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PÂNCREAS Raimundo Araújo Gama julho - 2021 Pâncreas Introdução Pancreatite aguda Pancreatite crônica Tumores Pâncreas - introdução Introdução Anatomia Glândula: 12 a 20 cm – 70-110 g Coberta por tec. conjuntivo, sem cápsula verdadeira Regiões Cabeça – arco duodenal Processo uncinado: prolongação na parte inferior da cabeça Colo – 1,5-2 cm de extensão Corpo – coluna vertebral Corpo e cauda – veia esplênica Cauda – móvel, hilo esplênico Localização Abdome superior, retroperitôneo Introdução Anatomia Ductos Pancreático principal (Wirsung): 3,1–4,8 mm corpo; 0,9–2,4 mm cauda Pancreático acessório (Santorini) Ducto biliar comum ou colédoco Atravessa a cabeça pancreática para se unir ou não ao ducto pancreático Papilas Duodenal maior Duodenal menor Introdução Histologia Tecido exócrino – 80 % Céls centroacinares e ductais Secretam enzimas digestivas, HCO3 e água Tecido conjuntivo – 18 % Capilares, nervos Tecido endócrino – 2 % Ilhotas de Langerhans Introdução Histologia Tecido exócrino: Células acinares Ácinos Lúmen dos ácinos ductos secretores ductos interlobulares ducto pancreático principal Tecido endócrino: Ilhotas de Langerhans Céls B (Beta): 50–80 % - INSULINA Céls A (Alfa): 5–20 % - GLUCAGON Céls PP: 10–35% - PEPTÍDEO PANCREÁTICO Céls D: 5% - SOMATOSTATINA Introdução Introdução Fisiologia Secreção exócrina (unidade funcional) Ácino + dúctulo de drenagem GRP – peptídeo liberador de gastrina 10 Introdução Fisiologia Secreção exócrina 0,4 - 4ml/minuto (repouso – pós-prandial) Suco pancreático: 2,5 litros/dia Secretina estimula a secreção inorgânica e CCK a orgânica Inorgânicos: Água, Na / K / Cl, Bicarbonato Neutralizar o ácido gástrico e aporte das enzimas Estímulo pós-prandial Enzimas pancreáticas: tripsinogênio, amilase, lipase e protease Sintetizadas na forma inativa No lúmen intestinal, a enteroquinase ativa o tripsinogênio, que ativa as outras enzimas Introdução Enzimas digestivas Amilase Secretada pelas glândulas salivares e pâncreas Digere amido e glicogênio → hidrólise por enzimas da borda em escova Lipase: Lipase, Fosfolipase A2, Carboxilase Lipase salivar e gástrica contribuem menos Dependem da ação dos ácidos biliares Protease: tripsina, quimiotripsina, elastase, carboxipeptidases e exopeptidases Ativadas no duodeno pela tripsina Clivam ligações de peptídeos → digeridos por enzimas da borda em escova Introdução Secreção interdigestiva (jejum) Cíclica: a cada 60-120 minutos → picos de secreção Secreção digestiva (pós-prandial) Fase cefálica: Mastigação Ach (n.vago) Fase gástrica: Alimento no estômago distensão reflexo vasovagal Fase intestinal: Alimento no duodeno: Secretina: secreção HCO3 e água, estimulada pelo ácido gástrico, liberada pela mucosa duodenal CCK: secreção enzimática, estimulada por gordura, proteínas e amido (menor), liberada pela mucosa duodenal Ach Secreção pancreática Pancreatite aguda Pancreatite aguda Processo inflamatório agudo do pâncreas Com envolvimento variado de outros tecidos peripancreáticos ou à distância Epidemiologia: Incidência mundial: 72 casos/100.000/ano Crescente: obesidade → ↑ biliar Taxa de mortalidade ~2-10% Pancreatite aguda Classificação: Intersticial (edematosa) 70-85%: leve e autolimitada Edema intersticial + infiltrado inflamatório parênquima pancreático Disfunção extra-pancreática ausente ou mínima Necrotizante 15-30%: disfunção orgânica e > mortalidade Necrose do parênquima pancreático + necrose vênulas (trombose) + áreas de hemorragia, com disfunção sistêmica Pancreatite aguda Classificação Atlanta (2012): Leve (80-85%): mortalidade <1-3% Disfunção orgânica ausente / transitória Sem complicações locais ou sistêmicas Moderadamente grave: não ↑ mortalidade significativa/ Complicações locais e/ou ausência de falência orgânica persistente (< 48h) Grave: mortalidade ~30% Disfunção orgânica presente e persistente (> 48h) Pancreatite aguda Disfunção orgânica: Mortalidade: Necrose infectada + disfunção orgânica: 35,2% Necrose estéril + disfunção orgânica: 19,8% Necrose infectada sem disfunção orgânica: 1,4% Choque PAS < 90mmHg IRpA PO2 < 60mmHg IRA Cr > 2 após HV Sangramento TGI > 500mL/24h Pancreatite aguda Classificação quanto à duração: 1ª fase - Precoce (1ª semana) SIRS e/ou falência orgânica Pp causa de morte nesta fase Febre, taquicardia, leucocitose e desconforto respiratório INFLAMAÇÃO Graus variáveis de isquemia pancreática e peripancreática Pode evoluir para necrose 75 – 80% resolvem: PA intersticial Complicações infecciosas são incomuns nessa fase Pancreatite aguda Pancreatite aguda Classificação quanto à duração: 2ª fase - Tardia (após 1ª semana) Ocorre em 25% dos casos (PA necrosante) Pode durar semanas a meses Morte: disfunção orgânica ou infecção pancreática Complicações locais Pseudocisto Necrose pancreática / peripancreática Fisiopatogenia Ativação de: Complemento Sist. Cinina-calicreína Trombina Fibrina Liberação de: Tripsina Fosfolipase A2 Quimiotripsina Elastase 2ª Fase: Inflamação Intra-pancreática Quimiotaxia de leucócitos + Liberação citocinas Lesão Microcirculação ↑ Permeabilidade Autodigestão pancreática 3ª Fase: Inflamação Extra-pancreática AGRESSÃO Tripsinogênio Tripsina Ativação de proenzimas Tripsina rompe vacúolos 1ª Fase: Intra-pancreática Falha mecanismo de defesa anti-tripsina (ex: SPINK1) Etapa inciial: conversão do tripsinogênio em tripsina nas células acinares catalisa a conversão de proenzimas autodigestão do pancreas Cálculo obstrui ducto pancreático e causa refluxo de bile Depois, ocorre lesão de microcirculação, liberação de citocinas SARA: fosfolipase A2 digere a lecitina 23 Etiologia Smashed = esmagado / Mumps: caxumba 24 Etiologia Etiologia Cálculo biliar 1ª causa Álcool 2ª causa ~ 70% Inherited: genético 26 Etiologia Cálculo biliar Principal causa: 30-60% dos casos 3–7% cálculos → pancreatite biliar FP: cálculo no ducto biliar distal (ou edema decorrente da sua passagem) pressão pancreática → lesão Frequência pancreatite biliar > mulheres (↑ prevalência litíase) Cálculos < 5mm ↑ risco 4x – migração Barro biliar: suspensão viscosa com microlitíase (< 3mm) Microlitíase pode estar associada a PA idiopática Etiologia Álcool 2ª causa: 25-35% dos casos Proporção etilistas importantes (2-10%) pancreatite aguda (susceptibilidade genética? Tabagismo ↑ 2x) Consumo > 50g/dia, > 5 anos // Consumo ocasional não ↑ risco Pancreatite aguda X Pancreatite crônica exacerbada Mecanismos Relaxamento E. Oddi refluxo suco duodenal Espasmo E. Oddi refluxo bile conteúdo proteico do suco pancreático obstrução ductos pancreáticos Injúria células acinares (álcool / metabólitos) Etiologia Hipertrigliceridemia 3ª causa (2-5%) Triglicérides > 1.000 mg/dL Ácidos graxos livres → danificam células acinares / endotélio vascular Crianças com desordens do metabolismo lipoproteína (deficiência lipoproteína lipase / apolipoproteína C II) Hiperlipidemia I, II e V (pancreatite 35% , 15% e 30%) DM2, etilista, medicações (corticóides, estrogênios) Amilase e/ou lipase podem não aumentar muito Etiologia Hipercalcemia Causa infrequente Hiperparatiteoidismo (0,5% dos casos de PA) Doença óssea metastática Nutrição parenteral total / Sarcoidose / Toxicidade por vit D Mecanismo Deposição de cálcio no ducto pancreático Ativação do tripsinogênio Etiologia Toxinas Toxinas: organofosforados / veneno de escorpião Hiperestimulação pancreática Medicamentos: 5% dos casos Exclusão outras causas Intervalo apropriado entre início da droga e indução de pancreatite (4 a 8 semanas): + comum (independe da dose) Re-exposição → pancreatite Curso benigno e auto-limitado Raramente tem reação de hipersensibilidade (rash, linfadenopatia e eosinofilia) Etiologia Medicamentosa Reação idiossincráticaImprevisível, independe da dose, baixa incidência Período de latência muito variável Reações de hipersensibilidade Sintomas 1-6 semanas após exposição à droga Sem relação com a dose Rash, febre, dor articular e eosinofilia Acúmulo de metabólitos tóxicos Meses ou anos após exposição à droga Etiologia Etiologia Tumores 5 – 14% dos pacientes com tumores benignos ou malignos podem se apresentar com PA Obstrução ducto pancreático Tumor + frequente na PA → neoplasia mucinosa papilar intraductal (IPMN) Geralmente pacientes > 40 anos Avaliação por TC / RM / ColangioRM / EcoEDA Etiologia Infecções Vírus (Caxumba, CMV, COXSACKIE, EBV, HBV, VZ...) Vacina de vírus atenuados: caxumba, rubéola e sarampo Bactérias (Mycoplasma, Leptospira, Salmonella, Tb...) Fungos (Candida, Aspegillus....) Parasita (Toxoplasma, Áscaris - obstrução) AIDS: infecções oportunistas Suspeita → contexto clínico compatível (70% dos casos) Tratamento agente infeccioso → melhora pancreatite? Não é recomendada a pesquisa de rotina na PA idiopática falso + Etiologia Doença vascular Isquemia pancreática (rara) Apresentação clínica leve / pancreatite necrotizante Causas: Vasculites (PAN, LES) Hipotensão, choque hemorrágico Distúrbios de coagulação Após procedimentos vasculares (embolização, arteriografia) Superdosagem de ergotamina Maratonistas Etiologia Trauma Fechado (compressão coluna ruptura ducto) Penetrante laparotomia Diagnóstico difícil: grau de suspeição TC, RM ou CPRE amilase (trauma abdominal sem injúria pancreática) Ruptura ducto pancreático ascite pancreática (cd: