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Princípios e Técnicas da Redação Jornalística

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PRINCÍPIOS E 
TÉCNICAS PARA 
A PRÁTICA DA 
REDAÇÃO 
JORNALÍSTICA
Nádia Maria Lebedev Martinez Moreira
Os principais elementos 
do texto jornalístico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever os principais elementos do texto jornalístico: manchete, 
olho, linha fina, etc.
  Analisar a função de cada elemento para a compreensão da notícia.
  Reconhecer as diferenças entre os elementos textuais da capa e das 
páginas internas.
Introdução
Todo jornalista é um contador de histórias. Contamos histórias sobre 
pessoas, governos, moedas, times de futebol, bandas, cidades, prédios 
e tudo o mais que interessar para o tal “agora” ou para a dita “atualidade”. 
Narramos o que está acontecendo e atribuímos a essa narração o status de 
informação, afinal, informar é, em seu cerne, contar algo, alguma história. 
Evidentemente, essa narração tem limitações, dependendo do meio 
em que ela ocorre: no rádio ou na TV, ela tem um tempo determinado 
para ser transmitida, tempo este que será administrado em função da 
programação; se for no impresso, ela terá um limite de linhas, um espaço 
próprio para acontecer; se for na internet, dependerá da linha editorial do 
portal ou da disposição para a apuração e a redação do blogueiro. Enfim, 
o formato interferirá na maneira como os jornalistas contam as histórias. 
Neste capítulo, você conhecerá os elementos que compõem o texto 
jornalístico, como manchete, olho, chapéu, linha fina, coluna, crédito, 
etc. Além disso, conhecerá a importância de cada um desses elementos 
para a compreensão da notícia. Por fim, conhecerá as diferenças entre 
elementos apresentados na capa e nas páginas internas.
1 Elementos do texto jornalístico 
As redações de jornais impressos contam com expressões e uma linguagem 
particular para indicar elementos do texto jornalístico, tanto na capa quanto 
nas páginas internas de um jornal. Esses elementos compõem a diagramação 
de um jornal, ou seja, como organizar elementos verbais (texto) e elementos 
não verbais (fotografi as, ilustrações, etc.) de uma edição.
Observe, nas Figuras 1 a 3, a seguir, exemplos de elementos do texto 
jornalístico do jornal Folha de S.Paulo (2020). 
Figura 1. Capa do jornal Folha de S.Paulo de 11 de fevereiro de 2020.
Fonte: Adaptada de Folha de S. Paulo (2020).
Os principais elementos do texto jornalístico2
Figura 2. Página interna do jornal Folha de S.Paulo de 11 de fevereiro de 2020. 
Fonte: Adaptada de Folha de S. Paulo (2020).
3Os principais elementos do texto jornalístico
Figura 3. Página interna do jornal Folha de S.Paulo de 11 de fevereiro de 2020. 
Fonte: Adaptada de Folha de S. Paulo (2020).
Antes de conhecer o significado desses termos, é importante deixar claro 
que cada empresa terá sua nomenclatura própria, ainda que haja algumas coin-
cidências. Por isso, somente após certo tempo trabalhando em uma redação é 
que será possível se familiarizar com as expressões e com o processo produtivo 
do lugar. De qualquer forma, neste capítulo, seguiremos o indicado por Rech 
(2018), Jorge (2008) e, principalmente, pelo Manual da Redação (FOLHA DE 
S. PAULO, 2018), não só para seguirmos as imagens anteriores, mas também 
por serem uma referência no estudo de jornalismo. 
Observe, a seguir, o significado dos termos frequentemente utilizados no 
jornalismo:
  Arte: engloba tudo que for apresentado na forma de tabelas, mapas, 
quadros e gráficos e não for editado na forma de texto (FOLHA DE 
S. PAULO, 2018). É de responsabilidade dos departamentos ligados a 
todo o setor de programação visual.
  Boneco: primeiro esboço gráfico do jornal/revista completo. É alterado 
por editores e pelo departamento de arte.
  Cabeçalho: parte superior da primeira página do jornal, onde se localizam 
o logotipo e algumas informações, como data, número, ano, nome do 
diretor ou redator-chefe e endereço da sede (FOLHA DE S. PAULO, 2018).
Os principais elementos do texto jornalístico4
  Caixa-alta e caixa-baixa: composição de letras maiúsculas e minús-
culas em uma publicação, a qual depende da linha editorial gráfica 
do jornal. Observe que o logo da Folha de S.Paulo aparece todo em 
caixa-alta no cabeçalho da primeira página do jornal.
  Chamada: texto curto na primeira página do jornal que visa a chamar 
a atenção do leitor para as notícias mais importantes da edição (JORGE, 
2008).
  Chapéu: palavra ou expressão que aparece logo acima do título de uma 
reportagem, cuja finalidade é atrair o olhar do leitor e reforçar a temática 
que será trabalhada a seguir. Também conhecido como suspensório, 
antetítulo, sobretítulo ou epígrafe (RECH, 2018).
