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16/12/2022 11:22 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7176292/d329772a-957e-11ec-b1bb-0242ac110010/ 1/8 Local: Sala 2 - Sala de Aula / Andar / Polo Duque de Caxias / POLO DUQUE DE CAXIAS - RJ Acadêmico: EAD-IL80008-20222A Aluno: JOANNA KAROLINA SANTOS CANDIDO DA ROSA Avaliação: A2- Matrícula: 20221301175 Data: 30 de Junho de 2022 - 08:00 Finalizado Correto Incorreto Anulada Discursiva Objetiva Total: 10,00/10,00 1 Código: 38120 - Enunciado: “As vertigens, retratos e deslocamentos reforçam que, seu aparente ecletismo é, na verdade, fruto de uma estratégia concentrada, mas que não assume um determinado centro. Sem o centro, o texto, como o próprio autorretrato, assume e confirma a contradição entre os dois gêneros, optando pela cena da linguagem, a cena do texto [...]. Desse modo, o leitor aceitando esse ʻpacto ,̓ aceitaria também o texto que escapa do caráter generalista da ciência no discurso intelectualizado das ideias (gênero ensaístico), bem como as características da narrativa ou da rigidez da lógica do biográfico (perfis do romance e da autobiografia). Pensando assim, é possível entender a escolha por uma forma híbrida, ou ʻterceira forma ,̓ como o próprio semiólogo nomeou — sempre viabilizada pela inscrição do romance — ʻo romanesco sem o romance .̓” (Fonte: ARAÚJO, R. C. À beira de espelhos. Roland Barthes fragmentário. Revista Escrita, n. 10, p. 2, ano 2009. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/14246/14246.PDF. Acesso em: 4 maio 2020.) Com base no pensamento de Roland Barthes, identifique a alternativa que explicita adequadamente o conceito relativo à citação descrita. a) Intervenção urbana. b) Escritura. c) Transcriação. d) Escrevivência. e) As escritas de si. Alternativa marcada: b) Escritura. Justificativa: Resposta correta: Escritura. O conceito de “escritura” foi desenvolvido por Roland Barthes, enfatizando o aspecto criativo, subjetivamente elaborado, sem hierarquias, do texto literário. Distratores:Escrevivência. Errada, pois o conceito de “escrevivência”, de Conceição Evaristo (e não de Roland Barthes), enfatiza que a literatura pode ser elaborada a partir de experiências pessoais, efetivamente vividas, e da memória pessoal e coletiva. As escritas de si. Errada, pois o conceito de “escritas de si”, de Michel Foucault, destaca que textos de natureza subjetiva — como diários e cartas — criam dispositivos de criação, de elaboração literária.Transcriação. Errada, pois o processo de “transcriação”, aprimorado e divulgado por Haroldo de Campos, é muito empregado no campo da tradução literária, de modo a dar relevo ao processo criativo.Intervenção urbana. Errada, pois as “intervenções urbanas” são manifestações artísticas realizadas em espaços urbanos na contemporaneidade. O objeto artístico, em geral, interage com o público. 0,50/ 0,50 16/12/2022 11:22 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7176292/d329772a-957e-11ec-b1bb-0242ac110010/ 2/8 2 Código: 24349 - Enunciado: Em Maré, nossa história de amor, filme da cineasta Lúcia Murat, a tragédia Romeu e Julieta, de Shakespeare, acontece em nossa paisagem contemporânea, na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro. Tendo-se em vista seus conhecimentos a respeito de literatura e tradução, é possível compreender o filme Maré, nossa história de amor como uma tradução de Romeu e Julieta porque: a) Ao realizar o filme, Lúcia Murat contou a tragédia Romeu e Julieta da mesma forma que o dramaturgo William Shakespeare. b) Ao realizar o filme, Lúcia Murat fez uma transcriação da tragédia Romeu e Julieta em um novo contexto histórico e político. c) Ao realizar o filme, Lúcia Murat fez uma reprodução, uma cópia, da tragédia Romeu e Julieta, de William Shakespeare. d) Ao realizar o filme, Lúcia Murat respeitou integralmente a história contada na tragédia Romeu e Julieta, de William Shakespeare. e) Ao realizar o filme, Lúcia Murat não fez