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BPAD 1 - Microbiologia - Aula 2 - Introdução ao estudo das bactérias

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@LSTUDYMED 
1 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
Estudo das 
 
 
 
 
 
 
 
 
TIPOS CELULARES 
 
• Os seres vivos podem ser classificados em eucariontes e 
procariontes quanto ao tipo de célula que possuem 
• São quimicamente similares - ambos contêm ácidos nu-
cleicos, proteínas, lipídeos e carboidratos. 
• Usam os mesmos tipos de reações químicas para meta-
bolizar o alimento, formar proteínas e armazenar energia 
 
Eucariontes 
• DNA é encontrado no núcleo das células, se-
parado do citoplasma por uma membrana 
nuclear, em cromossomos múltiplos; 
• DNA é associado as proteínas cromossômi-
cas histonas e às proteínas não histonas; 
• Possuem diversas organelas revestidas poi 
membranas, tais como mitocôndrias, reticulo 
endoplasmático, complexo de Golgi e lisosso-
mos; 
• Paredes celulares, quando presentes, são 
quimicamente simples; 
• A divisão celular geralmente envolve mitose 
(exceção-leveduras, que ocorrem por brota-
mento). 
Procariontes 
• DNA não envolvido por membrana e ele é um 
cromossomo geralmente no formato circular; 
• DNA não está associado a histonas; 
• Não possuem organelas revestidas por 
membrana; 
• Paredes celulares quase sempre certem o 
polissacarídeo complexo PEPTIDEOGLICANO 
• Normalmente se dividem por divisão binária 
 
FORMAS E ARRANJOS BACTERIANOS 
 
Os procariotos compõem um vasto grupo de organismos 
unicelulares muito pequenos, que incluem as bactérias e as 
arqueias. A maioria dos procariotos faz parte do grupo das 
bactérias. Elas podem ter formato de esfera (cocos, que 
significa frutificação), de bastão (bacilos, que significa 
bastonete ou bengala) e de espiral. Os cocos geralmente 
são redondos, mas podem ser ovais, alongados ou acha-
tados em uma das extremidades. Quando os cocos se di-
videm para se reproduzir, as células podem permanecer li-
gadas umas às outras, formando sues arranjos. Os bacilos 
se dividem somente ao longo de seu eixo curto; portanto, 
existe um menor número de agrupamentos de bacilos que 
de cocos. As bactérias espirais têm uma ou mais curvatu-
ras; elas nunca são retas. As bactérias que se assemelham 
a bastões curvos são chamadas de vibriões. Outras, cha-
madas de espirilos, possuem forma helicoidal. Já outro 
grupo de espirais tem forma helicoidal e flexível; são cha-
mados de espiroquetas 
 
Formas Arranjos 
Cocos 
Diplococos 
Estreptococos 
Tétrades 
Sarcinas 
Estafilococos 
Bacilos 
Bacilo único 
Diplobacilos 
Estreptobacilos 
Cocobacilos 
Espirais 
Vibrião 
Espirilo 
Espiroqueta 
 
 
Figura. Arranjos dos bacilos. 
 
 
 
@LSTUDYMED 
2 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
 
Figura. Arranjos dos cocos. 
 
 
Figura. Bactérias espirais. 
 
ESTRUTURA DA CÉLULA PROCARIÓTICA 
 
ESTRUTURAS INTERNAS À PAREDE CELULAR 
 
As células procarióticas geralmente não possuem organe-
las envoltas por membranas. Todas as bactérias possuem 
citoplasma, ribossomos, uma membrana plasmática e um 
nucleoide. Quase todas as bactérias possuem parede ce-
lular. Algumas estruturas desempenham papéis específi-
cos, por exemplo: 
Plasmídeos 
• Pequenas moléculas de DNA de fita dupla, cir-
culares – elementos genéticos extracromossô-
micos e replicam-se independentemente do 
DNA cromossômico 
• Não são cruciais para a bactéria em condições 
normais; Podem ser adquiridos ou perdidos 
sem causar dano a célula; 
• Sob certas condições, eles são uma vantagem 
para as células. Os plasmídeos podem trans-
portar genes de resistência aos antibióticos, to-
lerância a metais tóxicos, produção de toxinas 
e síntese de enzimas; 
• Eles podem ser transferidos de uma bactéria 
para outra; 
• Codificam informações como genes de resis-
tência a antibióticos ou para a produção de to-
xinas. Pode haver troca de plasmídeos entre as 
bactérias 
• DNA plasmidial - manipulação genética em bi-
otecnologia. 
Endosporos 
• Quando os nutrientes essenciais se esgotam, 
certas bactérias formam células especializa-
das de "repouso". Ela fica dormente até que as 
condições tornem-se suficientes para que a 
bactéria possa se desenvolver 
• Exclusivos das bactérias, os endosporos são 
células desidratadas altamente duráveis, com 
paredes espessas e camadas adicionais 
• Quando liberados no ambiente (esporulação), 
podem sobreviver a temperaturas extremas, 
falta de água e exposição a muitas substâncias 
químicas tóxicas e radiação - Estrutura de Re-
sistência. 
• Sua formação se dá pela falta de nutrientes es-
senciais, tais como fontes de Nitrogênio e Car-
bono 
Inclusões 
• Metacromáticos (volutina) reserva de fósforo; 
lipídeos, polissacarídicos; enxofre, ferro, gás, en-
zimas; 
• Função de reserva, vão conter esses materiais 
para desenvolver algum processo bacteriano 
Ribossomo 
• Síntese Proteica 
• Procariotos 70s X Eucariotos 80s. 
• Local de ação de antibacterianos: o que afeta 
o 70s não afeta o 80s 
• O ribossomo 70s é composto por duas subuni-
dades: maior (50s) e menor (30s) 
 
@LSTUDYMED 
3 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
ESTRUTURAS EXTERNAS À PAREDE CELULAR 
 
Entre as possíveis estruturas externas da parede extracelu-
lar dos procariotos estão o glicocálice, os flagelos, os fila-
mentos axiais, as fímbrias e os pili. 
 
Glicocálice 
Função de adesão e de proteção das bacté-
rias que formam o biofilme. Composto de po-
lissacarídeo, peptídeo ou ambos. Se a subs-
tância é organizada e está firmemente ade-
rida à parede celular, o glicocálice é descrito 
como cápsula, importante componente dos 
biofilmes. Função do glicocálice: adesão, fator 
de virulência (evita que seja fagocitada e eli-
minada), evitar a desidratação e inibir a saída 
de nutriente as células. 
Flagelos 
Algumas células procarióticas possuem fla-
gelos, que são longos apêndices filamentosos 
que realizam a propulsão da bactéria. As bac-
térias que não possuem flagelos são chama-
das de atríquias (sem projeções). Um flagelo 
é constituído de três porções básicas: fila-
mento, gancho e corpo basal. A longa região 
mais externa, o filamento, tem diâmetro cons-
tante e contém a proteína globular flagelina. O 
filamento está aderido a um gancho ligeira-
mente mais largo, consistindo em uma prote-
ína diferente. A terceira porção do flagelo é o 
corpo basal, que ancora o flagelo à parede 
celular e à membrana plasmática. A fixação 
de um flagelo em uma bactéria gram-nega-
tiva e gram-positiva são diferentes: 
• Gram-negativa: Corpos basais dos flagelos 
estão inseridos nas membranas externa e 
interna (plasmática). Corpos basais pre-
sentes em maior quantidade pra sustentar 
os flagelos 
• Gram-positiva: Corpos basais inseridos 
apenas na membrana basal. 
Filamentos 
axiais 
As espiroquetas são um grupo de bactérias 
que possuem estrutura e motilidade exclusi-
vas. As espiroquetas se movem através de fi-
lamentos axiais, ou endoflagelos, feixes de fi-
brilas que se originam nas extremidades das 
células, sob uma bainha externa, e fazem uma 
espiral em torno da célula 
Fímbrias 
Semelhantes a pelos (poucos a vários por cé-
lula), mais curtos, retos e finos que os flagelos 
e que são usados mais para fixação que para 
mobilidade. Função de fixação e adesão da 
bactéria. 
Pili 
Maiores e em menor número que as fimbrias 
(1 a dois por célula), estando envolvidos na 
mobilidade celular e na transferência de DNA. 
(Pili sexual-conjugação) - Resistência a anti-
microbianos. Comunicação entre as bacté-
rias. 
 
