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FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO - O envelhecimento é caracterizado por alterações previsíveis, progressivas, associadas ao aumento da suscetibilidade para muitas doenças. - Senescência – são as alterações fisiológicas normais do processo de envelhecimento - Senilidade – é processo patológico do envelhecimento, caracterizado por desgaste celular. - Por volta dos 25 anos já podamos observar modificações na composição corporal, diminui celularidade e reduz função dos órgãos continuamente. - Diminuição da água intracelular – desidratado fisiologicamente · Cuidado com fármacos hidrossolúveis, como a digoxina (maior concentração, risco de intoxicação) - Musculatura diminuindo, especialmente fibras tipo II, de contração rápida · Força muscular diminui – na 8ª década de vida 40% menor quando comparada com a 2ª década - Aumento proporcional de gordura em torno da cintura pélvica · Fármacos lipossolúveis aumentam o tempo de ação, principalmente aquelas de ação central. PELE - Pele seca e espessada – diminuição das glândulas sebáceas (seca), e papilas dérmicas menos profundas (espessada) · Há uma menor junção entre epiderme e derme, o que facilita a formação de bolhas e predispondo lesões. - O que contribui para aumento da incidência de CA de pele? · Os melanócitos diminuem de 8-20% por década após os 30 anos, e associado ao alentecimento da reposição de células da epiderme. Essa pele fica muito mais predisposta à exposição de raios UV (maior), além de uma redução das células de Langerhans (células mediadoras da reposta imunológica na pele). - Como é a derme do idoso? · Observa-se menor número de fibras elásticas e colágenas, o que leva a uma perda da resiliência e à formação de rugas. Além de uma diminuição da vascularização, o que justifica a palidez e diminuição da temperatura da pele. · Aumento da frequência de dermatites. - Como deve ser feita a higiene da pele nos idosos? · A pele tem seu próprio ecossistema, que inclui microrganismos (bactérias e leveduras), e não deve ser removido. A limpeza da pele deve ser feita somente nos locais com odor, como face, orelhas, pescoço, axilas, períneo e pés. - Medicamentos pela via transdérmica (patch) possibilita a aplicação de agentes terapêuticos de forma indolor e com poucos efeitos adversos PÁLPEBRAS - Limitação do campo visual lateral – flacidez das pálpebras superiores Dificulta ver objetos ao seu lado - Infecções oculares – ocorre por um lacrimejamento incomodativo que obriga o idoso a levar mais vezes as mãos (nem sempre limpa) aos olhos. · Esse lacrimejamento, ocorre devido a flacidez nas pálpebras inferiores que desloca o orifício de entrada do canal lacrimal. · Embora, o idoso tenha uma diminuição da secreção lacrimal - “Sacos/bolsas” infraoculares – ocorrem pela herniação da gordura orbitária para dentro do tecido palpebral por uma atrofia da fáscia palpebral. · Há tratamento cirúrgico - Ptose senil – atrofia da aponeurose do músculo elevador da pálpebra, o que acaba cobrindo a pupila. · Lentidão ao olhar - acidentes FÂNEROS - Dificuldade de termorregulação – diminuição do número das glândulas sudoríparas associado a diminuição de vasos sanguíneos da derme e da espessura do tecido subcutâneo. - Glândulas sebáceas mantém o número constante, o tamanho aumenta pela liberação de gordura e a produção de cera diminui - Embranquecimento dos cabelos – perda progressiva de melanócitos nos bulbos capilares - Corpúsculos de Pacini (sensação de pressão e vibração) e Meissner (estímulos táteis) – diminuem · Predispõe a lesões e diminui a destreza para certos movimentos com as mãos - Crescimento longitudinal das unhas diminui – mais quebradiças e frágeis MUSCULATURA - Entre os 20 e 90 anos, a massa muscular diminui quase 50%, e a força muscular que é máxima aos 30 anos sofre uma perda de 15% por década a partir dos 50 anos. - Perda de força