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Hipodermóclise: Administração Subcutânea de Fluidos

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Lara Fernandes Silva – Enfermagem UFRJ 
 É também conhecida como a administração contínua de 
fluidos por via SC; 
 O mecanismo da hipodermóclise consiste na infusão 
lenta de soluções no tecido subcutâneo, onde o fluido é 
transferido para a circulação sanguínea através de uma 
ação combinada entre a difusão e a perfusão tecidual. 
É UTILIZADA NO CONTEXTO DA GERIATRIA E 
DOS CUIDADOS PALIATIVOS , EM PACIENTES COM 
DESIDRATAÇÃO MODERADA DEVIDO A QUADROS DE 
DISFAGIA SEVERA, DEMÊNCIA, SONOLÊNCIA, 
OBSTRUÇÃO INTESTINAL SECUNDÁRIA À NEOPLASIA 
E IMPOSSIBILIDADE DE OUNÇÃO DE ACESSO 
VENOSO PERIFÉRICO. 
QUANDO UTILIZADA PARA ADMINISTRAÇÃO DE 
MEDICAMENTOS, CONSIDERA-SE O TERMO TERAPIA 
SC. 
VANTAGENS DA VIA SC 
 Via parenteral mais acessível e confortável que a 
venosa; 
 Fácil inserção e manutenção do cateter; 
 Pode ser realizada em qualquer ambiente de cuidado, 
inclusive em domicílio; 
 Complicações locais raras; 
 Baixo risco de efeitos adversos sistêmicos 
(hiponatremia, hipervolemia e congestão); 
 Redução da flutuação das concentrações plasmáticas de 
opioides; 
 Baixo custo. 
DESVANTAGENS DA VIA SC 
 Volume e velocidade de infusão limitados (até 1500 
ml/24h por sítio de punção); 
 Absorção variável (influenciada por perfusão e 
vascularização); 
 Limitação de medicamentos e eletrólitos que podem 
ser infundidos. 
CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS 
 Recusa do paciente; 
 Anasarca; 
 Trombocitopenia grave; 
 Necessidade de reposição rápida de volume 
(desidratação grave, choque). 
CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS 
 Caquexia; ascite; 
 Síndrome da veia cava superior; 
 Áreas com circulação linfática comprometida (após 
cirurgia ou radioterapia); 
 Áreas de infecção, inflamação ou ulceração cutânea; 
 Proximidades de articulação; proeminências ósseas. 
REGIÕES DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 A tolerância de cada região para infusão de soluções 
varia conforme as condições gerais de cada paciente e 
o volume a ser infundido. 
IRAS DE ACORDO COM A ANVISA RECOMENDA: 
1. Utilizar o procedimento com técnica antisséptica; 
2. Escolher o sítio de inserção para acesso subcutâneo de 
modo a incluir áreas com pele intacta que não estão 
perto de articulações e têm tecido subcutâneo 
adequado, como: parte superior do braço, parede 
torácica subclavicular, abdome (pelo menos 5 cm 
distantes do umbigo), parte superior das costas, coxas e 
/ou recomendado pelo fabricante do medicamento. 
Deve-se evitar áreas com crostas, infectadas ou 
inflamadas. 
3. Realizar a antissepsia da pele com solução alcoólica de 
gliconato de clorexidina > PVPI a 10%, PVPI ou álcool 
70%. 
4. Utilizar cobertura transparente semipermeável estéril 
sobre o local do sítio de acesso subcutâneo para 
permitir a observação contínua e avaliação. Alterar a 
Lara Fernandes Silva – Enfermagem UFRJ 
cobertura transparente a cada troca de sítio, e 
imediatamente se a integridade do curativo estiver 
comprometida. 
5. Utilizar um dispositivo de infusão de pequeno calibre 
(24 a 27 gauge) para estabelecer o acesso subcutâneo. 
Nesse sentido, o dispositivo com asas e cânula metálica 
(escalpe) não é recomendado. 
6. trocar o local do acesso subcutâneo utilizado para 
administração de medicamentos a cada 7 dias e quando 
clinicamente indicado com base nos resultados da 
avaliação do sítio de inserção. 
7. Trocar o local do acesso subcutâneo utilizado para 
soluções de hidratação a cada 24-48 horas ou depois da 
infusão de 1,5 a 2 litros e conforme clinicamente 
indicado com base nos resultados da avaliação do sítio 
de inserção. 
8. Avaliar o sítio do acesso subcutâneo e trocar o local 
quando houver eritema, edema. Vazamento, 
sangramento, hematoma, queimadura, abcesso ou dor. 
ALGUNS CUIDADOS DE ENFERMAGEM PRECISAM 
SER TOMADOS NA ESCOLHA DO SÍTIO DE PUNÇÃO E 
NA VIGÊNCIA DE COMPLICAÇÕES: 
 O cateter deve apontar no mesmo sentido da drenagem 
linfática; 
 A presença de edema inviabiliza o acesso, pois reduz a 
velocidade de absorção; 
 Em pacientes com síndrome da veia cava superior, a 
punção de membros superiores e tórax deve ser 
evitada; 
 Em pacientes com ascite, a punção no abdome está 
contraindicada; 
 Evitar a punção em áreas ulceradas ou infectadas, áreas 
próximas de dissecção ganglionar ou de incisão cirúrgica 
e áreas submetidas à radioterapia; 
 Sempre que indicada, uma nova punção deve ser 
realizada, respeitando a distância mínima de 5 cm do 
local da punção anterior. 
COMPLICAÇÕES 
 Edema, calor, rubor ou dor persistentes: retirar 
acesso; fazer nova punção a pelo menos 5 cm de 
distância; 
 Celulite: aplicar compressa gelada por 15 minutos; 
fazer curva térmica; comunicar a equipe médica – 
considerar uso de antibiótico tópico ou sistêmico; ter 
acompanhamento diário por enfermeiro. 
 Secreção purulenta: retirar acesso; fazer drenagem 
manual; realizar limpeza com SF a 0,9% e aplicar 
clorexidina alcoólica 0,5%; realizar curativo oclusivo 
com troca, pelo menos, a cada 24; comunicar a equipe 
médica – considerar uso de antibiótico tópico ou 
sistêmico; e acompanhamento diário por enfermeiro. 
 Endurecimento: retirar o acesso; fazer nova punção a, 
pelo menos, 5 cm de distância. Obs: pacientes com 
câncer avançado e com comprometimento da rede 
ganglionar podem apresentar edema de parede 
abdominal que se confunda com infiltração local e 
endurecimento. 
 Hematoma: retirar acesso; aplicar polissulfato de 
mucopolissacarídeo (Hirudoid) com massagem local de 
4/4h; fazer nova punção com cateter não agulhado. 
Obs: em pacientes com risco de sangramento, indica-se 
a punção em flanco, em altura entre a cicatriz umbilical 
e a crista ilíaca, pois é a região menos vascularizada do 
abdome. 
 Necrose: retirar acesso; fazer curativo diário – avaliar 
indicação de desbridamento com papaína ou hidrogel; 
ter acompanhamento diário por enfermeiro.

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