stent/ cirurgia) Injúria ductal fibrose estenose PC Prognóstico: depende de trauma associado Etiologia CPRE PA é a complicação + comum e temida da CPRE Hiperamilasemia assintomática: 35-70% Pancreatite aguda CPREs diagnósticas (5%) / CPREs terapêuticas (7%) 50% episódios moderados a severos Fatores de risco Feminino, PA pós-CPRE prévia, colédoco fino calibre, disfunção E. Oddi Cateterização difícil, múltiplas injeções de contraste, esfincterectomia pancreática, dilatação com balão stent pancreático profilático, supositório de indometacina Etiologia Cirurgia Cirurgia torácica / abdominal Pancreatite aguda 6% após transplante hepático 0,5-8% após cirurgias cardiovasculares (bypass) fatores de risco = I. renal pré-operatória, choque pós-operatório, Ca Mortalidade = 35% (> que outras causas) Atraso no diagnóstico Hipotensão, medicações potencializadoras (azatioprina, cálcio) e infecções Etiologia Hereditária / genética Autossômica dominante penetrância variável Mutações PRSS1 (gene tripsinogênio catiônico) + comum CFTR: fibrose cística SPINK 1 Pancreatite aguda recorrente (início precoce: 10 anos idade) PC Homens = mulheres Etiologia Pâncreas divisium Mal formação congênita pancreática + comum (5-10%) Definição Embriogênese: falência fusão pâncreas ventral / dorsal → drenagem maior parte da glândula pancreática pelo ducto acessório e papila menor Mecanismo de PA Obstrução relativa da drenagem do suco pancreático através da papila menor Causa de PA? Controverso; 20% das PAI recorrentes Diagnóstico: USE, CPRM e CPRE Etiologia Disfunção funcional pancreática do EO Pancreatite aguda inexplicada (após extensa investigação) ↑ pressão do EO (> 40 mmHg) Melhora após ablação do EO Recorrência após ablação: ~50% em 2 anos Etiologia Disfunção funcional pancreática do EO Critérios de Roma IV Todos os seguintes: Pancreatite aguda recorrente documentada: dor típica, amilase ou lipase > 3xLSN e/ou imagem característica Exclusão de outras etiologias de pancreatite aguda ECOendoscopia normal Alteração da manometria do EO Pancreatite aguda: diagnóstico Diagnóstico Dor abdominal compatível Enzimas pancreáticas: amilase e/ou lipase (≥ 3 xLSN) Achados característicos em exames de imagem (TC ou RNM) PANCREATITE AGUDA Pancreatite aguda: ≥ 2 dos 3 critérios presentes Quadro clínico Dor em abdome superior (barra) Menos comum: epigástrio, QSD, QSE Irradia para dorso e região escapular esquerda Constante, moderada a intensa Alivia com inclinação do tronco para frente (genupeitoral) Piora com alimentação Febre, náuseas e vômitos Dor ausente: 5-10% Quadro clínico Exame físico: ↑ FC, ↑ FR Febre Hipotensão Icterícia: incomum Desorientação, agitação, coma RHA ↓ Distensão abdominal Sensibilidade epigástrica Leve: sensibilidade discreta e defesa ausente Grave: sensibilidade acentuada e defesa presente Quadro clínico Exame físico: Necrose hemorrágica do pâncreas: Equimoses na lateral do abdome (Sinal de Grey-Turner); Periumbilical (Sinal de Cullen) < 1%: prognóstico ruim → extravasamento de exsudato pancreático hemorrágico Quadro clínico Biliar: intesna, dura minutos ou hrs e alivia Perfuração: súbita; abdome em tábua Issquemia: idoso, vasculopata, com dor desproporcional ao exame físico Obstrução: dor cíclica, distensão e vomitos 49 Exames laboratoriais Gravidade Hemograma Função Renal Gasometria arterial PCR Etiologia TGO/ TGP BT Cálcio Triglicérides Diagnóstico Amilase Lipase Outros Glicemia Eletrólitos Canaliculares Exames laboratoriais Amilase Curva: primeiras 6-12 horas e 3-7 dias (sem complicações) Boa sens., mas ↓ esp. (amilase salivar, intestino delgado, ovários, m. esquelético, tec. adiposo) Especificidade < lipase 3xLSN ( especificidade): S 72-85% e E 93% Dosagem isoamilase pancreática ( especificidade) Indisponível 51 Exames laboratoriais Amilase PA com amilase normal: PA por hipertrigliceridemia (inibe amilase), agudização PC (pouco tecido acinar) Hiperamilasemia sem PA (50%): parotidite, salpingite, tumores ovarianos, macroamilasemia, DRC, colecistite, DUP, infarto ou obstrução intestinal Macroamilasemia Complexo peso molecular: amilase-Ig → não é filtrada pelos rins Dosagem amilase urinária / relação clearance amilase-creatinina urinária Depuração renal 52 Exames laboratoriais Lipase Sensibilidade = amilase Especificidade > amilase (lipase pancreática >>> gástrica) / condições intra-abdominais / I. Renal grave Combinação amilase/ lipase acurácia superior Nível: 3xLSN: S 79% e E 85-100% Curva 4-8 hs, pico 24 hs; normalização 8-14 dias Exames laboratoriais Enzimas pancreáticas Exames laboratoriais Enzimas pancreáticas Elevam-se dentro de 6 h do início da dor Elevada sensibilidade (80%); > 3xLSN muito específica Especificidade: lipase > amilase Normalização níveis séricos: amilase 3 a 7 dias; lipase 8 a 14 dias NÃO SÃO MARCADORES DE GRAVIDADE Exames laboratoriais Exames laboratoriais Leucocitose Aumento da glicemia: secundária ao ↑ glucagon Aumento de transaminases TGP – etiologia biliar? TGO – critérios de Ranson ↑ canaliculares e BT → compressão, obstrução PCR ≥ 150mg/dL (pico 48-72h) → gravidade Exames de imagem Rx simples de abdome Normal; sinais de PC Íleo localizado: alça sentinela Sinal do cólon cortado: doença grave (exsudato próximo ao cólon, causando espasmo: ausência de ar distal e dilatação proximal) Diagnóstico diferencial (pneumoperitôneo / obstrução intestinal) Rx de tórax Alterado em 30% Elevação hemicúpula diafragmática, derrame pleural (bilateral ou E), atelectasias, infiltrados alveolares / SARA Exames de imagem ALÇA SENTINELA SINAL DO CÓLON CORTADO Exames de imagem Derrame pleural Exames de imagem USG abdome Pâncreas visualizado em 25% a 50% volume, hipoecóico Sinais de PC: calcificações, dilatação do ducto pancreático Fazer em todos os pacientes: cálculos biliares / dilatação VVBB Repetir se negativo para etiologia biliar USG endoscópico (e/ou colangioRNM): etiologia Coledocolitíase (sensibilidade ) Indicação: pancreatite aguda grave + icterícia (BT > 5mg/dL) Útil na PA idiopática – microlitíase? - 2º momento Colelitíase Exames de imagem TC abdome com contraste Principal método diagnóstico (S e E 90%) Desnecessário para a maioria dospcts Indicações Dúvida diagnóstica, complicações e gravidade Diagnóstico diferencial Pacientes com PA grave que não melhoram após 72h de tto intensivo necrose? (presença e extensão) Deterioração clínica na 1ª semana de doença (complicações) Suspeita de necrose infectada (2ª semana da doença) CI: alergia ao contraste; IRA com Cr > 2 após medidas Exames de imagem TC abdome Aumento difuso ou focal Borramento da gordura peripancreática Áreas de necrose pancreática (> 72h) Coleções intra-abdominais, pseudocisto Pancreatite aguda intersticial Inflamação tecido peripancreático Exames de imagem TC abdome Índice de Balthazar (prognóstico) Enlargement: aumento 64 Exames de imagem: TC Índice de Balthazar: > 6 pontos → grave Exames de imagem: TC Borramento da gordura Pâncreas Heterogêneo Pancreatite Aguda Leve Intersticial / Edematosa Pâncreas Normal Exames de imagem: TC TEMPO SURGIMENTO NECROSE PANCREÁTICA TC com contraste EV é considerada “padrão-ouro” para diagnóstico de pancreatite aguda necrosante (aguardar 72-96 h) Exames de imagem: TC Quando suspeitar necrose pancreática? Não capta contraste Imagem pancreas nl com contraste 68 Exames de imagem RNM abdome Acurácia semelhante à TC na avaliação da gravidade (necrose e coleções) Superior à TC na detecção coledocolitíase e pancreatite leve Mais cara, menos disponível Indicação: alergia a iodo, IRA* ColangioRNM Avaliação de coledocolitíase (ou USE): S 98% E 84,4% Investigação de PAI 69 Avaliação da gravidade AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE ESCORES CLÍNICOS MARCADORES BIOQUÍMICOS MÉTODOS DE IMAGEM AVALIAÇÃO CLÍNICA Preditores de gravidade Complexos Não existe “padrão-ouro” PACIENTE Idade ≥ 60 a LABORATÓRIO PCR ≥ 150 ESCORES Ranson ≥ 3 IMAGEM Obesidade (IMC ≥ 30) Alteração neurológica SRIS Comorbidade Htc > 44% Ur > 20 Cr ↑ ↑ Apache II ≥ 8 Derrame pleural Infiltrado pulmonar Coleções múltiplas ou extra-pancreática Procalcitonina ↑ Ca < 8 mg/dL BISAP ≥ 3 Avaliação clínica da gravidade Identificação PA grave nas 24 hs Sens (34-44%) Esp (83-98%) Insuficiência orgânica Alta Mortalidade Falência orgânica que se resolve em 48 h: PA moderada Falência orgânica persistente por mais de 48h: PA GRAVE - mortalidade alta (36%) Avaliação clínica da gravidade Sinais de alerta Taquicardia, hipotensão Taquipnéia, hipoxemia Hemoconcentração Oligúria Encefalopatia (dellirium, confusão mental, torpor) Idade ≥ 60 anos Obesidade (IMC ≥ 30) Insuficiência Orgânica Derrame Pleural / Infiltrado pulmonar Avaliação laboratorial da gravidade Hematócrito > 44% (hemoconcentração) Hipovolemia → risco de pancreatite necrosante PCR ≥ 150mg/L (pico 48-72 hs) S 38-61% e E 89-90% para necrose pancreática Ur > 20mg/dL ou ↑ nas primeiras 24 hs Procalcitonina ↑ (≥ 3,8 ng/mL) em 96h Reagente de fase aguda S 93% e E 79% para necrose pancreática Outros: Elastase fecal, PAT urinário, IL-6 (↓ disponibilidade), DHL (↓ acurácia isolado) Classificação de Atlanta (2012) GRAVIDADE COMPLICAÇÕES LOCAIS COMORBIDADES Disfunção orgânica Leve Complicações locais Exacerbação de comorbidades Disfunção orgânica Moderadamente Grave Complicações locais e/ou Exacerbação de comorbidades Disfunção orgânica < 48 hs Grave Independe Disfunção orgânica > 48 hs Sensibilidade da SIRS persistente (>48h) para definir PAG é de 77-89% e especificidade de 79-86 % MORTALIDADE 36% Avaliação da gravidade Disfunção orgânica vs mortalidade Choque PAS < 90mmHg IRpA PO2 < 60mmHg IRA Cr > 2 após HV Sangramento TGI > 500mL/24h 2 ou + em 1 dia = Insuficiência de múltiplos órgãos 48 hs Critérios de RANSON ≥ 3 Critérios Mortalidade Até 2 2,2% 3 – 4 15% 5 – 6 40% > = 7 Aprox. 