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Aula - Nutrição, Fertilidade e Gestação

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Betina da Gama Ettrich 
Nutricionista 
Mestre em Ciências Médicas 
Pós-graduada em Nutrição Materno-Infantil 
Nutrição, Fertilidade e Gestação 
Nutrição na fertilidade da mulher 
 Ciclo menstrual = regulares 28 dias (21 a 35 dias) 
 Ovulação = meio do ciclo (14 dias) 
 Período fértil = 3 a 5 dias antes da ovulação até 1 a 2 dias após. 
2 a 5 
dias 
7 a 8 dias após a 
ovulação 
Infertilidade na mulher 
 A infertilidade é definida como a impossibilidade de conceber após 12 
meses de relações sexuais desprotegidas. 
 
 É relativamente frequente: cerca de 8% a 12% dos casais com mulheres em 
idade fértil. 
 
 Causas (mulheres): ovários, trompas, endométrio ou causas inexplicadas. 
 
 16% dos casais inférteis apresentam infertilidade inexplicada. 
 
 Poluição, cigarro, drogas, metais tóxicos, excesso de gordura corporal, 
algumas patologias, desequilíbrios hormonais e deficiências nutricionais. 
 
Nutrição age direta e 
indiretamente! 
Doença celíaca, resistência à 
insulina e diabetes, ovário 
policístico, hipotireoidismo. 
Infertilidade na mulher 
 Doença celíaca 
Infertilidade na mulher 
 Sensibilidade ao glúten X desordens reprodutivas na mulher 
Abortos recorrentes, 
retardo de crescimento 
intrauterino e maior 
risco de natimortalidade 
Menor absorção de 
nutrientes e possível 
associação com outras 
patologias (ovário 
policístico e 
endometriose) 
Diminuição na 
fertilidade em homens: 
afeta motilidade do 
esperma e níveis de 
andrógenos 
Vida reprodutiva mais 
curta, com menarca 
tardia e menopausa 
precoce 
Infertilidade na mulher 
 Ovário policístico 
 Aumenta o estresse oxidativo – precisa mais antioxidantes para 
aumentar a fertilidade. 
 Obesidade e adiposidade central. 
Infertilidade na mulher 
 Resistência à insulina 
 Diversas evidências sugerem que a resistência à insulina pode ser um 
determinante importante da função ovulatória e na fertilidade. 
 Aumento da insulina leva a desequilíbrios hormonais, que geram 
menstruação irregular, esterilidade, assim como pode impedir a 
ovulação, tornando impossível engravidar. 
Dieta e fertilidade 
 Ácidos graxos trans 
 Carboidratos refinados 
 Proteínas animais 
 Soja processada 
 Bisfenol A 
 Glutamato monossódico 
 Emagrecer ajuda? 
Estado nutricional adequado + alimentação em equilíbrio = manutenção da 
função reprodutiva normal 
Dieta e fertilidade 
 Ácidos graxos trans 
 Gordura trans pode aumentar o risco de infertilidade ovulatória quando 
substitui carboidratos ou gorduras insaturadas. 
Aumento de 2% na ingestão calórica de 
ácidos graxos trans substituindo 
carboidrato aumentou 73% o risco de 
infertilidade ovulatória 
Substituir trans por ômega 6 risco 
semelhante 
Ingestão de 2% de trans ao invés 
de monoinstarurados mais 
do dobro de risco de 
infertilidade ovulatória 
Dieta e fertilidade 
 Carboidratos 
 Cuidar quantidade de carboidrato e qualidade (índice glicêmico e carga 
glicêmica) 
Melhora SOP e resistência à insulina! 
Estudo de caso 
 JC, 33 anos 
 Objetivo: emagrecer e engravidar 
 Ovário policístico – glicose 90 – IMC 26,7 kg/m² – %G 40,4% 
 HF: mãe DM, HAS e hipotireoidismo; irmã hipotireoidismo 
 Orientações/recomendações gerais e plano alimentar para emagrecimento 
(1400 kcal – MB = 1244,8 kcal), 40-45% de carboidratos de baixo índice 
glicêmico, fibras mínimo 25g, nutrientes conforme recomendação. 
 Em dois meses, emagreceu 4 kg de gordura e engravidou! 
 1ª glicose de jejum = 72 mg/dl 
 Suplementação vitamina D e ômega 3 
 Curva glicêmica: jejum 76; 1h 145; 2h 125 
 Ganho de peso total = 10,7 kg 
Dieta e fertilidade 
 Proteína animal X proteína vegetal 
 
