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Semiótica e análise dos signos em Pierce No estudo geral dos signos Charles Sanders Peirce seria o pioneiro da ciência que é conhecida como "Semiótica", usando já este termo, que John Locke, no final do século XVII, teria usado para designar uma futura ciência que estudaria, justamente, os signos em geral. Para Peirce, o Homem significa tudo que o cerca numa concepção triádica (primeiridade, segundidade e terceiridade), estes os pilares que toda a sua teoria se baseia. Definimos assim estas bases: ● Primeiridade – categoria do “desprevenido”, da primeira impressão ou sentimento (feeling) que recebemos das coisas; ● Secundidade – categoria do relacionamento direto, do embate (struggle) de um fenômeno de primeiridade com outro, englobando a experiência analogística e ● Terceiridade – categoria de inter-relação de triplotermo; interconexão de dois fenômenos em direção a uma síntese, lei, regularidade, convenção, continuidade etc. O signo é algo que representa alguma coisa para alguém. Esse signo criará na mente da pessoa (receptor) um signo equivalente a si mesmo ou um signo mais desenvolvido. Este segundo signo recebe o nome de interpretante, e a coisa representada é chamada de objeto. Signo: ou “representamen” é toda coisa que substitui outra, representando-a para alguém, sob certos aspectos e em certa medida. Charles Sanders Peirce (1839-1914) A primeira tricotomia organiza os signos segundo as características do próprio signo, isto é, do representamen. O representamen foi dividido nas categorias de quali-signo, sin-signo e legi-signo. O quali-signo é uma qualidade sígnica, imediata, tal como a impressão causada por uma cor. É, na verdade, um pré-signo ou uma ante-materialidade sígnica de um signo. Tal qualidade apresentada num concreto qualquer, isto é singularizada ou individualizada, é já um sin-signo. Um sin-signo, por sua vez, pode gerar uma ideia universalizada – uma convenção substitutiva do conjunto que a singularidade representa – sendo assim um legi-signo.