100% Ureia ↑ > 10 mg/dL > Complexo Demora 48h Sensibilidade baixa Útil para excluir dça grave APACHE ≥ 8 Avaliação diária seriada Não é específico para PA Complexo Sensibilidade baixa Especificidade ↑ principalmente nas 48 hs Útil para excluir dça grave BISAP ≥ 2-3 (2008) ≥ 3: Mortalidade 18% Boa acurácia: gravidade, mortalidade e disfunção orgânica Mais simples! Up todate, sleisenger e manual: 3, guideline PA: 2 79 Avaliação de gravidade: TC Índice de Balthazar: > 6 pontos → grave Pancreatite aguda: tratamento Tratamento Internação hospitalar: PA leve (sem falência orgânica e sem necrose) → internação PA grave UTI Disfunção > 48h Choque PAS < 90mmHg IRpA PO2 < 60mmHg IRA Cr > 2 após HV Sangramento TGI > 500mL/24h Tratamento Medidas gerais Monitorização: dados vitais, diurese Hidratação venosa vigorosa Corrigir distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos Suporte ventilatório: Cateter nasal de O2 Manter SpO2 > 95% (avaliar IOT) Jejum – dieta VO assim que paciente tolerar SNG: Íleo metabólico importante ou vômitos incoercíveis Analgesia: opióides / analgesia epidural IBP e bloq H2 – se risco de úlcera de estresse Tratamento Reposição volêmica: PRECOCE E AGRESSIVA Hipovolemia: vômitos, ↓ ingestão VO, perda de volume para 3º espaço (> permeabilidade vascular), ↑ perda respiratória; necrose pancreática ( sequestro fluido) Previne IRA (secundária à hipovolemia e hipotensão) Melhora microcirculação pancreática (previne necrose) Mais importante nas primeiras 12-24 hs dos sintomas Cautela em pcts com ICC, DRC – monitorizar PVC Tratamento Metas da reposição volêmica: ↓ taquicardia Manter PAM (entre 65-90 mmHg) Manter PVC (entre 8-12 mmHg) Débito urinário > 0,5 ml/Kg/hora ↓ uréia sérica Normalizar creatinina ↓ hematócrito (para ± 35%) Manter perfusão orgânica adequada Evitar sobrecarga de volume Risco de: Sd Compartimental Abdominal Sepse IRpA Óbito Tratamento Reposição volêmica 5–10ml/kg/h cristalóides: Ringer lactato ou SF ~2,5 – 4L nas primeiras 24 hs Choque persistente: vasoconstrictores (noradrenalina) Tratamento Reposição volêmica Ringer lactato é superior ao SF (pH maior Ativa menos tripsinogênio) Tratamento Reposição volêmica: Ringer lactato vs SF: Tendência para < mortalidade < Risco de SIRS 24 h após a admissão Efeito anti-inflamatório SF associou-se com efeito pró-inflamatório e acidose hiperclorêmica Acidose ↑ inflamação e necrose na PA SF é preferível nos casos de hipercalcemia Tratamento Correção distúrbios eletrolíticos / metabólicos Hiperglicemia Hipocalcemia Hipomagnesemia Hipocalemia Alcalose metabólica Tratamento Suporte respiratório Monitorização contínua: oximetria Prevenção hipoxemia O2 sob cateter (manter SO2 > 95%) Gasometria arterial se Sat. O2 < 95% SDRA = complicação respiratória mais grave 2º ao 7º dia de doença Fosfolipase A2 digere lecitina: componente do surfactante alveolar Avaliar necessidade de IOT e VM (ventilação com pressão positiva) Tratamento Suporte nutricional Pancreatite aguda leve rápida resolução Reintrodução VO precoce assim que houver melhora clínica Não há necessidade de esperar normalização das enzimas pancreáticas Dieta pastosa hipogordurosa, sem resíduos → progressão Pancreatite aguda grave Enteral: Preserva barreira intestinal / translocação bacteriana ( risco de infecção) – preferível Parenteral (íleo / repouso pancreático): considerar NPP se aporte calórico pela enteral for insuficiente Tratamento Suporte nutricional Iniciar dieta VO dentro de 24 hs na PA leve, se tolerada Se intolerância VO 72h ou PAG (48h) → dieta enteral Intolerância NE 48-72h → parenteral ▪ Mantém a integridade da barreira mucosa intestinal ▪ ↓ Translocação bacteriana para área de necrose pancreática ▪ ↓ Complicações infecciosas, insuficiência orgânica e mortalidade ▪ Alimentação precoce NÃO exacerba a inflamação pancreática Tratamento: suporte nutricional Tratamento Nenhuma vantagem da nutrição enteral nasojejunal Escolha do tubo de alimentação: SNG vs. SNJ ▪ Em pacientes com PAGconsiderar risco de ASPIRAÇÃO Tratamento Analgesia Opióides EV: preferir meperidina, codeína, tramadol, metadona Evitar AINEs: risco de IRA Analgesia epidural pode ser uma alternativa ou acrescentada ao esquema de analgesia EV Dor intensa com altas doses de opióides Tratamento Antibioticoprofilaxia Infecções: disseminação hematogênica ou translocação bacteriana (isquemia intestinal secundária à hipovolemia) Uso de ATB de largo espectro está associado a formas mutirresistentes (principal/ fungos e gram+) Microrganismos multirresistentes estão associados a pior prognóstico Sem evidência na literatura de benefício Tratamento Tratamento Tratamento Antibioticoterapia na PA: Indicações: Infecção Necrose pancreática extensa e sinais de sepse na evolução Necrose pancreática infectada estabelecida Infecções extra-pancreáticas PAF guiada por TC pode confirmar necrose infectada e guiar ATB, mas não é recomendada de rotina Tratamento Antibioticoterapia na PA: Suspeitar de infecção pancreática em pcts com necrose pancreática ou extrapancreática se deterioração clínica ou persistência dos sinais de SIRS ou sepse após 7 a 10 dias SIRS pode ser indistinguível de sepse, assim na suspeita de infecção, antibióticos devem ser prescritos enquanto a fonte de infecção é investigada Se culturas são negativas, antibióticos devem ser suspensos! Tratamento: ATB OPÇÕES MEDICAMENTO DOSE DURAÇÃO 1ª Escolha Imipenem Meropenem ±Vancomicina 500 mg 8/8h 1 g 8/8 h 1 g 12/12 h 14 DIAS 2ª Escolha Ciprofloxacina + Metronidazol 400 mg 12/12 h 500 mg 8/8 h 14 DIAS Ceftriaxona + Metronidazol 1 g 12/12 h 500 mg 12/12 h 14 DIAS Tratamento CPRE Indicações Suspeita de coledocolitíase (icterícia) ColangioRM / USE Colangite aguda – CPRE em 24 h Não é necessário se não houver obstrução de ducto biliar CPRE pode induzir PA Profilaxia com supositório de Indometacina em pacientes com alto risco Tratamento Resumindo... Reposição volêmica agressiva direcionada às metas nas primeiras 12-24 h, preferencial/ com RL (pelo menos 3-4 L no 1° dia) Não há indicação de ATB profiláticos Dieta oral precoce (dentro de 24 h), se tolerada Se intolerância à alimentação oral, a nutrição enteral (por SNG ou SNE) é preferível à nutrição parenteral CPRE urgente restrita a pacientes com PA biliar e colangite aguda concomitante P Perfusão – Meta: PVC (8-12); Htc: 33-35%; DU: > 0,5 ml/kg/h Cristaloide – 5-10 ml/kg/h nas primeiras 24 hs A Analgesia – opióides N Nutrição – precoce (24-48 hs) - SNE: Semi-elementar, hiperprotéica, hipolipídica (Peptamen ®) C Clínica: fatores de risco do paciente; Escores Clínicos R Radiologia – USG (etiologia biliar) // TC sempre com contraste -> após 72 h E ERCP – drenagem de via biliar em caso de colangite – PA biliar A Antibiótico -> nunca profilático Colangite -> sempre indicado e associado a drenagem de via biliar Necrose infectada (TC com necrose + ar) ou confirmação (PAF +) 1ª escolha: Imipenem (500 mg 8/8 h); Meropenem (1 g 8/8h); ±Vanco 1g (12/12h) – 14 dias S Cirurgia (complicações) – postergar sempre que possível para após 3-4 semanas - Step-up -> técnicas menos invasivas para mais invasivas -> drenagem percutânea retroperitoneal -> drenagem endoscópica -> drenagem aberta UTI TC > 72 hs Suspeita PA Dieta zero + Ressuscitação hídrica inicial + Oxigenoterapia + Analgesia Laboratório: HC + Ur, Cr, BQ, PFH, amilase RX de tórax TC: dúvida / complicação Avaliar Gravidade Fatores preditivos gravidade FO: Comp locais: FO: (< 48 hs) e /ou Comp locais FO: (> 48 hs) Leve Moderadamente Grave Grave Nutrição (oral/enteral) Hidratação, oxigenação Tratar etiologia Monitorização contínua – gravidade Moderadamente Grave ou Grave Moderadamente Grave ou Grave Complicações Sistêmicas < 4 semanas > 4 semanas Ìleo Paralítico Derrame pleural e ascite SARA Choque IRA Hipocalcemia CIVD Coleção Fluídica Aguda Coleção Necrótica Aguda Pseudocisto Necrose Organizada Indicações para drenagem Infecção Aumento tamanho Compressão Locais Pancreatite aguda biliar - Abordagem do cálculo biliar Vege SS et al. Gastroenterology 2018;154:1103-39 ▪ CPRE urgente não teve impacto sobre evoluções importantes: - Mortalidade - Insuficiência orgânica - Necrose infectada ▪ Colecistectomia durante a hospitalização inicial associou-se com: - ↓ Complicações relacionadas ao cálculo - ↓ PA recorrente (risco 30%) - Taxa similar de conversão para abordagem aberta - Retardar na PA grave ou necrosante Tratamento: medidas específicas Pancreatite aguda medicamentosa: Retirar a possível droga causadora Medidas terapêuticas clássicas para PA Resolução da PA geralmente é rápida (2 a 5 dias) Tratamento: medidas específicas Disfunção funcional pancreática do EO: Evitar fatores precipitantes: álcool, opióides Medicamentoso: BCC e antiespasmódico podem relaxar o EO Esfincterotomia: indicada para casos recorrentes Resolução na