Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Betina da Gama Ettrich Nutricionista Mestre em Ciências Médicas Pós-graduada em Nutrição Materno-Infantil Nutrição, Fertilidade e Gestação Nutrição na fertilidade da mulher Ciclo menstrual = regulares 28 dias (21 a 35 dias) Ovulação = meio do ciclo (14 dias) Período fértil = 3 a 5 dias antes da ovulação até 1 a 2 dias após. 2 a 5 dias 7 a 8 dias após a ovulação Infertilidade na mulher A infertilidade é definida como a impossibilidade de conceber após 12 meses de relações sexuais desprotegidas. É relativamente frequente: cerca de 8% a 12% dos casais com mulheres em idade fértil. Causas (mulheres): ovários, trompas, endométrio ou causas inexplicadas. 16% dos casais inférteis apresentam infertilidade inexplicada. Poluição, cigarro, drogas, metais tóxicos, excesso de gordura corporal, algumas patologias, desequilíbrios hormonais e deficiências nutricionais. Nutrição age direta e indiretamente! Doença celíaca, resistência à insulina e diabetes, ovário policístico, hipotireoidismo. Infertilidade na mulher Doença celíaca Infertilidade na mulher Sensibilidade ao glúten X desordens reprodutivas na mulher Abortos recorrentes, retardo de crescimento intrauterino e maior risco de natimortalidade Menor absorção de nutrientes e possível associação com outras patologias (ovário policístico e endometriose) Diminuição na fertilidade em homens: afeta motilidade do esperma e níveis de andrógenos Vida reprodutiva mais curta, com menarca tardia e menopausa precoce Infertilidade na mulher Ovário policístico Aumenta o estresse oxidativo – precisa mais antioxidantes para aumentar a fertilidade. Obesidade e adiposidade central. Infertilidade na mulher Resistência à insulina Diversas evidências sugerem que a resistência à insulina pode ser um determinante importante da função ovulatória e na fertilidade. Aumento da insulina leva a desequilíbrios hormonais, que geram menstruação irregular, esterilidade, assim como pode impedir a ovulação, tornando impossível engravidar. Dieta e fertilidade Ácidos graxos trans Carboidratos refinados Proteínas animais Soja processada Bisfenol A Glutamato monossódico Emagrecer ajuda? Estado nutricional adequado + alimentação em equilíbrio = manutenção da função reprodutiva normal Dieta e fertilidade Ácidos graxos trans Gordura trans pode aumentar o risco de infertilidade ovulatória quando substitui carboidratos ou gorduras insaturadas. Aumento de 2% na ingestão calórica de ácidos graxos trans substituindo carboidrato aumentou 73% o risco de infertilidade ovulatória Substituir trans por ômega 6 risco semelhante Ingestão de 2% de trans ao invés de monoinstarurados mais do dobro de risco de infertilidade ovulatória Dieta e fertilidade Carboidratos Cuidar quantidade de carboidrato e qualidade (índice glicêmico e carga glicêmica) Melhora SOP e resistência à insulina! Estudo de caso JC, 33 anos Objetivo: emagrecer e engravidar Ovário policístico – glicose 90 – IMC 26,7 kg/m² – %G 40,4% HF: mãe DM, HAS e hipotireoidismo; irmã hipotireoidismo Orientações/recomendações gerais e plano alimentar para emagrecimento (1400 kcal – MB = 1244,8 kcal), 40-45% de carboidratos de baixo índice glicêmico, fibras mínimo 25g, nutrientes conforme recomendação. Em dois meses, emagreceu 4 kg de gordura e engravidou! 1ª glicose de jejum = 72 mg/dl Suplementação vitamina D e ômega 3 Curva glicêmica: jejum 76; 1h 145; 2h 125 Ganho de peso total = 10,7 kg Dieta e fertilidade Proteína animal X proteína vegetal Substituir 5% de PTN animal por PTN vegetal, diminui 50% o risco de infertilidade Dieta e fertilidade Soja processada Ação estrogênica Estudos em animais sugerem que a ingestão de quantidades muito altas de fitoestrógenos pode afetar a fertilidade. Vegetarianas e veganas: preferir a soja precipitada ou fermentada (misso, tofu...) Dieta e fertilidade Bisfenol A = plásticos e resinas Efeitos tóxicos – desregulador endócrino Mimetiza os efeitos estrogênicos = semelhança estrutural SOP e abortos recorrentes Diminui ovulação Dieta e fertilidade Glutamato monossódico Em doses mais elevadas, provoca efeitos prejudiciais sobre os oócitos de ovários de ratos Wistar adultos e, por extensão, pode contribuir para infertilidade em fêmeas. Dieta e fertilidade Emagrecer A perda de peso antes da gravidez pode melhorar a fertilidade. Estudos sugerem que mesmo uma modesta perda de 5-10% de peso pode restaurar a ovulação. Dieta e fertilidade Emagrecer Micronutrientes e fertilidade Conclusão: a ingestão nutricional de mulheres em idade fértil parece ser inadequada durante o período pré-concepção, principalmente em relação aos