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Cinesiologia e Biomecância dos Pés(1)

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Prévia do material em texto

G R A D U A Ç Ã O
ME. DANIELE ALMEIDA LOPES
Cinesiologia e 
Biomecânica dos Pés
Híbrido
GRADUAÇÃO
Cinesiologia e 
Biomecânica dos Pés
ACESSE AQUI O SEU LIVRO 
NA VERSÃO DIGITAL!
Me. Daniele Almeida Lopes
http://
FICHA CATALOGRÁFICA
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. LOPES, Daniele Almeida.
Cinesiologia e Biomecânica dos Pés. 
Daniele Almeida Lopes.
Impressão - 2020 
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. 
128 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Cinesiologia 2. Biomecânica 3. Pés. 
CDD - 22 ed. 612.76 
CIP - NBR 12899 - AACR/2 
ISBN 978-65-5615-152-6
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Fotos: Shutterstock
Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar
Diretoria de Design Educacional
Equipe Produção de Materiais
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional
Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo 
Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de 
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
DIREÇÃO UNICESUMAR
EXPEDIENTE
BOAS-VINDAS
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Neste mundo globalizado e dinâmico, 
nós trabalhamos com princípios éticos 
e profissionalismo, não somente para 
oferecer educação de qualidade, mas 
também, acima de tudo, gerar a conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em quatro pilares: 
intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, 
com dois cursos de graduação e 180 
alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil, 
nos quatro campi presenciais (Maringá, 
Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e em 
mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil 
e, também, no exterior, com dezenas de 
cursos de graduação e pós-graduação. Por 
ano, produzimos e revisamos 500 livros e 
distribuímos mais de 500 mil exemplares. 
Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 por 
sete anos consecutivos e estamos entre os 
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos 
educadores soluções inteligentes para as 
necessidades de todos. Para continuar 
relevante, a instituição de educação 
precisa ter, pelo menos, três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a 
qualidade. Por isso, desenvolvemos para 
os cursos híbridos, metodologias ativas, 
as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão,
que é promover a educação de qualidade
nas diferentes áreas do conhecimento,
formando profissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento
de uma sociedade justa e solidária.
Olá! Meu nome é Daniele, mas todos me 
chamam de Dani! Bom, vou contar um 
pouquinho sobre minha história e quan-
do decidi me tornar professora. Sempre 
gostei muito de ir para sítios, por isso, 
meu primeiro vestibular foi para agrono-
mia, mas acabei optando por não seguir 
em frente, pois a família não me apoiava. 
A partir daí, comecei a frequentar uma 
academia que tinha um grande número 
de idosos que, durante as aulas, necessi-
tavam de auxílio para realizar as ativida-
des e, como havia apenas um professor, 
sempre me disponibilizava a ajudar. Esse 
contato com os idosos me despertou uma 
vontade de escolher um curso da área da 
saúde, então optei pela Fisioterapia, pois 
meu desejo era trabalhar com a reabilita-
ção de idosos. No decorrer da faculdade, 
senti vontade de me tornar professora, 
sendo que jamais imaginei ter essa profis-
são! Me formei em 2010 e, a partir daí, fiz 
mestrado e especializações. Atualmente, 
sou professora tanto em cursos de nível 
técnico como superior e pós-graduação. 
Ministro aulas presenciais e na modalida-
de a distância para turmas de Podologia, 
Estética, Fisioterapia e Enfermagem. En-
contrei-me nessa área, pois amo minha 
profissão!
Currículo Lattes disponível em: http://
lattes.cnpq.br/6549827349549634
Aqui você pode 
conhecer um 
pouco mais sobre 
mim, além das 
informações do 
meu currículo.
MEU CURRÍCULO
MINHA HISTÓRIA
Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o apli-
cativo Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página 
indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas 
do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto.
PODCAST: professores especialistas e convidados, ampliando as discussões 
sobre os temas.
PÍLULA DE APRENDIZAGEM: uma dose extra de conhecimento é sempre bem-
vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código, você terá acesso 
aos vídeos que complementam o assunto discutido.
PENSANDO JUNTOS: ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar 
e transformar. Aproveite este momento!
EXPLORANDO IDEIAS: com este elemento, você terá a oportunidade de explorar 
termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva.
EU INDICO: enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliarão a 
discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do 
aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
IMERSÃO
RECURSOS DE 
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
9
67
37
95
7
Cinesiologia e 
Biomecânica dos 
Membros Inferiores
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA DOS PÉS
Aspectos Biomecânicos 
e Cinesiológicos da 
Marcha Humana
Sistema Locomotor 
de Tornozelo e Pé
Postura Humana 
e Alterações 
Biomecânicas
1
3
2
4
PROVOCAÇÕES INICIAIS
INICIAIS
PROVOCAÇÕES
Como profissional da área de saúde e bem-estar, você deverá compreender que a podologia é uma área 
que se baseia em conhecimentos científicos e técnicos voltados não apenas para o cuidado dos pés, mas 
que se preocupa e promove ações que proporcionam saúde, conforto, e que melhoram a qualidade de 
vida e bem-estar geral de seus pacientes.
Suponha que você já seja um podólogo(a) formado(a) e atuante. Imagine uma situação: você recebe um 
paciente e, durante a avaliação, ele relata ter diabetes tipo 2, no entanto, não faz o controle adequa-
damente. Durante o exame físico, você observa que o seu paciente apresenta uma ferida pequena no 
calcanhar esquerdo, impossibilitando-o de fazer os movimentos necessários para que possa andar, ou 
seja, ele está com restrição de movimentos, e essa limitação dificulta, principalmente, o início da marcha. 
Além disso, você também verifica a presença de calos no dorso dos dedos dos pés e que o paciente se 
locomove pisando “para dentro”.
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA DOS PÉS
INICIAIS
PROVOCAÇÕES
Diante dessa situação, quais seriam as condutas que você tomaria como profissional? Bom, primei-
ramente, deve orientar seu paciente com relação aos riscos e complicações de uma diabetes tipo 2 
descompensada. Ainda assim, como podólogo(a), deverá dispensar atenção no cuidado com a ferida, já 
que essa condição está alterando toda a biomecânica do seu paciente até o ponto de impossibilitá-lo de 
andar, lembrando que são indispensáveis as orientações com relação ao tipo de calçado adequado. Você, 
como podólogo(a), também deverá avaliar a possibilidade de prescrever uma palmilha para a correçãoe/ou melhora da pisada. 
A disciplina de cinesiologia e biomecânica abordará questões importantes, como os conceitos básicos 
de cinesiologia e biomecânica aplicados a tornozelo e pé; os aspectos da amputação de membro infe-
rior; particularidades da marcha humana; e as alterações biomecânicas de membro inferior; isso para 
que você, como futuro(a) podólogo(a), possa determinar, com excelência, ações voltadas à prevenção, 
ao diagnóstico, ao tratamento e à reabilitação dos inúmeros distúrbios que possam acometer os pés, 
respaldado sempre em conhecimento técnico-científico.
Ficou entusiasmado(a)? Convido você para mergulhar e se aprofundar nesse universo de conhecimento. 
Vamos lá? 
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA DOS PÉS
1
OPORTUNIDADES
DE APRENDIZAGEM
Cinesiologia e 
Biomecânica dos 
Membros Inferiores
Me. Daniele Almeida Lopes
Oportunidades de Aprendizagem: Na Unidade 1, você terá a oportunidade 
de aprofundar a problematização sobre o tema Cinesiologia, além de ajustar 
os conceitos sobre Goniometria Clínica com a prática durante o exame físico 
podológico. Também iremos discutir sobre o tema da Biomecânica Básica 
de Tornozelo e Pé, interpretando os conceitos e identificando os fatores 
que interferem na temática. Você ainda terá a possibilidade de relacionar 
os principais aspectos que envolvem a Amputação de Membros Inferiores, 
identificando as causas (fatores etiológicos), os níveis de amputação, as 
complicações e analisar a atuação do profissional podólogo na prevenção 
dessa conduta.
10
UNICESUMAR
Olá, aluno(a)! Bom, primeiramente, quero saber: você já ouviu falar sobre Cinesiologia e Biomecâni-
ca? Já parou para pensar como e onde esses termos se aplicam na Podologia? Qual a importância da 
compreensão desses conceitos na prática podológica? Irei dar uma dica! Imagine-se em uma situação 
de atendimento, em que você, como podólogo(a), depara-se com um paciente e, no exame físico po-
dológico, observa uma significativa restrição de movimento na articulação do tornozelo esquerdo, 
a qual está prejudicando a marcha do seu paciente. Como você quantificaria essa restrição? Qual a 
importância dessa informação para o(a) podólogo(a)?
É fundamental que você, como futuro(a) profissional da área, saiba que a quantificação das limita-
ções articulares irá favorecer um melhor planejamento do tratamento podológico, possibilitando que 
determine um protocolo de atendimento adequado e adaptado às necessidades do seu cliente. 
A Cinesiologia nada mais é do que o estudo dos princípios de anatomia, fisiologia e mecânica que 
envolvem todos os movimentos do corpo. Lembrando que os movimentos de tornozelo e pé são essen-
ciais para uma efetiva locomoção e para a realização de diversas atividades do dia a dia, sendo por isso 
o conhecimento desse processo extremamente importante para a sua futura atuação como podólogo(a). 
O objetivo de estudar as questões que envolvem a cinesiologia no cuidado em saúde é compreen-
der o movimento e as forças que agem sobre o corpo e aprender como a manipulação dessas forças 
contribuem para evitar o surgimento de lesões e para restabelecer a função, promovendo um melhor 
desempenho corporal. Além disso, a quantificação das limitações articulares do seu cliente favorece 
um melhor planejamento do tratamento podológico, considerando a mobilidade do paciente. 
Os fundamentos da Cinesiologia e da Biomecânica com ênfase na aplicação clínica para o pro-
fissional da saúde é um conhecimento fundamental para você, já que lhe proporcionará uma valiosa 
habilidade de diagnóstico e planejamento da conduta podológica, melhorando, consequentemente, o 
desempenho físico do seu paciente.