maioria Não respondedores → nova manometria Esfincterotomia incompleta ou estenose pós-procedimento (frequentemente) Tratamento Identificação da causa: Piora clínica se a causa subjacente não for tratada Recorrência se a causa não for removida Risco de progressão para PC Doença subjacente grave (neoplasia) pode ser o fator precipitante Investigação da etiologia Dados clínicos Sexo feminino: etiologia biliar Hábitos sociais: etilismo Crônico, importante + Libação alcoólica (1-3 dias) Antecedentes familiares → hereditária AP: Litíase biliar Traumatismo abdominal Hipercalcemia Hipertrigliciridemia Medicamentos Diuréticos / Antimicrobianos / Imunossupressores / Antiretrovirais Investigação da etiologia HF/pessoal de hipertrigliceridemia. Trauma abdominal Cirurgia abdominal ou cardíaca precedendo a PA Doenças associadas - Lupus / Vasculites - DM descompensado ou de início recente Viroses ou pródromos Gravidez Imunossupressão Hipotensão grave Episódios prévios de PA Suspeitar de TU: perda de peso, DM início recente, esteatorreia, massa pancreática, dilatação ductal, > 40 anos Investigação da etiologia USG abdome superior: todos os casos (pp causa de PA) Excluir etilismo importante: > 50 g por dia, > 5 anos Dosar triglicérides e cálcio > 40 anos – excluir CA < 30 anos, sem causa definida e história familiar +: teste genético Investigação da etiologia Avaliação inicial Testes de Função Hepática (dentro de 24-48 h do início da PA) ALT > 3x LSN VPP 85% PA biliar Bb > 3mg/dl PA biliar Ca e TG (> 1.000 mg/dL) Avaliação Inicial Radiológica USG abdome superior (repetir SN) TC ou RNM abdome: > 40 anos com PAI prolongada ou recorrente (Tu) Investigação da etiologia ALCOOLICA BILIAR Homens Mulheres 40 anos 40 anos Ingestão álcool 5-10 anos ALT > 3x LSN (sensibilidade ) USG Relação lipase amilase 115 ETIOLOGIA DA PANCREATITE AGUDA Investigação inicial - História + Ex. Físico - Aval. Lab. (PFH, Ca++, Trigl.) - Imagem (USG) Biliar Alcoólica Metabólica Drogas... 70-80% Investigações avançadas 10-15% . Microlitíase . Obstrução do DPP - Pâncreas divisum - Tumores . Genética 10-25% “Idiopática” ▪ Dosagem de cloro no suor (em jovens) Níveis de Investigação para Pancreatite Aguda Recorrente ▪ ALT e Bilirrubinas em 48 h do início da PA ▪ US Endoscópico ▪ CPRM ▪ Análise de mutações genéticas (PRSS1, SPINK1, CFTR... ▪ Cálcio sérico ▪ Triglicerideos séricos ▪ US abdominal Nível I Nível II Nível III Investigação da etiologia USE Detecta causas de PA idiopática (PAI) Avalia precocemente neoplasia e microlitíase (10-13%) Método mais sensível para microlitíase, coledocolitíase, PC precoce e tumores < 2 cm Exame de “eleição” para avaliar a causa da PAI e recorrente Sensibilidade 68-80%; segurança excelente Aguardar pelo menos 2-3 meses após resolução do episódio de PA Investigação da etiologia ColangioRNM Detecta anormalidadesno ducto pancreático e biliar Coledocolitíase, IPMN, pancreatite crônica, pâncreas divisum... Complementar à USE Combinados podem revelar a maioria das causas de PAI Investigação da etiologia Avaliação especializada: Testes genéticos mutações PRSS1, CFTR, SPINK1... Indicações: PAI recorrente, especialmente se início < 40 anos HF de PA recorrente ou PC idiopática Episódio inexplicado de PA em pacientes < 35 anos Suspeita de fibrose cística Pancreatite aguda: complicações Complicações Coleção fluida aguda: Ausência de parede definida / próxima ao pâncreas Surgimento precoce (30%): diag. ≠ necrose Não necessitam de tto: auto-limitada Pseudocisto: Coleção persistente por 4 a 6 semanas Parede tecido granulomatoso ou fibroso Conteúdo enzimas e debris pancreáticos Necrose pancreática: Áreas de parênquima pancreático sem viabilidade Pseudocisto Estéril Assintomáticos Independentes do tamanho desnecessário tratamento Seguimento imagem a cada 3 a 6 meses Sintomas ou complicações (hemorragia, obstrução, infecção) Tto (> 4 semanas) Endoscópico (cisto-gastrostomia / cisto-duodenostomia) Cirúrgico (cisto-gastrostomia / cisto-duodenostomia) Mortalidade: 6-15% Radiológico Recidiva 15% https://www.youtube.com/watch?v=Hrx-5FwNhQU 123 Necrose pancreática Difusa ou áreas focais Aumenta risco de disfunção orgânica Estéril ou infectada INFECÇÃO: 20-40% dos pcts com PA grave Suspeitar: piora clínica após 7-10 dias admissão Translocação bacteriana, disseminação hematogênica ou biliar Diagnóstico: Métodos de imagem PAF guiada por TC: não é feita de rotina Piora do prognóstico: > risco de disfunção orgânica e mortalidade Colher culturas: infecções outros sítios Necrose pancreática Ativação intra-acinar enzimas Autodigestão glândula pancreática / peripancreáticos Dano endotélio vascular Comprometimento microcirculação pancreática (vasoconstrição, hipóxia = isquemia) Quimiotaxia e ativação granulócitos e macrógfagos Liberação citocianas pró-inflamatórias / ROS IL, TNF, FAP Indução trombose / hemorragia NECROSE PANCREÁTICA Necrose pancreática Quando suspeitar? Presença disfunção orgânica > 48h APACHE ≥ 8 BISAP ≥ 3 Critérios Ranson ≥ 3 Laboratório: PCR ≥ 150 mg/dL, Procalcitonina ≥ 3,8 ng/mL Necrose pancreática “ A tomografia computadorizada com contraste endovenoso deverá ser realizada após 72 horas de início da doença em pacientes com doença grave provável (APACHE ≥ 8) e naqueles com evidência de disfunção orgânica nas primeiras 72 horas após o início da doença ” Necrose pancreática Necrose pancreática TC = ausência de captação após injeção contraste EV Acurácia = 90% Necrose pancreática PA intersticial x PA necrosante Necrose pancreática Necrose estéril Necrose infectada Necrose pancreática Tratamento: Indicações de intervenção: Necrose infectada com piora clínica Necrose estéril: Insuficiência orgânica persistente (>7-10 dias) Obstrução gástrica, intestinal ou biliar persistente (4 semanas) Sintomas persistentes (dor) por > 8 semanas Preferencial/ quando necrose torna-se organizada (4 sem) Necrose infectada é melhor conduzida com abordagem step up e aguardar tempo para a necrose se “organizar” Necrose pancreática: tratamento Necrose infectada Antibioticoterapia Remoção mecânica do tecido necrosado Instável: pode precisar de procedimento de urgência: drenagem Estável: aguardar necrose organizar (4 semanas) Delimitar fronteira entre tecido necrótico e tecido saudável, liquefação do conteúdo e parede madura em torno da coleção Drenagem percutânea guiada por TC 1ª linha: step-up ou resolução 25-60% Drenagem endoscópica Cirurgia Urgência: drenagem percutânea ou endoscópica 133 Necrose pancreática: tratamento Necrose infectada Cirurgia: falência da drenagem (endoscópica ou percutânea): > 4 semanas Necrosectomia tardia Laparoscopia Retroperitoneoscopia (preferida) Sucesso → 60% a 100% (extensão/local) Morbidade → 30% a 60% Mortalidade → 0% a 30% https://www.youtube.com/watch?v=cu_BzGYwrWI Necrose pancreática: tratamento ATB OPÇÕES MEDICAMENTO DOSE DURAÇÃO 1ª Escolha Imipenem Meropenem ±Vancomicina 500 mg 8/8h 1 g 8/8 h 1 g 12/12 h 14 DIAS 2ª Escolha Ciprofloxacina + Metronidazol 400 mg 12/12 h 500 mg 8/8 h 14 DIAS Rocefin + Metronidazol 1 g 12/12 h 500 mg 12/12 h 14 DIAS Pancreatite crônica Pancreatite crônica LESÃO IRREVERSÍVEL DO PÂNCREAS INFILTRADO INFLAMATÓRIO + FIBROSE ATROFIA PANCREÁTICA, DISTORÇÃO DUCTAL E CALCIFICAÇÕES DESTRUIÇÃO EXÓCRINA / ENDÓCRINA SÍNDROME CLÍNICA CARACTERIZADA: LESÃO INFLAMATÓRIA PROGRESSIVA DO PARÊNQUIMA PANCREÁTICO DANO ESTRUTURAL PERMANENTE: DOR VÁRIOS GRAUS DE INSUFICIÊNCIA EXÓCRINA E ENDÓCRINA Pancreatite crônica Diarreia (estatorreia) DM (tipo 3c) Emagrecimento Sd má absorção Dor abdominal Epidemiologia Frequência Até 5% das autópsias Incidência: 8,2 casos /100.000 pessoas ao ano Prevalência: 27,4-50 /100.000 pessoas Homens:Mulheres 4:1 40-60 anos > Negros ÁLCOOL: 70% 10% dos etilistas importantes Epidemiologia Mortalidade Risco de morte 3,5x > indivíduos da mesma idade Fatores de risco: etiologia alcoólica / idade / tabagismo Uso contínuo álcool e tabagismo mortalidade Sobrevida 10 anos = 70% 20 anos = 45% Fisiopatogenia Dano irreversível e desigual Inicialmente Fibrose interlobular + Infiltrado inflamatório Ácinos substituídos por tecido fibroso Progressão da doença comprometimento ductal (fibrose, estenoses e dilatação) Ductos – tampões de ptn: fibrose, dilatação e estenose As ilhotas são acometidas nas fases mais tardias Fisiopatogenia Hipóteses (estudos em PC alcoólica) Obstrução ductal: proteínas precipitação e calcificação intraductal Álcool ↓ Suco pancreático de pequeno volume rico em proteínas e pobre em bicarbonato ↓ Precipitação e calcificação de proteínas intraductais ↓ Obstrução de ductos pancreáticos ↓ Lesão ductos e parênquima Fisiopatogenia Fisiopatogenia - hipóteses Tóxico-metabólica Álcool ou metabólitos ↓ Lesão direta sobre ácinos e ductos pancreáticos (peroxidação lipídica, estresse oxidativo, formação radicais livres) ↓ Ativação de células estelares pancreáticas por ação direta do álcool (= fígado) Necrose-fibrose Episódios repetidos de necrose celular / apoptose ↓ Fibrose após processo de reparação Fisiopatogenia - hipóteses Mutações Gene CFTR (transmembrana condutor fibrose cística) ↓ Secreção anormal de bicarbonato nas células ductais pancreáticas Frequência na PC “idiopática” Importância não estabelecida em outras formas de PC Etiologia TIGAR-O Etiologia Álcool Ocidente 70% das PC Ingestão alcoólica significativa > 5 anos, ingestão 150g etanol/dia 5-15% alcoolistas Cofator associado?? Mutações Diferenças raciais Cofatores (fumo, dieta rica em proteínas e gorduras e antioxidantes) Fumo: calcificações pancreáticas / mortalidade / fator independente? 