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Técnicas de Instrumentação Cirúrgica

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CardíaCa e 
ToráCiCa
Prof.ª Emmanuella Costa de Azevedo Mello
TéCniCas de 
insTrumenTação 
CirúrgiCa em 
Cirurgia VasCular, 
Indaial – 2022
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
Prof.ª Emmanuella Costa de Azevedo Mello
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. MELLO, Emmanuella Costa de Azevedo.
Técnicas de Instrumentação Cirúrgica em Cirurgia Vascular, Cardíaca e 
Torácica. Emmanuella Costa de Azevedo Mello. Indaial - SC: Arqué, 2022.
203p.
ISBN 978-65-5466-195-9
ISBN Digital 978-65-5466-191-1
“Graduação - EaD”.
1. Procedimento 2. Cirúrgico 3. Equipamentos 
CDD 617.9
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Caros estudantes, bem-vindos à disciplina Técnicas de Instrumentação 
Cirúrgica em Cirurgia Vascular, Cardíaca e Torácica! Neste estudo, aprenderemos 
que a organização e a funcionalidade de um centro cirúrgico dependem de um bom 
planejamento físico e de projetos complementares, como elétrico, hidráulico, sanitário, 
fluido/mecânico, climatização, incêndio e luminotécnico.
Na Unidade 1, falaremos do centro cirúrgico no contexto hospitalar, com 
aspectos do planejamento físico, técnica de degermação das mãos, paramentação, uso 
de luvas estéreis, limpeza e conservação de materiais cirúrgicos e embalagens, além 
do preparo e da função do instrumentador cirúrgico. Além disso, compreenderemos 
a montagem das mesas auxiliares, a disposição da equipe cirúrgica, a antissepsia do 
campo cirúrgico, a sinalização e o trânsito dos instrumentos cirúrgicos e a dinâmica do 
conjunto cirúrgico, incluindo a anatomia e a fisiologia do sistema cardiovascular e do 
sistema respiratório e da musculatura acessória do tórax.
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos as técnicas de instrumentação cirúrgica 
em cirurgia cardiovascular, com as patologias que geram esse tipo de cirurgia, como: 
doenças valvares, aterosclerótica coronariana e congênitas, arritmias, endocardites e 
urgências cirúrgicas do sistema cardiovascular. Abordaremos as principais cirurgias 
cardiovasculares, além da montagem de mesa e do posicionamento na sala de cirurgia, 
com instrumentais cirúrgicos, agulhas e fios de sutura e equipamentos utilizados para o 
manejo de uma cirurgia cardiovascular.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos as técnicas de instrumentação cirúrgica 
em cirurgia torácica, com as patologias que geram esse tipo de cirurgia, como: enfisema 
pulmonar, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (dpoc), fibrose e necrose pulmonares, 
derrame pleural, nódulos e câncer de pulmão e urgências cirúrgicas torácicas. 
Estudaremos as principais cirurgias torácicas, como lobectomia, pneumonectomia, 
segmentectomia anatômica, ressecção sublobar, redutora do volume pulmonar, 
toracotomia, esternotomia, mediastinoscopia, do mediastino e de tumores da parede 
torácica. Analisaremos a montagem da mesa e o posicionamento na sala de cirurgia, com 
tipos e porte cirúrgico em uma cirurgia torácica e os instrumentais cirúrgicos, agulhas e 
fios de sutura e equipamentos utilizados para o manejo de uma cirurgia torácica.
Bons estudos!
Prof.ª Emmanuella Costa de Azevedo Mello
APRESENTAÇÃO
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
QR CODE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — CENTRO CIRÚRGICO NO CONTEXTO HOSPITALAR ........................1
TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO FÍSICO DO CENTRO CIRÚRGICO ........................... 3
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O CENTRO CIRÚRGICO ...............................4
2.1 ÁREAS CRÍTICAS, SEMICRÍTICAS E NÃO CRÍTICAS NO CENTRO CIRÚRGICO ...... 4
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS E DO FLUXO DA UNIDADE DE CENTRO 
CIRÚRGICO ............................................................................................................................6
3 TÉCNICA DE DEGERMAÇÃO DAS MÃOS, PARAMENTAÇÃO, TÉCNICA DE 
USO DE LUVAS ESTÉREIS, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS 
CIRÚRGICOS E EMBALAGENS ............................................................................8
3.1 TÉCNICA DE DEGERMAÇÃO DAS MÃOS ..........................................................................9
3.1.1 Técnica de uso de luvas estéreis ............................................................................12
3.2 LIMPEZA E CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS CIRÚRGICOS E EMBALAGENS ........13
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 16
TÓPICO2 — PREPARO E FUNÇÃO DO INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO ............ 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 19
2 MESAS CIRÚRGICAS.......................................................................................... 19
2.1 TIPOS DE MESAS CIRÚRGICAS .......................................................................................21
2.2 DISPOSIÇÃO DA EQUIPE CIRÚRGICA .......................................................................... 23
2.3 CAMPO CIRÚRGICO ......................................................................................................... 24
3 DINÂMICA DO CONJUNTO CIRÚRGICO ............................................................25
3.1 SINALIZAÇÃO E TRÂNSITO DOS INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS ............................ 26
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................28
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................30
TÓPICO 3 — ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR E 
DOS SISTEMA RESPIRATÓRIO E MUSCULATURA ACESSÓRIA 
DO TÓRAX .........................................................................................33
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................33
2 ANATOMIA E FISIOLOGIA SISTEMA CARDIOVASCULAR .................................34
2.1 MORFOLOGIA EXTERNA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ......................................34
2.1.1 Sistema e regulação ................................................................................................. 36
2.2 MORFOLOGIA INTERNA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ...................................... 36
2.3 GRANDES VASOS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ................................................38
3 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................. 41
3.1 MORFOLOGIA EXTERNA SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................... 42
3.2 MORFOLOGIA INTERNA SISTEMA RESPIRATÓRIO ....................................................43
3.3 MUSCULATURA ACESSÓRIA DO TÓRAX ..................................................................... 47
LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................49
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................63
REFERÊNCIAS .......................................................................................................65
UNIDADE 2 — TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA EM CIRURGIA 
CARDIOVASCULAR ........................................................................ 67
TÓPICO 1 — PATOLOGIAS QUE GERAM CIRURGIA CARDIOVASCULAR .............69
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................69
2 DOENÇAS QUE GERAM CIRURGIA CARDIOVASCULAR ...................................69
2.1 DOENÇAS VALVARES ........................................................................................................ 70
2.2 DOENÇA ATEROSCLERÓTICA CORONARIANA ............................................................72
2.3 DOENÇAS CONGÊNITAS ...................................................................................................75
2.4 ARRITMIAS .......................................................................................................................... 78
2.5 ENDOCARDITES .................................................................................................................79
2.6 URGÊNCIAS CIRÚRGICAS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ...................................79
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................86
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................87
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS CIRURGIAS CARDIOVASCULARES .............................89
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................89
2 PRINCIPAIS CIRURGIAS CARDIOVASCULARES ..............................................89
2.1 FECHAMENTO PERCUTÂNEO DE FORAME OVAL PATENTE (FOP) ........................90
2.2 REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO......................................................................... 92
2.3 IMPLANTE TRANSCATETER DE VALVA AÓRTICA ...................................................... 92
2.4 CORREÇÃO ENDOVASCULAR DO ANEURISMA DA AORTA ..................................... 95
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................98
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................99
TÓPICO 3 — MONTAGEM DE MESA E POSICIONAMENTO NA SALA DE 
CIRURGIA ........................................................................................ 101
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 101
2 INSTRUMENTAIS CIRURGICOS, AGULHAS, FIOS DE SUTURA E 
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO MANEJO DE CIRURGIA 
CARDIOVASCULAR ..........................................................................................102
2.1 INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS ..................................................................................... 102
2.2 CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA ................................................................................ 106
2.3 MONTAGEM DA SALA CIRÚRGICA ...............................................................................107
2.4 EQUIPAMENTOS DA SALA CIRÚRGICA ...................................................................... 108
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 110
RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................119
AUTOATIVIDADE .................................................................................................120
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 122
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA EM CIRURGIA 
TORÁCICA ................................................................................... 125
TÓPICO 1 — PATOLOGIAS QUE RESULTAM EM CIRURGIA TORÁCICA ............. 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 127
2 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS QUE CAUSAM ALTERAÇÕES DO TECIDO 
PULMONAR ...................................................................................................... 127
2.1 FIBROSE E NECROSE PULMONAR ............................................................................... 128
3 DERRAME PLEURAL ........................................................................................ 132
4 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) ................................. 135
5 NÓDULOS E CÂNCER PULMONAR ..................................................................138
5.1 TUMORES DA PAREDE TORÁCICA ............................................................................... 142
6 URGÊNCIAS CIRÚRGICAS TORÁCICAS ..........................................................143
6.1 DRENAGEM DE TÓRAX ................................................................................................... 146
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................150
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................151
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS CIRURGIAS TORÁCICAS ........................................... 153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................153
2 PROCEDIMENTO CIRÚRGICOS E INVASIVOS UTILIZADOS EM 
DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA DAS PATOLOGIAS TORÁCICAS ................. 153
2.1 BRONCOSCOPIA ............................................................................................................... 153
2.2 MEDIASTINOSCOPIA........................................................................................................157
2.2.1 Cirurgia do mediastino .......................................................................................... 159
3 TORACOTOMIA E ESTERNOTOMIA ................................................................. 159
3.1 CIRURGIA TORÁCICA VIDEOASSISTIDA (CTVA) ........................................................ 162
3.2 CIRURGIA COM AUXÍLIO DA ROBÓTICA ..................................................................... 164
4 PNEUMONECTOMIA E LOBECTOMIA ............................................................. 165
5 SEGMENTECTOMIA ANATÔMICA E RESSECÇÃO SUBLOBAR ...................... 167
6 CIRURGIA REDUTORA DO VOLUME PULMONAR............................................ 169
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 172
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 173
TÓPICO 3 — MONTAGEM DA MESA E POSICIONAMENTO NA SALA DE 
CIRURGIA TORÁCICA ..................................................................... 175
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 175
2 TIPOS E PORTE CIRÚRGICO EM CIRURGIA TORÁCICA.................................. 175
2.1 POSIÇÃO DO PACIENTE DURANTE A CIRURGIA TORÁCICA ................................... 177
3 INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS, AGULHAS E FIOS DE SUTURA E 
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO MANEJO DE CIRURGIA TORÁCICA ............ 178
3.1 CAMPOS CIRÚRGICOS UTILIZADOS EM PROCEDIMENTOS NO TÓRAX ...............178
3.2 INSTRUMENTAÇÃO GERAL PARA CIRURGIA TORÁCICA ........................................ 181
3.3 MATERIAIS UTILIZADOS COM MAIS FREQUÊNCIA NAS CIRURGIAS 
TORÁCICAS ...................................................................................................................... 185
3.3.1 Instrumentação endoscópica .............................................................................187
3.4 AGULHAS E FIOS DE SUTURA NOS PROCEDIMENTOS .........................................187
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................189
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 193
AUTOATIVIDADE .................................................................................................194
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 197
1
UNIDADE 1 — 
CENTRO CIRÚRGICO NO 
CONTEXTO HOSPITALAR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o planejamento físico de um centro cirúrgico;
• aplicar, corretamente, as técnicas de esterilização, assepsia e antissepsia para o 
preparo de um ambiente cirúrgico;
• compreender os tipos e os portes cirúrgicos;
•	 identificar	posições	cirúrgicas	relacionadas	a	cada	tipo	de	cirurgia;
• reconhecer o tipo de cirurgia pela terminologia cirúrgica.
