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Louyse Jerônimo de Morais 
 
 
2 Louyse Jerônimo de Morais 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MAMA ...................................................................................................................... 3 
ANATOMIA ..................................................................................................................................................................... 3 
SEMIOLOGIA .................................................................................................................................................................. 4 
FISIOLOGIA .................................................................................................................................................................... 5 
EXAMES COMPLEMENTARES EM MASTOLOGIA .................................................................................................... 6 
PROPEDÊUTICA .............................................................................................................................................................. 6 
MAMOGRAFIA ................................................................................................................................................................ 6 
ULTRASSONOGRAFIA MAMÁRIA ......................................................................................................................................... 7 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA............................................................................................................................................... 7 
LESÕES NÃO PALPÁVEIS .................................................................................................................................................. 7 
DOENÇAS BENIGNAS DAS MAMAS ....................................................................................................................... 8 
MASTITE ....................................................................................................................................................................... 8 
ABSCESSO SUBAREOLAR CRÔNICO RECIDIVANTE ................................................................................................................. 8 
NÓDULOS BENIGNOS ...................................................................................................................................................... 8 
DERRAMES PAPILARES .................................................................................................................................................... 9 
ECZEMA AREOLAR ....................................................................................................................................................... 10 
MASTALGIA................................................................................................................................................................. 10 
CÂNCER DE MAMA............................................................................................................................................ 11 
EPIDEMIOLOGIA........................................................................................................................................................... 11 
FATORES DE RISCO ...................................................................................................................................................... 11 
RASTREAMENTO .......................................................................................................................................................... 11 
CLÍNICA ...................................................................................................................................................................... 11 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAIS ......................................................................................................................................... 11 
TIPOS HISTOLÓGICOS ................................................................................................................................................... 12 
IMUNO-HISTOQUÍMICA .................................................................................................................................................. 12 
TRATAMENTO .............................................................................................................................................................. 12 
FATORES PROGNÓSTICOS ............................................................................................................................................. 13 
CASOS ESPECIAIS ........................................................................................................................................................ 13 
 
 
 
3 Louyse Jerônimo de Morais 
Anatomia 
A mama é uma glândula sudorípara modificada, 
que fica localizada entre a segunda e a sexta costela. 
Temos, basicamente, uma estrutura na mama que é 
funcional. 
 
Tradicionalmente, a mama tem por função a 
amamentação. Se for pegar só a parte funcional, 
teremos as estruturas dos lóbulos mamários, que vão 
produzir o leite, e temos os túbulos, que são “canos” 
que conduzem o leite até o complexo mamilar. Esse é o 
famoso parênquima mamário. 
A mama é como se fosse uma couve-flor 
invertida, com lóbulos e ductos desembocando no 
mamilo. Em volta do tecido parenquimatoso, temos 
outras estruturas, sendo gordura a principal delas. 
Além disso, também há vasos sanguíneos, vasos 
linfáticos e ligamentos suspensores, por exemplo. 
Chamamos tudo isso de estroma mamário. 
Com o tempo, ao chegar perto do climatério, a 
mama sofre lipossubstituição, ou seja, transformação 
de parênquima em estroma. Por conta disso, mulheres 
mais jovens tem uma mama bem mais densa. 
Aplicação clínica: a mamografia vai ter uma acurácia 
maior em pacientes com mais idade, porque ela é boa 
para as mamas lipossubstituídas. 
Irrigação da mama 
É dada principalmente pela artéria torácica 
interna, que é ramo da subclávia – cerca de 2/3 da 
irrigação da mama é pela torácica interna, enquanto 
que o 1/3 restante é irrigado pela artéria torácica 
lateral. 
Drenagem da mama 
A drenagem venosa será feita por vasos com 
esse mesmo nome, sendo veias, obviamente. 
Drenagem linfática 
A via de metástase principal do câncer de 
mama são os linfonodos, daí a importância dessas 
estruturas no nosso estudo. A drenagem linfática da 
mama é uma rede que vai de superficial para profundo. 
Então, primeiramente vai haver uma drenagem 
superficial, que segue para a rede profunda, sendo que 
cerca de 90 a 95% da drenagem linfática vai para a 
axila. Isso tudo ocorre unidirecionalmente. 
• Pesquisa de linfonodo sentinela: injeta o 
corante azul patente na região subareolar e faz 
uma massagem suave por mais ou menos 7 
minutos. Com isso, o corante migra para o plexo 
profundo e depois para a axila, em direção ao 
linfonodo sentinela. 
Qual a importância dos linfonodos axilares? Porque 
essa é a principal via de metástase do câncer de 
mama. 
Níveis de BERG 
Ao fazer esvaziamento axilar, tem-se feito 
menos isso, porque trabalhos mostram que em 
algumas situações ele não melhora sobrevida global ou 
livre de doença, mas quando precisa fazer, dividimos 
em três níveis (níveis de BERG). 
• Nível I: linfonodos laterais ao músculo peitoral 
menor. 
• Nível II: ficam embaixo do músculo peitoral 
menor. 
• Nível III: ficam mediais ao músculo peitoral 
menor. 
 
