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1 Casos Clínicos – Revisão Prof. Adriano Pedrosa 2 EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) - mínima • Médico • Enfermeiro • Técnico de enfermagem • Agentes Comunitários de Saúde (ACS) Podendo ter Equipe de Saúde Bucal ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA 3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: Porta de entrada Trabalha com território adscrito (2 a 4 mil pessoas) Intervém sobre os fatores de risco específicos da comunidade Assistência integral Realizar atividades de educação e promoção da saúde ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA 4 • São um elo entre as equipes de saúde e a comunidade (informações entre a Unidade de saúde e a população) • Acompanham mensalmente todas as famílias (Visita Domiciliar – VD) • Ações de promoção da saúde (educação na escola, caminhadas, palestras, acompanhamento crianças, busca ativa, cuidado ambiental,...) • Cadastramento da população • Funções administrativas AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE ESF E PRINCÍPIOS DO SUS • Agenda – feita em conjunto com a equipe, de forma compartilhada • Universalidade • Coordenação do cuidado • Equidade • Integralidade • Acolhimento SUS ACOLHIMENTO ACOLHIMENTO - Objetivo: inclusão sob a ótica do vínculo e da vulnerabilidade - Programação X Imprevisto. “quem precisa ser atendido?” TRIAGEM - Objetivo : exclusão “quem não vou atender?” “quem não deveria estar aqui?” CASO CLÍNICO 1 Ana, 10 anos, foi levada à USF por sua tia Glória. Glória diz que a menina não está bem que deve ser alguma coisa grave. -Doutor, estou muito preocupada! Aninha não quer comer nada, está fraca há 7 dias e tem diarréia. Hoje disse que também tem dor na barriga . Não se anima nem de ir nadar no lago que ela gosta tanto. Exame físico: paciente em bom estado geral, afebril no momento, anictérica. Abdome: distendido e doloroso, fígado palpável, sem sinais de alarme. Prova do laço negativa. Sinais vitais sem alterações. CASO CLÍNICO 1 1. Qual é a sua principal hipótese diagnóstica? 2. Como confirmar sua hipótese? 3. Quais são os hospedeiros? 4. Qual é a sua conduta em caso de confirmação do diagnóstico? 5. Quais serão as suas orientações a esta paciente? CASO CLÍNICO 1 1. Esquistossomose 2. Pesquisa de ovos Schistosoma nas fezes (Kato-Katz) 3. Homem e caramujo 4. Tratar com Praziquantel / Notificação Compulsória 5. Orientações… CUIDADOS • Orientar a população de área endêmica sobre sinais e sintomas da doença - Cuidados individuais / coletivos - Atividades de promoção à saúde • Saneamento domiciliar e ambiental • Evitar banhos em lago com caramujo NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA CASO CLÍNICO 2 CASO CLÍNICO 2 João Pedro, 21 anos, vem a consulta com queixa de dor para urinar há 4 dias, e notou hoje saída de secreção do pênis. Conta que tem uma namorada, Larissa, que tem 14 anos, e estão muito preocupados pois a menstruação dela está com atraso de 2 meses. Refere que teve relações sexuais com outras pessoas e algumas vezes não usou camisinha pois estava muito embriagado. Além do consumo de álcool conta que gosta de fumar maconha e experimentou Crack há 3 semanas e desde então usou quase todos os dias. Ao exame: saída de secreção amarelada à ordenha da uretra. Sem outras alterações. CASO CLÍNICO 2 1. Qual a hipótese diagnóstica? 2. Qual o tratamento? 3. Quais as orientações de prevenção? E com relação as parcerias? 4. Quais exames você solicitaria? CASO CLÍNICO 2 1. Qual a hipótese diagnóstica? Corrimento uretral ou uretrite Uso de substância psicoativas 2. Qual o tratamento? Abordagem sindrômica para gonorréia e clamídia Ciprofloxacino + Azitromicina ou Ceftriaxone + Azitromicina. CASO CLÍNICO 2 3. Quais as orientações de prevenção e com relação as parcerias? Orientar comunicação e tratar parcerias (últimos 2 meses) Orientar uso de preservativo Convidar namorada para consulta médica (gravidez?) Indicar vacina de Hepatite B Abordagem na anamnese sobre abuso de SPA. Falar sobre redução de danos. 4. Quais exames você solicitaria? Rastreamento para ISTs: HIV, sífilis, hepatite B E C. ACONSELHAMENTO PRÉ TESTE E PÓS-TESTE CASO CLÍNICO 3 CASO CLÍNICO 3 Larissa, namorada de João Pedro vem a consulta para avaliação e tratamento para Clamídia e Gonorréia, você receitou Ceftriaxona e Azitromicina. Teste de urina para gravidez, positivo. Avaliação da idade gestacional de 9 semanas pela DUM (Data da Última Menstruação). Teste rápido de sífilis de Larissa e de João Pedro positivos. Teste de HIV e Hepatite negativos. CASO CLÍNICO 3 1. Qual a hipótese diagnóstica? 2. Qual o tratamento e conduta em relação ao teste rápido positivo? 3. Qual a conduta em relação ao parceiro? 4. Como é feito o seguimento com exames? 