Agora que você já está um pouco mais ambientado com o tema, proponho um exercício: vá até uma 
Academia da Terceira Idade (ATI) ou locais voltados para a prática de atividade física de sua cidade 
e verifique como grande parte dos idosos apresenta restrições articulares durante a execução dos 
movimentos. Quais os possíveis fatores que contribuem para essas restrições articulares e as possíveis 
consequências dessa redução das amplitudes de movimentos na população idosa? 
Como se saiu no exercício? Conseguiu visualizar a diminuição da amplitude de movimento?
As restrições articulares nos idosos resultam na diminuição da amplitude de diversos movimentos. 
Tal fato pode ser decorrente de uma série de fatores associados ao próprio envelhecimento, como as 
disfunções articulares e musculoesqueléticas inerentes ao aumento da idade.
Essas restrições resultam numa locomoção mais lenta, além de uma menor mobilidade para executar 
diversas tarefas diárias. Dessa maneira, a amplitude de movimento deve ser considerada durante o 
exame físico podológico, independentemente da idade do seu paciente, lembrando que uma amplitude 
de movimento normal de tornozelo e pé é essencial para uma caminhada rápida e eficaz.
Sabemos que a cinesiologia e a biomecânica estão relacionadas com os movimentos que ocorrem 
no nosso corpo e, por meio do seu estudo, podemos compreender e melhorar possíveis disfunções 
que possam acometer os pés. O movimento articular significa vida, sendo de extrema importância 
para a manutenção da saúde e do bem-estar de todas as pessoas. Sendo assim, reflita comigo sobre os 
pontos-chave dessa situação:
11
UNIDADE 1
• A cinesiologia e a biomecânica são ciências que descrevem, estudam e avaliam todos os fatores 
que envolvem os movimentos do corpo.
• O entendimento da cinesiologia e da biomecânica dos pés favorece um melhor desempenho 
físico para os seus pacientes.
• A compreensão dos movimentos de tornozelo e pé são essenciais para a caminhada, inclusive 
para a prática podológica.
• As restrições de movimentos dificultam a execução de várias tarefas do dia a dia, inclusive a 
locomoção, por isso devem ser avaliadas e consideradas.
É importante que, no decorrer de todos nossos estudos, você faça um diário de bordo, que nada mais é 
do que o registro das experiências vivenciadas, bem como de tudo que você compreendeu. Essa prática 
facilitará seu processo de aprendizagem, além de auxiliar na organização dos seus estudos.
D
IÁ
R
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 D
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B
O
R
D
O
Bom, anteriormente já tivemos um contato inicial com o termo Cinesiologia, no entanto, neste 
momento, aprofundaremos as questões que envolvem esse conceito. 
A cinesiologia pode ser definida como o estudo dos princípios de anatomia, fisiologia e mecânica em 
relação aos movimentos do corpo humano (FLOYD, 2016). É importante falarmos que não se trata de 
um estudo unidimensional que exige o aprendizado de listas de fatos sobre a estrutura anatômica; em 
12
UNICESUMAR
vez disso, trata-se do estudo do movimento. Grande parte das avaliações cinesiológicas é classificada 
como qualitativa, uma vez que abrange a análise de um movimento e apresenta, de maneira detalhada, 
as habilidades, bem como o reconhecimento das ações musculares para a execução do movimento 
(HOUGLUM; BERTOTI, 2014). 
Por exemplo, numa avaliação cinesiológica, considerando-se a ação de levantar-se de uma cadeira, 
os movimentos executados para a conclusão dessa ação seriam: extensão da articulação do quadril e 
joelhos e a flexão plantar por meio dos conjuntos musculares dos isquiotibiais, quadríceps femoral e 
tríceps sural, na devida ordem. Dessa forma, o objetivo de estudar cinesiologia no cuidado em saúde 
é compreender o movimento e as forças que agem sobre o corpo humano e aprender como a mani-
pulação dessas forças contribuem para evitar o surgimento de lesões, bem como para restabelecer a 
função e promover o melhor desempenho corporal do seu paciente.
É imprescindível que você, futuro (a) profissional, que está iniciando seu processo de formação 
à cinesiologia, inicie esse exercício com um ponto de referência para entender melhor o sistema 
musculoesquelético; os seus planos de movimento; a classificação das articulações; a terminolo-
gia do movimento articular; entre outros; e para isso temos que retomar. Existe uma posição de 
referência(específica), estudada na disciplina de Anatomia Humana, que serve de base para a 
descrição dos movimentos articulares, conhecida também como posição anatômica.
Nessa disposição, você pode observar que o sujeito se encontra ereto, em posição ortostática (em 
pé), com a face voltada para frente, com os membros superiores estendidos paralelos ao tronco e 
com as palmas das mãos voltadas para frente. Os membros inferiores devem estar unidos e com 
os dedos dos pés também direcionados para frente (FLOYD, 2016; NORDIN; FRANKEL, 2014). 
Figura 1 - 
Posição anatômica
13
UNIDADE 1
É importante termos em mente que toda descrição anatômica é feita considerando o indivíduo em 
posição anatômica; além disso, a partir desse ponto de referência, serão definidos todos os movimentos 
do corpo, os planos que ocorrem os movimentos e, até mesmo, a identificação das inúmeras patologias 
e alterações biomecânicas e cinesiológicas. 
A partir de agora, iremos rever alguns conceitos estudados em Anatomia Humana, para fundamen-
tar os estudos na biomecânica dos segmentos distais, sendo eles: de normalidade, variação anatômica, 
anomalia e monstruosidade. O entendimento desses conceitos é essencial para você, futuro podólogo, 
pois irá ajudá-lo, durante sua prática profissional a identificar e diagnosticar os mais diversos distúrbios 
biomecânicos e cinesiológicos que possam acometer todo o corpo, inclusive os pés.
• Normalidade: esse conceito é entendido como uma faixa ampla de indivíduos que apre-
sentam condições ideais de saúde. Em outras palavras, o conceito normalidade indica lo-
calização, forma e função mais frequentes em uma determinada estrutura no ser humano. 
Dessa maneira, normalidade anatômica se refere às estruturas que são estatisticamente mais 
frequentes numa população, por exemplo, o indivíduo apresentar características como dois 
olhos, um nariz, uma boca, dois ouvidos, duas pernas, cinco dedos em cada uma das mãos 
e pés. (MIRANDA NETO, 2006; DANGELO; FATTINI, 2011).
Figura 2 - Normalidade anatômica
14
UNICESUMAR
• Variação anatômica: 
esse conceito está re-
lacionado à existência 
de pequenas diferenças 
(variações) morfológi-
cas; no entanto, essas di-
ferenças não interferem 
na função do indivíduo. 
Um exemplo é a varia-
ção anatômica dos pés, 
pois existem pés que 
apresentam formatos 
diferentes (tamanho dos 
dedos, por exemplo), 
contudo, normalmente, 
essa variação não inter-
fere no funcionamento 
do próprio pé (MIRAN-
DA NETO, 2006; DAN-
GELO; FATTINI, 2011). 
Tipo Egípcio
Tipo Grego
Tipo Romano
• Anomalia: o conceito 
refere uma variação no 
formato ou na forma da 
estrutura anatômica, as 
quais resultam em pre-
juízo na função, entre-
tanto, o indivíduo pode 
viver normalmente. 
Por exemplo, tem-se a 
polidactalia, que está 
relacionada ao maior 
número de dedos (MI-
RANDA NETO, 2006).
Figura 3 - Variação anatômica de pés
Figura 4 - Polidactalia podal
15
UNIDADE 1
• Monstruosidade: esse 
outro conceito anatô-
mico apresenta uma 
anomalia acentuada 
(exorbitante), que gera 
grandes mudanças na 
conformação corporal 
e, até mesmo, podem 
ser incompatíveis com 
a vida. Um exemplo 
é a anencefalia, isto 
é, quando não há o 
desenvolvimento do 
encéfalo (MIRANDA 
NETO, 2006; DANGE-
LO; FATTINI, 2011). Figura 5 - Anencefalia
É importante que sejamos capazes de nos orientar no corpo humano. De certa forma, podemos ima-
ginar algo como dar e receber indicações de como ir de uma localidade geográfica a outra e, para isso, 
usamos termos como direita, esquerda, sul, oeste etc. No entanto, existem termos que utilizamos para 
indicar direções anatômicas, sendo assim, você, como futuro profissional de saúde, deve entender 
esses termos, já que, muitas vezes, eles são utilizados como pontos de referência para descrever uma 
situação, uma posição e, até mesmo, a direção de órgãos ou segmentos do nosso corpo. Ainda assim, 
esses termos permitem que você localize um ponto específico na superfície ou mesmo no interior do 
corpo (FLOYD, 2016; HOUGLUM; BERTOTI, 2014; DANGELO; FATTINI, 2011).
A seguir, veremos os principais termos anatômicos e suas respectivas definições, os quais, muitas 
vezes, são empregados durante a prática podológica:
• Anterior: na frente ou na parte da frente.
• Anteroinferior: na frente e abaixo.
• Anterolateral: na frente e voltado para o lado de fora (para a lateral).
• Anteromedial: na frente e em direção à linha mediana (ao meio).
• Anteroposterior: relacionado às partes da frente e trás.
• Anterosuperior: na frente e acima.
• Bilateral: relacionados aos lados direito e esquerdo do corpo ou de uma estrutura do corpo, 
como os membros direito e esquerdo.
• Caudal: abaixo em relação à outra estrutura; inferior.
• Cefálico: acima em relação à outra estrutura; mais elevado; superior.
• Contralateral: pertencente ou relacionado ao lado oposto.
• Distal: estrutura afastada do seu ponto de origem, ou seja, da raiz do membro (superior ou 
inferior). Por exemplo, a mão é considerada uma estrutura distal, quando comparada ao braço, 
já que se encontra mais distante do seu ponto de origem.
16
UNICESUMAR
• Dorsal (dorso): relacionado às costas; localizado próximo, sobre ou em direção à parte de trás; 
relacionado também à parte superior do pé.