Substituir 5% de PTN animal por PTN vegetal, diminui 
50% o risco de infertilidade 
Dieta e fertilidade 
 Soja processada 
 Ação estrogênica 
 Estudos em animais sugerem que a ingestão de quantidades muito altas de 
fitoestrógenos pode afetar a fertilidade. 
Vegetarianas e veganas: preferir a 
soja precipitada ou fermentada 
(misso, tofu...) 
Dieta e fertilidade 
 Bisfenol A = plásticos e resinas 
 Efeitos tóxicos – desregulador endócrino 
 Mimetiza os efeitos estrogênicos = semelhança estrutural 
 SOP e abortos recorrentes 
 Diminui ovulação 
Dieta e fertilidade 
 Glutamato monossódico 
 Em doses mais elevadas, provoca efeitos prejudiciais sobre os oócitos de 
ovários de ratos Wistar adultos e, por extensão, pode contribuir para 
infertilidade em fêmeas. 
Dieta e fertilidade 
 Emagrecer 
 A perda de peso antes da gravidez pode melhorar a fertilidade. 
 Estudos sugerem que mesmo uma modesta perda de 5-10% de peso pode 
restaurar a ovulação. 
Dieta e fertilidade 
 Emagrecer 
Micronutrientes e fertilidade 
Conclusão: a ingestão nutricional de mulheres em idade fértil parece ser inadequada 
durante o período pré-concepção, principalmente em relação aos micronutrientes 
(dieta ocidental). Assim, deve-se reforçar sobre um estilo de vida e dieta saudável não 
só durante a gestação, mas também antes, com o objetivo de melhorar a fertilidade. 
Cada uma das fases do período periconcepcional pode ser afetada pela 
nutrição materna e, especificamente, pelo desequilíbrio de micronutrientes. 
Micronutrientes e fertilidade 
Suplementação e fertilidade 
 Antioxidantes: selênio, vitamina E, vitamina C, zinco 
 Vitaminas do complexo B 
 Coenzima Q10 
 Vitamina D 
 Ferro 
 Ômega 3 
Suplementação e fertilidade 
Vitamina B12: deficiência 
prolongada gera mudança na 
ovulação e desenvolvimento do 
óvulo ou implantação ineficiente 
(Bennett M, 2001) 
Zinco: maior relação com 
fertilidade masculina. Afeta a 
motilidade ou a função dos 
espermatozoides e a natureza 
química e física do sêmen 
Antioxidantes: agem diminuindo 
o estresse oxidativo e 
protegendo a integridade do 
DNA dos óvulos 
Vitamina D: necessária na 
produção dos hormônios sexuais 
(afetam a ovulação e equilíbrio 
hormonal) 
Suplementação e fertilidade 
Ferro: deficiência gera 
anovulação e piora a 
qualidade dos óvulos 
Ômega 3 (1-2g/dia): 
relação direta com 
desequilíbrios hormonais 
Coenzima Q10 
(50-150 mg/dia): 
antioxidante e melhora 
qualidade do oócito. 
 Vitamina B12, vitamina D e ferro: analisar deficiência através de exames de sangue 
 Antioxidantes: analisar consumo através da avaliação alimentar 
 Coenzima Q10 e ômega 3: suplementar (?) 
Como melhorar a fertilidade da nossa 
paciente? 
Resumindo... 
Se possível, adequar o estado nutricional 
Se confirmada DC, retirar o glúten 
 Carboidratos complexos com baixo IG 
 Equilibrar proteínas animais e vegetais 
 Gorduras boas – evitar gordura trans 
 Evitar soja processada 
 Orientar sobre bisfenol A e glutamato monossódico 
 Suplementar nutrientes (se houver necessidade!) 
Programação metabólica 
Programação metabólica 
O termo programação ou imprinting metabólico descreve um 
fenômeno através do qual uma experiência nutricional precoce, 
durante um período crítico e específico do desenvolvimento (janela 
de oportunidade), acarretaria um efeito duradouro e persistente ao 
longo da vida do indivíduo, predispondo a determinadas doenças. 
Programação metabólica 
RCIU 
Desnutrição 
Doenças na vida adulta 
(resultantes de um processo adaptativo de memória) 
Programação metabólica 
 Obesidade materna no primeiro trimestre de gestação – aumenta 2 a 
3 vezes o risco de obesidade na infância. 
 
 Mães obesas – 24% chance de obesidade até os 4 anos de idade. 
Programação metabólica 
 O ambiente no útero e na vida neonatal precoce pode induzir uma 
resposta permanente no feto e no recém-nascido, levando a maior 
susceptibilidade a doenças posteriores. 
 
 Hales e Barker, em 1992, propuseram a hipótese do “fenótipo 
econômico”, sugerindo que o desenvolvimento fetal é sensível ao 
ambiente nutricional. Assim, essaprogramação aumentaria as 
chances de sobrevivência do feto sob condições de nutrição precárias 
e intermitentes e resultaria num metabolismo pós-natal alterado. 
Adaptações fisiológicas na gestação 
A gestação é um período de grandes 
mudanças e adaptações em que praticamente 
todos os sistemas e órgãos do organismo são 
afetados. 
A gestação a fase de maior demanda nutricional no ciclo de vida da mulher, 
uma vez que envolve rápida divisão celular e desenvolvimento de novos 
órgãos e tecidos. 
Diagnóstico de gestação 
 O diagnóstico da gestação baseia-se na história, no exame físico e nos 
testes laboratoriais. 
 
 Sinal mais frequente e evidente: amenorreia. 
 Manifestações clínicas: náuseas e vômitos, tonturas, sonolência, sialorreia, 
mudança de apetite, aumento da frequência urinária. 
 Modificações anatômicas: aumento do volume das mamas, saída de 
colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, 
aumento do volume uterino. 
 
 Exame laboratorial: fração beta da gonadotrofina coriônica humana 
(HCG) detectada no soro materno a partir do 8º dia após a fecundação. 
 Ecografia: batimentos cardíacos fetais a partir da 5ª-7ª semana. 
Mudanças fisiológicas 
 Garantir o crescimento e o desenvolvimento do feto 
 
