Buscar

002-124980345-direito-civil-juridico-alto-nivel-2020-a-1610736997

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Posse II
DIREITO CIVIL
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
POSSE II
Os elementos que compõem a posse são o corpus e o animus. A teoria subjetiva de 
Savigny e a teoria objetiva de Ihering analisam esses elementos sob perspectivas diferentes.
TEORIA SUBJETIVA DA POSSE (SAVIGNY)
Savigny confere ao corpus e ao animus uma análise bem mais restrita, e por isso sua 
teoria subjetiva sempre teve muita resistência. Para Savigny, esses elementos devem ser 
analisados separadamente. De acordo com ele, corpus é a situação em que o sujeito, no 
mundo fático, tem contato direto e imediato com o objeto. Ou seja, é a necessidade de pro-
ximidade entre o sujeito e o objeto. Na visão de Savigny, o corpus é contato, e assim seria 
impensável um desdobramento da posse, com a presença de um possuidor indireto, à distân-
cia do objeto. Para o autor, o contato físico não precisa ser tão direto, mas a coisa deve estar 
à disposição imediata do sujeito, de forma que haja uma relação de proximidade.
Quanto ao animus, Savigny defendia que, para ser possuidor, não bastava ter contato 
direto e imediato com a coisa, sendo necessário possuir o desejo de ter o objeto para si. O 
animus do dono é a vontade de ter a coisa para si. No usucapião, que é um modo de aquisi-
ção da propriedade mobiliária e imobiliária, percebem-se traços savignianos, pois se trata de 
uma posse mansa, pacífica, com ânimo de dono, vinculada à visão possessória de Savigny. 
Nesse sentido, ainda são percebidos resquícios da teoria savigniana no sistema atual, e o 
usucapião é um exemplo disso.
• Estrutura da Teoria Subjetiva: contato que evoluiu para disponibilidade física (poder 
de disposição material) + intenção de ter a coisa para si (vontade de possuir com 
ânimo de dono) + defesa contra a intervenção de outrem;
• Corpus: controle material da pessoa sobre a coisa – apoderamento imediato;
• Animus: elemento volitivo.
Nessa teoria, a dimensão econômica da posse é reduzida demasiadamente, com a res-
trição do rol de possuidores. Na concepção de Savigny, o locador, o depositante e o como-
dante, por exemplo, jamais seriam possuidores, pois não têm possibilidade imediata de apo-
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Posse II
DIREITO CIVIL
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
deramento, nem controle material sobre a coisa. Para ser possuidor, é necessário o animus, 
o elemento volitivo. Para Savigny, o animus é o contato com a vontade de ter a coisa para si, 
e por isso, os locatários, depositários e comodatários seriam detentores, e não possuidores, 
pois, embora estejam em contato direto com a coisa, eles não a ocupam com a vontade de 
tê-la para si, de forma que não há animus de dono. 
É importante ressaltar que a visão de Savigny tem uma justificativa histórica. Ele anali-
sou a posse de forma tão restrita porque seu objetivo era separar a posse da propriedade. A 
posse, para o autor, é autônoma em relação à propriedade, e consiste em uma situação fática 
que merece proteção independentemente do direito à propriedade. Por isso, ele sempre 
defendeu a tese de que posse é fato, um fato social que tem relevância e que merece prote-
ção fora da propriedade, independentemente da propriedade. Ou seja, mesmo não sendo o 
proprietário, um sujeito em contato com o objeto, com a vontade de querê-lo para si, merece 
proteção. Nesse sentido, a posse tem autonomia em relação à propriedade.
De forma contrária, na teoria objetiva de Ihering, adotada no Código Civil, a posse está 
vinculada à propriedade. Ocorre uma funcionalização da posse. Essa teoria contradiz a ideia 
contemporânea de que a posse é autônoma em relação à propriedade, pois a teoria de 
Ihering é pautada na vinculação entre posse e propriedade. 
• Fundamento (proteção): proteger o possuidor contra atos de violência – tutela posses-
sória para pacificação social – teoria da interdição da violência.
• Situação fática que merece tutela.
• Efeitos plurais.
O objetivo de Savigny era proteger o possuidor contra atos de violência, concedendo-lhe 
tutela possessória, com o intuito de pacificação social.
Obs.: no entendimento do que é posse e possuidor, prevalece a teoria objetiva de Ihering.
• Detenção e posse (elemento intelectual – animus). 
Na teoria subjetiva, a diferença entre posse e detenção se dá pelo animus. Se o sujeito 
tem contato com a coisa e a quer para si, ele é possuidor. Se o sujeito tiver contato, mas 
5m
10m
15m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Posse II
DIREITO CIVIL
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
não quiser o objeto, ele será detentor. O código civil, no entanto, não adota a concepção de 
Savigny, e sim a de Ihering.
Quais as Críticas à Teoria Subjetiva?
• Limitação da dimensão econômica da posse;
• Subjetivismo exagerado;
• Distinção entre posse e detenção limitada ao direito subjetivo;
• Proibição de desdobramento da posse e posse por outrem.
A posse por outrem se dá por meio de um representante, fato admitido pelo Código Civil 