• Inferior: abaixo em relação à outra estrutura; caudal.
• Inferolateral: abaixo e voltado para o lado de fora (lateral).
• Inferomedial: abaixo e em direção à linha mediana (meio).
• Homolateral ou ipsilateral: referente ao que se encontra do mesmo lado do corpo ou de outra estrutura.
• Medial: mais próximo do plano ou linha mediana (meio).
• Mediano: situado exatamente no meio.
• Plantar: relacionado à superfície inferior do pé.
• Podálico: para baixo, em direção aos pés.
• Posterior: por trás, atrás ou nas costas.
• Posteroinferior: atrás e abaixo.
• Posterolateral: atrás e voltado para a lateral (lado de fora).
• Posteromedial: atrás e medial (voltado para o lado de dentro).
• Posterosuperior: atrás e acima.
• Proximal: estrutura mais próxima do seu ponto de origem, ou seja, da raiz do membro (superior 
ou inferior). Por exemplo, o braço é considerado um componente proximal, quando comparado 
a mão, já que se encontra mais próximo do seu ponto de origem.
• Superior: acima em relação à outra estrutura; mais elevado; cefálico.
• Superolateral: acima e voltado para a lateral (lado de fora).
• Superomedial: acima e em direção à linha mediana (meio).
Inferior
Superior
Direita Esquerda
Anterior Posterior
Visão Lateral Visão Frontal
Proximal
Distal
Medial
Lateral
Caudal
(Ventral) (Dorsal)
Cranial
Proximal
Distal
Figura 6 - Termos anatômicos mais utilizados na prática clínica
Conhecer e saber sobre os pla-
nos de movimento proporciona 
um melhor entendimento en-
tre os profissionais da área da 
saúde, já que a nomenclatura 
cinesiológica é universal. Além 
disso, é importante que você 
compreenda esses planos, pois 
durante a sua atuação clínica, 
esse conhecimento te dará su-
porte no momento de realizar 
uma análise cinesiológica, ou 
seja, uma avaliação dos movi-
mentos de pé, por exemplo, de 
maneira adequada, já que os re-
sultados dessa análise podem 
interferir diretamente no diag-
nóstico e no tratamento podo-
lógico. Dessa maneira, diversos 
17
UNIDADE 1
autores classificam os planos de movimento em: frontal (coronal), sagital e horizontal (transversal), 
e seus eixos correspondentes incluem os eixos de movimento anteroposterior, medial-lateral e supe-
rior-inferior, respectivamente (VAN DE GRAAFF, 2003; FLOYD, 2016).
Plano Sagital Plano Coronal
Plano
Transversal
A seguir, aprofundaremos os 
conhecimentos acerca desses 
três planos de movimento. 
O plano de movimento 
sagital se estende vertical-
mente ao longo do corpo, 
fragmentando-o em direita e 
esquerda. Fotograficamente, 
trata-se de uma visão lateral. 
Os exemplos mais claros de 
movimentos que acontecem 
no plano sagital são os de fle-
xão e extensão (por exemplo, 
de pescoço, tronco, cotovelo 
e muitos outros), além dos 
movimentosde dorsiflexão 
e flexão plantar (VAN DE 
GRAAFF, 2003; HOUGLUM; 
BERTOTI, 2014).Figura 7 - Planos de movimentos vistos na posição anatômica
Flexão plantar
Dorsi�exão
Figura 8 - Movimentos de dorsiflexão e flexão plantar do tornozelo
O plano frontal, também conhe-
cido como coronal, estende-se 
longitudinalmente ao corpo e o 
separa em duas partes: anterior 
(frente) e posterior (trás). Os 
movimentos acontecem ao re-
dor de um eixo anteroposterior, 
perpendicular ao plano frontal. 
Os movimentos que ocorrem 
no plano frontal são: abdução e 
adução (por exemplo, de quadril, 
ombro e dedos); desvio ulnar e 
radial (um tipo de adução e ab-
dução do punho) e flexão lateral 
ou inclinação de pescoço e tron-
co (VAN DE GRAAFF, 2003; 
HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
18
UNICESUMAR
Você já se deparou com o termo deambular ou deambulação? A deambulação é a ação de 
deambular ou marchar, que significa andar (locomover). Uma deformidade no pé, por exem-
plo o dedo em garra, em malho ou em martelo ou, até mesmo, uma calosidade plantar, pode 
comprometer a deambulação do paciente.
O plano horizontal, também denominado plano transversal, estende-se no sentido transversal do 
corpo, dividindo-o em partes superior (cefálica) e inferior (caudal ou podálica). Os movimentos que 
ocorrem neste plano são: rotação medial e lateral (ombro e quadril); pronação e supinação de antebraço; 
eversão e inversão do pé (VAN DE GRAAFF, 2003; HOUGLUM; BERTOTI, 2014; McGINNIS, 2015).
Abdução
horizontal
Adução
horizontal
Figura 9 - Adução e 
abdução de ombro
Inversão Eversão
Figura 10 - Movimentos de inversão e eversão do pé ocorrem no plano horizontal
Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 173).
Os movimentos corporais são 
essenciais, pois permitem a rea-
lização da maioria das atividades 
do nosso dia a dia, como deambu-
lar, correr, sentar, levantar, agachar, 
alcançar um objeto, entre outros. 
O conhecimento a respeito dos 
movimentos, especificamente do 
complexo tornozelo-pé, irá te aju-
dar a conhecer de forma muito 
melhor o corpo humano, além de 
possibilitar a identificação de restrições ou excessos de movimentos, os quais podem contribuir para o apa-
recimento de diversas podopatias e vice-versa. Os movimentos do tornozelo e pé acontecem nos três planos, 
sendo eles, frontal, transversal e sagital, conforme falamos anteriormente (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
19
UNIDADE 1
A seguir, abordaremos os movimentos que ocorrem no complexo tornozelo-pé, cujo conhecimento é 
de extrema importância para você, aluno(a), futuro(a) podólogo(a) (FLOYD, 2016).
A adução de tornozelo e pé refere-se ao movimento medial do pé sentido linha mediana (meio), 
ou seja, os dedos apontam para dentro. A abdução de tornozelo e pé é o movimento lateral do pé, 
ou seja, de distanciamento da linha mediana (meio). Nesse movimento, os dedos se direcionam 
para fora, em direção à lateral do corpo (FLOYD, 2016). 
Adução Abdução
A flexão dos dedos dos pés está relacionada ao 
movimento de curvatura dos dedos, que resul-
ta na redução do ângulo das articulações dos 
dedos (interfalangeanas e metatarsofalangea-
nas) com a aproximação dos ossos, ou seja, é o 
movimento dos dedos do pé sentido planta do 
pé (dedos se aproximam da planta do pé). E a 
extensão dos dedos dos pés é o movimento de 
estiramento dos dedos, que resulta no aumento 
do ângulo das articulações dos dedos (interfa-
langeanas e metatarsofalangeanas) com o afas-
tamento dos ossos, isto é, eles vão em direção 
ao dorso do pé (FLOYD, 2016). 
A circundação do tornozelo é o movimento 
circular do tornozelo, que retrata um arco ou 
um cone. Esse movimento pode ser também 
conhecido como circunflexão. 
O movimento de eversão do pé consiste em 
girar a planta do pé para fora, ou seja, sentido 
lateral. Um exemplo é colocar-se em pé com o 
peso apoiado sobre a borda interna do pé. O 
movimento de inversão do pé consiste em girar 
a planta do pé para dentro, isto é, sentido linha 
mediana (meio). Um exemplo é colocar-se em 
pé com o peso apoiado sobre a borda externa 
do pé (FLOYD, 2016). 
Figura 11 - Adução e abdução do tornozelo e pé
Fonte: Hamill e Knutzen (2012, p. 14).
Figura 12 - Extensão e flexão dos dedos dos pés, respectivamente
Fonte: Bontrager e Lampignano (2014).
20
UNICESUMAR
Você já se deparou com o termo artelho? São termos anatômicos utilizados para se referir 
aos dedos dos pés e das mãos. Portanto, se você se deparar com a terminologia “artelhos” 
saiba que é sinônimo de dedos. No caso dos dedos dos pés, apenas o 1º dedo, vulgarmente 
chamado de dedão do pé, apresenta denominação específica, sendo chamado de hálux, os 
outros dedos podem ser denominados 2º, 3º, 4º e 5º artelhos.
O movimento flexão dorsal também é conhecido como dorsiflexão e se refere ao movimento de fle-
xão do tornozelo, em que o dorso do pé se movimenta em direção à região anterior da tíbia no plano 
sagital. A flexão plantar é o movimento de extensão do tornozelo, em que o pé e os artelhos se afastam 
do corpo no plano sagital (FLOYD, 2016; MARIEB; HOEHN, 2009). 
Inversão do tornozelo Eversão do tornozelo
Figura 13 - Movimentos de inversão e eversão do tornozelo e pé
Fonte: Houglum e Bertoti (2014, p. 8).
Dorsi�exão
Flexão Plantar
Figura 14 - Movimentos de dorsiflexão e flexão plantar
Seguindo com nossas definições, a pronação é o movimento do pé e do tornozelo resultante de uma 
combinação dos movimentos de dorsiflexão, eversão subtalar (entre tálus e calcâneo) e abdução da 
parte anterior do pé (movimento em que a ponta do pé vira para fora, sentido lateral). 
A supinação consiste num movimento de pé e do tornozelo resultante de uma combinação dos 
movimentos de flexão plantar, inversão subtalar e adução da parte anterior do pé (movimento em que a 
ponta do pé está virada para dentro, sentido linha mediana) (FLOYD, 2016; NORDIN; FRANKEL, 2014). 
A área pela qual uma articulação pode se movimentar de forma livre e sem dor se denomina am-
plitude de movimento (ADM). É importante ressaltarmos que a medida da ADM é um item essencial 
no exame físico podológico, já que, a partir dessas mensurações, o podólogo é capaz de reconhecer 
e caracterizar as restrições e/ou excessos de movimentos. A palavra goniometria tem origem grega, 
em que “gonia” significa ângulo e “metria” quer dizer medida – é uma medida clínica muito relevante, 
aplicada para definir a quantidade de movimento articular tanto ativo como passivo (HOUGLUM; 
BERTOTI, 2014; HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).