 A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PLANEJAMENTO FÍSICO DO CENTRO CIRÚRGICO
TÓPICO 2 – PREPARO E FUNÇÃO DO INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO
TÓPICO 3 – ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR E DO SISTEMA
RESPIRATÓRIO E MUSCULATURA ACESSÓRIA DO TÓRAX
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
PLANEJAMENTO FÍSICO DO 
CENTRO CIRÚRGICO
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO 
O Centro Cirúrgico (CC) é uma unidade hospitalar na qual são executados 
procedimentos anestésico-cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos, tanto em caráter 
eletivo	quanto	emergencial.	Esse	ambiente,	marcadamente,	de	 intervenções	 invasivas	e	
de	 recursos	materiais	 com	 altas	 precisão	 e	 eficácia,	 requer	 profissionais	 habilitados	
para contemplar diferentes necessidades do usuário diante da elevada densidade 
tecnológica	 e	 da	 variedade	 de	 situações	 que	 conferem	 uma	 dinâmica	 peculiar	 de	
assistência à saúde (BRUNNER; SUDDARTH, 2020).
A organização e a funcionalidade de um CC dependem de um bom planejamento 
físico	 e	 dos	 projetos	 complementares,	 como	 elétrico,	 hidráulico,	 sanitário,	 fluido/
mecânico,	 climatização,	 incêndio	 e	 luminotécnico.	 Para	 Nunes	 (2003),	 é	 necessário	
que os materiais de construção sejam de boa qualidade para suportar a higienização 
e o desgaste do tempo, visto que, qualquer forma, em um centro cirúrgico, demanda 
tempo, o que ocasiona, diretamente, a suspenção de cirurgias.
De acordo com a legislação brasileira, a distribuição da capacidade do CC é 
baseada na quantidade de leitos que o hospital disponibiliza, assim, é feito um cálculo 
proporcional de leitos cirúrgicos e da sala de operação. Determina-se que é preciso uma 
sala de operação a cada 50 leitos não especializados, ou 15 leitos cirúrgicos. 
 
Para o dimensionamento ideal, deve-se levar em consideração alguns 
aspectos, como: horário de funcionamento do CC, especialidade cirúrgica (cardiologia, 
neurocirurgia, ortopedia etc.), duração média da cirurgia, número de cirurgias por dia, 
hospital-escola, e quantidades de artigos médicos e instrumentais cirúrgicos disponíveis 
(BRUNNER; SUDDARTH, 2020).
Acadêmico,	no	Tópico	 1,	 abordaremos	as	considerações	gerais	de	um	centro	
cirúrgico;	 as	 áreas	 críticas,	 semicríticas	 e	 não	 críticas;	 as	 classificações	 das	 áreas	
e	 do	 fluxo	 da	 unidade	 de	 centro	 cirúrgico;	 a	 técnica	 de	 degermação	 das	 mãos;	 a	
paramentação; a técnica de uso de luvas estéreis; e a limpeza e a conservação de 
materiais cirúrgicos e embalagens.
4
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O CENTRO CIRÚRGICO
O Centro Cirúrgico (CC) é o local destinado à realização de procedimentos 
anestésicos	cirúrgicos	e	recuperações	pós-anestésica	e	operatória	imediatas.	Tem,	como	
objetivo primordial, a assistência, de forma integral, a pacientes que são submetidos a 
procedimentos cirúrgicos (ROSA, 2009; POSSARI, 2004). 
Para Marques (2005), a história da cirurgia, ainda, não é bem compreendida, 
pois existem lacunas que não foram preenchidas. O que se sabe é que, originalmente, 
era empírica, e quem a praticava eram os indivíduos que se compadeciam dos doentes. 
Entretanto, hoje, envolve a interdisciplinaridade, o que auxilia a construção de novos 
saberes e o sucesso da cirurgia. 
Na	antiguidade,	os	primeiros	CC	tinham,	como	finalidade,	apenas,	a	facilitação	
do trabalho da equipe médica. Somente, na modernidade, começou-se a utilização de 
salas cirúrgicas e das demais áreas do CC (BRUNNER; SUDDARTH, 2020).
Além da atividade cirúrgica, o CC, também, tem, como responsabilidades, o 
processamento e a esterilização dos materiais que são utilizados em um ato cirúrgico. 
Coutinho	e	Lopes	(2014)	afirmam	que	a	criação	da	Central	de	Material	e	Esterilização	
(CME) surgiu devido ao desenvolvimento de técnicas cirúrgicas e de materiais utilizados 
em atos. Assim, a CME é um local destinado ao preparo, esterilização, armazenamento 
e distribuição dos materiais para abastecer o CC.
2.1 ÁREAS CRÍTICAS, SEMICRÍTICAS E NÃO CRÍTICAS NO 
CENTRO CIRÚRGICO
O CC é uma unidade que tem grande destaque dentro do contexto hospitalar, 
devido	às	finalidades	e	à	complexidade	da	assistência	prestada	ao	paciente	(BRUNNER;	
SUDDARTH, 2020). Ele possui características e elementos especializados, o que determina 
a funcionalidade dele, para isso, éuma das unidades hospitalares com o maior número 
de	 regras	 e	 restrições,	 como	 local	 de	 circulação	 e	 postura	 dos	 profissionais.	 Sabe-se	
que	o	não	cumprimento	das	regras	e	das	restrições	pode	levar	à	 incidência	de	erros	e	
danos	severos	para	os	pacientes,	ou,	até	mesmo,	para	o	profissional	que	está	exercendo	
a atividade em questão (COUTINHO; LOPES, 2014).
A literatura aponta que o CC é o local hospitalar mais asséptico possível, para isso, 
a	utilização	das	regras	e	das	restrições	é	necessária	para	se	evitarem	contaminações	
e danos aos pacientes. As atividades referentes ao CC vão além do ato cirúrgico em si, 
envolvem procedimentos diagnósticos; estéticos; cirúrgicos, como tratamento primário 
ou paliativo; e qualquer procedimento que necessite de um ambiente estéril (BRUNNER; 
SUDDARTH, 2020).
5
Os setores do CC abarcam um conjunto de áreas que são interdependentes, 
que	 seguem	a	 legislação	vigente.	Os	profissionais	que	atuam	nessa	área	 têm,	 como	
responsabilidades, o acompanhamento, o tratamento, o estabelecimento da recuperação 
do paciente após um procedimento anestésico cirúrgico, com a avaliação da condição 
física	e	dos	reflexos	neurológicos	e	motores	dele	(COUTINHO;	LOPES,	2014).
Por	ser	um	ambiente	no	qual	existe	um	maior	risco	de	transmissão	de	infecções,	
devido	aos	tipos	de	procedimentos	 realizados,	 o	CC	é	dividido	em	áreas	específicas,	
sendo uma área isolada da circulação geral, que deve possuir acesso de forma facilitada e 
rápida a setores, como emergências e unidade de terapia intensiva. É preciso a utilização 
de técnicas assépticas, com o objetivo de controlar o ambiente e, consequentemente, 
diminuir	o	risco	de	contaminações	(ARRUDA,	2020;	BRUNNER;	SUDDARTH,	2020).
A associação internacional de enfermeiros perioperatória recomenda que o CC 
seja dividido em três áreas: área irrestrita ou não restrita; que diz respeito à área de 
circulação geral; semirrestrita, que necessita da utilização de uma roupa privativa; e 
restrita, que se refere à sala cirúrgica, que é um ambiente estéril.
Figura 1 – Profissional paramentado
Fonte: http://twixar.me/QtMm. Acesso em: 24 abr. 2021.
A utilização de roupas privativas, no CC, é uma ferramenta importante, tendo 
em	vista	que	diminui	as	formas	de	contaminação	do	ambiente	e	possíveis	 infecções	das	
cirurgias. 
6
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS E DO FLUXO DA UNIDADE 
DE CENTRO CIRÚRGICO
A forma organizacional do CC é considerada um sistema complexo, que 
reconhece a interação entre as pessoas e a tecnologia. Ela é composta por metas e 
valores,	que	abordam	desde	a	filosofia	da	instituição	até	a	parte	estrutural,	como	divisão	
de	 tarefas,	 hierarquias,	 fluxogramas,	 normas	 e	 rotinas,	 assim	 como	 regulamentos	
e	 regimentos.	 A	 parte	 psicossocial	 está,	 diretamente,	 relacionada	 às	 interações,	
aspirações,	expectativas	e	opiniões	(ARRUDA, 2020).
Afirma-se	que,	 para	que	o	CC	 funcione	de	 forma	correta	 e	 consiga	 alcançar	
metas,	 é	de	 suma	 importância	que	haja	uma	 integração	entre	a	unidade	e	 todos	os	
serviços que dão suporte, como laboratórios, radiologia, banco de sangue, farmácia, 
transporte, fornecedores, manutenção etc. 