5. Qual a conduta em relação a gravidez? CASO CLÍNICO 3 1. Qual a hipótese diagnóstica? Gravidez na adolescência e Sífilis na gestação 2. Qual o tratamento e conduta em relação ao teste rápido positivo? Intervenção imediata Notificação Compulsória Penicilina Benzatina 2400 000 UI semanal IM por 3 semanas Se alergia à penicilina, encaminhar para centro especializado para dessensibilização CASO CLÍNICO 3 4. Como é feito o seguimento com exames? - Solicitar exames do primeiro trimestre - VDRL mensal até o término da gestação - VDRL de 3/3 meses por 1 ano após parto - Depois de 6/6 meses até estabilização - Os títulos devem cair progressivamente, permanecendo negativos ou inferiores a 1:8. - Se os títulos se mantiverem baixos e estáveis em duas oportunidades, após 1 ano, pode ser dada a alta! 3. Qual a conduta em relação ao parceiro? Teste positivo = Tratamento igual da gestante Penicilina Benzatina 2400 000 UI semanal IM por 3 semanas • Confirmação do diagnóstico de gravidez • Cadastramento no SISPRENATAL • Registro dos dados no prontuário e no cartão da gestante • Classificação do risco gestacional (encaminhamento, quando necessário, ao pré-natal de alto risco ou urgência/emergência obstétrica) • Vinculação da gestante com a maternidade de referência 5. Qual a conduta em relação a gravidez? Hemograma Tipagem sanguínea e Fator Rh Coombs indireto (se Rh negativo) Glicemia de jejum Teste rápido de Sífilis e HIV (VDRL ou Anti-HIV) Toxoplasmose IgM e IgG Sorologia Hepatite B (HbsAg) Urocultura e Urina tipo 1 Ultrassonografia obstétrica Pré-Natal – Exames do 1º Trimestre Pré-Natal – Condutas Gerais • Prescrição profilática de ácido fólico (5mg / dia via oral, nos 3 primeiros meses de gestação); • Prescrição profilática de sulfato ferroso: 40 mg de ferro elementar/dia (200mg de sulfato ferroso). Iniciar na concepção e manter no pós-parto e no pós-aborto por 3 meses; • Encaminhar para consulta odontológica. Imunização: recomendações de rotina no pré-natal •DTPA a partir da 27ª semana É uma doença de no ficação compulsória Tratar parceiro Se parceria(s) com teste negativo: - Fazer dose profilática Penicilina Benzatina 2.400.000 UI dose única IM - Se teste positivo, tratar como Sífilis latente Penicilina Benzatina 2.400.000 UI, IM 1 vez por semana por 3 semanas - Se alergia à Penicilina, encaminhar para dessensibilização Sífilis CASO CLÍNICO 4 CASO CLÍNICO 4 • Cauã Mendes das Chagas, 01 ano e 6 meses, é trazido pela sua avó à Unidade de Saúde com uma história de coriza, febre não aferida e tosse há 5 dias. A avó conta que desde ontem está com mais tosse e com a respiração “mais cansada”. Foi levado à UPA antes de ir à USF, onde fez uso de broncodilatador, apresentando melhora parcial do quadro. - Antecedentes pessoais: Parto Normal, Apgar 9 e 9, sem intercorrências. Vacinações em dia. - Antecedentes Familiares: pai portador de Asma, mãe tabagista. CASO CLÍNICO 4 Exame físico: FC 110bpm / FR 44rpm / Sat O2 99% / Tax 38ºC AR: Murmúrio vesicular diminuído em base esquerda, com discretos estertores crepitantes, sem sibilos. Sem estridor, sem tiragem subcostal.CASO CLÍNICO 4 1- Qual a hipótese diagnóstica? 2- Quais os exames a serem solicitados? 3- Qual a conduta? CASO CLÍNICO 4 1- Qual a hipótese diagnóstica? Pneumonia 2- Quais os exames a serem solicitados? Nenhum Não solicitar Rx torax – a maioria dos casos não terá alteração sensível para confirmar diagnóstico. Não precisa de hemograma no primeiro momento. CASO CLÍNICO 4 3- Qual a conduta? Amoxacilina 50mg/kg/dia de 8/8h por 7 a 10 dias. Tratamento domiciliar ORIENTAR SINAIS DE ALARME Retorno em 48 horas ou antes em caso de sinais alarme ou piora clínica. A realização de radiografia de tórax para confirmação do diagnóstico não é ro neiramente necessária em crianças com quadro leve de pneumonia, sem complicações e que serão tratadas ambulatorialmente 63 • A escolha da antibioticoterapia é empírica – a AMOXICILINA é droga de primeira escolha • Se uso recente de amoxicilina (nos últimos 3 meses), associar com clavulanato • Macrolídeos (azitromicina) podem ser utilizados nas crianças maiores de 5 anos (etiologia) ou suspeita de germe atípico • Gravidade = hospitalização: ragem, sonolência excessiva, desnutrição, comorbidades crônicas e baixa idade (< 2 meses), falha terapêutica ambulatorial e internação por incapacidade da família e cuidar • Reavaliar a criança 48 horas após o início da terapêutica CASO CLÍNICO 5 CASO CLÍNICO 5 Manuel da Rosa, masculino, 52 anos, pescador. Veio à consulta de retorno trazendo exames. Nega histórico de doença ou uso de medicação. É tabagista há 25 anos (1,5 maço/dia). Nega etilismo. Faz 3 refeições diárias (café da manhã: pão de trigo com manteiga e café com açúcar ou rapadura; almoço e jantar: arroz com peixe frito e pirão). Não costuma comer frutas ou salada. Um “docinho” sempre cai bem antes de dormir. Dona Catarina, sua esposa conta que Seu Manuel tem bebido mais água que anteriormente. CASO CLÍNICO 5 Ao exame: IMC 30,5 kg/m2. PA: 130x85 mmHg. Exame físico: sem alterações Exames complementares: Glicemia de jejum – 140 e 145 mg/dl Hemoglobina Glicada 6,9%. Creatinina 1,1 ECG normal CASO CLÍNICO 5 1 - Qual o diagnóstico? 2 – Qual tratamento? 3 – Quais orientações e cuidados com a saúde? 4 – Quais exames de seguimento? 