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TEMA 09 AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO HABEAS CORPUS Aula II Condições da Ação e Competência

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MÓDULO 8: JÚRI, NULIDADES, 
RECURSOS E AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO 
 
TEMA 9 – AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO – 
HABEAS CORPUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
Condições da ação e competência: 
 
Legitimidade ativa ad causam: 
Qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, pode impetrar habeas corpus, seja 
em seu próprio benefício, seja em favor de outrem (Nucci). 
 
No polo ativo, temos a figura do impetrante, o qual pode ser o próprio paciente. 
 
Ressalte-se a dispensabilidade do advogado para a impetração do habeas corpus (em que pese 
a importância para a elaboração da peça). Exige-se advogado apenas para interpor recurso ou 
para sustentação oral nos tribunais. 
 
Ministério Público pode impetrar em favor do indiciado ou acusado (CPP, art. 654). 
 
PESSOA JURÍDICA: 
 
Há duas posições: 
 
1) Não pode ser paciente, pois não possui direito de locomoção – ficção jurídica (STF). No caso 
de crime ambiental, pode ajuizar somente mandado de segurança (Nucci). 
 
2) Posição hoje dominante: Pode ser paciente em crime ambiental, desde que conjuntamente com 
pessoas físicas (STJ). 
 
A pessoa jurídica também pode ser impetrante em favor de pessoa física: STF, HC nº 79.535/MS. 
Contra: Pontes de Miranda. Exemplo: OAB, sindicato. 
 
Legitimidade passiva ad causam: 
Possui legitimidade passiva para a causa a autoridade coatora, podendo ser uma pessoa (juiz) ou 
um corpo estatal (Câmara de um Tribunal, CPI etc.). 
 
A autoridade coatora também pode ser um particular: diretor de hospital psiquiátrico em relação 
ao paciente, rufião em face da prostituta, dono de um estabelecimento ao impedir a saída de 
cliente em caso de dívida. 
 
Aula II – Condições da Ação e Competência 
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Tal possibilidade (particular no polo passivo) decorre da eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais (horizontalização dos direitos fundamentais), tese amplamente adotada pela 
doutrina e pela jurisprudência nos dias atuais. 
 
Interesse de agir: 
O interesse de agir na ação de habeas corpus, assim como nas ações em geral (civil e penal), 
cinge-se no trinômio utilidade, necessidade e adequação (binômio para alguns, que mesclam a 
utilidade e a necessidade da tutela almejada). 
 
Assim, para que haja interesse de agir (ou interesse processual), deve a ação constitucional de 
habeas corpus ser útil, necessária e adequada para fazer cessar a coação ou a violência ao direito 
de locomoção (tutela jurisdicional dessa espécie de ação). 
 
Exemplo de inadequação da via eleita do habeas corpus: existência de recurso cabível contra a 
decisão impugnada (ato coator), considerando que a demora comum no julgamento do recurso 
não cause prejuízo à parte, embora também haja a possibilidade de liminar em grau recursal. Se 
o recurso não for útil à tutela do direito de locomoção no caso concreto, será adequada a via 
processual do habeas corpus. 
 
Cessação do interesse de agir: Art. 659, CPP: “Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a 
violência ou coação ilegal, julgará prejudicado o pedido”  caso de perda superveniente de objeto 
do habeas corpus. 
 
Possibilidade jurídica do pedido: 
Existência de um constrangimento qualquer à liberdade de locomoção, direta ou indiretamente 
(Nucci). 
 
Competência: 
Autoridade judiciária (hierarquicamente superior, se for preciso). 
- Competência territorial 
- Distribuição entre os juízes territorialmente competentes 
- Autoridade coatora: verificar se tem foro privilegiado 
 
Competência constitucional do STF: CF, art. 102, inciso I, alínea d (Presidente, Vice-Presidente, 
membros do Congresso Nacional, PGR, Ministros de Estado, membros de Tribunais Superiores 
etc.). 
 
Competência constitucional do STJ: CF, art. 105, inciso I, alínea c (Governadores, 
desembargadores, membros dos Tribunais de Contas dos Estados e DF etc.). 
Recurso ordinário constitucional (ROC): STJ ou STF, a depender da origem da decisão 
denegatória da ordem de HC. 
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HC contra decisão proferida por magistrado no JECrim: competência da Turma Recursal (posição 
majoritária – Nucci). Evita decisões conflitantes em HC e apelação. Mas há quem defenda 
competência residual do TJ (minoritário). 
 
HC contra decisão proferida por Turma Recursal: Competência do STF (Nucci e antiga Súmula nº 
690). Posição atual do STF: Competência residual dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais 
Regionais Federais (STF, HC nº 86.834-SP, rel. Marco Aurélio, j. 23.8.2006). 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
“Tenho que confessar que esta é uma coluna difícil para mim. E o motivo é simples: começa a 
ficar cansativo. Com alarmante frequência somos chamados a retomar lições consolidadas. 
Temos tanto a avançar e precisamos gastar energias defendendo o que deveria ser óbvio: a 
inadmissibilidade de violação de direitos e garantias fundamentais. 
 
