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RESUMO DIP 3 - HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA - PROFA THALITA MELO

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3º ROTEIRO - HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA → “Ato que permite que uma decisão judicial 
proferida em um Estado possa ser executada no território de outro ente estatal”.
- De acordo com Mazzuoli, homologar a sentença estrangeira é o mesmo que torná-la “semelhante, em seus 
efeitos, a uma sentença aqui proferida”. Esse instituto visa “facilitar à parte de uma causa julgada por um 
tribunal estrangeiro a satisfação de seu direito em território nacional, dispensando-a de ter de iniciar aqui 
novo processo a fim de ver reconhecido seu direito”.
- Nenhum Estado está obrigado a homologar uma sentença estrangeira.
- A homologação não é automática, depende de critérios estabelecidos pelo Estado que homologa ou com os 
quais consentiu. Ex. lex fori e tratados internacionais.
Legislação:
CRFB/88: art. 105, I, “i” e art. 109, X.
LINDB: art. 15 a 17.
CPC/2015: art. 960 a 965.
Lei 9.307/96: art. 34 a 40.
RISTJ: art. 216-A a 2016-N.
Tratados internacionais:
 i) Mercosul; 
ii) Interamericanas (Código de Bustamente e Eficácia);
iii) Haia (Sequestro e Adoção);
iv) ONU (Nova Iorque – Alimentos); 
v) Convenção da Haia sobre Alimentos; e
vi) Bilaterais: Argentina, China, Espanha, França, Itália, Líbano e Uruguai. 
Competência: 
- O STJ é o órgão competente para homologar sentença estrangeira.
- Cabe ao Presidente do STJ a homologação e, quando contestada, à Corte Especial.
- A execução da sentença estrangeira é de competência dos juízes federais de primeira instância. 
Requisitos para homologação: (Art. 963 do CPC, art. 216-D do Regimento Interno do STJ e Arts. 15 a 17 da 
LINDB) 
a) Haver sido proferida por autoridade competente; 
b) Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; 
c) Ser eficaz no país em que foi proferida; 
d) Não ofender a coisa julgada brasileira; 
e) Estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado 
no Brasil. salvo disposição que a dispense prevista em tratado; e 
f) Não conter ofensa à soberania, à ordem pública (ou aos bons costumes – LINDB).
Como os outros países tratam as decisões estrangeiras?
a) Dinamarca, Holanda, Noruega e Suécia – não reconhecem as decisões estrangeiras, que são tratadas como 
mero fato; 
b) Estados Unidos e Reino Unido – a sentença estrangeira é aceita como prova e serve como fundamento 
para ação a ser instaurada nesses países; 
c) França – a sentença estrangeira é revisada em seus aspectos formais e de mérito, sendo substituída por 
decisão local; 
d) Bélgica – a sentença estrangeira pode ter seu mérito revisado, mas não ocorre a sua substituição.
 
Como o Brasil analisa as decisões estrangeiras para fins de homologação?
Inspirado pelo modelo italiano, o Brasil adotou o sistema da delibação moderada. Além da verificação 
dos requisitos formais e da potencial ofensa à soberania nacional ou aos bons costumes, há o principal 
exame, referente à observância da ordem pública. Para a verificação da ofensa ou não aos mencionados 
requisitos e, especialmente, de possível contrariedade à ordem pública, o mérito da questão é considerado 
de maneira superficial, de modo a analisar a adequação do ato estrangeiro em si, do seu conteúdo e da 
forma como foi produzido na jurisdição estrangeira.
Procedimento:
1- A homologação deve ser requerida necessariamente por um advogado mediante petição endereçada ao 
Ministro Presidente do STJ e protocolada na Coordenadoria de Processos Originários. 
2- É atribuição do Presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) homologar sentenças estrangeiras. 
3- Porém, havendo contestação, o processo será submetido a julgamento da Corte Especial do STJ, cabendo 
ao relator os demais atos relativos ao andamento e à instrução do processo. 
4- O relator poderá decidir monocraticamente nas hipóteses em que já houver jurisprudência consolidada da 
Corte Especial a respeito do tema (parágrafo único do art. 216-K do Regimento Interno do STJ). 
5- O tempo médio de tramitação será de dois meses. O provimento final será uma decisão, homologando ou 
não a sentença estrangeira.
6- Após a homologação, cumpre ao interessado requerer, independente de petição, a extração da “Carta de 
Sentença”. Trata-se de um documento expedido pela Coordenadoria de Execução Judicial mediante o 
pagamento de uma taxa.
7- De posse da Carta de Sentença, o advogado poderá proceder à execução da sentença estrangeira na Justiça 
Federal competente. 
ATENÇÃO: O art. 961, §5º, CPC → A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no 
Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
Provimento n.53/2016 do CNJ:
Art. 1º. A averbação direta no assento de casamento da sentença estrangeira de divórcio consensual simples 
ou puro, bem como da decisão não judicial de divórcio, que pela lei brasileira tem natureza jurisdicional, 
deverá ser realizada perante o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais a partir de 18 de março de 
2016.
 § 1º. A averbação direta de que trata o caput desse artigo independe de prévia homologação da sentença 
estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça e/ou de prévia manifestação de qualquer outra autoridade 
judicial brasileira.
§ 2º. A averbação direta dispensa a assistência de advogado ou defensor público.
§ 3º. A averbação da sentença estrangeira de divórcio consensual, que, além da dissolução do matrimônio, 
envolva disposição sobre guarda de filhos, alimentos e/ou partilha de bens - aqui denominado divórcio 
consensual qualificado - dependerá de prévia homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
ATENÇÃO 1: O STF admite Recurso Extraordinário contra homologação de sentenças estrangeiras quando 
existe interpretação de preceito constitucional em debate (art.102, III, a, CRFB/88). Alertando para a 
“necessidade de rigor no exame da alegação de afronta à Constituição nessas hipóteses, sob pena de criação 
de nova instância revisional”.
ATENÇÃO 2: Regra geral, não se permite a homologação de sentenças penais. Salvo nas hipóteses 
reguladas pelo art. 9º, I e II, CP e pelos art. 787 a 790 do CPP. 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas 
consequências, pode ser homologada no Brasil para: 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária 
emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. 
ATENÇÃO 3: Os pedidos com base na Convenção da Haia sobre Alimentos (Decreto nº 9.176, de 19 de 
outubro de 2017), bem como quaisquer pedidos de reconhecimento e execução destinados à Argentina, 
Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, com base no Acordo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em 
Matéria Comercial, Trabalhista e Administrativa entre os Estados Partes do MERCOSUL, a República da 
Bolívia e a República do Chile tramitarão por carta rogatória por intermédio da Autoridade Central. 
ATENÇÃO 4: O reconhecimento e execução de sentenças arbitrais estrangeiras está previsto na Lei 
9307/96, art.34 a 40.

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