21
UNIDADE 1
REALIDADE
AUMENTADA
para dentro,
supinação.
para fora,
pronação.
Figura 15 - Supinação e pronação do pé
Fonte: Calais-Germain e Lamotte (2010, p. 237).
Movimentos articulares do complexo 
tornozelo e pé.
A goniometria mede a posição relativa de dois segmentos ósseos. Essa prática é um modo de medida e 
registro do movimento osteocinemático disponível na articulação. Apesar de equipamentos sofisticados 
de análise do movimento articular estarem disponíveis em laboratórios aprimorados, o goniômetro 
manual é a ferramenta usada com maior frequência. Confira as Figuras 16 e 17.
Figura 16 - Aplicação 
de goniômetro manual
22
UNICESUMAR
Sugiro que você faça a leitura do manual Política Nacional de Promoção 
da Saúde (PNPS), publicado pelo Ministério da Saúde.
A PNPS tem como base um conceito ampliado de saúde e dispõe 
sobre a promoção da saúde como um conjunto de ferramentas e me-
canismos para promovê-la. A compreensão do manual irá favorecer o 
conhecimento a respeito do seu papel na sociedade, como profissional 
da saúde, no âmbito da promoção e do cuidado em saúde. Confira!
O goniômetro quantifica a 
ADM da articulação em cada 
plano de movimento. A medida 
goniométrica é uma ferramenta 
útil para o profissional de saú-
de, como o podólogo, principal-
mente na avaliação e no registro 
do progresso ou da alteração no 
movimento durante o tratamen-
to de condições patológicos que 
acometem os pés (FLOYD, 2016).
O conhecimento a respei-
to das medidas goniométricas 
especificamente do complexotornozelo e pé são essenciais 
para os podólogos, já que é uma 
Figura 17 - Utilização do goniômetro para medir a amplitude da dorsiflexão
profissão baseada no estudo aprofundado das questões que envolvem esse complexo. Essas informa-
ções permitem que o podólogo esteja apto para promover, prevenir, identificar e, até mesmo, tratar 
dos mais variados distúrbios que acometem os pés, inclusive dos articulares. Dessa maneira, foram 
determinados valores goniométricos (médias) que podem ser utilizados como referência para a ADM 
articular normal aproximada em adultos saudáveis, uma vez que ainda não foram determinadas tabelas 
normativas padronizadas, comparando todas as variáveis envolvidas, como sexo, idade, forma física, 
tipo de movimento (ativo ou passivo), entre outros (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
No entanto, em virtude das variações individuais na forma e no tipo físico das pessoas, é útil empregar 
valores padronizados como referência, mas o mais importante é utilizar o “normal” do próprio indivíduo 
para uma comparação confiável, medindo o segmento do membro não envolvido ou contralateral, desde 
que este esteja presente e não esteja enfraquecido ou lesado (HOUGLUM; BERTOTI, 2014). Sendo 
assim, o Quadro 1 evidencia as médias das amplitudes de movimento das articulações do tornozelo e 
pé, as quais são de interesse e determinam o atendimento podológico.
23
UNIDADE 1
SEGMENTOS MOVIMENTO ADM
Tornozelo Flexão plantar
Dorsiflexão
50 graus
15 a 20 graus
Articulação Transversa do Tarso e Arti-
culação Talocalcânea
Inversão
Eversão
20 a 30 graus
5 a 15 graus
Articulação Metatarsofalangeana do 
Hálux
Flexão
Extensão
Abdução
Adução
45 graus
70 graus
Varia entre 5 a 25 graus
Varia entre 5 a 25 graus
Articulação Interfalangeana do Hálux Flexão
Extensão
90 graus
0 grau
2ª, 3ª, 4ª e 5ª Articulações Metatarsofa-
langeanas
Flexão
Extensão
Abdução
Adução
40 graus
40 graus
Varia entre 5 a 25 graus
Varia entre 5 a 25 graus
2ª, 3ª, 4ª e 5ª Articulações Interfalangea-
nas Proximais
Flexão
Extensão
35 graus
0 grau
2ª, 3ª, 4ª e 5ª Articulações Interfalangea-
nas Distais
Flexão
Extensão
60 graus
30 graus
Quadro 1 – Médias de amplitudes de movimento das articulações do tornozelo e pé
Fonte: adaptado de Floyd (2016).
É importante enfatizarmos que as amplitudes de movimentos consideradas normais podem se modificar 
de acordo com estrutura óssea; a hipertrofia muscular; os níveis de gordura corporal; a integridade de 
estruturas anatômicas, como os ligamentos; bem como o sexo e a faixa etária. Portanto, essas questões 
devem ser levadas em consideração ao se realizar a goniometria. Por exemplo, indivíduos magros e 
com lassidão articular normal podem ter maior ADM comparado a indivíduos obesos ou com desen-
volvimento muscular maior (músculos hipertrofiados) (FLOYD, 2016; NORDIN; FRANKEL, 2014).
Dessa forma, a prática da goniometria é de extrema importância no campo da podologia, visto que 
auxilia o podólogo a quantificar as limitações ou excessos articulares do cliente, contribuindo para um 
melhor planejamento da conduta terapêutica podológica. Além disso, os valores provenientes das medi-
ções goniométricas servem também para acompanhar e avaliar a efetividade das intervenções podológicas 
propostas; sendo assim, no exame físico podológico, o profissional deve executar a goniometria, uma vez 
que limitações de ADMs podem contribuir diretamente para o aparecimento de diversas podopatias, 
por exemplo, úlceras plantares, esporão de calcâneo, metatarsalgia, fascite plantar, entre outras.
A biomecânica está relacionada com o estudo e a avaliação das forças criadas pelo corpo e o efeito 
dessas forças sobre esse organismo (HOUGLUM; BERTOTI, 2014). É importante ressaltarmos que 
o entendimento dessas forças é essencial na área da saúde, para que o profissional esteja apto para 
compreender e detectar condições estáticas e dinâmicas do movimento corporal, seja esse movimento 
fisiológico ou anormal, uma vez que essas questões facilitam o diagnóstico e as intervenções podoló-
gicas. Além disso, esse conhecimento permite que o profissional podólogo também atue na prevenção 
de lesões e disfunções do movimento dos membros inferiores. Dessa maneira, a biomecânica é cola-
boradora para compreender a saúde do movimento.
24
UNICESUMAR
Por exemplo, ao avaliarmos o movimento requerido para levantar-se de uma cadeira, no entanto, 
com uma visão biomecânica, seria identificado e quantificado as forças articulares que atuam no qua-
dril, joelho, tornozelo e pé, além da força entre o pé e o solo, para que ocorra a execução do movimento 
de elevação do corpo e consequente recuo da cadeira (HALL, 2016). Como você sabe, a disciplina é 
de interesse de futuros podólogos, portanto, enfatizaremos o estudo dos fatores que envolvem a bio-
mecânica dos pés. Esse conhecimento é de extrema importância para o podólogo, já que proporciona 
uma valiosa habilidade de diagnóstico, além de proporcionar bases para melhorar o desempenho 
físico do paciente.
Como sabemos, utilizamos os músculos para aplicar força nos ossos aos quais eles estão conectados 
e gerar, controlar ou impedir o movimento das articulações que eles cruzam. Em geral, utilizamos os 
ossos, como os das mãos para segurar, empurrar ou puxar um objeto; e usamos uma série de ossos e 
articulações para aplicar força por meio dos músculos e afetar a posição do objeto. Ao fazer isso, esta-
mos utilizando uma série de máquinas simples para realizar as tarefas. As máquinas são usadas para 
elevar ou intensificar a força empregada na execução de uma tarefa ou para oferecer uma vantagem 
mecânica (FLOYD, 2016; HALL, 2016).
A vantagem mecânica proporcionada pelas máquinas nos permite empregar uma força ou um 
esforço relativamente pequeno, para mover uma resistência muito maior. As máquinas funcionam de 
quatro maneiras: 1- para equilibrar múltiplas forças; 2- para aumentar a quantidade de força na ten-
tativa de diminuir a força total necessária para suprir uma resistência; 3- para aumentar a amplitude 
e a velocidade de movimento de modo a deslocar a resistência por uma distância maior ou de forma 
mais rápida do que as forças usadas; e 4- para modificar o sentido da força aplicada (HALL, 2016; 
HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).
As máquinas simples são a alavanca; a roda e o eixo; a polia; o plano inclinado; o parafuso e a cunha. 
A organização do sistema musculoesquelético oferece três tipos de máquinas geradoras de movimento, 
sendo elas: alavancas, roda/eixos e polias, as quais abordaremos a seguir.
A alavanca é a forma mais comum de máquina simples encontrada no corpo humano. Pode ser 
difícil visualizar o próprio corpo como um sistema de alavancas, mas, na verdade, é exatamente isso 
que acontece, já que os movimentos ocorrem mediante o uso organizado de um sistema de alavancas. 
Embora não se possam mudar as alavancas anatômicas, ao se conhecer bem o sistema, é plausível 
utilizá-las de maneira mais eficiente para potencializar os esforços musculares e também no intuito 
de evitar lesões (DUFOUR; PILLU, 2016).
Uma alavanca é definida como uma barra rígida que roda em volta de um eixo de rotação (fulcro). 
O eixo é o ponto de rotação em torno do qual a alavanca se move. Esta gira em torno do eixo como 
resultado da força (esforço) que é empregada para provocar o seu movimento contra uma resistência 
(carga ou peso). No nosso corpo, os ossos representam as barras, as articulações são os eixos e os mús-
culos se contraem para aplicar a força. A resistência pode variar de máximo a mínimo. Sendo assim, 
para que possamos ter o movimento da alavanca, a força precisa ser maior que a resistência (DUFOUR; 
PILLU, 2016; HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016):
As alavancas podem ser classificadas de três formas: alavanca de primeira, segunda e terceira classe, 
conforme veremos a seguir. Na alavanca de primeira classe, o eixo está posicionado em algum ponto 
entre a força e a resistência. A resistência e a força são exercidas no mesmo sentido. Veja:
25
UNIDADE1
Na alavanca de segunda classe, a resistência está posicionada entre o eixo e a força. Nesse caso, a resistência e 
a força são aplicadas em sentidos contrários. Um exemplo são os músculos gastrocnêmio e sóleo (músculos 
da panturrilha) no movimento de flexão plantar para elevar o corpo sobre a ponta dos pés (FLOYD, 2016).