Vale ressaltar que o CC corresponde à área do ambiente cirúrgico 
na qual um ato cirúrgico é, efetivamente, realizado, e o planejamento 
físico da unidade deve ser feito por toda a equipe: arquitetos, 
engenheiros, enfermeiros, médicos e administradores.
ATENÇÃO
Os	conceitos	e	as	definições	referentes	às	normas	e	às	instalações	em	unidades	
de	saúde	estão	definidos	na	portaria	do	Ministério	da	Saúde	n.	30/1977,	que	afirma	que	
o CC é um conjunto de elementos que são destinados para procedimentos cirúrgicos 
e	para	a	recuperação	anestésica.	Já	a	portaria	n.	400/1983,	revogada	pela	portaria	n.	
1884/1994,	e	que,	posteriormente,	foi	substituída	pela	Resolução	de	Diretoria	Colegiada	
(RDC)	n.	50/2002,	amplia	os	conceitos	de	CC	ao	trazer,	além	do	procedimento	cirúrgico	
e da recuperação anestésica, o pós-operatório imediato (ALMEIDA, 2020). 
O CC tem dependências para funcionar de maneira interligada, ao permitir que 
os procedimentos sejam realizados de forma segura e asséptica. As dependências são: 
corredores internos, depósito de materiais, vestiários, área para escovação, depósito de 
equipamentos, laboratório para anatomia e radiologia, recepção, copa e salas de espera 
e de apoio (BRUNNER; SUDDARTH, 2020).
Coutinho	e	Lopes	(2014)	afirmam	que	o	fluxo	ordenado	e	adequado,	no	CC,	auxilia	
na	contenção	e	na	diminuição	de	 riscos	de	contaminação.	Arruda	 (2020)	afirma	que	
áreas,	como	pisos,	paredes	e	superfícies	fixas,	não	apresentam	riscos	significativos	para	
a	transmissão	de	infecções,	mas,	se,	após	a	limpeza,	essas	áreas	permanecem	úmidas,	
frias, ou, até mesmo, molhadas, podem facilitar a proliferação de microrganismos. 
7
A	 RDC	 n.	 307	 contém	 algumas	 recomendações	 referentes	 aos	 espaços	
físicos	 das	 salas	 cirúrgicas.	As	 recomendações	 quanto	 aos	 tamanhos	 das	 salas	 são	
classificadas,	como:	pequenas	(20	m2), médias (25 m2) e grandes (36 m2). Os pisos e 
os tetos revestidos de material liso; as paredes com os cantos arredondados; as portas 
com visor de vidro ou de plástico; os corredores com largura mínima de 2 m; os ralos 
proibidos em ambientes nos quais os pacientes são operados; e lavabos cirúrgicos com 
torneiras com comando para o fechamento da água. Já os acabamentos dos pisos, teto e 
paredes devem ser resistentes às lavagens (ARRUDA, 2020). 
Figura 2 – Sala operatória
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sala_operatoria.JPG. Acesso em: 24 abr. 2021. 
O cuidado, ao escolher os materiais utilizados no CC, deve ser a proporcionar 
uma superfície monolítica, ou seja, com um menor número possível de rachaduras ou 
frestas, o que nos lembra de que materiais, como PVC, poliuretano e tintas à base de 
epóxi, podem ser utilizados, desde que sejam resistentes a lavagens. Vejamos a seguir 
uma lista:
• Piso: deve ser de uma cor que facilite a limpeza; de material resistente ao calor, ao 
impacto,	à	umidade	e	a	soluções	corrosivas;	não	poroso;	e	sem	rejuntes	absorvíveis.	
Não pode ultrapassar 4% de absorção, por exemplo, cimento sem qualquer aditivo 
antiabsorvente. Deve ter uma boa condutibilidade elétrica (eletricidade estática – 
aterramento)	e	não	refletir	luz.
• Rodapé: a junção entre piso, parede e rodapé deve permitir a total limpeza do canto 
formado (arredondamento acentuado e de difícil execução, e, nem sempre, facilita a 
limpeza). Deve estar alinhado de modo a não ter ressaltos entre o rodapé e a parede, a 
fim	de	evitar,	assim,	o	acúmulo	de	sujeira	em	um	local	de	difícil	limpeza.
• Paredes: devem ser lisas, planas e sem saliências; de material durável e lavável; 
resistentes à umidade e a produtos desinfetantes, com uma cor que diminua a 
reverberação luminosa.
• Tubulação: não pode ser aparente; embutida é o correto.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sala_operatoria.JPG
8
• Forro: proibido forro falso removível; deve ser lavável, acústico (para diminuir ruídos), 
contínuo	e	com	placas	fixas.
• Portas, janelas e iluminação: material lavável, durável e de boa qualidade, resistente 
e não poroso.
• Portas: preferencialmente, de correr, ou do tipo vaivém, com visor, sem maçanetas, 
ou com maçanetas do tipo alavanca ou similares.
• Janelas e iluminação: janelas lacradas, com sistema de persiana embutido entre 
vidros	 ou	 similares.	 Iluminação	 por	meio	 de	 lâmpadas	 fluorescentes	 e	 foco	 cirúrgico	
(nas salas de operação). Salas de apoio podem contar com uma iluminação externa, 
através de janelas (lacradas).
3 TÉCNICA DE DEGERMAÇÃO DAS MÃOS, 
PARAMENTAÇÃO, TÉCNICA DE USO DE LUVAS ESTÉREIS, 
LIMPEZA E CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS CIRÚRGICOS E 
EMBALAGENS
O ambiente cirúrgico possui uma aparência rude e de temperatura fria. Nesse 
local,	os	profissionais	utilizam	a	paramentação	setorial	(uniforme	privativo),	de	maneira	
que	 possam	 circular	 dentro	 dessa	 área.	 Esses	 profissionais,	 pela	 atuaçãocirúrgica	
em	um	campo	operatório,	devem	adotar	medidas	de	precauções,	com	a	utilização	da	
paramentação	cirúrgica,	 a	fim	de	seguir	 todas	as	 técnicas	assépticas	e	evitar,	 dessa	
forma, a contaminação de todo o material estéril (BRUNNER; SUDDARTH, 2020).
No centro cirúrgico, a paramentação é dividida em setorial e cirúrgica. A 
setorial	consiste	em	roupas	padronizadas	para	os	profissionais	do	setor,	o	que	pode	se	
caracterizar como fardamento. As vestimentas são conhecidas como jaleco (camisa e 
calça), geralmente, confeccionado de tecido de algodão ou de brim, com uso privativo 
no	centro	cirúrgico.	Os	macacões	podem	ser	utilizados	também,	conforme	estabelecido	
pelo setor (COUTINHO; LOPES, 2014).
À paramentação setorial, são acrescidos máscara; gorro, ou touca; e propés 
(revestimento de sapatos descartável). Esse último possui caráter opcional, e, em alguns 
serviços, a opção é por sapatos fechados de borracha, com uso exclusivo para centro 
cirúrgico (ARRUDA, 2020).
Considera-se paramentação cirúrgica a etapa executada pelos componentes 
da equipe operatória, com a utilização das técnicas assépticas na degermação (escovação), 
na secagem das mãos com compressa (estéril), no vestir o capote, no calçar as luvas 
(cirúrgicas)	e	no	descalçar	as	luvas	ao	fim	(BRUNNER;	SUDDARTH,	2020).
9
Independentemente da paramentação setorial ou cirúrgica torna-se necessário 
a troca da vestimenta por parte da equipe de saúde que atua no CC, pelas roupas 
padronizadas utilizadas nesse setor. Dessa forma, as barreiras contra a invasão de 
micro-organismos nos locais cirúrgicos estarão asseguradas bem como a proteção dos 
profissionais	contra	a	exposição	de	sangue,	fluídos	ou	tecidos	orgânicos	presentes	nos	
procedimentos cirúrgicos (ARRUDA, 2020).
3.1 TÉCNICA DE DEGERMAÇÃO DAS MÃOS
A degermação é considerada a primeira técnica utilizada pela equipe cirúrgica 
que	estará	em	contato	direto	com	o	ato	operatório.	Ela	tem	a	finalidade	de	remover	o	
maior número possível de micro-organismos transitórios patogênicos ou não da pele, 
sendo	o	principal	fator	a	redução	da	flora	bacteriana	da	pele	(ARRUDA,	2020).
Do	ponto	de	vista	da	flora	bacteriana,	a	mão	é	a	área	mais	nobre	durante	o	ato	
cirúrgico,	nela	é	encontrada	dois	tipos	de	flora	bacteriana:	a	flora	bacteriana	transitória	
e	flora	bacteriana	residente.	A	primeira	é	constituída	por	micro-organismos	localizados	
nas	unhas,	região	subungueal,	dobras	da	pele,	espaço	interdigitais.	Essa	flora	é	de	fácil	
remoção e são geralmente patogênicas. A remoção ocorre com a lavagem básica das 
mãos (BRUNNER; SUDDARTH, 2020).
Já	na	flora	bacteriana	residente,	os	microrganismos	encontram-se	alojados	nas	
regiões	mais	profundas	da	pele,	glândulas	sebáceas	e	folículos	pilosos.	Elas	são	difíceis	
de serem removidas e, geralmente, formada por microrganismos não patogênicos. A 
remoção	de	parte	desse	tipo	de	flora	ocorre	com	a	utilização	de	antisséptico	associado	
ao uso de escova (COUTINHO; LOPES, 2014).
Tanto	 a	 flora	 bacteriana	 transitória	 quanto	 a	 residente	 são	 submetidas	 ao	
processo de degermação (escovação). O processo consiste na utilização de uma escova 
dupla face, a qual de um lado encontram-se as cerdas e do lado oposto as esponjas. 