 Assegurar as reservas biológicas para o parto 
 
 Reservas para a recuperação pós-parto e para a lactação 
 
 Alterações hormonais: aumento da progesterona e do estrogênio e 
presença de lactogênio placentário (hPL), tireotropina coriônica 
(hCT) e gonadotrofina coriônica (hCG). 
Mudanças fisiológicas 
Principais sinais e sintomas 
 Glândulas mamárias maiores 
 Aréolas maiores e mais escuras 
 Alterações de humor 
 Sono 
 Náuseas, vômitos, plenitude gástrica, mal-
estar, constipação intestinal 
 Pressão arterial tende a diminuir 
Primeiro 
trimestre 
Primeiras mudanças devem-se ao aumento dos hormônios e às demandas 
metabólicas do feto, placenta e útero. 
Mudanças fisiológicas 
Principais sinais e sintomas 
 Aumento do metabolismo basal (15-20%) 
 Aumento da demanda de alguns nutrientes 
 Diminuição da sensibilidade ao sal 
 Maior risco de DMG 
Segundo 
trimestre 
Geralmente o período de maior depósito de tecido adiposo materno – cuidar! 
Mudanças fisiológicas 
Principais sinais e sintomas 
 Constipação 
 Refluxo e azia 
 Aumento do volume sanguíneo (atinge em 
torno de 45-50% de aumento na 32ª sem.) 
Terceiro 
trimestre 
Anamnese nutricional 
 Avaliação clínica 
 História clínica e familiar 
 História pregressa 
 Avaliação alimentar 
 Exames bioquímicos 
 Avaliação antropométrica 
Anamnese nutricional 
 Data da última menstruação (DUM) 
 Data provável do parto (DPP) = dia que completa 40 semanas. 
 Idade gestacional (IG) = número de semanas contadas a partir do 
primeiro da DUM 
1º trimestre: ≤ 12 semanas 
2º trimestre: 13 a 27 semanas 
3º trimestre: ≥ 28 semanas 
Atalah SE, Castillo CL, Castro RS. Propuesta de um nuevo estandar de evaluación nutricional en 
embarazadas. Revista Medica de Chile, v.125, p.1429-1436, 1997. 
Avaliação antropométrica 
 Peso pré-gestacional 
 Peso atual 
 Altura 
 Índice de massa corporal 
 Curva de Atalah: classifica o estado nutricional da gestante de 
acordo com o IMC atual e a idade gestacional. 
Ganho de peso 
 1º trimestre 
 Perda de até 3 kg 
 Manutenção 
 Ganho de até 2 kg 
 
 2º e 3º trimestres 
 Depende do estado nutricional pré-gestacional 
 
Ganho de peso 
Distribuição aproximada do ganho de peso da gestante 
 Feto 3000g 
 Placenta 450-650g 
 Útero 1000g 
 Líquido amniótico 800g 
 Mamas 1400g 
 Volume sanguíneo 1400-1800g 
 Estoque materno 1800-3600g 
 
Cerca 
 
de 8 kg 
 
Ganho de peso 
IMC pré-gestacional Ganho total (kg) 
Média de ganho semanal 
no 2º e 3º TRI (kg) 
Baixo peso (<18,5kg/m²) 12,5 – 18,0 0,51 (0,44-0,58) 
Adequado (18,5-24,9kg/m²) 11,5 – 16,0 0,42 (0,35-0,50) 
Sobrepeso (25,0-29,9kg/m²) 7,0 – 11,5 0,28 (0,23-0,33) 
Obesidade (>30,0kg/m²) 5,0 – 9,0 0,22 (0,17-0,27) 
Fonte: Institute of Medicine, 2009. 
P50 = 13 kg 
IMC normal 
(18.50-24.99) 
Objetivo: propor curvas 
de ganho de peso fetal e 
assim termos um padrão 
internacional de ganho 
de peso gestacional 
A avaliação do ganho de peso semanal apresenta maior sensibilidade, uma vez 
que intervenções nutricionais podem ser realizadas ainda durante o pré-
natal, de forma a evitar o ganho de peso total excessivo e prevenir suas 
consequências para o binômio mãe-filho. 
Ganho de peso 
 Ganho de peso insuficiente 
 Baixo peso ao nascer 
 Pequeno para a idade gestacional (PIG) 
 Parto prematuro 
 
 Ganho de peso excessivo 
 Grande para a idade gestacional (GIG) 
 Diabetes gestacional 
 Parto prematuro 
 Cesariana 
 Mortalidade infantil 
 Retenção de peso materno pós-parto 
 Obesidade infantil 
Ganho de peso 
Conclusão: o ganho de peso gestacional abaixo das recomendações (IOM, 
2009) não pode ser rotineiramente recomendado, mas pode ocasionalmente 
ser individualizado para certas mulheres, com cautela, levando em conta 
outros fatores de risco. 
Estudo de caso 
 JSN, 42 anos 
 Objetivo: ganho de peso na gestação 
 Aumento recente de 8 kg – durante tratamento para engravidar 
 PPG 79 kg e IMC PG 32 kg/m² 
 HF: mãe DM e pai pré-DM 
 Alimentação ótima e exames ótimos – nenhuma complicação! 
 Curva glicêmica: jejum 73; 1h 105; 2h 99 
 Peso variou entre 80-81 kg e terminou com menos de 82 kg 
 Bebê a termo com peso 3465 g 
 Peso da mãe 1 mês pós-parto = 69 kg 
 
Gestação gemelar 
 Recomendação de ganho de peso 
< 20 semanas: 0,45 a 0,68 kg/semana 
20-28 semanas: 0,57 a 0,79 kg/semana 
> 28 semanas: 0,45 kg/semana 
Conduta nutricional na gestação 
Valor energético total 
Estado nutricional Energia (kcal) 
Eutrofia Adicionar 300 kcal na dieta normal a partir do 2º TRI 
Desnutrição Adicionar 300 kcal desde o início 
Sobrepeso e obesidade Não deverá ter aumento nas calorias – monitorar 
RDA, 1989 
Estoque de energia do feto, útero e tecido mamário, depósito de gordura 
materno e gasto energético adicional somado ao metabolismo basal dos 
novos tecidos que estão sendo sintetizados 
Valor energético total 
 O adicional calórico de 300 kcal/dia pode ser insuficiente em 
gestantes com atividade física intensa e regular ou excessivo em 
mulheres sedentárias e com maiores reservas de gordura. 
 
Energia em excesso das necessidades do feto tem um elevado potencial para 
ser armazenada como gordura materna por causa do ambiente em geral 
anabólico da gravidez. 
Avaliar e monitorar sempre!!!! 
Valor energético total 
 Gestação gemelar 
 Não há consenso... 
 Acréscimo de 450 kcal/dia a partir do 2º trimestre 
 Monitorar! 
 