 
 
 
Figura. Estruturas do flagelo procariótico: diferenças de fixação do 
flagelo em uma bactéria gram-negativa e gram-postiva 
 
 
 
 
@LSTUDYMED 
4 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
 
Figura. Os flagelos podem ser peritríquios (distribuídos ao longo de 
toda a célula; ou polares (em uma ou ambas as extremidades da 
célula). No caso de flagelos polares, eles podem ser monotríquios 
(um único flagelo em um polo da célula); lofotríquios (um tufode 
flagelos saindo de um polo da célula); ou anfitríquios (flagelos em 
ambos os polos da célula). 
 
 
Figura. Filamento axial: mobilidade
 
 
Figura. Célula procariótica. 
 
ESTRUTURA DA PAREDE CELULAR 
 
A parede celular da célula bacteriana é uma estrutura 
complexa e semirrígida responsável pela forma da célula. 
Quase todos os procariotos possuem uma parede celular 
que circunda a frágil membrana plasmática (citoplasmá-
tica) e a protege, bem como ao interior da célula, de alte-
rações adversas no meio externo. 
 
FUNÇÃO: A principal função da parede celular é prevenir a 
ruptura das células bacterianas quando a pressão da água 
dentro da célula é maior que fora dela. Ela também ajuda 
a manter a forma de uma bactéria e serve como ponto de 
ancoragem para os flagelos. À medida que o volume de 
uma célula bacteriana aumenta, sua membrana plasmá-
tica e parede celular se estendem, conforme necessário. 
Clinicamente, a parede celular é importante, pois contribui 
para a capacidade de algumas espécies causarem doen-
ças e também por ser o local de ação de alguns antibióti-
cos. Além disso, a composição química da parede celular é 
usada para diferenciar os principais tipos de bactérias. 
 
COMPOSIÇÃO: A parede celular bacteriana é composta de 
uma rede macromolecular, denominada peptideoglicano 
(também conhecida como mureína), que está presente 
isoladamente ou em combinação com outras substâncias. 
O peptideoglicano consiste em um dissacarídeo repetitivo 
ligado por polipeptídeos para formar uma rede que cir-
cunda e protege toda a célula. 
 
• PORÇÃO DISSACARÍDICA: A porção dissacarídica é composta 
por monossacarídeos, denominados N-acetilglicosamina 
(NAG), e ácido N-acetilmurâmico (NAM) (de murus, sig-
nificando parede), que ficam intercalados e estão relaci-
onados à glicose. O que liga essas partes glicídicas é uma 
ligação peptídica (é a que sofre ação das penicilinas e 
outros antimicrobianos). 
 
• PORÇÃO PEPTÍDICA: A porção peptídica: a ligação proteica é 
composta por uma cadeia lateral de aminoácido e por 
uma ponte cruzada de aminoácido. A penicilina interfere 
com a interligação final das fileiras de peptideoglicanos 
através das pontes cruzadas peptídicas. Por isso, a pa-
rede celular fica muito enfraquecida e a célula sofre lise, 
uma destruição causada pela ruptura da membrana 
plasmática e pela perda de citoplasma. 
 
@LSTUDYMED 
5 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
 
Figura. Composição das paredes celulares das Gram + e Gram - 
 
PAREDE CELULAR DE GRAM-POSITIVAS 
 
A coloração de GRAM se baseia na diferença de estrutura 
da parede. Na maioria das bactérias gram-positivas, a pa-
rede celular consiste em muitas camadas de peptideogli-
cano (maior influência da penicilina, que age na parede 
celular), formando uma estrutura rígida e espessa. Em con-
trapartida, as paredes celulares de gram-negativas con-
têm somente uma camada fina de peptideoglicano. O es-
paço entre a parede celular e a membrana plasmática de 
uma bactéria gram-positiva é o espaço periplasmático. 
 
AMPLA CAMADA DE PEPTIDEOGLICANO: A parede tem ampla ca-
mada de peptideoglicano. 
 
ÁCIDOS TEICOICO E LIPOTEICOICO: As parede celulares das Gram 
+ contém os ácidos teicoico e lipoteicoico. Devido à sua 
carga negativa (proveniente dos grupos fosfato), os ácidos 
teicoicos podem se ligar e regular o movimento de cátions 
(íons positivos) para dentro e para fora da célula. Eles tam-
bém podem assumir um papel no crescimento celular, im-
pedindo a ruptura extensa da parede e a possível lise 
celular. Por fim, os ácidos teicoicos fornecem boa parte da 
especificidade antigênica da parede e, portanto, tornam 
possível identificar bactérias gram-positivas utilizando de-
terminados testes laboratoriais. Uma importante diferença 
é: o lipoteicoico se ancora na membrana plasmática da 
bactéria, já o teicoico se estende apenas pelo peptideogli-
cano 
 
PAREDE CELULAR DE GRAM-NEGATIVAS 
 
Fina camada de peptideoglicano, possui também lipopro-
teínas que vão ancorar membranas externa à camada de 
peptideoglicano. A camada de peptideoglicano e a mem-
brana externa forma a parede celular. Há a presença de um 
espaço contendo periplasma, que contém fina camada 
peptideoglicano. Na membrana externa haverá os lipopo-
lissacarídeos ou LPS (são conhecidas como endotoxinas, 
comuns a todas as gram-negativas, por isso causam os 
mesmos sinais e sintomas quando o rompimento da mem-
brana). O polissacarídeo é composto por lipídio A, cerne e 
lipídio O (responsável pelos sintomas) 
 
 
@LSTUDYMED 
6 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
FINA CAMADA DE PEPTIDEOGLICANO: As paredes celulares das 
bactérias gram-negativas consistem em uma ou poucas 
camadas de peptideoglicano e uma membrana externa. As 
paredes celulares gram-negativas não contêm ácidos tei-
coicos. Como as paredes celulares das bactérias gram-
negativas contêm somente uma pequena quantidade de 
peptideoglicano, são mais suscetíveis ao rompimento me-
cânico. 
 