Quando precisa fazer esvaziamento axilar radical, 
retira-se todos esses linfonodos. 
Temos os músculos peitoral maior e menor. 
Entre eles, existe uma cadeia linfática denominada 
linfonodos de Rotter. Eventualmente, o azul patente 
pode migrar para esses linfonodos. 
 
4 Louyse Jerônimo de Morais 
 
Inervação 
• Nervo de Bell ou torácico longo: é aquele que 
vai inervar o músculo serrátil anterior. Esse 
músculo mantém a escápulana parede 
torácica. Quando faz o esvaziamento axilar, 
eventualmente, pode-se lesar acidentalmente o 
nervo de Bell. Se isso acontecer, a mulher vai 
ficar com a escápula alada. Essa é uma sequela 
definitiva que pode acontecer depois de uma 
lesão acidental no transoperatório do torácico 
longo. 
 
A paciente vai colocar as mãos na parede e a 
escápula vai formar uma elevação secundária no dorso. 
Como a função do músculo é justamente estabilizar a 
escápula na parede torácica, ao perder a função, a 
mulher fica com escápula alada. O tratamento é feito 
com fisioterapia, mas acaba sendo uma sequela 
definitiva. 
• Intercostobraquial: quando lesa, a paciente 
pode ficar com parestesias na face interna do 
braço. É comum de lesar se fizer uma 
linfadenectomia radical, mas costuma ser algo 
transitório. 
Semiologia 
Dividimos a mama em quatro quadrantes. 
 
Anomalias do desenvolvimento 
1. Politelia: mamilos acessórios. 
 
Telos = mamilo; poli = vários. 
Quando somos embriões, existe uma linha 
láctea que vai da axila até a virilha. Ela vai regredindo 
até deixar células apenas na região mamilar normal. 
Contudo, pode ficar alguma célula perdida ao longo do 
território da linha láctea (abdome, axila, virilha etc.). 
2. Atelia: ausência de complexo aureolo-mamilar. 
 
3. Polimastia: mama acessória 
 
Na grande maioria das vezes, ocorre na axila. 
Quando a paciente entra na puberdade, pelo estímulo 
estrogênico, cresce uma maminha nas células que 
ficaram no território da linha láctea. 
Precisa retirar as mamas acessórias? Não faz 
sentido, porque o risco de câncer de mama é o mesmo 
da mama tópica. Se a paciente não estiver incomodada 
e não tiver prejuízo estético, pode manter. 
Quando for amamentar, pode produzir leite na 
axila. Tem risco de fazer galactocele etc. 
 
5 Louyse Jerônimo de Morais 
4. Amastia: ausência congênita de desenvolvimento de 
tecido mamário. 
 
5. Simastia: confluência medial das mamas. 
 
Não existe separação das mamas na região esternal. 
6. Síndrome de Poland 
 
Essa síndrome se manifesta por ausência de 
desenvolvimento da mama + ausência de 
desenvolvimento dos músculos peitorais. Geralmente, 
associada com outras malformações, sendo sindactilia 
a principal delas. 
7. Amazia: apenas o complexo aureolo-mamilar, mas 
não tem mama atrás. 
 
