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\ 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 MÓDULO 8: JÚRI, NULIDADES, RECURSOS E AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO TEMA 9 – AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO – HABEAS CORPUS 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 RESUMO Condições da ação e competência: Legitimidade ativa ad causam: Qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, pode impetrar habeas corpus, seja em seu próprio benefício, seja em favor de outrem (Nucci). No polo ativo, temos a figura do impetrante, o qual pode ser o próprio paciente. Ressalte-se a dispensabilidade do advogado para a impetração do habeas corpus (em que pese a importância para a elaboração da peça). Exige-se advogado apenas para interpor recurso ou para sustentação oral nos tribunais. Ministério Público pode impetrar em favor do indiciado ou acusado (CPP, art. 654). PESSOA JURÍDICA: Há duas posições: 1) Não pode ser paciente, pois não possui direito de locomoção – ficção jurídica (STF). No caso de crime ambiental, pode ajuizar somente mandado de segurança (Nucci). 2) Posição hoje dominante: Pode ser paciente em crime ambiental, desde que conjuntamente com pessoas físicas (STJ). A pessoa jurídica também pode ser impetrante em favor de pessoa física: STF, HC nº 79.535/MS. Contra: Pontes de Miranda. Exemplo: OAB, sindicato. Legitimidade passiva ad causam: Possui legitimidade passiva para a causa a autoridade coatora, podendo ser uma pessoa (juiz) ou um corpo estatal (Câmara de um Tribunal, CPI etc.). A autoridade coatora também pode ser um particular: diretor de hospital psiquiátrico em relação ao paciente, rufião em face da prostituta, dono de um estabelecimento ao impedir a saída de cliente em caso de dívida. Aula II – Condições da Ação e Competência 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Tal possibilidade (particular no polo passivo) decorre da eficácia horizontal dos direitos fundamentais (horizontalização dos direitos fundamentais), tese amplamente adotada pela doutrina e pela jurisprudência nos dias atuais. Interesse de agir: O interesse de agir na ação de habeas corpus, assim como nas ações em geral (civil e penal), cinge-se no trinômio utilidade, necessidade e adequação (binômio para alguns, que mesclam a utilidade e a necessidade da tutela almejada). Assim, para que haja interesse de agir (ou interesse processual), deve a ação constitucional de habeas corpus ser útil, necessária e adequada para fazer cessar a coação ou a violência ao direito de locomoção (tutela jurisdicional dessa espécie de ação). Exemplo de inadequação da via eleita do habeas corpus: existência de recurso cabível contra a decisão impugnada (ato coator), considerando que a demora comum no julgamento do recurso não cause prejuízo à parte, embora também haja a possibilidade de liminar em grau recursal. Se o recurso não for útil à tutela do direito de locomoção no caso concreto, será adequada a via processual do habeas corpus. Cessação do interesse de agir: Art. 659, CPP: “Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal, julgará prejudicado o pedido” caso de perda superveniente de objeto do habeas corpus. Possibilidade jurídica do pedido: Existência de um constrangimento qualquer à liberdade de locomoção, direta ou indiretamente (Nucci). Competência: Autoridade judiciária (hierarquicamente superior, se for preciso). - Competência territorial - Distribuição entre os juízes territorialmente competentes - Autoridade coatora: verificar se tem foro privilegiado Competência constitucional do STF: CF, art. 102, inciso I, alínea d (Presidente, Vice-Presidente, membros do Congresso Nacional, PGR, Ministros de Estado, membros de Tribunais Superiores etc.). Competência constitucional do STJ: CF, art. 105, inciso I, alínea c (Governadores, desembargadores, membros dos Tribunais de Contas dos Estados e DF etc.). Recurso ordinário constitucional (ROC): STJ ou STF, a depender da origem da decisão denegatória da ordem de HC. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 HC contra decisão proferida por magistrado no JECrim: competência da Turma Recursal (posição majoritária – Nucci). Evita decisões conflitantes em HC e apelação. Mas há quem defenda competência residual do TJ (minoritário). HC contra decisão proferida por Turma Recursal: Competência do STF (Nucci e antiga Súmula nº 690). Posição atual do STF: Competência residual dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais Regionais Federais (STF, HC nº 86.834-SP, rel. Marco Aurélio, j. 23.8.2006). LEITURA COMPLEMENTAR “Tenho que confessar que esta é uma coluna difícil para mim. E o motivo é simples: começa a ficar cansativo. Com alarmante frequência somos chamados a retomar lições consolidadas. Temos tanto a avançar e precisamos gastar energias defendendo o que deveria ser óbvio: a inadmissibilidade de violação de direitos e garantias fundamentais. É possível que o Supremo tenha ditado o tom, quando "redefiniu" o sentido de conceitos sedimentados como presunção de inocência e trânsito em julgado, para permitir a execução de pena privativa de liberdade com base em condenação de segunda instância, ainda que exista recurso pendente. Os sete ministros que produziram essa aberração brincaram alegremente com direitos fundamentais, como uma criança que destrói castelos de areia na praia: estabeleceram de forma anômala uma inaceitável presunção de culpabilidade no ordenamento jurídico brasileiro. E a história não termina aí, já que aparentemente uma "Caixa de Pandora" foi aberta: os pressupostos mais básicos de práticas punitivas minimamente respeitosas dos limites legais estão sendo dilacerados com espantosa velocidade. Magistrados de todos os recantos do país repentinamente adquirem confiança para ultrapassar a literalidade de leis e institutos e fazer do Direito um simples reflexo de sua subjetividade autoritária. (...).” Para a íntegra do texto, segue o respectivo link: A morte do remédio heroico: prisão decretada de ofício em habeas corpus JURISPRUDÊNCIA “COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS - DEFINIÇÃO. A competência para o julgamento do habeas corpus é definida pelos envolvidos - paciente e impetrante. COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS - ATO DE TURMA RECURSAL. Estando os integrantes das turmas recursais dos juizados especiais submetidos, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, à jurisdição do tribunal de justiça ou do tribunal regional federal, incumbe a cada qual, conforme o caso, julgar os habeas impetrados contra ato que tenham praticado. (...).” (STF, HC 86834/SP, Rel: Min. Marco Aurélio, j. 23.8.2006; Órgão Julgador: Tribunal Pleno); 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 9273 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 http://justificando.cartacapital.com.br/2016/06/10/a-morte-do-remedio-heroico-prisao-decretada-de-oficio-em-habeas-corpus/ “’Habeas corpus’. Impetração em favor de uma coletividade de cidadãos. Indeterminação subjetiva dos pacientes. Pessoas não identificadas. A questão dos pacientes anônimos. Inobservância do requisito fundado no art. 654, § 1º, ‘a’, do CPP. Consequente inviabilidade de utilização do ‘writ’ constitucional. Entendimento prevalecente na jurisprudência do STF. Magistério da doutrina. Ação de ‘habeas corpus’ de que não se conhece. – A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, tratando-se de pacientes anônimos, porque sequer identificados pela parte impetrante, firmou-se no sentido da inadmissibilidade do remédio de ‘habeas corpus’, pelo fato de revelar-se inviável, em face do que prescreve o art. 654, § 1º, ‘a’, do CPP, a utilização desse instrumento processual, quando ajuizado em favor de grupos caracterizados por sua indeterminação subjetiva. Precedentes. Doutrina.” (STF, HC 143704 MC / PR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 10.5.2017). “CRIMINAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. TRANCAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL. WRIT IMPETRADO EM FAVOR DE PESSOA JURÍDICA. IMPOSSIBILIDADE DE FIGURAR COMO PACIENTE. RECURSO DESPROVIDO. I. Hipótese na qual o recorrente sustenta a ausência de justa causa para a instauração do inquérito policial, pugnando pelo seu trancamento. II. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no sentido de que o habeas corpus não se presta para amparar reclamos de pessoa jurídica, na qualidade de paciente, eis que restrito à liberdade ambulatorial, o que não pode ser atribuído à empresa. III. Admite-se a empresa como paciente tão somente nos casos de crimes ambientais, desde que pessoas físicas também figurem conjuntamente no pólo passivo da impetração, o que não se infere na presente hipótese (Precedentes). IV. Recurso ordinário desprovido, nos termos do voto do Relator. (STJ, RHC 28.811/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 02/12/2010, DJe 13/12/2010). FONTE BIBLIOGRÁFICA TORON, Alberto Zacharias. Habeas corpus: controle do devido processo legal - questões controvertidas e de processamento do writ. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal comentado. 16ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. Notas aos arts. 647 a 667. ______. Habeas corpus. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 2013. p. 967-988. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal. 35ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 4. p. 635-692. BUSANA, Dante. O habeas corpus no Brasil. São Paulo, Atlas, 2009. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 MIRANDA, Pontes de. História e prática do habeas-corpus: direito constitucional processual comparado. 3ª ed. São Paulo: Bookseller, 2007. 2 v. GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antonio Magalhães; FERNANDES, Antonio Scarance; GOMES, Luiz Flávio. Juizados Especiais Criminais. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8
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