micronutrientes (dieta ocidental). Assim, deve-se reforçar sobre um estilo de vida e dieta saudável não só durante a gestação, mas também antes, com o objetivo de melhorar a fertilidade. Cada uma das fases do período periconcepcional pode ser afetada pela nutrição materna e, especificamente, pelo desequilíbrio de micronutrientes. Micronutrientes e fertilidade Suplementação e fertilidade Antioxidantes: selênio, vitamina E, vitamina C, zinco Vitaminas do complexo B Coenzima Q10 Vitamina D Ferro Ômega 3 Suplementação e fertilidade Vitamina B12: deficiência prolongada gera mudança na ovulação e desenvolvimento do óvulo ou implantação ineficiente (Bennett M, 2001) Zinco: maior relação com fertilidade masculina. Afeta a motilidade ou a função dos espermatozoides e a natureza química e física do sêmen Antioxidantes: agem diminuindo o estresse oxidativo e protegendo a integridade do DNA dos óvulos Vitamina D: necessária na produção dos hormônios sexuais (afetam a ovulação e equilíbrio hormonal) Suplementação e fertilidade Ferro: deficiência gera anovulação e piora a qualidade dos óvulos Ômega 3 (1-2g/dia): relação direta com desequilíbrios hormonais Coenzima Q10 (50-150 mg/dia): antioxidante e melhora qualidade do oócito. Vitamina B12, vitamina D e ferro: analisar deficiência através de exames de sangue Antioxidantes: analisar consumo através da avaliação alimentar Coenzima Q10 e ômega 3: suplementar (?) Como melhorar a fertilidade da nossa paciente? Resumindo... Se possível, adequar o estado nutricional Se confirmada DC, retirar o glúten Carboidratos complexos com baixo IG Equilibrar proteínas animais e vegetais Gorduras boas – evitar gordura trans Evitar soja processada Orientar sobre bisfenol A e glutamato monossódico Suplementar nutrientes (se houver necessidade!) Programação metabólica Programação metabólica O termo programação ou imprinting metabólico descreve um fenômeno através do qual uma experiência nutricional precoce, durante um período crítico e específico do desenvolvimento (janela de oportunidade), acarretaria um efeito duradouro e persistente ao longo da vida do indivíduo, predispondo a determinadas doenças. Programação metabólica RCIU Desnutrição Doenças na vida adulta (resultantes de um processo adaptativo de memória) Programação metabólica Obesidade materna no primeiro trimestre de gestação – aumenta 2 a 3 vezes o risco de obesidade na infância. Mães obesas – 24% chance de obesidade até os 4 anos de idade. Programação metabólica O ambiente no útero e na vida neonatal precoce pode induzir uma resposta permanente no feto e no recém-nascido, levando a maior susceptibilidade a doenças posteriores. Hales e Barker, em 1992, propuseram a hipótese do “fenótipo econômico”, sugerindo que o desenvolvimento fetal é sensível ao ambiente nutricional. Assim, essaprogramação aumentaria as chances de sobrevivência do feto sob condições de nutrição precárias e intermitentes e resultaria num metabolismo pós-natal alterado. Adaptações fisiológicas na gestação A gestação é um período de grandes mudanças e adaptações em que praticamente todos os sistemas e órgãos do organismo são afetados. A gestação a fase de maior demanda nutricional no ciclo de vida da mulher, uma vez que envolve rápida divisão celular e desenvolvimento de novos órgãos e tecidos. Diagnóstico de gestação O diagnóstico da gestação baseia-se na história, no exame físico e nos testes laboratoriais. Sinal mais frequente e evidente: amenorreia. Manifestações clínicas: náuseas e vômitos, tonturas, sonolência, sialorreia, mudança de apetite, aumento da frequência urinária. Modificações anatômicas: aumento do volume das mamas, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume uterino. Exame laboratorial: fração beta da gonadotrofina coriônica humana (HCG) detectada no soro materno a partir do 8º dia após a fecundação. Ecografia: batimentos cardíacos fetais a partir da 5ª-7ª semana. Mudanças fisiológicas Garantir o crescimento e o desenvolvimento do feto Assegurar as reservas biológicas para o parto Reservas para a recuperação pós-parto e para a lactação Alterações hormonais: aumento da progesterona e do estrogênio e presença de lactogênio placentário (hPL), tireotropina coriônica (hCT) e gonadotrofina coriônica (hCG). Mudanças fisiológicas Principais sinais e sintomas Glândulas mamárias maiores Aréolas maiores e mais escuras Alterações de humor Sono Náuseas, vômitos, plenitude gástrica, mal- estar, constipação intestinal Pressão arterial tende a diminuir Primeiro trimestre Primeiras mudanças devem-se ao aumento dos hormônios e às demandas metabólicas do feto, placenta e útero. Mudanças