90% dos etilistas que desenvolvem PC tb são tabagistas Suspensão do álcool ↓ mas não evita a progessão Prognóstico pior e mortalidade > nas outras causas de pancreatite Etiologia Tropical Áreas restritas a 30º de latitude da linha Equador Forma + comum na Índia Fisiopatologia desconhecida (mutações SPINK1 / gatilho: desnutrição proteico-calórica) Adulto jovem (média de idade 24 anos / 90% < 40 a) Dor abdominal / desnutrição severa / insuficiência exócrina e endócrina Cálculos pancreáticos > 90%, dilatação importante do DPP Diabetes pancreático fibrocalculoso Etiologia Hereditária Autossômica, dominante Início < 20 anos (< 5 anos) substancial do risco adenocarcinoma (homens 75 anos = 50%) Mutações gene tripsinogênio (PRSS1), SPINK1, CFTR e CTRC Investigar: PC em pcts jovens, com etiologia não esclarecida Etiologia Fibrose cística Doença hereditária autossômica recessiva Prevalência: 1 a cada 2.000-3.000 nascidos vivos Causada por mutações na proteína reguladora da condutânciatransmembrana da fibrose cística (CFTR) Complexo canal de cloreto em todos os tecidos exócrinos Transporte desordenado de cloreto e de outros íons afetados pelo CFTR, como sódio e bicarbonato Secreções espessas e viscosas nos pulmões, pâncreas, fígado, intestino e trato reprodutivo, e aumento do teor de sal nas secreções das glândulas sudoríparas Etiologia Fibrose cística Doença multissistêmica Infecções pulmonares recorrentes, insuficiência pancreática e níveis ↑ cloreto no suor ( > 60mmol/L) Maioria apresenta má absorção de gordura < 1 ano idade Doença pancreática tende a ser progressiva Insuficiência pancreática clinicamente significativa em cerca de 85% 10 a 15% restante estão em risco de pancreatite Frequentemente desenvolvem DM (até 50% na idade adulta) Etiologia Metabólica Hipertrigliceridemia Pancreatite aguda PC? episódios repetidos de PA Hiperparatireoidismo Hipercalcemia concentração cálcio no suco pancreático precipitação intra-ductal Etiologia Auto-imune Infiltrado inflamatório linfoplasmocitário rico em células IgG4 Pâncreas e outros órgãos: ducto biliar, glândula salivar, retroperitôneo, rins, próstata, linfonodos Fibrose, esclerose e flebite obliterante Comprometimento sistêmico: Lesão biliar (+ comum) 60-100% estenose biliar (diag ≠ CEP e colangioCa) Glândulas salivares (sialadenite) 12-25% Adenopatia hilo pulmonar (80%) e pneumonite (15%) Fibrose retroperitoneal (12%) hidronefrose Nefrite tubulo-intersticial Etiologia Auto-imune Idade 6ª a 7ª década Homens:Mulheres 2:1 > 50 anos (>85%) Icterícia indolor (obstrução) + emagrecimento + anorexia (diferenciar de CA) Resposta rápida aos corticóides Diagnóstico sorológico: 50-70% dos casos ↑ IgG4 (> 135 mg/dL: S 90% e E 95%) Elevação de gamaglobulinas FAN: baixa sensibilidade Tipo 2 idiopática, menor recaida, sem doença em outros órgãos, sem Igg4, associação com DII 154 Etiologia Auto-imune Diagnóstico radiológico (TC/RNM/USE) volume da glândula Focal = massa cabeça pancreática Difuso = PÂNCREAS EM SALSICHA Alterações difusas ou focais do ducto principal à CPRE (calibre e irregular) Diagnóstico histológico Infiltrado linfoplasmocitário periductal, flebite obliterante, fibrose perilobular Etiologia PA recorrente Qualquer etiologia Resposta inflamatória crônica → ativação de céls estreladas → fibrose 1 único episódio grave, com necrose, principal/ se necessidade de necrosectomia, também pode causar PC Etiologia Obstrutiva Obstrução de ductos pancreáticos lesão de ductos e parênquima acima da obstrução Tumores Trauma Pós-PA grave com sequela Cálculo intra-ductais Etiologia Idiopática Maioria dos casos de PC não alcoólica = idiopática (10 – 30% dos casos) Ingestão OH não reportada Trauma pancreático Sensibilidade pequenas quantidades de álcool Alterações genéticas Homens = Mulheres Tipos Início precoce: 20a; DOR pp sintoma Início tardio: 5ª década; insuf. Exócrina e endócrina Investigação da etiologia Identificação: gênero, idade < 35 anos: hereditárias Epidemiológica: Álcool: quantificar Tabagismo Medicamentos Toxinas AP: História de PA prévia DM: presença e início Comorbidades: respiratórias (FC) História familiar: PA, PC e FC Laboratório: Ca, TG Imagem: tumores, má-formações,... Pancreatite crônica Diarreia (estatorreia) DM Emagrecimento Sd má absorção Dor abdominal Quadro clínico Dor em abdome superior Sintoma mais precoce e comum Bimodal: crônica e constante ou agudizações (intermitente) Epigástrica ou em andar superior do abdome (“em faixa”) Pode irradiar para as costas Moderada a grave Piora com alimentação Alivia com inclinação do tronco para frente e genupeitoral Pode estar acompanhada de náuseas e vômitos (agudização) Prejuízo na qualidade de vida Principal indicação de cirurgia Quadro clínico Dor abdominal Mecanismo: neuropático Enzimas proteolíticas nos terminais nervosos, hipertensão ductal e isquemia Fases iniciais Episódios recorrentes de dor Evolução da doença intensidade e frequência Fases avançadas Intensidade e frequência Sinais de insuficiência pancreática desaparecimento dor? Quadro clínico Fisiopatogenia da dor DOR Hipertensão intraductal Isquemia Radicais livres Interação neuroimune Complicações Fibrose pancreática H. Intra parenquimatosa Agressão neural Quadro clínico Dor abdominal Descartar complicações Pseudocisto pancreático Câncer pancreático Obstrução duodenal ou colédoco Quadro clínico Diarreia e Sd de má absorção Insuficiência exócrina diarreia Reserva pancreática secreção lipase < 10% Sinal tardio destruição das células acinares Surgimento insuficiência exócrina: 50-80% destruição Pancreatite crônica alcoólica = 13 anos Má-digestão gorduras > proteínas e carboidratos Esteatorreia 3-4 evacuações/dia, volumosas, pastosas, brilhantes, óleo Emagrecimento Deficiência de vitaminas lipossolúveis (ADEK e B12) Osteopenia (50-70%) e osteoporose (20%) Quadro clínico Esteatorreia Deficiências nutricionais oligossintomáticas Quadro clínico DM (tipo 3c / pancreatogênico) Insuficiência pancreática endócrina: ilhotas de Langerhans hiperglicemia Destruição de células alfa (glucagon) e beta (insulina) Maior risco de hipoglicemia Ilhotas são resistentes a destruição pancreática sinal tardio Pancreatite crônica alcoólica: 20 anos DM 85% após 25 anos de doença Tabagismo e IMC ↑ podem ↑ risco de DM Quadro clínico Exame físico: Inespecífico Desnutrição Emagrecimento Dor à palpação Massa palpável Sinais de doença hepática (OH) Icterícia (rara): sugere compressão do colédoco Pancreatite crônica: diagnóstico Diagnóstico Estabelecido = Alcoolistas + dor abdominal ± IEP + calcificações pancreáticas Desafio = fases iniciais da doença sensibilidade testes imagem Métodos de imagem Análise funcional Testes função pancreática Análise estrutural Exames laboratoriais Pouca utilidade Amilase e lipase Normal ou pouco Sem valor diagnóstico na PC Episódios de agudização: PC ↑ pouco as enzimas Complicações Glicemia Avaliar DM – tardio TOTG é mais preciso nas fases precoces Dosar vitaminas lipossolúveis Diagnóstico ESTRUTURA RX USG TC RNM CPRE USE FUNÇÃO TESTE ESTIMULAÇÃO DIRETA ELASTASE FECAL QUIMIOTRIPSINA FECAL TRIPSINOGÊNIO SÉRICO GORDURA FECAL GLICOSE Papel secundário Principal Testes de insuficiência pancreática Indicação: Suspeita de PC + exames de imagem normais Diretos ou indiretos Diretos Estimulam a secreção pancreática (Secretina → HCO³ ou CCK → enzimas) → avaliam composição do fluido duodenal após 1-2h Padrão-ouro: > S (67-88%) e E (90%), alteração em estágios mais precoces (comprometimento 30-50%) Caros, invasivos e indisponíveis → protocolos de pesquisa Pouco utilizados: papel secundário no diagnóstico. Na dç pancreática avançada são desnecessários. Na fase precoce, testes indiretos têm ↓ Sensib. Mas a maioria só altera nas fases tardias (indiretos) 173 Testes de insuficiência pancreática Indireto Tripsinogênio sérico < 20ng/dL: Só na disfunção tardia: sensibilidade ↓ Quimiotripsina fecal: ↓ acurácia Interferência de administração exógena das enzimas Elastase fecal (S 85-95%) < 200 mcg/g Enzima produzida exclusivamente pelo pâncreas Não sofre interferência de administração exógena de enzimas Não se altera em fases precoces Testes de insuficiência pancreática Indireto: Medida da gordura fecal Não é específica de insuficiência pancreática Positiva nas fases avançadas Quantitativo: > 7 g de gordura/dia → + Dieta rica em gordura por 3-5 d (100g de gordura/d) Qualitativo: SUDAM III 25% falso negativo / 15% falso positivo Quantitativo 175 Teste da D-xilose Esteatorreia / Sd de má absorção Não é para diagnóstico de PC Diagnóstico diferencial: Má digestão (insuficiência pancreática) vs má absorção (doença no intestino delgado) Teste da D-xilose: Ingestão de D-Xilose (não necessita de enzimas pancreáticas)Após 5h, 25% eliminada na urina D-xilose presente foi absorvida ID íntegro (doença pancreática?) D-xilose ausente não foi absorvida ID acometido Exames de imagem Rx de abdome Calcificações pancreáticas ↑ E Alterações tardias (S 30%): > 10-15 anos USG abdome Dificuldade técnica (retroperitoneal, gás) S 50% / E 80 – 