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ENDOCARDITE Conceitos gerais Lesões localizadas no endotélio do coração e na superfície valvar podem formar vegetações não colonizadas de fibrina e plaquetas, que por infecções podem gerar a colonização por bactérias ou fungos. Essas vegetações infecciosas podem gerar o desprendimento de agrupados de bactérias, ou podem gerar a liberação de antígenos do patógeno para a corrente sanguínea. - 50% da população possuem alteração valvar; - No Brasil a febre reumática é o maior fator de risco. A clinica depende dos seguintes vatores: 1) Virulência do patógeno: Etiologias agudas: S. aureus Etiologias subagudas e crônica: s. viridans, enterococo, HACEK, fungos 2) Valva acometida Acometimento mitral e aórtico possuem insuficiência cardíaca mais grave. Fisiopatologia Os pacientes que desenvolvem endocardite geralmente possuem focos de infecção em regiões endoteliais e valvares. Isso ocorre geralmente em pessoas que já possuem algum grau de lesão valvar, como é o caso de indivíduos com febre reumática, ou com valvopatias. O fluxo turbilhonar de sangue gera lesão endotelial, e isso promove a formação de vegetações fibróticas que favorecem a infecção por micro- organismos. Constantemente, estamos dispostos a bacteremia, mas quase sempre a resposta imune é capaz de detê-los. Contudo, quando há espaços para infecção como por exemplo em vegetações reumáticas, as bactérias de aproveitam da proteção dessas vegetações. É aí que se desenvolve a endocardite ou a endarterite. Drogas IV por pacientes usuários dependentes muitas vezes possuem material particulado, o que pode lesar endotélio valvar e ainda gerar bacteremia pela própria injeção. Etiologias Valva nativa - S. aureus - S. viridans (mais comum no Brasil) - Enterococo - HACEK (Haemophillus aphrophilus, actinobacillus actinomycetemcomitans, cardiobacterium hominins, eiknella corrodens, kingella). Nos pacientes dependentes químicos possuem geralmente infecção por S.aureus e uma contaminação geralmente da valva tricúspide. Essa infecção gera embolos infecciosos para o pulmão, gerando múltiplos abcessos. Nesses pacientes, a contaminação por fungos e bactérias gram-negativas é bem mais frequente. Um ponto importante: comprometimento valvar esquerdo em usuário muitas vezes está associado a Pseudomonas Aeruginosas. Manifestações Clínicas - (febres altas nas agudas Febre ou moderadas nas subagudas). - Sopro cardíaco: comprometimento valvar - Lesões periféricas: Nódulos de Osler: nódulos dolorosos de extremidades, por embolização infecciosa e fenômeno imunomediado. Manchas de Janeway: manchas avermelhadas, indolores, em palmas das mãos e pés. É resultado de embolização infecciosas. Hemorragia em lasca: lesões vasculares gera hemorragias pequenas. Petéquias subconjuntivais: petequias em região de conjuntiva Manchas de Roth: enfraquecimento das paredes vasculares e necrose de axônios retinianos. - Aneurisma micótico: embolos infecciosos na vasavasorum lesando o endotélio, gerando aneurisma sacular, mas não tem relação fungica, pode ser bactéria também. - Fenômenos imunes: glomerulonefrite, poliartrite, fator reumatoide+, imunocomplexo circulante. Diagnóstico O exame padrão-ouro para confirmar o diagnóstico é uma comprovação histológica da infecção por material coletado do endocárdio. Contudo, isso é ruim, pois é necessário uma coleta cirúrgica ou AUTÓPSIA (kkk??). É pensando nisso que foram criados critérios diagnósticos clínicos que podem auxiliar no diagnóstico: CRITÉRIOS DE DUKE MODIFICADO Maiores - ECO + (vegetação, disfunção); - 2 Hemoculturas + para agentes típicos com 15min de distância ou bacteremia persistente (3+ culturas positivas com horas de espaço) para bactérias n típicas; - Sopro regurgitante novo; - Comprovação de infecção por C. burnnet Menores - Febre - Fenomenos vasculares - Fenomenos imunológicos - Uso de drogas IV ou lesão Positivo: 2 maiores e 1 menor ou 1 maior e 2 menores ou 5 menores Possível 1 maior e 1 menor 3 menores Tratamento Empírico: endocardite infecciosa aguda Baseado em cultura: endocardite infecciosa subaguda OBS: colha a hemocultura sempre, mesmo na aguda, e aí comece os antibióticos, na subaguda pode esperar hemocultura. Empírico Aguda, não usuário de drogas, valva normal Oxacilina + gentamicina Aguda, usuário de drogas, valva normal Vancomicina + gentamicina Entre aguda e subaguda, não usuário de drogas, valva normal Oxacilina + gentamicina + penicilina G (ou ampicilina) Valva protética (< 1 ano) Vanco + Genta + Cefepime + Rifam (VARICEGE) Guiado por cultura Strepto viridans MIC BAIXO Penicilina G por 4 semanas Penicilina G + Gentamicina 2 semanas MIC ALTO Penicilina G ou Ampicilina + Gentamicina 4-6 semanas Ampicilina + Ceftriaxone por 6 semanas Enterococo Penicilina G ou Ampicilina + Gentamicina 4-6 semanas Ampicilina + Ceftriaxone por 6 semanas S.aureus Oxacilina (ou vancomicina se MSRA) S epidermidis Vanco + Genta + Rifam (VARIGE) HACEK CEFTRIAXONE 4 SEMANAS O paciente com endocardite em tratamento precisa ter hemocultura todos os dias, incluindo 4-6 semanas após o termino do tratamento. A vegetação pode não desaparecer a principio, então não há necessidade para que ela desapareça. Cirurgia Indicação absoluta - Insuficiencia cardíaca moderada a grave por comprometimento valvar; - Valva protética instável por infecção; - Bacteremia persistente após mais de 6 semanas; - Abcesso cardíaco com infecção por S.aureus - Infecção por fungos, p.aeruginosa e brucella. Anticoagulação Valva nativa é contraindicado Em valva protética, recomenda-se suspender durante a fase séptica Profilaxia Procedimentos recomendados: - Dentários - Trato respiratório - Pele, subcutâneo ou tecido muscular infectada Os pacientes que devem ser feitos: Valva protética, EI prévia, cardiopatia congênita, coração transplantado com disfunção valvar. Esquemas: VO - Amoxicilina 2g VO 1h antes Alternativas: - Clindamicina 600 mg VO 1h antes - Azitromicina 500 mg VO 1h - Ampicilina 2g IV 30 min antes
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