fisiológicas Principais sinais e sintomas Aumento do metabolismo basal (15-20%) Aumento da demanda de alguns nutrientes Diminuição da sensibilidade ao sal Maior risco de DMG Segundo trimestre Geralmente o período de maior depósito de tecido adiposo materno – cuidar! Mudanças fisiológicas Principais sinais e sintomas Constipação Refluxo e azia Aumento do volume sanguíneo (atinge em torno de 45-50% de aumento na 32ª sem.) Terceiro trimestre Anamnese nutricional Avaliação clínica História clínica e familiar História pregressa Avaliação alimentar Exames bioquímicos Avaliação antropométrica Anamnese nutricional Data da última menstruação (DUM) Data provável do parto (DPP) = dia que completa 40 semanas. Idade gestacional (IG) = número de semanas contadas a partir do primeiro da DUM 1º trimestre: ≤ 12 semanas 2º trimestre: 13 a 27 semanas 3º trimestre: ≥ 28 semanas Atalah SE, Castillo CL, Castro RS. Propuesta de um nuevo estandar de evaluación nutricional en embarazadas. Revista Medica de Chile, v.125, p.1429-1436, 1997. Avaliação antropométrica Peso pré-gestacional Peso atual Altura Índice de massa corporal Curva de Atalah: classifica o estado nutricional da gestante de acordo com o IMC atual e a idade gestacional. Ganho de peso 1º trimestre Perda de até 3 kg Manutenção Ganho de até 2 kg 2º e 3º trimestres Depende do estado nutricional pré-gestacional Ganho de peso Distribuição aproximada do ganho de peso da gestante Feto 3000g Placenta 450-650g Útero 1000g Líquido amniótico 800g Mamas 1400g Volume sanguíneo 1400-1800g Estoque materno 1800-3600g Cerca de 8 kg Ganho de peso IMC pré-gestacional Ganho total (kg) Média de ganho semanal no 2º e 3º TRI (kg) Baixo peso (<18,5kg/m²) 12,5 – 18,0 0,51 (0,44-0,58) Adequado (18,5-24,9kg/m²) 11,5 – 16,0 0,42 (0,35-0,50) Sobrepeso (25,0-29,9kg/m²) 7,0 – 11,5 0,28 (0,23-0,33) Obesidade (>30,0kg/m²) 5,0 – 9,0 0,22 (0,17-0,27) Fonte: Institute of Medicine, 2009. P50 = 13 kg IMC normal (18.50-24.99) Objetivo: propor curvas de ganho de peso fetal e assim termos um padrão internacional de ganho de peso gestacional A avaliação do ganho de peso semanal apresenta maior sensibilidade, uma vez que intervenções nutricionais podem ser realizadas ainda durante o pré- natal, de forma a evitar o ganho de peso total excessivo e prevenir suas consequências para o binômio mãe-filho. Ganho de peso Ganho de peso insuficiente Baixo peso ao nascer Pequeno para a idade gestacional (PIG) Parto prematuro Ganho de peso excessivo Grande para a idade gestacional (GIG) Diabetes gestacional Parto prematuro Cesariana Mortalidade infantil Retenção de peso materno pós-parto Obesidade infantil Ganho de peso Conclusão: o ganho de peso gestacional abaixo das recomendações (IOM, 2009) não pode ser rotineiramente recomendado, mas pode ocasionalmente ser individualizado para certas mulheres, com cautela, levando em conta outros fatores de risco. Estudo de caso JSN, 42 anos Objetivo: ganho de peso na gestação Aumento recente de 8 kg – durante tratamento para engravidar PPG 79 kg e IMC PG 32 kg/m² HF: mãe DM e pai pré-DM Alimentação ótima e exames ótimos – nenhuma complicação! Curva glicêmica: jejum 73; 1h 105; 2h 99 Peso variou entre 80-81 kg e terminou com menos de 82 kg Bebê a termo com peso 3465 g Peso da mãe 1 mês pós-parto = 69 kg Gestação gemelar Recomendação de ganho de peso < 20 semanas: 0,45 a 0,68 kg/semana 20-28 semanas: 0,57 a 0,79 kg/semana > 28 semanas: 0,45 kg/semana Conduta nutricional na gestação Valor energético total Estado nutricional Energia (kcal) Eutrofia Adicionar 300 kcal na dieta normal a partir do 2º TRI Desnutrição Adicionar 300 kcal desde o início Sobrepeso e obesidade Não deverá ter aumento nas calorias – monitorar RDA, 1989 Estoque de energia do feto, útero e tecido mamário, depósito de gordura materno e gasto energético adicional somado ao metabolismo basal dos novos tecidos que estão sendo sintetizados Valor energético total O adicional calórico de 300 kcal/dia pode ser insuficiente em gestantes com atividade física intensa e regular ou excessivo em mulheres sedentárias e com maiores reservas de gordura. Energia em excesso das necessidades do feto tem um elevado potencial para ser armazenada como gordura materna por causa do ambiente em geral anabólico da gravidez. Avaliar e monitorar sempre!!!! Valor energético total Gestação gemelar Não há consenso... Acréscimo de 450 kcal/dia a partir do 2º trimestre Monitorar! Nutrientes importantes As necessidades de proteína aumentam na gestação em decorrência do rápido crescimento do feto, do aumento uterino, da preparação das glândulas mamárias e do desenvolvimento