Fisiologia 
Ciclo gravídico-puerperal 
• Prolactina: hormônio que produz o leite, 
começando a elevar já durante a gravidez. Isso 
faz com que os lóbulos mamários comecem a 
produzir leite, só que os hormônios placentários 
(especialmente o estriol) vão bloquear os 
receptores de prolactina da mama, para evitar 
produção de leite durante a gestação. Ao retirar 
a placenta, os hormônios placentários também 
cessam, então o bloqueio que estava sendo 
feito acaba. Nesse momento, a prolactina 
começa a agir, produzindo leite e iniciando o 
processo de amamentação. 
• Ocitocina: causa a ejeção do leite. 
Função biológica do leite 
• Colostro: primeiros dias. É diferente do leite 
porque tem mais proteínas e menos gordura. 
 
 
6 Louyse Jerônimo de Morais 
Propedêutica 
• Autoexame: Ministério da Saúde não 
recomenda, pois gera muitas consultas 
desnecessárias e não muda morbimortalidade 
ou diagnóstico precoce. 
• Exame clínico: não é indicado de rotina. Deve 
ser feito se o médico se sentir apto. 
Mamografia 
• Recomendação: entre 50-69 anos, a cada 2 
anos. 
Estratégias de prevenção 
• Primordial: não deixar estabelecer os fatores de 
risco. Só o fato de ser mulher já é um fator de 
risco. 
• Primária: uma vez tendo fatores de risco, evitar 
que a doença surja. 
• Secundária: diagnóstico precoce. É aí que entra 
a mamografia. 
• Terciária 
Mamografia 
É um exame de baixo custo, em que se faz duas 
incidências na mama – craniocaudal e mediolateral. 
Para analisar o exame, deve-se posiciona-lo 
imaginando a paciente em posição anatômica. 
 
Incidência mediolateral: sempre se enxerga o músculo 
peitoral. Observa quadrantes superior e inferior. 
 
Incidência craniocaudal: não enxerga o músculo 
peitoral. Observa quadrantes lateral e medial. 
Classificação de BI-RADS 
• BI-RADS 0: mama muito densa, sendo comum 
em mulheres jovens. Exame insatisfatório, 
necessitando de complementação. 
Geralmente, isso é feito com ultrassonografia, 
mas pode ser feita, por exemplo, com 
compressão focada. 
• BI-RADS 1: mamografia normal. 
• BI-RADS 2: alterações benignas – 
microcalcificações esparsas, áreas ainda não 
bem lipossubstituídas etc. A conduta é repetir o 
exame em dois anos. 
• BI-RADS 3: alterações provavelmente benignas. 
A chance de ser um achado maligno é < 2%. A 
conduta é repetir o exame em 6 meses. Segue 
acompanhando de 6 em 6 meses por 2-3 anos. 
• BI-RADS 4: alterações suspeitas. A chance de 
câncer de mama é de 2 a 95%. Requer 
amostragem histológica com AGULHA GROSSA, 
sendo a mesma conduta independentemente 
da subdivisão. 
o 4A: baixa suspeita (2 a 10%) 
o 4B: intermediária (10 a 50%) 
o 4C: alta suspeita (50 a 95%) 
• BI-RADS 5: alterações altamente suspeitas 
(>95%), como os nódulos espiculados. A 
conduta é fazer biópsia COM AGULHA GROSSA, 
para ter o diagnóstico histológico. 
• BI-RADS 6: já tem diagnóstico histológico, com 
resultado de câncer de mama e faz mamografia 
depois. Por exemplo, se fizer quimioterapia 
neoadjuvante e fizer nova mamografia antes da 
cirurgia. 
 
BI-RADS 3 acima: imagem típica de fibroadenoma 
calcificado. Tem tudo para ser benigno, mas não dá 
para ter certeza absoluta. 
 
