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Posse III
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POSSE III
Há Problema na Teoria Objetiva?
• Como a teoria objetiva explicaria a tutela possessória mesmo diante do proprietário, no 
caso de desdobramento da posse?
A teoria objetiva é, em termos, um tanto incoerente, pois associa posse com propriedade. 
Essa teoria admite o desdobramento da posse, de forma que seria possível a seguinte situa-
ção: o possuidor indireto é o proprietário, porém, durante a vigência da relação jurídica com 
o possuidor direto, ele não possui tutela possessória. Como a posse serve para defender a 
propriedade, a própria teoria objetiva não consegue explicar essa situação, em que o proprie-
tário, possuidor indireto, não teria proteção possessória contra o possuidor direto na vigência 
da relação jurídica.
• Como a teoria objetiva explica a proibição de exceção de domínio em ação possessória?
A teoria objetiva não consegue explicar a proibição de exceção de domínio em ação pos-
sessória. Ou seja, em ação possessória, não se discute propriedade. Há autonomia entre o 
juízo possessório e o petitório. Numa ação possessória só se discute posse. Se não é possí-
vel alegar propriedade em uma ação possessória, como a posse serve para defender a pro-
priedade? Fica claro que o próprio Código Civil, que adota a ideia da proibição da exceptio 
domini, dificulta a compreensão do fenômeno possessório.
CONCLUSÃO
• Na realidade, o que distingue a posse nas teorias subjetiva e objetiva é o modo pelo 
qual o poder de fato sobre a coisa é exercido (direto, indireto, mediato, imediato, etc.).
Na teoria subjetiva, o poder de fato é direto e imediato, com ânimo de dono. Na teoria 
objetiva, o poder pode ser exercido de forma indireta, apenas retratando comportamento de 
dono, ou seja, exercendo poderes inerentes à propriedade.
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• Poder de fato por controle material imediato (com ânimo de dono) ou poder de fato por 
finalidade/destinação econômica.
• Diante da necessária função social da posse, as teorias da posse, objetiva ou subje-
tiva, são suficientes para explicar o fenômeno possessório?
A resposta a essa pergunta é não. Para que se caracterize posse, o exercício dos pode-
res de fato deve estar afinado com a função e a finalidade que o legitimem e justifiquem. 
A função social da posse envolve a adequação do exercício desses poderes com valores 
sociais constitucionais: dignidade, solidariedade, igualdade etc. 
• Funcionalização da Posse;
• Posse/Função Social – Condição de Legitimidade;
• Funcionalização e valores sociais constitucionais;
• A função social impõe autonomia (teoria objetiva)?
• Posse e concepção constitucional;
• Posse e direitos fundamentais – meio de concretização de situações existenciais.
A teoria objetiva de Ihering vincula posse à propriedade. No entanto, atualmente, não 
há posse sem função social. A função social legitima a posse. A posse, por sua vez, é autô-
noma em relação à propriedade. Adota-se uma teoria que vincula a posse à propriedade para 
explicar os elementos estruturais, mas esses elementos não são suficientes para explicar o 
fenômeno possessório. Nesse sentido, a teoria objetiva é relativizada. Corpus e animus são 
entendidos com base na concepção de Ihering, mas o fundamento de autonomia em razão 
da função social também é considerado para avaliar o que é posse.
CONSEQUÊNCIAS RELEVANTES DA AUTONOMIA E A FUNÇÃO SOCIAL DA 
POSSE NO CÓDIGO CIVIL
• Relativização da teoria objetiva;
• Possibilidade de defesa da posse inclusive contra o proprietário;
• Redução dos prazos para usucapião;
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A redução drástica dos prazos para usucapião revela que há uma valorização da posse 
em detrimento da propriedade, pois a usucapião é uma posse funcionalizada que sacrifica 
uma propriedade antissocial. Trata-se de uma sanção ao proprietário antissocial. 
