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Princípios de Assepsia Cirúrgica Conceitos - Contaminação: entrada de microorganismos em algum objeto, material ou ambiente. - Infecção: Processo pelo qual ocorre invasão por microorganismos com ou sem doença manifestada. - Direta: Agente infeccioso é transmitido pelo profissional ou pessoal auxiliar, através das suas mãos ou instrumentos contaminados ao paciente, ou o paciente transmite ao profissional por meio de secreções orgânicas. - Cruzada: Agente infeccioso é transmitido de um paciente para outro através das mãos do profissional ou equipamentos e instrumental contaminada Infecção - Primária (uma pessoa com um vírus como um resfriado pode ter uma infecção bacteriana no peito, como bronquite) ou por intervenção cirúrgica Exógeno: - Fora do corpo do animal - Centro cirúrgico - Equipe cirúrgica - Materiais e instrumentos Endógeno: - Toda vez que mexe em órgãos cavitários tem que se forrar primeiro para depois expor o órgão (ex- intestino, útero, vesícula) no caso de vasar algo não cair dentro da cavidade abdominal - Contaminação endógena= piometra Classificação das Feridas Operatórias: Limpa: - Ferida limpa= manobra eletiva (cirurgia sem emergência)- castração= cirurgia limpa - Sem falha na técnica asséptica - Sem inflamação aguda - Sem contato com trato gastro intestinal, urogenital e respiratório - Tudo que entra no organismo por via externa e contaminante. Ex: vesícula urinária tem contato com o externo através das partes genitais ligados pela uretra Limpa contaminada: - Acesso ao trato gastrointestinal, urogenital e respiratório, sem contaminação (não houve queda de liquido do intestino ou da vesícula urinaria caindo na cavidade abdominal) - Cirurgia de fratura sem contato com meio esterno, mas a pele foi machucada - Pequena falha na técnica asséptica Contaminada: - Fratura exposta= ostiomielite - Fratura traumática recente (- 4 horas) - Derramamento de trato gastrointestinal, urogenital - Grande falha na técnica asséptica Suja: - Ferida traumática (+4 horas) - Presença de corpos estranhos - Vísceras perfuradas * Caso de útero que estourou com filhote macerado * Ocitocina (promove contrações uterinas)- tempo de ação 10 min. Muito usado irregularmente, pois se a cadela está com filhote preso na passagem usar a ocitocina vai piorar o estado da cachorra - Infecção bacteriana aguda ou pus - Risco iminente de morte - Extremamente contaminado - Tecidos limpos para acesso contaminado • Um abcesso tira o tecido necrosado e tecido limpo em volta - Se não tiver um tecido viável e sadio não vai receber cel de defesa para combater a infecção • Provocar isquemia provoca infecção Tempo de exposição tecidual interfere na infecção cirúrgica: - O risco de infecção dobra a cada hora em que a ferida fica exposta na sala cirúrgica= mais tempo aberto mais exposição a bactérias - Em toda cirurgia é usado antibiótico nos animais, pois o animal não tem a consciência que ele realizou uma cirurgia e esta com pontos e precisa ficar em repouso a partir do momento em que não sentir mais dor. Lesão tecidual, redução da irrigação sanguínea local e presença de material estranho inibem mecanismos locais de defesa e contribuem para o desenvolvimento de infecção. - Corpos estranhos: material de sutura, drenos, implantes ortopédicos potencializam as infecções. - Traumatismos, espaços mortos e variações de perfusão tecidual produzem hipóxia, reduzindo a ação leucocitária * Espaço morto- área abaixo da epiderme que tem um vão e o organismo preenche com liquido que é a forma mais rápida. Traumatismo causa muito espaço morto - Na cirurgia fazer o ponto na fáscia lata da musculatura ligando a epiderme para não criar um espaço morto. Terminologia Infecções cirúrgicas- podem acontecer ate 30 dias de pós operatório • Implantes- até 1 ano pós cirúrgico. Pinos, placas, fixador externo (atravessa o osso de um lado para o outro- corpo rejeita) • Solução de continuidade (corte na pele)- ferida superficial ou profunda Assepsia: ausência de bactéria em tecido vivo - Prevenir a contaminação de tecidos durante a intervenção cirúrgica, evitando, dessa forma, a infecção da ferida - Conjunto de procedimentos e cuidados na limpeza do animal • Sem contaminação Esterilização: ausência de patógenos em estruturas não vivas Desinfecção: diminuir ao máximo microrganismos, mas não acabar- desinfecção de aparelhos Antissepsia: tirar as bactérias e microrganismos em sua maior quantidade utilizando produtos químicos • Mãos e braços do cirurgião durante preparação cutânea Esterilização: - Elimina completamente microrganismos, incluindo bactérias, vírus e esporos sobre os objetos: • Avental cirúrgico, compressas, instrumental, pano de campo..) • Uso de métodos físicos ou químicos Desinfecção: - Destruição de grande parte dos microrganismos patogênicos presente no ambiente cirúrgico • Mesa, janela, piso, paredes, aparelhos