modificações no texto original da tragédia Romeu e Julieta, de Shakespeare. Alternativa marcada: b) Ao realizar o filme, Lúcia Murat fez uma transcriação da tragédia Romeu e Julieta em um novo contexto histórico e político. Justificativa: Resposta correta: Ao realizar o filme, Lúcia Murat fez uma transcriação da tragédia Romeu e Julieta em um novo contexto histórico e político. Correta, pois a tradução é sempre um processo de recriação ou transcriação entre textos, mesmo na tradução intersemiótica, que é realizada entre diferentes linguagens artísticas. Distratores: Ao realizar o filme, Lúcia Murat contou a tragédia Romeu e Julieta da mesma forma que o dramaturgo William Shakespeare. Errada, pois a diretora Lúcia Murat recriou de outra maneira a tragédia de Shakespeare ao deslocar a história Romeu e Julieta para outro tempo, a contemporaneidade, e espaço, a comunidade da Maré no Rio de Janeiro. Ao realizar o filme, Lúcia Murat não fez modificações no texto original da tragédia Romeu e Julieta, de Shakespeare. Errada, pois a ideia de que há um texto original implica dizer que as traduções seriam reproduções ou cópias, e não transcriações. Por isso, chamarmos de texto de partida, e não de original, considerando ainda que o processo de tradução faz modificações no texto de partida ao recriá-lo. Ao realizar o filme, Lúcia Murat fez uma reprodução, uma cópia, da tragédia Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Errada, pois não se trata de reprodução ou cópia, e sim de recriação ou transcriação. Ao realizar o filme, Lúcia Murat respeitou integralmente a história contada na tragédia Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Errada, pois, por ser um processo de recriação, na tradução não é possível manter integralmente o texto de partida, uma vez que a recriação permite adaptações e ajustes, dependendo das escolhas do tradutor. 1,00/ 1,00 16/12/2022 11:22 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7176292/d329772a-957e-11ec-b1bb-0242ac110010/ 3/8 3 Código: 38201 - Enunciado: “Derrida vai, aos poucos, descobrindo com o texto, aquilo que Austin talvez não tivesse tido tempo de pensar a sério: que todo enunciado é performativo. Não há clivagem entre constativos e performativos — aqueles que não produzem efeitos pragmáticos na vida, só a representando e aqueles que impactam a vida, produzindo-a, muito respectivamente. A linguagem, sempre performativa, escaparia ao círculo fechado da representação por sua força de iteratividade. Vinda da palavra sânscrita iter (caminho/outro), a dupla inscrição de sua ação na vida canalizaria o modo de ação da linguagem — repetitivo, vinculado ao citacional e, ao mesmo tempo, iterável, produtora de um iter que, ao mesmo tempo que cuida da contenção de uma energia, protegendo-a de perdas, não poderia circundar toda sua intensidade, promovendo a alterização disseminadora de sua quantidade.” (Fonte: CARRASCOSA, D. F. Crítica performativa: nem se incomode... é só brincadeira de Ères. Vertentes & Interfaces I: Estudos Literários e Comparados, Vitória da Conquista, v. 10, n. 2, jul./dez. 2018. Disponível em: http://periodicos2.uesb.br/index.php/folio/article/view/4744/3775. Acesso em: 20 maio 2020.) Com base no exposto, pode-se elaborar a seguinte síntese em torno do conceito de “crítica performativa”: a) A crítica performativa é essencialmente disseminação e experimentação sem fundo ético. b) A crítica performativa é coletiva e comunitária, uma síntese de gerações, sem assinatura. c) A crítica performativa é conservadora porque sempre está presa ao passado. d) A crítica performativa não elabora com repetições, pois sempre aponta para o novo. e) A crítica performativa é movimento, crise e vibração em busca de novos sentidos. Alternativa marcada: e) A crítica performativa é movimento, crise e vibração em busca de novos sentidos. Justificativa: Resposta correta: A crítica performativa é movimento, crise e vibração em busca de novos sentidos.A crítica performativa