Buscar

literatura e outras séries

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
LETRAS – PORTUGUÊS/LITERATURA
BEATRIZ PONTES FERNANDES DA SILVA
OLHOS D’ÁGUA
Uma carta para Matheus
RIO DE JANEIRO
2022
BEATRIZ PONTES FERNANDES DA SILVA
OLHOS D’ÁGUA
Uma carta para Matheus
Trabalho apresentado ao Curso de Letras-Português/Literatura da Universidade Veiga de Almeida para a disciplina de Literatura e outras Séries Culturais.
Orientador(a): Profª Angela Cristina de Souza Bezerra.
RIO DE JANEIRO
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................4
2 RESUMO DO CONTO OLHOS D’ÁGUA.....................................................4
3 CARTA PARA MATHEUS...........................................................................5
CONCLUSÃO.................................................................................................6
REFERÊNCIAS..............................................................................................8
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho a nota da Atividade Avaliativa 1 (AVA 1) da disciplina de Literatura e outras Séries Culturais. A atividade tem como objetivo apresentar um resumo do livro Olhos d’água da autora Conceição Evaristo seguido de uma carta para um amigo. 
2 RESUMO DO CONTO OLHOS D’ÁGUA
O conto Olhos d’água, que dá nome ao livro, conta a história de uma protagonista que questiona-se sobre a cor dos olhos de sua mãe. Através da dúvida, a personagem vai ganhando um tom acusatório e decide visitar sua cidade natal para ter a sua resposta. Ao chegar ao seu destino, a protagonista se vê diante de lembranças da sua infância, marcada pela desigualdade, fome e sofrimento. 
Durante a leitura, podemos perceber que a personagem confunde-se com suas próprias memórias com as de sua mãe. Assim, fica claro que mãe e filha tiveram vidas tão parecidas que as memórias estão entrelaçadas. Apesar de todas as dificuldades, sua mãe sempre protegeu e utilizou de todas as formas e brincadeiras, tirar de foco a precária realidade de seus filhos:  
[…] Às vezes, as histórias da infância de minha mãe confundiam-se com as de minha própria infância. Lembro-me de que muitas vezes, quando a mãe cozinhava, da panela subia cheiro algum. Era como se cozinhasse, ali, apenas o nosso desesperado desejo de alimento (EVARISTO, 2014).
Ao ver-se defronte a sua mãe, a filha busca pela sua identidade e recorda as mulheres de sua família e suas ancestrais. A narradora/filha quer descobrir a cor dos olhos de sua mãe para que assim, consiga encontrar a sua identidade perdida pelo afastamento de suas origens. Mas, a resposta que encontra nos olhos de sua mãe não é o que ela esperava, pois seus olhos só tinham lágrimas.
“Vi só lágrimas e lágrimas. Entretanto, ela sorria feliz. Mas eram tantas lágrimas, que eu me perguntei se minha mãe tinha olhos ou rios caudalosos sobre a face. E só então compreendi. Minha mãe trazia, serenamente em si, águas correntezas. [...] A cor dos olhos de minha mãe era cor de olhos d’água.” (EVARISTO, 2014).
	Evaristo utiliza, mesmo diante de cenas de profundo sofrimento, uma sensibilidade poética que nos envolve e nos faz refletir sobre a desigualdade social e a marginalização da pessoa preta. Além do conto, o livro apresenta outras narrativas onde mulheres pretas, em sua maioria, buscam sobreviver neste Brasil tão desigual e racista. 
Em Olhos d’água, Conceição Evaristo apresenta mulheres, avós, mães e filhas que compartilham o mesmo contexto de miséria e violência, vulnerabilidade e pluralidade da natureza humana. Ademais, traz elementos da cultura africana e sua relação com os orixás e com as Yabás para demonstrar a dura realidade enfrentada pela comunidade afro-brasileira.
“de que cor eram os olhos de minha mãe?” Conceição Evaristo. 
3 CARTA PARA MATHEUS
Rio de Janeiro, de junho de 2022.
Olá, meu querido irmão Matheus.