Nutrientes importantes 
 As necessidades de proteína aumentam na gestação em decorrência 
do rápido crescimento do feto, do aumento uterino, da preparação 
das glândulas mamárias e do desenvolvimento placentário. 
 
 Recomendação: 0,8-1,0 g/kg/dia + 10g proteína/dia e máximo 
20-25% do VET. 
 
 Carboidratos e lipídios – não há alteração. 
 
Micronutrientes importantes 
 Cálcio 
 Ferro 
 Zinco 
 Vitamina A 
 Vitamina C 
 Vitamina D 
 
 
Cuidar todos os 
nutrientes! 
Micronutrientes importantes 
 Cálcio 
 Formação do esqueleto fetal e a manutenção da saúde óssea materna, 
além de ter função no sistema cardíaco. 
 
 Ocorrem mudanças no metabolismo desse mineral, incluindo aumento 
da taxa de utilização pelos ossos, diminuição do processo de reabsorção 
óssea e acréscimo da absorção intestinal. 
 
 Recomendação na gestação: 1.000 mg por dia. 
 
 Principais fontes alimentares: leite e derivados, vegetais verde-escuros, 
feijões, peixes, gergelim. 
 
Micronutrientes importantes 
 Ferro 
 As baixas reservas de ferro pré-concepcionais e a elevada necessidade 
do mineral em função da formação dostecidos maternos e fetais podem 
resultar em anemia ferropriva na gestação. 
 Anemia está associada à menor resistência a sangramentos, maior 
susceptibilidade a infecções, maior risco de parto prematuro e retardo 
de crescimento intrauterino, podendo levar à morte materna e 
perinatal. 
 Recomendação na gestação: 27 mg por dia. 
 Principais fontes alimentares: carnes, vísceras, leguminosas, legumes, 
vegetais verde-escuros, grãos integrais, alimentos fortificados. 
 A vitamina C melhora a absorção do ferro presente em alimentos de 
origem vegetal e, portanto, fontes alimentares deste nutriente devem 
ser consumidas junto com as refeições. 
Micronutrientes importantes 
 Zinco 
 Está relacionado com reprodução, diferenciação celular, crescimento, 
desenvolvimento, reparação tecidual e imunidade. 
 
 Deficiência: abortos espontâneos, retardo de crescimento intrauterino, 
prematuridade, pré-eclâmpsia e malformação congênita. 
 
 Recomendação na gestação: 11 mg por dia. 
 
 Principais fontes alimentares: carne, peixes, aves, leite e derivados, 
frutos do mar, fígado, cereais integrais, leguminosas, nozes. 
Micronutrientes importantes 
 Vitamina A 
 Está envolvida na diferenciação celular, no ciclo visual, na reprodução, 
no desenvolvimento fetal, na função imune, na manutenção da placenta, 
entre outros. 
 
 O consumo adequado durante a gestação previne prematuridade, 
descolamento placentário e mortalidade materna. 
 
 Recomendação na gestação: 770 µg por dia. 
 
 Principais fontes alimentares: fígado, leite e derivados, vegetais verde-
escuros, vegetais e frutas amarelo-alaranjados. 
 
Micronutrientes importantes 
 Vitamina B9 (ácido fólico) 
 Deficiência: compromete a divisão celular e a síntese protéica. Está 
associada à prematuridade, baixo peso ao nascer e defeitos do tubo 
neural. 
 Recomendação na gestação: 600 µg por dia. 
 Principais fontes alimentares: vegetais verde-escuros, leguminosas, 
frutas cítricas, fígado, levedo de cerveja, germe de trigo, alimentos 
fortificados. 
 
Deve-se suplementar por pelo menos 30 dias antes da concepção até a 12ª semana 
de gestação, na medida em que a formação do tubo neural ocorre no início da 
gravidez, período em que os estoques maternos podem estar comprometidos 
Micronutrientes importantes 
 Vitamina C 
 Deficiência: parto prematuro, pré-eclâmpsia e aumento do risco de 
infecções. 
 
 Ingestão melhora a absorção do ferro e reduz o risco de anemia 
materna. 
 
 Recomendação na gestação: 85 mg por dia. 
 
 Principais fontes alimentares: acerola, goiaba, morango, manga, laranja, 
limão, mamão, pimentão, espinafre, couve, brócolis, tomate. 
 
Micronutrientes importantes 
 Vitamina D 
 Deficiência: hipocalcemia neonatal, redução da mineralização óssea e 
aumento do risco de fraturas, uma vez que a vitamina auxilia na 
absorção do cálcio e do fósforo provenientes dos alimentos. 
 
 Recomendação na gestação: 5 µg por dia. 
 
 Principais fontes alimentares: peixes, fígado, gema do ovo. 
 
 Estudos recentes relacionam a deficiência na mãe com pré-eclampsia, resistência à 
insulina, diabete gestacional, vaginose bacteriana e aumento da frequência de cesárea. 
Deficiência no RN: raquitismo congênito, crânio tabes ou osteopenia 
Micronutrientes importantes 
 Vitamina D 
 
As evidências recentes suportam o conceito de que 25-hidroxivitamina D 
circulante deve ser de 40-60 ng/ml (100-150 nmol) durante a gravidez e 
uma dose diária de 4000 UI de vitamina D3 é necessária para atingir esse 
nível circulante. 
Micronutrientes importantes 
 Deficiência de vitamina D na gestação 
 
Suplementação com 4.000 
UI/dia durante a gravidez 
↓ risco de infecções 
maternas e parto prematuro 
Exposição solar! 
Suplementação na gestação 
 Ômega 3 
 Probióticos 
 Vitaminas e minerais 
Suplementação na gestação 
 Ômega 3 
 Ácidos graxos essenciais 
EPA – ácido 
eicosapentaenoico 
DHA – ácido 
docosahexaenoico 
Prevenção de doenças cardiovasculares 
e hipertensão 
Prevenção de doença cardíaca, redução 
de TG, desenvolvimento da função 
visual e cerebral 
Suplementação na gestação 
 Ômega 3 
 