placentário. Recomendação: 0,8-1,0 g/kg/dia + 10g proteína/dia e máximo 20-25% do VET. Carboidratos e lipídios – não há alteração. Micronutrientes importantes Cálcio Ferro Zinco Vitamina A Vitamina C Vitamina D Cuidar todos os nutrientes! Micronutrientes importantes Cálcio Formação do esqueleto fetal e a manutenção da saúde óssea materna, além de ter função no sistema cardíaco. Ocorrem mudanças no metabolismo desse mineral, incluindo aumento da taxa de utilização pelos ossos, diminuição do processo de reabsorção óssea e acréscimo da absorção intestinal. Recomendação na gestação: 1.000 mg por dia. Principais fontes alimentares: leite e derivados, vegetais verde-escuros, feijões, peixes, gergelim. Micronutrientes importantes Ferro As baixas reservas de ferro pré-concepcionais e a elevada necessidade do mineral em função da formação dostecidos maternos e fetais podem resultar em anemia ferropriva na gestação. Anemia está associada à menor resistência a sangramentos, maior susceptibilidade a infecções, maior risco de parto prematuro e retardo de crescimento intrauterino, podendo levar à morte materna e perinatal. Recomendação na gestação: 27 mg por dia. Principais fontes alimentares: carnes, vísceras, leguminosas, legumes, vegetais verde-escuros, grãos integrais, alimentos fortificados. A vitamina C melhora a absorção do ferro presente em alimentos de origem vegetal e, portanto, fontes alimentares deste nutriente devem ser consumidas junto com as refeições. Micronutrientes importantes Zinco Está relacionado com reprodução, diferenciação celular, crescimento, desenvolvimento, reparação tecidual e imunidade. Deficiência: abortos espontâneos, retardo de crescimento intrauterino, prematuridade, pré-eclâmpsia e malformação congênita. Recomendação na gestação: 11 mg por dia. Principais fontes alimentares: carne, peixes, aves, leite e derivados, frutos do mar, fígado, cereais integrais, leguminosas, nozes. Micronutrientes importantes Vitamina A Está envolvida na diferenciação celular, no ciclo visual, na reprodução, no desenvolvimento fetal, na função imune, na manutenção da placenta, entre outros. O consumo adequado durante a gestação previne prematuridade, descolamento placentário e mortalidade materna. Recomendação na gestação: 770 µg por dia. Principais fontes alimentares: fígado, leite e derivados, vegetais verde- escuros, vegetais e frutas amarelo-alaranjados. Micronutrientes importantes Vitamina B9 (ácido fólico) Deficiência: compromete a divisão celular e a síntese protéica. Está associada à prematuridade, baixo peso ao nascer e defeitos do tubo neural. Recomendação na gestação: 600 µg por dia. Principais fontes alimentares: vegetais verde-escuros, leguminosas, frutas cítricas, fígado, levedo de cerveja, germe de trigo, alimentos fortificados. Deve-se suplementar por pelo menos 30 dias antes da concepção até a 12ª semana de gestação, na medida em que a formação do tubo neural ocorre no início da gravidez, período em que os estoques maternos podem estar comprometidos Micronutrientes importantes Vitamina C Deficiência: parto prematuro, pré-eclâmpsia e aumento do risco de infecções. Ingestão melhora a absorção do ferro e reduz o risco de anemia materna. Recomendação na gestação: 85 mg por dia. Principais fontes alimentares: acerola, goiaba, morango, manga, laranja, limão, mamão, pimentão, espinafre, couve, brócolis, tomate. Micronutrientes importantes Vitamina D Deficiência: hipocalcemia neonatal, redução da mineralização óssea e aumento do risco de fraturas, uma vez que a vitamina auxilia na absorção do cálcio e do fósforo provenientes dos alimentos. Recomendação na gestação: 5 µg por dia. Principais fontes alimentares: peixes, fígado, gema do ovo. Estudos recentes relacionam a deficiência na mãe com pré-eclampsia, resistência à insulina, diabete gestacional, vaginose bacteriana e aumento da frequência de cesárea. Deficiência no RN: raquitismo congênito, crânio tabes ou osteopenia Micronutrientes importantes Vitamina D As evidências recentes suportam o conceito de que 25-hidroxivitamina D circulante deve ser de 40-60 ng/ml (100-150 nmol) durante a gravidez e uma dose diária de 4000 UI de vitamina D3 é necessária para atingir esse nível circulante. Micronutrientes importantes Deficiência de vitamina D na gestação Suplementação com 4.000 UI/dia durante a gravidez ↓ risco de infecções maternas e parto prematuro Exposição solar! Suplementação na gestação Ômega 3 Probióticos Vitaminas e minerais Suplementação na gestação Ômega 3 Ácidos graxos essenciais EPA – ácido eicosapentaenoico DHA – ácido docosahexaenoico Prevenção de doenças cardiovasculares e