Estado que permitisse o desenvolvimento da indústria nacional e a 
diminuição da dependência de produtos manufaturados vindos dos países do 
primeiro mundo. 
Importante notar que, junto com essas novas concepções acerca da re-
lação entre estado e atividade econômica vieram novas regulações jurídicas, que 
não somente reconheciam a insuficiência do direito privado para regulamentar 
fenômenos como o desempregoe as crises econômicas, como também implica-
vam a revisão de “dogmas” do liberalismo, e.g., a concepção absoluta do direito 
de propriedade, sendo incorporado a este instituto a noção de função social. Os 
direitos dos trabalhadores também passaram a ter tratamento especifico, mere-
cendo destaque as Constituições mexicana (1917) e de Weimar (1919), nas 
 
 
 
7 
quais se percebe um forte teor social. Surgia, assim, a codificação do direito 
econômico. 
O reconhecimento de que o mercado é falho também ocorrera no plano 
internacional. Especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial, diversas 
organizações foram criadas com lastro nessa premissa. 
Apenas para citar algumas: Banco Mundial (fomentar o desenvolvimento 
de países do então terceiro mundo), Fundo Monetário Internacional (socorrer 
países em dificuldades financeiras); Acordo Geral e Tarifas e Comércio e, pos-
teriormente, Organização Mundial do Comércio (estabelecer regulações para o 
comércio internacional). 
Mais adiante analisaremos concepções contemporâneas da atuação es-
tatal, especialmente aquelas voltadas para a ideia de regulação da economia (ao 
invés de uma intervenção direta). Passemos agora ao conceito e objeto do direito 
econômico. 
CONCEITO E OBJETO 
Para isso, trago a definição dada por Eros Roberto Grau: “sistema nor-
mativo voltado à ordenação do processo econômico mediante a regulação, sob 
o ponto de vista macrojurídico, da atividade econômica, de sorte a definir uma 
disciplina destinada à efetivação da política econômica estatal”. 
Em outras palavras, o Direito Econômico é a disciplina que cuida das 
normas que serão aplicadas pelo Estado nas práticas econômicas, incluindo os 
meios de políticas de intervenção no domínio econômico, regulação, fiscalização 
e participação estatal na atividade econômica, bem como a disciplina das rela-
ções de dominação, como os monopólios e a tutela dos sujeitos dessas relações, 
coibindo condutas ilícitas dos agentes econômicos. 
A partir dos conceitos acima, é possível definir várias áreas de atuação 
do Direito Econômico: 
 
 
 
8 
 
 Desenvolvimento e equilíbrio econômicos 
 Instrumentos e objetos de política econômica. 
 Tutela dos valores concorrenciais, das relações de 
dominação e dos sujeitos que dela participam. Ex: consumidoress 
 controle de variáveis econômicas, como taxa de ju-
ros, bem como controle de quaisquer atividades que possam afe-
tar a economia,. Ex: investimentos estrangeiros. 
 Direito Econômico: o Estado fiscaliza, regula e parti-
cipa da atividade econômica. 
 
Embora o direito econômico também regule as atividades privadas, im-
pondo limites à autonomia da vontade, outros fatores justificam sua localização 
no ramo do direito público: 
i)regulação de serviços públicos prestados direta ou indiretamente pelo 
Estado; 
ii) rege condutas de instituições públicas, agências reguladoras e outras; 
iii) imposição de obrigações fundamentadas no interesse sociais. 
 
CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA 
 
O conceito de Constituição Econômica 
A Constituição Econômica nasce formalmente ao início do século XX, 
oriunda da positivação de um feixe de normas constitucionais (expressas e im-
 
 
 
9 
plícitas) que disciplinam a natureza do sistema econômico em determinado Es-
tado e firmam a sua ordem jurídica da economia, inclusive a interação estatal na 
economia privada. 
 Mas o conceito de Constituição Econômica não encontra unanimidade 
na doutrina. Na definição de VITAL MOREIRA, é o “conjunto de preceitos e ins-
tituições jurídicas que, garantindo os elementos definidores de um determinado 
sistema económico, institui uma determinada forma de organização e funciona-
mento e constitui, por isso mesmo, uma determinada ordem económica”. 
 Ao seu tempo, GOMES CANOTILHO adota um conceito mais restrito: 
“o conjunto de disposições constitucionais – regras e princípios – que dizem res-
peito à conformação da ordem fundamental da economia.”84 Já em sua obra 
conjunta, VITAL MOREIRA e GOMES CANOTILHO descem a minúcias e pro-
põem o seguinte: 
“Trata-se do conjunto de normas e de princípios constitucionais que ca-
racterizam basicamente a organização económica, determinam as principais re-
gras do seu funcionamento, delimitam a esfera de acção dos diferentes sujeitos 
económicos, prescrevem os grandes objectivos da política económica, enfim, 
constituem as bases fundamentais da ordem jurídico-política da economia.” 
 Portanto, a ideia central do conceito reside no foro em que estão locali-
zadas as normas (constitucional) em face da matéria acerca da qual dispõem 
(organização econômica, política econômica, poder econômico, intervenção es-
tatal na economia etc.). 
Trata-se da disciplina jurídico-constitucional dos princípios que regem a 
vida econômica em determinado Estado. 
 