muscular – é uma perda tanto em número quanto volume de fibras · 30% por década aos 70 anos · 50% por década aos 80 anos - A força muscular do diafragma sobre pouca alteração, mas a força da panturrilha diminui significativamente ao longo dos anos. - Associação entre os níveis baixos de vitamina D e fraqueza muscular · Suplementação de vitamina D traz benefícios na força muscular quando os níveis de vitamina estão abaixo de 20 ng/ml. - A atividade física, independentemente da idade, aumenta a força e a velocidade muscular, além de prevenir perda óssea, quedas, hospitalizações e melhorar a função articular. · Até os mais frágeis indivíduos podem melhorar seu desempenho com intervenções na atividade física - Regularidade dos exercícios físicos diminuem fatores de risco para doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de câncer. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES - O coração é um órgão autorregenerativo, no coração normal morrem por apoptose diariamente cerca de 3 milhões de miócitos, e é reposto 18 vezes (ao longo da vida), independente de doenças cardíacas. - O coração idoso ocorre perda progressiva dos miócitos, pelo declínio progressivo da habilidade de duplicação das células tronco cardíacas. - O que altera? · Aumento do volume celular · Diminui a capacidade contrátil – atrofia das células contráteis · Aumento do coração · Redução progressiva do número de células do nódulo sinusal · Perda de fibras na bifurcação do feixe de His · Arritmias cardíacas - Morfologia hipertrofia cardíaca – câmaras cardíacas dilatadas e coração senil, embora atrofia do número de células. - Mantidas com o envelhecimento? · Contratilidade miocárdica? (livro se contradiz) · Fluxo sanguíneo coronariano · Vasoconstrição alfa-adrenérgica mediada · Controle do sistema nervoso autônomo · Barorreflexos cardiopulmonares Estrutura cardíaca - Hipertrofia do ventrículo esquerdo, o que aumenta a Pressão Arterial dependente da idade · Aumento de 1g/ano em homens e 1,5g/ano em mulheres - Volume Diastólico Final diminui somente em mulheres, e não está relacionado com a idade - Aumento no número e espessura das fibras colágenas presentes no miocárdio. - Idosos muito velhos, devido ao extremo sedentarismo, pode ter uma diminuição da massa ventricular esquerda - Proteína amiloide em 50% dos pacientes acima de 70 anos Estrutura arterial - Aumento da rigidez da parede arterial é um fenômeno universal e contribui para muitas alterações do sistema cardiovascular. · Esse aumento ocorre na camada média, a rigidez da íntima está mais associado à aterosclerose. · Aumenta rigidez, as artérias aumentam de diâmetro e de espessura. - Após 60 anos, a elasticidade está bem diminuída, o que aumenta a impedância do fluxo (capacidade de resistir ao fluxo) sanguíneo durante a sístole. · Aumento da velocidade da onda de pulso aórtico · Diminui a pressão diastólica - Cuidado com a curva J – como a pressão diastólica está diminuída, a perfusão coronariana (durante a diástole) pode estar prejudicada quando prescrevemos anti-hipertensivos. Parâmetros funcionais - A frequência cardíaca (equilíbrio entre inervação simpática e parassimpática) máxima durante o exercício diminui com o avanço da idade · FCmáx=220 – Idade · Diminuição na resposta do sistema cardiovascular a estimulação beta-adrenérgica · Liberação compensatória de catecolaminas plasmáticas durante exercícios físicos, com resposta tímida de aumento do VDF. - Fração de ejeção ventricular esquerda em repouso não está alterada no idoso saudável, porém em resposta ao exercício ela está diminuída em relação ao adulto jovem. · Piora do enchimento ventricular esquerdo com maior compensação da sístole atrial · Esses mecanismos explicam o porque uma FA pode precipitar uma IC em idosos com a presença de B4, um achado normal no exame físico de idosos >75 anos em ritmo sinusal. SISTEMA NERVOSO Alterações estruturais - A diferença do