5- Quando retornar para consulta? CASO CLÍNICO 5 1 - Qual o diagnóstico? DM II Obesidade Tabagismo 2 – Qual tratamento? Paciente com IMC > 30, se benificiará do uso de Metformina 500-850mg/dia, junto à mudança de estilo de vida. * Introduzir metformina ao diagnóstico para pessoas com sobrepeso e obesos. ** Quando há o diagnóstico, nessa situação, a insulinoterapia deve ser plena e pode ser temporária. AMGC – automonitorização da glicemia capilar. CASO CLÍNICO 5 3 – Quais orientações e cuidados com a saúde? - Orientar sobre a doença - Orientar sobre alimentação (preferir alimentos frescos à alimentos em relação aos processados, fracionar refeições, aumentar ingesta de fibras, reduzir gorduras – pactuar um diário alimentar) - Tabagismo: abstinência x redução de danos. - Atividade física: quantificar atividade física no trabalho. -Redução de peso - Orientar sobre cuidados com os pés - Orientar sobre sinais de hipoglicemia CASO CLÍNICO 5 4 – Quais exames de seguimento? Glicemia de jejum Hemoglobina glicada Urina tipo 1 e microalbuminúria Creatinina Lipidograma Fundoscopia 5. Quando retornar para a consulta? Retornar em 3 meses CASO CLÍNICO 6 CASO CLÍNICO 6 Dona Raimunda, 66 anos, viúva, vem a consulta com queixa de desconforto na barriga, sensação de inchaço, acha que está tendo febre há cerca de dois meses. Conta que no início achou que podia ser um resfriado, por isso não procurou atendimento antes, mas ficou preocupada pois está se sentindo muito fraca, sem apetite e acha que emagreceu pois as roupas estão mais frouxas. Procurou ajuda da filha que mora em outra cidade para trazê-la ao médico. Apesar da idade, dona Raimunda tem boa autonomia, não tem DM ou HAS. Conta que toma apenas medicação anti-inflamatória para dor nos joelhos. Mora sozinha, e se dedica a cuidar de cachorros de rua para ocupar seu tempo, desde que seu marido faleceu, há 2 anos. CASO CLÍNICO 6 AO EXAME: Peso: 49Kg; Altura: 1,52m; PA: 110x70mmHg; FC 98 bpm; T: 37,9 °C. Em bom estado geral, hidratada e descorada 1+/4+ e anictérica. Aparelho Cardiovascular e Respiratório sem alterações. Exame abdominal: Fígado palpável há 6 cm do rebordo costal direito, doloroso. Baço palpável também há 6cm do rebordo costal esquerdo. CASO CLÍNICO 6 1. Qual a hipótese diagnóstica? 2. Qual o exame para confirmação diagnóstica e exames de seguimento se houver? 3. Quais ações de prevenção? 4. Cite o quais medidas importantes para Vigilância à saúde? CASO CLÍNICO 6 1. Qual a hipótese diagnóstica? Leishmaniose visceral 2. Qual o exame para confirmação diagnóstica e exames para seguimento, se houver? Teste sorológico ou parasitológico Hemograma, ECG, função hepática e renal. Parasitológico de fezes para diagnóstico diferencial CASO CLÍNICO 6 3. Quais as ações de prevenção? Ações para controle do vetor Uso de repelente e mosquiteiros Avaliação de animais doentes e eliminação dos mesmos 4. Cite o quais medidas importantes para Vigilância à saúde? Tratamento Comunicar a equipe de saúde Notificação compulsória TRATAMENTO Antimonial pentavalente IM, por pelo menos 20 dias Reações adversas: Cardiotoxicidade Hepatotoxicidade Nefrotoxicidade NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Avaliar função hepática, renal e ECG CASO CLÍNICO 7 CASO CLÍNICO 7 Gabrielle, 9 anos, trazida pela mãe devido leucorreia. Relata que a calcinha da filha encontra-se constantemente manchada com secreção amarelada. Diz ter levado a filha anteriormente em consulta com médico pediatra que prescreveu metronidazol (suspensão oral) e banho de assento com antisséptico, sem melhora do quadro. Rendimento escolar piorou nos últimos meses. Ao exame físico: criança encontra-se retraída, pouco ativa, sem realizar contato visual. Recusa-se a ser examinada. CASO CLÍNICO 7 • QUAL A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA? • O QUE VOCÊ PERGUNTARIA NA ANAMNESE? • O QUE VOCÊ PROCURARIA NO EXAME FÍSICO? • QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES? • QUAL A CONDUTA FRENTE AO CASO? CASO CLÍNICO 7 HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: CORRIMENTO VAGINAL E SUSPEITA DE VIOLÊNCIA SEXUAL ANAMNESE: CRIANÇA DEMONSTRA ALTERAÇÃO DE COMPORTAMENTO? CRIANÇA JÁ MENSTRUOU? QUAIS OS ADULTOS COM QUEM CRIANÇA FICA SOZINHA EM CASA? EXAME FÍSCO: EXAME GENITAL COM CONSENTIMENTO DA MÃE E DA CRIANÇA, PROCURAR POR LACERAÇÕES BUSCA DE MARCAS DE VIOLÊNCIA FÍSICA CASO CLÍNICO 7 QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES? NÃO HÁ NECESSIDADE DE EXAMES INICIALMENTE. QUAL A CONDUTA? - ORIENTAÇÃO DE HIGIENE, USO DE SABÃO NEUTRO E CALCINHA DE ALGODÃO. E AGENDAR REAVALIAÇÃO -INVESTIGAÇÃO PARA A SUSPEITA DE VIOLÊNCIA. - NOTIFICAR SUSPEITA DE VIOLÊNCIA. - AVALIAR SOLICITAÇÃO DE SOROLOGIAS - VERIFICAR VACINAÇÃO (Hep B) - ENVOLVER CASO COM EQUIPE / CONSELHO TUTELAR (INTERSETORIALIDADE) CASO CLÍNICO 7 • QUANDO SUSPEITAR DE VIOLÊNCIA? • Corrimento Vaginal • Lacerações • Queimaduras (luva, meia, limites bem definidos) • Lesões físicas, fraturas, equimoses, hematomas (relação temporal, história incoerente e estágios diferentes de evolução) • Alteração no comportamento da criança • Valorizar qualquer suspeita do cuidador • Quem faz o cuidado? CASO CLÍNICO 7 • O PAPEL DA EQUIPE DE SÁUDE DA FAMÍLIA: • Estar atento e Identificar casos de violência • Acolher as demandas • Procurar o apoio da rede, trabalhar de forma intersetorial e co-responsável • Pactuar as ações em conjunto com a família • Preencher a Ficha de Notificação Individual de Violência do MS (Esse instrumento não caracteriza denúncia) • Importância do Agente comunitário de saúde e sua ação dentro do território. CASO CLÍNICO 8 CASO CLÍNICO 8 Kidson, 15 anos, comparece sozinho à Unidade Básica de Saúde para consulta médica. Gostariade fazer exames de rotina pois está preocupado com sua saúde. Conta que seus pais se separaram recentemente e ele está morando com o pai no bairro, mas sua mãe vai quase todos os dias em casa para lhe ajudar