hipertensão Prevenção de doença cardíaca, redução de TG, desenvolvimento da função visual e cerebral Suplementação na gestação Ômega 3 Benefícios: Desenvolvimento cerebral Desenvolvimento visual Desenvolvimento cognitivo e comportamental Prevenção de parto prematuro Melhorar o peso ao nascimento (estudos contraditórios) Prevenção de pré-eclâmpsia Prevenção/tratamento de depressão Recomendação: 1g de ômega 3 por dia Óleo de peixe – livre de metais pesados! Suplementação na gestação Ômega 3 DHA: desenvolvimento ótimo das funções da retina e cérebro. Ingestão média de DHA para as mulheres grávidas e lactantes deve ser de 200-300 mg/dia. Suplementação na gestação Ômega 3 As principais fontes de DHA e EPA são os pescados, moluscos, algas e crustáceos. Atum, anchova, sardinha e salmão – consumir 2x/semana! Outras fontes de ω-3 presentes na dieta são alguns frutos oleaginosos, sementes, vegetais, gema de ovo, polvo e carnes de ruminantes. A variação no conteúdo de ω-3 pode chegar até 25%. Suplementação na gestação Ômega 3 A própria gestação caracteriza-se como um período vulnerável para a sua deficiência, devendo a gestante ingeri-los em sua dieta para satisfazer não só as necessidades do concepto como também as suas. O depósito de DHA na retina e no córtex cerebral ocorre principalmente no último trimestre de gestação e nos primeiros seis meses de vida extra uterina. São precursores das prostaglandinas, que, por conseguinte, interferem na coagulação sanguínea. Portanto, o excesso (acima de 3g/dia) pode aumentar o risco de sangramento. Suplementação na gestação Probióticos São microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, trazem efeitos benéficos ao organismo. A maioria dos probióticos usados são espécies de Bifidobacterium ou Lactobacillus. Tratamento de sintomas como constipação intestinal, azia e refluxo, infecção urinária. Melhoram a absorção de nutrientes. Auxiliam na prevenção e tratamento do diabetes gestacional (?) Suplementação na gestação Probióticos Tratamento constipação Bifidobacterium bifidum Bifidobacterium lactis Bifidobacterium longum Lactobacillus casei Lactobacillus plantarum Lactobacillus rhamnosus Total 4 x 109 UFC Suplementação na gestação Vitaminas e minerais Todas precisam? Avaliar consumo alimentar e, se possível, exames de sangue. Mais comuns: ferro, vitamina D, vitamina B12. Terapia nutricional nos sintomas gestacionais Constipação intestinal Principal causa: ação relaxante da progesterona Compressão do útero sobre a parede do cólon Diminuição de exercícios físicos Orientar Água!!! Evitar alimentos “constipantes” Fibras Probióticos Ameixa remolho e coquetel laxativo Suplementação de glutamina – 5g/dia Náuseas e vômitos 6ª a 20ª semana Grave: hiperemese gravídica Orientar: Fracionar refeições Evitar alimentos gordurosos e condimentados Preferir carboidratos secos e crocantes. Preferir líquidos bem gelados – evitar líquidos quentes Geralmente apetece mais alimentos ácidos e gelados Gengibre acelera esvaziamento gástrico (1-2g/dia) Suplementação de vitamina B6: 40 a 80 mg/dia (dividir 2 doses) Alimentos: aveia, banana, gérmen de trigo, leguminosas RDA é 1,9 mg/dia e UL é 100mg/dia Etiologia multifatorial, mas os níveis elevados de beta-hCG e estrogênio são tidos como os grandes responsáveis Todos os estudos mostraram que o gengibre administrado por via oral foi significativamente mais eficaz do que o placebo na redução da frequência de vômitos e a intensidade de náusea. Entretanto, ainda há incerteza sobre a dosagem máxima segura de gengibre na gestação. O uso de gengibre durante agravidez não parece aumentar o risco de malformações congênitas, natimorto ou morte perinatal, prematuridade, baixo peso ao nascer ou baixo índice de Apgar Azia No primeiro trimestre: aumento da progesterona diminui a velocidade de esvaziamento gástrico. A partir do 2º trimestre: aumento do volume uterino desloca e comprime o estômago + relaxamento do esfíncter esofagiano = refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. Orientar: Líquidos com gás Alimentos gordurosos Produtos de padaria Alimentos quentes Evitar deitar após comer Evitar ingerir líquidos junto com as refeições Estresse... Retenção hídrica e edema Em geral surge no 3º TRI, limitando-se aos membros inferiores e, ocasionalmente, às mãos. Orientar: Evitar alimentos industrializados (sódio e açúcar) Ingerir líquidos e alimentos diuréticos Avaliar potássio, magnésio, vitamina B6 Exercício físico e drenagem linfática conforme liberação médica. Edema em membros inferiores – fisiopatologia: compressão venosa pelo útero gravídico, dificultando o retorno venoso. Cefaleia