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PRINCÍPIOS E 
TÉCNICAS 
PARA A PRÁTICA 
DA REDAÇÃO 
JORNALÍSTICA 
Nádia Maria Lebedev Martinez Moreira
Do coloquial ao 
didatismo: a construção 
do texto jornalístico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever as principais características do texto jornalístico.
  Identificar os principais verbos usados no texto jornalístico e as suas 
funções.
  Reconhecer as diferenças mais marcantes de redação jornalística para 
impresso, rádio, TV e digital.
Introdução
Sem dúvida, está na redação, no texto, a base de todo esse processo, 
afinal, ainda que seja um negócio, o jornalismo é um serviço público. 
O texto acompanha todo o fazer jornalístico, que depende da escrita, 
independentemente do meio. Não só do impresso e do digital vive o 
texto jornalístico, porém o que é dito no rádio e na televisão é comumente 
lido pelos apresentadores. Portanto, não se engane, quem se propõe a 
ser jornalista só conseguirá exercer a profissão se escrever. Como Noblat 
(2010) pontua, a redação tem uma razão de ser: ela é um serviço que 
informa transmitindo entendimento ao cidadão sobre os fatos. 
Neste capítulo, você conhecerá as principais características de um 
texto jornalístico. Além disso, verá quais são os verbos mais comuns 
utilizados nas redações jornalísticas. Por fim, conhecerá as diferentes 
formas de escrita e como elas se adequam a meios distintos: impresso, 
rádio, televisão e digital.
1 Características do texto jornalístico
O texto jornalístico é uma forma narrativa muito própria, pois está sempre 
imerso em um contexto particular, sendo apresentado por algum veículo de 
informação. O objetivo desse tipo de texto é bastante claro: informar. Segundo 
Rech (2018, p. 13):
Independentemente do veículo, a notícia está presente como a forma mais 
atualizada da informação. Para o leitor, o ouvinte ou o telespectador, tomar 
conhecimento das últimas notícias é estar atualizado, é sentir-se inserido 
no contexto atual da sociedade, é fazer parte do mundo. Para aquele que 
pretende redigir textos jornalísticos, entender a essência do texto noticioso 
é fundamental para atender aos anseios de seu público e para brindá-lo com 
informação de qualidade, pautada pelo comprometimento e pela responsa-
bilidade de seu autor. 
O autor aponta, ainda, que a narração noticiosa possui uma lógica de 
redação peculiar, a qual segue uma estrutura proposta e popularizada pela 
imprensa norte-americana, conhecida como pirâmide invertida (Figura 1), 
que supõe que o relato jornalístico não privilegiará, necessariamente, a ordem 
cronológica dos fatos, mas sim a importância decrescente destes.
Figura 1. Pirâmide invertida.
Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico2
É importante estar atento a esse elencar dos fatos. Por exemplo, se duas pessoas 
são assassinadas na cidade de São Paulo, na Avenida Paulista, de madrugada, muito 
provavelmente a sequência seria justamente esta: duas pessoas são assassinadas na 
Avenida Paulista durante a madrugada de ontem. Agora, se, por acaso, o suspeito de 
cometer esse crime for conhecido e inesperado, a sequência se altera: Prefeito de São 
Paulo é suspeito de matar duas pessoas na Avenida Paulista durante a madrugada 
de ontem.
Em A arte de escrever bem: um guia para jornalistas e profissionais do 
texto, Salvador e Squarisi (2009) explicam que todo texto se destina a alguém. 
Por exemplo, um advogado escreve um texto defendendo seu cliente para um 
juiz e um júri, assim como um jornalista escreve para seu leitor, ouvinte ou 
telespectador. Para tanto:
  a linguagem precisa ser clara, portanto coloquial;
  as informações devem ser precisas;
  o estilo precisa atrair a atenção das pessoas.
Assim, para que o texto seja compreendido, faz-se necessário o domí-
nio do idioma por parte do jornalista, além do fato de que este deve estar 
familiarizado com o assunto, o que faz da apuração uma parte essencial do 
processo. Jorge (2008) avalia que a prosa jornalística precisa obedecer a sete 
itens indispensáveis à redação, descritos a seguir.