 Benefícios: 
 Desenvolvimento cerebral 
 Desenvolvimento visual 
 Desenvolvimento cognitivo e comportamental 
 Prevenção de parto prematuro 
 Melhorar o peso ao nascimento (estudos contraditórios) 
 Prevenção de pré-eclâmpsia 
 Prevenção/tratamento de depressão 
Recomendação: 1g de 
ômega 3 por dia 
Óleo de peixe – livre de metais pesados! 
Suplementação na gestação 
 Ômega 3 
 DHA: desenvolvimento ótimo das funções da retina e cérebro. 
 Ingestão média de DHA para as mulheres grávidas e lactantes deve ser 
de 200-300 mg/dia. 
Suplementação na gestação 
 Ômega 3 
 
 As principais fontes de DHA e EPA são os pescados, moluscos, algas e 
crustáceos. 
 
 Atum, anchova, sardinha e salmão – consumir 2x/semana! 
 
 Outras fontes de ω-3 presentes na dieta são alguns frutos oleaginosos, 
sementes, vegetais, gema de ovo, polvo e carnes de ruminantes. 
 
 A variação no conteúdo de ω-3 pode chegar até 25%. 
Suplementação na gestação 
 Ômega 3 
 
 A própria gestação caracteriza-se como um período vulnerável para a 
sua deficiência, devendo a gestante ingeri-los em sua dieta para 
satisfazer não só as necessidades do concepto como também as suas. 
 
 O depósito de DHA na retina e no córtex cerebral ocorre 
principalmente no último trimestre de gestação e nos primeiros seis 
meses de vida extra uterina. 
 
 São precursores das prostaglandinas, que, por conseguinte, interferem 
na coagulação sanguínea. Portanto, o excesso (acima de 3g/dia) pode 
aumentar o risco de sangramento. 
Suplementação na gestação 
 Probióticos 
 
 São microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades 
adequadas, trazem efeitos benéficos ao organismo. 
 
 A maioria dos probióticos usados são espécies de Bifidobacterium ou 
Lactobacillus. 
 
 Tratamento de sintomas como constipação intestinal, azia e refluxo, 
infecção urinária. 
 
 Melhoram a absorção de nutrientes. 
 
 Auxiliam na prevenção e tratamento do diabetes gestacional (?) 
Suplementação na gestação 
 Probióticos 
 Tratamento constipação 
Bifidobacterium bifidum 
Bifidobacterium lactis 
Bifidobacterium longum 
Lactobacillus casei 
Lactobacillus plantarum 
Lactobacillus rhamnosus 
Total 4 x 109 UFC 
Suplementação na gestação 
 Vitaminas e minerais 
 
 Todas precisam? 
 
 Avaliar consumo alimentar e, se possível, exames de sangue. 
 
 Mais comuns: ferro, vitamina D, vitamina B12. 
Terapia nutricional nos sintomas 
gestacionais 
Constipação intestinal 
 Principal causa: ação relaxante da progesterona 
 Compressão do útero sobre a parede do cólon 
 Diminuição de exercícios físicos 
 Orientar 
 Água!!! 
 Evitar alimentos “constipantes” 
 Fibras 
 Probióticos 
 Ameixa remolho e coquetel laxativo 
 Suplementação de glutamina – 5g/dia 
 
Náuseas e vômitos 
 6ª a 20ª semana 
 Grave: hiperemese gravídica 
 Orientar: 
 Fracionar refeições 
 Evitar alimentos gordurosos e condimentados 
 Preferir carboidratos secos e crocantes. 
 Preferir líquidos bem gelados – evitar líquidos quentes 
 Geralmente apetece mais alimentos ácidos e gelados 
 Gengibre acelera esvaziamento gástrico (1-2g/dia) 
 Suplementação de vitamina B6: 40 a 80 mg/dia (dividir 2 doses) 
Alimentos: aveia, banana, gérmen de trigo, leguminosas 
RDA é 1,9 mg/dia e UL é 100mg/dia 
Etiologia multifatorial, mas os 
níveis elevados de beta-hCG e 
estrogênio são tidos como os 
grandes responsáveis 
Todos os estudos mostraram que o gengibre administrado por via oral foi significativamente mais 
eficaz do que o placebo na redução da frequência de vômitos e a intensidade de náusea. 
Entretanto, ainda há incerteza sobre a dosagem máxima segura de gengibre na gestação. 
O uso de gengibre durante agravidez não parece aumentar o 
risco de malformações 
congênitas, natimorto ou morte 
perinatal, prematuridade, baixo 
peso ao nascer ou baixo índice de 
Apgar 
Azia 
 No primeiro trimestre: aumento da progesterona diminui a 
velocidade de esvaziamento gástrico. 
 A partir do 2º trimestre: aumento do volume uterino desloca e 
comprime o estômago + relaxamento do esfíncter esofagiano = 
refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. 
 Orientar: 
 Líquidos com gás 
 Alimentos gordurosos 
 Produtos de padaria 
 Alimentos quentes 
 Evitar deitar após comer 
 Evitar ingerir líquidos junto com as refeições 
 Estresse... 
Retenção hídrica e edema 
 Em geral surge no 3º TRI, limitando-se aos membros inferiores e, 
ocasionalmente, às mãos. 
 Orientar: 
 Evitar alimentos industrializados (sódio e açúcar) 
 Ingerir líquidos e alimentos diuréticos 
 Avaliar potássio, magnésio, vitamina B6 
 Exercício físico e drenagem linfática conforme liberação médica. 
Edema em membros inferiores – fisiopatologia: compressão venosa pelo 
útero gravídico, dificultando o retorno venoso. 
Cefaleia 
 Mais intensa em pacientes com história prévia de enxaqueca. 
 Agravada por hipoglicemia, calor e fadiga. 
 Aumentar a ingestão hídrica. 
 Evitar: cafeína, açúcar, alimentos condimentados? 
 Investigar leite? Glutamato monossódico? Aspartame? Nitratos e 
nitritos? Cafeína? Chocolate? Soja? 
Acne 
 Origem multifatorial – genética influencia fortemente. 
 Mais comum no último trimestre. 
 Aumento das concentrações do estrógeno. 
 Evitar o consumo de alimentos gordurosos/frituras, leite de vaca (?). 
 Dieta de baixo IG para reduzir IGF-1 (aumenta a produção de sebo). 
 Suplementar zinco e ômega 3 para reduzir inflamação (?) 
Câimbra 
 Geralmente causada pelo desequilíbrio entre o cálcio e o 
magnésio, pela necessidade do bebê aumentada. 
 Potássio – difícil, mas observar. 
 Hidratação. 
Fontes alimentares de magnésio 
Semente de abóbora 
Farelo de trigo 
Amêndoas 
Castanha do Pará 
Terapia nutricional nas patologias 
da gestação 
Distúrbios hipertensivos 
 Má adaptação do organismo materno a sua nova condição. 
 Alimentação desequilibrada. 
 Excesso de peso e sedentarismo. 
 Problema começa na formação da placenta. 
 