é teatralizada,sempre em movimento, produzindo novos sentidos. Distratores:A crítica performativa não elabora com repetições, pois sempre aponta para o novo. Errada, pois a crítica performativa, muitas vezes, recria a partir de algo dado, provocando novos pensamentos e sensações.A crítica performativa é conservadora porque sempre está presa ao passado. Errada, pois a crítica performativa é sempre inovadora e voltada para o futuro, reverberando novos sentidos.A crítica performativa é essencialmente disseminação e experimentação sem fundo ético. Errada, pois a crítica performativa não é desprovida de ética, pois contém valores e provoca pensamentos e ações.A crítica performativa é coletiva e comunitária, uma síntese de gerações, sem assinatura. Errada, pois, embora possa ser coletiva, em geral, ela é, no essencial, subjetiva, ensaística, criação autoral assinada. 1,50/ 1,50 16/12/2022 11:22 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7176292/d329772a-957e-11ec-b1bb-0242ac110010/ 4/8 4 Código: 38200 - Enunciado: “[...] assim como a obra mata o seu autor, a crítica-inventiva deseja acabar com a submissão ao texto analisado, já que eles participam de um mesmo espaço, o espaço literário, com suas perdas e suas ambiguidades. A nova crítica e a nova literatura perdem o ranço do opressor e do oprimido para instaurarem-se como textos de escritura: textos produtivos por excelência, no que se refere à interpretação e à pluralidade de significações.” (Fonte: PIMENTEL, D. A. A crítica-escritura de Blanchot, Butor e Barthes. Gragoatá, Niterói, n. 29, p. 95, 2. sem. 2010. Disponível em:https://periodicos.u�.br/gragoata/article/view/33076/19063. Acesso em: 17 maio 2020.) Com base no exposto conclui-se que: a) O texto crítico produzido perde seu caráter de avaliação, restando apenas seu caráter de invenção. b) Busca-se recriar a verdade da obra no texto produzido, de tal modo a se tornar um espelho do texto analisado. c) O novo texto não deverá ter qualquer aproximação com o texto poético, pois quer enfatizar a literalidade. d) O texto comentado deverá ser a única e definitiva voz, substituindo o texto de partida, base da crítica produzida. e) A nova crítica aponta para a pluralidade e para a movência das formas e das significações do texto produzido. Alternativa marcada: e) A nova crítica aponta para a pluralidade e para a movência das formas e das significações do texto produzido. Justificativa: Resposta correta: A nova crítica aponta para a pluralidade e para a movência das formas e das significações do texto produzido.A nova crítica, segundo o autor, é escritura, pois também participa do espaço da criação. Distratores:O texto comentado deverá ser a única e definitiva voz, substituindo o texto de partida, base da crítica produzida. Errada, pois a nova crítica não será uma voz fechada ao texto de partida, mas aberta à interação e à reinvenção.O texto crítico produzido perde seu caráter de avaliação, restando apenas seu caráter de invenção. Errada, pois o texto crítico mantém seu caráter de avaliação enquanto aprofunda seu senso inventivo.Busca-se recriar a verdade da obra no texto produzido, de tal modo a se tornar um espelho do texto analisado. Errada, pois não nos encontramos em espaços pautados pela verdade, mas pela criação e pela invenção.O novo texto não deverá ter qualquer aproximação com o texto poético, pois quer enfatizar a literalidade. Errada, pois, pelo contrário, a nova crítica também busca a literariedade, ou seja, o aspecto poético da escrita. 