CONCEITOS 
 
 
 
10 
Simultaneamente à positivação e ao desenvolvimento doutrinário da 
ideia de Constituição Econômica, foi sendo elaborada a noção de Direito Econô-
mico (e suas variações). A seguir, analisar-se-á com brevidade o conceito e as 
características dessa disciplina. 
 A convivência entre o Direito Econômico, o Direito Comercial e o 
Direito Civil 
Num primeiro momento, acentue-se que o Direito Econômico não exclui 
nem derroga o Direito Privado (Civil, Comercial e desdobramentos), que envol-
vem negócios jurídicos com efeitos econômicos. Nem sequer o poderia, apesar 
de ser nítido que todas essas disciplinas envolvem matéria econômica. 
O que se dá é um corte transversal, a seccionar simultaneamente as 
diversas ramas da ordem jurídica (no que diz respeito à ordem jurídicoeconô-
mica), como se infere da doutrina de ALFREDO DE ASSIS GONÇALVES NETO: 
O Direito comercial, regulando as relações entre comerciantes (empre-
sários) e entre esses e os destinatários de suas atividades no âmbito privado, 
tem com o Direito Econômico pontos de tangência nas normas que delimitam, 
na órbita do interesse público, os direitos e as obrigações daqueles no exercício 
da atividade profissional e que definem as suas relações com os consumidores, 
com os investidores, com os demais empresários e assim por diante. 
“Já o Direito Econômico tem de buscar no Direito Comercial, dentre ou-
tras, as noções sobre formas societárias, grupos de empresas, contratos de in-
tegração e interdependência econômica, poder de controle interno e externo no 
seio empresarial.” 
A peculiaridade reside em que tais ramos tradicionais do Direito Privado 
regulam a vida e a interação jurídica dos particulares, tendo como objetivo ime-
diato a coordenação de interesses disponíveis. A não ser frente às exceções 
juridicamente positivadas, em que se dá a indisponibilidade dos direitos (p. ex., 
os interesses dos absolutamente incapazes – C. Civil, art. 3º), a ideia da ordem 
 
 
 
11 
jurídica privada remonta basicamente aos conceitos originários do Estado Libe-
ral: homens livres dispondo sem peias acerca de seus bens e direitos. Assim 
deve-se entender na origem o Direito Civil ou o Direito Comercial, que existiam 
muito tempo antes de surgirem as cogitações acerca do Direito Econômico. 
O que se dá é que a faceta econômica das disciplinas jurídicas privadas 
configura um efeito reflexo ou mediato da incidência das normas às respectivas 
hipóteses fáticas. 
Enquanto isso, o Direito Econômico envolve os mesmos assuntos sob 
um ângulo econômico primário ou imediato – além de dispor acerca de matérias 
estranhas ao Direito Privado propriamente dito. Como leciona MODESTO CAR-
VALHOSA, a atividade econômica em sentido estrito reveste-se “de um valor de 
conduta de dever ser econômico juridicamente atribuindo-se-lhe uma função 
no complexo das próprias aspirações estatais.” 
Há, portanto, um envolvimento entre fatos econômicos específicos, aos 
quais o Estado (Legislador e mesmo a Administração) atribui maior dimensão 
axiológica, conferindo-lhes uma dimensão social de talrelevância que culmina 
na sua definição e subsunção a previsões de Direito Público. WASHINGTON 
PELUSO ALBINO DE SOUZA fornece um exemplo ilustrador: o conceito de 
“preço” e suas derivações. 
O fato econômico “preço” tem um regime, uma concepção e respectivas 
consequências precisas no Direito Econômico (v.g., expressão de uma política 
governamental ou definidor da posição de poder dominante em determinado 
mercado). 
Além disso, possui outras tantas características equivalentes e absolu-
tamente diversas no Direito Civil ou Comercial (prestação relativa ao valor de 
troca da mercadoria). A mesma realidade abordada sob dois prismas não-exclu-
dentes, mas complementares. 
 
 
 
12 
 O mesmo pode ser dito em relação ao Direito do Trabalho, em se con-
siderando o trabalho como um fator da produção (um custo, um preço) ou objeto 
de uma política governamental macroeconômica (contenção do desemprego). 
O Direito do Trabalho não vislumbra de forma imediata a relação macro-
econômica que se põe entre empregados e empregadores – o aspecto de que 
ele se ocupa não está no plano político-econômico, mas nas relações laborais 
stricto sensu objeto do contrato de trabalho e as consequências jurídicas daí 
derivadas (férias, salário, indenizações etc.). Questões que assumem um colo-
rido ainda mais vivo se examinadas as próprias diversidades entre a Ciência do 
Direito e a Ciência da Economia. 
O Direito Administrativo da Economia como integrante do Direito 
Econômico 
Por outro lado, o Direito Administrativo da Economia é apenas uma par-
cela específica do Direito Econômico como um todo. A sua definição dependerá 
do sistema jurídico analisado e as respectivas premissas adotadas pelo doutri-
nador, mas é possível proceder a uma sistematização genérica. 
Num primeiro momento, confira-se a definição de ANTÓNIO CARLOS 
DOS SANTOS, MARIA EDUARDA GONÇALVES e MARIA MANUEL LEITÃO 
MARQUES, para quem o objeto da disciplina do Direito Econômico pode ser 
definido como: 
o estudo da ordenação (ou regulação) jurídica específica da organização 
e direcção da atividade económica pelos poderes públicos e (ou) pelos poderes 
privados, quando dotados de capacidade de editar ou contribuir para a edição 
de regras com carácter geral, vinculativas dos agentes económicos. 
Esse conceito genérico abrange todas as áreas de incidência do Direito 
Econômico. Envolveria normas estruturais (de organização) e de conduta (de 
direção) relativas à integralidade dos comportamentos dos agentes econômicos 
(de caráter vinculativo). 
 