• Desapropriação judicial – art. 1.228, §§ 4º e 5º;
Se várias pessoas ocuparem uma área por cinco anos, de forma ininterrupta, e lá exer-
cerem obras de interesse social, essas pessoas poderão adquirir a propriedade. Nesse sen-
tido, a desapropriação judicial é uma posse funcionalizada que sacrifica uma propriedade 
antissocial. Isso é mais uma evidência de que a posse tem função social, sendo autônoma 
em relação à propriedade.
• Acessão invertida (artigo 1.255, parágrafo único);
• Proibição da exceção de domínio (art. 1.210, § 2º – Enunciados números 78 e 79);
O fato de que não é possível discutir propriedade em ação possessória evidencia a auto-
nomia da posse em relação à propriedade.
• Dignidade humana e moradia;
• O possuidor e a coletividade desprovida de personalidade jurídica (enunciado 
236 do CJF).
A teoria objetiva deve ser relativizada e adaptada ao modelo da posse funcionalizada, 
pois todos os institutos mencionados evidenciam essa relativização.
Qual a Teoria Adotada pelo Código Civil para Explicar a Posse sob a Perspectiva 
Estrutural?
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou 
não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
• Corpus e animus (teoria objetiva).
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É necessário o exercício de poderes fáticos. O modo como os poderes serão exercidos 
é explicado de formas diferentes por cada teoria. Para a teoria subjetiva, o modo é o contato 
material com ânimo de dono, enquanto, para a objetiva, é o exercício de poderes inerentes 
à propriedade.
Há Incoerência no Código Civil?
• Tensão entre a teoria objetiva vinculada à propriedade (adotada pelo CC – artigo 
1.196) e a função social da posse que impõe autonomia em relação à propriedade.
• Tal autonomia é visualizada em vários institutos jurídicos (adotados no mesmo 
Código Civil).
Enunciado 492 da V Jornada de Direito Civil. A posse constitui direito autônomo em relação à 
propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens para o alcance de interesses existen-
ciais, econômicos e sociais merecedores de tutela. 
Como Definir Posse?
• Posse é uma situação jurídica autônoma, que demanda a relativização da 
teoria objetiva.
• Posse = corpus e animus da teoria objetiva + fundamento da teoria subjetiva + 
função social.
Natureza Jurídica Contemporânea da Posse
• A posse é protegida em si ou a proteção decorre da propriedade?
• Qualquer direito subjetivo tem origem em um fato.
• Se a posse é direito, esse direito tem natureza pessoal ou real?
• Para a teoria objetiva, posse é um direito real (justificativa: vinculação da posse à 
propriedade).
Existem dois tipos de posse: a civil e a natural. A posse civil é aquela que decorre da 
relação jurídica entre o possuidor atual e o anterior. Se essa relação jurídica decorrer de um 
direito real, pode-se dizer que a posse tem natureza real. Por outro lado, se a relação jurídica 
for um direito obrigacional, pode-se dizer que ela tem natureza obrigacional. A posse natural 
ou autônoma, por sua vez, não decorre de nenhuma relação jurídica. O sujeito se torna pos-
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suidor autonomamente, passando a exercer atos possessórios sem qualquer relação jurídica 
com algum possuidor anterior. No caso, a posse é simplesmente posse: ela não é nem direito 
obrigacional nem direito real. A depender de uma posse civil ou natural, é possível qualificá-la 
como um direito real ou obrigacional.
• Para outra corrente, a posse é direito obrigacional (§ 2º doartigo 73 do CPC/2015 – 
participação do cônjuge – e artigo 1.212 do CC – sequela);
Pluralidade da Natureza da Posse de Acordo com cada Situação Jurídica
• Posse como direito real quando o possuidor é o proprietário – proteção possessória no 
contexto da propriedade – posse civil;
• Posse como relação obrigacional, quando está fundada em relação jurídica desta natu-
reza – posse civil;
• Posse autônoma – desvinculada das situações jurídicas reais e obrigacionais (funda-
mento: função social da posse) – posse natural.
A teoria objetiva de Ihering fornece uma maior dimensão econômica para a posse e per-
mite a chamada posse a distância.