1,50/ 1,50 16/12/2022 11:22 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7176292/d329772a-957e-11ec-b1bb-0242ac110010/ 5/8 5 Código: 38116 - Enunciado: “Nesse contexto, passou a ser de grande importância a reflexão sobre o testemunho, que é visto tanto como uma forma das pessoas que viveram de perto os traumas políticos e as catástrofes coletivas lidarem melhor com seu passado, quanto como uma forma de se buscar preservar a memória do que aconteceu e, assim, lutar para que eventos semelhantes não se repitam.O compartilhamento desse tipo de experiência tem grande complexidade, tendo em vista que ela está relacionada ao horror, à violência pura, a algo muito difícil de ser colocado em palavras. Os esforços feitos para expressar o traumático por meio da linguagem são, na maior parte das vezes, bastante dolorosos e, frequentemente, permanecem insuficientes para representar o que aconteceu.”(Fonte: BARBOSA, M. N. P.; OSMO, A.; KUPERMANN, D. Apresentação. Psicologia USP, v. 27, n. 1, São Paulo, jan.-abr. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103- 65642016000100006&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 5 maio 2020.) A citação descrita aponta uma concepção de literatura que comporta a seguinte problematização: a) Recomenda-se que haja independência entre terapia e escrita literária nos processos contemporâneos. b) A literatura tem uma função intransitiva, ou seja, não aponta para as questões extraliterárias. c) Literatura e vida estão conectadas de tal modo que a expressão literária pode contribuir para a cura. d) Traumas, uma vez presentes na escrita, são suficientes para afirmar que um texto tenha efeito estético. e) A linguagem, quando discorre sobre traumas e depressões, não pode ser considerada do ponto de vista estético. Alternativa marcada: c) Literatura e vida estão conectadas de tal modo que a expressão literária pode contribuir para a cura. Justificativa: Resposta correta: Literatura e vida estão conectadas de tal modo que a expressão literária pode contribuir para a cura. O excerto acima deixa evidente que traumas e sofrimentos podem ser sublimados pela escrita literária. Distratores:A literatura tem uma função intransitiva, ou seja, não aponta para as questões extraliterárias. Errada, pois a afirmação é conflitante com o excerto, pois este apresenta a literatura como capaz de trabalhar com questões extraliterárias.A linguagem, quando discorre sobre traumas e depressões, não pode ser considerada do ponto de vista estético. Errada, pois a linguagem pode trabalhar com traumas, depressões e sentimentos diversos, sem deixar de apresentar a literariedade.Recomenda-se que haja independência entre terapia e escrita literária nos processos contemporâneos. Errada, pois a terapia e a escrita literária, segundo o excerto, podem estar juntas, sem prejuízo da função estética do texto ou da linguagem.Traumas, uma vez presentes na escrita, são suficientes para afirmar que um texto tenha efeito estético. Errada, pois traumas, sem que recebam um tratamento estético, não podem ser considerados artísticos ou literários. 0,50/ 0,50 16/12/2022 11:22 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7176292/d329772a-957e-11ec-b1bb-0242ac110010/ 6/8 6 Código: 22339 - Enunciado: Leia a seguir o poema-canção de Karina Buhr: Enfrentar leões Enfrentar Passar por cima de uma coisa Que está no lugar Mordida E a pele fica ferida Prossiga no rastro, no pasto e siga a vida No fim a tristeza é amiga da onça Que ensina a enfrentar leões A partir da leitura do poema e da relação que se pode estabelecer entre ele e a escritura como clínica de artista, é possível dizer que: a) O poema-canção de Karina Buhr, assim como o filme Elena, de Petra Costa, funcionam como escrituras para se ter saúde — a cura do artista está na arte. b) O poema-canção de Karina Buhr e as produções artísticas contemporâneas são confusas e por isso podem nos levar a afastarmo-nos de uma saúde mental e emocional. c) A poesia pode ser considerada uma escritura cuja finalidade é entreter o leitor; por isso, Karina Buhr escreve: “a tristeza é amiga da onça / Que ensina a enfrentar leões”. d) A poesia é o gênero literário menos indicado para pensar a escrita e a literatura como saúde. e) O poema-canção de Karina Buhr é uma maneira melancólica de pensar a vida, conforme mostra o verso “e a pele fica ferida”. Alternativa marcada:a) O poema-canção de Karina Buhr, assim