 
 
13 
Não se fixa num só emissor normativo (o Estado), mas também na re-
gulação emitida pelos próprios particulares (que podem editar ou meramente 
contribuir para a edição de prescrições vinculantes aos demais agentes). 
O Direito Administrativo da Economia, vislumbrado como aquele con-
junto de normas de Direito Público (Administrativo) com objeto e/ou conteúdo 
econômico, estaria inserido numa parcela desse conceito amplo. 
 O que põe em foco a doutrina que subordina o Direito Administrativo da 
Economia a uma das áreas abrangidas pelo Direito da Economia (que envolveria 
toda a ordem jurídica econômica interna). 
Nesse sentido, ANTÓNIO SOUSA FRANCO, para quem o Direito da 
Economia “cobre áreas normativas bem distintas: 
“a) O Direito Internacional Económico, que compreende o Direito produ-
zido por fontes normativas internacionais e cujo conteúdo é formado pela regu-
lamentação normativa da ordem económica e das instituições económicas. 
“b) O Direito interno da Economia (ou Direito da Economia ‘stricto 
sensu’), que, por sua vez, integra, em Portugal e nos países com ordenamentos 
jurídicos afins, duas áreas normativas bem delimitadas: 
“b1) O Direito Administrativo da Economia, isto é, a parte do Direito Ad-
ministrativo que regula as formas específicas da actuação e intervenção do Es-
tado, sob forma administrativa; 
“b2) O Direito Económico, isto é, o ramo do ordenamento jurídico que 
regula, segundo princípios próprios, a ordem económica e as suas instituições 
económicas fundamentais. 
O Direito Administrativo da Economia não consubstanciaria a essência 
de uma disciplina jurídico-econômica originária, pois há princípios e normas pró-
prias do Direito Administrativo que não têm nenhum relacionamento com tópicos 
 
 
 
14 
específicos do Direito interno da Economia (p. ex., o Direito da Concorrência e o 
Direito dos Consumidores). 
O que faria com que o núcleo central da disciplina do Direito da Econo-
mia fosse constituído pelo Direito Econômico em sentido estrito, definido por 
SOUSA FRANCO como: “o ramo de Direito (e a respectiva disciplina de Ciência 
Jurídica) que contém o regime próprio e específico dos elementos jurídicos do 
sistema (e do regime) económico, do equilíbrio económico entre o Estado, gru-
pos sociais e entidades privadas e o enquadramento e regime geral das institui-
ções económicas fundamentais.” 
A “crise” do Direito Administrativo e o Direito Administrativo da 
Economia 
A fim de ampliar a argumentação (e a compreensão), importante é des-
tacar a doutrina de EDUARDO PAZ FERREIRA, para quem a definição de 
SOUSA FRANCO “parte de uma concepção de direito administrativo que está 
em crise”, pois envolveria “um direito de autoridade em que a posição da Admi-
nistração é profundamente diferente da dos particulares, quando, na realidade, 
aquilo a que assistimos é a um crescente recurso das administrações públicas 
aos instrumentos privatísticos”. Constatação que afastaria ou atenuaria substan-
cialmente a incidência dessa espécie de atividade administrativa da atividade 
econômica. 
A rigor, é bem verdade que o espraiamento das normas de Direito Pú-
blico (Constitucional e Administrativo) na economia e a ampliação da ação do 
Estado na esfera econômica fizeram com que fossem implementadas novas for-
mas de ação dos agentes econômicos e mesmo do Estado (terceiro setor, con-
tratos de gestão, soft law etc.), tornando possível que o Direito Administrativo da 
Economia admita uma concepção que se poderia denominar de ultrapassada 
(ou às vésperas de o ser). 
 
 
 
15 
 Deu-se uma mutação e há setores outrora clássicos que muitos susten-
tam alheios ao Direito Administrativo contemporâneo (p. ex., os serviços públicos 
e a sua sucessão pelos serviços econômicos de interesse geral). 
Porém, fato é que o Direito Administrativo (ao menos o brasileiro) ainda 
não experimentou uma ampla disseminação dessa flexibilidade normativa, nem 
uma institucionalização dos instrumentos de Direito Privado no manejar diuturno 
da Administração ou tampouco uma derrogação de sua antiga configuração nor-
mativa. 
As relações de Direito Administrativo (inclusive o da Economia) perma-
necem sendo substancialmente caracterizadas como vínculos de subordinação 
o que é essencial à intervenção, regulação, controle e disciplina do poder eco-
nômico. 
A supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade 
do interesse público continuam colocando sob tensão todas as relações de ad-
ministração – que podem ser instrumentalizadas de modo mais brando, porém 
com o mesmo retesamento existencial. 
 Caso contrário, não se estará diante de intervenção ou regulação da 
economia, mas frente a agentes econômicos administrando livremente os seus 
interesses egoísticos. Por outro lado, os fenômenos da “fuga para o Direito Pri-
vado” (e viceversa da “publicização do Direito Privado”) não merecem ser des-
prezados, pois, como o próprio PAZ FERREIRA acentua, 
“As mutações do papel do Estado têm uma primeira tradução na com-
pressão do princípio da autonomia privada e na crescente subordinação dos par-
ticulares a regras imperativas estabelecidas normativamente tendo em vista o 
interesse geral, mas que podem, também, prosseguir o interesse dos próprios 
sujeitos económicos isolados” [...] “muito mais do que uma simples actividade 
correctiva ou conformadorada actividade privada, é a acção pública directa que 
vai passar a constituir uma instância privilegiada para o reequilíbrio das forças, 
 
 
 
16 
através de uma profunda ampliação do papel do Estado na satisfação de neces-
sidades da sociedade”. 
 