As escovas poderão vir em embalagem contendo o produto químico antisséptico, que 
deverá entrar em contato com as mãos, antebraços e cotovelos para a realização da 
fricção durante a degermação. Na concepção dos autores a degermação é a primeira 
etapa da paramentação cirúrgica, seguida da secagem, do vestir capote e de calçar 
luvas	e	ao	final	do	procedimento	cirúrgico	descalçar	as	luvas.	Vejamos	o	seguinte	passo	
a passo da técnica de degermação:
• abrir a torneira e realizar uma lavagem básica das mãos, antebraços e cotovelos com 
antisséptico degermante adotado pelo serviço de centro cirúrgico;
• abrir, cuidadosamente, a embalagem do pacote de escovas e retirar uma escova, 
atentar para não tocar com a escova na torneira, sensores, paredes do lavabo ou 
similares, deve-se segurar a escova em uma das extremidades; 
• molhar as cerdas com antisséptico, caso a escova não venha com o produto químico; 
10
• elencar uma das mãos e iniciar a degermação (escovação) pelas pontas dos dedos 
(unhas juntas) no sentido de vai e vem, admite-se escovar primeiramente a mão de 
maior domínio; 
• sequenciar a degermação espalmando a mão escolhida, colocando-a o mais vertical 
possível na altura do seu queixo; iniciar a escovação pela face ventral da mão, pelo 
dedo mínimo e em cada espaço interdigitais, sequenciando os demais dedos; 
• degermar a face dorsal da mão seguindo a mesma sequência estabelecida para a 
degermação da face ventral da mão, citada anteriormente; 
• friccionar a esponja da escova em todo o antebraço porção anteroposterior e de forma 
circular ou helicoidal, considerando no processo as dobras ungueais do cotovelo 
(pregas do cotovelo); 
• passar a escova para a outra mão e realizar o procedimento da mesma forma utilizada 
no primeiro membro; 
• desprezar a escova dentro do lavabo, na mesma altura que ocorreu a degermação, 
permanecendo com as mãos erguidas ao nível da cintura, para evitar respingos nas 
áreas degermadas; 
• proceder ao enxágue de cada membro, iniciando pelas mãos, depois o antebraço e 
cotovelos, as mãos deverão estar em forma de concha; 
• fechar a torneira do lavabo com o cotovelo, em caso de sensores utilizá-los, sem tocar 
as	mãos	nesse	equipamento,	por	fim,	aplicar	por	mais	uma	vez,	de	forma	opcional,	a	
solução degermante nas mãos, antebraços e cotovelos, pois os poros foram dilatados 
e a solução química (antisséptico) atuará nesse local; 
• manter os antebraços afastados dos braços e as mãos fechadas, distanciar esses 
membros da paramentação setorial (farda do centro cirúrgico), pois essa encontra-
se contaminada, os cotovelos deverão permanecer ao nível da cintura após a 
degermação; 
• entrar de costas na sala de cirurgia para evitar contaminação, caso ocorra algum tipo 
de	contato	acidental	com	qualquer	profissional	que	encontrar-se	saindo	da	sala.
Antes de proceder com a técnica de degermação, o componente da equipe 
cirúrgica deve ter alguns cuidados, como: remover joias; manter unhas curtas; limpas 
e sem esmalte, e a máscara no rosto devidamente posicionada. Iniciar com a lavagem 
básica das mãos para só depois iniciar a degermação em um lavabo de aço inoxidável 
(BRUNNER; SUDDARTH, 2020).
Após a chegada do componente cirúrgico na sala de cirurgia, (já degermado), 
este se encaminha para efetuar a secagem por meio de compressa posicionada 
dentro do capote existente na mesa de campos cirúrgicos, luvas cirúrgicas e capotes 
(COUTINHO; LOPES, 2014).
11
Figura 3 – Passo a passo da antissepsia pré-operatória das mãos
Fonte: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/cartaz_sepsia.pdf. Acesso em: 24 abr. 2021. 
Os capotes devem estar acondicionados em pacotes estéreis e dispostos em 
mesa	específica	dentro	da	sala	de	cirurgia	para	que	o	cirurgião	e	sua	equipe	possam	
se paramentar. Devem ser disponibilizados em vários tamanhos, de acordo com os 
manequins	dos	usuários,	devem	começar	na	área	final	do	pescoço,	cobrir	completamente	
o tronco, membros superiores até o punho e membros inferiores até abaixo dos joelhos 
com livre movimentação (COUTINHO; LOPES, 2014).
Os punhos do capote devem ser de tecido elástico, com o objetivo de comprimir 
suavemente	 toda	 a	 circunferência	 do	punho	do	profissional	 e	 ainda	 conter	 pequena	
argola	de	tecido	de	forma	que	o	polegar	fique	retido	no	capote,	inviabilizando	a	subida	
da manga e exposição do antebraço, esse artifício evita a contaminação dos braços, se 
desnudos (BRUNNER; SUDDARTH, 2020).
Existem ainda capotes descartáveis, porém o uso ainda não é indicado para 
procedimentos cirúrgicos prolongados em consequência da porosidade do tecido. 
Tecidos	de	brim	ou	algodão	são	os	preferidos,	pois	dificultam	a	passagem	de	sangue,	
secreções	 e/ou	 fluidos.	 Esses	 tecidos	 são	 mais	 quentes	 e	 causam	 desconfortona	
equipe cirúrgica.
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/cartaz_sepsia.pdf
12
3.1.1 Técnica de uso de luvas estéreis
Para calçar as luvas cirúrgicas, deve-se respeitar a técnica correta, evitando 
dessa forma a contaminação durante o procedimento. As luvas promovem uma barreira 
para a contaminação e devem ser calçadas logo após vestir o capote. Vejamos o seguinte 
passo a passo da técnica para calçar luvas:
• abrir o envelope sempre na mesa dos capotes e campos, excluir a possibilidade de 
calçar as luvas na mesa do instrumentador; 
• posicionar o envelope das luvas com os punhos voltados para o componente cirúrgico 
que está se calçando; 
• manter a posição das mãos de forma a anatômica, ou seja, os polegares deverão se 
posicionar para fora, e as mãos deverão se encontrar espalmadas; 
• abrir o envelope pegando nas extremidades que se encontram dobradas, sem tocar 
na porção externa do envelope, objetivando evitar a contaminação; 
• retirar uma das luvas do envelope com a mão contrária a que irá calçar, deve- se 
segurar a luva pelo punho dobrado na margem de segurança; 
• inserir a mão a ser calçada em posição anatômica (polegar para fora), inserindo os 
dedos nos espaços correspondentes, após os dedos se posicionarem, soltar as luvas e 
deixar o punho dobrado;
• calçar a luva da mão oposta, com auxílio da mão enluvada, pegando por dentro do 
punho dobrado da luva a ser calçada, tocando-a apenas pelo lado de dentro do punho 
e mantendo a dobra do punho da luva a ser calçada; 
• retirar a luva do envelope, colocando a mão a ser calçada, devendo inserir os dedos 
nos espaços correspondentes, observar para não tocar a mão enluvada na mão 
desnuda; 
• calçar a luva com auxílio da mão esquerda, puxando até cobrir o punho da manga do 
capote, cobrir o punho da mão oposta da mesma forma, o punho do capote deverá 
se manter coberto com a luva durante todo o procedimento cirúrgico; 
• manter as mãos enluvadas para o alto, cotovelos acima do nível da cintura, 
com os dedos entrelaçados até o início da cirurgia ou naqueles momentos que o 
instrumentador estiver em parada da entrega dos instrumentos.
A retirada das luvas acontece após o término da cirurgia ou se é contaminada 
durante o ato cirúrgico, requerendo, nesse caso, a substituição.
Passo a passo da técnica para descalçar as luvas: retirar a primeira 
luva com a mão dominante pegando a face externa da luva da 
mão oposta; Retirar a luva da outra mão, com a mão dominante 
já desenluvada, pegando pela porção interna sem, contudo, tocar 
a mão desenluvada na área externa da luva, deslocar puxando a 
luva pela porção externa; Retirar a segunda luva colocando a mão 
desenluvada por dentro (na porção interna).
NOTA
13
3.2 LIMPEZA E CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS CIRÚRGICOS 
E EMBALAGENS
Sendo a primeira etapa nos processos de desinfecção e esterilização, o 
processo de limpeza é crucial, pois reduz consideravelmente a carga microbiana de 
artigos, equipamentos, superfícies etc. Dependendo do material, é nesta etapa que são 
extraídos	os	contaminantes	orgânicos	como	fluídos	biológicos	(sangue	e	endotoxinas)	
e	resíduos	inorgânicos.
A limpeza e a esterilização do material cirúrgico devem ser realizadas antes 
de qualquer procedimento cirúrgico, inclusive, os instrumentais novos seguem o 
mesmo padrão de limpeza e esterilização. Os instrumentais cirúrgicos devem ser 
utilizados	apenas	para	seu	fim,	pois	a	utilização	dos	instrumentais	para	outros	fins	pode	
causar	diminuição	da	vida	útil	do	instrumento,	como	também	fraturas	e	deformações	
(BRUNNER; SUDDARTH, 2020).
Coutinho e Lopes (2014) explicam que é necessário que após a cirurgia remover 
toda sujidade, resíduos de sangue, secreção, tecido ou ossos, não se pode deixar os 
instrumentais secar sobre a superfície. Para os instrumentos que são compostos de várias 
peças é importante que sejam feitos os desmontes, retirando toda a sujidade, sempre 
utilizando	produtos	adequados	e	seguindo	as	orientações	do	fabricante.	Na	manipulação	
para limpeza e esterilização dos instrumentais cirúrgicos é preciso utilizar os equipamentos 
de	proteção	individual	para	evitar	acidentes	e	contaminação	do	profissional.	
Dentre outras coisas, a padronização dos procedimentos de limpeza e a desinfecção 
dos	instrumentos	visam	garantir	maior	durabilidade.	Em	consonância	com	esse	objetivo,	
são	 desenvolvidas	 orientações	 sobre	 cuidados	 e	 procedimentos	 para	 os	 profissionais	
envolvidos no reprocessamento e uso de instrumentos cirúrgicos (ARRUDA, 2020).
É necessário a implantação de um programa de educação 
permanente em saúde para assegurar o correto manuseio dos 
artigos. O principal intuito é a segurança do paciente, abrangendo 
todos os profissionais que atuam na área e buscando mudanças 
no fluxo de trabalho por meio do reconhecimento, participação, 
compartilhamento e aplicação do conhecimento científico na 
prática profissional, como fator essencial no reconhecimento e 
valorização dos profissionais e no combate à infecção.