PRESENÇA DO PERIPLASMA: O peptideoglicano está ligado a li-
poproteínas na membrana externa e está localizado no pe-
riplasma (fluido semelhante a um gel no espaço periplas-
mático de bactérias gram-negativas), a região entre a 
membrana externa e a membrana plasmática. O peri-
plasma contém uma alta concentração de enzimas de de-
gradação e proteínas de transporte. 
LIPOPOLISSACARÍDEOS NA MEMEBRANA EXTERNA: A membrana ex-
terna da célula gram-negativa consiste em lipopolissaca-
rídeos (LPS), lipoproteínas e fosfolipídeos. A membrana ex-
terna tem várias funções especializadas. Sua forte carga 
negativa é um fator importante na evasão da fagocitose e 
nas ações do complemento (causa lise de células e pro-
move a fagocitose), dois componentes das defesas do 
hospedeiro. A membrana externa também fornece uma 
barreira contra a ação de detergentes, metais pesados, sais 
biliares, determinados corantes, antibióticos (p. ex., penici-
lina) e enzimas digestórias como a lisozima. O lipopolissa-
carídeo (LPS) da membrana externa é uma molécula 
grande e complexa que contém lipídeos e carboidratos e 
que consiste em três componentes: 
 
lipídeo A 
O lipídeo A é a porção lipídica do LPS e está 
embebido na parede superior da mem-
brana externa. Quando bactérias gram-ne-
gativas morrem, elas liberam lipídeo A, que 
funciona como endotoxina. O lipídeo A é res-
ponsável pelos sintomas associados a in-
fecções por bactérias gram-negativas, 
como febre, dilatação de vasos sanguíneos, 
choque e formação de coágulos sanguí-
neos. 
Cerne 
polissacarídeo 
O cerne polissacarídico é ligado ao lipídeo A 
e contém açúcares incomuns. Seu papel é 
estrutural – fornecer estabilidade 
polissacarídeo O 
O polissacarídeo O se estende para fora do 
cerne polissacarídico e é composto por 
moléculas de açúcar. O polissacarídeo O 
funciona como antígeno, sendo útil para di-
ferenciar espécies de bactérias gram-ne-
gativas. 
 
 
Figura. Micobactérias 
 
MICOBACTÉRIAS: Possuem o ácido micólico, que é altamente 
hidrofóbico e não se colore com o método de coloração de 
gram. Consequentemente, isso faz com que as micobacte-
rias apresentem resistência a todos os antimicrobianos que 
são usados na gram negativa e positiva; Somente uma 
classe específica de antimicrobianos conseguem agir so-
bre elas, sendo que estes medicamentos tem que se alta-
mente hidrofóbico para atingir seu alvo, como a: rifampi-
cina. Assim, o ácido micólico são responsáveis pela resis-
tência maior das micobacterias. 
 
COLORAÇÃO DIFERENCIAL - MÉTODO DE GRAM 
 
É um procedimento que permite classificar as bactérias em 
dois grandes grupos: gram-positivas e gram-negativas. 
Nesse procedimento: 
 
1 
CORANTE PÚRPURA: Um esfregaço fixado em calor é co-
berto com um corante básico púrpura, geralmente cristal 
violeta. Uma vez que a coloração púrpura colore todas as 
células, ela é denominada coloração primária. 
 
EFEITO: Cristal violeta, o corante primário,cora as células 
gram-positivas e gram-negativas de púrpura, pois pene-
tra no citoplasma de ambos os tipos celulares. 
2 
 
ADIÇÃO DE IODO: Após um curto período de tempo, o co-
rante púrpura é lavado, e o esfregaço é recoberto com 
iodo, um mordente. Quando o iodo é lavado, ambas as 
bactérias gram-positivas e gram-negativas aparecem em 
cor violeta-escura ou púrpura. 
 
EFEITO: Quando o iodo (mordente) é aplicado, forma cris-
tais com o corante, os quais são muito grandes para es-
capar pela parede celular. 
 
 
@LSTUDYMED 
7 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
3 
 
LAVAGEM COM ÁLCOOL: A seguir, a lâmina é lavada com ál-
cool ou com uma solução de álcool-acetona. Essa solução 
é um agente descorante, que remove a coloração púrpura 
das células de algumas espécies, mas não de outras 
 
EFEITO: A aplicação de álcool desidrata o peptideoglicano 
das células gram-positivas para torná-la mais impermeá-
vel ao cristal violeta-iodo. O efeito nas células gram-ne-
gativas é bem diferente; o álcool dissolve a membrana ex-
terna das células gram-negativas, deixando também pe-
quenos buracos na fina camada de peptideoglicano, pelos 
quais o cristal violeta-iodo se difunde. 
 
4 
 
ADIÇÃO DE SAFRANINA: O álcool é lavado, e a lâmina é então 
corada com safranina, um corante básico vermelho. O es-
fregaço é lavado novamente, seco com papel e exami-
nado microscopicamente. 
 
EFEITO: Como as bactérias gram-negativas tornam-se in-
colores após a lavagem com álcool, a adição de safranina 
(o contracorante) deixa as células cor-de-rosa ou verme-
lhas. A safranina fornece a cor contrastante à coloração 
primária (cristal violeta). Embora as células gram-positi-
vas e gram-negativas absorvam a safranina, a colo-ração 
cor-de-rosa ou vermelha da safranina é mascara-da pelo 
corante roxo-escuro, previamente absorvido pelas células 
gram-positivas. 
 
 
RESULTADO: O corante púrpura e o iodo se combinam no ci-
toplasma de cada bactéria, corando-a de violeta-escuro 
ou púrpura. As bactérias que retêm esta cor após a tenta-
tiva de descoloração com o álcool são classificadas como 
gram-positivas; as bactérias que perdem a coloração 
púrpura ou violeta-escura após a descoloração são clas-
sificadas como gram-negativas. Como as bactérias gram-
negativas se tornam incolores após a lavagem com álcool, 
elas não são mais visíveis. É por isso que o corante básico 
safranina é aplicado; ele cora a bactérias gram-negativas 
de cor-de-rosa. Os corantes como a safranina, que pos-
suem uma cor contrastante com a coloração primária, são 
denominados contracorantes. Como as bactérias gram-
positivas retêm a cor púrpura original, elas não são afeta-
das pelo contracorante safranina. Esse mecanismo é base-
ado nas diferenças das estruturas das paredes celulares 
gram-positivas e gram-negativas e em como cada uma 
delas reage a vários reagentes (substâncias utilizadas na 
produção de uma reação química). 
 
GRAM + 
• Parede celular espessa 
• Retém a coloração púrpura 
• O álcool torna as Gram + mais impermeáveis e 
dificultam a saída do cristal violeta 
• Não são afetadas pelo contracorante safranina 
• Coloração roxa 
GRAM - 
• Parede celular fina 
• Não retém a coloração púrpura 
• O álcool dissolve a membrana externa e permite 
a difusão dos cristais violeta por ela, tornando-a 
incolor 
• Adição de safranina fornece a coloração rosa 
• Coloração rosa (safranina) 
 
 
Figura. Coloração Gram 
 
 
@LSTUDYMED 
8 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
CRESCIMENTO MICROBIANO 
 
Quando falamos em crescimento microbiano, estamos nos 
referindo ao número de células, não ao tamanho delas. Os 
microrganismos que "crescem" estão aumentando em nú-
mero e se acumulando em colônias (grupos de células 
grandes o suficiente para serem visualizadas sem a utiliza-
ção de um microscópio) de centenas ou milhares de célu-
las ou populações de bilhões de células. 
 
FATORES DE CRESCIMENTO 
 
Os fatores necessários para o crescimento microbiano po-
dem ser divididos em duas categorias principais: físicos e 
químicos. 
 
Fatores 
físicos 
Temperatura, pH e pressão osmótica 
Fatores 
químicos 
Fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo, 
oxigênio, elementos-traço e fatores orgânicos 
de crescimento. 
 
