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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
LETRAS - PORTUGUÊS/INGLÊS 
 
 
 
 
CAMILA LOUREIRO 
 
 
 
Literatura e Outras Séries Culturais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2023 
 Meu caro amigo João, como anda a sua vida? Como está a sua família? Soube 
que se casou e que tiveram uma linda filha. 
 A quanto tempo não ouço a sua voz...Me lembro dela com clareza! 
 São 01:40 da madrugada, estava arrumando minhas coisas para levar para a 
minha nova vida, pois irei me casar na semana que vem! 
 Você se lembra daquela foto que tiramos em sua formatura? Eu a achei em uma 
caixa e só aí me dei conta de como o tempo passou. 
 Ainda me lembro do orgulho que senti por você naquela data, me lembro de 
como você estava lindo e feliz. 
 Nós tínhamos o que? 16,17 anos? Ao olhar aquela foto, me lembrei do quanto eu 
amava te admirar e rir das piadas que você fazia! 
 Se lembra da última praia que pegamos juntos? Uma tarde ensolarada, em um 
dia de semana, me lembro de nós dois sentados na areia lendo o conto Olhos 
D’água de Conceição Evaristo! 
 Me lembro que eu deitei a cabeça no seu ombro esquerdo e suspirava ao ouvi-lo 
ler. Afinal, eu não sei se ainda se lembra, mas eu era apaixonada por você e pelo 
bem que você me fazia. 
 É, Joãozinho, quando percebi que aquilo tudo se foi, senti um vazio, mas não um 
vazio ruim, acho que era apenas a saudade daqueles lindos momentos que vivemos 
juntos. 
 Saiba que eu tenho muito orgulho da pessoa maravilhosa que você se tornou. 
 Decidi que para ajudar a refrescar a sua memória sobre nossa trajetória, 
compartilhar um pouco da história lida por você naquele lindo dia. 
 A autora acorda no meio da madrugada aflita, por não conseguir se lembrar dos 
olhos de sua mãe, ela se martiriza por isso. Ao longo da história, ela se recorda de 
sua infância, de momentos em que ela observara os olhos de sua mãe com clareza, 
mas ainda sim ela não se lembrara da cor deles. 
 Diante todas as lembranças, ela relata as dificuldades que vivera e toda a sua 
rotina do dia-a-dia. 
 E todo o sentimento exposto naquele conto me lembrara você. Era um misto de 
saudade com frustração, e talvez, seja isso que eu esteja sentindo agora, saudade e 
frustração por não tê-lo aqui. 
 Ela buscou respostas, fora ver os olhos de sua mãe e recuperar aquela memória 
perdida. Sua mãe não tinha a cor dos olhos como das outras pessoas, pois seus 
olhos viviam cheios de lágrimas, lágrimas de dor, saudade, fome, e entre outros 
sentimentos ruins. Os olhos de sua mãe eram cor de Olhos d’água. 
 Não satisfeita, ela procurou saber a cor dos olhos de sua filha, e por fim, ela 
descobriu a cor dos seus próprios olhos. 
 Esse conto me fez refletir bastante, em relação a tantas vezes que me peguei 
com os olhos d’água, em momentos de aflição, ansiedade e agora por exemplo, me 
peguei com os olhos d’água em uma situação de saudade. 
 Essa história lembrou-me da obra de Jenyffer Nascimento, chamado: 
“Identidade” 
 Nele, a escritora relata a sua insatisfação de ser apenas um número. Jenyffer 
escreve suas frustrações: 
 
“Cansei de ser número 
Engrossando as estatísticas 
De mãe solteira sem superior completo 
De mulher negra que sofreu violência 
doméstica 
Que agora sou parte dos 56% de classe C 
Segundo a revista Exame. 
Vexame.” 
(Nascimento, 2014, p.18) 
 
 Uma mulher tentando viver dignamente na sociedade, sofrendo violência, e como 
muitas mulheres nem nosso país, sendo vista apenas como um número. 
 Termino por aqui, peço que se lembre de nós por toda a sua vida, com todo amor 
e carinho que eu também possuo. Desejo a você sabedoria e sucesso. Para sempre 
te amarei. 
 
Com amor, do seu 
eterno amor, Camila 
Loureiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
Olhos D’água - Conceição Evaristo 
Identidade – Jenyffer Nascimento

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