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Acidentes Ofídicos Toxinas: substância tóxica produzida por seres vivo Zootoxinas: toxinas produzidas por animais Peçonha: é produzida e armazenada nas glândulas especializadas - transmitida via mordedura ou ferroada Veneno: está no tecido ou em órgãos: promovem toxicose na vitima quando ingeridos ou por contato Animais peçonhentos: aranha, serpentes e abelhas Toxicologia Veterinária Áglifas: todos os dentes são iguais e maciços, geralmente as mordidas são dolorosas e podem se infecionar pela floca bucal patogênica Opistóglifas: possuem um ou mais pares de dentes inoculadores de peçonha na região posterior da maxila (dificulta inoculação) Proteróglifas: os dentes inoculadores se localizam na parte anterior da maxila (alta periculosidade) Solenóglifas: dentes inoculadores maiores, grupo de maior periculosidade Ocorrem decorrente da mordedura de serpente. São decorrência mundial. São classificadas de acordo com o tipo de dentição Serpentes do gênero Bothrops (jararaca) são responsáveis por 95% dos acidentes ofídicos no Brasil. Composição da peçonha: de todas as serpentes no geral apresentam uma mistura complexa com vários compostos orgânicos e inorgânicos: Carboidratos, aminas biogênicas, peptídeos, e proteínas. Muitas dessas proteínas possuem atividade enzimática. conversão da protrombina em trombina na presença do fator V de coagulação (ativação indireta) Sem presença desse fator de coagulação (ação direta) indução da conversão do favor X em sua forma ativa Atividade tipo trombina com conversão de fibrinogênio em fibrina Todos esses mecanismos levam a coagulação disseminada e esgotamento dos fatores de coagulação sistêmico = processo hemorrágico Hialuronidase: desempenham função lítica sobre o ácido hialurônico Proteases, botropasina (metaloproteína ácida) com atividade lítica sobre a caseína (tem a função de estimular hipertrofia muscular e evitar o catabolismo) Hemotoxina: promove lise eritrocitária fosfolipases e esterases com sabida atividade pró inflamatória Enzimas pró-trombóticas: promovem quatro situações diferentes (dependendo da espécie) Metaloproteinases ácidas e metaloendopeptidases: atividade lítica sobre o colágeno (principalmente das membranas basais, permite maior absorção e distribuição sistêmica da peçonha Acidentes Bortrópicos Morbidade | Sequência Enzimas tipo trombina presentes na peçonha e esgotamento dos fatores de coagulação = forma trombo e induz processo hemorrágico Liberação dos metabólitos do ácido araquidônico = hipotensão que pode ser agravada pela CID (coagulação intravascular disseminada) - hipovolemia = choque e morte Proteases no local: Intensa atividade lítica tecidual causada por enzimas pró-inflamatórias - sinais cardeais > compressão do vaso sanguíneo e feixes nervosos = resultam em hipóxia tecidual e necrose Colágeno: ação lítica da peçonha promove efeitos sistêmicos, relacionados aos fatores de coagulação intravascular disseminada. Trombos gerados promovem isquemia de outros órgãos (pode causar nefropatia) Sinais Clínicos Casos graves: epistaxes e gengivorragia Pode se apresentar prostrado e anoréxico Borhrops: inflamação local intensa e dano no epitélio vascular Exames Laboratoriais Hemograma completo com contagem de plaquetas, atividade de protrombina, tempo de coagulação (TC) tempo de tromboplastina (PTT), função renal (ureia e creatinina) Principais achados: redução do número de eritrócitos devido a perda sanguínea, leucocitose, plaquetopenia (coagulação disseminada), aumento da protrombina e do PTT, alteração da função renal. Pode ter proteínuria - e pode evoluir para IRA Tratamento Com soro específico - polivalente antibotrópico-crotálico - SABC (tratamento efetivo) Aplicar em quantidade necessária para neutralizar 100mg de peçonha botrópica Via intravenosa - lenta Diluída em solução fisiológica Uso de analgésicos adequados