TEMPERATURA 
 
A maioria dos microrganismos cresce bem nas temperatu-
ras ideais para os seres humanos. Contudo, certas bacté-
rias são capazes de crescer em extremos de temperatura 
que certamente impediriam a sobrevivência de quase to-
dos os organismos eucarióticos. Os microrganismos são 
classificados em três grupos principais, com base na faixa 
de temperatura que eles preferem: psicrófilos, mesófilos e 
termófilos 
 
Psicrófilos Micróbios que gostam de frio 
Mesófilos 
Micróbios que gostam de temperaturas mode-
radas. Os mesófilos, com temperatura ótima de 
crescimento de 25 a 40°C, são os microrganis-
mos mais comuns. Os organismos que se 
adaptaram a viver dentro dos corpos de ani-
mais geralmente têm uma temperatura ótima 
próxima daquela de seus hospedeiros. 
Termófilos Micróbios que gostam de calor 
 
TEMPERATURAS DE CRESICMENTO: Cada espécie bacteriana 
cresce a temperaturas mínima, ótima e máxima específi-
cas. A temperatura mínima de crescimento é a menor tem-
peratura na qual a espécie pode crescer. A temperatura 
ótima de crescimento é a temperatura na qual a espécie 
cresce melhor. A temperatura máxima de crescimento é a 
maior temperatura na qual o crescimento é possível. Re-
presentando graficamente a resposta de crescimento ao 
longo de um intervalo de temperatura, podemos observar 
que a temperatura ótima de crescimento se encontra 
geralmente próxima à parte superior da faixa; acima dessa 
temperatura, a velocidade de crescimento cai rapidamente 
(Figura). Isso ocorre provavelmente porque a temperatura 
elevada inativou os sistemas enzimáticos necessários da 
célula. As faixas e as temperaturas máximas de cresci-
mento que definem as bactérias como psicrófilas, mesófi-
las ou termófilas 
 
Figura. Velocidades de crescimento características de diferentes 
tipos de microrganismos em resposta à temperatura. 
 
CUIDADO: Mesófilos crescem próximos a temperatura corpo-
ral e por isso são os principais causadores de doenças 
 
PH 
 
PH refere-se à acidez ou alcalinidade de uma solução. A 
maioria das bactérias cresce melhor em uma faixa estreita 
de pH próxima da neutralidade, entre pH 6,5 e 7,5. Poucas 
bactérias crescem em pH ácido abaixo de 4. Por essa razão, 
muitos alimentos, como o chucrute, os picles e muitos quei-
jos, são protegidos da deterioração pelos ácidos produzidos 
pela fermentação bacteriana. Todavia, algumas bactérias, 
chamadas de acidófilas, são extraordinariamente toleran-
tes à acidez. 
 
PRESSÃO OSMÓTICA 
 
A osmose é a passagem de solvente (geralmente a água) 
por uma membrana semipermeável para um meio mais 
concentrado. Os microrganismos obtêm a maioria dos seus 
nutrientes em solução da água presente no seu meio am-
biente. 
 
PO elevada 
(hipertônico) 
Pressões osmóticas elevadas têm como 
efeito remover a água necessária para a 
célula. Quando uma célula microbiana está 
em uma solução cuja concentração de so-
lutos é mais elevada que dentro da célula 
(ambiente hipertônico), a água atravessa a 
membrana celular para o meio com a con-
centração mais elevada de soluto. Essa 
perda osmótica de água causa plasmólise, 
ou o encolhimento do citoplasma da célula. 
Organismos tolerantes à salinidade são de-
nominados halófilos. 
 
@LSTUDYMED 
9 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
PO baixa 
(hipotônico) 
Se a pressão osmótica é anormalmente 
baixa (o ambiente é hipotônico) – como na 
água destilada, por exemplo –, a água tende 
a entrar na célula, em vez de sair. Alguns mi-
crorganismos que têm uma parede celular 
relativamente frágil podem ser lisados com 
esse tratamento. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE HALÓFITOS: Tolerantes à salinidade 
 
Halófilosextremos 
Toleram altas concentrações de sais 
Halófilos 
obrigatórios 
Toleram altas quantidades de NaCl e essa 
quantidade é necessária para o seu cresci-
mento (contrações de 30%) 
Halófilos 
facultativos 
São mais comuns e não requerem altas con-
centrações de sais, mas são capazes de cres-
cerem em concentrações salinas de até 2%, 
uma concentração que inibe o crescimento 
de muitos outros organismos. Algumas espé-
cies de halófilos facultativos podem tolerar 
até mesmo 15% de sal. 
 
CONTROLE DO CRESCIMENTO USANDO A PRESSÃO OSMÓTICA: O cres-
cimento da célula é inibido à medida que a membrana 
plasmática se afasta da parede celular. Portanto, a adição. 
de sais (ou outros solutos) em uma solução e o aumento 
resultante na pressão osmótica podem ser utilizados para 
preservar alimentos. Peixe salgado, mel e leite condensado 
são preservados por esse mecanismo; as concentrações 
elevadas de sal ou açúcar removem a água de qualquer 
célula microbiana presente e, consequentemente, impe-
dem seu crescimento. Esses efeitos da pressão osmótica 
estão aproximadamente relacionados ao número de 
moléculas dissolvidas e íons em um volume de solução. 
Com base nisso existe a técnica de desidratação de carnes 
(Charque). 
 
FATORES QUÍMICOS 
 
Fontes de carbono, nitrogênio, Enxofre e fósforo são impor-
tantes para o crescimento bacteriano. 
 
Carbono 
Esqueleto estrutural da matéria viva - quimio-
heterotróficos - lipídeos, carboidratos e proteí-
nas. 
Nitrogênio 
Enxofre 
Fósforo 
Síntese de DNA e RNA, ATP 
Elementos 
traços 
Não precisam ser em grande quantidade e não 
precisam ser suplementados. Ferro, cobre, zinco 
e molibdênio. São importantes por serem cofa-
tores de enzimas - água da torneira. 
Oxigênio 
Os microrganismos que utilizam o oxigênio mo-
lecular (aeróbios) produzem mais energia a 
partir dos nutrientes que os microrganismos que 
não utilizam o oxigênio (anaeróbios). Aeróbios 
obrigatórios: precisam de O2 para viver 
• Anaeróbios facultativos: podem produzir 
energia com O2 ou em ambientes sem ele 
• Anaeróbios obrigatórios: são bactérias inca-
pazes de utilizar o oxigênio molecular nas re-
ações de produção de energia. 
• Anaeróbios aerotolerantes: não podem utili-
zar o oxigênio para o seu crescimento, porém 
toleram bem a sua presença 
• Microaerófilas: São aeróbias e requerem oxi-
gênio. Contudo, crescem somente em con-
centrações de oxigênio inferiores às do ar. 
 
 
 
Figura. O efeito do oxigênio no crescimento de vários tipos de bactérias (TORTORA). 
 
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Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
BIOFILMES 
 
Na natureza, os microrganismos raramente vivem em colô-
nias isoladas de uma única espécie, eles normalmente vi-
vem em comunidades chamadas de biofilmes, os quais 
são uma camada fina e viscosa envolvendo bactérias que 
se aderem a uma superfície. Os microrganismos nos biofil-
mes podem trabalhar em cooperação para desenvolver 
tarefas complexas. 
 
MEIOS DE CULTURA 
 
O material nutriente preparado para o crescimento de mi-
crorganismos em laboratório é chamado de meio de cul-
tura. Os microrganismos que são introduzidos em um meio 
de cultura para dar início ao crescimento são chamados de 
inóculo. Os micróbios que crescem e se multiplicam no in-
terior ou sobre um meio de cultura são chamados de cul-
tura. Quando se deseja o crescimento das bactérias em 
meio sólido, um agente solidificante, como o ágar, é adici-
onado ao meio. 
 
