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PROCESSOS FISIOPATOLÓGICOS DAS DOENÇAS DO PÂNCREAS EXÓCRINO ● PANCREATITE PÂNCREAS EXÓCRINO Distúrbios Inflamatórios → Distúrbios por Insuficiência Pancreatite aguda – repentina - reversível Insuficiência Pancreática Exócrina Pancreatite crônica – contínua - irreversível (↓ produção de secreção de enzimas) - AGUDA Ativação inapropriada da enzima tripsina Destruição enzimática (autodigestão) do tecido pancreático (proteólise, lipólise e hemorragia): Tripsina e quimiotripsina: necrose Elastase: hemorragia Lipase: esteatonecrose Inflamação (edema) 80% casos associados à: • doença trato biliar • alcoolismo - Idiopáticas (10%) → Forma Edematosa: – Macroscopia – Pâncreas tumefeito com focos amarelados – Microscopia – Edema, infiltrado inflamatório neutrofílico discreto e esteatonecrose → Forma necro-hemorrágica: – Macroscopia • Áreas de necrose • Hemorragia • Esteatonecrose (gotas de vela) – Microscopia • Necrose dos ácinos • Necrose dos vasos com hemorragia • Infiltrado inflamatório de neutrófilos • Esteatonecrose Aspectos clínicos - Emergência Médica – Abdome agudo Dor abdominal de inicio súbito, constante, intensa, irradia dorso superior – Dor em faixa Febre, náuseas e vômitos Edema – hipotensão arterial – choque Icterícia - obstrução colédoco Quando há intensa hemorragia - dissociação de fáscias musculares - equimoses Achados laboratoriais Amilase → Amilase sérica elevada nas primeiras horas do início dos sintomas e tende a retornar ao normal em 3 a 4 dias Lipase → Lipase elevada também se inicia nas primeiras horas, mas tende a permanecer elevada por mais tempo – maior especificidade Hipocalcemia - Deposição de cálcio no tecido necrótico (saponificação) – persistente = pior prognóstico Hemograma - Leucocitose com desvio a esquerda, alterações do hematócrito Complicações • Hemorragias • Liberação de enzimas pancreáticas e citocinas inflamatórias na circulação • Abcessos pancreáticos • Aderências / estenose de estruturas adjacentes • Pseudocistos (revestido por tecido conjuntivo e células inflamatórias) - CRÔNICA Inflamação persistente acompanhada de destruição do parênquima, fibrose e perda progressiva da função do órgão. - Etiologia: Alcoolismo crônico Genéticos Radioterapia abdominal Estenose pós-inflamatória ductal Anomalias Congênitas Cálculos Neoplasias - Macroscopia Normal, aumentado ou diminuído. Aspecto nodular grosseiro. Presença de cálculos intraductais. Dilatação ductal. Causada pelos cálculos ou pela fibrose periductal. Áreas císticas. Fibrose difusa ou segmentar. Aspectos clínicos Dor abdominal recorrente precipitadas por abuso de álcool, alimentação ou uso de drogas. Perda função exócrina e endócrina Esteatorreia e emagrecimento Diabetes Mellitus Icterícia (20% casos) Estreitamento do colédoco ● NEOPLASIAS PANCREÁTICAS LESÕES NÃO NEOPLÁSICAS → Pseudocistos (resquícios de pancreatites agudas e crônicas) Cavidade patológica revestida por tecido de granulação, sem tecido epitelial. NEOPLASIAS CÍSTICAS BENIGNAS → Cistoadenomas serosos e mucinosos → CISTADENOMA SEROSO E PANCREÁTICO - Mulheres acima de 65 anos - Bom prognóstico - 6 a 10 cm, solitários, bem delimitados - Cicatriz estrelada central - Periferia – numerosos cistos com revestimento de epitélio cúbico simples e glicogênio abundante, preenchidos por líquido seroso incolor →CISTADENOMA MUCINOSO PANCREÁTICO - Mais frequente em mulheres - Lesão solitária em cauda do Pâncreas - Uni ou multiloculados, preenchido por material