Equilíbrio
Amplitude
de movimento
F = Força
E = Eixo
R = Resistência
F
E
R
R
EF
F
E
R
R
EF
F
Figura 18 - Alavancas de primeira classe
Fonte: Floyd (2016, p. 73). 
Segunda classe
Força
Resistência
Apoio
R F
Figura 19 - Alavancas de segunda classe
Fonte: a autora.
Na alavanca de terceira classe, a força se encontra entre o eixo e a resistência. Nesse caso, a resistência 
e a força são aplicadas em direções opostas (FLOYD, 2016).
F
E
R
Figura 20 - Alavancas de terceira classe
Fonte: Floyd (2016, p. 74).
26
UNICESUMAR
Sendo assim, podemos utilizar nosso sistema de 
alavancas anatômicas para obter uma vantagem 
mecânica que melhore a realização de movimen-
tos simples ou complexos.
As polias simples possuem um eixo fixo e fun-
cionam para mudar o sentido efetivo da aplicação 
de força. Diversos aparelhos de levantamento de 
força utilizam polias para modificar a direção da 
força resistiva, ou seja, para alterar a direção de uma 
força. No corpo humano, um excelente exemplo é o 
maléolo lateral, que age como uma polia em torno 
da qual corre o tendão do músculo fibular longo. 
Ao se contrair, o músculo fibular longo faz tração 
sentido ao seu ventre muscular. Como o tendão 
do músculo fibular longo utiliza o maléolo late-
ral como polia, a força se transmite à face plantar, 
ocasionando os movimentos de eversão ou flexão 
plantar (FLOYD, 2016; DUFOUR; PILLU, 2016).
Um corpo é estável quando a linha de gravi-
dade passa pelo centro de sua base de sustentação 
(base de apoio para o corpo). A base de susten-
tação consiste na área sobre a qual os pontos de 
contato do corpo e qualquer objeto permanecem 
em busca de sustentação. Por exemplo, se você 
fica em pé, com os pés separados, na largura dos 
ombros, sua base de sustentação é a área sob seus 
pés e área do solo entre eles. Se o paciente com 
um gesso na perna utilizar muletas para se lo-
comover, ele estará mais estável, pois sua base de 
sustentação inclui a área entre os pés e se estende 
até os pontos de contato entre as muletas e o solo 
(HOUGLUM; BERTOTI, 2014; HALL, 2016).
Quanto maior é a base de sustentação, mais es-
tável está o sujeito. Sendo assim, quanto menor é a 
base de sustentação, menos estável se torna o indi-
víduo. Essa é uma das razões porque é mais difícil 
permanecer sobre uma perna do que sobre as duas. 
Dessa forma, a estabilidade aumenta com uma base 
de sustentação maior, a qual reduz as chances de 
perder o equilíbrio ou ser derrubado por forças ex-
ternas (HOUGLUM; BERTOTI, 2014; HALL, 2016).
Músculo �bular
longo
Maléolo
lateral
Figura 21 - Maléolo lateral: atua como uma polia para o 
tendão do músculo fibular longo
Fonte: Floyd (2016, p. 81).
Apoio
normal
Base de
sustentação
maior
Aplicação de força
Aplicação
de força
lateral
A base de
sustentação
aumenta 
com muletas
Apoio para 
aumentar a 
estabilidade
contra força
anterior
Apoio para
aumentar a
estabilidade
contra força 
lateral
Figura 22 - Variações na base de sustentação
Fonte: Houglum e Bertoti (2014, p. 57).
27
UNIDADE 1
No entanto, uma base de sustentação grande, às vezes, pode ser vantajosa e, outras vezes, não. Por 
exemplo, um levantador de peso, que ergue uma grande barra olímpica acima da cabeça, deve ter uma 
ampla base de sustentação para lhe oferecer a estabilidade necessária no intuito de permanecer com o 
peso acima da cabeça e manter seu próprio peso e o da barra dentro da base de sustentação. 
Porém, um jogador de vôlei, que deve se mover de maneira rápida para fora de sua base de sustenta-
ção, não quer uma base ampla, pois o movimento deve ocorrer repentinamente e em qualquer direção, 
portanto, o jogador deve estar pronto. Uma grande base de sustentação para esse jogador prolonga seu 
tempo sobre a base e atrasa sua resposta para atingir a bola (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
Independentemente do tamanho da base de sustentação ou da atividade que o indivíduo executa, a 
presença dos dois pés, para o apoio de nosso corpo, durante a posição ortostática ou na execução dos 
movimentos é, sem dúvida, muito importante, conforme já citado, trazendo dificuldades para aqueles 
que, por algum motivo, perdem alguma parte do membro inferior.
O termo para estes casos é amputação, sendo descrito como a retirada parcial ou total de um membro 
do corpo. As amputações de membros inferiores são muito mais rotineiras, dessa forma, abordaremos 
as principais questões de interesse da podologia. Um dos principais fatores que contribuem para 
a amputação de membro inferior é uma condição denominada doença vascular periférica (DVP), 
especialmente nos casos em que essa condição está relacionada ao hábito de fumar e a diabetes des-
compensada (MAGEE, 2010).
Grandes melhorias no diagnóstico não invasivo, revascularização e técnicas de cicatrização de feridas, 
como as que cabem à podologia, têm reduzido a incidência geral das amputações por doença vascular. 
No entanto, em países desenvolvidos, 7 de cada 10 amputações que são executadas, decorrem de diabetes 
descontrolada. Diversas pesquisas demonstram que entre 49 a 85% de problemas nos pés poderiam 
ser evitados se fossem tomadas medidas apropriadas de prevenção (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2010).
É importante enfatizarmos que existe uma área da podologia que se concentra no estudo, prevenção 
e tratamento de condições que podem resultar em amputações, como o pé diabético e outras condições 
vasculares. A integração dos podólogos nos cuidados em saúde primários é extremamente importante 
para diminuir o aparecimento das úlceras diabéticas e, consequentemente, as taxas de amputação e 
internações hospitalares (BEGA; LAROSA, 2010).
Figura 23 - Úlcera diabética em pé direito
28
UNICESUMAR
Dessa forma, o desempenho das funções inerentes ao podólogo é primordial para impedir o surgimento 
de complicações em pés com alterações vasculares e sistêmicas, uma vez que, quando não tratadas, essas 
lesões podem resultar em sérias consequências, como gangrena e consequente amputação. A amputação 
é um fator que altera toda a biomecânica e cinesiologia do aparelho locomotor, levando a uma série de 
alterações, como de marcha; de movimento; de equilíbrio; de posicionamento e funcionamento do membro 
inferior residual, entre outros. A podologia contribui de maneira significativa tanto na prevenção, como 
no tratamento de úlceras de pés diabéticos, evitando a evolução para uma amputação (BEGA, 2014).
Conforme vimos anteriormente, os estudos retratam uma elevação significativa de amputação em su-
jeitos portadores de diabetes, o que determina aos podólogos um papel essencial se estiverem em contato 
com esses pacientes. O podólogo apresenta atribuições imprescindíveis no que se refere 
à análise clínica, por meio da verificação física para constatar as condições dos pés; 
investigação da circulação sanguínea, da biomecânica, da cinesiologia e da função 
sensitiva dos pés; prevenção e tratamento das complicações; e orientações a 
respeito dos cuidados com o pé de risco (BEGA; LAROSA, 2010; BEGA, 2014).
Após uma amputação de membro inferior, o profissional pode se depa-
rar com uma complicação denominada dor fantasma, a qual é descrita 
como uma sensação dolorosa percebida na área ausente do corpo, no 
caso de uma amputação. Essa condição é um tanto frequente, entre-
tanto, é incerta no que se refere às razões que a predispõe; intensida-
de; periodicidade; período e duração; aspecto da dor; exacerbação 
por fatores internos ou externos; ou o tipo da sensação dolorosa 
percebida (MAGEE, 2010).
Nos casos em que a amputação de membro inferior é neces-
sária, se indicado, o paciente deve ser orientado a fazer o uso de 
recursos auxiliares de deambulação, como muletas, 
prótesesou cadeiras de rodas, 
no intuito de preservar o má-
ximo de locomobilidade. A 
maioria das pessoas com 
amputações de membro 
inferior pode ser auxiliada 
a retornar para uma vida 
plena e útil após a perda do 
membro. Um programa de 
atendimento pós-operatório 
que leve em conta as neces-
sidades físicas e emocionais 
facilitará a adaptação e o re-
torno às atividades diárias 
(O’SULLIVAN; SCHMITZ, 
2010; MAGEE, 2010).
Compressão causada
pela faixa apertada
Dor em facada
Cãimbra muscular
Dor penetrante/choque
Queimação
Posição não natural
Membro faltante
29
UNIDADE 1
Você provavelmente já ouviu falar ou conhece algum caso de amputação 
de membro por causa da Diabetes tipo 2, mas o que é esta doença e 
como ela evolui a ponto de ser necessária uma amputação? Qual o seu 
papel como profissional da Podologia na prevenção? Você vai descobrir 
tudo isso neste podcast, confira!
Estimado(a) aluno(a)! Nesta unidade, você pôde entender a diferen-
ça básica dos conceitos de cinesiologia e biomecânica, e os itens impor-
tantes que envolvem a compreensão desses conceitos. É importante que 
você tenha em mente que o entendimento desses termos é de extrema 
importância para que possamos dar continuidade na disciplina. Além 
disso, as alterações cinesiológicas e biomecânicas que possam acometer 
os pés interferem diretamente no aparecimento de diversas podopatias, 
e o entendimento desses conceitos é imprescindível para determinar 
um tratamento podológico adequado ao seu paciente.
