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Mamografia – o exame Profª Mansur Câncer de mama • Maior incidência de morte em mulheres, exceto tumores de pele não melanoma • Estimativa de 57.960 novos casos em 2016 no Brasil • Estimativa de 18.990 novos casos em 2016 nas capitais Câncer de mama RASTREAMENTO exame periódico de uma população visando à detecção de uma doença Câncer de mama mortalidade pelo câncer de mama, nas mulheres submetidas ao rastreamento mamográfico e posterior tratamento dessa doença, quando presente Recomendação no Brasil • Sem história familiar de câncer de mama o início do rastreamento mamográfico aos 40 anos de idade • Em mulheres com história familiar de câncer de mama, recomenda-se iniciar o rastreamento mamográfico dez anos antes da idade na qual a doença foi diagnosticada em parente de primeiro grau (mãe, pai, irmã ou irmão), porém não antes dos 30 anos, exceto em indivíduos com história de cânceres de mama hereditários (quando se herda ao nascimento uma predisposição genética) Recomendação no Brasil • Não há uma idade preconizada para o término do rastreamento mamográfico. Deve-se levar em consideração a expectativa de vida da mulher e a presença de outras doenças associadas. Assim, a decisão médica de solicitar exames de rastreamento, em mulheres com mais de 70 anos, deve ser individualizada. • O benefício do rastreamento, isto é, a diminuição da mortalidade, aparece cerca de 5 a 7 anos após seu início; logo, preconiza-se que esse deva ser recomendado caso a expectativa de vida esteja compreendida nesse período Abordagem • Toda usuária que se dirige ao serviço ou setor de mamografia deve ser acolhida de forma cordial e receber informações ou explicações adequadas em relação a cada etapa do exame a ser realizado. Essa atitude diminui a ansiedade, facilitando a colaboração e redução da percepção de desconforto. Quando existirem exames prévios de mamografia, estes deverão ser solicitados no momento do agendamento Abordagem • Uma das primeiras etapas para a realização do exame é a obtenção de informações, a anamnese. • Nesse momento, são coletados dados que poderão ajudar na interpretação do exame pelo médico radiologista. • Considerando-se que na mamografia utiliza-se a radiação ionizante, outra pergunta importante seria sobre a possibilidade de gravidez Abordagem • Em seguida, outros dados deverão ser levantados, tais como: • Nome; • Sexo; • Idade; • História familiar positiva para câncer de mama - quando há mãe, pai, filha, irmã ou irmão acometidos pela doença. Informar a idade em que o diagnóstico foi realizado (antes ou após a menopausa); Abordagem • A usuária já teve câncer de mama ou foi submetida à biópsia mamária? • Caso a resposta seja positiva, qual o resultado do estudo anatomopatológico? • Existem outros tipos de cânceres na família? Câncer de ovário, de endométrio e de cólon, ou imunodeficiências adquiridas podem indicar uma predisposição ao câncer de mama; • Idade em que ocorreu a menarca; • Idade em que ocorreu a primeira gestação a termo; Abordagem • Amamentação: número de vezes em que amamentou e período de duração; • Houve gravidez ou amamentação recente? Este fato pode ser a causa de proliferação acentuada do tecido glandular; • Idade em que ocorreu a menopausa; • Faz uso de terapia de reposição hormonal (TRH)? • Faz uso de hormônios tireoidianos? Estes podem propiciar o aparecimento de alterações fibrocísticas; • Há história prévia de cirurgia ou radioterapia? Podem explicar um eventual espessamento da pele; • Há alterações anatômicas visíveis como lesões de pele? Existe retração ou inversão da papila mamária ou descarga papilar? Procurar determinar o tempo em que as alterações relativas à papila apareceram. Caracterizar a descarga papilar (a cor e se uni ou bilateral). Identificação • Após a anamnese, o próximo passo será a identificação do exame. Este é um procedimento de grande importância, pois exames são documentos médicos e seus resultados influenciarão as condutas terapêuticas a serem adotadas. • Nome completo da usuária • Nome da instituição onde o exame foi realizado • Número de identificação • Data em que o exame foi realizado • Incidência realizada (por convenção, deverá ser colocada próxima à região axilar da mama) • Indicar a mama exposta à radiação (direita ou esquerda) • Fatores técnicos utilizados • Espessura da mama comprimida • Força de compressão. Identificação e compressão • Esses dados deverão ser colocados o mais distante possível da imagem, evitando-se a sobreposição com as estruturas que serão analisadas. A seguir, posiciona-se a usuária no equipamento, explicando as etapas desse processo. • Um dos aspectos importantes na mamografia, e que interfere na qualidade da imagem, é a compressão mamária. Assim, o esclarecimento adequado sobre a importância desta etapa é fundamental, pois a compressão das mamas pode causar desconforto e dor. • Manter a mama longe da parede torácica evitando a sobreposição de estruturas