com o preparo da comida e tarefas escolares. Quando volta da escola fica a maior parte do tempo usando a internet pelo celular. Diz que agora que a mãe foi embora, pode sair mais vezes a noite. Ao exame: bom estado geral, eupneico, envergonhado. Ausculta pulmonar e cardíaca normais, abdome plano, flácido, indolor e sem visceromegalias. CASO CLÍNICO 8 • QUAIS PERGUNTAS VOCÊ FARIA NA ANAMNESE? • QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES? • O QUE VOCÊ ACONSELHARIA PARA ESTE ADOLESCENTE? CASO CLÍNICO 8 CONSULTA COM ADOLESCENTE ANAMNESE: Método Clínico Centrado na Pessoa O QUE TE DEIXA PREOCUPADO? HÁ ALGUMA DOENÇA QUE VOCÊ PENSA QUE POSSA TER? FAZ OU FEZ USO DE SUBSTÂNCIAS? TEM RELAÇÕES SEXUAIS ? Uso de preservativo? EXAME COMPLEMENTAR: OFERECER RASTREAMENTO DE IST (ACONSELHAMENTO PRE E POS TESTE) CONDUTA: ACONSELHAR SOBRE IST/SEXUALIDADE USO DE SUBSTÂNCIAS E HÁBITOS SAUDÁVEIS •O adolescente tem direito à: • PRIVACIDADE: O direito de ser atendido sozinho, em espaço privado de consulta. • CONFIDENCIALIDADE: As informações discutidas na consulta, não podem ser passadas aos seus pais e ou responsáveis sem a permissão expressa do adolescente. • SIGILO MÉDICO: é um direito garantido e reconhecido pelo artigo 103 do Código de Ética Médica. Os adolescentes de ambos os sexos têm direito a educação sexual, ao sigilo sobre sua atividade sexual A orientação deve incidir sobre todos os métodos contraceptivos (gratuitos), com ênfase na dupla proteção, sem juízo de valor CASO CLÍNICO 9 CASO CLÍNICO 9 Dona Maria Tereza, 72 anos, tem diabetes e osteoartrose, Mora na casa de sua filha Terezinha, que tem 51 anos. Faz uso de glibenclamida 5mg 2x/dia e Metformina 850mg 3x/dia. Durante uma visita domiciliar para controle do diabetes, Mª Tereza queixa-se de muito esquecimento. Não se lembra se já comeu ou não. E também conta que esquece constantemente o nome de netos e bisnetos. Reclama que os filhos não vão visita-la, fala que já viveu muitos anos e gostaria que a sua vida acabasse logo. Chora durante a consulta. Quase não sai de casa e diz que as vezes não tem ânimo nem para tomar banho. Tem exames complementares recentes: Glicemia de jejum 306mg/Dl, TSH: normal Hemoglobina glicosilada 9,8% Paciente emagrecida, corada, hidratada, afebril e eupneica. PA 110x80mmHg / FC: 62 bpm / Ausculta pulmonar e cardíaca sem alterações. MMII sem alterações. CASO CLÍNICO 9 • QUAL A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA? • O QUE VOCÊ PERGUNTARIA NA ANAMNESE? • QUAL A CONDUTA FRENTE AO CASO? CASO CLÍNICO 9 HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: IDOSA COM DEPRESSÃO, DM tipo II descompensada ANAMNESE: AVALIAR ADESÃO AO TRATAMENTO DA DM. AVALIAR FUNCIONALIDADE SENTE-SE TRISTE OU DESANIMADO FREQUENTEMENTE? PERDA DE PESO? INSÔNIA/SONOLÊNCIA? PSICOSE? IDEAÇÃO SUICIDA; plano ou tentativa? TESTE: ESCALA GERÍATRICA DE DEPRESSÃO + MINI-MENTAL CASO CLÍNICO 9 ▪ HUMOR: ▪ Perguntar ao paciente se ele se sente triste ou desanimado frequentemente. ▪ Se positivo, aplicar escala de depressão geriátrica (GDS-15) ESCALA DE DEPRESSÃO 1. Está satisfeito (a) com sua vida? (não =1) (sim = 0) 2. Diminuiu a maior parte de suas atividades e interesses? (sim = 1) 3. Sente que a vida está vazia? (sim=1) (não = 0) 4. Aborrece-se com freqüência? (sim=1) (não = 0) 5. Sente-se de bem com a vida na maior parte do tempo? (não=1) 6. Teme que algo ruim possa lhe acontecer? (sim=1) (não = 0) 7. Sente-se feliz a maior parte do tempo? (não=1) (sim = 0) 8. Sente-se frequentemente desamparado (a)? (sim=1) (não = 0) … CONDUTA PARA DM • Iniciar Insulina NPH 10 U a noite. • Suspender Gliblencamida • Orientação da aplicação da insulina e orientação sobre armazenamento e dispensa dos insumos (pode ser consulta de enfermagem) • Orientar sobre sinais de hipoglicemia e como proceder • Exames de seguimento • Agendamento de retorno CONDUTA SAÚDE MENTAL: AVALIAR ANTIDEPRESSIVO / PSICOTERAPIA CASO CLÍNICO 10 CASO CLÍNICO 10 Isaura, 45 anos, cozinheira, procura a Unidade de Saúde da Família após um acidente no trabalho, em que se queimou no braço direito mas não sentiu dor. A enfermeira que a acolheu realizou o curativo da queimadura e identificou cicatrizes de lesões anteriores. Além disso, notou a presença de duas lesões hipocrômicas em antebraço direito e uma no dorso. Dona Isaura refere ter essas manchas há mais de 1 ano e já fez tratamento com várias pomadas sem resultado. Isaura tem cinco filhos e mora com eles e o marido. CASO CLÍNICO 10 1. Qual a hipótese diagnóstica? 2. Qual a abordagem inicial? 3. Você pediria algum exame, qual? 4. Qual o tratamento baseado na clínica? 5. O que mais você faria? CASO CLÍNICO 10 1. Hanseníase 2. Anamnese: contato com portadores de Hanseníase, sintomas neurológicos, déficits motores e visuais, etc. Exame físico: Realizar exame dermatoneurológico completo: Teste de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa das lesões, Avaliação da função neural, Avaliação do grau de incapacidade física: mãos, pés e olhos. 3. Solicitar baciloscopia de esfregaço intradérmico, se disponível 4. Poliquimioterapia à depender da classificação em Paucibacilar ou Multibacilar. 