Prevenção das Infecções Cirúrgicas 1- Seleção e preparação do paciente cirúrgico: deixar o animal limpo 2- Preparação da equipe cirúrgica 3- Preparação do material e equipamentos cirúrgicos 4- Preparações das instalações cirúrgicas- - Técnica operatória adequada e correto pós operatório Esterilização: - Calor seco – estufa - Calor úmido – autoclave - Gás – formaldeído, óxido de etileno - Imersão – metanal-etanol, aldeído glutárico - Radiação – raios gama - Filtragem – filtros com microporos Germicidas: - Antissépticos e desinfetantes Equipe cirúrgica: - Banho - Roupas - Mãos e antebraços Paciente: - Tricotomia - Antissepsia Ambiente hospitalar: - Área crítica - Área semicrítica - Área não crítica Paciente - História clinica e exame físico completo - Avaliações laboratoriais - Defesas do hospedeiro devem ser corrigidas: • Desidratação, anemia, imunodeficiência - Diminuição da defesa do hospedeiro • Leucopenia • Desnutrição • Traumatismos • Queimaduras • Neoplasias • Idade • Tecidos necrosados • Corticoides em excesso • Diabetes mellitos - Se atentar ao fluxo sanguíneo e oxigenação - Depois da anestesia acontece escapatória de fezes e urina devido o relaxamento do esfíncter - Jejum • Filhote não pode fazer jejum pois desidratam rápido e perdem temperatura rápido • Tempo de jejum o Pequeno: 8 horas o Médio: 10 horas: o Grande: 12 horas o Gigante: 14 horas • Neonato só pode ser operado no intervalo das mamadas Classificação do estado físico: - Base para escolher o tipo de anestesia a ser usada - Desfavorável: animal com torção gástrica a mais de 24 horas Profilaxia quanto ao paciente: • Flora bacteriana residente (Staphylococcus epidermides, Corynebacterium spp., Micrococcus spp., Pityrosporum spp., etc) • Superfície pelo e pele, interior de folículo piloso, gld. sebácea, camadas corneificadas pele e subcutâneo • Flora bacteriana transitória (Staphylococcus aureus, Streptococcus, spp., Escherichia coli, etc) - Banho prévio - Tosa - Tricotomia (remoção dos pelos)- controle bacteriano • Raspar o pelo para o degermante entrar nos folículos - Transporte - Posicionamento do paciente - Antissepsia - Colocação dos panos de campo Antissépticos - Degermante Clorexidine 4% - Degermante PVPI 10% - Tintura de iodo 2% - Álcool isopropílico a 90% - Álcool etílico a 70% - Antissepsia da pele - Antissepsia prévia - Antissepsia definitiva - Antissepsia das mucosas * Começou a limpeza com o degermante clorexidine vai terminar a limpeza com degermante alcoólico * Começou a limpeza com o degermante PVPI, termina com iodo *Não pode misturar degermanteclorexidine com PVPI, pois um inibe a ação do outro * Antissepsia previa: feito com animal anestesiado enquanto o veterinário paramenta Com gaze estéril, embebida em solução antisséptica, atingindo toda área tricotomizada, começando sempre pelo local proposto para incisão e terminando nas margens da área tricotomizada (do centro para periferia) - Sempre em movimento contínuos, nunca retornando com a gaze da periferia para centro - Repetir com o sabão degermante até gaze sair sem sujidades - Após isso fazer a mesma sistemática com a solução alcoólica Campos cirúrgicos: - Pode ser de tecido (reutilizável) ou descartável (sintético ou adesivos), sempre estéril - São responsáveis por isolar a área a ser operada e já estéril de outras partes contaminadas - É utilizado no paciente e na mesa de instrumentação - Pode ser usado mais de um formando um quadrante ou isolado na forma fenestrada Colocação do pano de campo: - Inicia-se sua colocação após preparação da pele do paciente por um integrante da equipe estéril - São colocados 1 a 1 formando um quadrante ao redor da área desejada, totalizando 4 panos cirúrgicos) - Prendê-los com pinças (pinça de backhaus- perfura a pele) e não movimentar mais p/ não carrear bactérias - Hoje em dia mais utilizada a sutura para prender o pano na pele Retirada dos panos: - Proteção e umidificação do campo operatório. - Irrigação e sucção - Descarte de instrumentos e materiais contaminados. Equipe Cirúrgica: - Todos paramentados (roupão ou avental) - Luvas cirúrgicas - Anestesista não precisa estar paramentado, mas precisa estar com pijama cirúrgico e máscara - Realizar assepsia das mãos, antebraços e cotovelos - Luva furada deve ser realizada a troca na hora: se tiver mexido no intestino também faz a troca de paramentação • Cirurgião • Auxiliar • Instrumentador • Anestesista- acaba sendo um volante • Volante Vestimenta Cirúrgica: - Pijama cirúrgico (Uso exclusivo do centro cirúrgico); calça e camiseta - Gorro - Máscara - Pró-pé - Todas acima independente da sua função no centro cirúrgico - Luva - Avental cirúrgico (cirurgião, auxiliar e instrumentador) - Só paramenta quem participa da cirurgia Preparação Cutânea: - Indicado para cirurgião, auxiliar e instrumentador - Visa a escovação das mãos e antebraços para antissepsia com uso de escova, sabão e/ou detergentes