O DIREITO ADMINISTRATIVO X ECONOMIA 
 
Ora, o Direito Administrativo é o direito que rege a Administração Pública 
(ou quem lhe faça as vezes), no exercício da função administrativa. Cria e disci-
plina o conteúdo e os limites da competência possível de ser exercitada pelo 
Estado-Administração no cumprimento às finalidades normativas. 
Desenvolve-se intra e extra ao corpo orgânico da Administração e dentre 
os campos nela abrangidos estão as relações que se põem entre o Estado e a 
economia. 
O qualificativo “da Economia” quer significar o setor cognitivo por onde 
se desdobra a incidência de uma parcela das normas típicas de Direito Adminis-
trativo. Nesse sentido, o Direito Administrativo da Economia fixa a organização 
e as finalidades da ação da Administração Pública com repercussões no domínio 
econômico, bem como o que diz respeito às relações jurídicas entre esta e as 
pessoas privadas. 
Trata-se do exercício da função administrativoeconômica do Estado. Ou 
seja: a ratio dessa disciplina consiste em prestigiar a ação econômica estatal 
infralegal – seja ela concreta (atos administrativos, leis-medida, processo admi-
nistrativo etc.), seja geral e abstrata (regulamentos administrativos), tendo o Di-
reito Administrativo como um instrumento para a implementação de políticas pú-
blicas ou para a correção de desvios dos agentes econômicos. 
 Não se trata do ramo do Direito Administrativo que envolve apenas o 
trato do “poder de polícia” (ou “competência fiscalizadora”, nas palavras de LU-
CIA VALLE FIGUEIREDO ou “Direito Administrativo Ordenador”, na lição de 
 
 
 
17 
CARLOS ARI SUNDFELD), mas também o fomento, a indução e o intervencio-
nismo empresarial ativo. 
Quando o Estado intervém no domínio econômico constitucionalmente 
reservado às pessoas privadas,102 assim o faz através do manejo de compe-
tências de Direito Administrativo. O “toque de Midas” da Administração Pública 
igualmente confere natureza pública às relações jurídicas por ela desenvolvidas 
no campo da economia (o que parcialmente não ocorre sob as exceções do art. 
173, devido às mitigações lá previstas). 
A Administração não poderia ignorar o Direito Administrativo no exercício 
de suas funções, nem mesmo quando interage no espaço econômico reservado 
às pessoas privadas. Por outro lado, o Direito Administrativo da Economia não 
exclui nem atenua o Direito Administrativo tradicional, mas desdobra a incidência 
deste num outro plano normativo e cognitivo prestigiando o eixo central da disci-
plina. Isso tanto no sentido orgânico (a Administração Pública ou quem lhe faça 
as vezes), como no sentido material (o regime jurídico de Direito Administrativo). 
Ademais, não suprime as normas específicas de regimes jurídicos típi-
cos (como o Direito da Concorrência ou o Direito dos Consumidores), mas nelas 
lança luzes de uma normatividade toda própria: a natureza jurídica de um Direito 
Administrativo aplicado aos setores econômicos onde diretamente interage o Es-
tado ou onde há determinado tipo de controle ou incentivos do Estado. 
A locução Direito Administrativo da Economia é a que melhor designa as 
relações jurídicas disciplinadoras do vínculo de Ordem Econômica que se de-
senvolve entre Estado e particulares. Por todos, a definição de ANDRÉ DE LAU-
BADÈRE: 
 “O direito administrativo económico é constituído pelas regras e institui-
ções relativas aos órgãos administrativos dotados de atribuições em matéria de 
economia (é a ‘administração económica’ no sentido orgânico da expressão) e, 
sobretudo, pelo conjunto dos princípios e regras de fundo aplicáveis às relações 
 
 
 
18 
dos administrados com a administração por ocasião das intervenções económi-
cas desta última. Embora o direito constitucional económico tenha a sua impor-
tância, é sem dúvida o direito administrativo económico que constitui a parte mais 
rica do direito público económico.” 
O Direito Administrativo da Economia disciplina e estuda as relações que 
se põem entre o poder econômico particular e o poder político-econômico do 
Estado. Fixa em especial a forma de inserção da Administração Pública na ativi-
dade econômica: se através de intervenção, serviços públicos, atividade econô-
mica privada ou regulação normativa da economia privada. 
A visão jurídica do cenário econômico 
Em contrapartida, a visão puramente jurídica não ignora a concepção 
econômica, mas a aborda sob um outro ângulo: o Direito é essencialmente um 
sistema autopoiético, que se auto-refere e constrói os seus conceitos. Como que 
numa atribuição excludente, o Direito propõe e positiva os termos específicos ao 
seu universo: as normas jurídicas. 
A hermenêutica jurídica interpreta o Direito posto na tentativa de harmo-
nizar internamente o seu próprio sistema: os atos e fatos jurídicos têm a sua 
existência, validade, perfeição e eficácia oriundas da norma jurídica. 
Ainda que absolutamente diversas as correntes doutrinárias em cons-
tante debate (os “normativistas puros”, os “jusnaturalistas”, o “Direito alternativo” 
etc.), as “verdades” para o jurista têm por alicerce comum o Ordenamento Jurí-
dico previamente positivado em regras e princípios (estes implícitos ou explícitos 
no sistema). 
 As teorias visam a aplicar ou a negar aplicação ao Direito às normas 
jurídicas componentes do sistema posta à análise do hermeneuta. Pouco im-
porta o motivo do acolhimento ou a negativa: o que está em jogo é o direito 
positivo. Nesse sentido, importante é destacar a conclusão lançada por TERCIO 
SAMPAIO FERRAZ JR.: 
 
 
 