DESDOBRAMENTO DA POSSE
• Posse direta e indireta 
Por força de uma relação jurídica obrigacional real, alguém transfere poderes possessó-
rios para outra pessoa. O possuidor indireto não precisa necessariamente ser proprietário, 
pode ser simplesmente possuidor. Dessa forma, com dois possuidores, o direto e o indi-
reto, ocorre o desdobramento da posse. Esse desdobramento é baseado numa relação jurí-
dica transitória de direito real (usufruto, propriedade superficiária ou obrigacional, comodato, 
depósito, locação etc.).
A posse civil é aquela que decorre de uma relação jurídica entre o possuidor atual e o 
possuidor anterior. Trata-se de uma posse derivada, subordinada. Isso porque os poderes do 
possuidor e o conteúdo da posse estão delimitados pela relação jurídica.
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• Posse direta é temporária (relação transitória de transferência de poderes dominiais), 
subordinada e derivada (o conteúdo e os limites são definidos pela relação jurídica 
de natureza real ou obrigacional da qual ela decorre).
• Posse civil e teoria do fato jurídico.
A posse civil deve ser associada à teoria do fato jurídico, pois ela deriva de uma rela-
ção jurídica.
• E a posse natural (ato-fato)?
A posse natural é um ato-fato, porque não há relação jurídica entre o possuidor anterior 
e o atual.
• Posses paralelas e consequências – Base – Teoria objetiva
• Artigo 1.197 do Código Civil: “A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, 
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem 
aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto”.
A posse direta e a indireta convivem de forma harmônica: os possuidores têm tutela pos-
sessória contra terceiros. Na vigência de uma locação, o locador, ainda que proprietário, não 
poderá molestar o locatário, devendo respeitar os limites da locação. 
• No desdobramento da posse, a relação jurídica de direito real ou obrigacional concede 
a uma pessoa o direito à posse, mas não a posse propriamente dita. Posse é fato: 
para que exista possuidor, é essencial que a pessoa passe a exercer, efetivamente, 
o poder fático sobre a coisa objeto do vínculo.
Considere-se que um contrato de locação foi feito. O locatário, nessa situação, tem direito 
a se tornar possuidor. O contrato, por si só, não o torna possuidor, e sim os atos possessórios 
por ele exercidos.
• Tal questão se relaciona com a aquisição da posse derivada ou civil: não basta o fato 
jurídico – é essencial que o possuidor passe a exercer poderes de fato sobre a coisa.
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• Para poder iniciar os atos possessórios, é essencial que o sujeito que transmitiu a 
posse tenha sido possuidor de fato.
COMPOSSE 
• Posse simultânea sobre um único bem em estado de indivisão – pro indiviso.
A composse está para a posse assim como o condomínio está para a propriedade. Na 
composse, duas ou mais pessoas, ao mesmo tempo, exercem poderes de fato sobre a 
mesma coisa que está em estado de indivisão. Quando uma coisa está em estado de indivi-
são, não se pode predeterminar a fração material de cada um dos compossuidores. Nesse 
caso, os possuidores devem harmonizar seus interesses, pois a posse é simultânea. Essa 
situação é diferente da ideia de uma coisa indivisível. É possível que haja um objeto divisível, 
mas que está em estado de indivisão.
• Artigo 1.199 do Código Civil: “Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, 
poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam dos 
outros compossuidores”.
• Extinção da composse;
• Divisão consensual ou judicial;
• Concentração de atos possessórios.
Não há possibilidade de ações possessórias de um compossuidor contra o outro, salvo 
se um deles, de forma indevida, tentar impedir que o outro exerça atos possessórios. Nesse 
caso, o que foi excluído pode ingressar com uma ação possessória contra o autor do ato 
indevido, a fim de voltar a exercer atos possessórios.
Já em relação a terceiros, qualquer um dos compossuidores tem direito a buscar a 
defesa da posse.
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���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Daniel Eduardo Branco Carnacchioni. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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