É possível que o Supremo tenha ditado o tom, quando "redefiniu" o sentido de conceitos 
sedimentados como presunção de inocência e trânsito em julgado, para permitir a execução de 
pena privativa de liberdade com base em condenação de segunda instância, ainda que exista 
recurso pendente. Os sete ministros que produziram essa aberração brincaram alegremente com 
direitos fundamentais, como uma criança que destrói castelos de areia na praia: estabeleceram 
de forma anômala uma inaceitável presunção de culpabilidade no ordenamento jurídico brasileiro. 
E a história não termina aí, já que aparentemente uma "Caixa de Pandora" foi aberta: os 
pressupostos mais básicos de práticas punitivas minimamente respeitosas dos limites legais estão 
sendo dilacerados com espantosa velocidade. Magistrados de todos os recantos do país 
repentinamente adquirem confiança para ultrapassar a literalidade de leis e institutos e fazer do 
Direito um simples reflexo de sua subjetividade autoritária. (...).” 
 
Para a íntegra do texto, segue o respectivo link: 
A morte do remédio heroico: prisão decretada de ofício em habeas corpus 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
“COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS - DEFINIÇÃO. A competência para o julgamento do habeas 
corpus é definida pelos envolvidos - paciente e impetrante. COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS 
- ATO DE TURMA RECURSAL. Estando os integrantes das turmas recursais dos juizados 
especiais submetidos, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, à jurisdição do tribunal de 
justiça ou do tribunal regional federal, incumbe a cada qual, conforme o caso, julgar os habeas 
impetrados contra ato que tenham praticado. (...).” (STF, HC 86834/SP, Rel: Min. Marco Aurélio, 
j. 23.8.2006; Órgão Julgador: Tribunal Pleno); 
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http://justificando.cartacapital.com.br/2016/06/10/a-morte-do-remedio-heroico-prisao-decretada-de-oficio-em-habeas-corpus/
“’Habeas corpus’. Impetração em favor de uma coletividade de cidadãos. Indeterminação subjetiva 
dos pacientes. Pessoas não identificadas. A questão dos pacientes anônimos. Inobservância do 
requisito fundado no art. 654, § 1º, ‘a’, do CPP. Consequente inviabilidade de utilização do ‘writ’ 
constitucional. Entendimento prevalecente na jurisprudência do STF. Magistério da doutrina. Ação 
de ‘habeas corpus’ de que não se conhece. – A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, 
tratando-se de pacientes anônimos, porque sequer identificados pela parte impetrante, firmou-se 
no sentido da inadmissibilidade do remédio de ‘habeas corpus’, pelo fato de revelar-se inviável, 
em face do que prescreve o art. 654, § 1º, ‘a’, do CPP, a utilização desse instrumento processual, 
quando ajuizado em favor de grupos caracterizados por sua indeterminação subjetiva. 
Precedentes. Doutrina.” (STF, HC 143704 MC / PR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 10.5.2017). 
“CRIMINAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. 
TRANCAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL. WRIT IMPETRADO EM FAVOR DE PESSOA 
JURÍDICA. IMPOSSIBILIDADE DE FIGURAR COMO PACIENTE. RECURSO DESPROVIDO. I. 
Hipótese na qual o recorrente sustenta a ausência de justa causa para a instauração do inquérito 
policial, pugnando pelo seu trancamento. II. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça 
consolidou-se no sentido de que o habeas corpus não se presta para amparar reclamos de pessoa 
jurídica, na qualidade de paciente, eis que restrito à liberdade ambulatorial, o que não pode ser 
atribuído à empresa. III. Admite-se a empresa como paciente tão somente nos casos de crimes 
ambientais, desde que pessoas físicas também figurem conjuntamente no pólo passivo da 
impetração, o que não se infere na presente hipótese (Precedentes). IV. Recurso ordinário 
desprovido, nos termos do voto do Relator. (STJ, RHC 28.811/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, 
QUINTA TURMA, julgado em 02/12/2010, DJe 13/12/2010). 
 
FONTE BIBLIOGRÁFICA 
 
TORON, Alberto Zacharias. Habeas corpus: controle do devido processo legal - questões 
controvertidas e de processamento do writ. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal comentado. 16ª ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2017. Notas aos arts. 647 a 667. 
 
______. Habeas corpus. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
 
PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 2013. p. 967-988. 
 
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal. 35ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 
4. p. 635-692. 
 
BUSANA, Dante. O habeas corpus no Brasil. São Paulo, Atlas, 2009. 
 
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MIRANDA, Pontes de. História e prática do habeas-corpus: direito constitucional 
processual comparado. 3ª ed. São Paulo: Bookseller, 2007. 2 v. 
 
GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antonio Magalhães; FERNANDES, Antonio 
Scarance; GOMES, Luiz Flávio. Juizados Especiais Criminais. 5ª ed. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2005 
 
 
 
 
 
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