 
7 Louyse Jerônimo de Morais 
Acima, temos um BI-RADS 5, por conta de um 
nódulo irregular espiculado radiopaco, o qual tem mais 
de 95% de chance de ser um câncer de mama. A 
biópsia é feita com agulha grossa, que retira 
fragmentos de tecido desse nódulo para fazer o 
diagnóstico do câncer de mama. 
Ultrassonografia mamária 
Adequada para mamas densas, sendo um 
método complementar à mamografia. Não deve ser 
indicado como rastreamento. 
• Propriedade: diferenciar nódulos sólidos de 
císticos. 
 
Os cistos são anecoicos. 
• Pacientes jovens de alto risco 
Ressonância magnética 
É um exame que é efeito com o contraste de 
gadolínio. 
Indicações 
• Mulheres jovens com história familiar positiva; 
é o exame com maior acurácia nesses casos. 
• Ruptura de prótese de silicone: sinal de Linguini 
 
• Suspeita de câncer oculto: axila positiva, mas 
nenhuma achado na mamografia. 
• Suspeita de multicentricidade 
• Rastreamento em pacientes de alto risco: a 
partir de 25 anos de idade, pacientes 
portadoras de mutação de BRCA1 ou BRCA2. 
Lesões não palpáveis 
Microcalcificações 
• Não suspeitas: esparsas, grosseiras, bem 
redondas. 
• Suspeitas: agrupadas, irregulares, formato de 
letras (pleomorfismo). 
Qual vai ser a conduta? 
Precisa de um procedimento para remover 
essas microcalficicações. 
 
Tamanho variado / distribuição linear (câncer vai 
crescendo e fazendo necrose no trajeto do ducto). 
Biópsia cirúrgica 
• Agulhamento: coloca uma agulha exatamente 
na área de microcalcificações da mama. Faz 
isso olhando pela mamografia. Essa agulha tem 
um arpão na ponta, que fica fixo na mama. A 
paciente sobe para o bloco cirúrgico e faz 
ressecção dessa parte marcada com agulha. 
Depois que resseca, faz radiografia da peça. 
Isso vai para o patologista, que vai dizer se é 
câncer ou não. 
 
• ROLL: medicina nuclear, injeta radiofármaco 
que detecta a lesão e faz com que se retire a 
peça. 
• Outras formas: estereotaxia, mamotomia 
(sistema a vácuo acoplado em uma agulha, em 
que se retira a área com as microcalcificações). 
 
 
8 Louyse Jerônimo de Morais 
Mastite 
Consiste na invasão dos ductos por germes 
cutâneos, que costuma ocorrer em puérperas. É 
comum quando há fissura no mamilo por pega 
incorreta, tornando-se uma porta de entrada para o S. 
aureus, gerando edema, calor e rubor. Pode acontecer 
forada amamentação também, especialmente quando 
existe algum tipo de trauma mamilar. O antibiótico de 
escolha é a cefalexina. 
 
Abscesso subareolar crônico recidivante 
Também chamado de doença de Zuskas. São 
processos inflamatórios com eritema, calor, rubor e 
flutuação, gerando abscessos na mama. A grande 
origem é o tabagismo. 
 
O hábito de fumar faz com que o epitélio dos 
ductos mamários se estratifique, obstruindo a luz do 
ducto mamário, o que acumula células mortas e debris 
celulares, que ficam em estase e acabam infectado. 
Drena espontaneamente, a paciente fica bem por um 
tempo e depois recidiva. 
 
Conduta 
• Cefalexina + AINE 
• Drenagem: quando não drena de forma 
espontânea. 
• Cessar tabagismo: principal tratamento. 
• Excisão de ductos principais: remoção dos 
ductos terminais da mama, através de excisão 
periareolar 180°. Não é garantia de que vai 
melhorar, mas pode ajudar. O grande problema 
é que se a paciente quiser engravidar e 
amamentar, a probabilidade de sucesso na 
amamentação vai ser menor. 
Durante o processo agudo, temos que drenar e 
entrar com ATB. Depois que o processo esfria, faz 
excisão de ductos principais. 
Nódulos benignos 
Epidemiologia 
 
Cistos – involução lobular 
Quando a mulher tem mais de 35 anos, estando 
próximo do período do climatério, o corpo entende que 
não vai ter mais amamentação e vai transformar a 
glândula mamária em gordura, de forma fisiológica. 
 
