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Posse e Detenção
DIREITO CIVIL
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POSSE E DETENÇÃO
A Teoria da Posse foi dividida em duas partes. Na primeira parte, os elementos da posse; 
as questões estruturais que integram a posse; a teoria adotada pelo Código Civil – que, 
embora adote a teoria objetiva, deve relativizá-la para compatibilizá-la com a função social 
da posse –; a teoria subjetiva, que, embora o Código Civil não adote para caracterizar posse 
e definir possuidor, contém resquícios no sistema, principalmente na usucapião.
Na segunda parte, os efeitos da posse a partir de sua qualificação.
Como foi dito em aulas anteriores, a Teoria subjetiva defende que a posse tem uma 
multiplicidade de efeitos previstos no Código Civil: interditos possessórios, indenização por 
benfeitoria, direito de retenção, direito a frutos. A Teoria Objetiva, embora tenha sido adotada 
pelo Código Civil para caracterizar a posse, identificar o possuidor, defende que esta tem 
apenas um efeito, a presunção de propriedade.
É adotada a Teoria Objetiva para compreender os elementos estruturais da posse corpus 
e animus para identificar o possuidor, mas, no que diz respeito aos efeitos, há mais afinidade 
com a pluralidade de efeitos defendida pela Teoria Subjetiva.
Outra situação que não se confunde com a posse é a detenção.
Por que é necessário ser muito preciso para dissociar a posse da detenção?
O principal motivo é que se chega à conclusão de que a situação fática no mundo real é 
detenção e não posse, a detenção não tem efeito jurídico. O detentor não tem direito a inter-
ditos possessórios, a indenização por benfeitorias, a retenção, a ser indenizado. Ou seja, não 
há efeito jurídico. Na detenção, não se vai para a segunda parte da teoria que é a qualificação 
que pressupõe posse. Para qualificar a situação fática é preciso estar diante de uma posse.
Como visualizar, em uma situação fática, se se está diante de um possuidor ou de um 
detentor, se há posse ou detenção? Para caracterização de uma situação fática que leve à 
posse, ou seja, para que se caracterize a posse, é essencial o exercício de poderes fáticos, 
um comportamento de dono com autonomia, função social. A detenção depende de uma 
análise fática.
Como dito em aulas passadas, há duas teorias históricas para explicar o fenômeno pos-
sessório a partir dos elementos estruturais corpus e animus. Embora sejam necessários para 
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Posse e Detenção
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identificar a posse e o possuidor, hoje, em razão desse Direito Civil constitucionalizado e da 
função social que integra o fenômeno possessório, eles não são suficientes. Todavia, essas 
teorias ajudam a entender a diferença entre posse e detenção. 
Para a Teoria Subjetiva saviniana, a diferenciação entre posse e detenção é feita por meio 
do elemento subjetivo. Para Savigny, posse era contato material, poder de disposição. Se 
você tem o controle material da coisa com ânimo de dono, você é possuidor; se não há ânimo 
de dono, você é detentor. A diferença entre posse e detenção para a Teoria Subjetiva se dá 
a partir de elemento subjetivo. Isso não foi adotado no Código Civil para explicar a detenção.
Também na detenção, foi adotada a diferença entre posse e detenção da Teoria Objetiva. 
Porém, há um problema: para a Teoria Objetiva, quem define o que é detenção é a lei. Desse 
modo, a diferença entre posse e detenção que, na Teoria Subjetiva dependia do elemento 
subjetivo no mundo fático, para Teoria Objetiva há falsa ilusão de que se consegue determi-
nar o que é detenção a partir da norma jurídica. Em tese, para a Teoria Objetiva é a norma 
que estabelecerá quando ha detenção.
Para se entender posse, é preciso se ater ao mundo fático. 
De fato, o Código Civil, adotando a teoria objetiva, em algumas situações, cita quando 
haverá detenção. Embora o Código Civil estabeleça que a diferença entre posse e detenção 
se dá a partir da norma, nela constará quando ha detenção. 
• Para se chegar à conclusão de que você está diante de uma detenção, deve-se ir ao 
mundo concreto.
O Art. 1.198 dispõe que se considera detentor aquele que estiver em contato com a 
coisa, exercendo atos em nome de outrem, no caso do possuidor, seguindo as instruções e 
as ordens do possuidor. Exemplo: caseiro.
Para saber se o caseiro é detentor não basta saber o art. 1.198. É necessário que o 
caseiro, no caso concreto, se comporte de acordo com o artigo. Caso contrário, deixa de 
ser detentor e pode se tornar possuidor, e, como tal, essa posse tem efeito jurídico. Não por 
acaso que muita gente perde, por usucapião, propriedades para pessoas a quem confiava 
seus cuidados.
Entenda como o mundo possessório é dinâmico. Para ser possuidor, exige-se um com-
portamento contínuo. 
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Posse e Detenção
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A detenção e a diferença da posse na teoria objetiva (a detenção é uma posse degra-
dada, desqualificada pelo ordenamento jurídico) se dá pela lei. O Código Civil adotou a Teoria 
Objetiva para diferenciar detenção de posse.
Alguns doutrinadores denominam a detenção de Posse Degradada. É a ideia de deten-
ção que alguns clássicos utilizavam. Para saber se ha detenção, deve-se ir ao fato concreto. 