19 
“Como se vê, seja como norma-proposição, seja como norma-prescri-
ção, seja como norma-comunicação, o conceito de norma jurídica é um centro 
teórico organizador de uma dogmática analítica. Mesmo sem desconhecer que 
o jurista, ao conceber normativamente as relações sociais, a fim de criar condi-
ções para a decidibilidade de seus conflitos, também é um cientista social, há de 
se reconhecer que a norma é o seu critério fundamental de análise, manifes-
tando-se para ele o fenômeno jurídico como um dever-ser da conduta, um con-
junto de proibições, obrigações, permissões, por meio das quais os homens 
criam entre si relações de subordinação, coordenação, organizam seu compor-
tamento coletivamente, interpretam suas próprias prescrições, delimitam o exer-
cício do poder etc. Com isto é também possível encarar as instituições sociais, 
como a família, a empresa, a administração pública, como conjuntos de compor-
tamentos disciplinados e delimitados normativamente.” 
A análise jurídica das teorias e fenômenos econômicos objeto de pres-
crições normativas tem como ponto de partida o Direito já positivado e a finali-
dade visada pela norma jurídica, interpretada como unidade incindível de um 
sistema harmônico (e não a “administração de recursos escassos” ou as teorias 
que a expliquem e a incrementem). 
A Constituição e demais normas balizam a cognição jurídica de qualquer 
fenômeno social (família, trabalho, economia etc.). Por isso que muitas vezes há 
uma dissociação e mesmo uma oposição intransponível entre a mens legislatoris 
e a mens legis. A contemplação recíproca entre o Direito e a economia auxilia o 
ato de esclarecer e compreender o plano fático, integrando-o ao jurídico para 
sua melhor e mais eficiente aplicação. 
Descobre-se o cenário axiológico inerente à percepção do conteúdo nor-
mativo (fatos, valores e normas); os valores que a ele estão subjacentes e a sua 
integração/aplicação ao mundo do ser. Pode possibilitar a revelação da razão de 
ser da positivação da norma. Porém, insista-se que a construção científica do 
Direito tem como marco zero... o próprio Direito.O que se lê são textos que 
 
 
 
20 
resultam em normas jurídicas a ser aplicadas. De maneira especialmente cate-
górica, firmou GERALDO ATALIBA: 
“Daí o terrível engano dos que pensam que a economia e o direito podem 
estudar um mesmo objeto, o tributo, por exemplo, intercambiando informações, 
observações, princípios e técnicas de compreensão, operação e aplicação. O 
conceito de tributo, para o direito, nasce e esgota-se no universo jurídico.” 
Levando-se em conta o exemplo citado, para o jurista o conceito de tri-
buto é um conceito oriundo, aplicado e exaurido no mundo do Direito. Deve gerar 
efeitos de fato, é bem verdade, mas a partir daí a análise jurídica stricto sensu é 
próxima do impertinente. 
Quaisquer outros fatos ou detalhes são irrelevantes às suas cogitações. 
A solução está na compreensão harmônica da Constituição e das leis, lidas e 
interpretadas de acordo com o contexto histórico vivido pelo intérprete. 
O que não significa o desprezo ao mundo dos fatos, nem uma rejeição 
à contemplação valorativa do fenômeno normativo. Permanece a hermenêutica 
jurídica do Direito, mas sem uma refutação ao mundo que o cerca (incluindo-se 
aí o da economia). Porém, é importante destacar que não se trata de uma com-
preensão serena e harmônica. Já há algum tempo, EROS ROBERTO GRAU 
escreveu: “Impossível, no entanto, a compreensão do fenômeno tributário se o 
consideramos exclusivamente pelo seu aspecto jurídico. [...] Imprescindível, por-
tanto, a consideração, ao lado do jurídico, do conceito econômico de tributo.” 
Tais dissensões reacendem a questão acerca do relacionamento entre 
Direito e economia. Não há dúvidas de que as disciplinas caminham lado a lado 
no domínio econômico, interagindo, sofrendo influência recíproca e instaurando 
conflitos, muitas vezes estudando e pretendendo disciplinar as mesmas relações 
sociais sob ângulos diversos. Porém, cada uma delas tem o seu próprio ponto 
de partida, a sua metodologia e o seu ponto de chegada. 
 
 
 
21 
Enquanto ciência, o Direito não pode simplesmente desprezar a econo-
mia, mas deve dela se valer para descortinar o porquê e a finalidade de algumas 
de suas próprias normas (a produção normativa certamente não atua com tama-
nho desprezo). 
 Com isso não se está a defender uma teoria econômica pura do Direito: 
a integração transparente aprimora ambas as disciplinas e não implica subjugar 
uma à outra, nem tampouco alterar/contaminar os respectivos pressupostos de 
cognição (ou paradigmas). Mas isso não significa consagrar que a atividade her-
menêutica seja destinada a implementar as teorias econômicas. A leitura das 
normas jurídicas não é ancilar à Ciência Econômica a elas porventura subja-
cente. 
 Para o jurista, não é só a economia que interpreta o Direito (dizendo o 
que está contido nesta ou naquela norma). O que se deseja firmar é o fato de 
que a compreensão teleológica dos preceitos de Direito Econômico e Direito Ad-
ministrativo da Economia não pode prescindir do recurso (ou mesmo da ajuda) 
da Ciência da Economia. Como firmou FÁBIO KONDER COMPARATO acerca 
do “poder de controle” societário: 
 “Efetivamente, a análise do fenômeno não deve reduzir-se unicamente 
aos textos legais, sob pena de mirrar-se numa exegese estéril de palavras. O 
exercício do poder, em qualquer sociedade, nem sempre se ajusta ao modelo 
normativo. Há poderes de fato e poderes de direito, assim como há soberanias 
efetivas e soberanias meramente formais, destituídas de qualquer efetividade." 
A História do Brasil está repleta de exemplos da aplicação de teorias 
econômicas e os seus paradigmas através de normas jurídicas. Porém, mesmo 
em casos de comoção nacional, as normas jurídicas permaneceram sendo inter-
pretadas à luz da Constituição (gerando debates e dissensões radicais, é bem 
verdade). 
 