Além disso, você pôde compreender a goniometria clínica direcio-
nada a tornozelo e pé e pôde entender que a prática da goniometria é 
essencial no campo da podologia, visto que ajuda o podólogo a quan-
tificar as limitações articulares, contribuindo para um melhor planeja-
mento da conduta terapêutica podológica. Ainda, foi possível entender 
que limitações e/ou alterações das amplitudes de movimentos podem 
contribuir diretamente para o desenvolvimento de grande parte das 
podopatias. Por fim, foi possível aprender sobre os principais aspectos 
relacionados à amputação de membro inferior, como sua definição, 
causas e complicações, bem como a atuação do podólogo para evitar 
possíveis amputações.
Agora, chegou a sua vez de colocar todo o seu conhecimento em 
prática! Imagine que você já seja um podólogo formado e, durante 
sua atuação profissional, ao atender um paciente, inicialmente você 
percebe que ele está com dificuldades para andar. Durante a anamnese, 
o paciente relata ter uma calosidade muito grande na região plantar, 
e isso é o que está prejudicando sua deambulação. O paciente diz que 
não está conseguindo apoiar a ponta do pé no chão. Sendo assim, você, 
como profissional da saúde, ao solicitar que o paciente ande, consegue 
identificar qual movimento está sendo restringido pela calosidade? 
Você pensou em alguma ferramenta para quantificar essa restrição?
Conforme vimos no decorrer da unidade, é importante que você, como 
futuro(a) podólogo(a), durante o atendimento podológico, especial-
mente no decorrer do exame físico, considere os aspectos cinesiológicos 
e biomecânicos de todo o corpo, especialmente dos membros inferiores. 
Nessa situação, você pode solici-
tar para que o seu paciente execu-
te os movimentos que precisam 
ser analisados, já que a queixa 
apresentada pode estar contri-
buindo significativamente para 
as restrições de movimentos. Para 
isso, você tem à disposição uma 
ferramenta muito útil, de baixo 
custo e de fácil manipulação, que 
é a goniometria manual. A partir 
dela, você conseguirá quantificar 
essas restrições articulares.
A partir daí, você irá determi-
nar um protocolo de atendimen-
to para tratar a calosidade e, no 
decorrer do tratamento, a gonio-
metria não deve ser descartada, 
aliás, as mensurações deverão ser 
feitas novamente, com uma deter-
minada periodicidade, pois essa 
prática lhe dará base para avaliar 
a progressão das amplitudes de 
movimentos. Sendo assim, essa 
ferramenta respalda você, como 
profissional, com relação à efetivi-
dade do protocolo de atendimen-
to que você escolheu para o seu 
paciente.
30
UNICESUMAR
Agora, imagine-se atuando em uma situação em que: um paciente, do sexo feminino, 70 anos e com 
queixa de micose no hálux. A paciente não relata sinais e sintomas, no entanto, o que mais a incomoda 
é o aspecto amarelado da unha. No decorrer da anamnese, ela relata que é diabética dependente de 
insulina há mais de 20 anos, mas que nos últimos tempos não vem tomando a medicação de maneira 
adequada, pois se cansou das agulhadas. Você, ao realizar o exame físico, além da micose severa, observa 
também um machucado no dedo mínimo do pé.
Quando você questiona a paciente, ela lhe fala que não sente a lesão. A partir daí, você, como pro-
fissional de saúde, tomaria quais condutas iniciais? Com base no histórico da paciente, você pensou 
nas possíveis complicações? 
Neste caso, além do tratamento podológico convencional para a micose, você deve esclarecer a 
importância de a paciente procurar um médico para retomar suas medicações e controlar a diabetes. 
Você também deve orientá-la que, se caso sua diabetes não for controlada, a ferida no dedinho do pé 
pode aumentar e piorar, em decorrência, muitas vezes, do atrito com o calçado, podendo evoluir para 
uma infecção, aumentando o risco de amputação. Você também deve apresentar e explicar os recur-
sos podológicos que atuam na cicatrização da ferida, que será muito benéfico para evitar infecções e 
possíveis amputações.
Você sabe que a podologia é uma área auxiliar da medicina voltada ao estudo aprofundado, pre-
venção, diagnóstico e tratamento das mais diversas doenças que acometem os pés. Para isso, para que 
você seja um profissional de destaque e renome, sua formação deve ser baseada nos conhecimentos de 
anatomia, fisiologia, cinesiologia, biomecânica, bem como da fisiopatologia das mais variadas afecções 
que acometem e/ou interferem na estrutura anatômica e consequente funcionamento dos pés. Isso 
contribuirá significativamente para que você esteja preparado para o atendimento eficaz dos mais 
variados casos que possam aparecer durante sua carreira como podólogo.
31
M
A
P
A
 M
EN
TA
L
Cinesiologia e Biomecânica
dos Membros Inferiores
Biomecânica
Alavancas
Polias
Base de sustentação
Amputação de membro inferior
Atuação podológica
Goniometria clínica
Goiometria de tornozelo e pé
Cinesiologia
Posição anatômica
Conceitos anatômicos
Movimentos de tornozelo e pé
Planos de movimento
Terminologia anatômica
A construção de um mapa mental torna mais fácil a organização e a compreensão dos 
conteúdos que foram abordados nesta unidade. Dessa forma, iniciei o nosso mapa men-
tal com os conceitos centrais desta unidade, a partir daí, é essencial que você preencha 
o mapa com informações, como frases de ligação, que se associem a esses conceitos. É 
importante que você dê continuidade ao mapa mental, pois essa prática irá lhe ajudar 
a memorizar os principais pontos estudados.
A
G
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A
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 C
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M
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C
Ê
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1. A partir da goniometria, podemos ter uma medida clínica muito importante, utilizada para definir 
a quantidade de movimento articular tanto ativo como passivo, já que mede a posição relativa 
de dois segmentos ósseos. Dessa forma, qual a importância da goniometria clínica no exame 
físico podológico?
2. A compreensão dos movimentos articulares, principalmente no que se refere ao tornozelo e pé, 
é muito importante no âmbito da podologia, uma vez que restrições nos movimentos podem 
estar associadas a inúmeras podopatias. Dessa maneira, no que se refere aos movimentos que 
ocorrem no complexo tornozelo-pé, assinale a alternativa correta.
a) A dorsiflexão é o movimento de extensão do tornozelo, em que o dorso do pé se afasta da região 
anterior da tíbia.
b) A flexão plantar é o movimento de extensão do tornozelo, em que o pé e os dedos se afastam 
do corpo no plano sagital.
c) Tornozelo e pé não realizam o movimento de supinação.
d) O movimento de eversãoconsiste em girar a planta do pé para dentro, isto é, sentido linha 
mediana.
e) A extensão dos dedos dos pés resulta na redução do ângulo articular, já que o movimento dos 
dedos do pé ocorre em direção à planta do pé.
3. Geralmente, os movimentos produzidos pelo nosso corpo são extremamente complexos e 
heterogêneos, já que podem ser executados nas mais distintas direções. Os movimentos cor-
porais podem ser executados em três diferentes planos imaginários. Dessa maneira, assinale a 
alternativa correspondente.
a) Plano sagital, plano frontal (coronal) e plano transversal (horizontal).
b) Plano sagital, plano mediano e plano superior.
c) Plano frontal (coronal), plano proximal e plano distal.
d) Plano transversal (horizontal), plano sagital e plano lateral.
e) Plano dorsal, plano ventral e plano anterolateral.
C
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A
S
33
1. A prática da goniometria é essencial no exame físico podológico, pois auxilia o podólogo a quantificar as 
limitações ou excessos articulares do cliente, contribuindo para um melhor planejamento da conduta 
terapêutica podológica, no intuito de proporcionar maior mobilidade para o paciente. Além disso, os valo-
res provenientes das medições goniométricas servem, também, para acompanhar e avaliar a efetividade 
das intervenções podológicas propostas. Dessa maneira, no exame físico podológico, o profissional deve 
realizar a goniometria, já que as alterações nas amplitudes de movimentos podem favorecer diretamente 
para o surgimento de inúmeras podopatias.
2. B. O movimento de flexão plantar é caracterizado pela extensão do tornozelo, sendo assim, durante o 
movimento o pé se afasta do corpo no plano sagital, movendo-se em direção ao solo.
3. A. Na posição anatômica, os movimentos corporais ocorrem em três planos referenciais, sendo eles: plano 
sagital; plano frontal ou coronal; e o plano transversal ou horizontal.
R
EF
ER
ÊN
C
IA
S
34
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35
M
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 E
SP
A
Ç
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M
EU
 E
SP
A
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2
OPORTUNIDADES
DE APRENDIZAGEM
Sistema Locomotor 
de Tornozelo e Pé
Me. Daniele Almeida Lopes
Nesta unidade, você terá a oportunidade de aprofundar o seu conhecimento so-
bre a importância e o mecanismo de funcionamento dos pés, além de explorar os 
componentes anatômicos que contribuem para a atuação dos pés no que se refere 
à dinâmica corporal. Você conhecerá e será capaz de identificar as principais carac-
terísticas anatômicas e funcionais do tecido ósseo, bem como os ossos que cons-
tituem o tornozelo e pé e suas especificidades anatômicas e, também, explorar a 
importância e a formação dos arcos plantares e a divisão clínica dos pés. Terá, ainda, 
a oportunidade de investigar, conhecer e identificar as principais articulações que 
formam o tornozelo e pé, além de suas particularidades anatômicas, sendo capaz 
de visualizar e analisar os principais músculos que formam o complexo tornozelo 
e pé e suas principais características, tais como origem, inserção e ação muscular, 
e explorar o entendimento sobre determinadas propriedades musculares. Além 
disso, aprofundará o conhecimento sobre a formação, a função e a importância de 
um notável componente anatômico do pé, denominado fáscia plantar.