Brevidade
A notícia deve ser apresentada de forma sintética, com frases curtas, a fi m de 
proporcionar uma melhor compreensão por parte do receptor. “O propósito 
é ampliar o nível de comunicação numa linha não apenas horizontal, mas 
vertical, de modo a atingir mais leitores” (JORGE, 2008, p. 127). No entanto, 
tenha em mente que ser breve não signifi ca ser desprovido de refl exão, visto 
que o texto jornalístico é objetivo e claro com o intuito de informar o maior 
número de cidadãos possível.
3Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico
Clareza
“O texto breve deve também ser explicado, chegando, às vezes, a ser didático” 
(JORGE, 2008, p. 127). Os acontecimentos precisam ser expostos de forma 
clara, com frases diretas e sempre evitando gerúndios. Leia as frases a seguir 
e observe a mesma ideia adaptada a um relato mais claro, com frases mais 
curtas e uma linguagem objetiva que evita o gerúndio:
a) Estudantes aprovados no vestibular de jornalismo chegarão à faculdade 
podendo, caso sejam estudiosos, concluindo o curso em quatro anos 
e fazendo uma pós-graduação em seguida, ser profissionais atraentes 
para o mercado.
b) Estudantes aprovados no vestibular de jornalismo chegam à faculdade. 
Quando concluírem os quatro anos de curso, se tonarão mais atraentes 
ao mercado de trabalho se fizerem uma pós-graduação.
Simplicidade
Deve-se utilizar, de preferência, palavras de uso cotidiano e sem rebuscamento 
e, ao mesmo tempo, fugir de lugares-comuns, visto que tudo isso difi culta a 
compreensão da informação.
Concisão
Deve-se ser conciso, resumindo ideias e descartando o supérfl uo. 
Precisão
Deve-se narrar as cenas, descrever o estado de coisas e evitar ambiguidades.
Exatidão
A exatidão diz respeito diretamente à informação. “Ao transmitir os fatos, 
é necessário ser exato, ou melhor: buscar o termo certo, a comparação 
justa, números que tragam a realidade para perto de quem lê” (JORGE, 
2008, p. 128).
Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico4
Ritmo
Essa é uma característica muito familiar para quem tem o hábito da escrita. 
Jorge (2008) aponta que o texto jornalístico, ao narrar um fato, imprime certo 
ritmo a ele, o qual precisa ser coerente. Por exemplo, ao noticiar um velório, 
certamente o texto apresentará algo de fúnebre, já ao descrever desfi les de 
escolas de samba, o tom será de alegria, festança.
2 O uso do verbo e sua função no texto 
jornalístico
A escolha dos verbos é bastante determinante para a compreensão de um texto, 
principalmente no jornalismo, que precisa atingir um grande número de pessoas. 
Acompanhe, a seguir, explicações sobre o uso de verbos no texto jornalístico.
Tempo verbal
Quando se escolhe um tempo verbal, seja ele pretérito, presente ou futuro, 
deve-se assumir a mesma temporalidade ao longo de todo o texto.
A opção pela voz ativa é mais comum
O verbo tem uma voz, porém alguém diz por ele. Esse alguém, na voz ativa, 
é sempre o sujeito. Na redação jornalística, a opção pela voz ativa costuma 
ser mais coerente do que a opção pela voz passiva, uma vez que a primeira é 
mais direta e simples de compreender do que a segunda. Observe:
  Voz ativa: o artista pintou um quadro para o papa.
  Voz passiva: um quadro foi pintado para o papa pelo artista.
Evite o verbo “falar”
Falar não é um verbo adequado para o texto jornalístico, de modo que se deve 
sempre optar por alternativas, como: dizer, declarar, afi rmar, negar. Ou seja, 
escolha verbos declarativos.
5Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico
Evite verbos genéricos
Verbos genéricos são imprecisos e podem atrapalhar a compreensão. Observe, 
a seguir, exemplos de frases com verbos genéricos.
Verbos genérico “fazer”
O assassino fez um buraco para esconder a arma do crime.
O assassino cavou um buraco para esconder a arma do crime.