mamárias daquelas pertencentes ao tórax, • Evitar a movimentação da usuária, • Diminuir a espessura das mamas permitindo uma maior uniformidade do tecido mamário, evitando-se o espalhamento dos raios X e, consequentemente, reduzindo-se a dose de radiação; • Aproximar o tecido mamário do detector, reduzindo-se a distorção geométrica. Compressão • A compressão deve ser aplicada até que a pele fique esticada ou que a usuária solicite que se pare a compressão. É Importante esclarecer que a compressão em si não acarreta danos, nem, tampouco, levará ao aparecimento do câncer mamário. TIPOS • Carcinoma ductal in situ (ou não invasivo): É quando o câncer não evoluiu para a forma invasiva, ou seja, o tumor não invadiu a membrana basal subepitelial. A chance de metástase nesse tipo de câncer é praticamente nula. A taxa de cura é alta, ocorrendo em cerca de 98% dos casos. • Carcinoma ductal invasivo: Esse tipo de câncer inicia-se no ducto de leite e acomete a sua parede até chegar ao tecido adiposo da mama. As chances de metástase são maiores que as do tipo anterior, e o tumor pode se estender para outros lugares do corpo. • Carcinoma lobular in situ (ou não invasivo): É formado primeiramente nas glândulas mamárias produtoras de leite (lóbulos). Geralmente causa menos sintomas, o que dificulta o diagnóstico • Doença de Paget: O tumor é desenvolvido no tecido conjuntivo das mamas, na região das aréolas e mamilos. Esse tipo de câncer pode ser assintomático, mas também pode apresentar sinais como vermelhidão, dor, sensibilidade e coceira. Em casos mais graves, pode ocorrer a metástase. • Câncer de mama inflamatório: É um tipo raro de câncer de mama. Ele não pode ser detectado pela mamografia e não apresenta nódulos. Esse tipo de câncer é caracterizado por bloquear os nódulos linfáticos, impedindo a drenagem apropriada das mamas. • O câncer de mama é causado quando há a multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo causa células anormais que formam um tumor com potencial para invadir outros órgãos do corpo. ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE MAMA • No estadiamento do câncer são analisadas as características biológicas do tumor e as condições da paciente, como idade, se já passou ou não pela menopausa e presença de doenças preexistentes. • Estádios I e II: Nas fases iniciais, geralmente, a conduta a ser seguida é a realização de cirurgia, que pode ser conservadora (retirada de pouco tecido além do tumor) ou mastectomia (retirada da mama) parcial ou total. • Após a cirurgia, o médico responsável pode recomendar tratamento complementar com radioterapia. A reconstrução mamária também deve ser uma opção caso seja necessária a reconstrução da mama. • Estádio III: Os pacientes que têm tumores maiores de 5 cm localizados, se enquadram nesse estádio. São realizados tratamentos sistêmicos para tratar o tumor. Após esse tratamento, pode ser necessário otratamento local, com cirurgia e radioterapia. • Estádio IV: É considerado o pior estádio da doença, que é quando já há metástase. Esses casos devem ser acompanhados de perto pelo médico. • BRCA1 e BRCA2 produzem proteínas supressoras do tumor. Essas proteínas reparam o DNA danificado e, portanto, desempenham um papel na garantia da estabilidade do material genético de cada célula. Quando um desses genes sofre uma mutação ou alteração, de forma que seu produto proteico não funcione corretamente, o dano ao DNA pode não ser reparado de maneira adequada. Como resultado, as células têm maior probabilidade de desenvolver alterações genéticas que podem levar ao desenvolvimento do câncer. • Mutações hereditárias específicas em BRCA1 e BRCA2 aumentam o risco de câncer de mama e de câncer de ovário em mulheres, mas também já foram associadas ao aumento do risco de outros tipos de câncer. Pessoas que herdam mutações BRCA1 e BRCA2 tendem a desenvolver câncer de mama e câncer de ovário em idades mais jovens do que aquelas que não têm essas mutações. Genes BRCA1 e BRCA2 • O exame dos genes BRCA1 e BRCA2 visa permitir medidas personalizadas de rastreio do câncer, direcionar a melhor estratégia de tratamento, identificar familiares com risco de desenvolverem câncer e oferecer assistência reprodutiva que previna a transmissão dessa síndrome para outras gerações. • O exame é realizado a partir de uma coleta de sangue, de saliva ou a partir do DNA extraído da peça tumoral. • Mutações no gene BRCA1 estão mais associadas aos tumores de mama triplo-negativos e maior risco de câncer de ovário. • Já as mutações no gene BRCA2 estão mais associadas ao câncer de mama masculino e no câncer de pâncreas. Teste prognóstico Endopredict (Myriad) • O Endopredict (Myrad), é o teste responsável por avaliar o risco do desenvolvimento de metástases em até 15 anos e indicar o benefício da quimioterapia nos pacientes. Ele é realizado da seguinte maneira: • Após a cirurgia, o tumor é enviado para um laboratório de patologia, que irá avaliar as características deste