 
Figura. Tipos de meios de cultura. Obs: Bactérias fastigiosas, uso 
de sangue (meio de enriquecimento) 
 
 
Figura. Meio diferencial. Este meio é o ágar hipertônico manitol, e as 
bactérias capazes de fermentar o manitol em ácido (Staph ylo-
coccus aureus) causam a mudança de coloração do meio para 
amarelo. Isso diferencia entre as bactérias que fermentam o ma-
nitol e aquelas que não o fazem. Na verdade, este meio também é 
seletivo, uma vez que a alta concentração de sal impede o cresci-
mento da maioria das bactérias, mas não de Staphlylococcus sp. 
 
CURVA DE CRESCIMENTO BACTERIANO 
 
O crescimento bacteriano se refere ao aumento do número 
de bactérias, e não a um aumento no tamanho das células 
individuais. As bactérias normalmente se reproduzem por 
divisão binária. Algumas espécies bacterianas se reprodu-
zem por brotamento; elas formam uma pequena região ini-
cial de crescimento (o broto), que vai se alargando até 
atingir um tamanho similar ao da célula parental, e, então, 
separa-se dela. O tempo necessário para uma célula se di-
vidir (e a sua população dobrar) é chamado de tempo de 
geração. A curva de crescimento bacteriano é uma repre-
sentação gráfica que mostra o crescimento em função do 
tempo. Há quatro fases básicas de crescimento: a fase lag, 
a fase log, a fase estacionária e a fase de morte celular. 
 
Figura. Divisão binária. 
 
Fase LAG 
Período de pouca ou nenhuma divisão. Mas as 
células não estão dormentes. A população mi-
crobiana passa por um período de intensa ati-
vidade metabólica, envolvendo principalmente 
a síntese de enzimas e várias moléculas 
Fase LOG 
Período em que as células começam a se dividir 
e entram em um período de crescimento loga-
rítmico (fase de crescimento exponencial ou lo-
garítmico). A reprodução celular é mais ativa 
nesse período e é a fase de maior atividade 
metabólica, sendo o preferido para fins indus-
triais. Como o tempo de geração (intervalo em 
que a população dobra) é constante, a repre-
sentação do crescimento no gráfico é uma linha 
reta 
Fase 
estacionária 
A fase de crescimento continua sem controle, 
ocorre a formação de um grande número de 
células, porém, a reprodução diminui e o nú-
mero de mortes microbianas é equivalente ao 
 
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Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
número de células novas. Assim, a população 
se estabiliza (período de equilíbrio) 
Fase de 
Morte celular 
O número de mortes eventualmente excede o 
número de novas células, e a população entra 
em uma fase de morte, ou fase de declínio 
logarítmico. Essa fase continua até que a popu-
lação tenha diminuído para uma pequena fra-
ção do número de células da fase anterior ou 
até que a população morra totalmente 
 
 
 
Figura. Fases de crescimento bacteriano. 
 
MICROBIOTA DO SER HUMANO 
 
O microbioma humano ou microbiota humana é a soma de 
todos microorganismos que residem nos tecidos e fluidos 
humanos, composto principalmente de bacterias. A micro-
biota humana normal também inclui alguns fungos, ar-
chaea e vírus. Cada local anatômico possui seu microbi-
oma específico (figura). A bactéria pode se estabelecer e 
se multiplicar no corpo do hospedeiro, podendo causar do-
enças (infecção) ou não causar doenças (colonização) 
 
Infecção 
(patógeno) 
Patógeno: microrganismo capaz de causar a 
doença; Alguns componentes da microbiota 
normal são potenciais patógenos (Staphylo-
coccus aureus, Streptococcus pneumonia, Es-
cherichia coli) 
Colonização 
(carreador) 
Carreador: hospedeiro colonizado por uma 
bactéria patogênica sem apresentar sinto-
mas de infecção 
 
FUNÇÕES DA MICROBIOTA 
 
• Primeira linha de defesa 
• Proteção contra doenças por prevenirem o crescimento 
de micro-organismos nocivos (competição e produção 
de bacteriocinas), produção de substâncias unteis como 
vitamina K e algumas vitaminas do complexo B 
• Quando a microbiota normal sai do seu nicho - pode cau-
sar doença 
 
ANTAGONISMO BACTERIANO: Uma vez estabelecida, a microbiota 
normal pode beneficiar o hospedeiro ao impedir o cresci-
mento excessivo de microrganismos potencialmente peri-
gosos. Esse fenômeno é denominado antagonismo micro-
biano, ou exclusão competitiva. O antagonismo microbiano 
envolve a competição entre os micróbios. Uma consequên-
cia dessa competição é o fato de que a microbiota normal 
protege o hospedeiro contra a colonização por micróbios 
potencialmente patogênicos ao competir por nutrientes, 
produzir substâncias prejudiciais aos micróbiosinvasores e 
afetar condições como o pH e a disponibilidade de oxigênio. 
Quando o equilíbrio entre a microbiota normal e os micró-
bios patogênicos é alterado, o resultado pode ser o surgi-
mento de doenças. 
 
RESISTÊNCIAS NATURAIS Á PATÓGENOS: Reação aos patógenos 
depende da nossa resistência - a habilidade de evitar do-
enças. Importantes resistências naturais: barreira da pele, 
membranas mucosas, cílios, ácido estomacal, compostos 
antimicrobianos e imunidade inata (Fagócitos, comple-
mento). 
 
TIPOS DE MICROBIOTA 
 
Transiente 
• Derivada do meio 
• Reside por horas, dias ou semanas 
• Patogênica 
• Não-patogênica 
Residente • Relativamente fixa 
• Se restabelece, caso afetada 
 
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Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
 
Figura. Representantes da microbiota normal por região corporal 
 
DETERMINANTES DA MICROBIOT NORMAL 
 
• PH, temperatura, oxigênio, água, aporte de nutrientes 
• Outros fatores: Peristaltismo, saliva, secreção de lisozimas 
e de imunoglobulinas, muco 
 
MICROBIOTA OPORTUNISTA 
 
São microrganismos que não causam doença em seu há-
bitat normal em um indivíduo saudável, mas podem ocasi-
onar um quadro de doença em um ambiente diferente. Por 
exemplo, a Aids com frequência é acompanhada por uma 
infecção oportunista comum, a pneumonia causada pelo 
organismo oportunista, uma vez que seu sistema imune 
está suprimido. 
 
Bactérias da microbiota normal podem se tornar patógenos opor-
tunistas: 
• S. aureus, Streptococcus mutans, Enterococcus faecalis, Strep-
tococcus pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, etc. 
• Quebra da barreira da pele ou mucosa por trauma: Cirurgia da 
boca pode levar a abscesso de osso, pulmão e cérebro 
• Tratamento de dentes: Streptococci na corrente sanquínea 
chegam ao coração onde podem aderir a válvulas previa-
mente danificadas por febre reumática → endocardite 
 
Bactérias da microbiota normal pode infectar outros sítios: 
• Ex: E. coll do TGI pode infectar TGU. 
 
PATOGENICIDADE BACTERIANA 
 
Patogenicidade 
Capacidade do micro-organismo em 
causar doença. Qualquer microrganismo 
que consiga causar uma doença 
Virulência Grau ou extensão da patogenicidade. 
Quanto invasor o microrganismo vai ser 
 
 
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Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
INFECÇÃO DO HOSPEDEIRO 
 
Para que haja a infecção, o microrganismo deve estar em 
uma quantidade suficiente e aderir a uma superfície da 
porta de entrada do hospedeiro. 
 