como o filme Elena, de Petra Costa, funcionam como escrituras para se ter saúde — a cura do artista está na arte. Justificativa: Resposta correta: O poema-canção de Karina Buhr, assim como o filme Elena, de Petra Costa, funcionam como escrituras para se ter saúde — a cura do artista está na arte. Correta, pois o poema-canção de Karina Buhr e o filme Elena são reverberações daquilo que conhecemos como escritura e escrita de si — procedimentos para curarmo-nos da melancolia e da tristeza que recaem sobre nossos ombros. Distratores: A poesia pode ser considerada uma escritura cuja finalidade é entreter o leitor, por isso Karina Buhr escreve: “a tristeza é amiga da onça / Que ensina a enfrentar leões”. Incorreto, pois os versos “a tristeza é amiga da onça / Que ensina a enfrentar leões” do poema-canção de Karina Buhr, não pretendem apenas entreter mas cantar a tristeza como possibilidade de força e alegria. A poesia é o gênero literário menos indicado para pensar a escrita e a literatura como saúde. Incorreto, pois o texto artístico, literário ou não, se pensado como escritura é um modo de ter saúde. O poema-canção de Karina Buhr é uma maneira melancólica de pensar a vida, conforme mostra o verso “e a pele fica ferida”. Incorreto, pois o poema-canção de Karina Buhr é uma ode à resistência — viver é resistir. O poema-canção de Karina Buhr e as produções artísticas contemporâneas são confusas e por isso podem nos velar a afastarmo-nos de uma saúde mental e emocional. Incorreto, pois o poema-canção de Karina Buhr e as produções artísticas contemporâneas nem sempre atendem a uma ordem linear ou pragmática. As produções artísticas contemporâneas não atendem a uma causalidade recorrente das produções artísticas que querem apenas entreter e reproduzir discursos homogeneizadores. A confusão que se percebe em algumas produções contemporâneas é uma maneira de alterar a ordem de uma lógica de sentido imposta. 1,00/ 1,00 16/12/2022 11:22 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7176292/d329772a-957e-11ec-b1bb-0242ac110010/ 7/8 7 Código: 22335 - Enunciado: Leia a seguir um trecho do livro Queria ver você feliz, de Adriana Falcão: Só para constar: • Gosto de pares. • Quando me deparo com gente adolescente, um furor repentino me ataca. • Se o querer de uma pessoa insiste no querer de outra, me arrepio. • Ai, que negócio me dá quando presencio dois velhinhos passeando de mãos dadas. • Êxtases me extasiam, atos de ternura me enternecem, sou o rei dos clichês. • Desnecessário comentar que sempre me seduziram cenários clássicos, como pistas de dança, parques de diversão e noites de chuva. (FALCÃO, 2014, p. 8) O trecho apresentado é um disparador para pensarmos sobre a história de amor dos pais da escritora do livro, Adriana Falcão. Falcão recolhe fotografias e cartas trocadas entre Caio e Maria Augusta e, a partir delas, escreve sobre o amor trágico de seus pais. Ao falar sobre seus pais e transformar o Amor em narrador da história, ela narra a si mesma. A mistura de ficção e realidade nos faz considerar esse livro como aquilo que os teóricos da literatura tem chamado de autoficção. Diante do exposto, sintetize em um parágrafo o que se pede nos itens a seguir. a) Como se articula a discussão sobre literatura e ficção com as noções de escritura e de escrita de si? b) A escrita de si, nesse caso pode ser considerada como um cuidado consigo mesmo? c) A escrita de si é uma maneira de ter saúde? Resposta: Literatura, nos tempos de hoje, com ajuda da tecnologia, se distância muito do que é ficcional. Este trecho do livro de Adriana Falcão se prende na literatura e funde a realidade com a ficção. A forma como ela conta a história dos pais, acredito que seja, uma auto reinvenção escondido no subconsciente de Adriana. Portanto a escrita de si é sim uma maneira de ter saúde. Justificativa: Expectativa de resposta: O século XXI expande a noção de literatura e, portanto, do que é ficcional. Atravessada pela velocidade