Mais intensa em pacientes com história prévia de enxaqueca. Agravada por hipoglicemia, calor e fadiga. Aumentar a ingestão hídrica. Evitar: cafeína, açúcar, alimentos condimentados? Investigar leite? Glutamato monossódico? Aspartame? Nitratos e nitritos? Cafeína? Chocolate? Soja? Acne Origem multifatorial – genética influencia fortemente. Mais comum no último trimestre. Aumento das concentrações do estrógeno. Evitar o consumo de alimentos gordurosos/frituras, leite de vaca (?). Dieta de baixo IG para reduzir IGF-1 (aumenta a produção de sebo). Suplementar zinco e ômega 3 para reduzir inflamação (?) Câimbra Geralmente causada pelo desequilíbrio entre o cálcio e o magnésio, pela necessidade do bebê aumentada. Potássio – difícil, mas observar. Hidratação. Fontes alimentares de magnésio Semente de abóbora Farelo de trigo Amêndoas Castanha do Pará Terapia nutricional nas patologias da gestação Distúrbios hipertensivos Má adaptação do organismo materno a sua nova condição. Alimentação desequilibrada. Excesso de peso e sedentarismo. Problema começa na formação da placenta. Primeira gestação Gestação gemelar Gestante com mais de 35 anos Distúrbios hipertensivos Classificação dos distúrbios hipertensivos na gestação Pré-eclâmpsia • Leve • Grave • Eclâmpsia Hipertensão arterial crônica Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta Hipertensão gestacional Pressão arterial sistólica (PAS) > 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) > 90 mmHg em pacientes com mais de 20 semanas de gestação e previamente normotensa. Distúrbios hipertensivos Classificação dos distúrbios hipertensivos na gestação Pré-eclâmpsia • Leve • Grave • Eclâmpsia Hipertensão arterial crônica Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta Hipertensão gestacional Em geral, manifesta-se após a 20ª semana e é definida como a presença de hipertensão arterial e proteinúria significativa. PAS ≥ 160 mmHg ou PAD ≥ 110 mmHg e proteinúria de 24 horas superior a 2,0 g são suficientes para considerar uma gestante como tendo pré-eclâmpsia grave >300mg em 24h Distúrbios hipertensivos Classificação dos distúrbios hipertensivos na gestação Pré-eclâmpsia • Leve • Grave • Eclâmpsia Hipertensão arterial crônica Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta Hipertensão gestacional É a ocorrência de convulsões motoras generalizadas em gestantes com pré-eclâmpsia. Risco de morte materna e perinatal Distúrbios hipertensivos Tratamento nutricional Suplementar cálcio durante a gestação está associado à redução importante na incidência de pré-eclâmpsia (principalmente gestantes de alto risco): 1 a 2 g por dia a partir da 12ª semana. Magnésio? Sódio? Cuidar ganho de peso! Seguir recomendações. Atividade física: reduz o risco de pré-eclâmpsia em 24%. Aumento repentino de peso (700g ou mais em uma semana) sugere pré-eclâmpsia. Melhor absorção: quelato de cálcio, cálcio aspartato e cálcio citrato Consumo de frutas e legumes Cálcio e magnésio Ganho de peso adequado Diabetes gestacional A gravidez é um estado potencialmente diabetogênico. Uma gestação normal caracteriza-se por leve hipoglicemia de jejum, hiperglicemia pós-prandial e hiperinsulinemia. Mulheres que engravidam com algum grau de resistência à insulina Ação dos hormônios placentários anti-insulínicos Hiperglicemia Diabetes Gestacional Diabetes gestacional Define-se diabetes gestacional como qualquer grau de intolerância à glicose que inicia ou é reconhecida pela primeira vez durante a gestação, independentemente de tratamento com insulina ou da condição persistir após a gravidez. É habitualmente diagnosticado no final do segundo ou no início do terceiro trimestre de gestação, quando se acentua a resistência à insulina. *Geralmente em torno da 24ª semana gestacional Diabetes gestacional • Fatores de risco • Idade ≥ 25 anos • Sobrepeso / obesidade (IMC > 25 kg/m²) • Ganho excessivo de peso na gestação atual • História familiar de diabetes (1º grau) • História obstétrica de morte fetal inexplicada, polidrâmnio, macrossomia ou malformação fetal, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, diabetes gestacional • Síndrome dos ovários policísticos Após 10 a 12 anos da gestação: 23,6 a 44,8% das mulheres com DMG desenvolvem DM2 (American Dietetic Association Guide to Gestational Diabetes Mellitus, 2006) Diabetes gestacional • Diagnóstico Glicemia jejum ≥ 126 mg/dl ou ocasional > 200 mg/dl + confirmação com um valor em jejum ≥ 126 mg/dl ou HbA1c ≥ 6,5% – Tratar e seguir como Diabetes prévia Glicemia jejum ≥ 92 mg/dl e < 126 mg/dl – Diabetes gestacional Glicemia jejum < 92 mg/dl – Rastrear diabetes gestacional