90% Heterogeneidade parênquima Calcificações pancreáticas Irregularidade e dilatação do ducto de Wirsung Cálculos intraductais Complicações: pseudocisto Exames de imagem TC abdome Exame inicial de escolha Sensibilidade: 75-90% Não detecta sinais de PC precoce Especificidade: 85% Achados: Heterogeneidade e atrofia do parênquima Calcificações pancreáticas Irregularidade e dilatação do ducto de Wirsung (> 4 mm) Irregularidades podem ocorrer no envelhecimento Contorno irregular da cabeça ou corpo pancreático Avalia complicações e permite diagnósticos diferenciais Exames de imagem RNM abdome S e E = TC ColangioRN (acurácia ~90%) Pode detectar alterações ductais mais precoces Maior S para PC inicial Estímulo com secretina melhora acurácia, especial/ para lesões mais precoces Indicação: dúvida diagnóstica Achados semelhantes a TC: Heterogeneidade e atrofia do parênquima Calcificações pancreáticas Irregularidade e dilatação do ducto de Wirsung (> 4 mm) Contorno irregular da cabeça ou corpo pancreático Exames de imagem CPRE Irregularidade ducto pancreático: estenose e dilatação Dilatação dos ramos laterais S 70 – 90 % / E 80 – 100%: padrão-ouro Reservado para terapêutica (complicações ~5%) Ducto pancreático normal Pancreatite crônica Exames de imagem USE Sensibilidade 83% e especificidade 57% Pode identificar alterações precoces, mas é examinador-dependente Indicação: dúvida diagnóstica / permite Bx Irregularidade e dilatação ductal Focos hiperecóicos Lobularidade do contorno Cistos Histológico Pouco utilizado atualmente Baixa sensibilidade Indicação: suspeita clínica de PC, sem confirmação por imagem Pode ser guiada por USE Diagnóstico Pancreatite crônica: tratamento Objetivos Melhorar qualidade de vida Prevenir e tratar complicações Melhorar / controlar: DM Esteatorreia Emagrecimento Sd má absorção Dor abdominal Enzimas Medidas gerais Abstinência álcool episódios de dor mortalidade velocidade de progressão I. exócrina Cessação tabagismo mortalidade (FR para Ca de pâncreas) velocidade de progressão da PC Considerações nutricionais Fracionamento ( frequência volume) Ingestão de lipídeos adequada (~75g/dia) Evitar restrição excessiva (< 60 g/d) - risco de déficit de ácidos graxos essenciais e perda de peso Redução de fibras e alimentos de difícil digestão (legumes crus) Fibras podem inibir enzimas pancreáticas Reposição de vitaminas lipossolúveis, Ca, Mg, ácido fólico e vit. B12, se necessário Tratamento da dor Complexo multifatorial Diagnóstico correto / Identificação de complicações Reposição de enzimas pancreáticas? Analgesia progressiva Intervenção não-cirúrgica Cirurgia Tratamento da dor TRATAMENTO CLÍNICO 1ª OPÇÃO ESGOTAR RECURSOS CLÍNICOS TRATAMENTO INVASIVO NÃO CIRÚRGICO Julgamento criterioso TRATAMENTO CIRÚRGICO Refratariedade Tratamento da dor Enzimas pancreáticas: Drenagem inadequada Enzimas pancreáticas (protease) no duodeno Inibe fator de liberação de CCK Redução da secreção pancreática DOR Tratamento da dor Enzimas pancreáticas: Contras: cara, pouca evidência A favor: alguns pcts relatam melhora, ausência de efeitos colaterais → manter Tratamento da dor Analgésicos simples: 1ª opção Antidepressivos: acrescentar aos analgésicos simples Tricíclicos / Inibidores de recaptação de serotonina Moduladores da dor Gabapentina 300-600 mg/d, pregabalina 75 mg 2x/d Narcóticos Evitar opióides: risco de adicção, abuso e tolerância Frequentemente necessários: dor refratária → avaliar intervenção Codeína / Tramadol 200-400mg/d Fentanil transdérmico / Morfina liberação lenta Tratamento da dor Octreotide ↓ Secreção pancreática e CCK Resultados negativos: sem recomendação Antioxidantes: Estresse oxidativo dor / fibrogênese pancreática Vitaminas C e E, beta-caroteno, selênio, metionina Evidência limitada. Dose? Tipo? Tratamento da dor Tratamentos invasivos não cirúrgicos Endoscópico (CPRE ou USE) Obstrução do DP (estenoses / cálculos) → hipertensão intraductal → dor 1ª linha de tto em pcts com dor + obstrução ductal, sem melhora com tto clínico Cálculos (25-60% dos pacientes PC) Litotripsia extracorpórea +/- esfincterotomia endoscópica Tamanho, número e localização dos cálculos Estenoses Dilatação + inserção de próteses Sucesso imediato (80-95%) vs. 6 meses (75%) Tratamento da dor Tratamentos invasivos não cirúrgicos Interrupção das vias de transmissão da dor (plexo celíaco / n. esplâncnicos): Falha de tto clínico, sem dilatação ductal Bloqueio (injeção agente anestésico) Bupivacaína + corticoesteróide ( tempo de analgesia) Eficácia (guiada por USE) = 50% Resultados transitórios (1 a 8 meses) Neurólise Lesão permanente guiada CT / USE Eficácia = 75% (tempo = 4 meses) Pode repetir após 3 meses Tratamento da dor Cirúrgico: Maior durabilidade que procedimentos endoscópicos Maior morbi-mortalidade: DM, IEP, gastroparesia... Indicações Intratabilidade clínica e dos demais procedimentos Suspeita neoplasia pancreática Obstrução duodenal / biliar Procedimento ideal ↓ taxas de morbidade e mortalidade Eficaz na ↓ dor Preserve a função pancreática Tratamento da dor Cirúrgico: “Big duct disease” (DP > 7mm) Descompressão sistema ductal Pancreaticojejunostomia longitudinal: drenagem Preferível (mantém pâncreas) Sucesso imediato (80%) vs. 2 anos (60%) Tratamento da dor Cirúrgico: “Small duct disease” Ressecção pancreática: último recurso terapêutico Maior morbi-mortalidade Ressecção pancreática + descompressão ductal (Frey) Cirurgia de Whipple Reposição enzimática Exócrina (80%) Endócrina (2%) INDICAÇÃO: IEP Reposição enzimática Metas: Reduzir esteatorréia e frequência das evacuações Melhorar consistência das fezes Prevenir perda de peso ou restaurar o peso Restaurar / manter estado nutricional Melhorar qualidade de vida Melhorar dor? Reduzir morbimortalidade Reposição enzimática Cápsulas de liberação entérica que contêm: amilase, lipase e tripsina 25.000 a 50.000 UI de lipase nas ppais refeições 10.000 a 25.000 UI nos lanches Durante a refeição Uso de bloqueadores da secreção ácida: maximizar efeito enzimático (CREON não precisa) Tto contínuo Eficácia = melhora clínica Reposição enzimática Monitorar resposta clínica Ganho de peso / IMC Resolução ou melhora significativa da esteatorreia Monitorar resposta laboratorial Albumina Pré-albumina Colesterol Proteína carreadora do retinol Vitaminas ADEK, B12 DMO - Dose inadequada - Não aderência - Inativação ácida - S. crescimento bacteriano - Diagnóstico alternativo Refratariedade Reposição enzimática “Teste terapêutico com enzimas pancreáticas pode auxiliar no diagnóstico de Insuficiência exócrina pancreática (inclusive na fase inicial) ao estabelecer melhora significante nos sintomas possivelmente relacionados à má absorção” Pacientes com sintomas atípicos ou parâmetros nutricionais alterados e dados epidemiológicos (álcool ou tabaco) para PC... ...Teste com enzimas pancreáticas por 1 mês Tratamento do DM Insuficiência endócrina (DM) taxas de morbidade e mortalidade Complicações diretas do DM Hipoglicemia induzida-tratamento Tratamento Hipoglicemiantes orais: 1ª escolha, > benefício inicial (insulina residual) Insulina (geralmente necessária / doses menores) Maior risco de hipoglicemia (deficiência da contrarregulação pelo glucagon) Níveis baixos de insulina e peptídeo C predizem a necessidade de insulinoterapia Tratamento específico Auto-imune Resposta dramática aos corticóides Melhora clínica, laboratorial, exames de imagem e histologia Prednisona30 – 40 mg, VO, 4 – 8 semanas (desmame) Repetir imagem em 4 semanas para reavaliação 30 – 40% recidiva: Manter corticóide em dose baixa (5-10 mg) / associar imunossupresor Pancreatite crônica: complicações Pseudocisto pancreático Coleção rica em suco pancreático ou fluido seroso circundada por parede fibrosa sem epitélio (70% → ducto pancreático) Frequência: 20-40% (alcoólica) Manifestações clínicas Dor abdominal / massa palpável Náuseas / vômitos (compressão) Icterícia / sangramento Pseudocisto pancreático Alterações laboratoriais ↑ lipase / amilase Diagnóstico Imagem: TC – relação estruturas adjacentes História natural Complicações: infecção, sangramento, compressão, fístula: 5-40% < 6cm = ↓ risco complicações Pseudocisto pancreático Indicações de tratamento Pseudocisto pancreático Tratamento endoscópico Proximidade: acesso transpapilar/gástrico/duodenal Transpapilar: cistos pequenos na cabeça do pâncreas Cistogastrostomia / cistojejunostomia Sucesso: 70-90% Complicações: 10% Pseudocisto pancreático Tratamento cirúrgico Descompressão cisto → ID / estômago + procedimento drenagem do DPP Sucesso: 90% Mortalidade: 3% Recorrência: 10% Tratamento percutâneo Pouco usado CPRE prévia → DPP obstruído? = contra-indicado (↑recorrência) Risco complicações ↑ (fístula, sangramento e infecção) Sangramento Pseudocistos Pequenos vasos na parede do pseudocisto (↓ volume) Sangramento para DPP (Hemossucus pancreaticus) Pseudoaneurisma a. esplênica (5-10% PC com pseudocisto → erosão arterial) Ação enzimática sobre parede muscular arterial pelo pseudocisto Sangramento ↓ volume e intermitente vs. maciço e fatal Diagnóstico: TC Tratamento: angiografia com embolização Sangramento Trombose esplênica Varizes fundo gástrico > esôfago (anatomia) Hipertensão portal segmentar Risco de sangramento < VEG na CH (4%) Terapia se sangramento = HDAV Esplenectomia Obstrução do colédoco