atual. É possível exercer atos possessórios por meio do instituto da representação. Isso é 
uma consequência da teoria de Ihering. Para Savigny, a posse por outrem seria uma impos-
sibilidade antropológica, porque, para ele, posse é o controle material direto sobre a coisa.
Savigny vivia em um momento histórico em que tudo ocorria em prol do proprietário. As 
pessoas mais humildes, que não possuíam títulos de propriedade, começaram a ter contato 
com terras, querendo-as para si, e ficavam sem proteção. Essas pessoas eram vítimas de 
violência por não terem títulos, pois a posse era vinculada à propriedade. Nessa concepção, 
Savigny conseguiu conferir autonomia à situação fática.
Vantagem da Teoria Subjetiva
• Autonomia da posse em relação à propriedade.
• Tal autonomia se verifica mesmo quando a posse e a propriedade estão associadas 
ao mesmo titular (a mesma pessoa é possuidora e proprietária – tutela em âmbitos 
diversos). 
Natureza Jurídica
• Posse é fato, para Savigny. No entanto, é um fato que gera consequências jurídicas.
• Efeitos – direito.
20m
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Posse II
DIREITO CIVIL
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
TEORIA OBJETIVA DA POSSE
Ihering percebeu os problemas da teoria savigniana, atribuindo ao corpus e ao animus 
uma concepção diferente. Com isso, Ihering ampliou consideravelmente a dimensão econô-
mica da posse, aumentando o rol de possuidores. Todos que eram considerados detentores 
na teoria subjetiva tornaram-se possuidores. Isso tem importância porque a posse tem efeito 
jurídico. Ihering agregou corpus e animus, fundindo os dois conceitos. Não há necessidade 
de que o possuidor tenha contato com a coisa, que tenha controle material direto e imediato 
com ânimo de dono. Para o autor, a posse é comportamento, conduta. Para ser possuidor, 
basta querer se comportar como o dono se comportaria. Ou seja, no mundo real, o possui-
dor exerce alguns ou todos os poderes que o proprietário teria: uso, gozo e disposição. No 
mundo fático, quem exerce esses poderes, à distância ou não, comporta-se como proprietá-
rio. Nesse sentido, a teoria objetiva de Ihering admite o desdobramento da posse, ou seja, é 
possível haver possuidor direto e indireto. Na teoria de Ihering, também é preciso desvincular 
posse de propriedade. Os poderes de uso, gozo e disposição servem como parâmetro para 
identificar a posse, mas não podem ser atrelados a um direito de propriedade.
Estrutura da Teoria Objetiva (IHERING)
• Corpus e animus associados;
• Conduta e procedimento de dono (análise externa) – posse é Visibilidade de domínio 
– exteriorização de comportamento de proprietário;
• É suficiente que o sujeito se comporte em relação à coisa como o proprietário se 
comportaria para ser considerado possuidor (affectio tenendi)– vontade de agir como 
proprietário;
• Controle material cede lugar para a destinação econômica (finalidade como fator pre-
ponderante);
• O elemento anímico é irrelevante – o modo ou a forma como o poder de fato sobre a 
coisa se revela exteriormente é o que interessa para a posse;
• Corpus: visibilidade da propriedade por seus elementos.
Teoria Objetiva
• Fundamento: defesa da propriedade – interditos se justificam para defesa da pro-
priedade. 
25m
30m
5 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Posse II
DIREITO CIVIL
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
• Efeito: teoria da unicidade – presunção de propriedade.
• Detenção e posse: norma jurídica – lei.
Toda visão possessória de Ihering é atrelada à propriedade. Para ele, a posse tem um 
efeito: quem é possuidor presume ser proprietário. Ao contrário de Savigny, que diferencia 
detenção e posse a partir de elementos subjetivos, Ihering defende que é a norma jurídica 
que diferencia posse de detenção. No entanto, o fato de a lei estabelecer o que é detenção 
não resolve a problemática, porque posse é fato. Se, no mundo fático, houver uma situação 
que se ajusta integralmente àquilo que a norma diz que é detenção, haverá detenção, e caso 
contrário, posse.
Natureza Jurídica e Teoria Objetiva
• Posse como interesse juridicamente protegido (interesse na destinação econômica da 
propriedade);
• Posse é direito – o interesse na posse é reflexo à tutela da propriedade.
Qual a Crítica à Teoria Objetiva? Vinculação da posse à propriedade (não é reconhe-
cida como modelo jurídico autônomo).
Quais as Vantagens da Teoria Objetiva?
• Ampliação da dimensão econômica da posse;
• Desdobramento da posse;
• Posse por outrem;
• Dispensa da enumeração dos modos de aquisição e perda da posse.
Há Problema na Teoria Objetiva?
• Como a teoria objetiva explicaria a tutela possessória mesmo diante do proprietário, no 
caso de desdobramento da posse?
• Como a teoria objetiva explica a proibição de exceção de domínio em ação possessória?
Como o Código Civil adotou a teoria objetiva de Ihering, é necessário desdobrar essa 
teoria e fazer as necessárias adaptações. 
35m
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Daniel Eduardo Branco Carnacchioni. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

Outros materiais