com 24-28 semanas (TTG) American Diabetes Association, 2011 Primeira visita pré-natal: glicemia em jejum para todas as pacientes Diabetes gestacional American Diabetes Association, 2011 Testes de rastreamento devem ser feitos utilizando-se o teste oral de tolerância à glicose (TTG) com 75g de glicose. Realizar TTG com medição de glicose plasmática em jejum e em 1 e 2 horas, entre a 24ª e a 28ª semanas de gestação, em mulheres sem diagnóstico prévio de diabetes. TTG deve ser realizado no período da manhã após jejum de pelo menos 8 horas. O diagnóstico de diabetes gestacional é confirmado quando qualquer um dos seguintes valores de glicemia for atingido: • Glicemia de jejum ≥ 92 mg/dl • Glicemia pós-prandial de 1 hora ≥ 180 mg/dl • Glicemia pós-prandial de 2 horas ≥ 153 mg/dl Diabetes gestacional • Normalização das glicemias maternas é o fator isolado mais importante na prevenção do hiperinsulinismo e macrossomia fetal. • Alimentação, atividade física e monitoração metabólica. • Tratamento nutricional • Dieta tem papel fundamental!!! • Dietas com cerca de 40% de carboidratos parecem facilitar o controle metabólico, por reduzirem hiperglicemia pós-prandial. • Índice glicêmico e carga glicêmica. • Fibras. Dieta de baixo índice glicêmico e ingestão de energia restrita de acordo com as necessidades individuais Reduziu 33% Inositol está presente em cereais, carne, frutas e legumes. Mio-inositol pode aumentar a sensibilidade à insulina, possível mecanismo para a redução no DMG. Mio-inositol 2g duas vezes por dia + dieta Lactobacillus Rhamnosus GG e Bifidobacterium lactis Bb12 1010 UFC + dieta Reduziu 60% Reduziu 60% ***O inositol é um isômero da glicose que tem sido tradicionalmente considerado como uma vitamina do complexo B, embora seu status de vitamina não esteja definidoainda. O inositol tem uma variedade de estereoisômeros, incluindo o mio-inositol e Dinositol. O mio-inositol é a forma mais abundante no sistema nervoso central. Estudo de caso JPJ, 37 anos Glicose com 7 semanas = 97 mg/dl – repetiu o exame e manteve IMC PG 24,1 kg/m² Orientações, aumento de fibras, combinações de alimentos, controle do ganho de peso, melhora da alimentação e exercício físico. Glicose baixou e se manteve em 85 mg/dl. Curva glicêmica ótima com 24 semanas! Ganho de peso total 11,6 kg e peso do bebê 3450g (a termo). Engravidou de novo 2 anos depois e não teve DMG! Anemia na gestação Aumento maior no volume circulante causa hemodiluição (= anemia fisiológica da gestação). Ocorre diminuição significativa nos valores dos glóbulos vermelhos, da hemoglobina (Hb) e do hematócrito (Ht), que se manifesta precocemente, ao redor da 10ª semana, alcançando valores mínimos ao redor da 20ª semana e com discreto aumento a partir de então. Anemia na gestação Diagnóstico Exames bioquímicos Valores de referência na gestação Hemoglobina 10,5 a 14 g/dl Hematócrito 33 a 44% Ferro 90 µg/dl Ferritina 5 a 150 ng/dl 12 a 16 g/dl 37 a 47% 135 µg/dl 15 a 200 ng/dl OMS considera: Hb ideal acima de 11 e grave abaixo de 7 g/dl IOM, 1992 Ferritina <30 μg/L indica quantidade de ferro no organismo baixa e ausência de hemossiderina na medula óssea. Quantidades <15 μg/L indicam depleção de ferro orgânico e, <12 μg/L, deficiência de ferro. Na gestante, considera-se ao inicio da gravidez níveis adequados de ferro a concentração de hemoglobina igual ou superior a 11 g/dL e ferritina sérica maior que 30 μg/L (Brandão, 2011) Anemia na gestação Tratamento nutricional Ferro de origem vegetal (não heme): absorção ao redor de 1% a 7% Ferro de origem animal (heme): absorção varia entre 20% a 30% com boa disponibilidade Suplementação: o tratamento da anemia é a suplementação de ferro com 60 a 120 mg/dia. Ferro quelado tem melhor absorção Ferro III (ferripolimaltose) causa menos efeitos gastrointestinais Infecção urinária A presença de bactérias causando sintomas urinários baixos constitui o quadro de cistite. Sintomas: urgência miccional, aumento do número de micções, dor e ardor ao urinar, hematúria. Principais complicações: trabalho de parto pré-termo, recém- nascidos de baixo peso, rotura prematura de membranas, restrição de crescimento intraútero, paralisia cerebral, entre outras. Infecção urinária Infecção urinária Tratamento nutricional Cranberry? – 500mg/dia Probióticos Hidratação Evitar leite e derivados para infecções de repetição? Depressão pós-parto Mulheres durante a gravidez e após o parto são mais vulneráveis a distúrbios psiquiátricos, que podem afetar 5% a 20% das gestantes. Baixa ingestão materna de ômega 3 + aumento da demanda para o desenvolvimento fetal = maior chance de ocorrer