tamanho do cérebro entre indivíduos adultos e idosos tem pequeno significado funcional. · Vol. Cérebro cai ~7cm³/ano após 65 anos · Maior perda em lobos frontal e temporal, e perda maior da substância branca (axônios) do que cinzenta (corpo celular). · FSC diminui heterogeneamente de 5-20%com deterioração dos mecanismos que mantém o FSC com flutuação da PA. · Perda do volume cerebral de 2-3% por década após os 50 anos, e peso diminui 8% comparado ao peso máximo quando adulto. - Perda neuronal (inflamação e/ou isquemia – apoptose) é mais evidente em neurônios maiores no cerebelo e no córtex cerebral. Assim como pode ter perdas no(a/os/as): · Locus ceruleus – neurônios colinérgicos · Substância nigra – neurônios dopaminérgicos · Hipocampo – neurônios colinérgicos - No hipotálamo, ponte e medula a perda é mínima - Com envelhecimento há diminuição das sinapses, e a perda é maior que a formação. · Em decorrência da plasticidade cerebral pode ocorrer aumento da densidade dos dendritos, assim como seu prolongamento, como uma reação de manutenção da função. · Demência – perda dendrítica é acentuada e progressiva, diminuindo a plasticidade e dinâmica dos processos cerebrais. - O que é a gliose? Envolve o sistema imune? · Em resposta a um dano neuronal, as células da glia aumentam, como um estado compensatório protegendo a função neuronal e plasticidade. A gliose é o acumulo dessas células da glia. · Por outro lado, as células da micróglia (“glóbulos brancos do SNC”) permanece sem mudanças. - O que é a Leucoaraiose? · É a perda dos axônios e redução da mielina que recobre esses axônios, o que rarefaz a substância branca periventricular no exame de ressonância magnética. - Tomografia por emissão de pósitrons (PET) – demonstra o metabolismo cerebral, associadas ao envelhecimento, como a diminuição do metabolismo da glicose nos lobos temporais e em outras áreas. - Envelhecimento normal – enovelados neurofibrilares e placas senis, menos intensa que na doença de Alzheimer. - Perda da sensação vibratória, tato e dor, assim como disfunção autonômica (reatividade pupilar, regulação térmica e controle vascular cardíaco e periférico) devido as mudanças: · Células do corno anterior da medula diminuem · Mudança dos nervos periféricos e musculatura · Redução da mielina nos nervos sensoriais - Cognição deteriorada – menor destreza em mov. finos e problemas com a memória recente. Alterações bioquímicas - Acetilcolina reduz síntese e liberação - Dopamina diminuída · L-DOPA pode levar a melhora do desempenho de tarefas cognitivas - Alteração do equilíbrio entre neurotransmissores e peptídeos de ação · O desequilíbrio dessas substâncias ocorre anos antes da detecção clínica da doença Alterações metabólicas e circulatórias - Alterações · Diminuição tanto da água extracelular quanto intracelular; · Lentidão da síntese proteica; · Aumento na oxidação das proteínas e glicosilação; · Aumento intraneural de emaranhados neurofibrilares; · Diminuição da síntese lipídica pela variação dos substratos lipídicos; · Alteração na membrana lipídica e condução nervosa; · Alterações circulatórias – aterosclerose; · Diminuição do FSC; · Diminuição da utilização de glicose; - Oxidação anaeróbica da glicose – produção de energia - Na presença de aterosclerose, o fluxo sanguíneo é reduzido e o cérebro, para se proteger, extrai mais oxigênio do sangue. - Isquemia, hipóxia e hipoglicemia – ativação de receptores de glutamato (morte neuronal) - Aumento da permeabilidade da BHE com a idade, o que facilita o processo de demência Alterações cognitivas e comportamentais - A velocidade de processamento e a função executiva diminuem com a idade, especialmente após os 70 anos. · Fluência verbal comprometida após os 70 anos Marcha, postura e equilíbrio - Controle da marcha e do equilíbrio, Instabilidade postural é um dos gigantes da geriatria. - Menor balanço dos braços e passos menores, movimento do corpo em