Fibrose / pseudocisto cabeça pancreática (colédoco IP) Obstrução sintomática (dor, icterícia, colangite) = 10% Diagnóstico Colestase bioquímica / Dilatação vvbb Tratamento Estenoses biliares sintomáticas / Alterações laboratoriais progressivas Cirúrgico: coledocojejunostomia Endoscópico Obstrução duodenal Fibrose / massa inflamatória cabeça pancreática (PC alcoólica) Sintomática 5% Náuseas, vômitos, dor abdominal e perda de peso Diagnóstico: REED / TC Tratamento Clínico (massa inflamatória) Cirúrgico: gastrojejunostomia + drenagem Fístula pancreática Ruptura pseudocisto Cavidade peritoneal / pleural Pancreatite crônica alcóolica Diagnóstico: Níveis de amilase ↑ (> 4.000) Tratamento conservador Repouso pancreático → hiperalimentação (NPT) Toracocentese / paracentese Octreotide Fístula pancreática Tratamento endoscópico (CPRE) Drenagem transpapilar Inserção prótese (local obstrução) Tratamento cirúrgico Procedimento drenagem Ressecção pancreática Câncer Câncer de pâncreas: Risco ↑: 4% e 16x > população geral Após 15-25 anos de doença PC hereditária, DM e tabagismo: > risco Diagnóstico desafiador Manifestações clínicas semelhantes Limitação métodos de imagem (tumores pequenos) Sinais de alarme: Idade avançada, perda ponderal e mudança do quadro clínico (ex: DM início recente) Lesão focal ou estenose ductal > 10 mm extensão USE (importância crescente / possibilidade biópsia) Câncer Câncer de pâncreas: Marcadores tumorais CA 19-9 (aumentado em 90% adenoCa) Sensibilidade e especificidade ↓: inadequados para rastreamento Não há recomendação de rastreamento Câncer extra-pancreático: Frequência ↑ (TGI alto / pulmão) Tabagismo Complicações Complicações Complicações Classificação Classificação Tumores de pâncreas Neoplasias císticas Tumores neuroendócrinos Adenocarcinoma Epidemiologia Diagnóstico Tratamento Tumores pancreáticos Tumores do pâncreas exócrino Benigno Cistadenoma Seroso Cistoadenoma Mucinoso Borderline Cistoadenoma Mucinoso IPMN Tu sólido cístico pseudopapilar (Tu Frantz) Maligno Adenocarcinoma Cistoadenocarcinoma Seroso Cistoadenocarcinoma Mucinoso IPMN 3% das neoplasias pancreáticas primárias Origem porção endócrina do pâncreas Secreção hormônios / substâncias vasoativas Raros (10/1.000.000) Tipos Funcionais (síndrome resultante da secreção hormonal) Não funcionais (ausência de sinais / sintomas) → 15-30% Tumores do pâncreas endócrino Tumores do pâncreas endócrino De acordo síndrome funcional produzida Insulinoma: hipoglicemia Gastrinoma Tu secretor de gastrina (Sd Zollinger-Elisson) Glucagonoma: DM VIPoma Tu neuroendócrino secretor de peptídeo intestinal vasoativo (VIP) DIARREIA SECRETÓRIA Somatostinoma: DM Neoplasias císticas de pâncreas Neoplasias císticas de pâncreas ↑ Taxa de detecção de massas císticas pancreáticas (incidentais) 1% a 2% das TC/RMN realizadas ≥ 70 anos: 10% < 40 anos: 0,5% Maior detecção por ↑ exames de imagem Neoplasias císticas de pâncreas Quadro clínico: Geralmente são incidentais e assintomáticas Dor abdominal Perda de peso Dor lombar Icterícia Pancreatite Massa abdominal palpável Empachamento pós-prandial Neoplasias císticas de pâncreas Pseudocisto (90%) Cistoadenoma seroso Cistoadenoma mucinoso Neoplasia mucinosa papilar intra-ductal (IPMN) Neoplasia pseudopapilar sólida Neoplasias císticas de pâncreas Diagnóstico: Apresentação clínica (epidemiologia) + características imagem ± USE (± aspiração do cisto) Diagnóstico preciso definir conduta terapêutica É maligno? Qual o potencial maligno deste cisto/neoplasia cística? Pode ser observado ou necessita de ressecção? AVALIAÇÃO RM com colangiopancreatoressonância Alternativa: TC com protocolo para pâncreas ou EcoEDA DÚVIDA: EcoEDA com punção Neoplasias císticas de pâncreas Potencial de malignidade BENIGNA BODERLINE MALIGNA Pseudocisto IPMN de ducto secundário Cistoadenocarcinoma Cistoadenoma seroso Neoplasia cística mucinosa IPMN de ducto principal Neoplasia pseudopapilar sólida Neoplasia neuroendócrina cística Neoplasias císticas de pâncreas Exames de imagem: RN com colangiopancreatoRN é o exame de escolha Sem radiação Avaliar se há comunicação com ducto pancreático Alternativas: TC com protocolo de pâncreas ou USE TC: bom exame para avaliação inicial (acurácia 71–80%) → RNM se necessário USE não é 1ª opção por ser invasivo Pseudocisto Cisto verdadeiro • Cistoadenoma seroso • Tu endócrino cístico Unilocular Microcístico Macrocístico Componente sólido Septos Lesões Císticas do Pâncreas Classificação Radiológica Neoplasia pseudopapilar sólida Degeneração cística de neoplasia maligna • Cistoadenoma mucinoso • IPMN • Cistoadenoma seroso macrocístico Cisto não neoplasico assintomatico – nada a fazer: pseudocisto / seroso 238 Neoplasias císticas de pâncreas Diagnóstico diferencial com pseudocisto: Geralmente sintomáticos (dor abdominal) História de pancreatite (PA ou PC) ou trauma abdominal Achados associados: Inflamação pancreática, calcificações intraductais, atrofia glandular Pode comunicar com o DPP Parede fina (< 4 mm), pode calcificar Lesão única, sem septos, sem nódulo mural Cistoadenoma seroso de pâncreas Fluido seroso 25% de todas neoplasias císticas do pâncreas ressecadas + mulheres; > 60 anos (80%) + cabeça pancreática Malignização rara (<1%) Sintomas: Maioria assintomático; crescimento lento: achado incidental Perda ponderal Dor abdominal (20-40%) Icterícia Pancreatite (6%) Maiores → compressão Cistoadenoma seroso de pâncreas Exame de imagem: TC/RNM: multilocular, múltiplos microcistos, cicatriz central Cicatriz central com favo de mel é caracteristica, mas está presente em < 30% dos casos Cistoadenoma seroso de pâncreas USE + Punção cisto (dispensável se achados típicos) Características do fluido cístico Amilase baixa (<250 UI/L) CEA baixo (< 5 ng/ml) Citologia: frequentemente não diagnósticaMacrófagos com conteúdo de hemossiderina, células epiteliais cuboides PAS + Cistoadenoma seroso de pâncreas Citologia: Múltiplos cistos revestidos com epitélio cúbico, citoplasma rico glicogênio, sem mucina Cistoadenoma seroso de pâncreas Conduta: Conservadora: Maioria Transformação maligna (<1%) seguimento por imagem (inicialmente em 3-6 meses) RM com colangiopancreatografia método de imagem para acompanhamento, melhor capacidade de caracterização das lesões, sem radiação ionizante Cistoadenoma seroso de pâncreas Conduta: Ressecção cirúrgica: Lesão sintomática > 6 cm Lesões de crescimento rápido Impossibilidade de excluir lesão pré-maligna ou maligna A lesão ressecada e sem componente neoplásico invasivo não precisa de vigilância pós-operatória Cistoadenoma mucinoso de pâncreas Neoplasias produtoras de mucina com estroma ovariano Mulheres (> 95%); 40-50 anos > 95% corpo e cauda; lesão única Potencial maligno moderado (18%) Pp > 3-4 cm ou com nódulos ou projeções papilares internas Sintomas: Assintomáticos (75%) - incidental Dor ou desconforto abdominal Pancreatite ou massa palpável (10%) Obstrução gástrica, icterícia Cistoadenoma mucinoso de pâncreas Exames de imagem: TC Paredes irregulares Invaginações papilares / septações interior cisto Microcalcificações (< 20%) Espessamento parede Proliferações papilares / septos Calcificações periféricas Invasão vascular estruturas adjacentes > 5 cm Malignidade Calcificações parietais Cistoadenoma mucinoso de pâncreas Exames de imagem: TC/RNM: Multilocular (corpo/cauda) com arquitetura interna complexa Pode conter septações ou debris Calcificações periféricas (preditivas de malignidade) Ausência de comunicação com o DPP Cistoadenoma mucinoso de pâncreas Exames de imagem: USE + punção: CEA elevado > 192 ng/ml Célula epitelial mucinosa com atipias Histologia: cistos ricos em mucina, parede estroma ovariano (expressão receptores estrógeno e progesterona), mutação do gene KRAS Cistoadenoma mucinoso de pâncreas Conduta: Risco de transformação maligna → ressecção Cabeça = pancreatoduodenectomia com preservação do piloro Corpo / cauda = ressecção segmentar ou pancreatectomia distal + esplenectomia (invasão) Sobrevida 5 anos TU benignos / “borderline”: 95% Malignos: 50-75% Neoplasia mucinosa papilar intraductal (IPMN) Lesão cística pancreática + frequente Idade média ou avançada (6° e 7° décadas) Ambos os sexos (H = M) Predomínio cabeça pancreática (2/3) IPMN ducto secundário: Frequente/ multifocal (20-40%) Lesões pré-malignas ou malignas Potencial maligno é alto se acometer DPP Neoplasia Mucinosa Papilar Intraductal (IPMN) Classificação IPMN de DPP IPMN de ducto secundário IPMN Mista Malignização ▪ 30-60% Malignização ▪ 0,007% pac/ano Malignização ▪ 30-60% Crippa S et al. Dig Liver Dis 2016; 48:473-9 Ketwaroo, Mortele, Sawhney. Gastroenterol Clin N Am 2016; 45:67-81 Como comunica com o ducto por ter mucina extravasando na papila 252 IPMN Neoplasia papilar no interior DP → hipersecreção mucina Extravasamento de mucina Dilatação ductal → pancreatite crônica obstrutiva Apresentação clínica Pancreatite aguda (mucina ↑ risco de obstrução) → 20% Dor abdominal Perda de peso Náuseas e vômitos Insuficiência pancreática Dor lombar Icterícia DM Maligno (40%) Neoplasia Mucinosa Papilar Intraductal (IPMN) Apresentação Clínica Dor abdominal superior ou dorso Assintomática (achado de imagem p/p IPMN ducto secundário) Pancreatite aguda ou recorrente IPMN Insuficiência pancreática (esteatorréia, perda de peso* ou