 
 Primeira gestação 
 Gestação gemelar 
 Gestante com mais de 35 anos 
Distúrbios hipertensivos 
Classificação dos distúrbios hipertensivos na gestação 
Pré-eclâmpsia 
• Leve 
• Grave 
• Eclâmpsia 
Hipertensão arterial crônica 
Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta 
Hipertensão gestacional 
Pressão arterial sistólica (PAS) > 140 mmHg e/ou pressão arterial 
diastólica (PAD) > 90 mmHg em pacientes com mais de 20 semanas 
de gestação e previamente normotensa. 
Distúrbios hipertensivos 
Classificação dos distúrbios hipertensivos na gestação 
Pré-eclâmpsia 
• Leve 
• Grave 
• Eclâmpsia 
Hipertensão arterial crônica 
Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta 
Hipertensão gestacional 
Em geral, manifesta-se após a 20ª semana e é definida como a 
presença de hipertensão arterial e proteinúria significativa. 
PAS ≥ 160 mmHg ou PAD ≥ 110 mmHg e proteinúria de 24 horas superior a 2,0 g 
são suficientes para considerar uma gestante como tendo pré-eclâmpsia grave 
>300mg 
em 24h 
Distúrbios hipertensivos 
Classificação dos distúrbios hipertensivos na gestação 
Pré-eclâmpsia 
• Leve 
• Grave 
• Eclâmpsia 
Hipertensão arterial crônica 
Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta 
Hipertensão gestacional 
É a ocorrência de convulsões motoras generalizadas em gestantes 
com pré-eclâmpsia. 
Risco de morte materna e perinatal 
Distúrbios hipertensivos 
 Tratamento nutricional 
 
 Suplementar cálcio durante a gestação está associado à redução 
importante na incidência de pré-eclâmpsia (principalmente gestantes 
de alto risco): 1 a 2 g por dia a partir da 12ª semana. 
 Magnésio? Sódio? 
 Cuidar ganho de peso! Seguir recomendações. 
 Atividade física: reduz o risco de pré-eclâmpsia em 24%. 
 
 Aumento repentino de peso (700g ou mais em uma semana) sugere 
pré-eclâmpsia. 
Melhor absorção: 
quelato de cálcio, 
cálcio aspartato e 
cálcio citrato 
Consumo de frutas 
e legumes 
 
Cálcio e magnésio 
 
Ganho de peso 
adequado 
Diabetes gestacional 
 A gravidez é um estado potencialmente diabetogênico. 
 
 Uma gestação normal caracteriza-se por leve hipoglicemia de jejum, 
hiperglicemia pós-prandial e hiperinsulinemia. 
 
Mulheres que 
engravidam 
com algum grau 
de resistência à 
insulina 
Ação dos 
hormônios 
placentários 
anti-insulínicos 
Hiperglicemia 
 
Diabetes 
Gestacional 
Diabetes gestacional 
 Define-se diabetes gestacional como qualquer grau de intolerância à 
glicose que inicia ou é reconhecida pela primeira vez durante a 
gestação, independentemente de tratamento com insulina ou da 
condição persistir após a gravidez. 
 
 É habitualmente diagnosticado no final do segundo ou no início do 
terceiro trimestre de gestação, quando se acentua a resistência à 
insulina. 
*Geralmente em torno da 24ª semana gestacional 
Diabetes gestacional 
• Fatores de risco 
• Idade ≥ 25 anos 
• Sobrepeso / obesidade (IMC > 25 kg/m²) 
• Ganho excessivo de peso na gestação atual 
• História familiar de diabetes (1º grau) 
• História obstétrica de morte fetal inexplicada, polidrâmnio, 
macrossomia ou malformação fetal, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, 
diabetes gestacional 
• Síndrome dos ovários policísticos 
Após 10 a 12 anos da 
gestação: 23,6 a 44,8% 
das mulheres com DMG 
desenvolvem DM2 
 
(American Dietetic Association Guide to 
Gestational Diabetes Mellitus, 2006) 
Diabetes gestacional 
• Diagnóstico 
 
Glicemia jejum ≥ 126 mg/dl ou ocasional > 200 mg/dl + confirmação com um valor em 
jejum ≥ 126 mg/dl ou HbA1c ≥ 6,5% – Tratar e seguir como Diabetes prévia 
 
 
Glicemia jejum ≥ 92 mg/dl e < 126 mg/dl – Diabetes gestacional 
 
 
Glicemia jejum < 92 mg/dl – Rastrear diabetes gestacional com 24-28 semanas (TTG) 
 
American Diabetes Association, 2011 
Primeira visita pré-natal: glicemia em jejum para todas as pacientes 
Diabetes gestacional 
American Diabetes Association, 2011 
Testes de rastreamento devem ser feitos utilizando-se o teste oral de 
tolerância à glicose (TTG) com 75g de glicose. 
 