5. ... Próxima página CASO CLÍNICO 10 - Orientar sobre o tratamento e a evolução da doença, formas de contágio - Realizar a busca ativa de contactantes na família e vacinar com BCG conforme estado vacinal - Realizar notificação (doença de notificação compulsória) - Realizar curativos diários da queimadura na USF - Atestado médico se for necessário - CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) CASO CLÍNICO 10 O diagnóstico é essencialmente clínico!!! •Testar sensibilidade térmica, que é a primeira a ser alterada, com tubo com água quente e fria. •Testar sensibilidade tátil com chumaço de algodão. •Testar sensibilidade à dor com cabeça de um alfinete. CASO CLÍNICO 10 • PAUCIBACILAR (PB) - casos com até cinco lesões de pele • MULTIBACILAR (MB) - casos com mais de cinco lesões de pele • A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), sempre que disponível, deve ser utilizada como exame complementar para a classificação dos casos como PB ou MB • A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões. Observe-se que o resultado negativo da baciloscopia não exclui o diagnóstico de hanseníase. • Quando diagnosticada lesão neural, o paciente já será diagnosticado como MULTIBACILAR (MB). CASO CLÍNICO 10 Dose supervisionada: • 2X 300 mg de rifampicina • 100 mg de dapsona Dose auto-administrada: • 100 mg de dapsona TRATAMENTO COMPLETO: • 6 cartelas (6 meses) • Doses supervisionadas: 28/28 dias ou 4/4 semanas ESQUEMA PADRÃO PAUCIBACILAR (PB) CASO CLÍNICO 10 Dose supervisionada: • 2X 300 mg de rifampicina • 3X 100 mg de clofazimina • 100 mg de dapsona Dose auto-administrada: • 100 mg de dapsona • 50 mg de clofazimina TRATAMENTO COMPLETO: • 12 cartelas (12 meses) • Doses supervisionadas: 28/28 dias ou 4/4 semanas ESQUEMA PADRÃO MULTIBACILAR (MB) CASO CLÍNICO 11 CASO CLÍNICO 11 Mario da Silva, 34 anos, marceneiro, mora com o irmão na comunidade de Vila Verde, onde fica sua USF. Mario foi diagnosticado há quatro meses com Tuberculose Pulmonar, tendo realizado tratamento durante os dois primeiros meses, com melhora significativa da sintomatologia. Porém em razão de viagem para outra cidade em busca de emprego, ele abandonou o tratamento. Agora, procura a USF com piora da tosse, perda de peso (49Kg atualmente) e adinamia. CASO CLÍNICO 11 1. Qual a hipótese diagnóstica? 2. Qual a abordagem inicial? Você pediria algum exame, qual? 3. Qual o tratamento? 4. O que mais você faria? 5. Quais orientações você daria? 6. Como será o seguimento? CASO CLÍNICO 11 1.Tuberculose Pulmonar(abandono do tratamento) 2. - Solicitar pesquisa de BAAR em escarro (duas amostras), cultura de escarro e teste de sensibilidade - Solicitar Radiografia de Tórax, para avaliação de lesão e diagnóstico diferencial de outras patologias pulmonares 3. Iniciar tratamento imediatamente após a coleta do escarro o Esquema Básico (RHZE) – Rifampcina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol CASO CLÍNICO 11 4. Busca ativa de contatos Notificação compulsória 5. Orientações sobre a doença, sobre forma de contágio, identificar os fatores de vulnerabilidade que motivaram o abandono anterior e reforçar as orientações em torno da importância da adesão ao tratamento 6. Comunicar a equipe de saúde Tratamento Diretamente Observado Aconselhar a testagem para HIV Fazer a investigação do contactante (irmão) Consulta + baciloscopia mensal CASO CLÍNICO 11 •Retratamento ou com tratamento anterior (TA) - pessoa já tratada para TB por mais de 30 dias, que venha a necessitar de novo tratamento por recidiva após cura (RC) ou retorno após abandono (RA): deixou de tomar a medicação por mais de 30 dias consecutivos Nesse caso, ter a doença confirmada por nova investigação diagnóstica por baciloscopia, cultura, identificação e teste de sensibilidade. Após a coleta de material, o paciente deve reiniciar o esquema de tratamento. Ele deverá ser reavaliado após os resultados dos demais exames. CASO CLÍNICO 11 • Para isso, foi adotada a estratégia Tratamento Diretamente Observado (TDO): consiste na observação diária da ingestão dos medicamentos por um profissional capacitado da equipe de saúde, por, no mínimo, 3 observações semanais. • O local e o horário da administração do medicamento devem estar de acordo com as necessidades do usuário. Apesar da melhor absorção ser em jejum, podem ser administrados em qualquer horário, mesmo durante refeições. CASO CLÍNICO 11 Fase intensiva 2 meses Fase Manutenção 4 meses Rifampicina (R) Isoniazida (H) ou (I) Rifampicina (R) Isoniazida (H) ou (I) Pirazinamida (Z) ou (P) Etambutol (E) ESQUEMA BÁSICO 6 meses CASO CLÍNICO 11 •Realização mensal de baciloscopia de controle, sendo indispensáveis as do 2°, 4° e 6° mês; •Em caso de baciloscopia positiva no final do segundo mês do tratamento, solicitar cultura para micobactérias com identificação e TS; •Critério de cura: pelo menos duas baciloscopias negativas, uma no acompanhamento e outra ao final do tratamento. CASO CLÍNICO 12 CASO CLÍNICO 12 Márcia, 46 anos, doméstica, moradora do Morro da Mangueira no Rio de Janeiro, vem à USF com queixa de febre, cefaléia, dor retrorbitária e poliartralgia há 03 dias. Afirma que vizinhos têm apresentado quadros semelhantes nas últimas semanas. É portadora de osteartrose de joelho direito e costuma fazer uso indiscriminado de anti-inflamatórios. Sinais vitais medidos pela técnica de enfermagem: PA – 140x90mmHg; FC – 101 bpm; FR – 18 irpm; Tax – 38,7ºC CASO CLÍNICO 12 1.Qual hipótese diagnóstica? 2. Qual a abordagem inicial? 