IMPORTANTE
14
A limpeza consiste em mergulhar em uma solução detergente em água quente 
imediatamente após o instrumento não estar mais em uso. O limpador deve ser usado 
na	concentração	e	tempo	especificados	pelo	fabricante.	A	temperatura	da	água	deve	ser	
mantida entre 35°C e 45°C, pois acima desta temperatura as enzimas dos detergentes 
podem não funcionar de forma adequada. O processo tem como principal objetivo a 
remoção	dos	resíduos	orgânico	ou	químicos	que	ficam	nos	instrumentais	(BRUNNER;	
SUDDARTH, 2020).
Arruda	(2020)	afirma,	que	apesar	do	método	de	 limpeza	utilizado,	ele	precisa	
ser	iniciado	o	mais	rápido	possível,	pois	o	passar	do	tempo	pode	dificultar	a	remoção	da	
sujidade que se encontra no instrumental. 
Em seguida, a limpeza completa dos instrumentos, seja por lavagem manual, 
seja por ultrassônica, deve-se realizar uma lavagem para remover completamente 
qualquer resíduo de espuma. Para uma melhor limpeza dos referidos instrumentos, 
estes devem ser abertos e fechados várias vezes durante esse processo. Recomenda-
se usar água DDD a uma temperatura de 40ºC a 60ºC para facilitar a secagem. Com a 
finalização	do	enxágue	dos	instrumentais,	estes	devem	ser	totalmente	secos	com	um	
tecido macio, absorvente e de algodão, ou um jato de ar comprimido, evitando assim 
que os instrumentais sequem naturalmente (COUTINHO; LOPES, 2014).
Ao	finalizar	a	limpeza	de	todo	o	material,	é	necessário	fazer	uma	avaliação	de	
cada	 peça,	 avaliando	 presença	 de	 sujidade,	materiais	 danificados,	 com	vestígios	 de	
corrosão. Esses materiais, que apresentarem algum dos pontos mencionados, precisam 
retornar para o processo de limpeza novamente, ou para conserto ou assistência técnica 
recomendada	pelo	fabricante.	Quando	os	materiais	ainda	têm	condições	ideais	de	uso	
são submetidos a um processo de revitalização. 
No	 processo	 de	 revitalização	 e	 lubrificação	 é	 utilizado	 um	 produto	 neutro,	
solúvel em água, que atua formando uma película protetora na superfície dos metais, 
que evita danos e evita o aparecimento de pontos de oxidação sobre eles. Deve ser 
atóxico e permeável ao vapor, portanto não há necessidade de removê-lo antes do 
processo	de	 esterilização.	O	uso	de	vaselina	não	é	 recomendado,	 pois	 cria	 uma	fina	
camada na superfície do metal, na qual os esporos podem resistir à esterilização. Após o 
processo de renovação, os instrumentos são enviados para embalagem e esterilização 
(BRUNNER; SUDDATH, 2020).
15
Neste tópico, você aprendeu:
• O Centro Cirúrgico (CC) é uma unidade hospitalar onde são executados procedimentos 
anestésico-cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos, tanto em caráter eletivo quanto 
emergencial.
•	 De	acordo	com	as	 recomendações	da	Association	of	Operative	Registered	Nurses	
(AORN), é importante que existam três áreas devidamente designadas dentro do 
centro cirúrgico: área irrestrita ou não restrita, área semirrestrita e área restrita.
• Sistema organizacional do Centro Cirúrgico com base em uma concepçãosistêmica 
pode ser considerado um sistema sociotécnico-estruturado, composto por cinco 
subsistemas: metas e valores, tecnológico, estrutural, psicossocial e administrativo.
•	 A	Portaria	Ministerial	n.	30,	de	1977,	aprova	conceitos	e	definições	referentes	a	normas	
de	instalações	em	unidades	de	saúde	e	afirma	que	a	unidade	de	centro	cirúrgico	e	
um conjunto de elementos que se destinam a atividades cirúrgicas e de recuperação 
anestésica.
•	 O	fluxo	de	circulação	adequado	ajuda	a	conter	e	diminuir	os	riscos	de	contaminação,	
que podem ser ocasionados por materiais já utilizados, dejetos de pacientes, 
instrumentais	 cirúrgicos	 (tanto	 os	 sujos	 quanto	 os	 limpos),	 trânsito	 de	 pessoas	
devidamente paramentadas etc.
• No centro cirúrgico, a paramentação é dividida em: paramentação setorial e 
paramentação cirúrgica.
• A degermação é considerada a primeira técnica utilizada pela equipe cirúrgica que 
estará	em	contato	direto	com	o	ato	operatório,	ela	tem	por	finalidade	remover	o	maior	
número possível de micro-organismos transitórios patogênicos ou não da pele, tendo 
como	principal	fator	a	redução	da	flora	bacteriana	da	pele.
• Sendo a primeira etapa nos processos de desinfecção e esterilização, o processo 
de limpeza é crucial, pois reduz consideravelmente a carga microbiana de artigos, 
equipamentos, superfícies etc.; dependendo do material, é nesta etapa que são 
extraídos	os	contaminantes	orgânicos	como	fluídos	biológicos	(sangue	e	endotoxinas)	
e	resíduos	inorgânicos.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
1 O Centro Cirúrgico (C.C.) pode ser considerado uma das unidades mais complexas 
do hospital pela sua especialidade, presença constante de estresse e a possibilidade 
de risco à saúde aos quais os pacientes estão sujeitos ao serem submetidos à 
intervenção cirúrgica e à recuperação anestésica. É considerado local de grande 
necessidade de organização complexa devido às suas características e assistência 
especializadas.	Portanto,	o	CC	é	constituído	de	um	conjunto	de	áreas	e	instalações	
que	permite	efetuar	a	cirurgia	nas	melhores	condições	de	segurança	para	o	paciente	
e	de	conforto	para	equipe	que	o	assiste.	Entre	as	finalidades	do	CC,	podemos	citar:
a) ( ) Realizar procedimentos cirúrgicos e devolver os pacientes as suas unidades de 
origem	nas	melhores	 condições	possíveis	de	 integridade;	 servir	 de	 campo	de	
estágio para formação, treinamento e desenvolvimento de recursos humanos; 
servir de local para desenvolver programas e projetos de pesquisa voltados 
para	 o	 desenvolvimento	 científico	 e,	 especialmente,	 para	 o	 aprimoramento	
de novas técnicas cirúrgicas e assépticas; realizar procedimentos a pacientes 
não cirúrgicos que necessitam utilizar suas dependências em função de sua 
aparelhagem.
b) ( ) Realizar procedimentos cirúrgicos e devolver os pacientes as suas unidades de 
origem	 nas	melhores	 condições	 possíveis	 de	 integridade;	 prestar	 assistência	
integral ao paciente desde a sua internação até a alta, prestando cuidados clínicos 
e acompanhamento de doenças crônicas no ambulatório; realizar procedimentos 
a pacientes não cirúrgicos que necessitam utilizar suas dependências em função 
de sua aparelhagem.
c) ( ) Realizar procedimentos cirúrgicos e devolver os pacientes as suas unidades de 
origem	 nas	melhores	 condições	 possíveis	 de	 integridade;	 prestar	 assistência	
integral ao paciente desde a sua internação até a alta, prestando cuidados 
clínicos e acompanhamento de doenças crônicas no ambulatório; desenvolver 
programas e projetos de pesquisa.
d)	 (			)	 origem	nas	melhores	condições	possíveis	de	integridade;	prestar	a	assistência	
de enfermagem ambulatorial.
2	 Considerando	 as	 recomendações	 para	 a	 área	 física	 de	 uma	 unidade	 de	 Centro	
Cirúrgico	-	CC,	analise	as	afirmativas	a	seguir:
I- No CC deve haver áreas restritas com limites na circulação de pessoal e uso de 
uniformes privativos completos.
II- Não existem áreas não-restritas, com circulação livre de pessoal em uma unidade de 
CC.
III- São exemplos de áreas semi restritas: o expurgo, secretaria, copa entre outras.
AUTOATIVIDADE
17
IV- A sala cirúrgica de grande porte é geralmente destinada às cirurgias cardíacas, 
ortopédicas e neurológicas.
V- As paredes de um centro cirúrgico devem ser laváveis, de cor clara, com cantos 
arredondados.
Estão	CORRETAS	as	afirmativas:
a) ( ) I, II, III e V, apenas.
b) ( ) I, II e IV, apenas.
c) ( ) I, II e III, apenas.
d) ( ) I, III, IV e V, apenas.
3 A antissepsia cirúrgica das mãos é um procedimento realizado no ambiente cirúrgico 
a	fim	de	evitar	Infecção	do	Sítio	Cirúrgico	(ISC),	eliminando	a	microbiota	transitória	e	
reduzindo	a	microbiota	residente	das	mãos	e	braços	dos	profissionais	que	participam	
da	 cirurgia.	 De	 acordo	 com	 as	 recomendações	 da	 ANVISA,	 assinale	 a	 alternativa	
CORRETA sobre a técnica de antissepsia cirúrgica das mãos:
a) ( ) Deve ser realizada, exclusivamente, com o antisséptico degermante de 
Clorexidina 2%.
b) ( ) A técnica de antissepsia cirúrgica envolve dedos, palma e dorso das mãos, 
unhas, punhos, antebraços, cotovelos, braços e ombros
c) ( ) O tempo do procedimento deve ser de três a cinco minutos para a primeira 
cirurgia do dia, e de dois a três minutos para as cirurgias subsequentes, se 
realizadas dentro de uma hora após a primeira fricção.
d) ( ) O enxágue deve ocorrer no sentido proximal-distal, iniciando nos braços e 
finalizando	nas	mãos.
4 A antissepsia cirúrgica das mãos é um procedimento realizado no ambiente cirúrgico 
a	fim	de	evitar	 Infecção	do	Sítio	Cirúrgico	(ISC),	eliminando	a	microbiota	transitória	
e	 reduzindo	a	microbiota	residente	das	mãos	e	braços	dos	profissionais	que	participam	
da	 cirurgia.	De	 acordo	 com	as	 recomendações	da	ANVISA,	 descreva	 a	 técnica	de	
antissepsia cirúrgica das mãos.