bloco e rigidez · Base alargada, retificação da coluna cervical (certo grau de cifose torácica), flexão do quadril e joelhos. · Pode lembrar a marcha Parkinsoniana - Exercícios físicos regulares são formas de driblar as modificações impostas pela natureza - Papel da Vitamina D na força muscular Sono - Há tendência em dormir mais cedo e acordar mais cedo - Queixas de insônia, sonolência diurna, despertares noturnos e sono pouco reparador · REM – não se altera · NREM – aumenta os estágios 1 e 2 (facilidade no despertar) e diminui os estágios 3 e 4 (os períodos do sono profundo) - Períodos de apneia no sono REM – mais frequente em idosos, em especial homem idoso e obeso. · Arritmias cardíacas e hipertensão pulmonar - Ronco – 60% dos homens e 45% das mulheres roncam frequentemente após os 60 anos. - Síndrome das pernas inquietas – desconforto sentido a cada 30 segundos durante uma grande parte da noite. - Secreção da melatonina pela hipófise está baixa em idosos. Memória - Áreas responsáveis pela memória – hipocampo, tálamo, córtex temporal, frontal e pré-frontal e cerebelo. - Excesso de glutamato – acúmulo de radicais livres e consequente degeneração neuronal - Memórias reflexa medular, sensorial e implícita pouco se alteram com o envelhecimento · A memória episódica começa a diminuir por volta dos 30 anos e declina, progressivamente. · Memória semântica (recordação de nomes, palavras e memória espacial) pode ser mantida por toda a vida. SISTEMA RESPIRATÓRIO Alterações morfológicas no tórax e nos pulmões com o envelhecimento - Pulmões se tornam mais volumosos, os ductos e bronquíolos se alargam e os alvéolos se tornam flácidos com perda de tecido septal · Aumento de ar nos ductos alveolares e diminuição do ar alveolar · Consequência – piora da ventilação e perfusão · Enfisema senil – perda do tecido de suporte das vias respiratórias periféricas, diminuindo a elasticidade alveolar. Respiração - Inspiração e expiração da mesma forma no adulto · Inspiração – intercostais externos · Expiração – intercostais internos - A maioria dos músculos sofrem um certo grau de sarcopenia, por isso a função pulmonar pode piorar em algumas pessoas · Diminuição da força e resistência da musculatura respiratória - Tosse menos vigorosa · Função mucociliar lenta – facilita instalação de infecções - A partir dos 25 anos a VO2 máxima diminui 5ml/kg/min/década - Tórax se torna enrijecido devido às calcificações das cartilagens costais e os pulmões distendidos pela diminuição da capacidade de retorno pós-distensão das fibras elásticas. · Volume pulmonar e capacidade ventilatória caem · Capacidade vital pode diminuir 75% entre a 7ª e a 2ª década, enquanto o volume residual aumenta em torno de 50%. - Inadequada oxigenação do sangue, com a PCO2 inalterada. Surfactante - A produção está diminuída nos idosos, permite colabamento na expiração resultando em atelectasias · O surfactante tbm tem função de proteção · (O próprio livro traz umas informações meio soltas): Não há relatos de alterações quantitativas ou qualitativas de surfactante pulmonar nem de suas células produtoras (células claras e alveolares tipo II) com o envelhecimento (Janssens (et al., 1999; Oyarzún, 2009). - Há aumento da permeabilidade pulmonar, podendo levar ao edema pulmonar - Apesar disso, a maioria dos idosos é capaz de levar uma vida normalmente ativa. SISTEMA HEMATOPOÉTICO - O processo de envelhecimento é mais lento nas células hematopoéticas, reserva de células pluripotenciais poupada e função da medula óssea não se modificam. - Por volta dos 70 anos a celularidade da medula óssea no osso ilíaco é 30% menor que no adulto jovem · A contagem celular no sangue periférico é mantida Multiplicação celular - Potencial proliferativo da maioria das células-tronco hematopoéticas é limitado e diminui com o envelhecimento. - Leucemia secundária ao transplante de MO – uma vez que a célula entra no ciclo de divisão, a tal