38
UNICESUMAR
Imagine que você, já na condição de podólogo, está realizando um atendimento de uma paciente obesa 
e, durante a anamnese, ela relata que na maior parte do tempo trabalha em pé, queixando-se de dor 
intensa, do tipo “facada” debaixo do pé, e diz que a dor é perto do calcanhar, mas que se estende até 
próximo aos dedos. No exame físico podológico, quando você realiza a palpação da planta do pé, a 
paciente sente ainda mais dor e você observa que ela está andando com dificuldades. Durante o exame 
clínico, é possível ver que a paciente também apresenta o pé desabado, ou seja, que toca por inteiro o 
chão. Inicialmente, você consegue identificar quais estruturas estão comprometidas? Será que uma 
condição pode estar influenciando diretamente no aparecimento da outra?
Diante desse exemplo, já pensou sobre sua importância, como futuro profissional da saúde, ao 
compreender de maneira aprofundada os componentes ósseos, articulares e musculares do sistema 
locomotor de tornozelo e pé, bem como a relação entre eles? De que forma esse conhecimento irá 
contribuir para sua formação e conduta podológica?
Como você sabe, os pés constituem os pilares de sustentação do nosso corpo, pois são eles que 
suportam todo o peso corporal, além de atuarem na locomoção e proporcionar ao ser humano a 
possibilidade de ficar na posição em pé. Por esses e outros motivos, os pés estão sujeitos a lesões e 
desgastes, já que sofrem elevadas tensões. 
O aprofundamento do estudo sobre os constituintes anatômicos 
de tornozelo e pé, especialmente os ósseos, articulares e musculares, 
é de extrema relevância, já que qualifica e respalda você, futuro(a) 
podólogo(a), para atuar no cuidado dos pés.
Além disso, esse estudo te dará total suporte para identificar, de 
maneira precisa, as inúmeras lesões que possam acometer o sistema 
locomotor de tornozelo e pé, tanto por meio da observação como 
da anatomia palpatória. A palpação das estruturas anatômicas vai te 
auxiliar não só a identificar as estruturas desse complexo, mas também 
a detectar possíveis podopatias. Por isso, o exame físico podológico 
é uma ferramenta essencial para auxiliar um bom podólogo a traçar 
um diagnóstico podológico mais eficaz.
O entendimento do mecanismo de funcionamento dos pés, bem 
como dos elementos anatômicos do sistema locomotor aplicado 
a tornozelo e pé, incluindo as relações entre os componentes ós-
seos, articulares e musculares, é fundamental para que você possa 
entender a complexidade cinesiológica e biomecânica dos pés. 
Você estará apto para promover medidas orientativas com 
relação ao complexo tornozelo e pé, a fim de detectar e, 
quando couber à podologia, traçar protocolos de 
atendimento adequados para as inúmeras 
podopatias que possam acometer 
esse complexo.
39
UNIDADE 2
Agora que você já está um pouco mais familiarizado com o tema, peça a algum amigo ou familiar para 
que você possa realizar a palpação, ou seja, o toque dos pés. A partir daí, observe e busque sentir, pormeio 
dessa palpação, as diferentes texturas, consistências e formatos das estruturas anatômicas que formam 
os pés. Aproveite também para notar, realizar e sentir os mais diversos movimentos articulares dos pés.
Como se saiu no exercício? Conseguiu visualizar e ter a percepção tátil dos distintos elementos 
anatômicos que constituem os pés?
O conhecimento dos elementos que compõem o aparelho locomotor de tornozelo e pé, bem como 
suas relações, é essencial para sua atuação como futuro(a) podólogo(a), já que irá ajudar na análise e 
na interpretação de achados referentes à consistência, textura, formato e movimentação das estrutu-
ras corporais investigadas a partir do aparelho locomotor de pé. Sendo assim, reflita comigo sobre os 
pontos-chave dessa situação:
• Os pés integram o pilar de sustentação do corpo; são eles que suportam todo nosso peso, por 
isso são extremamente suscetíveis à ocorrência de danos.
• A partir da palpação e da observação dos pés, é possível identificar os mais diversos componentes 
anatômicos do sistema locomotor. Essa prática irá te auxiliar a encontrar a causa e estabelecer 
o diagnóstico para um possível problema.
• Para adquirir essa compreensão, é fundamental que você domine as características ósseas, 
articulares e musculares do complexo tornozelo e pé. Esse conhecimento permite localizar as 
estruturas anatômicas e ter uma atuação podológica precisa e objetiva.
• O cuidado para manter o funcionamento adequado dos componentes ósseos, articulares e 
musculares do pé permite não apenas a movimentação efetiva, mas, claramente, evita o apare-
cimento de diversas podopatias.
Neste momento, registre, em seu Diário de Bordo, a experiência vivenciada até aqui, e acrescente tudo o que 
você compreendeu. Qual a importância para você, futuro(a) profissional podólogo(a), estudar e entender 
as particularidades ósseas, articulares e musculares do complexo tornozelo-pé? Além disso, de que forma 
esses conhecimentos contribuem para a compreensão da complexidade cinesiológica e biomecânica que 
envolvem os pés? Sendo assim, o registro das ideias e dos conceitos, por meio do Diário de Bordo, facili-
tará seu processo de aprendizagem, além de favorecer a organização e a memorização dos seus estudos.
A partir de agora, dedicaremo-nos a compreender as particularidades que envolvem o fun-
cionamento dos pés. Este tema te capacitará profissionalmente para identificar e diagnosticar, de 
maneira precisa, as diferentes disfunções que possam acometer a estrutura anatômica e a funcio-
nalidade dos pés. Sendo assim, é importante que você sempre tenha em mente que a podologia 
é uma área da saúde que estuda e atua nos mais variados cuidados aos pés. Erroneamente, como 
muitos pensam, sua atuação não é voltada somente para fins estéticos, trata-se, na verdade, de uma 
ciência dirigida para a prevenção, investigação, diagnóstico e tratamento das inúmeras podopatias.
É importante que você saiba que os pés compõem o único ponto básico do sistema locomotor, 
que possibilita, a nós, seres humanos, permanecermos na postura bípede, ou seja, na posição em pé 
(erguida), claro que, conjuntamente com os músculos que exercem função na cabeça, tronco, quadril 
e membros inferiores. Dessa maneira, qualquer modificação no posicionamento bípede implica um 
prejuízo em todos os componentes que colaboram para a dinâmica corporal (DORNELES et al., 2011).
40
UNICESUMAR
Os pés integram o pilar de sustentação do 
corpo, são eles que apoiam toda carga corporal, 
por isso são extremamente suscetíveis a profun-
das tensões e consequentes lesões. Existe uma 
rede de músculos, fáscias, tendões e ligamentos 
que trabalham de forma integrada, proporcio-
nando a movimentação, o suporte e a manuten-
ção dos ossos do pé na posição correta. Ainda 
assim, auxiliam na manutenção do equilíbrio, 
nas situações em que somos expostos a superfí-
cies irregulares, provendo a propulsão, elastici-
dade e flexibilidade essenciais para andar, saltar 
e correr (DORNELES et al., 2011).
Com base na estrutura anatômica, o pé 
apresenta movimentos independentes nas re-
giões anterior e posterior, o que confere uma 
extraordinária capacidade de torção. Na planta 
do pé, o tecido adiposo subcutâneo age como 
um minicoxim, o qual atua promovendo o 
amortecimento de forças externas, a distri-
buição da tensão de forma uniforme em toda 
a superfície de apoio e a adaptação dos pés nas 
mais variadas condições ambientais. Apesar 
do esqueleto do pé apresentar uma firmeza 
significativa – o que dá a resistência para uma 
série de impactos – ele também tem condições 
de se adaptar de acordo às necessidades, por 
meio do auxílio de suas estruturas conjuntivas 
associadas (WEINECK, 2013).
Como falamos anteriormente, o pé é o prin-
cipal suporte do peso do corpo. Ainda assim, 
os pés apresentam diferentes atribuições: uma 
em estática, quando o sujeito está imóvel e na 
posição em pé; e outra em dinâmica, quando o 
sujeito está se movimentando. A função estática 
corresponde à disseminação de forças que o 
peso corporal faz incorrer sobre os pés. A fun-
ção dinâmica é altamente complexa, visto que 
abrange o conhecimento dos aspectos biomecâ-
nicos e cinesiológicos dos pés e do corpo como 
um todo (MIRANDA, 2001).
De maneira simplificada, o pé pode ser re-
portado como um “motor ativo”, pois propi-
cia a propulsão (impulsão) para a caminhada, 
corridas, saltos etc., isto é, opera como uma 
alavanca. A função dinâmica também exerce 
uma participação importante, pois suaviza as 
pressões impostas aos pés durante o ciclo da 
marcha, corrida, salto, entre outros. O pé pode 
ser designado como um “técnico especializa-
do”, pois viabiliza o ajustamento a movimentos 
complexos e específicos (MIRANDA, 2001).
O pé humano se configura numa fonte inces-
sante de estímulos sensitivos, que resultam do to-
que do pé com o meio ambiente e que, por meio 
do sistema nervoso, elaboram dados primordiais 
para que o indivíduo conserve o equilíbrio ao 
longo do ciclo da marcha e durante as ativida-
des diárias. Como se pode concluir, o pé é uma 
estrutura de elevada relevância para o corpo, 
pois propicia uma relação e/ou interação entre 
o corpo e o meio externo que o cerca, viabili-
zando a realização de movimentos e a percepção 
de estímulos que são emitidos pelo meio afora 
(MOORE; DALLEY, 2007; MANFIO, 2001).
Sendo assim, para que você possa entender a 
complexidade cinesiológica e biomecânica que 
envolvem os pés, a seguir, iremos abordar os 
aspectos ósseos, articulares e musculares, enfati-
zando as principais particularidades do comple-
xo tornozelo-pé, sobre o qual o entendimento 
é de extrema importância para sua profissão. 