diabetes início recente*) Icterícia* * Preditores de presença de carcinoma McGrath KM et al. Gastroenterol Clin N Am 2007; 36:377-390. IPMN Exames de imagem: TC ou RNM 50% cabeça pancreática Dilatação ductal focal ou difusa Calcificações: PC / depósitos de cálcio no interior da mucina Dilatação ductal significativa + espessamento parenquimatoso e/ou ductal = malignidade IPMN CPRE Dilatação ductal Ausência de estenoses / dilatações ramos pancreáticos Falhas de enchimento → mucina Papila patulosa (fish eyes) → saída material viscoso IPMN USE Dilatação focal ou difusa do DPP CEA elevado (mas não é preditor de malignidade) Citologia pode detectar e graduar atipia, mas não é diagnóstica! Mutação do gene KRAS e GNAS IPMN Conduta: Ressecção: potencial malignidade ↑ Pancreatectomia parcial (qual extensão?) Sobrevida em 5 anos Não malignos: 77-100% Malignos: 27-60% Recorrência pós-ressecção (invasivos) 10-20% (seguimento 25 meses) Neoplasia pseudopapilar sólida Mulheres jovens (>90%) 20% crianças Raro Moderado potencial maligno (15%) Qualquer local do pâncreas NPS Sintomas mínimos até grande tamanho (>10 cm); às vezes pancreatite, ictericia, massa palpável Imagem: lesão sólido-cística USE: Lesão sólido-cística CEA baixo Células necróticas Mutação CTNNB1 Tumor de Frantz Diagnóstico diferencial neoplasias císticas Características Seroso Mucinoso IPMN Idade Perimenopausa Perimenopausa Idoso Sexo Feminino – 95% Feminino – 95% Masc. e Fem. Localização Cabeça Corpo e cauda Cabeça Sintomas Assintomático Dor, massa palpável Assintomático Dor, massa palpável Assintomático História de PA Calcificação Sim Raro Não Exame de imagem Microcistos em favo de mel; calcificação central Macrocistos; calcificação periférica Ducto pancreático ou ramos dilatados Fluido Seroso Viscoso Viscoso Comunicação com DPP Não Não Sim Potencial maligno Raro Sim Sim Neoplasias císticas: diagnóstico diferencial Neoplasias císticas: diagnóstico diferencial Idade & Sexo Cisto em “filhas”: Neoplasia pseudopapilar sólida Cisto em “mães”: Cistoadenoma mucinoso Cisto em “avós”: Cistoadenoma seroso Localização Cabeça: Cistoadenoma seroso & IPMN ducto secundário Corpo/cauda: Cistoadenoma mucinoso Neoplasias císticas: diagnóstico diferencial Calcificação Periférica: Cistoadenoma mucinoso Central: Cistoadenoma seroso Nódulo mural com reforço = malignidade Comunicação ductal IPMN Neoplasias císticas: diagnóstico diferencial Preditores clínicos de malignidade ▪ Sexo masculino (IPMN) ▪ > 50 anos ▪ Sintomas sistêmicos (perda de peso, icterícia e dor abdominal) ▪ Enzimas hepáticas aumentadas Neoplasias císticas: diagnóstico diferencial Preditores de malignidade: imagem Neoplasias císticas: diagnóstico diferencial Preditores de malignidade na análise do fluído cístico Níveis elevados de CEA e CA 19-9 Presença de mucina Citologia positiva para malignidade Alto conteúdo de DNA Neoplasias císticas do pâncreas Indicação cirúrgica: SINTOMAS Degeneração cística de Adenocarcinoma pancreático Neoplasia neuroendócrina cística Componente sólido Cistoadenoma seroso > 6 cm, crescimento rápido, dúvida diag. Neoplasia pseudopapilar sólida Neoplasia cística mucinosa IPMN de DPP IPMN de ducto secundário: verificar SEGUIMENTO: Repetir RNM ou TC em 3-6 meses Se estável: RNM a cada 1-2 anos Se alteração: USE IPNM ducto secundário Neoplasias císticas do pâncreas Seguimento pós ressecção: Cistoadenoma seroso ou mucinoso: desnecessário IPMN, Ca ou displasia de alto grau: Necessário IPMN não invasiva: 0-10% de recorrência IPMN invasiva: 50-90% de recorrência Intervalo e modalidade de supervisão RNM anual (ou USE)? Neoplasias císticas do pâncreas Prognóstico pós ressecção adenocarcinoma de pâncreas Epidemiologia 4ª causa de morte por câncer Diagnóstico tardio Prognóstico ruim: sobrevida em 1 ano = 20% EUA: 30.000 casos/ano Brasil: 7.500 casos/ano Incidência ↑ → Idade > 45 anos Homem > mulher (1,3:1) Negros Fatores de risco Fatores de risco Pancreatite hereditária 70 anos de idade → 40% Pancreatite crônica (não hereditária) 2% por década Fatores genéticos 8% dos pacientes com CP → parente de 1º grau Gene BRCA 2 (câncer de mama) S. Peutz-Jeghers: 35% Fatores de risco Tabagismo Nitrosaminastabaco-relacionadas Principal (OR: 1,5) ↑ Carga tabágica → risco de CP Normalização do risco após 15 anos cessação tabagismo Diabetes mellitus Início 2 anos antes do diagnóstico de CP Ausência de história familiar DM Início em idade > 50 anos Fatores de risco Ambientais Dieta Rica em gordura / carne = ↑ risco ↓ Níveis de licopeno / caroteno = ↑ risco Vegetais/ frutas = ↓ risco H. pylori (cagA) = ↓ risco ? Patologia Adenocarcinoma ductal: 85-90% Tu pancreáticos Localização 70% cabeça pancreática 5-10% corpo 15-20% cauda Tamanho 2.5 a 3.5 cm (cabeça) → sintoma + precoce 5 a 7cm (corpo e cauda) Patologia Grau de diferenciação Bem / moderadamente / pouco → sobrevida Disseminação Invasão v. porta, vasos e nervos mesentéricos Tumores cabeça → colédoco / duodeno / ampola Vater Tumores corpo / cauda → baço / estômago / adrenal E Metástases: ↑ fígado / linfonodos / peritôneo ↓ pulmão / pleura / osso Quadro clínico Sintomas tardios: diagnóstico tardio e prognóstico ruim Ressecabilidade (20%) Tu cabeça de pâncreas (sintoma + precoce) Tu corpo/cauda Sinais / sintomas da doença metastática Esteatorreia → obstrução ducto pancreático Dor em andar superior, intensidade, incaracterística Plexo celíaco e mesentérico superior Emagrecimento DM de início recente (7% a 70%) Quadro clínico Icterícia Sinal de Courvosier (VB palpável e indolor) = 30% Tromboflebite superficial (Sd de Trousseau) Síndromes paraneoplásicas cutâneas Sinais e sintomas relacionados à MTx: fígado, peritôneo (ascite), pulmões e ossos Exames complementares Marcadores tumorais CA 19-9 Não serve como rastreamento Falso-positivo → icterícia / colangite Falso-negativo → tipo sanguíneo (AB) Útil → diagnóstico / prognóstico / monitorização Nível de corte (37) Sensibilidade / especificidade = 85% USG abdome 1º método de imagem = diagnóstico diferencial de icterícia Exames de imagem TC abdome Sensibilidade > USG Acurácia 97% Massa Dilatação ductal (colédoco e pancreático) Estadiamento (irressecabilidade) Tórax, abdome e pelve Invasão vascular (mesentérica - porta) e órgãos adjacentes Metástases (linfonodos - fígado) Exames de imagem RNM abdome e colangioRN Acurácia semelhante à TC Exames de imagem CPRE Sensibilidade e especificidade: 90-95% “Sinal do duplo ducto”: dilatação do DPP e colédoco Desnecessária como ferramenta diagnóstica Terapêutica paliativa Drenagem da via biliar em doença irressecável 287 Exames de imagem USE Tumores pequenos Sensibilidade / especificidade > TC Estadiamento: invasão vascular, linfonodos Permite biópsias TC é superior para avaliar metástases à distância Laparoscopia pré-operatória Candidatos à ressecção com alto risco de MTx Evitar laparotomia desnecessária Estadiamento Estadiamento Tratamento Doença ressecável (<20%)→ cirurgia Doença localmente avançada, sem metástase à distância → RT + QT Doença metastática → quimioterapia “TC tem acurácia adequada p/ predizer ressecabilidade mas falha 25-50% (implantes peritoneais....) “ Tratamento Cirurgia Único tratamento potencialmente curativo Diagnóstico fase avançada: 15-20% ressecção Alto risco de recidiva e baixa sobrevida em 5 anos (<20%) Contra-indicação absoluta Metástases à distância (qualquer local), linfonodos não regionais Contra-indicação relativa Envolvimento vascular Técnicas Whipple: cabeça de pâncreas Pancreatectomia distal ± esplenectomia: corpo e cauda (10% ressecáveis) Tratamento Whipple: Mortalidade 5% (centros especializados) Morbidade Fístulas anastomóticas (15% a 20%) Abscessos Esvaziamento gástrico lento (15% a 40%) Sobrevida em 5 anos: 5-10% Tratamento Quimioterapia ± radioterapia adjuvante ou neoadjuvante Resultados controversos → consenso inexistente Trials em andamento com gencitabina (5-FU) Radioterapia paliativa Doença irressecável localmente avançada Melhora discreta da sobrevida Quimioterapia paliativa Doença metastática Gencitabina (resultados discretos) Tratamento Paliativos: Objetivos: Alívio da icterícia Tratamento obstrução duodenal Tratamento da dor Tipos: Endoscópico Radiológico Cirúrgico - evitar Tratamento paliativo Endoscópico Icterícia Inserção de prótese biliar / pancreática (metálica > plástica) Troca a cada 3 meses Obstrução duodenal Inserção stent https://www.youtube.com/watch?v=CPOSX3zki0M Tratamento paliativo Radiológico Icterícia Transhepática Endoscopia é melhor que CTPH (↓complicações) Dor Neurólise / bloqueio do plexo celíaco Tratamento paliativo Cirúrgico Paciente com critérios ressecabilidade → cirurgia → irressecável Icterícia Anastomose biliodigestiva Colecistojejunostomia ou coledocojejunostomia Obstrução duodenal (25%) Gastrojejunostomia Dor Injeção álcool no plexo celíaco Referências bibliográficas Sleisenger and Fordtran’s: Gastrointestinal and liver disease. 10ª edição. Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós-graduação. 2ª edição. Manual de gastroenterologia para clínicos e residentes. Editora Atheneu. 2018. Consenso de Roma IV: 2016. Up to date. WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis. 2019. ACG Clinical Guideline: Chronic Pancreatitis. 2019.
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