5 Considerando a circulação de pessoal e equipamentos, com vistas a prevenir a 
infecção	e	propiciar	conforto	e	segurança	ao	paciente	e	equipe	cirúrgica,	classifica-
se	 a	 unidade	 de	 centro	 cirúrgico	 em	 relação	 à	 estrutura	 física	 e	 dinâmica	 de	
funcionamento da unidade em áreas. Quais são as áreas?
18
19
PREPARO E FUNÇÃO DO 
INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO 
É	importante	que	o	cirurgião	conheça	de	forma	integral	a	anatomia	e	a	fisiologia	
da região que será realizada o procedimento cirúrgico, assim como todas as manobras, 
instrumentais que serão utilizados, e as possíveis intercorrências. Para o sucesso da 
cirurgia é necessário fazer manobras manuais ou instrumentais, denominadas técnicas 
cirúrgicas, além de envolver os cuidados com a esterilização do material, a harmonia da 
equipe cirúrgica e a prevenção de infecção do sítio cirúrgico (MARQUES, 2005).
As técnicas cirúrgicas são divididas em duas partes: fundamentais e especiais. 
As fundamentais também podem ser chamadas de básicas ou gerais, envolvem o estudo 
físico do ambiente cirúrgico, cuidados contra a infecção hospitalar, os instrumentos e 
seu manuseio, manobras cirúrgicas básicas. Já as especiais, que também podem ser 
chamadas de especializadas, envolvem a ordenação das manobras executadas para o 
tratamento operatório, com particular atenção aos tempos da cirurgia.
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos a montagem das mesas cirúrgicas, os tipos 
de mesas cirúrgicas, a disposição da equipe cirúrgica e os campos cirúrgicos, assim como a 
dinâmica	do	conjunto	cirúrgico,	sinalização	e	trânsito	dos	instrumentais	cirúrgicos.	
2 MESAS CIRÚRGICAS
A preparação da mesa envolve a disposição dos instrumentos cirúrgicos de 
forma	 lógica	 para	 racionalizar	 e	 ser	 eficaz	 no	 trabalho	 da	 equipe	 cirúrgica.	Todos	 os	
instrumentos de mesa servirão para todo o procedimento e devem ser organizados e 
dispostos	de	forma	compatível	com	a	duração	do	procedimento	e	possíveis	complicações.	
Para montar a mesa cirúrgica, a instrumentadora, já vestida, escolhe a sala menos 
movimentada da sala e começa sistematicamente a organizar a mesa cirúrgica. Um 
localcomum encontrado em alguns centros cirúrgicos é a mesa do instrumentador 
abaixo do paciente, eliminando assim a presença do instrumentador (ARRUDA, 2020).
Rosa	(2009)	afirma	que	a	posição	da	mesa	pode	também	estar	a	90º	da	mesa	
cirúrgica, ao lado do cirurgião, nesses casos não há a necessidade do instrumentador. 
Na intenção de amortecer choques e também criar uma barreira antibacteriana, coloca-
se sobre a mesa um campo impermeável e estéril. 
20
Figura 4 - Mesa cirúrgica auxiliar
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Surgical_instruments_11.JPG. Acesso em: 24 abr. 2021.
Os instrumentos cirúrgicos são dispostos de forma ordenada, de acordo com 
o tempo de operação. Existem várias formas de disposição dos instrumentais sobre a 
mesa, mas independentemente da forma utilizada, deve-se observar que o processo 
cirúrgico é dividido em dierése, hemostasia e síntese. Esse entendimento ajudará o 
pessoal do instrumento a organizar o material adequadamente. O corte longitudinal 
refere-se às principais ferramentas de corte, abertura, dissecção e corte das estruturas 
a serem operadas, incluindo: bisturis, cabos de bisturis, bisturis elétricos, ruginas, 
tesouras etc.
A hemostasia visa parar o sangramento temporária ou permanentemente. 
Instrumentos como pinças Kelly, Halsted, Crile etc. podem ser usados durante este 
procedimento.	Na	fase	de	síntese,	o	objetivo	é	reparar	estruturas	danificadas,	as	principais	
ferramentas utilizadas são: pinças, dentes de rato, pinças de dissecação, porta-agulhas 
Mayo Hegar comum, suturas e agulhas. Instrumentos auxiliares podem ser usados durante 
a cirurgia e geralmente variam de acordo com a especialidade cirúrgica.
Uma disposição básica do instrumental sobre a mesa seria dividi-la 
em quatro quadrantes. O quadrante proximal inferior o mais próximo 
do instrumentador e o distal superior mais afastado deste.
NOTA
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Surgical_instruments_11.JPG
21
Seguindo a lógica do tempo operatório, os instrumentos de diálise são colocados 
no quadrante inferior proximal; hemostático distal inferior; sintético proximal superior, 
principalmente distal superior. Gazes, compressas e instrumentos maiores podem ser 
dispostos entre os quadrantes (MARGARIDO; TOLOSA, 2001). É importante ressaltar que 
esta é uma recomendação básica de montagem, não uma regra para instrumentação. 
Este deve ser livre para se montar. É importante facilitar e agilizar o trabalho de 
instrumentação. Recomenda-se que os instrumentos mais delicados e menores sejam 
colocados mais próximos do instrumento. Por exemplo, as pinças Halsted devem vir 
primeiro sobre as pinças Allis.
2.1 TIPOS DE MESAS CIRÚRGICAS 
A mesa cirúrgica é um equipamento permanente utilizado para dispor os 
instrumentos cirúrgicos, bem como outros materiais necessários no transcorrer da 
cirurgia;	como:	fios	cirúrgicos,	gazes,	seringas,	afastadores	de	grande	porte,	compressas,	
cuba com soro e outros materiais necessários de acordo com o tipo de cirurgia (ARRUDA, 
2020).
As mesas cirúrgicas são utilizadas para dispor os instrumentos cirúrgicos. Existem 
várias técnicas para a montagem do instrumental neste equipamento, a escolha vai 
depender	do	instrumentador	cirúrgico,	portanto,	este	profissional	deverá	sempre	seguir	
os tempos cirúrgicos, de forma a metodizar as etapas a serem seguidas durante o ato 
cirúrgico. A mesa deve ser conduzida pelo instrumentador de forma organizada, sempre 
limpa,	seca	do	início	ao	fim	da	cirurgia,	como	se	não	tivesse	sido	utilizada	(ARRUDA,	2020).
Do ponto de vista do tipo da mesa, essa pode ser retangular, quadrada ou 
semicircular, todas possuem o mesmo objetivo, ou seja, dispor o material cirúrgico, 
todavia, quanto maior o número de instrumentos a serem utilizados na cirurgia maior 
a necessidade de mais espaço na mesa e, consequentemente, o acréscimo de outra 
mesa como medida de suporte. Importante ressaltar que a mesa retangular oferece 
maior espaço para a distribuição do material cirúrgico (CARVALHO; BIANCHINI, 2016).
Durante um procedimento cirúrgico e dependendo da necessidade de mais 
uma mesa para pôr o instrumental. O instrumentador cirúrgico solicita ao circulante a 
introdução	de	outra	mesa	para	o	mesmo	ato	cirúrgico.	Dessa	forma,	terá	mais	condições	
de dispor todo o material, sem oferecer risco de queda dos instrumentos da mesa devido 
à superlotação de instrumentos (ARRUDA, 2020).
A mesa retangular é a mais utilizada, pois oferece maior espaço para a 
distribuição do instrumental cirúrgico, facilitando o trabalho do instrumentador cirúrgico. 
Quanto à mesa semicircular, essa oferece menos espaço, mas possui a vantagem de 
melhor encaixe quando posicionada para o ato cirúrgico. A mesa semicircular é menos 
utilizada por causa da inconveniência de espaço para a disposição de material cirúrgico. 
No entanto, tanto a mesa retangular quanto a mesa semicircular, o instrumentador 
cirúrgico poderá dispor os instrumentos seguindo a mesma posição (ARRUDA, 2020).
22
Na maioria das salas de cirurgias, os instrumentos de menores portes são 
dispostos na Mesa de Mayo, de maneira planejada, padronizada, organizada e funcional 
para manter a continuidade quando o instrumentador original for substituído por outro. 
A	Mesa	de	Mayo	se	apresenta	com	um	pequeno	diâmetro,	é	prática	e	se	aplica	
para um quantitativo pequeno de instrumentos cirúrgicos. Pode ser utilizada para a 
colocação de instrumentos de pequeno porte, médio porte e grande porte. Esse tipo 
de	mesa	também	pode	ser	utilizado	para	outros	fins,	como	para	colocar	a	alimentação	
do paciente, o material para o cateterismo vesical, cateterismo nasogástrico, curativos, 
retirada	de	pontos,	entre	outras	utilizações	(CARVALHO;	BIANCHINI,	2016).
Quanto à bandeja para este tipo de mesa, ela possui em média 0,51m 
x 0,35m, sendo de aço inoxidável. Possui um tripé regulável, que facilita 
sua colocação por cima do paciente quando o caso requer.
NOTA
Na mesa básica, o instrumentador deve permanecer atrás dela, fazendo um 
ângulo	perpendicular	à	mesa	cirúrgica.	Esse	tipo	de	montagem	de	mesa	é	utilizado	para	
os aprendentes da instrumentação cirúrgica, de maneira a padronizar, uniformizar e 
facilitar	o	ato	da	instrumentação	em	dupla,	até	que	os	aprendentes	adquiram	confiança	
e	 passam	 a	 se	 conduzirem	 sozinhos	 nas	 instrumentações	 cirúrgicas	 subsequentes	
(ARRUDA, 2020).
Na mesa para o cirurgião instrumentar, o instrumental cirúrgico deve ser 
disposto	pelo	cirurgião,	seguindo	os	tempos	cirúrgicos.	Dessa	forma,	ele	terá	condições	
de manusear os instrumentos e utilizá-los na cavidade durante todo o ato operatório. 