Com relação às particularidades ósseas, a 
partir de agora, faremos uma breve revisão de 
determinadas questões relacionadas ao siste-
ma esquelético, e daquelas características dos 
pés, uma vez que seu estudo é de fundamental 
importância para um profissional da Podolo-
gia, já que dará base para atuar por meio da 
observação e, até mesmo, da anatomia palpa-
tória, permitindo uma localização precisa das 
estruturas anatômicas ósseas que compõem os 
41
UNIDADE 2
pés, facilitando, posteriormente, um diagnóstico podológico preciso. Com isso, você realizará 
um atendimento podológico de qualidade, favorecendo a saúde do seu paciente, além de ser um 
diferencial para você mesmo, no âmbito profissional.
É importante recapitularmos que o sistema esquelético é composto por um conjunto de ossos 
e cartilagens, os quais se conectam para formar a estrutura de um indivíduo. O esqueleto huma-
no é composto por, aproximadamente, 206 ossos. O número exato de ossos e suas características 
específicas variam eventualmente de uma pessoa para outra. Além disso, apresentam uma série 
de funções, entre as quais podemos destacar, segundo Tomita (2016) e Miranda Neto (2006):
• Proteger os tecidos e órgãos internos, como coração, pulmões, encéfalo, medula espinal etc.
• Sustentar e dar conformação ao corpo.
• Proporcionar superfície parafixação de músculos, ligamentos e tendões.
• Permitir a movimentação ao corpo, juntamente com o sistema articular e muscular.
• Produzir células sanguíneas por meio da medula óssea vermelha, pois o osso é considerado um 
órgão hematopoiético.
• Armazenar íons, principalmente o cálcio e o fósforo, e gordura por meio da medula óssea amarela.
Embora os ossos sejam muito variáveis em forma e tamanho, podem ser classificados em cinco 
categorias principais: longos, curtos, achatados (chatos), irregulares e sesamoides. Nesta unidade, 
falaremos a respeito dos ossos curtos, longos e dos ossos sesamoides, já que suas particularidades 
são importantes para o estudo do sistema esquelético dos pés.
Os ossos curtos são semelhantes a um cubo. O comprimento e a largura de um osso curto são 
praticamente iguais. Esses ossos favorecem a absorção de choques, por exemplo a ação dos ossos 
do tarso, durante a marcha, corrida, atividade física etc. Os ossos do tipo longo apresentam com-
primento maior comparado a sua largura e espessura. As falanges e os metatarsos são exemplos 
de ossos longos (MIRANDA NETO, 2006).
Figura 1 - Exemplo de ossos curtos: ossos do tarso. Exemplo de ossos longos: falanges e metatarsos
Os ossos do tipo sesamoides são aqueles localizados no interior de tendões, áreas em que há atrito e 
tensão, como na palma da mão e planta dos pés. Por exemplo, existem pequenos ossos sesamoides 
no interior dos tendões flexores do hálux. Ocasionalmente, eles são denominados ossos acessórios 
e podem estar presentes em números que variam de pessoa para pessoa, e encontram-se com maior 
frequência nas articulações menores das extremidades distais dos pés (MIRANDA NETO, 2006).
42
UNICESUMAR
A partir de agora, vamos nos aprofundar a res-
peito das características anatômicas dos ossos 
que compõem o complexo tornozelo e pé, ou 
seja, o Sistema Esquelético de Tornozelo e Pé.
O esqueleto humano pode ser distinguido 
em apendicular e axial. O esqueleto apendicular 
é constituído pelos apêndices: membros supe-
rior e inferior. O esqueleto axial é composto pelo 
crânio, coluna vertebral, costelas e osso esterno. 
O Quadro 1 desmembra, detalhada e especifi-
camente, o esqueleto apendicular, referente ao 
membro inferior, relatando a região e os nomes 
comuns e específicos de pé, os quais são de in-
teresse para você, futuro(a) podólogo(a).
Osso sesamóide
Figura 2 - Osso sesamoide do hálux
Esqueleto Nome da região
Nome 
comum Sub-região
Nome da 
região 
específica
Nome comum 
da região 
específica
Apendicular Membros in-feriores Podal Pé
Tálus Tornozelo
Calcânea Calcanhar
Dorso Peito do pé
Tarsal Curva ou arco do pé
Plantar Planta do pé
Digital Dedo do pé
Quadro 1 - Partes e regiões do pé
Fonte: adaptado de Floyd (2016).
O pé é composto por 26 ossos e outros ossos considerados acessórios, já que podem não estar presentes 
em todos os pés, entretanto, quando expostos a situações estressantes e de atrito, podem resultar no 
aparecimento de disfunções que dificultam a deambulação. Possuímos três grupos de ossos que for-
mam os pés: tarso, metatarso e falanges; embora semelhantes aos ossos das mãos, os ossos do pé têm 
diferenças estruturais que servem para suportar o peso do corpo e proporcionar força de alavanca e 
mobilidade durante a marcha (VAN DE GRAAFF, 2003).
O tarso é constituído por 7 ossos distribuídos em 2 fileiras: 1- proximal (sendo os ossos: tálus e 
calcâneo) e 2- distal (sendo os ossos: navicular; cuboide; e cuneiformes medial, intermédio e lateral). O 
metatarso é formado por 5 ossos metatarsianos que são elencados na direção medial para lateral em I, 
II, III, IV e V e correspondem aos dedos dos pés (MIRANDA NETO, 2006; VAN DE GRAAFF, 2003).
Com relação aos dedos dos pés, o primeiro dedo, vulgarmente chamado de dedão, anatomicamente 
é denominado hálux. Os dedos dos pés são compostos por 14 falanges, sendo que o hálux apresenta 
apenas 2 (a falange proximal e a distal) e os outros dedos, II, III, IV e V (mínimo/dedinho) são forma-
dos por 3 falanges cada um com: falange distal, falange média e falange proximal (TOMITA, 2016).
43
UNIDADE 2
Calcâneo
Calcâneo
Cuboide
Cubóide
Cuneiforme Lateral
MetatarsosMetatarsos
Falanges
Falanges
Navicular
Navicular
Tálus
Tálus
Proximal
Média
Distal
Cuneiforme Lateral
Cuneiforme Medial
Cuneiforme Intermédio
Cuneiforme
Intermédio
Figura 3 - Ossos do pé (visão superior e lateral)
O tálus é um osso superior e posterior do pé; na região denominada tróclea do tálus, articula-se com 
a tíbia medialmente e com a fíbula lateralmente. O tálus se articula com a tíbia e a fíbula para formar 
a articulação do tornozelo. Inferiormente, ele está articulado ao osso calcâneo e anteriormente ao 
osso navicular. O calcâneo, osso mais volumoso dos ossos do tarso, está localizado na região posterior 
e inferior do pé, proporcionando o apoio do pé ao solo. Sendo assim, o calcâneo favorece o suporte 
esquelético para o calcanhar e tem um grande prolongamento posterior, denominado tuberosidade 
do calcâneo, para fixação dos músculos da panturrilha. É um osso que superiormente se articula com 
o tálus por meio de uma projeção medial chamada sustentáculo do tálus. Anteriormente, o calcâneo 
se articula com o osso cuboide (VAN DE GRAAFF, 2003; BEGA; LAROSA, 2010).
Segundo os mesmos autores, o navicular é um osso medial e ocupa a segunda fileira dos ossos do 
tarso e seu formato se assemelha a um chapéu. O navicular se articula posteriormente ao tálus e ante-
riormente com os ossos cuneiformes medial, intermédio e lateral. A região lateral do osso navicular se 
articula com o osso cuboide. Este também ocupa a segunda fileira dos ossos do tarso, formando sua 
parte lateral. Articula-se posteriormente com o osso calcâneo, medialmente com o osso navicular e o 
cuneiforme lateral e anteriormente com o 4º e 5º metatarsos. 
No que podemos considerar como uma terceira fileira dos ossos do tarso localizada anteroinfe-
riormente, encontramos os ossos cuneiforme medial, cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral. O 
cuneiforme medial é o maior comparado aos outros dois e articula-se posteriormente ao osso navi-
cular, anteriormente ao 1º metatarso e lateralmente ao cuneiforme intermédio. O osso cuneiforme 
intermédio, por sua vez, está articulado posteriormente com o osso navicular, medialmente com o 
cuneiforme medial, anteriormente com o 2º metatarso e lateralmente com o osso cuneiforme lateral 
(VAN DE GRAAFF, 2003; BEGA; LAROSA, 2010).
O osso cuneiforme lateral está articulado posteriormente com o navicular, anteriormente com o 3º 
metatarso, medialmente com o cuneiforme intermédio e lateralmente com o osso cuboide. Os ossos do 
metatarso e as falanges são similares em nome e em quantidade aos metacarpos e falanges das mãos. 
No entanto, eles diferem na forma, em decorrência da sua função de suportar peso. Os cinco ossos que 
formam o metatarso se articulam distalmente com as falanges proximais, correspondentes do 1º ao 5º 
44
UNICESUMAR
dedo. O 1º metatarso é maior comparado aos outros metatarsos, já que apresenta importante papel na 
sustentação do peso corporal (VAN DE GRAAFF, 2003; BEGA; LAROSA, 2010).
Cada metatarso é dividido em base, corpo e cabeça. As bases proximais do 1º, 2º e 3º metatarsos se 
articulam proximalmente com os ossos cuneiformes. As cabeças dos metatarsos se articulam distal-
mente com as falanges proximais do 1º ao 5º dedo. As articulações proximais são chamadas articula-
ções tarsometatarsais (entre os ossos do tarso e os metatarsos); e as articulações distais são designadas 
articulações metatarsofalangeanas (entre os ossos do metatarso e as falanges proximais), conforme 
veremos posteriormente (VAN DE GRAAFF, 2003; TOMITA, 2016).
Ossos da FalangeOssos do MetatarsoOssos do Tarso
Cabeça do
5º Metatarso
Tuberosidade
do 5º Metatarso
Osso
Cuboide
Tuberosidade
do Osso Cuboide
Tróclea
Fibular
Sulco do Tendão do
Músculo Fibular Longo
Seio do Tarso
(Sulco Talocalcâneo)
Tuberosidade
do Calcâneo
Corpo do
Calcâneo
Processo

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