se torna mais suscetível a mutações por redução na fidelidade de reparo do DNA. - Perda de telômero começa no adulto jovem e progride com o envelhecimento. - Síndrome de Werner – alterações precoces do envelhecimento, com encurtamento do telômero. Eritropoiese - Observa-se uma mudança do perfil hematológico, sugerindo uma exaustão das células-tronco hematológicas pluripotenciais, o que torna os idosos mais suscetíveis à anemia. - Aumento da produção de radicais livres – deformaas hemácias (função e integridade de membrana) e as retira da circulação. · Acelera a produção pela MO, numa tentativa de reparar o dano. - Principais moduladores hormonais da eritropoese são a eritropoetina (EPO), testosterona e interleucina (IL)-3 – não há diferença na pop. Idosa · A secreção da EPO em resposta à anemia por ferropenia está diminuída - Citocinas pró-inflamatória (IL-6) aumentam com o avanço da idade, reduzindo a resposta das células-tronco. · Há maior produção de IL-6 pelos monócitos, células T, células endoteliais e células ósseas. - Número de plaquetas não se altera com o envelhecimento, mas o fibrinogênio, os fatores V, VII, VIII e IX, o cininogênio de alto peso molecular, D-dímero e a pré-calicreína aumentam. - Envelhecimento um estado pró-coagulante – fator de risco importante para TVP SISTEMA URINÁRIO - Perda do tecido renal após os 50 anos, com formação de tecido gorduroso e fibrose que se inicia no córtex renal – piora filtração renal. - A função renal começa a diminuir de maneira progressiva, chegando a sua metade aos 85 anos · 60 anos – rim pesa 250g · 70 anos – rim pesa 230g · 80 anos – rim pesa 190g - Com a queda do peso, ocorre uma diminuição do fluxo plasmático de 600ml/min para 300ml/min. · Compensatoriamente, há um aumento de prostaglandinas (vasodilatadoras), que de certo modo contribuem para lesão renal, sobretudo naqueles que fazem uso de AINE. - Rim afetado – lesões direta no néfron ou indiretamente por DCV · Cuidado com administração de medicamentos, o declínio da função renal pode levar a intoxicações Função renal - O ClCr não é uma medida precisa em idosos, pois a creatinina é uma proteína muscular e sua produção está diminuída, já a sua secreção tubular aumentada, o que faz com que a creatinina plasmática permaneça estável a despeito da diminuição da filtração glomerular. - As mulheres têm 10% menos que os valores encontrados nos homens. O clearance da creatinina para mulheres é o ClCr para os homens multiplicado por 0,85. · Massa Magra Corporal (MMC) é calculada do seguinte modo: · Homens = 50 kg + 2,23 kg por cada 2,54 cm acima de 152,4 cm · Mulheres = 45,5 kg + 2,3 kg por cada 2,54 cm acima de 152,4 cm - Essas fórmulas de TFG devem ser avaliadas com mais cautela em idosos, especialmente aquelas com 90 anos ou mais · Se houver necessidade – prova de função renal pela prova da cistatina C. Alterações das funções glomerular e tubular - Sob estresse como infecção ou dieta rica em proteína, a TFG piora, aumentando a permeabilidade celular com perda de proteína bem maior que os traços normalmente observados na urina. - Pessoas idosas perdem a habilidade de concentrar ou diluir a urina, o que as torna incapazes de equilibrar o organismo diante uma desidratação ou sobrecarga hídrica. · Isso ocorre devido à uma diminuição da resposta do túbulo coletor ao ADH (resistência ao ADH) - Para manter o rim adequadamente funcionando, o rim idoso deve ingerir 2,5 a 3 litros/dia – um problema devido ao medo da incontinência. - Idosos mais propensos à hiponatremia e hipopotassemia quando em dietas restritivas ou em uso de diuréticos. - Poliúria noturna – eliminação de água e eletrólitos mais pela noite, ocorre por: · Diminuição da capacidade renal de concentração e conservação do sódio, assim como alteração da função do SRAA. - Redução da acidificação da urina e piora da excreção de cargas ácidas – fator contribuinte para nefrotoxicidade induzida por