depressão! Depressão pós-parto Os ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) ômega 3, incluindo o ácido eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), têm uma série de atividades neurobiológicos que contribuem para os seus potenciais efeitos antidepressivos Ensaios clínicos e meta-análises têm sugerido que EPA pode ser o componente mais ativo nos efeitos antidepressivos 2,2g EPA 1,2g DHA Mitos e polêmicas na gestação Consumo de flavonoides Consumo de flavonoides Conhecido: fármacos anti-inflamatórios interferem no metabolismo de prostaglandinas, causando constrição ductal. Hipótese do estudo: relação entre o consumo materno de polifenóis e a constrição ductal no terceiro trimestre da gestação. Recomendação do estudo: restrição dietética do consumo de alimentos ricos em polifenóis no terceiro trimestre, tais como chás caseiros, chimarrão, chocolate amargo, café passado, derivados de uva, laranja, bergamota, frutas vermelhas, maçã e óleo de oliva. Conclusão do estudo: o estudo demonstra que a intervenção na dieta materna no 3º trimestre gestacional, restringindo a ingestão de alimentos ricos em polifenóis por um período maior ou igual a duas semanas, resulta em melhora da dinâmica do fluxo do ducto arterioso fetal e reduz as dimensões do ventrículo direito. Consumo de flavonoides Como nutricionistas, a recomendação é utilizar o bom senso!!!! Consumo de adoçantes Apesar de existirem poucos e inconclusivos estudos, o consumo de acessulfame-k, aspartame, sacarina e sucralose é considerado seguro quando a ingestão não ultrapassa o nível diário aceitável de ingestão, estabelecido pela Food and Drug Administration. Deve-se ter maior cautela com sacarina e ciclamato. Adoçante Ingestão diária aceitável (IDA) Sacarina 5 mg/kg/dia Ciclamato 11 mg/kg/dia Aspartame 40 mg/kg/dia Sucralose 15 mg/kg/dia Acessulfame-k 15 mg/kg/dia Estévia 5,5 mg/kg/dia Consumo de adoçantes Mais naturais: stévia e xylitol Sucralose: parece boa opção, mas tem ação negativa na flora intestinal – avaliar! AVALIAR: Real necessidade? Consumo de industrializados? Consumo de café e chás Cafeína atravessa facilmente a barreira placentária e está relacionada com alteração da frequência cardíaca e respiratória fetal, além de diminuição na absorção dos nutrientes. Recomendação: máximo 200mg de cafeína/dia. Café Chás (plantas com outros efeitos) Refrigerantes (ácido fosfórico) 150ml de café instantâneo = 60mg de cafeína 150ml de chá (folha ou sachê) = 30mg de cafeína 30ml de café expresso = 40mg de cafeína 355ml de refrigerante de cola = 36 mg de cafeína (Barone; Roberts, 1996) Consumo de alimentos crus Toxoplasmose A toxoplasmose é causada por um protozoário (Toxoplasma gondii) que infecta seres humanos na forma de oocistos (excretados nas fezes dos gatos) ou de cistos (presentes em músculos e vísceras de animais). Principais fontes de infecção são: solo, água ou alimentos contaminados com fezes de gatos infectados (que contêm oocistos T .Gondii) ou carne crua ou mal cozidas (que contêm cistos). Contato com gatos, ingestão de verduras mal lavadas e ingestão de carnes mal cozidas são as vias de aquisição da doença. IgM reagente sugere infecção recente e IgG reagente significa infecção passada. Consumo de alimentos crus Toxoplasmose A toxoplasmose é uma causa importante de abortos e efeitos fetais adversos, tais como doenças neurológicas e oculares e também pode levar a sequelas na vida do recém-nascido infectado. Pode provocar aborto, prematuridade e infecção congênita com ou sem malformação. As manifestações congênitas variam desde anemia, pneumonia, cegueira, encefalite, icterícia, retardo mental, até malformações do sistema nervoso central, como microcefalia e hidrocefalia. Os efeitos da doença podem levar meses ou anos para se manifestarem. Consumo de fitoterápicos Cuidar muito! Poucos estudos com gestantes! Efeito abortivo comprovado: arruda, boldo, cipó... Contaminação por mercúrio Há evidências de que exposição a altos níveis de mercúrio durante a gestação resultar em dano para o cérebro do feto em desenvolvimento. Peixes: cação, tubarão, prego, atum, espada, panga... Máximo 1x/semana (?) Não foi encontrada nenhuma evidência de associações adversas entre o mercúrio no sangue da gestante e o desenvolvimento da criança entre 6 e 42 meses de idade. Parece que comer peixe é sempre protetor! Gestante vegetariana/vegana As dietas vegetarianas/veganas podem ser consideradas seguras durante a gravidez, desde que se preste atenção às vitaminas e minerais: Vitamina B12 Vitamina D Ferro Cálcio Zinco Ômega 3 OBRIGADA! Contato: nutricionista.betina@gmail.com
Compartilhar