3. Solicitaria algum exame laboratorial? 4. Qual o tratamento? 5. Qual o segmento e orientações? 6. Quais ações de vigilância à saúde você promoveria? CASO CLÍNICO 12 1. Hipóteses Diagnósticas: Dengue e Chikungunya Artrose (uso de AINES) 2. Anamnese: Pesquisar sinais de alerta, comorbidades, medicamentos em uso, outros casos na região, viagem... Exame físico: Prova do laço, investigar sinais de alerta. 3. Exames laboratoriais: Hemograma completo (inespecífico), PESQUISA DE ANTIGENO NS1 (CASOS ÍNDICE) CASO CLÍNICO 12 4. Tratamento: Hidratação oral + Analgésicos e antitérmicos (não usar AAS e AINES!) 5. Retorno no 5º dia após o início dos sintomas. Orientar sinais de alerta. Orientar medidas de proteção individual e coletiva: repelentes, mosquiteiros, controle de vetores 6. Busca ativa nas casa de locais com água parada. Promoção de saúde (palestras...) Notificação de caso (critério clínico-epidemiológico) LEMBRAR! CASO CLÍNICO 13 CASO CLÍNICO 13 Clarice, 36 anos, vem à USF para a segunda consulta de pré-natal com o resultado dos exames solicitados pela enfermeira. Faz uso regular de medicação anti-hipertensiva (Captopril 25mg, 3 vezes ao dia) há 2 anos, mantendo a pressão em níveis normais. Passou a usar Sulfato Ferroso e Ácido Fólico após a primeira consulta. Tem dificuldades de vir às consultas por conta do excesso do trabalho / horários. Ao exame físico: PA – 130x90mmHg. Peso normal. USG – confirma gestação de 13 semanas e 2 dias (atual). CASO CLÍNICO 13 1. Qual a hipótese diagnóstica / lista de problemas? 2. Como será sua abordagem na consulta? 3. Orientações 4. Você recomendaria alguma medicação? 5. Como será o seguimento desta paciente? CASO CLÍNICO 13 1. Gestante / Gravidez (1° trimestre) Hipertensão Arterial Crônica (HAS) 2. Anamnese: - Abrir espaço para a escuta da mulher - Investigar história da hipertensão - História obstétrica prévia - Expectativas em relação à gestação atual - Rede de Apoio familiar - Relação com o companheiro e sexualidade - Avaliar horas e função desempenhada no trabalho - Corrimentos? Sangramentos? Perda de líquido? CASO CLÍNICO 13 Exame Físico -Palpação do fundo uterino -Ausculta do BCF -Exame das mamas -Edema de Membros Inferiores -Especular, se necessário -Peso, HAS CASO CLÍNICO 13 3. - Orientar a importância das consultas do Pré Natal -Estimular a participação do pai -Abordar expectativas em relação à gestação -Orientar alimentação adequada, prática de atividade física e controle do ganho ponderal -Conversar sobre atestado x declaração de comparecimento CASO CLÍNICO 13 4. Suspender captopril - Avaliar introdução de metildopa; - Suspender ácido fólico. 5. Consultas intercaladas com a enfermeira Encaminhar para acompanhamento conjunto para alto risco CASO CLÍNICO 13 Pré-Natal – Condutas Gerais • Prescrição profilática de ácido fólico (5mg, VO/dia, nos 2 a 3 primeiros meses de gestação) • Prescrição profilática de sulfato ferroso: 40 mg de ferro elementar/dia (200mg de sulfato ferroso), VO, a partir da 20ª semana e mantida no pós-parto e no pós-aborto por 3 meses; • Encaminhar para consulta odontológica. CASO CLÍNICO 13 • Metildopa é a droga de escolha • Recomenda-se suspender anti-hipertensivo em uso (HAS crônica) e iniciar metildopa apenas quando PA > 150x100mmHg CASO CLÍNICO 13 • Mínimo: 6 consultas • (1 consulta no 1º trimestre; 2 no 2º trim; 3 no 3º trim) • Recomendado: - Consultas mensais até 28 semanas - Quinzenais de 28 a 36 semanas - Semanais de 36 semanas até o parto • Compartilhadas com a enfermagem • Avaliar risco individual para encaminhar à maternidade com 41 semanas e 6 dias CASO CLÍNICO 14 CASO CLÍNICO 14 Ana, 36 anos procura a UBS com queixa de corrimento vaginal com odor fétido e dor durante a relação sexual. Conta que só tem relação sexual com o marido. Nega sangramento vaginal ou febre. Pede também prescrição de anticoncepcional, diz que não quer ter filhos nesse momento pois acha que o casamento não vai bem. Refere que fuma cerca de 15 cigarros por dia. Ao exame físico: corrimento e colo uterino friável, e dor á palpação bimanual.Sem febre ou sinais de irritação peritoneal. CASO CLÍNICO 14 1. Qual a hipótese diagnóstica / lista de problemas? 2. Orientações gerais 4. Você recomendaria alguma medicação, qual? Faça as prescrições. 5. Como será o seguimento desta paciente? CASO CLÍNICO 14 1. Doença inflamatória pélvica (DIP) 2. Aconselhar sobre uso de preservativo Abordar tema de planejamento reprodutivo Oferecer anti-HIV, VDRL, hepatites B e C (Fazer aconselhamento pré e pós teste) Vacinar contra hepatite B Importância adesão ao tratamento Convocar e tratar parceiros CASO CLÍNICO 14 3. Tratamento: Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única + Doxiciclina 100 mg, VO de 12/12 horas por 14 dias + Metronidazol500mg, VO, de 12/12 horas por 14 dias Noretisterona 0,35mg 1 comp ao dia uso continuo ou Medroxiprogesterona 150mg injetavel a cada 90 dias. 4. Retorno para reavaliação Convidar e tratar parceiros (cipro + azitro) CASO CLÍNICO 15 Vamos Treinar... Flora Alarcão da Silva, 60 anos, analfabeta, dona de casa, mora na sua área de cobertura. Vem para consulta de médica agendada com queixa de dor no ombro direito há 2 meses. Relata inicio da dor inicio “depois de ter começado a fazer salgadinhos para vender na porta da fábrica”. A dor melhor com uso de Diclofenaco, e está fazendo uso diário há 20 dias. Tem diagnóstico de hipertensão arterial e diabetes mellitus há 20 anos. Última consulta médica foi há mais de 1 ano. Sem outras comorbidades. 