• Lóbulo: produz leite. 
• Ducto: carreia o leite. 
Ao invés de se transformar em gordura, pode se 
transformar em cisto – cheio de líquido com debris 
celulares encapsulados. É comum em paciente pré-
menopausa e a clínica é a presença de um nódulo 
doloroso que cresceu rapidamente, de consistência 
firme. 
• Conduta: pedir exame de imagem, que pode ser 
mamografia e/ou ultrassonografia. 
Ultrassonografia 
• Macrocisto: < 1 cm. Conduta conservadora. 
• Macrocisto: ≥ 1 cm 
 
9 Louyse Jerônimo de Morais 
o Paciente assintomática: conduta 
conservadora. 
o Paciente sintomática: PAAF. 
 
Apresentação do cisto: margens regulares e anecoico. 
Fibroadenoma 
• Incidência: 15 a 35 anos. 
• 10% bilaterais e 10% múltiplos 
• Tumor misto: envolve parênquima e estroma. 
Surgem pelo estímulo estrogênico. O estrogênio 
que faz isso é o endógeno. Portanto, não precisa parar 
de tomar anticoncepcional caso a mulher tome e tenha 
fibroadenoma. 
Clínica 
Nódulo não doloroso, com limites precisos e 
consistência fibroelástica, sendo móvel à palpação. 
Geralmente, tem até 3 cm. 
• Conduta frente a uma paciente por volta de 20 
anos com nódulo com características de 
fibroadenoma: antigamente, era sempre PAAF. 
Hoje em dia, faz exame de imagem, sendo USG 
o ideal. 
 
USG: nódulo com margens regulares e maior eixo 
paralelo à pele da paciente. 
• Conduta: biópsia excisional ou controle clínico. 
Se a paciente não estiver incomodada, não 
precisa retirar, mas apenas fazer controle 
clínico. 
Tumor phyllodes 
Vem de folha. No microscópio, tem aspecto que 
parece uma folha. 
 
• Faixa etária: 35-45 anos 
• 70 a 95% dos tumores benignos 
• Bilateralidade 30% 
• Tumor do parênquima e estroma com alta 
celularidade. 
Clínica 
Apresenta-se como um nódulo indolor, de 
consistência fibroelástica, com crescimento rápido e 
que atinge grandes dimensões. Se não tirar logo, pode 
acabar deformando a mama da paciente. 
 
• Conduta: ressecção com margens, 
mastectomia. 
Derrames papilares 
Perguntar: espontâneo ou provocado? 
A maioria das vezes é provocado. Se provocado, 
não tem valor clínico, só investiga se for espontâneo. 
• Fisiológico: multiductal, multicolorido, 
provocado, bilateral. 
A primeira coisa é excluir galactorreia, então 
investiga dosando a prolactina. Se não for leite, tem 
que ver se tem nódulo palpável – pois indica 
investigação – ou se é derrame isolado. Neste último 
caso, pela característica do derrame, pode-se presumir 
qual é a possível causa. 
Tipos de derrame papilar 
• Sanguinolento: geralmente é unilateral e 
uniductal. A causa mais comum é uma 
proliferação dentro do ducto mamário, como se 
fosse verrucosa, chamado papiloma 
intraductal. É uma alteração benigna da mama, 
extremamente friável, por isso que sangra com 
facilidade. A conduta é fazer um exame de 
imagem, para excluir câncer de mama, e fazer 
 
10 Louyse Jerônimo de Morais 
uma ressecção do ducto que contém o 
papiloma intraductal. 
• Esverdeado: geralmente é bilateral. 
Corresponde a um dilatação dos ductos 
terminais da mama, chamada de ectasia 
ductal. É comum ocorrer após os 40 anos, 
porque os ductos vão se dilatar e acumula um 
líquido esverdeado, que costuma sair dos dois 
lados. A conduta é fazer exame de imagem, 
para excluir câncer, depois tranquiliza a 
paciente dizendo que é algo benigno, e faz 
ressecção do ducto acometido. 
• Água de rocha / aquosa: é um derrame 
suspeito. Deve-se fazer mamografia/USG e 
tratar com exérese dos ductos terminais. 
Eczema areolar 
É uma doença dermatológica, que acontece na 
aréola e no mamilo. Trata-se de uma dermatite 
descamativa, com clínica de prurido e bordos 
indefinidos. Geralmente, é bilateral e responde ao 
tratamento com corticosteroide. Faz diagnóstico 
diferencial com carcinoma de Paget. 
 
