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Aula 03 - parte 2 - Classificação da Posse

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
PLANO DE AULA - DIREITO CIVIL V
PROF. DR. THIAGO GALEÃO
SEMESTRE LETIVO 2020/2 (ANO 2021)
AULA 03
1 CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
1.1 POSSE DIRETA E INDIRETA: desdobramento da posse plena; compatível com a teoria de Ihering. Proprietário – posse indireta; terceiro – posse direta (fruto de um negócio jurídico). Art. 1.197 CC. Coexistência. – Coexistência da posse do proprietário (posse indireta) e de terceiro, ex.: locatório (posso direta) – POSSE PLENA quando há coexistência!
1.1.1 Proteção possessória – ambos – finalzinho do art. 1.197 CC; 
1.1.2 Possibilidade de desdobramentos sucessivos – ex.: sub-locação;
1.2 POSSE EXCLUSIVA, COMPOSSE E POSSES PARALELAS: 
1.2.1 Posse exclusiva: posse de um único possuidor. Direta ou indireta. Plena ou não (o possuidor exerce de fato os poderes inerentes à propriedade: sou proprietário do apartamento e moro (possuidor direto) no apartamento);
1.2.2 Composse: duas ou mais pessoas, simultaneamente, exercem poderes possessórios sobre a mesma coisa. Art. 1.199 CC. – rol de entrada, corredores, etc.
1.2.3 Posses paralelas: posses múltiplas – concorrência ou sobreposição de posses – posses de natureza diversa sobre a mesma coisa – posse direta e indireta (desdobramento); min 30 – voltar pra ver
1.3 POSSE JUSTA E INJUSTA: Art. 1.200 CC. Forma pela qual foi adquirida. 
1.3.1 Posse justa: isenta de vícios; Posse injusta: posse adquirida viciosamente – por violência, clandestinidade ou por abuso precário.
1.3.1.1 Violenta (física ou moral) # Mansa e pacífica. Ex.: expulsão do anterior possuidor de um imóvel por meios violentos. Física ou Moral. A aquisição de imóvel em níveis de violência impede que a aquisição da posse gere efeitos jurídicos. “Ladrão que rouba”; - A violência não é necessariamente contra vítima, entrar quebrando cadeado enquadra-se como violência; a violência será usada tanto para acessar quanto para se manter - uma vez que não preciso mais fazer uso de violência, a minha posse pode se tornar mansa e pacífica – dando início a posse injusta e cessando a detenção.
1.3.1.2 Clandestina: furto de um objeto ou ocupação de imóvel de outrem às escuras. Posse sorrateiramente obtida (ex.: vou entrar de noite e obter). “Ladrão que furta”; - ingressar sem ser vista, enquanto estiver se escondendo; no momento que alguém me vê passa-se para posse injusta fundada em clandestinidade; pode passar de detenção clandestina para detenção violenta. 
*ANTES DE DESCOBERTO VOCÊ TEM A DETENÇÃO, DEPOIS DE DESCOBERTO PASSA PARA A POSSE INJUSTA.
*Enquanto você tem atos de violência sendo realizados – tem-se a detenção, depois que eles cessam você terá a posse injusta. 
*No momento que a pessoa é descoberta e mantem-se no uso do bem cessa-se a violência e a clandestinidade – temos a posse injusta. – A clandestinidade pode preceder a violência.
*ENQUANTO HOUVER VIOLÊNCIA E CLANDESTINIDADE PARA SE MANTER NO BEM HÁ DETENÇÃO.
1.3.1.3 Precária: negação de devolução da coisa, findo o contrato. Apropriação indébita. Da posse justa à injusta; - Na precariedade você já está na posse injusta.