113 Caso 15 Está em uso regular de: - Enalapril 20mg de 12 em 12h; - Hidroclorotiazida 25mg, pela manhã; - Metformina 850mg, antes do almoço e do jantar; Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem): PA – 160x90; Peso; 78kg; Altura: 1,60m HGT (jejum): 220 A1C = 8,5 Como você manejaria esta paciente? Caso 15 – continuação. Avaliação da pessoa com hipertensão Rotina complementar mínima •Glicemia; •Lipidograma (colesterol total [CT], HDL, triglicérides [TGL]); •Creatinina [Cr], potássio; •Urina tipo I; •ECG (eletrocardiograma); •Fundoscopia (encaminhar ao oftalmologista); FREQUÊNCIA ANUAL Cálculo do LDL LDL = CT – (HDL + TGL/5) Cálculo do Clearance de Creatinina (ClCr) Cockroft-Gault ClCr = (140 – idade) x peso Cr x 72 Multiplicar por 0,85 se mulher MDRD Considera gênero, afrodescendência, idade e creatinina Avaliação laboratorial 60 • Também podem ser solicitados exames para avaliação cardiológica, conforme necessidade individual, como eletrocardiograma (ECG); • Os exames de glicemia de jejum e HbA1C devem ser realizados duas vezes ao ano, em pacientes dentro da meta e, a cada três meses enquanto não atingir meta pactuada; • Os demais exames poderão ser solicitados uma vez ao ano. Insulinoterapia – Indicações •Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com uma sulfoniluréia, por três a seis meses; •Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem > 300mg/dL, na primeira avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se acompanhado de perda de peso, cetonúria e cetonemia (GUSSO; LOPES, 2012); • Diabetes gestacional; •Situações de estresse agudo metabólico (infecções, cirurgias, infecções graves, AVE, politrauma, IAM, etc.). 72 CASO CLÍNICO 16 Vinícius, 23 anos, cantor de bar, vem ao posto de saúde acompanhar a diabetes. Tem uma glicemia de 320 mg/dl, e uma hemoglobina glicada de 12%. Refere que toma algumas doses de uísque durante seus shows de fim-de-semana. Seu colesterol total está de 200 mg/dl, o triglicerídeos de 150 mg/dl, e HDL de 60 mg/dl. É tabagista de meio maço por dia. Não apresenta outras enfermidades. Caso 16 Está em uso de: Metformina 850mg, antes do almoço e do jantar; Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem): PA – 130/87mmHg; Peso; 90kg; Altura: 1,73m Glicemia capilar: 400 mg/dl Como você manejaria este paciente? Caso 16 – continuação. Insulinoterapia – Indicações •Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com uma sulfoniluréia, por três a seis meses; •Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem > 300mg/dL, na primeira avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se acompanhado de perda de peso, cetonúria e cetonemia (GUSSO; LOPES, 2012); • Diabetes gestacional; •Situações de estresse agudo metabólico (infecções, cirurgias, infecções graves, AVE, politrauma, IAM, etc.). 72 Insulinoterapia Introdução da insulina NPH em dose única, antes de deitar, associada a antidiabéticos orais costuma ser bem recebida pelos usuários, tem o benefício de requerer menores doses de insulina e reduz o risco de hipoglicemia. 74 Insulinas • A dose inicial costuma ser de 10UI de insulina NPH, ou 0,1 a 0,2UI/kg para as pessoas obesas, podendo ser reajustada em 2UI a 4UI, conforme média de três glicemias capilares de jejum consecutivas, até atingir meta glicêmica (GUSSO; LOPES, 2012). • Insulina regular é útil no tratamento da hiperglicemia pós-prandial administrar 30 minutos antes da refeição (MCCULLOCH, 2011c). • Na ocorrência de hipoglicemia, é recomendado reduzir a dose em 4UI ou 10% da dose (NATHAN et al., 2009). • A metformina pode ser mantida após o início do uso de insulina. 75 CASO CLÍNICO 17 Marcos Vinicius, 42 anos, motorista de ônibus, comparece a unidade básica de saúde com queixa de cefaléia recorrente. Nega outros sintomas e uso de medicamentos. Diz nunca ter ficado doente na vida e que não gosta de ir ao médico. Refere tabagismo, um maço de cigarros ao dia e etilismo eventual (até três latinhas de cerveja no fim de semana). Nega prática de exercícios, diz não ter tempo. Traz exames periódicos realizados na empresa onde trabalha. Caso 17 Triagem (realizada pela Técnica de Enfermagem): PA – 150/95mmHg; Peso; 82kg; Altura: 1,73m Exames: CT = 210 mg/dl HDL = 42mg/dl LDL = 175 mg/dl TG = 150 mg/dl Glicemia de jejum = 95 mg/dl Como você manejaria esta paciente? Caso 17 – continuação. DIAGNÓSTICO • Medidas sustentadas de pressão arterial elevada (≥ 140 x 90): • Duas ou mais aferições em pelo menos duas ou mais visitas ao longo de um período de uma ou mais semanas. • MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial) • 3 medidas pela manhã, antes do desjejum e da tomada de medicamento, e 3 à noite, antes do jantar, durante 5 dias, ou • 2 medidas pela manhã e 2 à noite, durante 7 dias. •MAPA (Medida Ambulatorial da Pressão Arterial) • Método que permite o registro indireto e intermitente da PA durante 24 horas, ou mais, enquanto o paciente realiza suas atividades habituais na vigília e durante o sono. 127 Fluxograma de rastreamento e diagnóstico de HAS PA entre 140/90 e 159/99 mmHg Avaliação da pessoa com hipertensão Rotina complementar mínima •Glicemia; •Lipidograma (colesterol