Realizar TTG com medição de glicose plasmática em jejum e em 1 e 2 horas, entre a 24ª e a 28ª 
semanas de gestação, em mulheres sem diagnóstico prévio de diabetes. 
 
 
TTG deve ser realizado no período da manhã após jejum de pelo menos 8 horas. 
 
 
O diagnóstico de diabetes gestacional é confirmado quando qualquer um dos seguintes valores 
de glicemia for atingido: 
• Glicemia de jejum ≥ 92 mg/dl 
• Glicemia pós-prandial de 1 hora ≥ 180 mg/dl 
• Glicemia pós-prandial de 2 horas ≥ 153 mg/dl 
 
Diabetes gestacional 
• Normalização das glicemias maternas é o fator isolado mais 
importante na prevenção do hiperinsulinismo e macrossomia fetal. 
• Alimentação, atividade física e monitoração metabólica. 
• Tratamento nutricional 
• Dieta tem papel fundamental!!! 
• Dietas com cerca de 40% de carboidratos parecem facilitar o controle 
metabólico, por reduzirem hiperglicemia pós-prandial. 
• Índice glicêmico e carga glicêmica. 
• Fibras. 
Dieta de baixo índice glicêmico e ingestão de 
energia restrita de acordo com as necessidades 
individuais 
Reduziu 33% 
 Inositol está presente em cereais, carne, frutas e legumes. 
Mio-inositol pode aumentar a sensibilidade à insulina, possível mecanismo para a redução no DMG. 
Mio-inositol 2g duas vezes por dia + dieta 
Lactobacillus Rhamnosus GG e Bifidobacterium 
lactis Bb12 1010 UFC + dieta Reduziu 60% 
Reduziu 60% 
***O inositol é um isômero da glicose que 
tem sido tradicionalmente considerado como 
uma vitamina do complexo B, embora seu 
status de vitamina não esteja definidoainda. 
O inositol tem uma variedade de 
estereoisômeros, incluindo o mio-inositol e 
Dinositol. O mio-inositol é a forma mais 
abundante no sistema nervoso central. 
Estudo de caso 
 JPJ, 37 anos 
 Glicose com 7 semanas = 97 mg/dl – repetiu o exame e manteve 
 IMC PG 24,1 kg/m² 
 Orientações, aumento de fibras, combinações de alimentos, controle 
do ganho de peso, melhora da alimentação e exercício físico. 
 Glicose baixou e se manteve em 85 mg/dl. 
 Curva glicêmica ótima com 24 semanas! 
 Ganho de peso total 11,6 kg e peso do bebê 3450g (a termo). 
 Engravidou de novo 2 anos depois e não teve DMG! 
Anemia na gestação 
 Aumento maior no volume circulante causa hemodiluição (= 
anemia fisiológica da gestação). 
 
 Ocorre diminuição significativa nos valores dos glóbulos vermelhos, 
da hemoglobina (Hb) e do hematócrito (Ht), que se manifesta 
precocemente, ao redor da 10ª semana, alcançando valores mínimos 
ao redor da 20ª semana e com discreto aumento a partir de então. 
Anemia na gestação 
 Diagnóstico 
 
Exames bioquímicos Valores de referência na gestação 
Hemoglobina 10,5 a 14 g/dl 
Hematócrito 33 a 44% 
Ferro 90 µg/dl 
Ferritina 5 a 150 ng/dl 
12 a 16 g/dl 
37 a 47% 
135 µg/dl 
15 a 200 ng/dl 
OMS considera: Hb ideal acima de 11 e grave abaixo de 7 g/dl 
IOM, 1992 
Ferritina <30 μg/L indica quantidade de ferro no organismo baixa e ausência de hemossiderina na medula 
óssea. Quantidades <15 μg/L indicam depleção de ferro orgânico e, <12 μg/L, deficiência de ferro. Na 
gestante, considera-se ao inicio da gravidez níveis adequados de ferro a concentração de hemoglobina igual 
ou superior a 11 g/dL e ferritina sérica maior que 30 μg/L (Brandão, 2011) 
Anemia na gestação 
 Tratamento nutricional 
 
 Ferro de origem vegetal (não heme): absorção ao redor de 1% a 7% 
 
 Ferro de origem animal (heme): absorção varia entre 20% a 30% 
com boa disponibilidade 
 
 Suplementação: o tratamento da anemia é a suplementação de ferro 
com 60 a 120 mg/dia. 
 
Ferro quelado tem melhor absorção 
Ferro III (ferripolimaltose) causa menos efeitos gastrointestinais 
Infecção urinária 
 A presença de bactérias causando sintomas urinários baixos constitui 
o quadro de cistite. 
 
 Sintomas: urgência miccional, aumento do número de micções, dor 
e ardor ao urinar, hematúria. 
 
 Principais complicações: trabalho de parto pré-termo, recém-
nascidos de baixo peso, rotura prematura de membranas, restrição 
de crescimento intraútero, paralisia cerebral, entre outras. 
Infecção urinária 
Infecção urinária 
 Tratamento nutricional 
 
 Cranberry? – 500mg/dia 
 Probióticos 
 Hidratação 
 
 Evitar leite e derivados para infecções de repetição? 
Depressão pós-parto 
 Mulheres durante a gravidez e após o parto são mais vulneráveis a 
distúrbios psiquiátricos, que podem afetar 5% a 20% das gestantes. 
 