A atriz está fazendo artes cênicas para se
aprofundar ainda mais na profissão.
A atriz está cursando artes cênicas para se 
aprofundar ainda mais na profissão.
Verbo genérico “pôr”
Pôr o casaco no armário.
Guardar o casaco no armário.
Pôr uma palavra no título.
Acrescentar uma palavra no título.
Verbo genérico “ter”
Ter dor de estômago.
Sentir uma dor no estômago.
Ter o respeito dos colegas.
Conquistar o respeito dos colegas.
Verbo genérico “ver”
Ver pela janela.
Olhar pela janela.
Ver a beleza do mar.
Observar a beleza do mar.
Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico6
O verbo “haver” como sinônimo de “existir”
Como “haver” é um verbo impessoal, a concordância sempre se dará no 
singular:
a) Houve diversas objeções ao plano apresentado.
b) Pode haver consequências graves para as suas escolhas.
Três regras básicas para o uso correto do gerúndio
1. O gerúndio quando expressa a simultaneidade entre dois verbos:
 ■ Correto: Enquanto as torcidas brigavam, os jogadores continuavam 
jogando.
 ■ Errado: A artista nasceu numa família muito rica, estudando nos 
melhores colégios de sua cidade.
2. Quando o gerúndio indicar uma ação que acontece imediatamente 
antes da principal:
 ■ Correto: Olhando para o alto se distraiu, acabou atropelado no 
centro da cidade.
 ■ Errado: Vi o céu escurecendo.
3. O verbo no gerúndio nunca indicará uma ação que ocorre após a ação 
principal:
 ■ Correto: O leão fugiu da jaula e foi capturado pelos funcionários 
do Ibama.
 ■ Errado: O leão fugiu da jaula, sendo capturado pelos funcionários 
do Ibama.
“Iniciar” e “encerrar”
Os verbos refl exivos expressam ações feitas e/ou recebidas pelo sujeito da 
frase. Exemplo: o jogador se machucou na partida de ontem. O verbo refl exivo 
é acompanhado do “se”.
  Errado: As inscrições para o Enem iniciam/encerram na segunda-feira.
  Correto: As inscrições para o Enem se iniciam/encerram na 
segunda-feira.
7Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico
3 As particularidades de cada meio
Como visto, o texto é a essência do jornalismo. Entretanto, é preciso conhecer 
o processo de produção da notícia para identifi car o que é mais adequado 
para cada veículo. Por exemplo, o jornalismo impresso será descritivo e mais 
aprofundado, uma vez que o tempo do texto lido é diferente do tempo do 
texto que será ouvido. 
O rádio, assim como o impresso, também será descritivo, talvez até mais, 
afinal não terá o apoio de nenhum tipo de imagem — o jornal impresso ou a 
revista podem contar com fotos, gráficos, etc. Contudo, lutará contra o tempo 
e, para isso, se valerá de um texto ainda mais coloquial, direto e simples, pois 
o ouvinte precisa entender imediatamente o que está sendo passado. Assim, 
não é por acaso que, muitas vezes, o rádio soa como uma conversa, como um 
papo entre pessoas próximas, o que faz dele um veículo bastante emotivo. 
A televisão, por sua vez, contará com o suporte da imagem, de modo que o 
texto para esse tipo de veículo não poderá “brigar” com a cena que é mostrada. 
Portanto, essa relação precisa ser complementar e evitar redundâncias.
Por fim, o meio digital contará com todas as ferramentas dos meios ante-
riores, pois a internet possibilita todo tipo de veiculação. No entanto, esse tipo 
de texto terá outros desafios, já que o internauta talvez seja o tipo de público 
mais “misterioso” para o jornalismo contemporâneo. Sabe-se que o perfil do 
leitor de jornal, do ouvinte do radiojornalismo e do telespectador do telejornal 
é traçado com mais facilidade, o que nos leva a uma dúvida bastante dura: 
para quem é o texto feito pelo jornalista do meio digital?