total [CT], HDL, triglicérides [TGL]); •Creatinina [Cr], potássio; •Urina tipo I; •ECG (eletrocardiograma); •Fundoscopia (encaminhar ao oftalmologista); FREQUÊNCIA ANUAL Cálculo do LDL LDL = CT – (HDL + TGL/5) Cálculo do Clearance de Creatinina (ClCr) Cockroft-Gault ClCr = (140 – idade) x peso Cr x 72 Multiplicar por 0,85 se mulher MDRD Considera gênero, afrodescendência, idade e creatinina Diagnóstico • LDL-c ≥ 160mg/dL – Hipercolesterolemia isolada; • TG ≥ 150mg/dL – Hipertrigliceridemia isolada; • LDL-c ≥ 160mg/dL + TG ≥ 150mg/dL - Hiperlipidemia mista; • HDL-c < 50mg/dL (mulheres) ou < 40mg/dL (homens) – baixo. Manejo Clínico na Atenção Básica Principais Drogas • Sinvastatina – 40 a 80mg/dia, em 1 tomada à noite; --------------------------------------------------- • Hipertrigliceridemia > 500mg/dL (se não resposta à MEV) ou >1000mg/dL: • Bezafibrato – 400 a 600mg/dia; • Ciprofibrato – 100mg/dia. • Solicitar TGO, TGP e CPK de forma regular enquanto se usar estatina; • Até entrar na meta, solicitar novo lipidograma a cada 3 meses enquanto se ajusta dose e se orienta MEV. CASO CLÍNICO 18 João, 54 anos, casou há 6 meses com Maria, de 34 anos. João é hipertenso e diabético, usa hidrocloratiazida 25 mg, uma vez ao dia. Está com a pressão de 146/90 mmHg e glicemia capilar de 260 mg/dl. Não refere sintomas e ao exame não apresenta outros sinais. Usa metformina 500 mg no almoço e no jantar. Segundo consta no prontuário, sua hemoglobina glicada é de 8,9%, está com Creatinina de 0,95 mg/dl e Uréia de 40mg/dl. Caso 18 João tem dois filhos de outro casamento que moram com ele, e a mais velha também foi na consulta. Ela se chama Renata, tem 18 anos, e desde que terminou o namoro há 2 meses atrás, tem se sentido deprimida e sem vontade de fazer as coisas, com choro diariamente, e não consegue acompanhar bem os estudos para tentar a universidade. Ela está grávida,apresenta 1 mês de atraso menstrual (DUM 20-06-2017) e fez teste rápido para gravidez que foi positivo. Qual sua avaliação e conduta para cada um dos casos? João necessita uma nova receita médica. Faça uma nova receita para o seu paciente. Caso 18 – continuação. • Depressão leve: grupo de apoio e/ou psicoterapia • Depressão moderada-severa, ansiedade generalizada ou pânico: acompanhamento com psicólogo e/ou grupo de apoio + uso de antidepressivo • O Antidepressivo deve ser escolhido de acordo com o padrão dos sintomas, efeitos colaterais e tratamentos prévios. Podem levar de 4-6 semanas para começar a fazer efeito. Insulinoterapia – Indicações •Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com uma sulfoniluréia, por três a seis meses; •Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem > 300mg/dL, na primeira avaliação ou no momento do diagnóstico, principalmente se acompanhado de perda de peso, cetonúria e cetonemia (GUSSO; LOPES, 2012); • Diabetes gestacional; •Situações de estresse agudo metabólico (infecções, cirurgias, infecções graves, AVE, politrauma, IAM, etc.). 72 Exames 1° Trimestre Hemograma; Tipagem sanguínea e Fator Rh; Coombs indireto (se Rh negativo); Glicemia de jejum; Teste rápido de Sífilis e HIV (VDRL ou Anti-HIV); Toxoplasmose IgM e IgG; Sorologia Hepatite B (HbsAg); Urocultura e Urina tipo 1; Ultrassonografia obstétrica; Citopatológico de colo uterino (se necessário); Exame parasitológico de fezes (se indicação clínica). Pré-Natal – Condutas Gerais • Prescrição profilática de ácido fólico (5mg / dia via oral, nos 3 primeiros meses de gestação); • Prescrição profilática de sulfato ferroso: 40 mg de ferro elementar/dia (200mg de sulfato ferroso). Iniciar na concepção e manter no pós- parto e no pós-aborto por 3 meses; • Encaminhar para consulta odontológica. CASO CLÍNICO 19 Caso 19 • João Pedro, 58 anos, em situação de rua, vem a consulta trazido pela Agente Comunitária de Saúde, Célia, devido a um quadro de tosse crônica. Relata que não lembra há quanto tempo precisamente (“Tenho essa tosse há muito tempo Dr.”). Relata que fazia uso de múltiplas drogas (inclusive injetáveis) porém “está limpo” há 5 anos. Nega uso de álcool, porém faz uso de cigarro (30 maços/ano). Associado a tosse, refere também perda de peso (em torno de 7 kg em 6 meses). Nega outros sintomas. • Ao exame: AP: MV diminuído em ápice de hemitórax esquerdo. Peso: 57kg. • Hipóteses diagnósticas? Conduta? Tuberculose pulmonar: como investigar? 1) Pesquisa de BAAR em escarro • Para diagnóstico: 2 amostras; • Suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar; • Métodos: baciloscopia direta; métodos moleculares; • Suspeita clínica de TB extrapulmonar: exame em materiais biológicos diversos. 2) Radiografia de tórax Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita clínica de TB pulmonar; E Na investigação de contactantes sintomáticos. Até 15% dos casos de TB pulmonar não apresentam alterações radiológicas. Tuberculose pulmonar: como investigar? Caso 19 – continuação. • Hipóteses diagnósticas? Conduta? - Tuberculose pulmonar; pneumonia; câncer de pulmão; tabagismo; anemia. - Repouso/Exames complementares (baciloscopia, RX do tórax, hemograma, glicose, uréia, creatinina)/Suspender tabaco. Deus abençoe a todos! Sucesso! Nos vemos... Até sempre... Muito obrigado por tudo! Muchas gracias por todo! Bol'shoye vam spasibo za vse!
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