Escrevo esta carta como forma de expressar meus sentimentos acerca de um livro que li há poucos dias. O conto Olhos d’água da magnífica Conceição Evaristo me fez pensar por dias nas inúmeras histórias da infância de nossos avós. Uma das passagens que me remeteu as lembranças de nossos avós foi: “Lembro-me de que muitas vezes, quando a mãe cozinhava, da panela subia cheiro algum. Era como se cozinhasse ali, apenas o nosso desesperado desejo de alimento.”. Lembra de nossa avó contando-nos como trabalhava arduamente durante todo o dia enquanto sua barriga roncava à procura de alimento? Pergunto-me como uma criança consegue viver dessa forma. Dizemos que os jovens de antigamente eram mais fortes e maduros, mas a troco de que? Hoje, pelos nossos avós, sabemos que as necessidades os fizeram ser. Assim como no livro, eles cresceram rápido para serem mais um par de braços e ajudarem seus pais na roça: “Sendo a primeira de sete filhas, desde cedo, busquei dar conta de minhas próprias dificuldades, cresci rápido, passando por uma breve adolescência.”. Precisaram matar sua infância por um prato de comida, por uma rede para dormir e por um barraco para se proteger do relento. 
No livro, a autora aborda o medo da personagem em dias de fortes chuvas, e lembrei-me do medo de nossos avôs em períodos de seca onde faltava água, comida e trabalho para todas as famílias. Quantas vezes eles não foram dormir chorando? Quantas vezes notamos os olhos marejados de nossos avós contando de suas tristes lembranças? No livro, a personagem volta para a sua cidade, pois não se lembrava da cor dos olhos de sua mãe. Antes de nossa bisavó falecer, nosso avô foi muitas vezes vê-la em sua terra natal. Logo que a saudade apertava, ele pegava o ônibus em busca do abraço de sua mãe. Para nós, seus bisnetos, a cor dos olhos de Dona Maria eram azuis, mas e para seu filho? Será que para o nosso avô depois de, muitas vezes, ter visto os olhos de sua mãe marejados pelo sofrimento, eles não se tornaram de outra cor?
A autora me fez refletir sobre a violência, a fome, mas, principalmente sobre a desigualdade que assola o nosso País. Mas, apesar de toda dor em sua escrita, Conceição Evaristo retrata tudo com leveza e de forma poética. Ela, como mulher preta, trouxe temas que necessitam de discussão e mudanças, por isso, devemos ler este conto e falar sobre a escrevivência de Evaristo. Nossa avó materna descende de indígenas, nossos avôs paternos eram pretos assim como o nosso pai é. Podemos acreditar que toda a desigualdade que já sofreram não estava atrelada a sua cor? O que nosso falecido avô nos contaria hoje sobre sua emigração para o Rio de Janeiro, sobre seu antigo trabalho de porteiro e de todos os absurdos que precisou escutar para dar de comer para seu filho, o nosso pai? Ele teria, com toda certeza, vivido uma vida melhor se não estivéssemos inseridos em uma sociedade racista. 
A leitura toca numa ferida que sangra nossa sociedade. Fala sobre uma realidade que não estamos inseridos e nunca estaremos, mas que gerações de nossa família sofreram e sofrem até hoje. Apesar de sermos filhos de pai preto, não temos o mesmo tom de pele e, por isso, não temos as mesmas dificuldades e preconceitos que nosso pai. Portanto, nós, como pessoas brancas, temos que ser antirracistas e reparar os erros de uma sociedade falida. Acreditamos que uma pessoa não pode mudar o mundo, mas podemos sim fazer a diferença na vida de alguém e, só assim, poderemos ter esperança no futuro. 
Vivemos em nossa bolha e, muitas vezes, nem ao menos percebemos o que está acontecendo à nossa volta. Ou, na verdade, será que não queremos fechar os nossos olhos para o sofrimento alheio para que não tenhamos algo a mais para se preocupar? O nosso egoísmo velado me assusta. 
Espero que leia o conto anexado à carta e tenha uma resposta sua, meu irmão.
Com amor e saudade,
Beatriz.
4 CONCLUSÃO
	Conceição Evaristo nos presenteia com sua escrevivência expressando suas experiências de vida em poucas páginas com muita sensibilidade e empatia. É uma obra que toca na ferida e nos faz entender a vida daquele que narra. É um encontro com o sofrimento e a luta da ancestralidadee identidade afro-brasileira, que reside em uma realidade excludente. 
REFERÊNCIAS
EVARISTO, Conceição. Olhos d’água. Pallas Editora, 2014. Disponível em: <https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/paginas-literarias/artigo/2261/olhos-dagua>. Acesso em: Junho de 2022.
Unidades 1, 2, 3 e 4 de Literatura e outras Séries Culturais.
EVARISTO, Conceição. Vídeo Olhos d’água. Canal Pallas Editora, 2020. Disponível em: <https://youtu.be/bbe3gxU97B8>. Acesso em: junho de 2022.
EVARISTO, Conceição. Vídeo Olhos d’água. Canal Literafro, 2018. Disponível em: <https://youtu.be/fM2JzUqqBjw>. Acesso em: junho de 2022.

Outros materiais