• Carcinoma de Paget: unilateral, margens 
definidas, causa destruição do complexo 
aureolo-mamilar e não responde ao corticoide 
tópico. A conduta, nesse caso, é fazer biópsia. 
 
Mastalgia 
Mastalgia cíclica 
Queixa mais comum. É a dor na mama que tem 
relação com o ciclo menstrual. É normal e a conduta é 
tranquilizar a paciente, explicando que é algo comum, 
que não é câncer de mama. Algumas mulheres têm 
muito mais sensibilidade, devido a uma resposta 
anômala aos estímulos dolorosos à mama no período 
pré-menstrual. 
É importante evitar estimulantes, xantinas e 
fumo. Usar sutiã apertado. 
Drogas: o ideal é não medicar. 
• Óleo de prímula, ácido gamalinoleico, extrato 
de borragem 
• Vitamina E 
• Tamoxifeno: 10 mg, bloqueia receptor de 
estrogênio na mama e melhora mastalgia. 
• Análogo GnRH 
Mastalgia acíclica 
• Esteatonecrose: trauma na mama causa 
necrose de gordura. 
• Ectasia ductal 
• Macrocistos mamários 
 
 
11 Louyse Jerônimo de Morais 
Epidemiologia 
Excetuando o câncer de pele não melanoma, 
nas mulheres, o câncer de mama é a neoplasia mais 
comum. 
Fatores de risco 
• Idade avançada 
• Sexo feminino 
• História familiar: especialmente familiares de 
primeiro grau com câncer de mama antes dos 
50 anos de vida. Nesse caso, suspeita-se de 
alguma mutação genética envolvida. 
o BRCA-1 e 2: são genes supressores 
tumorais que, quando mutados, 
aumenta a chance de câncer de mama 
na família. 
o Gene p53 
o Gene pTEN 
• Menarca precoce e menopausa tardia 
• Nuligestação 
• Primeira gestação tardia 
• Ausência de amamentação 
• Irradiação do tórax antes dos 30 anos 
• Terapia hormonal 
• Anticoncepcional oral: numericamente, é um 
aumento muito baixo. 
• Obesidade 
• Aumento da densidade mamária na 
mamografia (pós-menopausa) 
• Consumo de álcool 
BRCA-1 e 2 
• Herança autossômica dominante 
• Alta penetrância 
• Mais de 50% dos cânceres de mama 
hereditários ocorrem devido à presença desses 
genes 
• Risco acumulativo 
• BRCA-1: mama 72%, ovário 44% 
• BRCA-2: mama 69%, ovário 17% 
 
Gene Tp53 
Quando tem mutação, a pessoa vai portar uma 
síndrome denominada Li-Fraumeni. O p53 é o 
“guardião do genoma”, porque quando há erro na 
divisão celular, ele funciona como um reparador. Na 
presença de mutação nesse gene supressor tumoral, 
as células perdem o controle de sua divisão e há 
formação de neoplasia. Ele está localizado no 
cromossomo 17. 
Relaciona-se com maior chance de: câncer de 
mama, osteossarcoma, sarcomas de partes moles, 
leucemias, tumores adrenais. 
Síndrome de Cowden 
• Mutação no gene PTEN 
• Herança autossômica dominante• Câncer de mama e tireoide 
• 25% a 50% lifetime risk: chance de ter câncer 
de mama ao longo da vida é de 25 a 50% 
Apenas 10 a 15% dos cânceres de mama têm 
causa genética, o restante tem relação com mutação 
adquirida ao longo da vida (câncer de mama 
esporádico). 
Rastreamento 
• Pacientes de baixo risco: mamografia 50-69 
anos a cada 2 anos. 
• Pacientes de alto risco: RNM a partir dos 25 
anos anualmente. Aos 30 anos, associar 
mamografia. O ideal é fazer a MMG seis meses 
depois da RNM. 
• Paciente com mutação confirmada: 
mastectomia redutora de risco é uma opção. 
Recomenda-se fazer em idade jovem. Depois 
que engravidar, faz salpingooforectomia 
bilateral. 
Clínica 
Geralmente, aparece como um nódulo, mas 
pode ser um achado mamográfico em rastreamento. 
Muito raramente, pode se manifestar como um 
derrame papilar. 
• Diagnóstico: core biopsy – retira fragmentos do 
nódulo. 
Sempre que tiver discordância entre exames, 
considerar BI-RADS mais alto. 
Diagnóstico diferenciais 
• Fibroadenoma: mulher jovem, fibroelástico. 
 