 
 
22 
A referência mais clara diz respeito aos Planos Econômicos (“Cruzado”, 
“Bresser”, “Verão”, “Collor” etc.) e o respectivo controle jurisdicional. Caso a eco-
nomia servisse de matriz hermenêutica ao Direito, dificilmente teria ocorrido a 
desconsideração jurídica dos expurgos de correção monetária, dos empréstimos 
compulsórios, dos congelamentos, das “tablitas” de deflação e da retenção dos 
ativos financeiros. 
 Indo avante, e rigorosamente, em muitas hipóteses é próximo do impos-
sível conhecer o Direito sem um estudo prévio da economia (e vice-versa). Há 
casos em que a leitura da norma jurídica não prescinde do conhecimento eco-
nômico, sem que isso signifique a submissão daquela a este. 
As mutações atuais operadas no mundo do Direito comprovam a asser-
tiva. Por exemplo, é francamente inviável a perfeita compreensão das autorida-
des reguladoras independentes sem a cognição prévia do que venha a ser a 
regulação econômica, os marcos regulatórios, os monopólios, o compartilha-
mento de infraestruturas, a teoria da captura etc. 
O jurista que pretendesse ignorar essas realidades estaria destinado a 
interpretar as normas sem se aperceber do porquê de sua existência (e mesmo 
o seu sentido, conteúdo e alcance). Significaria apreender um outro mundo, 
ainda diverso daquele do ser e do dever-ser: um mundo interno à própria alter-
nativa individual de cognição excludente adotada pelo intérprete. Ao excluir pe-
remptoriamente a economia de seu universo hermenêutico, o jurista criaria o seu 
mundo peculiar e exclusivo, recheado de normas jurídicas para as quais a eco-
nomia não existe (ou não gera quaisquer efeitos). 
Caso se descarte o conhecimento da motivação econômica de tais fatos 
disciplinados pelo Direito, estar-se-á diante de uma análise parcial de um fenô-
meno multifacetado correndo-se o sério risco de propor soluções jurídicas dis-
sociadas da realidade. 
E o hermeneuta não pode abstrair da realidade para interpretar o Direito. 
 
 
 
23 
 Não pode se contentar com uma explicação científica analítica parcial, 
que não compreenda os valores subjacentes à norma e abstraiase da qualidade 
política do Direito Administrativo da Economia. Além disso, há determinados mo-
mentos em que o Direito simplesmente não dispõe dos conceitos básicos a au-
torizar uma compreensão normativa imediata e estrita do fenômeno econômico 
(nem tampouco pode o leitor os criar livremente). 
Claro que sempre se pode lançar mão do recurso, e.g., ao Direito Ro-
mano para explicar o pedágio em rodovias objeto de concessão ou ao iter das 
célebres máximas hermenêuticas de SAVIGNY (interpretação histórica, literal, 
sistemática e teleológica) para descobrir o significado do princípio da universali-
zação do serviço de telecomunicações, mas a natureza atributiva do Direito e de 
sua interpretação tenderiam a carecer de qualquer substância. 
 
ADMINISTRAÇÃO BANCÁRIA 
 
Administração Financeira trata da gestão das finanças de empresas e 
organizações. Entenda o conceito e por que é fundamental dar atenção à Admi-
nistração Financeira na gestão do seu negócio. 
A Administração Financeira, enquanto disciplina, trata da gestão das fi-
nanças de empresas e organizações, como o nome já explica. 
As finanças correspondem a qualquer recurso financeiro que circula den-
tro e através da empresa, e a sua gestão inclui, portanto, o controle e planeja-
mento de cada recurso disponível, em acordo com as necessidades e priorida-
des da organização. 
O conceito de administração financeira empresarial, portanto, se torna 
prático enquanto ferramenta ou técnica utilizada justamente para controlar, de 
forma eficaz, todo o espectro das finanças da empresa: quer seja com relação a 
 
 
 
24 
concessão de crédito para clientes, análise de investimentos, planejamento fi-
nanceiro ou controle de estoque, a administração financeira pode impulsionar 
ou quebrar um negócio. 
O objetivo de uma boa gestão de finanças é justamente o desenvolvi-
mento da empresa, estudando caminhos viáveis para conseguir recursos, evi-
tando gastos desnecessáriose pensando sempre na melhor maneira de condu-
zir os recursos. Por essa razão é que todos os aspectos de uma empresa estão 
sob a responsabilidade da administração financeira. 
A escassez de informações financeiras precisas, normalmente devido à 
falta de planejamento e organização, é responsável pela falência de muitas em-
presas iniciantes no Brasil. 
 A importância da gestão financeira é, portanto, inegável. Ela oxigena 
todos os setores da organização com os recursos necessários ao seu bom fun-
cionamento, e quanto melhor é feito e executado o planejamento financeiro, mais 
chances a empresa tem de crescer e se desenvolver. Administrar com equilíbrio 
as atividades de captação de recursos e as de aplicação deles é a chave. 
Destinação do lucro líquido 
Aqui é preciso relacionar áreas de investimento, financiamento e uso do 
lucro líquido da empresa. Por ser este lucro uma fonte de recursos da organiza-
ção, é preciso determinar quanto dele deve ser retido. Decisões de financia-
mento e investimento cabem aqui. Para a administração financeira, é importante 
lembrar que, em relação a investimentos, há um retorno que deve ser alcançado. 
Usar lucros para financiar aplicações, portanto, só pode ser uma possi-
bilidade quando a alternativa de investir promete retorno maior do que o que os 
proprietários conseguiriam se aplicassem os recursos eles mesmos. A chave 
está, portanto, na análise prévia dessas questões, que também deve ser feita 
em sintonia com as prioridades financeiras da empresa. 
 
 
 
 
25 
Planejamento financeiro 
Uma das atividades mais importantes quando se fala em administração 
de finanças é o planejamento financeiro. É esse planejamento que deve guiar as 
todas as ações da empresa. 
1. Faça uma projeção de receitas e despesas 
Antes de mais nada, para iniciar o planejamento financeiro empresarial, 
analise o histórico de transações de entrada e saída recentes de caixa, a partir 
disso vai ser possível fazer uma projeção das despesas e receitas no fluxo de 
caixa. Mais do que isso, reúna documentos e registros que auxiliem no levanta-
mento de dados. 
2. Contratar um consultor financeiro é uma saída 
Empreendedores iniciantes muitas vezes têm vontade mas falta conhe-
cimento técnico, e essa pode ser uma barreira na administração financeira da 
empresa, portanto, considerar contratar um consultor para colocar tudo em or-
dem pode ser uma saída. Esse profissional pode oferecer uma visão mais apro-
fundada de suas finanças e vai estudar as melhores alternativas de investimento 
para o crescimento do seu negócio, além disso, você aprende com ele como dar 
continuidade na gestão. 
3. Acompanhe suas movimentações financeiras 
Apesar de ser um processo simples, muitos empresários não fazem um 
registro aprofundado de todas as despesas e receitas de sua empresa. Esse 
descuido, dá uma visão distorcida das finanças do negócio e dificulta a identifi-
cação de problemas, já que não se sabe de onde veio e para onde foi o dinheiro 
do orçamento empresarial. Use planilhas ou softwares de controle. 
4. Identifique os gastos que podem ser cortados 
 
