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Semiologia Aplicada à Fisioterapia OMBRO ▪ É a que apresenta a maior mobilidade do sistema musculoesquelético. ▪ Formada por três articulações classificadas em diartroses – glenoumeral, acromioclavicular e esternoclavicular; ▪ Três espaços de deslizamentos – subacromial, umerobicipital e escapulotorácico –, possuindo, também, uma rede de 15 ligamentos e 19 músculos inseridos no complexo umeral. Articulação do ombro • Sua anatomia óssea depende de um complexo musculocapsuloligamentar, devido à instabilidade da concavidade óssea glenoidal e à convexidade do úmero, oferecendo maior estabilidade dinâmica. • Essa ação integrada possibilita o mecanismo de deslizamento e a estabilização do ombro, mantendo a escápula como uma plataforma móvel. Articulação do ombro Fonte: https://static.wixstatic.com/media/a98e2c_deeefa9fb3a147ebbe58a81c4eabdb9f.jpg/v1/ fill/w_560,h_344,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/a98e2c_deeefa9fb3a147ebb e58a81c4eabdb9f.jpg • O membro superior também depende de uma boa integridade das estruturas vasculonervosas, formadas pelo plexo braquial, composto por raízes cervicais C5, C6, C7, C8 e T1, artérias circunflexas e axilar. Articulação do ombro Fonte: https://bestpractice.bmj.com/api/image/581/pt-br/normal/581-2- iline_default.gif?status=ACTIVE ▪ Inspeção estática Exame físico Fonte: Hospital Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Na inspeção, o paciente deve ser examinado desnudo da cintura para cima, e devemos observá-lo na vista anterior e posterior, lateral direita e esquerda. • A inspeção do paciente deve considerar padrões que fogem da normalidade e do alinhamento corporal saudável. • Padrões de anormalidade que podem ser encontrados e seus respectivos motivos: • Deformidades da coluna torácica e cervical como repercussão no formato, posição, simetria e mobilidade da escápula; • Alterações no relevo muscular, que revelam atrofia do músculo supraespinhal, infraespinhal, deltoide e redondo menor, respectivamente, relacionados com lesão dos nervos axilar e supraescapular ou hipotrofias musculares de desuso comuns nas lesões do maciça de longa evolução do manguito rotador. Exame físico • Escápula alada que aparece nas lesões primárias do músculo serrátil anterior, devido a lesões traumáticas ou inflamatórias do nervo torácico longo. • Miopatias, que comprometem a cintura escapular, como a distrofia fascioescapuloumeral. • Posição anormal do membro superior livre em relação à escápula, como na paralisia obstétrica, em que há rotação interna e adução do braço. • Deformidade do ventre muscular do bíceps sugestiva de rotura do tendão. • Lesões primárias ou secundárias do músculo serrátil anterior, escápula. Exame físico Palpação do ombro Fonte: Hospital Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo • Fornece informações valiosas e normalmente é realizada após a avaliação da história do paciente e da inspeção visual. • A técnica se baseia na aplicação dos dedos com uma pressão suave na superfície do corpo para avaliar estruturas ósseas e tecidos moles, identificando estruturas normais e possíveis alterações locais Fonte: Hospital Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo • Notar a presença de inchaço e alterações da textura e temperatura do tecido. • Observar assimetrias, diferenças de sensações e reprodução da dor, sempre procurando comparar os dois lados. • A palpação deve ser feita de forma ativa e passiva do ombro para observar e, muitas vezes, até sentir crepitações, que representam atritos ósseos, processo crônico de tendões, bursas ou ligamentos, e a cápsula articular Palpação do ombro • Articulação esternoclavicular: Localizada na linha média, na frente do pescoço. A sensibilidade nessa região pode sugerir luxação traumática ou osteoartrite. O movimento da extremidade proximal da clavícula (sinal da tecla) sugere