12 Louyse Jerônimo de Morais 
• Trauma na mama: esteatonecrose. Na 
mamografia, pode aparecer como um nódulo 
espiculado. 
• Tumor phillodes: não costuma fazer úlcera na 
pele como cresce, ao contrário do câncer de 
mama. 
• Processos inflamatórios da mama 
Tipos histológicos 
• Ductal: maioria dos casos. São células tumorais 
que crescem dentro do ducto. Se não passar a 
membrana basal, não tem capacidade de gerar 
metástases (carcinoma ductal in situ). 
À medida que cresce, vai começando a gerar 
necrose, que fica depositada no trajeto do ducto. Se for 
fazer mamografia, vai enxergar microcalcificações, que 
nada mais são do que necrose do tumor dentro do 
trajeto do ducto, por isso costumam ficar em disposição 
linear. 
Se o tumor continuar crescendo e ultrapassar a 
membrana basal, ele já se torna um carcinoma ductal 
infiltrante ou invasor. Nesse momento, ele já tem 
capacidade de gerar metástases à distância. Na 
mamografia, vai se manifestar como nódulos, com 
raias laterais (espículas). 
• Lobular: é menos frequente. O grande problema 
é que ele pode crescer de forma importante e 
não aparecer tão fácil na mamografia, ou pode 
ser confundido com outra coisa, como uma 
esteatonecrose, por exemplo. 
• Outros tipos 
Outra classificação 
• Carcinoma invasivo do tipo não especial: seria 
o ductal infiltrante. 
• Carcinoma invasivo do tipo especial: lobular 
infiltrante. 
Imuno-histoquímica 
Consegue ver, na peça de biópsia, as 
características do tumor, especialmente se há 
receptores hormonais. 
• Ki-67: índice de mitose do tumor. Quanto mais 
alto, pior o prognóstico. O ponto de corte é 14%. 
• Receptores hormonais: quando positivos, 
indicam melhor prognóstico. 
o RE: receptor de estrogênio. 
o RP: receptor de progesterona. 
• Her-2 (c-erb-B2): é uma proteína de membrana 
da célula. Quando a célula a expressa, leva um 
sinal para o núcleo para que a célula se 
multiplique. Quanto mais expresso, pior o 
prognóstico. 
Subtipos moleculares: ajuda a entender o prognóstico. 
• RE e RP positivos, com HER-2 negativo e Ki67 
< 14%: luminal A. É o que tem melhor 
prognóstico, sendo mais comum em mulheres 
de idade mais avançada, pós-menopausa. 
• RE e RP positivos, com HER-2 negativo, mas 
Ki67 ≥ 14%: luminal B. 
• RE e RP positivos ou negativos, mas HER-2 
positivo: tipo molecular HER-2. 
• RE e RP negativos, com HER-2 negativo: triplo 
negativo. Do ponto de vista molecular, é 
chamado de basal. Maior chance de 
metástases e de progressão rápida de tumor. 
Costuma surgir em pacientes jovens e com 
mutação de BRCA. 
 