Portas de 
entrada 
São as vias de entrada do patógeno no corpo hu-
mano. São elas: 
 
• Pele 
• Trato. respiratório 
• Trato. urogenital 
• Trato gastrointestinal 
• Via parenteral 
• Mucosas 
 
Portas de entrada preferenciais: Muitos patóge-
nos têm uma porta de entrada preferencial, a 
qual é um pré-requisito para serem capazes de 
causar doença. Se eles entrarem no organismo 
por outra porta de entrada, a doença talvez não 
ocorra. Exemplo: 
• Salmonella typhi produz os sinais e sintomas da 
febre tifóide quando deglutida (via preferen-
cial) 
Número de 
invasores 
Número de microrganismos invasores: A proba-
bilidade de doença aumenta à medida que o nú-
mero de patógenos se eleva 
Aderências 
Aderência ou adesão é uma etapa da patogeni-
cidade em que o patógeno adere na superfície da 
porta de entrada do tecido do hospedeiro 
 
Adesinas: são moléculas da superfície do pató-
geno que permite a aderência entre ele e os re-
ceptores do hospedeiro. As adesinas se ligam es-
pecificamente a receptores de superfície com-
plementares, encontrados em determinadas cé-
lulas do hospedeiro. Esses receptores podem ser 
alterados para interferir nas aderências 
• A maioria das adesinas nos microrganismos 
estudados até hoje é constituída por glicopro-
teínas ou lipoproteínas. 
• As adesinas podem estar localizadas no glico-
cálice 
• ou em outras estruturas da superfície microbi-
ana, como pili, fímbrias e flagelos 
• Exmplo:. As cepas enteropatogênicas de E. coli 
possuem adesinas que se aderem apenas a ti-
pos específicos de células em certas regiões do 
intestino delgado. Após a aderência, induzem a 
endocitose para penetrarem as células do hos-
pedeiro e então se multiplicam em seu interior 
 
Biofilmes: são comunidades de micróbios que 
tem a capacidade de se agrupar em massa, 
aderir à superfícies e captar/compartilhar os nu-
trientes entre si. Em outras palavras são camadas 
múltiplas de bactérias que aderem superfícies do 
hospedeiro. 
• Os biofilmes favorecem as trocas de alimentos 
entre os integrantes da colônia de microrganis-
mos. Pode ser tanto fungo como bactérias 
 
ULTRAPASSAGEM DAS DEFESAS DO HOSPEDEIRO 
 
Para causar as doenças, além dos mecanismos de infec-
ção, os patógenos devem possuir mecanismos para passar 
pelas barreiras do hospedeiro. São elas: 
• Cápsulas 
• Componentes da parede celular 
• Enzimas 
• Variação antigênica 
 
Cápsulas 
 
Algumas bactérias produzem substâncias or-
ganizadas no glicocálice que formam cápsu-
las ao redor de sua parede celular; essa pro-
priedade aumenta a virulência das espécies. 
A cápsula é uma camada rígida com bordas 
bem definidas, formada por uma série de po-
límeros orgânicos. Ela se deposita no exterior 
da parede celular bacteriana, estando forte-
mente aderida a ela. Uma bactéria que deve 
a sua virulência à presença de uma cápsula 
polissacarídica é o Streptococcus pneumo-
niae 
• Impedem a fagocitose: impedem que a que 
a célula fagocítica se ligue à bactéria. 
• Glicocálice organizado 
 
Componentes 
da parede 
 celular 
 
A parede celular de certas bactérias contém 
substâncias químicas que contribuem para a 
virulência: 
• Proteína M (Streptococcus pyogenes): 
proteína resistente ao calor e à acidez. 
Essa proteína faz o intermédio da aderên-
cia da bactéria às células epiteliais do 
hospedeiro e auxilia na resistência da bac-
téria à fagocitose pelos leucócitos 
• Proteína OPA (Neisseria gonorrhoeae): 
adesão às células do hospedeiro. Após a 
aderência através das proteínas Opa e 
pelas fímbrias, as células do hospedeiro 
captam as bactérias. 
 
Enzimas 
 
Podem digerir o material entre as células e in-
duzir a formação ou a degradação de coágu-
los sanguíneos, entre outras funções. 
• Coagulase: são enzimas bacterianas que 
coagulam o fibrinogênio no sangue. Os co-
águlos de fibrina podem proteger a bacté-
ria da fagocitose e isolá-la de outras defe-
sas do hospedeiro. São produzidas por al-
guns membros do gênero Staphylococcus. 
• Quinase ou cinase: As cinases bacterianas 
são enzimas que degradam a fibrina e, 
 
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14 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
assim, digerem coágulos formados pelo 
organismo para isolar uma infecção. Uma 
das cinases mais conhecidas é a fibrinoli-
sina (estreptoquinase), produzida por es-
treptococos, como o Streptococcus pyoge-
nes. 
• Hialuronidase: secretada pelo Estreptoco-
cos. Ela hidrolisa o ácido hialurônico, tipo 
de polissacarídeo que une certas células 
do corpo, particularmente em tecidos co-
nectivos. Acredita-se que essa ação di-
gestória esteja envolvida na necrose de fe-
rimentos infectados e que ela auxilie na 
dispersão do microrganismo a partir de 
seu sítio inicial de infecção. 
• Colagenase: produzida por diversas espé-
cies de Clostridium, facilita a disseminação 
da gangrena gasosa. A colagenase que-
bra a proteína colágeno, que forma os te-
cidos conectivos de músculos e de outros 
órgãos e tecidos 
 
Variação 
Antigênica 
 
É uma alteração de antígenos. Na presença 
de antígenos, o organismo produz proteínas, 
denominadas anticorpos (imunidade adap-
tativa), que se ligam aos antígenos e os tor-
nam inativos ou os destroem. No entanto, al-
guns patógenos podem alterar seus antíge-
nos de superfície por meio de um processo 
denominado variação antigênica. Permite o 
escape da resposta imunológica Ex: Influenza-
virus, Neisseria gonorrhoeae (tem em seu ge-
noma diversas cópias do gene codificadorda 
proteína Opa, resultando em células que 
apresentam diferentes antígenos) 
 
Penetração no 
citoesqueleto 
das células 
dos hospedei-
ros 
 
A bactéria produz proteínas de superfície - in-
vasinas - causam o rearranjo dos filamentos 
de actina do citoesqueleto celular próximos 
ao ponto de contato bacteriano, gerando um 
enrugamento da membrana (desorganiza-
ção do citoesqueleto). Isso permite que se 
formem dobras na membrana e ocorra o en-
golfamento da bactéria. Exemplo: Salmonella 
sp. 
 
 
DANIFICAÇÃO DAS CÉLULAS DO HOSPEDEIRO 
 
Quando a bactéria invade a célula hospedeira e ultrapassa 
as suas defesas, ela pode danificar as células de 4 formas: 
• Utilizando os nutrientes do hospedeiro. 
• Causando danos diretos à região próxima ao local da in-
vasão. 
• Produzindo toxinas, que são transportadas pelo sangue e 
pela linfa, que danificam sítios distantes do local inicial da 
invasão. 
• Induzindo reações de hipersensibilidade. 
Usando os 
nutrientes do 
hospedeiro 
 
Sideróforo e a aquisição de ferro: O ferro é ne-
cessário para o crescimento da maioria das 
bactérias patogênicas, porém o ferro livre 
dentro do corpo é reduzido. Para obterem 
ferro, alguns patógenos secretam proteínas, 
chamadas de sideróforos. Estes são liberados 
no meio, onde removem o ferro das proteínas 
transportadoras através de uma ligação 
ainda mais intensa aos átomos de ferro. 
Quando o complexo sideróforo-ferro é for-
mado, ele liga-se a receptores de sideróforos 
na superfície da bactéria, sendo absorvido por 
ela. Dessa forma, o ferro é levado para dentro 
da célula bacteriana. 
 