ruptura ou frouxidão dos ligamentos esternoclaviculares. • Articulação acrômio clavicular/acrômio: Dor e excesso de mobilidade: sugerem luxação AC. • Processo coracoide: A dor nessa região pode indicar tendinopatia de uma ou mais estruturas do tendão conjunto. • Tubérculo maior e menor • Sulco intertubercular/tendão cabeça longa do bíceps: passa o tendão da cabeça longa do bíceps. Com a rotação interna e externa, o tendão deve ser palpado à medida que se move. • Tendão da cabeça curta do bíceps e peitoral maior: baixo do processo coracoide, temos o tendão da cabeça curta do bíceps. • Estruturas ósseas na escápula: a espinha da escápula, a borda medial, o ângulo inferior e a borda lateral. • A palpação dessas regiões torna-se necessária para avaliar um possível mal posicionamento da escápula no gradil costal. • Músculos da região do ombro: alguns músculos da região do ombro são mais facilmente palpáveis e necessitam de uma avaliação mais específica, sendo estes os músculos do manguito rotador e as porções do músculo trapézio. • Acima da espinha da escápula, encontra-se o músculo supraespinhoso e, abaixo dela, estão os músculos infraespinhal e redondo menor. Partindo de todos os processos espinhosos da coluna cervical e torácica e entrando na espinha da escápula, temos o músculo trapézio, que é dividido em fibras superior, média e inferior. Fonte: adaptado de: Netter Atlas de Anatomia Humana Perimetria dos membros superiores Fonte: Hospital Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo • Determinação do volume do membro e sua mudança com base em medidas de fita métrica da circunferência do membro (perímetro). • Estimar a eficácia da terapia do linfedema e outras condições para as quais as alterações do volume são importantes. • Comparação entre os dois membros; • A avaliação pode ser realizada medindo-se a circunferência de 5 cm abaixo e acima de um ponto de referência. • Para realizar o teste, o paciente deve estar em decúbito dorsal, a fim de que se realize a medida com fita métrica das circunferências dos membros superiores. • Quando as medidas da circunferência são feitas com tensão e posição do membro consistentes e os locais de medição são padronizados, esse método mostra-se confiável para avaliar o volume dos membros Fonte: Hospital Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo • A avaliação da perimetria pode variar em relação ao ponto de referência inicial ou à distância dos pontos a serem avaliados. • Entretanto, uma vez feita em um padrão, essa avaliação deve seguir padronizada, para comparação com o outro lado ou para acompanhamento da evolução do paciente. Perimetria dos membros superiores ▪ Extensão e flexão Testes de mobilidade ativa do ombro Fonte: Hospital Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo ▪ Rotação medial e lateral ▪ Abdução e adução • A avaliação da amplitude de movimento consiste na realização dos movimentos de flexão frontal, abdução, rotação externa e rotação interna de forma ativa. • Se o paciente tiver amplitude de movimento ativa total, não há necessidade de avaliar a amplitude passiva de movimento. • Se o paciente não tiver amplitude de movimento completa, a assistência deve ser fornecida. • A perda de amplitude de movimento ativa e passiva em todos os planos, especialmente durante a rotação externa, é característica da capsulite adesiva, mas também pode representar osteoartrite avançada da articulação glenoumeral. • A sensação de dor na abdução ativa do braço entre 60 e 100 graus de distância do corpo pode estar associada à lesão do manguito rotador. • Outro modo de avaliar a amplitude ativa do paciente de forma mais funcional é por meio do teste de alcançar de Apley. • A incapacidade de realizar o teste ou a diferença de movimento importante entre os membros indica um déficit de mobilidade ativa do ombro. Testes de mobilidade ativa do ombro • Para a análise da mobilidade