 
 
26 
A partir do registro de todas as receitas e despesas de sua empresa, é 
possível enxergar com clareza de onde vem a maior parte de seus gastos, desse 
modo, cortar os excessos fica mais fácil. 
5. Estude a empresa 
Para poder planejar, projetar faturamento, criar metas e mirar investi-
mentos sem conhecer a própria empresa, é impossível. Por isso, analise fatores 
como tempo no mercado, público alvo, carteira de clientes e faturamento e tam-
bém os fornecedores. Usar metodologias que ajudem a entender o funciona-
mento da empresa são uma ótima dica, busque análises como a SWOT, que 
define forças, oportunidades, fraquezas e ameaças. 
6. Faça provisões com diferentes cenários 
Por meio das provisões, é possível criar vários cenários, do melhor ao 
menos favorável. Saber o que pode acontecer caso suas metas não sejam atin-
gidas faz toda diferença no seu planejamento. Crie um cenário otimista com me-
tas ambiciosas, um realista com metas mais possíveis e um pessimista, no qual 
uma situação adversa pode afetar o desempenho. Dessa forma, você não será 
pego de surpresa. 
7. Estabeleça os objetivos e ações para o futuro 
Feito todo o processo de estudo interno da empresa, projeção de cená-
rios, corte de gastos do orçamento e um acompanhamento diário de todas as 
movimentações financeiras que envolvem o negócio, é hora de analisar onde a 
sua empresa pode chegar. 
• Quais os objetivos da empresa dentro de determinado período? 
• Quais as ações serão realizadas? 
• Quais funcionários serão responsáveis por cada tarefa? 
 
 
 
27 
• Durante quanto tempo serão realizadas as ações até esperar os pri-
meiros resultados? 
8. Mensure os resultados 
Realizar todos os passos anteriores e deixar tudo no papel, de nada vai 
adiantar para o seu sucesso financeiro empresarial, mensurar os seus resultados 
é o que vai abrir seus horizontes sobre a saúde da sua empresa. Acompanhe 
rigorosamente os seus resultados 
INOVAÇÕES DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 
A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF deu forma ao Relatório Resu-
mido da Execução Orçamentária, definiu o que compõe o relatório, como se pu-
blica essa informação. 
Também trouxe como inovação o relatório de gestão fiscal, que visa de-
monstrar se foram atingidas as metas e os limites estabelecidos na lei de res-
ponsabilidade fiscal. Outra inovação é que a lei exigiu que as receitas vinculadas 
tenham a contabilização de onde está evidenciado o que já foi aplicado e qual é 
o saldo. 
A lei também passou a dar uma maior importância e visibilidade à con-
tabilidade. 
. 
ADMINISTRAÇÃO 
 
O estudo de Administração Financeira Orçamentária/Orçamento Público 
está relacionado ao estudo do Direito Financeiro. 
Direito Público 
Direito Financeiro 
 
 
 
28 
Administração Financeira e Orçamentária 
Mas o que é o Direito Financeiro? 
O Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que disciplina a atividade 
financeira do Estado. Abrange, dessa forma, a receita pública (obtenção de re-
cursos), o crédito público (criação de recursos), o orçamento público (gestão de 
recursos) e a despesa pública (dispêndio de recursos). 
Para financiar a despesa, é preciso receita. A atividade financeira do Es-
tado tem duas dimensões importantes: captação de recursos por meio das re-
ceitas públicas e a aplicação desses recursos que se materializa por meio das 
despesas. Quando a receita não é suficiente, o Estado tem de pegar dinheiro 
emprestado, o que é chamado de crédito público. 
O estudo de AFO engloba o Direito Financeiro com um enfoque admi-
nistrativo. A Administração Financeira e Orçamentária é a disciplina que estuda 
a atividade financeira do Estado e sua aplicação na Administração Pública. 
Vale ressaltar que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal 
legislar concorrentemente sobre Direito Financeiro. E aí alguém no fundo da sala 
pergunta: professor, e os Municípios? Compete aos Municípios legislar sobre 
assuntos de interesse local e suplementar à legislação federal e à estadual no 
que couber. 
Assim, apesar de não concorrerem com a União e os Estados, os Muni-
cípios legislam naquilo que for de interesse local e suplementam a legislação 
federal e a estadual, sem contrariá-las. 
Atualmente, ainda é a Lei n. 4.320/1964 que estatui normas gerais de 
Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da 
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
 
 
 
29 
A Lei n. 4.320/1964 possui o status de lei complementar, já que trata de 
normas gerais de Direito Financeiro. Houve a novação de sua natureza norma-
tiva pelo art. 165, § 9º, I e II, da CF/1988, atribuiu-lhe a natureza de lei ordinária 
em sentido formal e lei complementar em sentido material. CF/1988, Art.165, § 
9º Cabe à lei complementar: 
 I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elabora-
ção e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da 
lei orçamentária anual; 
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da adminis-
tração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento 
de fundos. 
Conforme nos ensina Abrúcio, “o orçamento é um instrumento funda-
mental de governo, seu principal documento de políticas públicas. Através dele 
os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos ex-
traídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, con-
forme seu peso ou força política. 
Portanto, nas decisões orçamentárias os problemas centrais de uma or-
dem democrática como representação e accountability estão presentes”. 
O orçamento reflete as ideologias da classe política dominante. O pro-
fessor destaca, por exemplo, que o modelo orçamentário do PT difere do modelo 
orçamentário do PSDB, pois as ideologias são diferentes. Um prioriza a parte 
social e outro a questão econômica. 
Existem três tipos de accountability: 
• Horizontal (controle que envolve os Poderes); 
• Vertical (controle feito pelos cidadãos); 
• Societal (controle feito pela mídia). 
 