Tratamento 
Opções cirúrgicas 
• Mastectomia: cirurgia radical. 
• Setorectomia ou quadrantectomia: cirurgia 
conservadora da mama. Sempre precisa tirar o 
tumor, mas com uma margem de segurança. 
Tem que fazer radioterapia depois. 
Cirurgia radical vs. conservadora 
• Relação tumor/mama: se for menor que 1/5 da 
mama, indica cirurgia conservadora. 
• Gestantes: não pode fazer radioterapia, então 
indica fazer mastectomia. A exceção é o 
terceiro trimestre, porque pode fazer 
radioterapia depois que resolver a gestação. 
o Não se interrompe gestação para tratar 
câncer de mama. 
• Tumor multicêntrico: indica cirurgia radical. 
• Radioterapia prévia: tem que fazer 
mastectomia. 
Axila 
Tem que fazer a pesquisa do linfonodo 
sentinela, através da técnica do azul patente ou com 
radiofármaco (tecnécio). Depois de retirar, faz 
 
13 Louyse Jerônimo de Morais 
transoperatório de congelação e o patologista vai dizer 
se há ou não células tumorais no linfonodo. 
Linfonodo sentinela positivo 
Não fazer linfadenectomia se: setorectomia 
(pois vai fazer radioterapia depois), tumores até 5 cm, 
até dois linfonodos positivos, primeira intervenção (ex.: 
não pode ter feito QT neoadjuvante, pois essa terá sido 
a primeira intervenção, e não a cirurgia). 
Tratamento adjuvante 
Radioterapia 
• Sempre indicada em cirurgia conservadora 
• Cirurgia radical: limites comprometidos, tumor 
atingindo pele e parede torácica, mais de 
quatro linfonodos positivos. 
Quimioterapia 
• Antraciclinas 
• Taxanos 
• Possíveis indicações: linfonodo axilar positivo, 
idade da paciente (pacientes jovens), imuno-
histoquímica. 
Quimioterapia neoadjuvante: faz em caso de 
tumores volumosos, triplo negativos e para teste da 
sensibilidade in vivo. 
Hormonioterapia 
• Tamoxifeno: antagonista do estrogênio na 
mama. 
• Inibidores de aromatase: anastrazol, letrozol. 
o Só podem ser usados em pacientes 
pós-menopausa. 
Imunoterapia 
• Trastuzumabe: ele é uma terapia alvo, usada 
em pacientes com expressão do HER-2. É 
usado por um ano. 
 
Carcinoma in situ 
As células ainda não passaram a membrana 
basal. Nessa situação, se o diagnóstico foi por uma 
biópsia, faz setorectomia retirando a porção in situ, 
geralmente com agulhamento. Não precisa fazer 
linfonodo sentinela, mas precisa fazer radioterapia. 
Fatores prognósticos 
Recidiva local 
• Estado das margens 
• Grau nuclear 
• Tamanho do tumor 
• Tipo histológico 
Recidiva sistêmica 
• Status axilar é o principal fator 
Casos especiais 
Carcinoma inflamatório 
O câncer produz células tumorais que 
embolizam através de vasos linfáticos na pele da 
paciente, assemelhando-se a uma mastite. Não 
melhora com o tratamento antimicrobiano. 
 
O que fazer? 
• Exame de imagem (mamografia): se não tiver 
nódulo, faz biópsia da pele, pegando um pouco 
de subcutâneo junto. 
• Tratamento: quimioterapia neoadjuvante e 
mastectomia sempre. 
Carcinoma de Paget 
• Afeta aréola e mamilo 
• Diagnóstico diferencial com eczema areolar: no 
Paget, ocorre destruição do complexo aureolo-
mamilar e não responde ao corticoide. 
 
 
14 Louyse Jerônimo de Morais 
• Tratamento: centralectomia (setorectomia 
central) com retirada do complexo aureolo-
mamilar + margem de segurança 
Câncer de mama no homem 
• Epidemiologia: 1 ♂:135 ♀ 
• BRCA 2 
• Sempre cirurgia radical 
Câncer de mama na gestante 
Costuma ser um diagnóstico tardio, por conta 
das modificações no organismo materno. Lembrar que 
gestante não pode fazer radioterapia.

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