medicamentos e contrastes IV, diminuição da hidroxilação da vita.D e regulação do SRAA. - Produção de eritropoetina em resposta à hemoglobina não parece sofrer alterações SISTEMA ENDÓCRINO Tireoide - T4 e T3 estão em níveis normais baixos, e TSH normais altos · Diminuição dos hormônios tireoidianos, com conversão de T4 em T3 sugere uma ação protetora contra o catabolismo, levando à diminuição da TMB. · Enquanto o TSH elevado e T4 normal se deve à manutenção da imunorreatividade do TSH. · Aumento progressivo do tecido adiposo, metabolicamente menos ativo que a massa magra, diminui a demanda por hormônio. - O efeito calorigênico diminui com o aumento da idade, aumentando a suscetibilidade de hipotermia em idosos. - Aumento do colesterol sérico, assim como das lipoproteínas de baixa densidade, durante o envelhecimento, deve-se ao declínio da função tireoidiana. Paratireoide - Diferenças étnicas e de gênero · Mulheres negras e asiáticas, pós-menopausa, apresentam baixos níveis de PTH e elevados níveis de cálcio em relação às mulheres brancas; · Os homens mantêm baixos níveis de PTH, coincidindo com menor incidência de osteoporose que as mulheres. - Aumento do PTH está associado: · A uma piora do clearance renal; ou · Acúmulo de fragmentos biologicamente inativos; ou · Resposta compensatória pela redução do cálcio intestinal. - Níveis de cálcio sérico são mantidos ao longo da vida, mas regulação varia · Infância e adultos – manutenção mediante ingesta sem perda óssea · Idade avançada – mantida mediante reabsorção óssea - PTH elevado, aumenta reabsorção óssea · Hoje se presume que a administração intermitente do PTH aumenta a força mecânica e a massa óssea pela transformação de células precursoras em osteoblastos. · Além disso, previne a apoptose de osteoblastos Hipófise - Com o envelhecimento, a hipófise aumenta de volume. - Os níveis de melatonina tanto diurnos quanto noturnos diminuem na maioria das pessoas, interferindo no sono, visto que este hormônio tem efeito hipnótico. Pâncreas - Um leve aumento da glicemia de jejum relacionado à idade, enquanto que a pós-prandial atinge níveis mais elevados e o tempo de retorno ao normal é mais longo. - A intolerância à glicose com o envelhecimento é devida a vários fatores – exaustão progressiva do turnover das células beta. SISTEMA DIGESTÓRIO Boca - Cáries dentárias continuam sendo um dos principais problemas dos idosos, inclusive na raiz pela retração das gengivas, raramente encontradas nos adultos jovens. · Cáries radiculares e coronais são preditores de perda dentária · Justifica aplicação de flúor em idosos paralelo à adição de flúor na água. · Perda do osso alveolar – baixa mineralização óssea associada à gengivite, constitui uma causa de perda dentária em adultos. · Aos 40 anos, a circunferência da arca em menor centímetro faz com que haja maior atrito dos dentes, com lesão do esmalte e aparecimento do amarelado. · O amarelado da dentina associado às manchas do esmalte, origina o escurecimento dos dentes. - Diminuição da altura da face e mudando o perfil facial · Resultante de extrações dentárias com atrofia do osso alveolar, resultando em maior alteração na maxila e mandíbula com a idade. · Isso resulta numa diminuição na força de mastigação pela redução da massa muscular do masseter e pterigoide. - Os fatores econômicos, socioculturais, acesso à assistência e disponibilidade são fatores que pesam mais para perda dentária do que as cáries ou periodontite. - Mucosa oral se torna fina, lise e seca · Perda de elasticidade e parece edemaciada · Mucosa oral permanece inalterada - Língua lisa devido à perda das papilas – alterações do paladar e sensação de queimação · Varicosidades linguais - Função das glândulas salivares sem alteração (na ausência de doenças/medicamentos), embora mais de 50% dos pacientes queixam-se de boca seca (mastigação/deglutição) - Xerostomia (efeito colateral de diversas medicações) – o