  Coluna: em um jornal tipo standard (Folha de S.Paulo, O Globo, Cor-
reio Brasiliense, etc.), o padrão, por página, são seis colunas divididas 
verticalmente, visando a facilitar a leitura.
Em geral, existem dois tipos de jornais: os impressos no formato standard, que, no Brasil, 
são entendidos como jornais mais tradicionais; e os impressos no formato tabloide 
(Super Notícia, Daqui, Zero Hora, Extra, Diário Gaúcho, Meia Hora, etc.), normalmente de 
cunho popular e que costumam flertar com o sensacionalismo. Diversos impressos 
brasileiros têm feito a transição para o formato tabloide, pelo fato de este ter um custo 
de produção mais baixo, reflexo de mais um dos desafios enfrentados pelo jornalismo 
nos últimos tempos.
Para saber mais sobre esse assunto, leia a coluna do jornalista Tessler (2018), Jornais 
reduzem o formato para sobreviver.
  Crédito: indicação de autoria. Os créditos podem ser do texto, da arte 
ou da fotografia.
  Editoria: envolve todas as seções ou equipes que constituem a redação 
do jornal, sendo cada editoria responsável pela cobertura de um dado 
tema (FOLHA DE S. PAULO, 2018).
  Entretítulo, intertítulo: título inserido para dividir um assunto e 
facilitar a leitura de um texto.
  Gravata: frase que aparece logo abaixo do título de uma arte e que 
tem por finalidade explicar o que esta representa.
5Os principais elementos do texto jornalístico
  Lauda: 
Folha de papel-padrão da escrita jornalística, com medições laterais das 
linhas, que correspondem a um determinado espaço impresso. Já tomou 
vários formatos, ao longo do tempo, sendo o mais comum: 30 linhas × 72 
batidas. Também pode ser 20 (ou 25 linhas) × 70 batidas. O computador faz 
esse cálculo automaticamente, convertendo as letras em caracteres. A lauda 
era padrão no rádio, TV, jornal e revista, mas vem sendo substituída pela 
medida em centímetros ou caracteres (JORGE, 2008, p. 226).
  Legenda: texto breve e explicativo que acompanha uma fotografia, 
ilustração, gráfico, mapa, desenho, etc. Ela deve ser explicativa, e não 
descritiva, evitando redundâncias.
  Linha — fina: frase ou período sem ponto final abaixo do título, cuja 
finalidade é completar seu sentido ou dar outras informações, além de 
funcionar como subtítulo (FOLHA DE S. PAULO, 2018).
  Manchete: é o título principal de uma página. Correlato a ela, pode 
haver vários outros títulos. Refere-se sempre à notícia principal, por 
isso é maior e está sempre em destaque.
  Olho: recurso utilizado para destacar os melhores trechos de textos 
longos, visando a facilitar a leitura (FOLHA DE S. PAULO, 2018).
  Título: busca motivar o leitor para o texto. Contudo, como nem sempre 
há tempo para a leitura, os títulos procuram resumir a notícia.
2 Função dos elementos 
No texto jornalístico, há três formas de informar: a nota, a notícia e a reporta-
gem (JORGE, 2008; LAGE, 2001; NASCIMENTO, 2009; PENA, 2006; RECH, 
2018). A nota é uma versão simplifi cada da notícia, composta essencialmente 
pelo lead (ou lide), ou seja, responde às seis questões-base da transmissão da 
informação: “quem?”; “o quê?”; “quando?”, “onde?”, “como?”; e “por quê?”. 
Já o conceito de notícia aparece um tanto quanto aberto entre os teóricos 
do jornalismo, uma vez que não há unanimidade no que se refere a ele: “[...] 
podemos dizer que é amatéria-prima do jornalismo, independente do meio – 
jornal, televisão, rádio ou web. [...] texto que informa um fato ou acontecimento 
ao público de forma direta [...]” (RECH, 2018, p. 107). A reportagem, por sua 
vez, seria a forma mais nobre de jornalismo, visto que, além de informar, ela 
se aprofunda nos assuntos tratados. Com a internet, a circulação de notícias 
Os principais elementos do texto jornalístico6
aumentou consideravelmente, o que, consequentemente, evidenciou o trabalho 
da reportagem nos veículos, sobretudo no jornal impresso. 
A informação instantaneamente está em nossos computadores e smar-
tphones, porém a reflexão sobre os temas está nas reportagens. Para Lage 
(2001), a diferença entre a notícia e a reportagem está no que ele chama de 
projeto de texto, diferença esta marcada desde a apuração até a composição 
dos elementos citados na seção anterior.
Os elementos verbais em uma página jornalística são de responsabilidade 
dos editores, que, além de revisarem os textos (notas, notícias e reportagens), 
pensam na sua distribuição ao longo das páginas de um jornal, em especial 
na primeira página, responsável por atrair a atenção do leitor:
A despeito das novas atribuições, os editores continuam tendo como principal 
função a de revisar o texto, analisando especialmente a lógica da estruturação 
das matérias, e a de diagramar as páginas ao lado do diagramador. É o editor 
a figura responsável, na redação, pelos elementos verbais das matérias, como 
o título, o chapéu, a gravata e as legendas, além de outros menos usuais, como 
o olho, mas comum em matérias especiais ou nos textos de revista (RECH, 
2018, p. 112).