antissépticos. - Objetivo: remoção mecânica da sujeira, redução da carga bacteriana transitória (oriundas do ambiente e das membranas mucosas), redução da carga microbiana residente (que faz parte da flora normal) e impedir a multiplicação desses microrganismos residentes por um determinado tempo - Propagação de bactérias é maior no período de 30 a 90 min. após banho e começa a diminuir, normalizando-se após 2 horas - Principais características dos antissépticos: ação rápida, largo espectro de ação, não irritante, ação bacteriostático eficiente Disposição da Equipe Cirúrgica: - Cirurgião destro sempre do lado direito da mesa - Em sua frente sempre o auxiliar - Cranial ao animal; anestesista e volante - Caudal ao paciente; instrumentador Materiais e Equipamentos: - Limpeza e esterilização dos materiais cirúrgicos - Enrolar o material em pano de campo - Caixa fechada só pode colocar na estufa - Fitas de esterilização - Material cirúrgico limpos e livres de sujidades antes de serem embalados - Rigorosa limpeza após seu uso, remover sangue, restos teciduais, coágulos, - Métodos de limpeza: manual, lavador automático e ultra-som - Manual: com escova de cerda dura e detergente Esterilização: Físicos: - Calor: estufa ou autoclave - Filtração e radiação: agulha, fio, compressa de gaze Químicos: - Desinfetantes: óxido de etileno, peróxido de hidrogênio, formoldeído, e B- propiolactona Físicos: Esterilização pelo calor: - O calor tanto seco (estufa- desgasta mais o material, mais tempo, risco de queimar pela alta temperatura) quanto úmido (mais eficiente, mata mais com um tempo e temperatura menores), leva a morte dos microrganismos pela desnaturação ou destruição das proteínas celulares, mas, quando a umidade está presente, a morte ocorre em uma temperatura mais baixa e em menor intervalo de tempo, pois umidade acelera o processo de desnaturação - Vapor d'água sob pressão: • Utiliza-se autoclave • Mais confiável e utilizada hoje em dia • Alto poder de penetração • Eficiência antimicrobiana • Baixo custo - Vapor quente produzido pelo aquecimento da água destrói microrganismos pela coagulação e desnaturação das proteínas celulares - Vapor quente é mantido sob pressão p/ atingir temperatura mais elevada - Precisa haver contato direto do material com o vapor - Vapor penetra no pacote e aquece o material através da condensação e por isso fica levemente umedecido - Grau cirúrgico: embalagem dos materiais, colocado na autoclave, com o lado de papel para cima e lado de plástico para baixo - Caixa de material ou perfurada ou aberta - Não super lotar pois não haverá circulação de vapor adequada - Após ligar autoclave contagem do tempo começa quando se atinge a temperatura desejada - Relação tempo/ temperatura é de 20-30min. A 120 a 130C - Utiliza-se água deionizada no processo: não estraga o material cirúrgico - Para verificar eficácia utiliza-se indicadores que sofrem alteração física/biológica em relação resposta a combinação tempo/temperatura= fitas autoclave: cor da fira muda com a esterilização Corrente de ar quente: - Estufa; calor seco • Método antigo e ultrapassado • Material submetido a uma temperatura de 180-200C por 30 min. • Mais usado na esterilização de vidrais ou materiais de difícil penetração vapor (vaselina, gorduras, óleos) Radiação ionizante: - São radiações de pequeno comprimento de onda, de altíssima energia e penetrabilidade - Utilizada p/ material cirúrgico descartável (fio, agulha, seringa, aventais, luvas...) - Elevado custo e restrita ao uso comercial Químicos: - Esterilização ocorre por contato direto com algum produto químico: • Formol • Glutaldeído: 20 min e o material está esterilizado Gás: - Material é exposto ao gás dentro de uma câmara - Mais utilizado é o óxido de etileno (se dá por alteração no DNA, onde ocorre mutação das células) Química a frio: - Material submerso em uma solução química - Tempo varia de acordo com o químico - Maioria não elimina esporos e vírus - Não recomendada para material cirúrgico - Recomendado p/ material odontológico, remoção de pontos cutâneos, cateter, material anestésico Profilaxia- sala de cirurgia: - Sala de cirurgia contaminada (piotórax, fístulas perianais, torção gástrica, piometra, odonto...) - Sala de cirurgia estéril (ortopedia, cirurgias de tórax, abdômen, sem contaminação prévia existente) - Diminuir infecção hospitalar - Limpar com amônia - Centro cirúrgico deve ter azulejo nas paredes Rotina diária de limpeza: - Limpeza superficial dos equipamentos (monitor, bisturi elétrico, anestesia) - Móveis (mesa, bancadas, calhas, suporte soro) - Tecido umedecido com desinfetante p/ móveis e equipamentos e esfregão no chão com desinfetante Após última cirurgia do dia: - Realizar troca dos sacos plásticos de lixo - Limpeza e desinfecção mais completa dos equipamentos, móveis e sala, incluindo janelas e portas
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