tumor. O teste Endopredict é prescrito caso as características estejam dentro do padrão para realizá-lo. • O laboratório de genética recebe os blocos de parafina, as lâminas e os laudos e seu time de patologistas vai confirmar os achados e selecionar o bloco com maior quantidade de células tumorais para confecção de 7 a 10 cortes de 10 micra de espessura que serão enviados para a realização do teste. • O RNA é extraído e avaliado por meio da técnica de Real Time RT-PCR, sendo gerado um escore molecular (EPscore). • Um escore é determinado, com base nessa análise molecular e em conjunto com fatores clínicos patológicos (EPclin). • A calcificação na mama costuma aparecer como efeito do processo natural de envelhecimento. • Com o passar dos anos, as células do tecido mamário acabam se deteriorando, deixando restos de cálcio que se tornam calcificações. • Na maioria das vezes, a condição pede apenas acompanhamento periódico normal, com a realização de mamografia uma vez por ano. • Mas há casos em que as estruturas são muito menores e podem estar relacionadas ao câncer de mama. • A identificação dessas microcalcificações colabora para o diagnóstico precoce e aumento nas chances de cura da doença. • Calcificação na mama é um aglomerado de partículas de cálcio que se convertem em sais, assumindo um formato sólido. • As calcificações podem ter diferentes tamanhos e formas. • Essas estruturas aparecem de modo espontâneo, sendo mais comuns em mulheres com idade avançada. Tipos de calcificação mamária • Macrocalcificação na mama: são aquelas que medem alguns milímetros, além de terem formato irregular. Costumam ser benignas • Microcalcificação na mama: medem menos de 0,5 milímetro. Podem sinalizar lesões ou ser indicativo de câncer de mama em estágio inicial • Calcificação benigna na mama: a maioria consiste em macrocalcificações decorrentes de lesões, traumas por cirurgias ou cicatrizes. As chances de evolução para um tumor são remotas • Calcificação provavelmente benigna na mama: normalmente, são redondas ou flocadas. Seu tamanho pequeno e formato não permitem que o médico tenha certeza de serem benignas sem acompanhamento. • Calcificação provavelmente maligna na mama: é lesão uma com tamanho e formato que sugerem malignidade, por exemplo, uma microcalcificação irregular, ou linear e descontínua • Calcificação puntiforme na mama: se refere a uma estrutura que possui ponta e é menor que 0,5mm, com grandes chances de ser benigna • Calcificações agrupadas na mama: são grandes ou pequenos depósitos de cálcio próximos uns aos outros. Podem ser benignos ou malignos, pedindo avaliação médica • Calcificação de permeio na mama: indica que a calcificação está entre duas estruturas • Calcificação vascular na mama: é o nome dado a lesões lineares que apontam o acúmulo de sais de cálcio na camada média da artéria presente na mama. Costumam ser benignas e aparecer com frequência em mulheres com mais de 40 anos • Calcificação anelar na mama: refere-se ao aspecto da calcificação, que lembra casca de ovo. H INCIDÊNCIAS BÁSICAS CRÂNIO CAUDAL (CC) MÉDIO-LATERAL OBLÍQUA (MLO) INCIDÊNCIA CRÂNIOCAUDAL (CC) PATOLOGIAS DEMONSTRADAS • Calcificações • Cistos • Carcinomas Incidência crâniocaudal: - RI: 18 x 24 ou 24 x 30, sentido transversal em relação ao RC - Posição: ortostática, com a mama em cima do filme, sendo comprimida (10 a 14 libras) e o mamilo em perfil - RC: perpendicular, direcionado para o centro da mama - Braço: relaxado - Cabeça: virada para o lado oposto - Respiração: apnéia - DFoFi: 60cm, 80cm Segredo de posicionamento: Elevação do sulco inframamário Incidência crâniocaudal: Incidência crâniocaudal: Incidência crâniocaudal: • Rugas e dobras devem ser esticadas • Compressão: até que a mama fique tensa Incidência crâniocaudal: Incidência crâniocaudal: • Marcador: sempre no lado da axila Incidência crâniocaudal: • Parte lateral e parte medial da mama. • Visualização do músculo peitoral maior, que pode ocorrer em 30- 40% das imagens. • Visualização da gordura a frente do músculo. • Região do mamilo em perfil. Músculo Peitoral maior Tecido adiposoMamilo INCIDÊNCIA CRÂNIOCAUDAL Incidência crâniocaudal: INCIDÊNCIA MÉDIOLATERAL OBLÍQUA (MLO): - RI: 18 x 24 ou 24 x 30, sentido transversal em relação ao RC - Posição: Ortostática, com a mama em cima do filme sendo comprimida, o mamilo em perfil e o chassi angulado (40º a 60º para mamas grandes ou 60º a 70º para mamas pequenas) - Braço do lado da mama examinada deve estar apoiado na barra do equipamento - Dispositivo de compressão: abaixo da clavícula até a prega inframamária - RC: angulado 45º e perpendicular ao músculo peitoral e direcionado para a região média da mama - Respiração: apnéia - DFoFi: varia com o fabricante, 60cm, 80 cm SEGREDO DE POSICIONAMENTO: MOBILIZAÇÃO MEDIAL DO MÚSCULO PEITORAL MAIOR Incidência médiolateral oblíqua: Incidência médiolateral oblíqua: Incidência médiolateral oblíqua: Incidência médiolateral oblíqua: Incidência médiolateral oblíqua: