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Habilidades Médicas | Dra Sarah Obadovski Casos clínicos da simulação Casos clínicos das aulas da Dra Sarah. CASO 01 Masculino, 58 anos, internado há 2 dias por pneumonia, está fazendo ATB. Na madrugada de ontem fez insuficiência respiratória e foi feita IOT, teve melhora, mas depois teve piora do padrão respiratório. Disseram que a intubação ocorreu dentro do esperado e corretamente. Em uso de midazolam e fentanil Anamnese e exame físico - Ausculta ? - Percussão normal- claro pulmonar - FC: 120 - Sat: 95% → foi diminuindo - PA: 90/60 mmHg - Fisioterapia disse que o ventilador estava OK Exame complementar - Gasometria: saturação 75%; acidose respiratória; bicarbonato normal; hipercapnia - RX → foi visto tubo seletivo HD: tubo seletivo MANEJO: - RX → Foi visto tubo seletivo à direita - Desinsuflar o cuff → traciona o tubo, e infla o cuff novamente • MNEMÔNICO → DOPES - D: Deslocamento (seletivo ou esofágico); dá para usar o Bougie (fio guia grande → coloca ele dentro do tubo): >40cm → está no tubo digestivo; <25cm obstruiu muito cedo, pode ser por causa de rolha, etc; 25-40cm é o normal dos pulmões - O: Obstrução (rolha de muco - paciente infeccioso; ) - P: Pneumotórax - (pneumotórax por insuficiência respiratória ou associado a ventilação mecânica → pressão muito alta, rompe blebs); ausculta abolida e percussão hipertimpânica e instabilidade hemodinâmica - E: Equipamento (cuff, tubo, ventilador, mangueira, O2, etc) - S: + raro; PEEP alta; paciente mal ventilado começa a reter OBS - Todo tubo que não é meu precisa ser checado! Não se deve confiar na intubação de outra pessoa; - Se está no esôfago: não melhora, tenho distensão e na laringoscopia eu vejo que o tubo não está na traquéia e sim no esôfago - Capnógrafo é a melhor medida para ver se o paciente está entubado corretamente → mede CO2 →expiração CASO 02 → teve 2x essa HD Feminino, 30 anos, acidente auto/anteparo, veio com o SAMU; APH já fez 1000mL de SF; chegou em prancha rígida e com colar cervical. Anamnese e exame físico - Conversando e desorientada - Com escoriações no corpo - Consegue apertar 2 mãos com amesma força - Irritada - Percussão tórax normal - PA: 75/55 mmHg - FC: 132 - SatO2: 85% - Nega alergias Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 1 Habilidades Médicas | Dra Sarah Obadovski Exames complementares - e-FAST → alteração em uma janela → sangramento esplenorrenal HD: Choque hipovolêmico MANEJO - Oferecer Oxigênio → 10L/min - Expansão volêmica 1000ml em 10 min - Solicitar tipagem sanguínea - Pedir hemograma, gasometria, lactato, bicarbonato, betaHCG (os exames podem não ser tão fidedignos porque às vezes no início do sangramento a Hb não mudou ainda) MANEJO: X- EXSANGUINAÇÃO - Sangramento excessivo - trata antes de começar o A - Torniquete se possível - Muito usado no APH A - VIA AÉREA E COLUNA CERVICAL - Respondeu? sim - Via aérea está pérvia - Intervencoes → IOT, CRICO - NÃO VAI PARA O B SEM RESOLVER O A!!!!!!! B - RESPIRAÇÃO - Ausculta , expansibilidade, oximetria, percussão - Intervenções → punção de alívio do pneumotórax hipertensivo - Todo paciente ganha Oxigênio (10l/min) C - CIRCULAÇÃO - Verificar : perfusão periférica, sangramento ativo, pressão, TEC - O local que mais sangra para levar ao choque? ABD, tórax, retroperitônio, pelve, osso longo - Fazer exame físico do quadril → sobe na escada, e apoia a mão na crista ilíaca e solto meu peso → verificar se está instável (se balança quando solto meu peso) → se estiver instável → amarrar o quadril - e-FAST ou lavado (se não tiver o FAST) - Toque retal e vaginal: pode ter espícula óssea - Faz sonda vesical de demora - além de poder avaliar hematúria, etc → consegue melhorar os sinais vitais - Sonda nasogástrica: não faz em suspeita de base de crânio → prefere-se a orogástrica - Choque hipovolêmico grau III → Soro cristalóide + hemoderivados! - Pedir tipagem, começa com concentrado de hemácia → se for 4 bolsas em 1h ou 10 bolsas em 24h → faz transfusão maciça (1: 1: 1); no caso de 10 bolsas em 24 faz-se também Transamin 1- plasma/ 1 -plaqueta / 1 -concentrado de hemácia - Choque hipovolêmico grau IV → 1:1:1 desde o início - Já faz bolsa de sangue ( O-), mas só a primeira bolsa, porque até terminar, já deu tempo de chegar a tipagem - Faz 1/1/1/ → 1 de plasma, 1 de plaqueta, 1 concentrado de hemácia - Se eu der só hemácia, ele vai continuar sangrando!!!; - Pelo novo ATLS, faz-se 1000mL e não 2000mL de volemia - Sistólica de 90 já é condição de ir para cirurgia → hipotensão permissiva D- NEUROLÓGICO - Ver glasgow e reflexo pupilar, sensibilidade de extremidade - Lembrar que algumas pessoas possuem pupilas anisocóricas naturalmente E - EXPOSIÇÃO - Cortar a roupa - Palpa o paciente inteiro - Faz mobilização em bloco para ver dorso e palpar a apófise espinhosa. - RX de tórax e pelve se possível Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 2 Habilidades Médicas | Dra Sarah Obadovski OBS - PACIENTE POLITRAUMA GRAVE COLOCA SONDA EM TODO ORIFÍCIO E PALPA VAGINA E RETO - POLITRAUMA: DEDOS E TUBOS - Inicialmente só faz anagésico simples: dipirona e tramadol; não fazer morfina no choque - Paciente pode estar agitado por hipoxemia - Dor abdominal estável → TC CASO 03 Masculino, 25 anos, vítima de colisão auto x moto; chegou com colar cervical e em prancha rígida; APH fez 1000 mL Anamnese e exame físico - Se encontra com dor no peito e falta de ar - Está conversando e usando musculatura acessória - TEC lentificado - Cianose periférica - Turgência jugular - Hipofonese de bulhas - Ausculta abolida unilateral - Expansibilidade alterada unilateral - Pupila isofotorreagente - FC: 154 - SatO2: 86% - PA: 80x40 mmHg - Glicemia: 110 Exames complementares - FAST → normal HD: choque obstrutivo MANEJO - A: via aérea pérvia, está conversando, com colar cervical → colocar O2 15 L/min - B : ausculta abolida unilateral, expansibilidade unilateral, turgência jugular → provável pneumotórax → faz descompressão para alívio e depois encaminho para realizar a drenagem em selo d'água → OBS: punção de alívio: 5º espaço intercostal, na borda superior da costela inferior, na linha axilar média - C: cianose, TEC <, (mas começou melhorar após a punção de alívio); FAST que estava normal nesse caso; administrar 1000mL SF; procura fratura pélvica, e faz palpação abdominal também - D: ECG 15 - E : tirar toda a roupa, ver o dorso com a mobilização em bloco; a prancha é dura, convém tirar o paciente da prancha depois de um determinado tempo; lembrar que pelo ATLS 10, se fizer palpação da apófise espinhosa, se o paciente não tiver dor e nem sinal da tecla, com ECG 15 posso tirar o colar cervical Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 3 Habilidades Médicas | Dra Sarah Obadovski CASO 04 Feminino, 35 anos, admitida commal estar e fraqueza Anamnese e exame físico - Quadro arrastado desde o final de semana (hoje é terça) - Sente um pouco de dor no pé da barriga e nas costas, intensidade 7/10 - Está fazendo xixi várias vezes e sente ardor - Pulso simétrico - Glicemia capilar: 101 - Giordano positivo à direita - Hipocorada e fria - MMII sem edema - TEC > 3s e começando cianose - FC: 120 - SatO2: 90% - T: 38,4ºC - PA: 60/40 mmHg - Nega alergias e comorbidades - Toma ACO Exames complementares - Hemograma - 2 hemoculturas de sítios diferentes - Gasometria - Lactato - PCR - Urina 1 e urocultura HD: choque séptico por pielonefrite MANEJO - 2 hemoculturas de sítios diferentes (pode pedir hemograma, função renal, gaso também) - Cultura de urina - Lactato (pode ir repetindo ao longo do tratamento, se vai diminuindo é porque significa que está sendo eficaz) - ATB de amplo espectro em até 45 minutos da entrada no serviço (coleto a cultura antes, mas NÃO ATRASO ATB PELA