1.3.1.4 Art. 1.200 CC – não esgota as hipóteses – ingresso em terreno alheio sem medidas sorrateiras – esbulho. 
1.3.1.5 Art. 1.208 CC. Violência e Clandestinidade. Posse injusta em relação ao legítimo possuidor (que por exemplo, sofreu um esbulho). Em relação aos demais, justa – não há vício. Paz social. Enquanto existentes – mera detenção. Cessados: surge a posse injusta – posse útil – surtindo efeitos para usucapião e utilização de interditos;
Cessação da clandestinidade: prova de que a vítima tinha condições de tomar conhecimento do esbulho. Usucapião. – Exemplo da pessoa que quebrou o cadeado para entrar, a pessoa poderia ter ciência do esbulho – quanto mais cedo eu provar que a pessoa tinha condição de saber do esbulho, melhor para o possuidor.
1.4 POSSE DE BOA-FÉ E DE MÁ-FÉ: Art. 1.201 CC.
1.4.1 Critério subjetivo/psicológico – conhecimento ou ignorância do vício (discute-se a pessoa tinha conhecimento do vício ou simplesmente ignorava). Concepção ética – o erro depende de variações circunstanciais/contextuais – recurso, isolamento geográfico. 
1.4.2 Presunção de boa-fé para quem tem justo-título – art. 1.201, P.Ú, CC. 
Justo título, em suma, é o que seria hábil para transmitir o domínio e a posse se não contivesse nenhum vício impeditivo dessa transmissão. Uma escritura de compra e venda, devidamente registrada, por exemplo, é um título hábil para a transmissão do imóvel. No entanto, se o vendedor não era o verdadeiro dono (aquisição a non domino) ou se era um menor não assistido por seu representante legal, a aquisição não se perfecciona e pode ser anulada. Porém a posse do adquirente presume-se ser de boa-fé, porque estribada em justo título. (Gonçalves, 2019, p. 97).
1.4.3 Da posse de boa-fé à de má-fé: art. 1.202 CC. Jurisprudencialmente, o momento é o da citação para a ação ou do conhecimento dos termos da contestação – conhecimento dos vícios de sua posse. Tratamento como possuidor de má-fé. Sentença retroativa à data da citação – concepção relativa. Análise casuística. 
1.5 POSSE NOVA E POSSE VELHA:
1.5.1 Posse nova: de menos de um ano e um dia; Posse velha: a de um ano e um dia ou mais. Efeito de consolidação da situação de fato. Purgação da posse quanto aos efeitos da violência e clandestinidade. Art. 1.211 CC;
1.5.2 Possibilidade de concessão de liminar – art. 558 CPC. Ação de força nova ou velha – conta-se do tempo da decorrido da ocorrência da turbação ou do esbulho. Força nova – cabe pleiteio de liminar (procedimento comum). Caso contrário, procedimento ordinário. 
1.6 POSSE NATURAL E CIVIL: EXEMPLO CONSTITUTO POSSESSÓRIO
1.6.1 Posse natural: poderes fáticos sobre a coisa; - possuir a coisa em plano fático
1.6.2 Posse civil: aquisição por força da lei. Transmite-se ou adquire-se pelo título; - adquirida por força de lei
1.7 POSSE ‘AD INTERDICTA’ E POSSE ‘AD USUCAPIONEM’:
1.7.1 Posse ad interdicta: pode ser defendida pelas ações possessórias. Não conduz à usucapião. Basta que seja justa. – Posse justa e que, portanto, não conduz a usucapião. Ex.: Você pode ser locatário pelo tempo que for que não haverá justificativa para que seja discutido usucapião, pois a posse é justa, regulamentada.
1.7.2 Posse ad usucapionem: prescrição aquisitiva. Capaz de gerar o direito de propriedade. Ex.: 1.242 CC. – Pelo discurso do tempo você vai adquirir a propriedade.
1.8 POSSE “PRO DIVISO” E “PRO INDIVISO”: 
1.8.1 Posse Pro Indiviso: compossuidores tem posse apenas sobre partes ideais da coisa; a composse existe de direito, mas não de fato. Ex.: Área comum vai ser posse pro indiviso porque não há como a dividir.
1.8.2 Posse Pro Diviso: compossuidores estabelecem uma divisão de fato no imóvel, cabendo ação possessória entre si, da violação daquela situação de fato. a compossse existe de direito e de fato. Ex.: Cotas empresariais, terrenos, prédios etc.

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