O texto para o jornalismo impresso
A produção de texto do jornal diário mistura-se com o que é feito para a web, 
por isso é bastante comum ler no jornal o mesmo artigo postado no portal do 
veículo. A diferença mais marcante talvez seja determinada pelo tempo de apu-
ração da notícia. Publicar uma notícia em um portal indica certo imediatismo: 
o fato ocorre e, considerando-se a velocidade da circulação da informação, 
logo é postado. Já o jornal do dia seguinte se valerá de uma análise muitas 
vezes mais aprofundada que a notícia apresentada no site (FOLHA DE SÃO 
PAULO, 2018). Assim, os veículos impressos têm se voltado para textos mais 
refl exivos, contextuais e detalhados, como uma estratégia para se diferenciar 
do que é apresentado nos portais. É importante ressaltar que aqui estamos 
falando dos grandes jornais mais tradicionais, como Folha de S.Paulo, O 
Globo, Correio Brasiliense e O Estado de S. Paulo.
Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico8
Em contrapartida, os jornais populares, com textos ainda mais curtos e 
coloquiais que os da internet, são vendidos por menos de um real ou mesmo 
distribuídos gratuitamente à população em geral. Aqui, a notícia é apresentada 
em pílulas, em alguns casos de forma sensacionalista, inclusive, mas também 
informando, projetando um leitor menos instruído, mas que busca informação 
do mesmo jeito.
Para assistir a um episódio do programa Observatório da Imprensa, da TV Brasil, 
apresentado por Alberto Dines (1932–2018), acesse o link a seguir. Nesse episódio, o 
jornalista entrevista João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, 
que, por sua vez, conta a história do jornalismo na empresa e, mais especificamente, 
no jornal O Globo.
https://qrgo.page.link/QSU8C
O texto jornalístico para o rádio
As principais características do texto radiofônico são, sem dúvida, a oralidade 
e a coloquialidade. De acordo com Rech (2018, p. 145):
A oralidade do rádio exige uma linguagem mais solta, sem ser vulgar, que 
provoque a sensação de que o apresentador está propondo, na verdade, um 
bate-papo com quem escuta, mesmo que o retorno da conversa só venha por 
meio de mensagens de Whats App, ligações ou e-mails enviados à redação. 
Lembre-se de que o imediatismo determina o radiojornalismo, uma vez 
que o ouvinte tem uma única chance para entender a notícia, afinal o que é 
dito no “ar” logo se perde. Contudo, se por um lado isso pode parecer uma 
desvantagem, por outro, a agilidade na transmissão, a informação em tempo 
real e o impressionante e democrático alcance desse meio lhe confere poder. O 
rádio atinge, potencialmente, um público mais numeroso e diverso que qualquer 
outro veículo. As rádios que são totalmente dedicadas ao jornalismo, como 
a CBN ou a BandNews, informam sobre o que acontece no âmbito nacional 
e no regional, e seus jornalistas desenvolvem uma relação de proximidade 
com o ouvinte.
9Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico
Para assistir ao tributo feito a Ricardo Boechat pelos seus colegas da BandNews em 
decorrência de um ano de sua morte, acesse o link a seguir. Nesse vídeo, é possível 
compreender a relação particular que os jornalistas desenvolvem com seus ouvintes.
https://qrgo.page.link/kdAj1
O texto jornalístico para a televisão
Segundo Rech (2018), o texto jornalístico para a televisão é marcado por 
quatro elementos: imediatismo, instantaneidade, envolvimento profundo do 
telespectador e superfi cialidade. É imediato por possibilitar, assim como o 
rádio, a transmissão do fato ao vivo, porém conta com a força inquestionável 
da imagem em movimento. Por exemplo, ler um texto, ouvir uma descrição 
ou mesmo ver uma foto de um prédio desabando é uma experiência bastante 
diferente de assistir a essa imagem ao vivo. O século XXI nos forneceu di-
versas imagens memoráveis e chocantes, como a queda das Torres Gêmeas 
em Nova Iorque, em 2001, e o rompimento da barragem de dejetos de minério 
da Companhia Vale do Rio Doce, em Brumadinho (MG), no ano de 2019.
Já o texto jornalístico para a televisão é instantâneo porque “[...] a infor-
mação é captada no momento em que é transmitida” (RECH, 2018, p. 159). 