escapular em relação ao úmero, é importante destacar o padrão do ritmo escápulo-umeral de 2:1 (a partir de 30 º,a cada 2º glenoumeral, 1º escapulo torácica. • A escápula começa a girar superiormente de forma harmônica a partir dos 30º de elevação do ombro e mantém-se durante todo o movimento sem afastar do gradil costal. • Alterações importantes desse padrão indicam uma discinese escapular. Avaliação do ritmo escapuloumeral Fonte: https://img.passeidireto.com/material/28879973/86d2e954-a4bc-4410-a20b-3fa843f97409.jpg • Análise: realização do movimento em flexão, com o paciente de costas para o terapeuta, realizando pelo menos cinco repetições. • Essa avaliação se torna mais sensível quando o paciente realiza o movimento com um halter de, pelo menos, 1 kg, e a descida do braço de forma mais controlada. • No caso de uma discinese óbvia e bem aparente, podemos relacionar as alterações presentes com as disfunções de musculaturas específicas: Avaliação do ritmo escapuloumeral • É um dos testes mais usados para a avaliar instabilidade anterior do ombro. • É simulado o mecanismo de lesão da luxação anterior de ombro. • Posição inicial: paciente deitado com ombro abduzido a 90°; terapeuta se posiciona ao lado do paciente. • Teste: o terapeuta segura o punho do paciente e fixa o cotovelo. Após a estabilização, o terapeuta leva o ombro para a rotação externa o máximo possível. • O teste é positivo quando o paciente relatar sensação de apreensão do ombro luxar ou dor. Teste de apreensão • É uma variação do teste de apreensão, usado para avaliar sintomas de instabilidade anterior. • Não apresenta valores claros na literatura quanto à sensibilidade e à especificidade. • Posição inicial: paciente sentado com cotovelo fletido a 90°. • Teste: o terapeuta realiza rotações externas até a tolerância do paciente em quatro amplitudes de abdução: 0°, 45°, 90° e 120°. • Positivo caso o paciente apresente dor ou apreensão; usualmente, o teste é positivo a 90º, com maior relato de apreensão; a 45º e a 120°, o paciente usualmente relata mais dor e pouca apreensão. Diferentes estruturas são testadas em diferentes angulações. A 0º, testam-se o ligamento glenoumeral superior e a capsula anterior; a 45°, as mesmas estruturas com adição do ligamento coracoumeral; a 90º e 120°, testam-se o ligamento glenoumeral inferior (banda anterior) e a cápsula anterior. Teste de Rockwood • Usado para avaliar patologias da articulação acromioclavicular, não apresenta valores de sensibilidade e especificidade descritos na literatura. • Posição inicial: paciente sentado com os braços ao lado do corpo. • Teste: o avaliador cruza os dedos das mãos e posiciona sobre o ombro do paciente, a mão posterior sobre a espinha da escápula e a mão anterior sobre a articulação acromioclavicular. O avaliador, então, aperta o ombro do paciente, aproximando as mãos. • O teste é positivo caso seja percebido movimento anormal da articulação acromioclavicular, identificando uma patologia acromioclavicular. Teste de deslizamento acromioclavicular • Posição inicial: paciente em pé ou sentado com ombro flexionado anteriormente a 90°. • Teste: o teste pode ser realizado ativa ou passivamente. • Ativamente: o paciente leva o braço em direção ao ombro oposto. Caso o paciente sinta dor ou desconforto sobre a articulação acromioclavicular, o teste é positivo. Passivamente: o avaliador flexiona o ombro do paciente a 90° e o aduz horizontalmente o máximo possível. Caso a dor esteja localizada na articulação esternoclavicular, indica defeito dessa articulação. Teste de flexão cruzada • Avalia: ruptura do ligamento umeral transverso, tendinite da cabeça longa do bíceps. • Posição inicial: paciente em pé com o cotovelo fletido a 90° e antebraço pronado. • Teste: o avaliador pede que o paciente realize uma supinação contra a resistência, enquanto palpa o tendão da cabeça longa do bíceps. Caso o tendão da cabeça