Observe que, ao contrário do que aparenta em um primeiro momento, 
a responsabilidade pela utilização dos elementos aqui discutidos não é do 
repórter. Tanto os elementos verbais como os não verbais são estratégicos 
para a divulgação da notícia e, inclusive, para as vendas dos jornais (ou, ainda, 
contemporaneamente, para os acessos aos portais), de modo que, para elaborá-
-los, é preciso ter uma grande capacidade de síntese, sem cair em redundâncias 
desnecessárias, como quando se elabora uma legenda que não complementa 
uma fotografia, e sim descreve o que o leitor já está vendo. 
A elaboração e a distribuição desses elementos nas páginas dos jornais 
também deixa claro qual é o público-alvo do jornal, basta perceber a diferença 
entre a manchete do jornal Folha de S. Paulo, “Tempestade inunda e trava São 
Paulo” (Figura 1), para a manchete do mesmo dia, no tabloide Agora (também 
do Grupo Folha), “Temporal paralisa SP” (Figura 4). O primeiro conta com 
mais textos, uma manchete com mais palavras e uma foto mais ilustrativa 
para as classes mais abastadas da cidade. Já o segundo, claramente, conta com 
menos textos, uma manchete curta e uma foto mais popular.
7Os principais elementos do texto jornalístico
Figura 4. Manchete do tabloide Agora.
Fonte: Agora São Paulo (2019).
Os principais elementos do texto jornalístico8
Manchete e título não são a mesma coisa. Mesmo uma nota dentro de um jornal 
precisa receber um título, ao passo que as manchetes servem para chamar a atenção 
do público leitor e indicam o que há de destaque na edição do dia. Em suma, toda 
manchete é um título, mas nem todo título é uma manchete. 
3 Diferenças entre a capa e as páginas internas 
de um jornal 
A forma como se faz jornalismo mudou bastante do século passado para o 
atual, principalmente quando se pensa no jornal impresso. Atualmente, a 
informação mais imediata logo é disponibilizada nos portais, de modo que 
cabe ao jornal do dia seguinte matérias mais elaboradas, refl exivas e com 
uma apuração mais detalhada. Isso precisa aparecer logo na capa, o que faz 
sua elaboração ter um objetivo claro: introduzir os assuntos daquela edição 
da forma mais atraente o possível para seu público leitor.
É preciso ressaltar que o jornal está à venda, ele é um bem de consumo. 
Assim, a primeira página é uma espécie de vitrine, e não por acaso a dispo-
sição dos textos, das fotos e da arte é vital para chamar a atenção do leitor. 
Essa “promessa” feita na capa precisa ser cumprida pelas páginas internas 
do jornal, que, por sua vez, também precisam ser atraentes, caso contrário, o 
produto final não é lido e, com o tempo, perde público consumidor, colocando 
em risco a sobrevivência do negócio.
Tudo isso ressalta o tamanho da responsabilidade que os editores e diagra-
madores carregam, uma vez que, embora repórteres, colunistas e fotógrafos 
sejam os produtores de conteúdo, a seleção e a organização de todo esse material 
não é uma tarefa simples, e nunca foi. Como bem pontua Dines (1986, p. 102), 
em seu conhecido livro O papel do jornal: “O leitor habituou-se ao jornal 
bonito, logicamente apresentado e racionalmente disposto [...]”.
9Os principais elementos do texto jornalístico
AGORA SÃO PAULO, São Paulo, [19 fev. 2019].
DINES, A. O papel do jornal. São Paulo: Summus, 1986.
FOLHA DE S. PAULO. Manual da redação. 5. ed. São Paulo: PubliFolha, 2018.
FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, n. 33, 11 fev. 2020.
JORGE, T. M. Manual do foca: guia de sobre vivência para jornalistas. São Paulo: Con-
texto, 2008.
LAGE, N. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de 
Janeiro: Record, 2001.
NASCIMENTO, P. C. Técnicas de redação em jornalismo: o texto da notícia. São Paulo: 
Saraiva, 2009. v. 2.
PENA, F. Teoria do jornalismo. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006.
RECH, G. K. Redação jornalística: apontamentos para a produção de conteúdo. Curitiba: 
Intersaberes, 2018.
Leituras recomendadas
NOBLAT, R. A arte de fazer um jornal diário. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2010.
SALVADOR, A.; SQUARISI, D. A arte de escrever bem: um guia para jornalistas e profissionais 
do texto. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2009.
TESSLER, E. Jornais reduzem formato para sobreviver. 2018. Disponível em: https://www.
meioemensagem.com.br/home/opiniao/2018/01/11/jornais-reduzem-formato-para-
-sobreviver.html. Acesso em: 05 mar. 2020.
Os principais elementos do texto jornalístico10

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