uso de estimuladores de gland. salivares ou de substitutos de saliva alivia o sintoma - Estomatodinia (ardência na boca) – pensar em carência de vita.B ou candidíase oral subclínica - Queilite angular (inflamação com ulceração nas comissuras) – causa de má oclusão da mandíbula, como em edentados ou por deficiência de vitaminas e/ou xerostomia. · Porta de entrada para fungos e bactérias – celulite de face Orofaringe - Alterações · Adelgaçamento da camada epitelial da mucosa; · Retração gengival; · Exposição das raízes dentárias predispondo a cáries. - Alteração da musculatura esofágica há aumento da resistência à passagem dos alimentos pelo esfíncter esofágico superior. Esôfago- Alterações com o avanço da idade · Hipertrofia da musculatura esquelética do terço superior do esôfago; · Diminuição das células ganglionares mioentéricas (coordenam peristalse); · Aumento da espessura da musculatura lisa. - Motilidade esofágica (anormal) – redução da amplitude da contração muscular após a deglutição e contrações terciárias. - Presbiesôfago – peristalse anormal após a deglutição e as contrações repetitivas não peristálticas. - Incompetência esfincteriana em 35% das pessoas entre 50-75 anos, o que permite refluxo do conteúdo ácido do estômago para porção distal. · Refluxo – esofagite e dor torácica Estômago - Diminuição das células parietais e aumento de leucócitos intestinais · Diminui secreção de HCl e pepsina, e dificultam a digestão de alimentos. · Ruptura da barreira da mucosa gástrica - >50% estão infectados pela H. pylori - Dificuldade de esvaziamento gástrico – diminuição da motilidade normal e gastroparesia - Exposição a lesões – gastrite e úlcera péptica responsáveis por HDA. Intestino delgado - As vilosidades que cobrem toda a mucosa intestinal, em camada única de epitélio colunar, diminuem de altura. · Absorção diminuída, mas a homeostase mantida · Mulheres >75 anos absorvem 25% menos cálcio quando comparadas com uma mulher jovem. - Diminuição da sensibilidade e dos neurônios miontéricos contribui para úlceras indolores - Malformações vasculares são comuns do TGIS o que predispõe sangramentos · Síndrome de Heyde – sangramento gastrointestinal (angiodisplasia), estenose aórtica e deficiência adquirida do fvW. Intestino grosso - As alterações aqui encontradas são praticamente exclusivas do envelhecimento. - Divertículos – é a mais comum (30-40%) em >50 anos, variando de 3mm a 3cm · São resultados da herniação da mucosa entre da musculatura lisa pelo aumento da pressão intraluminal · Diverticulite e HDB – complicação - Constipação – queixa comum, principalmente pela alimentação pobre em fibras, baixa ingestão de líquidos e sedentarismo. · É resultado da diminuição do tônus e força do esfíncter anal associado à menor complacência retal. -Diminuição da resposta visceral ao abdome agudo (perfuração/isquemia) – pouco se encontra o “abdome em tábua”. Pâncreas - Reduz o tamanho, rigidez (aumenta fibrose) e fica mais amarelado (acumulo de lipofucsina) - Amilase se mantém constante, porém tripsina e lipase reduzem. · Não muda muita coisa, pois somente precisamos de 1/10 da secreção pancreática para fazer a digestão normal. Fígado - Entre os 24 e 90 anos o fígado diminui de volume em aproximadamente 37%, e diminui seu fluxo. · Escurece – acúmulo de lipofucsina · Sistema reticuloendotelial liso dos hepatócitos diminui – reduz capacidade de metabolização (intoxicação medicamentosa) · Citocromo P-450 diminui com a idade, o que alentece a metabolização · Síntese proteíca mantida · Síntese de colesterol diminui e reduz bile total - A composição biliar tem alto índice litogênico, predispondo o idoso à formação de cálculos por colesterol. - Diminuição da síntese de fatores de coagulação vitamina K-dependentes – o que diminui a menor quantidade de AVK necessários na ACO. - As provas de função hepática não se alteram
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