O envolvimento é profundo por possibilitar ao telespectador ser transportado 
ao local do fato transmitido. Entretanto, será sempre superficial, afinal o 
tempo é bastante limitado e não permite um aprofundamento
maior na 
notícia. De acordo com Rech (2018, p. 165):
A seu favor, em relação aos concorrentes de rádio e jornal, o texto de tele-
visão tem o apoio da imagem, que deve trabalhar como complementação 
da informação. No entanto, é preciso ter cuidado: ao passo que as imagens 
podem facilitar o entendimento do espectador, um texto que não dialoga efe-
tivamente com elas pode confundi-lo e colocar em xeque a credibilidade do 
material exibido. Por outro lado, o texto não deve ser uma simples descrição 
das imagens, pois os dois devem ser complementares. 
Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico10
Portanto, escrever para a televisão depende de conhecer as imagens que 
foram captadas, uma vez que texto e imagem constroem juntos a notícia. 
O texto jornalístico para a internet
Escrever para portais jornalísticos é assumir a velocidade como característica 
principal. Não importa onde o repórter esteja, a internet permite texto, vídeo, 
áudio e foto com um imediatismo em termos de publicação que o jornalismo 
não havia experimentado até então. Três aspectos essenciais diferem esse 
tipo de texto dos textos para outros veículos, são eles: a hipertextualidade, a 
interatividade e ser multimídia.
Ainda que a hipertextualidade não seja um conceito restrito à web, visto 
que é anterior a ela, o digital permitirá um desmembramento do texto por 
meio da conexão entre links de um modo muito mais amplo. Segundo Rech 
(2018, p. 185):
Se antes, por uma questão puramente física e espacial, os jornais traziam 
apenas a linguagem escrita e visual, composta por fotografias, infográfi-
cos e identidade visual, hoje os portais e sites de notícias vão muito além. 
Os avanços tecnológicos viabilizaram o vínculo de arquivos de áudio e 
vídeo como elementos hipertextuais, dando o caráter multimídia ao que 
é produzido.
Além da possibilidade de utilizar links de múltiplos meios, a internet 
possibilita um contato direto entre jornalista e receptor. O internauta interfere, 
complementa, responde ao que foi publicado e muda o contorno da própria 
notícia. Portanto, o ciberespaço tem modificado a relação entre quem produz e 
quem consome a notícia, e essa barreira nunca esteve tão fluida, de modo que 
cabe aos jornalistas adaptar os textos a essa interatividade, afinal, a construção 
da notícia é, ao menos potencialmente, coletiva. 
Quantas vezes não vemos vídeos, áudios e textos de receptores instigarem 
ou complementarem pautas? Assim, a informação passa a ser uma via de mão 
dupla, e o papel do jornalista se desloca cada vez mais de um lugar do “furo” 
para um local de filtragem e de uma produção mais especializada da notícia, 
o que exige ainda mais do texto.
11Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico
FOLHA DE SÃO PAULO. Manual de Redação. São Paulo: PubliFolha, 2018.
JORGE, T. de M. Manual do foca: guia de sobre vivência para jornalistas. São Paulo: 
Contexto, 2008.
NOBLAT, R. A arte de fazer um jornal diário. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2010.
RECH, G. K. Redação jornalística: apontamentos para a produção de conteúdo. Curitiba: 
Intersaberes, 2018.
SALVADOR, A.; SQUARISI, D. A arte de escrever bem: um guia para jornalistas e profissionais 
do texto. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2009.
Leituras recomendadas
HOMENAGEM da Bandnews FM ao Ricardo Boechat, nosso eterno âncora de todas 
as manhãs. [S. l.; s. n.], 2020. 1 vídeo (59 min). Publicado pelo canal Rádio BandNews 
FM. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3e62Lc5ptzM. Acesso em: 
2 mar. 2020.
JOÃO Roberto Marinho: observatório da Imprensa. [S. l.; s. n., 2014]. 1 vídeo (47 
min). Publicado pelo canal TVBrasil. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=Ik30PJFfmK4. Acesso em: 2 mar. 2020.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Do coloquial ao didatismo: a construção do texto jornalístico12

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