das mídias, a literatura se configura menos como essência e mais como trânsito. A literatura atravessa e é atravessada pelo audiovisual, pelo teatro, pela arte de rua, pela dança, pelas artes plásticas (para citar apenas algumas séries culturais). A literatura, nos tempos atuais, põe em xeque o status do ficcional. O livro de Adriana Falcão está contido nesse campo expandido da literatura e embaralha ficção e realidade. Falcão recolhe cartas e fotografias dos pais e, por intermédio do narrador “Amor”, conta a história de amor trágica de Caio e Maria Augusta. Podemos fazer uma inferência da história dos dois com uma das histórias de amor mais conhecidas: Romeu e Julieta. Além disso, ao narrar a história dos pais, Falcão conta, de modo enviesado, a história do Rio de Janeiro e mostra um dos momentos críticos na história do Brasil, a Ditadura. Podemos ainda pensar nas pistas que o nome do livro nos traz, como: “Queria ver você feliz”. Ao conjugar o verbo 'querer' no modo indicativo do pretérito imperfeito, o narrador traz uma ideia de continuidade. É como se Adriana tivesse dizendo para si mesma que o desejo de felicidade permanece, apesar da história trágica dos pais. No final, ao revisitar o passado, a escritora recria a possibilidade do presente. Contar o amor dos pais é escrever ficção sobre si mesma, é maneira de se reiventar. Na reinvenção de si, traumas são potencializados em saúde. Conclui-se: na escrita de si e na ficção está a possibilidade de pensar a vida como saúde. 2,00/ 2,00 16/12/2022 11:22 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/7176292/d329772a-957e-11ec-b1bb-0242ac110010/ 8/8 8 Código: 38123 - Enunciado: “A força do termo ʻtranscriaçãoʼ vem do grau de liberdade e abertura que implica, que é também sua fragilidade pelo excesso de generalidade. Assim, Haroldo utiliza termos como: ʻtransiluminaçãoʼ ou ʻtransparadizaçãoʼ para traduzir Dante, ʻtransluciferaçãoʼ para obliterar Goethe, ʻtranshelenizaçãoʼ ao reescrever a Bíblia ou ʻreimaginaçãoʼ quando se debruça sobre a poesia clássica chinesa. Em cada projeto, o grau de naturalização e de estrangeirização, de apagamento ou de aparição do outro varia.”(Fonte: FALEIROS, A. Antropofagia modernista e perspectivismo ameríndio: considerações sobre a transcriação poética desde Haroldo de Campos. Ipotesi, Juiz de Fora, v. 7, n. 1, p. 114, jan.-jun. 2013. Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaipotesi/files/2011/05/Ipotesi_17.1-CAP10.pdf. Acesso em: 5 maio 2020). Com base no exposto redija um texto dissertativo-argumentativo, abordando os aspectos a seguir:Pensamento teórico de Haroldo de Campos.Relações entre criação literária, tradução e transcriação. Resposta: Haroldo de Campos traz a tradução como transcrição dando formato e conteúdo. Autor e tradutor se apropriam do texto e se inventa para reler e compreender a tradução. O autor escreve no papel seus pensamentos e quando o leitor lê dá outro significado de sua forma, de acordo as suas vivências. Literatura, tradução e transcrição têm significativos em comum e se encontram em um texto, muitas vezes, com o mesmo entendimento. Justificativa: Expectativa de resposta:O excerto, de autoria do estudioso de tradução Álvaro Faleiros, apresenta elementos que contribuem para argumentar a favor do potencial significativo implicado pelo processo de “transcriação”, em senda teórico-prática desenvolvida por Haroldo de Campos. A tradução literária, em especial a tradução de poesia, pode se aproximar ou se distanciar do texto de partida. As escolhas do tradutor, portanto, são criativas, e não meramente reprodutoras ou coladas ao original. Nesse sentido, há um aspecto de criação literária (ou recriação a partir do texto de partida) que lhe é inerente. Essa perspectiva sobre tradução, desenvolvida por Haroldo de Campos em diálogo com outros intelectuais, coloca seu nome entre grandes teóricos do Brasil e do mundo. 2,00/ 2,00
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