mucinoso - Cistos revestidos por epitélio colunar mucossecretor - 35% associado a desenvolvimento de carcinoma ● ADENOCARCINOMA Neoplasias epiteliais malignas com origem de células ductais pancreáticas Altamente invasivo - Sobrevida em 5 anos (5%) 60% (CABEÇA), 15% (CORPO), 5% (CAUDA) Induz intensa resposta desmoplásica FATORES DE RISCO Sexo masculino Indivíduos de etnia negra Tabagismo Diabetes mellitus Pancreatite crônica Derivados do petróleo Dieta Histórico Familiar Síndromes Genéticas (PAF, Lynch II) Macroscopia: Localização preferencial: cabeça do pâncreas Pouco delimitado Coloração branco-amarelada Consistência firme Microscopia: Estruturas túbulo-glandulares revestidas por epitélio colunar ou cubóide com atipias. Estroma desmoplásico bem desenvolvido. ● NEOPLASIAS NEUROENDÓCRINAS PANCREÁTICAS Sinais e sintomas (Síndrome paraneoplásica) Gastrinomas: produzem gastrina, e provocam a síndrome de Zollinger-Ellison. Insulinomas: produzem insulina hipoglicemia (confusão, fraqueza, convulsões, coma) Glucagonomas: produzem glucagon que aumenta os níveis de açúcar no sangue provocando diabetes. Mais prevalentes em mulheres Síndromes genéticas familiares: MEN1, MEN2, neurofibromatose tipo 1 ou Von Hippel Lindau. ● CASO CLÍNICO Paciente mulher, 47 anos, obesa, procura atendimento com queixa de dor abdominal em toda a porção superior do abdômen, irradiando para as costas que iniciou após uma refeição muito gordurosa. Ela relata que apresentou episódios prévios de dor localizadas no quadrante superior direito do abdômen. Também afirma que já havia feito uma ultrassonografia em uma visita prévia (quando buscou atendimento por causa das dores no quadrante superior direito) e naquele momento, foi orientada a consultar um cirurgião, porém não realizou a consulta. Ao exame físico está desidratada, com fácies de dor e discretamente ictérica. Abdômen doloroso à palpação. Exames revelam leucocitose, aumento da amilase e lipase séricas. 1) Qual a principal hipótese diagnóstica que explica o quadro atual da paciente? Litíase biliar e pancreatite aguda 2) Qual a mais provável causa dessa doença nessa paciente? Litíase biliar 3) Baseado na resposta anterior, explique a Fisiopatogenia da doença nessa paciente. Ela é uma mulher, idade, obesa com muita propensão a formação de cálculo biliar. Esses podem se deslocar e interromper o fluxo enzimático do pâncreas, causando necrose e inflamação. Paciente do sexo masculino, 66 anos, negro, percebeu que seu olho está amarelado, que suas fezes estão claras e a urina com cor escura. Tabagista há 40 anos. Conta comer bem, adora café, mas detesta frutas e verduras. Há alguns meses sentia dor na região lombar de difícil localização. Foi submetido à EDA que mostrou discreto abaulamento da segunda porção do duodeno. TC de abdome evidenciou nódulo sólido, hipervascularizado, localizado na cabeça pancreática, que mede 3,5 x 2,8 cm, determinando moderada dilatação do ducto pancreático principal a montante e atrofia do parênquima pancreático na região corpo-caudal. 1) Qual a principal hipótese diagnóstica que explica o quadro atual do paciente? Adenocarcinoma ductal pancreático. 2) Quais os principais fatores de risco dessa doença nesse paciente? Sexo masculino, indivíduos de etnia negra, tabagismo, idade, dieta. 3) Em linhas gerais, qual o principal exame para diagnóstico e principal conduta para tratamento. Biópsia, remoção do tumor, fazer estadiamento e acompanhamento.
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