COLETA) - Volume: 20-30 mL por quilo → Cristalóide (de preferência ringer lactato pelo sepsis surviving, porque ele é balanceado) - Se não responder ao volume → droga vasoativa → NOR posso começar em periférico até fazer o acesso central → aumenta até dose máxima 0,25-0,5 mcg/kg, depois de chegar nessa dose → Vasopressina; se não funcionar→ ADR; (só uso dobuta se eu desconfiar de falência cardíaca) - Corticoide eu só faço em doenças específicas, ex: COVID - que já foi comprovado a eficácia-, em caso de choque refratário posso fazer pensando em insuficiência adrenal - Lembrar de fazer: sonda vesical, cateter nasal de alto fluxo, acesso periférico e acesso venoso central Diagnóstico de sepse - Temperatura > 38,3ºC ou < 36ºC - FC > 90 - FR > 20 ou PaCO2 < 32 - Leucócitos > 120.000 1. SIRS: 2 ou mais dos citados + 2. Foco infeccioso 3. Disfunção orgânica 4. Hipotensão não responsiva a volume - Não é mais tão recomendado usar o Q-SOFA; - Por que uso NOR? Porque o choque séptico é um tipo de choque distributivo, tenho uma vasodilatação, a medida mais efetiva é fazer vasoconstrição; o paciente está com hipovolemia relativa, o volume até pode estar adequado, mas ele tem vasodilatação Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 4 Habilidades Médicas | Dra Sarah Obadovski CASO 05 Feminino, 15 anos, admitida no PA com queixa de falta de ar há 2 horas; Anamnese e exame físico - Sente como se não entrasse o ar e também tem um aperto no peito - Nunca sentiu isso antes - Faz 3 dias que está com tosse seca - Tem rinite - Acha que teve COVID 2x, faz tempo - Nega alergias, história familiar de problema respiratório e internações - Pulso simétrico - Sem edema de MMII - Expansibilidade diminuída - FC: 101 - Sat: 88% - PA baixa - Pes: 60kg - Altura: 1,60m HD: crise de asma MANEJO - São 3 inalações para todo mundo que chega com crise de asma, de 20 em 20 minutos; não importa se melhorou ou não - Nebulização 3x de 20 em 20 minutos, faz em 3 mL → 20 gotas de salbutamol e 40 de ipratrópio (mas na prática clínica, muitas vezes começa com 10 de salbutamol; 10:40; lembrar que dá taquicardia) → peso de adulto: 10:40 em crise leve/moderada → peso de adulto: 20:40 crise mais grave → fazer em 3mL é melhor porque dilui menos, e entrego mais rápido o efeito,mas pode ser 3-5mL → lembrar que berotec não temmais, mas o composto fenoterol ainda existe; → Atrovent: brometo de ipratrópio → Salbutamol é broncodilatador - age em receptores agonista beta 2 adrenérgicos, ele imita o simpático → por isso faz taquicardia → Ipratrópio: isolado tem potência baixa e tecnicamente não resolve; é um antimuscarínico, antagonista parassimpático → então ele diminui a broncoconstrição - Corticóide: VO se der, depois vai para casa tomando; → Prednisona 1mg/kg; geralmente toma de manhã por 5-7 dias; se a dose for muito alta, tem que fazer desmame (tava em 60mg, vai pra 40 depois pra 20, para evitar de fazer insuficiência de adrenal) → Se não consegue engolir, faz EV - metilprednisolona, hidrocortisona - Paciente que não melhora: - manter saturação de O2 em 92% +/- no mínimo; se precisar coloca um cateter - faz sulfato de magnésio 1-2g - é antagonista de canal de cálcio, ele faz broncodilatação → se ele for sulfato de magnésio 100% → 1mL teria 1g → sulfato de magnésio 50% → 1mL tem 0,5g; → sulfato de magnésio 10% → 1mL tem 0,1g → se eu quero fazer 1 -2g de sulfato de magnésio a 10% → 10 a 20mL → se eu quero fazer 1 -2g de sulfato de magnésio a 50% → 2 a 4 mL → dilui no soro 50-100 - Via preferencial é inalatória!!! Tenho menos efeitos colaterais - Paciente que chega em silêncio, sem MV, sem sibilo → beta 2 sistêmico - Terbutalina IM (0,5 ou 1 ampola); é um agonista adrenérgico, que estimula beta 2 - Adrenalina não se faz mais, a menos que seja um anafilático associado - Metilxantinas não tenho eficácia científica Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 5