para espécie acometida Antibioticoterapia devido aos processos infeciosos Fasciotomia e Traqueostomia em caso de edema excessivo para desobstruir as vias aéreas Acidentes Crotálicos Cascavéis (solenóglifas) - gênero crotalus Apresentam guizo formado Possui efeito miotóxico sobre fibras tipo I - promove degeneração de organelas celulares e rabdomiólise Crotamina Atua em canais de sódio e ação despolarizante de fibras musculares: contração e paralisia da mm esquelética Giroxina Composição da peçonha: 90% do peso da peçonha = proteínas (fosfolipases A2, esterases, colagenases, endopeptidases 50% da toxina: complexo molar (complexo crotoxina) uma ácida (crotoxina A) - não possui atividade enzimática e outra (crotoxina B) - possui atividade hidrolítica semelhante a fosfolipase A2 Complexo crotoxina como todo - possui atividade neurotóxica que impede a liberação pré sináptica de acetilcolina pelas terminações nervosas colinérgicas Morbidade | Sequência Manifestações clínicas: relacionadas a ação colinérgica da crotoxina que inibe a liberação de acetilcolina e promove paralisia flácida (principalmente na região da face) Depende da quantidade de peçonha injetada e da espécie acometida Sinais clínicos gerais entre 3h e 6h da agressão Equinos são mais sensíveis, seguidos dos ruminantes, canídeos, lagomorfos, suínos e felinos Sinais Clínicos Casos moderados e graves - mioglobinúria Relacionados a atividade anticolinérgica, pode apresentar fácies miastênica que pode evoluir para dificuldades respiratórias Exames Laboratoriais Hemograma e Bioquímica sérica para função hepática e renal Nos parâmetros sanguíneos é possível observar leucocitose, aumento de fosfatase alcalina, LDH (lactato desidrogenase) e AST (aspartato aminotransferase) devido a lesão muscular Hipocalcemia e Hipercalemia Urina com cor: vermelho escura - decorrente da mioglobulinúria Tratamento Soro anticotálico (SAC) é o mais indicado Em caso desconhecido do agressor, recomenda-se o uso de soro polivalente SABC Via intravenosa Acidentes Laquéticos Serpentes do gênero Lachesis: Surucucu Morbidade Surgimento imediato de dor e edema Processo inflamatório nas primeiras horas Focos necróticos no local do acidente Hipotensão Ativam a proteína C - e inibem fatores V e VIII das vias intrínsecas e comuns da cascata de coagulação Peçonha: Semelhantes as observadas nos acidentes botrópicos porém acrescidas a sintomatologia nervosa de caraterística vagal Potente ação inibitória sobre plaquetas e atividade anticoagulante Sugere-se efeito miotóxico Principal efeito: desorganização coagulativa Exames e Tratamento Semelhantes ao acidente botrópico Hemograma e função hepática Tratamento: soro antilaquético ou soro polivalente antibotrópicolaquético Manifestações colinérgicas podem ser tratadas com atopina Sinais Clínicos Sinais clínicos de tônus vagal como hipotensão l, bradicardia, sudorese, aumento do peristaltismo gástrico e relaxamento do esfíncter Acidentes Elapídico Promovidos pela serpente do gênero Micrurus (cobras corais) Acidentes são raros, quase não obtêm sucesso na inoculação Todas da espécie coral-verdadeira apresentam atividade neurotóxica Neurotoxina pré sináptica: interfere no influxo de Ca para o interios da terminação axonal colinérgica da JNM impedindo a migração da vesícula com acetilcolina e sua liberação na fenda sináptica = sem contração muscular Neurotoxina pós sináptica: possuem atividade antagonista competitiva colinérgica na fenda sináptica da JNM bloqueando receptores nicotínicos pós sinápticos = paralisia flácida Sinais Clínicos Imediatos, absorção rápida Ambas (pré e pós sináptica) causam paralisia aguda do tipo miastênica Gasometria arterial - para verificar oxigenação sanguínea e possível acidose metabólica Neostigmina (anticolinersterasico) Fisostigmina - não é indicada (atravessa BHE) Exames e Tratamento
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