longa do bíceps salte do sulco intertubercular durante o movimento de supinação e rotação externa, o teste é positivo para ruptura do ligamento umeral transverso. Teste de Yergason • É utilizado para avaliar tendinites ou lesões parciais do tendão da cabeça longa do bíceps. Como a tendinite da cabeça longa do bíceps apresenta sintomas a carga e/ou movimento, esse teste acaba sendo melhor que o teste de Yergason para o diagnóstico dessa patologia. • Posição inicial: paciente em pé ou sentado com o ombro flexionado a 90º e antebraço supinado. • Teste: avaliador posicionado à frente ou ao lado do paciente. É aplicada uma força de modo a estender o braço do paciente enquanto o paciente resiste. O teste é positivo caso o paciente sinta dor na região da cabeça longa do bíceps. Teste de Speed • Avaliar lesões grandes ou totais do supraespinhoso, assim como o impacto subacromial. Inabilidade de o paciente realizar uma abdução sustentada do ombro. • Posição inicial: paciente em pé com os braços ao lado do corpo. • Teste: o avaliador pede para o paciente manter o cotovelo estendido, posiciona o ombro em, aproximadamente, 90° de abdução e pede que o paciente mantenha aquela abdução e desça lentamente o braço. O avaliador, então, solta o braço do paciente. O teste é positivo quando o paciente não consegue manter o braço abduzido ou sente muita dor ao tentar descer o braço excentricamente. Sinal da queda do braço • Avalia a lesão do músculo supraespinhal e a síndrome do impacto. • Posição inicial: paciente em pé com ambos os braços flexionados a 90°; rotação interna dos braços e polegares apontando para baixo; adução horizontal de 30°. • Teste: o avaliador, posicionado à frente do paciente, aplica uma força de modo a estender o braço do paciente, buscando por perda de força e/ou dor. Caso o paciente apresente muita dor, o teste pode ser realizado com os polegares para cima, removendo o tubérculo maior da parte de baixo do acrômio, diminuindo o impacto mecânico. Alguns autores defendem que esse segundo posicionamento é melhor para avaliar a força do supraespinhoso. Teste de supraespinhal de Jobe • Usado para avaliar o impacto subacromial, é o melhor teste isolado para avaliar esse impacto. • Posição inicial: paciente sentado ou em pé, ombro fletido a 90°, cotovelo fletido a 90°. • Teste: o avaliador se posiciona ao lado do paciente. Uma mão estabiliza a escápula e a outra realiza uma rotação interna do ombro a ser testado. • O teste também pode ser realizado com o avaliador à frente do paciente, colocando a mão sobre o ombro a ser testado, e o braço do paciente passa sobre o braço do avaliador. • O avaliador usa o próprio braço como apoio, aplicando, assim, uma força direcionada inferiormente no antebraço a ser testado, realizando uma rotação interna. • O teste é positivo caso o paciente relate dor. Teste de Hawkins-Kennedy Articulação Movimento Graus de movimento Ombro Flexão 0-180 Extensão 0-45 Adução 0-40 Abdução 0-180 Rotação medial 0-90 Rotação lateral 0-90 Goniometria do ombro Referencias MARQUES, Amélia Pasqual. Manual de Goniometria. 2ª ed. Barueri: Manole, 2003. Slide 1: Semiologia Aplicada à Fisioterapia Slide 2: Articulação do ombro Slide 3 Slide 4 Slide 5: Exame físico Slide 6: Exame físico Slide 7: Exame físico Slide 8: Palpação do ombro Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14: Perimetria dos membros superiores Slide 15: Perimetria dos membros superiores Slide 16: Testes de mobilidade ativa do ombro Slide 17: Testes de mobilidade ativa do ombro Slide 18: Avaliação do ritmo escapuloumeral Slide 19: Avaliação do ritmo escapuloumeral Slide 20: Teste de apreensão Slide 21: Teste de Rockwood Slide 22 Slide 23: Teste de flexão cruzada Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29: Goniometria do ombro Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37: Referencias
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