 
 
30 
Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público é o ato pelo qual o Poder 
Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a 
execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e 
outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a 
arrecadação das receitas já criadas em lei. 
Giacomoni entende que, de acordo com o modelo de integração entre 
planejamento e orçamento, o orçamento anual constitui-se em instrumento, de 
curto prazo, que operacionaliza os programas setoriais e regionais de médio 
prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos nacionais 
em que estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e 
as políticas básicas. 
Finanças Públicas na Constituição de 1988: 
Principais dispositivos acerca das finanças públicas na Constituição Fe-
deral de 1988 
Normas gerais: artigo 163 e artigo 164 da Constituição Federal: 
 
Art. 163. Lei complementar disporá sobre: 
I - finanças públicas; 
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações 
e demais entidades controladas pelo Poder Público; 
III - concessão de garantias pelas entidades públicas; 
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; 
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc40.htm#art163v
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc40.htm#art163v
 
 
 
31 
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da 
União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das vol-
tadas ao desenvolvimento regional. 
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida ex-
clusivamente pelo banco central. 
§ 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, em-
préstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja 
instituição financeira. 
§ 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do 
Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de 
juros. 
§ 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco 
central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou 
entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições 
financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. 
Orçamentos: artigo 165 até artigo 169 da Constituição Federal: 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais. 
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regio-
nalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para 
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos pro-
gramas de duração continuada. 
 
 
 
32 
§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e priori-
dades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o 
exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária 
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a polí-
tica de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento 
de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. 
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos 
nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e 
apreciados pelo Congresso Nacional. 
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, ór-
gãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituí-
das e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta 
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e 
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fun-
dos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo 
regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, 
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e 
creditícia. 
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibiliza-
dos com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades 
inter-regionais, segundo critério populacional. 
https://jus.com.br/tudo/lei-orcamentaria-anual
 
 
 
33 
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previ-
são da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autoriza-
ção para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de cré-
dito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 
§ 9º - Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elabora-
ção e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da 
lei orçamentária anual; 
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administra-
ção direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de 
fundos. 
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes 
orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados 
pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. 
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e De-
putados: 
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e 
sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; 
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, 
regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento 
e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões 
do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. 
§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre 
elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas 
Casas do Congresso Nacional. 
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos 
que o modifiquemsomente podem ser aprovadas caso: 
 
 
 
34 
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes 
orçamentárias; 
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes 
de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: 
a) dotações para pessoal e seus encargos; 
b) serviço da dívida; 
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e 
Distrito Federal; ou 
III - sejam relacionadas: 
a) com a correção de erros ou omissões; ou 
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. 
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não po-
derão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. 
§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Con-
gresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo 
enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é 
proposta. 
§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias 
e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Con-
gresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 
9º. 
§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não 
contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo le-
gislativo. 
 
 
 
35 
§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do 
projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes pode-
rão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementa-
res, com prévia e específica autorização legislativa. 
Art. 167. São vedados: 
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária 
anual; 
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que 
excedam os créditos orçamentários ou adicionais; 
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das 
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementa-
res ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por 
maioria absoluta; 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, res-
salvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem 
os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públi-
cos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização 
de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, 
pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de 
crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o dis-
posto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização 
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; 
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de 
uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem pré-
via autorização legislativa; 
https://jus.com.br/tudo/servicos-publicos
https://jus.com.br/tudo/servicos-publicos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art167iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art167iv
 
 
 
36 
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; 
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos 
orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit 
de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; 
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização 
legislativa. 
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de emprésti-
mos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais 
e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, 
inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.(Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de 
que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do paga-
mento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 
201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício fi-
nanceiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei 
que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. 
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício 
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promul-
gado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos 
limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro 
subseqüente. 
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para 
atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, 
comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art167xi
 
 
 
37 
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impos-
tos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 
157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à 
União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional nº 3, de 1993) 
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, com-
preendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos 
Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, 
ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da 
lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos 
em lei complementar. 
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, 
a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, 
bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos 
e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e 
mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo 
único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às pro-
jeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, 
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art167%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art167%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art134
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art134
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
 
 
 
38 
§2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste 
artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente sus-
pensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Dis-
trito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste ar-
tigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providên-
cias: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em 
comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, 
de 1998) 
II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem 
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar 
referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato 
normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, 
o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará 
jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de ser-
viço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será 
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribui-
ções iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
https://jus.com.br/tudo/cargos-em-comissao
https://jus.com.br/tudo/cargos-em-comissao
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
 
 
 
39 
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na 
efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
 
 
 
40 
REFERÊNCIAS 
 
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito Tributário. 16ª Edição, Ano 2013, Ed. 
Saraiva 
OLIVEIRA, Regis Fernandes de. Manual de Direito Financeiro. 6ª Edi-
ção, Ano 2014, Ed. RT. 
PASCOAL, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo. 8ª Edição, 
Ano 2013, Ed. Campus. 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MER-
CADO 
Bodie, Kane e Marcus. Investments. 2007. 
Cavalcante, Misumi e Rudge. Mercado de Capitais: O que é, como fun-
ciona. 6ª edição - Rio de Janeiro: Campus, 2005. 
Fortuna, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 14ª edição 
– Rio de Janeiro: QualityMark Ed, 2000.

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