Enfatiza-se que nesse tipo de operacionalização a economia de tempo no transcorrer 
da	cirurgia	ficará	prejudicada	(CARVALHO;	BIANCHINI,	2016).
A	posição	do	instrumental	na	mesa	deverá	seguir	como	parâmetro	os	anéis	das	
pinças, que deverão estar voltados para o cirurgião.
Cada	profissional	adotará	uma	conduta	própria	para	o	desempenho	dessa	função	de	
instrumentador	cirúrgico.	Portanto,	não	há	modelo	intransigente,	cada	profissional	escolherá	
a montagem de sua mesa, desde que respeite os tempos cirúrgicos e possua o domínio dos 
nomes dos instrumentos, bem como sua localização na mesa (ARRUDA, 2020).
Nos	casos	de	mesa	para	instrumentar	videolaparoscopia,	o	material	é	específico	
para	esse	fim,	devendo	ser	posicionado	na	mesa	na	área	destinada	para	exérese.	No	
entanto, outros instrumentos cirúrgicos deverão ser acrescidos a essa mesa, como o do 
tempo de diérese, hemostasia e síntese (CARVALHO; BIANCHINI, 2016).
23
2.2 DISPOSIÇÃO DA EQUIPE CIRÚRGICA 
O centro cirúrgico precisa de uma organização e é necessário que nele atuem 
pessoas que canalizem o alcance de objetivos, por meio do trabalho em equipe. O objetivo 
principal deve ser fornecer o melhor atendimento possível para todos os pacientes que 
necessitam de anestesia. O trabalho em equipe deve ser harmonioso e baseado no 
respeito entre cada membro e todos os pacientes, com o objetivo de garantir a segurançado	paciente	e	a	eficácia	dos	procedimentos	anestésicos	(CARVALHO;	BIANCHINI,	2016).
Na	equipe,	cada	especialista	tem	um	papel	e	 responsabilidades	bem	definidas	
durante	a	operação.	Todos	devem	ser	qualificados	para	os	trabalhos	que	vão	fazer.	Eles	
precisam entender seus deveres para que não haja sobreposição ou falta de ação. Os 
especialistas devem buscar trabalhar de forma coordenada para que sempre prevaleça 
o	profissionalismo	e	a	eficiência	da	ação	cirúrgica.
Existem três equipes principais que atuam no CC: a equipe cirúrgica, a equipe 
do anestesista e a equipe de enfermagem. Além desses funcionários, em outras 
instituições,	 também	 trabalham	 nesta	 unidade	 técnicos	 de	 raio	 X	 e	 de	 laboratório,	
cirurgiões,	médicos	e	todos	os	que	fazem	trabalho	de	apoio.	No	entanto,	neste	capítulo,	
serão	explicadas	as	atribuições	dos	três	grupos	já	destacados	(ARRUDA,	2020).
As	 equipes	 médicas	 são	 compostas	 basicamente	 por	 cirurgiões	 e	 seus	
auxiliares ou auxiliares (equipe cirúrgica) e a equipe de anestesiologistas é composta 
por	anestesiologistas	e,	em	algumas	instituições,	por	um	auxiliar	de	anestesia.	A	equipe	
de	 enfermagem	 é	 composta	 por	 um	 enfermeiro	 (gerente/coordenador	 e	 suporte),	
um especialista em enfermagem (sala cirúrgica rotativa) e um especialista cirúrgico 
(CARVALHO; BIANCHINI, 2016).
O instrumentador cirúrgico deve chegar à sala operatória com 
pelo menos trinta minutos de antecedência em relação ao horário 
marcado para a cirurgia que vai instrumentar. Assim, poderá separar, 
com calma, com a circulante, todo o material a ser utilizado durante 
o ato cirúrgico.
NOTA
O planejamento adotado pela equipe cirúrgica é um fator importante no 
planejamento da movimentação e direção da cirurgia. Na cirurgia supraumbilical, 
o cirurgião está à direita do paciente, o primeiro assistente e o instrutor na posição 
oposta.	A	mesa	do	instrumentador	deve	ficar	próxima	aos	pés	do	operador,	e	a	mesa	
do assistente, se necessário, atrás do assistente. Na cirurgia infraumbilical, a posição é 
oposta à da equipe cirúrgica, que mantém a relação anterior.
24
Se a distribuição de determinada área for aceita entre os objetos do grupo, ela 
não	será	alterada.	Normalmente,	a	auxiliar	de	enfermagem	e	o	auxiliar	ficam	na	frente	
do cirurgião, do outro lado da mesa de operação. Costuma-se dizer que o cirurgião tem 
a melhor visão da operação, pois está em uma posição onde lhe é permitido ver todos 
os	detalhes	do	procedimento,	para	que	possa	realizá-lo	com	rapidez	e	eficiência.	É	claro	
que, dependendo do tipo de cirurgia, o cirurgião optará por ser colocado de um lado 
ou do outro da mesa de operação. Cabe ao instrumentista perguntar-lhe onde vai se 
instalar e onde prefere montar a mesa de instrumentos. É também uma oportunidade 
para nos lembrar que qualquer dúvida que o cirurgião possa ter deve ser esclarecida 
imediatamente pelo cirurgião ou outro membro da equipe, a menos que isso revele uma 
verdade constrangedora ao especialista. O anestesista e todos os seus equipamentos 
não	estéreis	ficam	do	 lado	que	não	será	usado	 levianamente	pela	equipe,	 limitando	seu	
espaço com a colocação de campos cirúrgicos (ARRUDA, 2020).
2.3 CAMPO CIRÚRGICO 
Os	 campos	 cirúrgicos	 são	 capazes	 de	 prevenir	 infecções	 do	 sítio	 cirúrgico,	
atuando como barreira contra a migração de microrganismos da pele para a incisão 
cirúrgica.	A	sua	utilização	remonta	ao	final	do	século	XIX	e,	desde	essa	altura	até	os	dias	
atuais, foram criados vários tipos de campos. Os campos, de acordo com sua composição, 
são utilizados, principalmente para algodão (reciclagem) e plástico (resíduos). O algodão 
permite o processamento, e seu uso deve ser feito com cuidado, pois é necessário garantir 
sua integridade e sua instabilidade em líquidos antes de colocá-los no local de trabalho.
Os campos descartáveis desempenham a mesma função dos campos 
descartáveis,	sendo	capazes	de	impedir	a	entrada	de	bactérias	e	fluidos	através	do	tecido.	
Além	dessa	classificação,	os	campos	podem	ser	classificados	como	um	ou	dois,	padrão	
ou fenestrada, e sua escolha dependerá do tipo de cirurgia a ser realizada (CARVALHO; 
BIANCHINI, 2016).
A colocação de campos cirúrgicos precede todo o procedimento cirúrgico. 
Ela	pode	diferir	 em	seu	modo,	porém	o	 resultado	final	 é	 sempre	o	mesmo.	O	objetivo	
da colocação é preparar uma área estéril ao redor do local a ser trabalhado, acima das 
mesas de trabalho. Portanto, é necessário que o próprio campo seja estéril; por isso, é 
importante que os campos permaneçam protegidos acima da altura da cintura, antes 
de serem colocados na região que irá trabalhar. Uma vez colocados ali, os panos não 
devem	ser	aproximados	da	região	a	ser	trabalhada,	pois	suas	extremidades	ficam	abaixo	
do nível estéril e podem contaminar a área. Recomenda-se que, neste caso, o campo seja 
substituído	por	outro	(BROOKS,	1980).
25
Os campos são considerados estéreis apenas em sua parte superior. Quaisquer 
materiais que ultrapassem os limites estabelecidos pelos campos são considerados 
contaminados	 e	 não	 devem	 ser	 trazidos	 para	 o	 campo	 estéril.	 A	 definição	 de	 áreas	
estéreis e não estéreis é resultado do cuidado e bom senso durante a cirurgia por parte 
de	todos	os	profissionais.	Ao	final	da	operação,	os	campos	não	devem	ser	sacudidos	ou	
jogados, pois podem espalhar pequenos insetos e sujeira (ARRUDA, 2020).
Existem	muitas	variações	na	disposição	dos	campos	na	cirurgia,	dependendo	
da área a ser tratada. Alguns exemplos podem ajudar a entender: a cirurgia ginecológica, 
em que a paciente está em posição de litotomia, requer a cobertura dos lados inferiores 
dos membros inferiores; a cirurgia de cabeça e pescoço usa um campo cirúrgico 
apenas para cobrir o couro cabeludo e o cabelo do paciente. Na cirurgia do membro um 
campo é colocado sob o membro e suas partes distal e proximal são circundadas por 
outros campos. Os campos fenestrados podem ser utilizados em casos de pequenos 
procedimentos cirúrgicos, como dissecção venosa e remoção de tumor de pele 
(CARVALHO; BIANCHINI, 2016).
3 DINÂMICA DO CONJUNTO CIRÚRGICO
O ato cirúrgico de sucesso depende de um conjunto de processos e habilidades, 
entre eles, instrumentos cirúrgicos adequados em uma disposição que traga facilidade 
e agilidade ao procedimento são parte importante do ato cirúrgico.
Atualmente, devemos ampliar o conceito de técnica cirúrgica para além dos 
passos operatórios, pois uma boa técnica cirúrgica depende de uma boa interação com a 
equipe, com um bom instrumental e boa anestesia. Esse conceito se mostra importante 
no sentido de participar ativamente dos protocolos de cirurgia segura, na sua etapa inicial 
quando se chega o instrumental disponível (CARVALHO; BIANCHINI, 2016).
Ademais, o uso padronizado de uma mesa de instrumentalização proporciona 
um ambiente mais reprodutível e educativo para a formação de um residente na área 
cirúrgica. Estudos também mostram que a revisão sobre os instrumentais necessários 
para o ato cirúrgico pode reduzir custos, na medida em que se evitam gastos com 
esterilização de material não utilizado (ARRUDA, 2020).
Dessa forma, a montagem de uma mesa de instrumentação organizada, um 
bom instrumental e um assistente com domínio dos processos da técnica cirúrgica 
podem	fazer	uma	grande	diferença	na	fluidez	do	ato	operatório.	