 Baixa ingestão materna de ômega 3 + aumento da demanda para o 
desenvolvimento fetal = maior chance de ocorrer depressão! 
Depressão pós-parto 
 Os ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) ômega 3, incluindo o 
ácido eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), têm 
uma série de atividades neurobiológicos que contribuem para os seus 
potenciais efeitos antidepressivos 
Ensaios clínicos e meta-análises têm sugerido que EPA pode ser o 
componente mais ativo nos efeitos antidepressivos 
2,2g EPA 
1,2g DHA 
Mitos e polêmicas na gestação 
Consumo de flavonoides 
Consumo de flavonoides 
 Conhecido: fármacos anti-inflamatórios interferem no metabolismo de 
prostaglandinas, causando constrição ductal. 
 
 Hipótese do estudo: relação entre o consumo materno de polifenóis e a 
constrição ductal no terceiro trimestre da gestação. 
 
 Recomendação do estudo: restrição dietética do consumo de alimentos ricos 
em polifenóis no terceiro trimestre, tais como chás caseiros, chimarrão, 
chocolate amargo, café passado, derivados de uva, laranja, bergamota, frutas 
vermelhas, maçã e óleo de oliva. 
 
 Conclusão do estudo: o estudo demonstra que a intervenção na dieta 
materna no 3º trimestre gestacional, restringindo a ingestão de alimentos 
ricos em polifenóis por um período maior ou igual a duas semanas, resulta 
em melhora da dinâmica do fluxo do ducto arterioso fetal e reduz as 
dimensões do ventrículo direito. 
Consumo de flavonoides 
Como nutricionistas, a recomendação é utilizar o bom senso!!!! 
Consumo de adoçantes 
 Apesar de existirem poucos e inconclusivos estudos, o consumo de 
acessulfame-k, aspartame, sacarina e sucralose é considerado seguro 
quando a ingestão não ultrapassa o nível diário aceitável de ingestão, 
estabelecido pela Food and Drug Administration. 
 
 Deve-se ter maior cautela com sacarina e ciclamato. 
Adoçante Ingestão diária aceitável (IDA) 
Sacarina 5 mg/kg/dia 
Ciclamato 11 mg/kg/dia 
Aspartame 40 mg/kg/dia 
Sucralose 15 mg/kg/dia 
Acessulfame-k 15 mg/kg/dia 
Estévia 5,5 mg/kg/dia 
Consumo de adoçantes 
 
 Mais naturais: stévia e xylitol 
 
 Sucralose: parece boa opção, mas tem ação negativa na flora 
intestinal – avaliar! 
AVALIAR: 
Real necessidade? 
Consumo de industrializados? 
Consumo de café e chás 
 Cafeína atravessa facilmente a barreira placentária e está relacionada 
com alteração da frequência cardíaca e respiratória fetal, além de 
diminuição na absorção dos nutrientes. 
 
 Recomendação: máximo 200mg de cafeína/dia. 
 
 Café 
 Chás (plantas com outros efeitos) 
 Refrigerantes (ácido fosfórico) 150ml de café instantâneo = 60mg de cafeína 
150ml de chá (folha ou sachê) = 30mg de cafeína 
30ml de café expresso = 40mg de cafeína 
355ml de refrigerante de cola = 36 mg de cafeína 
(Barone; Roberts, 1996) 
Consumo de alimentos crus 
 Toxoplasmose 
 
 A toxoplasmose é causada por um protozoário (Toxoplasma gondii) que 
infecta seres humanos na forma de oocistos (excretados nas fezes dos gatos) 
ou de cistos (presentes em músculos e vísceras de animais). 
 
 Principais fontes de infecção são: solo, água ou alimentos contaminados 
com fezes de gatos infectados (que contêm oocistos T .Gondii) ou carne crua 
ou mal cozidas (que contêm cistos). 
 
 Contato com gatos, ingestão de verduras mal lavadas e ingestão de carnes 
mal cozidas são as vias de aquisição da doença. 
 
 IgM reagente sugere infecção recente e IgG reagente significa infecção 
passada. 
Consumo de alimentos crus 
 Toxoplasmose 
 
 A toxoplasmose é uma causa importante de abortos e efeitos fetais 
adversos, tais como doenças neurológicas e oculares e também pode 
levar a sequelas na vida do recém-nascido infectado. 
 
Pode provocar aborto, prematuridade e infecção congênita com ou sem 
malformação. As manifestações congênitas variam desde anemia, pneumonia, 
cegueira, encefalite, icterícia, retardo mental, até malformações do sistema 
nervoso central, como microcefalia e hidrocefalia. 
 
Os efeitos da doença podem levar meses ou anos para se manifestarem. 
Consumo de fitoterápicos 
 Cuidar muito! Poucos estudos com gestantes! 
 
 Efeito abortivo comprovado: arruda, boldo, cipó... 
Contaminação por mercúrio 
 Há evidências de que exposição a altos níveis de mercúrio durante a 
gestação resultar em dano para o cérebro do feto em desenvolvimento. 
 
 Peixes: cação, tubarão, prego, atum, espada, panga... 
 
 Máximo 1x/semana (?) 
 
 
Não foi encontrada nenhuma evidência de associações adversas entre o mercúrio no 
sangue da gestante e o desenvolvimento da criança entre 6 e 42 meses de idade. 
Parece que comer peixe é sempre protetor! 
Gestante vegetariana/vegana 
 As dietas vegetarianas/veganas podem ser consideradas seguras 
durante a gravidez, desde que se preste atenção às vitaminas e 
minerais: 
Vitamina B12 Vitamina D Ferro 
Cálcio Zinco Ômega 3 
OBRIGADA! 
Contato: 
nutricionista.betina@gmail.com

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