• Alternativas aos sideróforos: os receptores 
das bactérias se ligarem diretamente aos 
transportadores de ferro e a destruição de 
células do hospedeiro para liberação do 
ferro. 
 
Lesão direta 
 
Quando os patógenos metabolizam e se mul-
tiplicam nas células, elas normalmente se 
rompem causando danos diretos à célula 
(bactérias intracelulares). Algumas bactérias, 
como E. coli, Shigella, Salmonella e Neisseria 
gonorrhoeae, podem induzir as células epite-
liais do hospedeiro a englobá-las por um pro-
cesso semelhante à fagocitose (indução do 
engolfamento). 
 
Produção de 
toxinas 
 
• As toxinas são substâncias venenosas pro-
duzidas por certos microrganismos. A ca-
pacidade dos microrganismos de produzir 
toxinas é chamada de toxigenicidade. As 
toxinas transportadas pelo sangue ou pela 
linfa podem causar efeitos graves e muitas 
vezes fatais. Algumas toxinas geram febre, 
distúrbios cardiovasculares, diarreia e cho-
que. As toxinas também podem inibir a sín-
tese proteica, destruir células e vasos san-
guíneos e danificar o sistema nervoso cen-
tral, causando espasmos. 
 
• O termo toxemia refere-se à presença de 
toxinas no sangue. As toxinas podem ser de 
dois tipos principais, com base em sua po-
sição relativa à célula microbiana: exotoxi-
nas e endotoxinas. As intoxicações são cau-
sadas pela presença de uma toxina, não 
pelo crescimento microbiano. 
 
Plasmídeos/ 
Conversão 
lisogênica 
 
• Plasmídeos: são pequenas moléculas de 
DNA circulares não conectadas ao cromos-
somo bacteriano principal, capazes de se 
replicarem independentemente. Ele pode 
transportar informações (podem codificar 
fatores de virulência) que determinam a 
 
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15 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
patogenicidade de um micróbio, como: co-
dificação de exotoxinas. 
 
• Conversão lisogênica: Um bacteriófago 
pode infectar a bactéria e conferir outras 
características a ela, essa mudança de ca-
racterística devido a presença do vírus é 
denominada conversão lisogênica. Ex. Shiga 
Toxina 
 
 
EXOTOXINAS BACTERIANAS 
 
As exotoxinas são produzidas no interior de algumas bac-
térias como parte de seu crescimento e metabolismo, e são 
secretadas pela bactéria no meio circundante ou liberadas 
após a lise da célula. Em razão da natureza enzimática da 
maioria das exotoxinas, mesmo pequenas quantidades são 
bastante perigosas, pois podem agir várias vezes seguidas. 
Os genes que codificam a maioria (e talvez todas) das 
exotoxinas são carreados em plasmídeos bacterianos ou 
fagos. As exotoxinas agem destruindo determinadas partes 
das células do hospedeiro ou inibindo certas funções me-
tabólicas. Elas são altamente específicas em relação aos 
seus efeitos teciduais e estão entre as substâncias mais le-
tais conhecidas. Assim, as características principais são: 
 
• Produzidas por bactérias Gram-positivas ou Gram-nega-
tivas 
• Estão entre as substâncias mais letais conhecidas 
• São parte do crescimento e metabolismo bacteriano. 
• Secretadas ou liberadas no meio circundante após a lise 
celular 
• Produzem os sinais e sintomas específicos da doença. As-
sim, as exotoxinas são doença-específicas. 
• Codificadas por plasmídeos 
 
VACINAÇÃO E PRODUÇÃO DE ANTITOXINAS: O organismo produz 
anticorpos, denominados antitoxinas, que promovem imu-
nidade contra exotoxinas. Quando as exotoxinas são inati-
vadas por calor ou pelo uso de formaldeído, iodo ou outra 
substância química, não podem mais causar doença, po-
rém ainda são capazes de estimular o sistema imune a 
produzir antitoxinas. Essas exotoxinas alteradas são cha-
madas de toxoides. Quando os toxoides são injetados no 
corpo, como uma vacina, estimulam a produção de antito-
xinas, gerando imunidade. 
 
TIPOS DE EXOTOXINAS 
 
Podem ser divididas em 3 tipos principais quanto ao modo 
de ação: 
• Toxinas A-B 
• Toxinas que rompem membranas 
• Superantígenos 
 
Toxinas que 
rompem 
membranas 
 
As toxinas danificadoras de membrana cau-
sam a lise da célula hospedeira pela degra-
dação da membrana plasmática. Algumas 
toxinas agem pela formação de canais pro-
teicos na membrana e outras degradam a 
porção fosfolipídica da membrana. As toxinas 
que degradam membranas contribuem para 
a virulência pela morte de células do hospe-
deiro, sobretudo fagócitos, e também por au-
xiliar as bactérias a escaparem de vesículas 
no interior dos fagócitos (fagossomos) para 
o citoplasma da célula hospedeira. 
 
• Leucocidinas: As toxinas danificadoras de 
membrana que destroem leucócitos fago-
cíticos (glóbulos brancos) são chamadas 
de leucocidinas e agem pela formação de 
canais proteicos. A maioria é produzida por 
estafilococos e estreptococos. 
 
• Hemolisinas: As toxinas danificadoras de 
membrana que destroem hemácias, tam-
bém pela formação de canais proteicos, 
são denominadas hemolisinas. Os estafilo-
cocos e os estreptococos são importantes 
produtores de hemolisinas. As hemolisinas 
produzidas pelos estreptococos são cha-
madas de estreptolisinas. 
 
Toxinas A-B 
 
• Modelo proposto para o mecanismo de 
ação da toxina diftérica 
 
• São assim denominadas por consistirem 
em duas partes, designadas A e B, e ambas 
são polipeptídeos. A maioria das exotoxinas 
é A-B. A porção A é o componente ativo 
(enzima), e a porção B é o componente de 
ligação. 
 
Superantíge-
nos 
 
• Os superantígenos são antígenos que pro-
vocam uma resposta imune muito intensa. 
Eles são proteínas bacterianas. Por uma sé-
rie de interações com várias células do sis-
tema imune, os superantígenos estimulam, 
de forma não específica, a proliferação de 
células imunes denominadas células T. 
 
• Em resposta aos superantígenos, as células 
T são estimuladas a liberar enormes quan-
tidades de citocinas, que regulam as res-
postas imunes e fazem a mediação da co-
municação célula a célula. Níveis excessi-
vamente altos de citocinas circulam pela 
corrente sanguínea e desencadeiam vários 
sintomas, como febre, náusea, vômito, diar-
reia e, às vezes, choque e até mesmo a 
morte. 
 
• Estímulo de grande produção de citocinas - 
choque anafilático 
 
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16 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
• Incluem as toxinas estafilocócicas que cau-
sam intoxicação alimentar e síndrome do 
choque tóxico 
 
 
 
Figura. A ação de uma exotoxina A-B. Um modelo proposto para o 
mecanismode ação da toxina diftérica. 
 
