Buscar

Questões sobre mediação e conciliação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1) CABIMENTO E PROCESSAMENTO DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA.
A Lei 14.112/20 incluiu dispositivos sobre a utilização de métodos consensuais de resolução de conflitos, como a mediação e conciliação, no âmbito da recuperação judicial e falência. Tais métodos podem ser empregados em fases preliminares ou incidentais do processo, a fim de buscar uma solução satisfatória para todas as partes envolvidas, com a intervenção de um terceiro imparcial. O administrador judicial tem o dever de incentivar tais métodos, desde que observados os direitos de terceiros, conforme estabelecido no artigo 22, inciso I, letra "j", da Lei nº 11.101/2005. Tal previsão encontra respaldo no artigo 3º, §3º, do CPC/15, o qual determina a promoção desses métodos conciliatórios por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive durante o curso do processo judicial.
Na fase pré-processual ou incidental da recuperação judicial, é viável a utilização da mediação ou conciliação para dirimir disputas entre sócios e acionistas, litígios envolvendo credores extraconcursais ou não sujeitos à recuperação judicial, conflitos com concessionárias ou permissionárias de serviços públicos, litígios relacionados a créditos extraconcursais durante o estado de calamidade pública e negociação de dívidas e formas de pagamento entre a empresa em dificuldade e seus credores antes do ajuizamento do pedido de recuperação judicial.
Caso sejam preenchidos os requisitos para o pedido de recuperação judicial, a empresa pode solicitar a suspensão das execuções movidas contra ela por até 60 dias, visando à composição com seus credores em procedimento de mediação ou conciliação já instaurados em um Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc). Se a empresa apresentar o pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, o período de suspensão será deduzido do prazo previsto no artigo 6º, §4º, da Lei nº 11.101/2005 (suspensão de 180 dias a partir do deferimento do processamento da recuperação judicial).
Não é admissível utilizar a mediação e conciliação para discutir a natureza e classificação de créditos, bem como para debater critérios de votação em assembleia de credores, conforme preconizado na Recomendação nº 58 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), artigo 2º, § 1º.
As sessões de mediação ou conciliação podem ocorrer de forma virtual, desde que haja sistema compatível no Cejusc, o que garante a celeridade e eficiência do processo. O acordo estabelecido nessas sessões deve ser homologado pelo juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa estrangeira.
2) ADMINISTRADOR JUDICIAL
Durante o processo de recuperação judicial, é designado um administrador judicial como auxiliar do juiz, sendo este uma pessoa de confiança nomeada pelo magistrado no despacho que determina o início da recuperação judicial.
O Administrador Judicial tem como atribuições a fiscalização das atividades do devedor e do cumprimento do plano de recuperação judicial, além de verificar todos os créditos a serem incluídos na lista de credores e elaborar o edital para a consolidação do Quadro Geral de Credores. Ele também preside a Assembleia Geral de Credores, onde o Plano de Recuperação Judicial é votado, sendo responsável pelo cadastramento, credenciamento e conferência dos votos dos credores.
É importante destacar que, embora a legislação mencione o administrador judicial no singular, não há óbice à nomeação de mais do que um administrador judicial para desempenhar as atribuições no mesmo processo.
COMITE DE CREDORES
O Comitê de Credores é um órgão facultativo na falência e na recuperação de empresas, cuja instalação fica a critério dos próprios credores. A sua composição é formada por um representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com dois suplentes, um representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com dois suplentes, um representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com dois suplentes, e um representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com dois suplentes. Conforme o artigo 27 da Lei nº 11.101/05, o Comitê de Credores tem atribuições específicas, além de outras previstas na mesma lei. Os seus membros possuem responsabilidade equiparada à do administrador judicial, contudo, uma vez que se trata de um órgão colegiado, não pode ser responsabilizado o membro que, divergindo em deliberação, faça constar essa discordância em ata.
ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES
A Assembleia Geral é o órgão que congrega todos os detentores dos créditos sujeitos ao processo de recuperação judicial ou falência, sendo responsável principalmente pela deliberação acerca de quaisquer questões que possam influenciar os interesses dos credores.
A convocação da Assembleia Geral pode ser realizada pelo Juiz, nos casos previstos em lei, pelos credores com representatividade mínima de 25% de uma classe ou pelo devedor. A convocação deverá ser efetuada através de edital no diário oficial eletrônico com antecedência mínima de 15 dias.
Na assembleia existe uma divisão dos credores em classes, com o fito de de formar grupos com representatividade singular. As classes estão definidas no Artigo 41 da Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005.
Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:
I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;
II – titulares de créditos com garantia real;
III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados.
IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte.
§ 1º Os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho votam com a classe prevista no inciso I do caput deste artigo com o total de seu crédito, independentemente do valor.
§ 2º Os titulares de créditos com garantia real votam com a classe prevista no inciso II do caput deste artigo até o limite do valor do bem gravado e com a classe prevista no inciso III do caput deste artigo pelo restante do valor de seu crédito.
A assembleia geral requer a presença da maioria dos créditos de cada classe em primeira convocação e pode ser instalada com qualquer número de presentes em segunda convocação. O quórum de deliberação é da maioria dos presentes, considerando o valor dos créditos. As decisões sobre modalidades especiais de alienação dos ativos são exceções. Os votos são nulos se visam obter vantagem ilícita para si ou para outrem (art. 39, §6º).

Outros materiais