Há quatro situações de detenção.
A primeira situação é chamada detenção dependente. O detentor tem algum tipo de rela-
ção com o possuidor. Divide-se em duas: desinteressada e interessada. Na desinteressada, 
embora o detentor, para essa ocupação fática, dependa do possuidor, age em nome do pos-
suidor, não extrai utilidade para ele detentor, mas sim para o possuidor. Age em nome do 
possuidor. Na detenção dependente interessada também há algum tipo de relação entre o 
possuidor e detentor, mas, ao contrário da desinteressada, o detentor extrai proveito para si.
A terceira situação de detenção é a chamada detenção independente. Não há nenhum 
tipo de relação entre o possuidor e o detentor, ao contrário: há um conflito.
A última situação é ocupação irregular de área pública.
DETENÇÃO DEPENDENTE DESINTERESSADA
Art. 1.198 do Código Civil é o chamado fâmulo da Posse.
Se o sujeito no mundo concreto agir de acordo com o artigo, ele é detentor. Porém, como 
o mundo fático é dinâmico, a qualquer momento essa detenção pode se converter numa 
posse. Basta que ele deixe de se comportar dessa forma.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com 
outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Então, é uma relação de total subordinação dessa pessoa em relação ao possuidor, 
tendo em vista que aquele age em nome deste, mas não tem interesse na posse. Todos os 
manuais trazem o famoso exemplo do caseiro. 
A garantia para se ter uma posse resguardada é estar sempre em contato com a coisa. 
O rompimento da relação de subordinação e a conversão da detenção em posse (Enunciado 
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Posse e Detenção
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301 do CJF). O detentor é mero executor material do direito do possuidor. Não há desdobra-
mento possessório. Detentor não é possuidor direto. Posse é uma coisa, detenção é outra. O 
detentor é um mero executor material.
DETENÇÃO DEPENDENTE INTERESSADA
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância [...]
Quando o possuidor permite expressamente que alguém ocupe um bem seu ou tolera 
que alguém ocupe um bem seu e mantenha uma vigilância nessa ocupação, onde haja certo 
controle e aquele que está ocupando saiba que está sendo controlado e vigiado, isso é 
detenção e não posse.
No entanto, o art. 1.208tem uma “armadilha”. No mundo concreto, a linha entre uma per-
missão e uma tolerância é tênue. É muito mais fácil, em termos probatórios, para quem está 
em contato com a coisa provar que ele é possuidor do que aquele que está à distância provar 
que ele é um mero detentor.
Em muitas ações, quem quer adquirir pela usucapião quer dizer que era possuidor e a 
outra parte quer dizer que era detentor. É uma situação complexa porque só no caso con-
creto há como conseguir definir uma situação de detenção ou de posse.
DETENÇÃO INDEPENDENTE
Segunda parte do Art. 1.208.
Art. 1.208 [...] assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão 
depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
A detenção é interessada porque aquele sujeito que ocupa a propriedade extrai proveito 
para si. Na detenção desinteressada, o detentor age em nome do possuidor e de acordo 
com as instruções do possuidor. Na detenção dependente interessada, o interesse é todo do 
detentor, por isso torna essa linha entre detenção e posse muito tênue.25m
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Posse e Detenção
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Já na detenção independente, há um conflito claro entre posse e detenção. Há situações 
de detenção em que o sujeito passa ocupar determinado objeto contra a vontade do possui-
dor, o que não existe na detenção dependente, seja desinteressada (art. 1.198) ou interes-
sada (art. 1.208 primeira parte).
A violência e a clandestinidade são vícios objetivos da posse. O art. 1.208 estabelece o 
seguinte: durante o período da violência e durante o período da clandestinidade, o indivíduo 
está na condição de detentor. Cessada a violência ou clandestinidade, ele passa a ser pos-
suidor. É injusto porque a aquisição se deu por meio de violência ou por clandestinidade.
Agora, durante o período da violência em que se encontra em conflito ou durante o perí-
odo da clandestinidade, em que sorrateiramente se ocupa um bem sem que o possuidor 
tenha conhecimento, o individuo está na condição de detentor. É uma sanção para aqueles 
que agem contra a vontade do possuidor.
POSSE – DETENÇÃO – ÁREA PÚBLICA
É possível a posse em área pública desde que seja uma posse civil, ou seja, baseada 
em um título jurídico administrativo, numa relação jurídica com a administração pública, se 
possuidor. O que não é possível é uma pose natural, isto é, ocupar uma área pública sem 
relação jurídica como Poder Público. Nesse caso, a denominada ocupação irregular. A posse 
autônoma é incompatível com a área pública. Se a pessoa, sem qualquer relação jurídica 
com o poder público, ocupar uma área pública, é considerada uma ocupação irregular, jamais 
considerada posse.
O STJ definiu essa questão na Súmula 619.
Súmula 619 do STJ. A ocupação indevida de um bem público configura mera detenção, de natu-
reza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. 
Essas situações de detenção do Código Civil são fundamentais e essenciais, porque, a 
partir do momento em que concluímos que estamos diante de uma detenção e de um deten-
tor, não se passa para a segnda parte da análise, que é a qualificação da situação fática para 
fins de efeitos jurídicos.
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���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Daniel Eduardo Branco Carnacchioni. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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