NOMENCLATURA DAS EXOTOXINAS 
 
As exotoxinas são nomeadas com base em diversas ca-
racterísticas, como: 
 
• Quanto ao tipo de célula a que elas aderem no hospe-
deiro: neurotoxinas, cardiotoxinas hepatotoxinas, leucoto-
xinas, enterotoxinas, citotoxinas 
 
• Quanto às doenças a que estão associadas: toxina difté-
rica, toxina tetânica 
 
• Quanto às bactérias específicas que as produzem: toxina 
botulínica, enterotoxina colérica 
 
DOENÇAS CAUSADAS POR EXOTOXINAS 
 
• Tétano 
• Botulismo 
• Gangrena gasosa 
• Difteria 
• Intoxicação alimentar 
• Síndrome do choque tóxico 
• Cólera 
 
ENDOTOXINAS BACTERIANAS 
 
As endotoxinas estão localizadas no interior das células 
bacterianas. São parte da porção externa da parede celular 
das bactérias Gram-negativas: A membrana externa que 
circunda a camada de peptideoglicano da parede celular 
tem como um de seus componentes os lipopolissacarídeos 
(LPS). A porção lipídica dos lipopolissacarídeos (LPS), de-
nominada lipídeo A, é a endotoxina. Carcaterísticas impor-
tantes são: 
 
• Produzem os mesmos sinais e sintomas, independente da 
bactéria. Esses sintomas incluem calafrios, febre, fraqueza, 
dores generalizadas e, em alguns casos, choque e até 
mesmo morte. 
• As endotoxinas são liberadas quando a bactéria morre e 
a célula se degrada 
• As endotoxinas exercem seu efeito pelo estímulo de ma-
crófagos, os quais, por sua vez, liberam citocinas em con-
centrações bastante elevadas. Nessas concentrações, as 
citocinas são tóxicas. Ativação macrofágica: O pulmão é 
um dos órgãos mais sensiveis aos eteitos das endotoxinas 
e o primeiro a ser atingido. 
• Outra consequência da presença de endotoxinas é a ati-
vação das proteínas envolvidas na coagulação sanguí-
nea, causando a formação de pequenos coágulos. Esses 
coágulos obstruem os vasos capilares, e o decréscimo no 
suprimento de sangue resultante induz a morte tecidual. 
Essa condição é conhecida como coagulação intravas-
cular disseminada 
 
FEBRE E AS ENDOTOXINAS 
 
 
A febre e o choque produzido pelas endotoxinas estão re-
lacionados à secreção de citocinas pelos macrófagos. O 
mecanismo proposto pelo qual as endotaxinas causam fe-
bre: 
 
1. Um macrófago ingere uma bactéria gram-negativa. 
2. A bactéria é degradada em um vacúolo, liberando en-
dotoxinas que induzem a produção das citocinas IL-1 e 
TNF-a pelo macrófago. 
3. As citocinas são liberadas na corrente sanguínea pelos 
macrófagos e são transportadas até o hipotálamo, no cé-
rebro. 
4. As citocinas induzem a produçao de prostaglandinas pelo 
hipotálamo, alterando o "termostato" corporal para tem-
peraturas mais altas. produzindo 
 
EXOTOXINAS X ENDOTOXINAS 
 
• As endotoxinas são lipopolissacarídeos, ao passo que as 
exotoxinas são proteínas. 
• As exotoxinas afetam órgãos alvos, já as endotoxinas pro-
movem efeitos fisiológicos generalizados 
• As endotoxinas não promovem a formação de antitoxinas 
efetivas contra seu componente carboidrato. Anticorpos 
são produzidos, porém eles tendem a não controlar os 
efeitos da toxina; na verdade, em algumas circunstâncias, 
esses anticorpos podem até mesmo intensificar seu 
efeito. 
 
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Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
 
 
Figura. Endotoxinas e a resposta pirogênica. O mecanismo proposto pelo qual as endotoxinas causam febre. 
 
 
Figura. Diferenças endo e exotoxinas 
 
 
Figura. Diferença exo e endotoxina 
 
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Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
 
Figura. Resumo 
 
PORTAS DE SAÍDA BACTERIANAS 
 
É a via pela qual um patógeno deixa o organismo. Os pató-
genos geralmente deixam o corpo através de portas de sa-
ída específicas, que normalmente correspondem aos mes-
mos sítios utilizados inicialmente por eles para entrarem no 
hospedeiro. As portas de saída mais comuns são: 
• Trato respiratório 
• Trato gastrintestinal 
• Trato urogenital 
• Pele 
 
ESTÁGIOS DE UMA DOENÇA 
 
Uma vez que o microrganismo supera as defesas do hos-
pedeiro, o desenvolvimento da doença tem certa sequên-
cia, que tende a ser similar, independentemente de se a do-
ença é aguda ou crônica: 
 
• Período de incubação 
• Período prodrômico 
• Período da doença 
• Período de declínio 
• Período de convalescência 
 
Período de 
Incubação 
 
Consiste no intervalo entre a infecção inicial 
e o surgimento dos primeiros sinais ou sin-
tomas. Depende do microrganismo 
 
Período 
Prodrômico 
 
Consiste em um período de tempo relativa-
mente curto que se segue ao período de in-
cubação de algumas doenças. Ele é carac-
terizado pelo surgimento de sintomas pre-
coces e leves de doença, como dores gene-
ralizadas e indisposição. 
Período de 
doença 
Esse quadro da doença é o mais grave. A 
pessoa exibe sinais e sintomas claros. Du-
rante o período de doença, o número de leu-
cócitos pode aumentar ou diminuir. Em ge-
ral, as respostas imunes e outros mecanis-
mos de defesa do paciente derrotam o pa-
tógeno, o que demarca o fim do período de 
doença. Quando a doença não é controlada 
(ou tratada) com sucesso, o paciente 
morre durante esse período. Normalmente 
esse período ocorre a maior transmissão da 
doença 
Período de 
declínio 
 
Os sinais e sintomas diminuem de intensi-
dade. A febre diminui, assim como a sensa-
ção de indisposição. Nessa fase, que pode 
durar de menos de 24 horas a vários dias, o 
paciente encontra-se vulnerável a infecções 
secundárias. 
 
Período de 
convalescência 
 
A pessoa recobra a sua força e o corpo re-
torna ao estado anterior à doença. Ocorre a 
recuperação. 
 
 
 
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19 Letícia Cavalcante - UFDPar 
Aula 2 | Introdução ao estudo das bactérias 
Figura. Os estágios de uma doença. 
 
CONTROLE DO CRESCIMENTO BACTERIANO 
 
Uma palavra utilizada com frequência e, muitas vezes, in-
corretamente, em discussões sobre o controle do cresci-
mento microbiano é esterilização. A esterilização é a remo-
ção ou destruição de todos os microrganismos vivos. O 
aquecimento é o método mais comum usado para destruir 
microrganismos. O controle direcionado à destruição de 
microrganismos nocivos é chamado de desinfecção. Esse 
termo normalmente se refere à destruição de patógenos na 
forma vegetativa (não formadores de endósporos), o que 
não é o mesmo que esterilidade completa. Outros termos 
importantes são: 
 
 
Figura. Terminologia relacionada ao controle do crescimento microbiano 
 
Os fármacos antimicrobianos podem ser bactericidas 
(destroem os micróbios diretamente) ou bacteriostáticos 
(impedem o crescimento dos micróbios). 
 
 
Figura. Controle do crescimento bacteriano 
 
 
 
Figura. Agentes do controle do crescimento bacteriano 
 
REFERÊNCIAS 
 
TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R; CASE, Christine L. Mi-
crobiologia. 12 Porto Alegre: Artmed, 201.

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