26
3.1 SINALIZAÇÃO E TRÂNSITO DOS INSTRUMENTOS 
CIRÚRGICOS
A harmonia completa da execução das manobras e procedimentos é essencial, 
visando	 à	 eficiência,	 à	 rapidez	 e	 à	 beleza	 da	 ação	 cirúrgica.	 Portanto,	 devem	 existir	
compreensão e conhecimento mútuos entre os membros da equipe. Caso contrário, 
acidentes com a passagem errada do bisturi ou agulhas de sutura, por exemplo, podem 
causar sérios danos ao sítio cirúrgico. Nesse contexto, é importante estudar os principais 
sinais comuns adotados no campo cirúrgico para diminuir o número de movimentos 
desnecessários, o tempo da cirurgia e proporcionar um aspecto de beleza e organizaçãodo conjunto (ARRUDA, 2020).
A compressa cirúrgica é aplicada à mão, dedos unidos (MONTEIRO; SANTANA, 
2006).	O	instrumentador	deve	aproximar	a	mão	do	solicitante,	segurando	firmemente	os	
lados opostos da compressa (MARGARIDO; TOLOSA, 2001).
Solicita-se a tesoura, estende-se os dedos indicador e médio com movimento 
de aproximação e separação, repetidamente, e os demais dedos são dobrados. Se 
a tesoura for curva, os dedos indicador e médio devem ser curvados (MONTERIO; 
SANTANA, 2006). O cirurgião pega uma tesoura da mesa com a ponta voltada para a face 
da mão, pressionando-a entre o polegar e o indicador dobrados, com a mão estendida. 
Em um movimento circular em um plano horizontal, ele entrega o instrumento ao 
suplicante, pressionando sua mão aberta, garantindo assim que o instrumento não caia 
(MARGARIDO; TOLOSA, 2001). A tesoura é devolvida na direção oposta e em sequência. 
A pega adequada da tesoura, como a pinça, envolve a apresentação do dedo anelar em 
um dos anéis de metal, do polegar no outro e do dedo indicador na mesma expressão 
(MONTEIRO; SANTANA, 2006).
O instrumentador deve manter os dedos da mão levemente dobrados e juntos, 
fazendo um movimento de pêndulo. Em seguida, ele vai virar a mão e estendê-la com o 
antebraço	em	supinação	para	pegar	o	cabo	da	lâmina	do	bisturi	(MONTEIRO;	SANTANA,	2006).
Para entregar a ferramenta, o instrumentador deve pegar o cabo do lado não 
cortado e fazer um movimento de arco circular e colocar o cabo na mão do advogado, 
que	receberá	a	ferramenta	com	a	lâmina	voltada	para	cima,	e	definir	um	novo	círculo,	
aproximando	a	lâmina	da	pele	(MARGARIDO;	TOLOSA,	2001).	Para	utilizá-lo,	o	cirurgião	
deve segurar o bisturi com o polegar e o indicador da mão dominante, como um lápis 
(MONTEIRO; SANATANA, 2006). A outra mão deve segurar o tecido para separá-lo. A 
restauração é feita de forma diferente e na ordem inversa.
 
É	 solicitado	 com	 os	 três	 últimos	 dedos	 juntos	 e	 levemente	 flexionados,	 o	
polegar e o dedo indicador estendidos em um movimento de aproximação e separação. 
A enfermeira da ressecção entrega ao advogado uma ferramenta que segura a ponta do 
carimbo entre o dedo indicador e o polegar, segurando-o próximo à base. A restauração é 
feita da mesma forma (MARGARIDO; TOLOSA, 2001). A pega correta da pinça anatômica 
e do dente do rato é a mesma: como lápis (MONTEIRO; SANTANA, 2006). 
27
Com	o	anelar	e	o	dedo	mínimo	flexionados	e	os	demais	dedos	estendidos,	o	
advogado pede o fórceps de Kelly (MONTEIRO; SANTANA, 2006).
As pinças são pedidas com a mão fechada, com o dedo indicador acima do 
polegar,	como	um	sinal	de	figo.	Para	evitar	danificar	as	luvas,	é	recomendável	pegar	a	
ferramenta	com	a	mão	direita,	suas	pontas	afiadas	saem	no	meio	do	dedo	anelar.
A força de preensão, como Allis, Babcock e assim por diante, é necessária 
quando	os	dedos	mínimo,	anelar	e	médio	são	flexionados	e	o	indicador	e	o	polegar	são	
trocados, como ao puxar o gatilho, e devem ser marcados em sequência, indicando o 
nome do instrumento requeridos. A entrega dos instrumentos é a mesma de todos os 
instrumentos com anéis e cremalheiras, movimentos circulares, pronunciados à mão e a 
pressão do instrumento na mão do solicitante. A chamada é feita com a mão estendida 
apontando e as pontas dos dedos juntas e dobradas. A corda é colocada atrás dos 
dedos, segurada em sua extremidade pelo instrumentista (MARGARIDO; TOLOSA, 2001).
Com	os	quatro	últimos	dedos	juntos	e	semifletidos	e	o	polegar	parcialmente	fletido	
no lado oposto, faz-se pequenos movimentos de rotação para solicitar o porta-agulha 
(MARGARIDO; TOLOSA, 2001). O instrumentador deve entregar o instrumental montado 
com	o	fio	e	agulha	corretas.	É	entregue	por	sua	base,	seguro	entre	o	dedo	indicador	e	
polegar direito, com a agulha voltada para cima e direita. O movimento é o mesmo que 
de outro instrumental de anel: movimento circular no plano horizontal, com a mão em 
pronação. A devolução é realizada com movimento inverso. A empunhadura é a mesma 
adotada para pinças hemostáticas e tesouras.
Com	o	dedo	indicador	e	médio	semifletidos	e	os	restantes	totalmente	fletidos,	
faz-se o movimento de afastar com as duas mãos, imitando o movimento realizado com 
os ramos do afastador (MARGARIDO; TOLOSA, 2001).
Solicita-se,	com	os	dedos	juntos,	estirados	e	em	ângulo	reto,	em	relação	ao	resto	
da	mão.	Solicitado	com	o	dedo	indicador	semifletido	e	demais	dedos	totalmente	fletidos.	
O instrumental é entregue ao solicitador segurado por uma de suas extremidades, pelo 
dedo indicador e polegar (MARGARIDO; TOLOSA, 2001).
28
Neste tópico, você aprendeu:
• O cirurgião, então, deve conhecer inteiramente a anatomia da região a ser operada, 
as manobras, os materiais utilizados e as intercorrências que podem acometer o 
paciente quando indicada a cirurgia.
• As manobras manuais ou instrumentais necessárias para o sucesso da operação são 
denominadas coletivamente de técnica cirúrgica ou metodização cirúrgica.
• A preparação da mesa consiste no ato de dispor os instrumentos cirúrgicos de 
forma	lógica,	de	forma	a	racionalizar	e	tornar	eficaz	o	trabalho	da	equipe	cirúrgica.	Os	
instrumentos de todas as mesas vão atender a todo o ato operatório e deverão estar 
organizados e dispostos de tal forma que atendam aos tempos cirúrgicos e possíveis 
intercorrências.
• Há diversas maneiras de dispor o instrumental à mesa, entretanto, independentemente 
da maneira adotada deve-se saber que os procedimentos cirúrgicos se dividem em 
diérese, hemostasia e síntese.
• Uma disposição básica do instrumental sobre a mesa seria dividir está em quatro 
quadrantes. O quadrante proximal inferior o mais próximo do instrumentador e o 
distal superior mais afastado deste.
• A mesa cirúrgica é um equipamento permanente utilizado para dispor os instrumentos 
cirúrgicos, bem como outros materiais necessários no transcorrer da cirurgia; como: 
fios	cirúrgicos;	gazes;	seringas;	afastadores	de	grande	porte;	compressas;	cuba	com	
soro; e outros materiais necessários de acordo com o tipo de cirurgia.
• A	 posição	 do	 instrumental	 na	mesa	 deverá	 seguir	 como	 parâmetro	 os	 anéis	 das	
pinças, onde estes deverão estar voltados para o cirurgião.
•	 Em	 uma	 equipe,	 cada	 profissional	 tem	 suas	 funções	 e	 responsabilidades	 bem	
definidas,	durante	a	cirurgia.	Todos	devem	estar	habilitados	para	as	atividades	que	
venham a exercer.
•	 Os	campos	cirúrgicos	são	capazes	de	prevenir	 infecções	do	sítio	cirúrgico,	agindo	
como barreira contra a migração de micro-organismos da pele para o interior da 
incisão cirúrgica.
• Os campos, quanto a sua composição, mais utilizados são os de origem do algodão 
(reutilizáveis) e os de plástico (descartáveis).
RESUMO DO TÓPICO 2
29
• O ato cirúrgico de sucesso depende de um conjunto de processos e habilidades; 
dentre eles, instrumentos cirúrgicos adequados em uma disposição que traga 
facilidade e agilidade ao procedimento são parte importante do ato cirúrgico.
•	 Para	a	eficiência,	rapidez	e	beleza	do	ato	cirúrgico	é	 importante	a	perfeita	harmonia	
da execução de manobras e procedimentos. Para tanto é necessário que haja 
entrosamento e conhecimento entre os membros da equipe.
30
1 A distribuição dos instrumentais na mesa cirúrgica para melhor acompanhamento 
dos tempos cirúrgicos e facilitar a instrumentação é aquela em que:
a) ( ) Os instrumentais menores são colocados na parte inferior da mesa, os médios, 
no centro, e os maiores, na parte superior.
b) ( ) Os instrumentais são distribuídos na seguinte ordem: diérese, preensão, 
hemostasia, exposição, especial e síntese.
c) ( ) Os instrumentais são dispostos de acordo com as suas características, devendo 
ficar	 na	 parte	 superior	 da	 mesa	 os	 traumáticos	 e,	 na	 parte	 inferior,	 os	 não	
traumáticos.
d) ( ) Os instrumentais são dispostos na ordem em que o instrumentador melhor se 
adapte,	sem	especificação	rigorosa	da	ordem.
2 Durante a devolução de instrumental à mesa cirúrgica, para atender às boas práticas

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