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LÍ N G U A P O R TU G U ES A G ru po s: 1 0, 1 1 e 12 www.coc .com.br Ensino Fundamental - Anos Finais SÉTIMO ANO Volume4 LIVRO DO PROFESSOR 101375061 CO EF 07 INFI 02 4B LV 04 MI DLPO PR CAPA_G10 G11 e G12.indd 1 25/06/2020 18:21 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C DA DO S ESCOLA: NOME: TURMA: NÚMERO: HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO 101375061 CO EF 07 INFI 02 4B LV 04 MI DLPO PR CAPA_G10 G11 e G12.indd 2 25/06/2020 18:21 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Ensino Fundamental - Anos Finais SÉTIMO ANO Volume4 LIVRO DO PROFESSOR LÍ N G U A P O R TU G U ES A G ru po s 10 , 1 1 e 12 101375061 CO EF 07 INFI 02 4B LV 04 MI DLPO PR INICIAIS_G10 G11 e G12.indd 1 13/07/2020 14:27 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C EDITORIAL Todos os direitos desta publicação são reservados à Pearson Education do Brasil S.A. Fone: (16) 3238.6300 Av. Dr. Celso Charuri, 6391 Jardim São José – Ribeirão Preto - SP CEP 14098-510 www.coc.com.br Vice-presidência de Educação Juliano de Melo Costa Direção editorial de Educação Básica e Universidades Alexandre Ferreira Mattioli Gerência de produtos editoriais Matheus Caldeira Sisdeli Gerência de design Cleber Figueira Carvalho Coordenação editorial Felipe A. Ribeiro Coordenação de design Vanessa Cavalcanti Autoria Fábia Alvim Editoria responsável Erika Akime Tawada Boldrin Editoria pedagógica Anita Adas Editoria de conteúdo Éverton Silva, Juliana Fernandes Rosa, Miriam Margarida Grisolia, Thalita Andrade da Silva Controle de produção editorial Lidiane Alves Ribeiro de Almeida Assistência de editoria Ana Beatriz Rodrigues Ferrari, Mariana Paulino Silva, Mariane de Mello Genaro Feitosa Preparação e revisão gramatical Ivone Teixeira, Leandro Requena Pereira, Mariane Genaro de Mello Feitosa, Milena Contador Lotto, Miriam Margarida Grisolia Organização de originais Marisa Aparecida dos Santos e Silva Editoria de arte Natália Gaio Coordenação de pesquisa e licenciamento Maiti Salla Pesquisa e licenciamento Heraldo Colon Jr., Maricy Queiroz, Paula Quirino, Rebeca Fiamozzini Editoria de Ilustração Carla Viana Ilustração Danilo Dourado | Red Dragon Ilustrações Capa e projeto gráfico APIS design Diagramação e arte final APIS design PCP George Romanelli Baldim, Paulo Campos Silva Jr. SISTEMA COC DE ENSINO 101375061 CO EF 07 INFI 02 4B LV 04 MI DLPO PR INICIAIS_G10 G11 e G12.indd 2 13/07/2020 14:27 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 10 GRUPO “Com os modernos, consagram-se os princípios da liberdade individual e da igualdade de todos perante a lei: o indivíduo se afirma como o referencial último da ordem democrática. Pela primeira vez na história, as regras da vida social, a lei e o saber não são mais recebidos de fora, da religião ou da tradição, mas construídos livremente pelos homens, únicos autores legíti- mos de seu modo de ser coletivo. Enquanto o poder deve ema- nar da livre escolha de cada um e de todos, ninguém deve ser mais coagido a adotar esta ou aquela doutrina e submeter-se as regras de vida ditadas pela tradição. Direito de eleger seus governantes, direito de se opor ao poder estabelecido, direito de buscar por si mesmo a verdade, direito de conduzir a vida segundo sua própria vontade: o individualismo aparece como o código genético das sociedades democráticas modernas. Os direitos humanos são sua tradução institucional. […] É inegá- vel que, ao celebrar o sempre novo e os gozos do aqui-agora, a civilização consumista opera continuadamente para enfra- quecer a memória coletiva, acelerando o declínio da continui- dade e da repetição ancestral. [...] A essência do individualismo é mesmo o paradoxo. Ante a desestruturação dos controles sociais, os indivíduos em contexto pós-disciplinar têm a opção de assumir a responsabilidade ou não, de autocontrolar-se ou deixar-se levar. ” Gilles Lipovetsky AÇÃO E CONQUISTA W IL LI A M _P O TT ER /I ST O CK CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI INICIAIS_G10.indd 11 03/07/2020 08:51 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CONHEÇA SEU LIVRO EXERCÍCIOS Agrupados para facilitar o estudo e a revisão de conteúdos, são divididos em exercícios de aplicação, trabalhados em sala, e exercícios propostos, realizados em casa ou em outros momentos. ABERTURA DE CAPÍTULO Traz elementos que dialogam com o texto introdutório, buscando contextualização e estimulando a reflexão sobre o assunto em estudo. MÓDULO Reunido em capítulos, sistematiza a teoria que será trabalhada no grupo. Os exercícios referentes aos módulos são organizados após a teoria para facilitar a rotina de estudos. OBJETIVOS DO GRUPO Relação dos objetivos de aprendizagem a serem desenvolvidos no grupo. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI INICIAIS_G10.indd 6 03/07/2020 08:50 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ORGANIZADOR VISUAL Propõe uma revisão dos conceitos e estabelece conexões entre eles, proporcionando uma articulação entre os conteúdos do capítulo. PRODUÇÃO DE TEXTO As folhas de redação são destacáveis, facilitando o uso pelo aluno e a correção pelo professor. ENCARTES E ADESIVOS Apresentam recursos complementares que enriquecem o desenvolvimento dos módulos. PARA CONFERIR Momento indicado para conferir a aprendizagem de conteúdos. Pode ser aplicado ao final do capítulo ou durante seu desenvolvimento. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI INICIAIS_G10.indd 7 03/07/2020 08:50 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C EXPLORE MAIS São dicas de sites, textos e links, em ambiente digital, relacionados ao conteúdo estudado, possibilitando ampliação e aprofundamento. NOTA Traz informações históricas ou sobre estudiosos que se destacaram no contexto do conteúdo em estudo. Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive. Ricardo Reis QUADRO DE TEXTO Com referência direta ao que está sendo trabalhado, permite o contato com diversos autores. VOCABULÁRIO Explica, de maneira mais acessível e dentro do contexto, termos e conceitos, favorecendo sua assimilação, compreensão e apropriação. CONHEÇA SEU LIVRO As miniaturas são um recurso discursivo que facilitam a contextualização dos quadros com o texto principal, indicando nele em que ponto a informação adicional está relacionada. MINIATURAS DOS ÍCONES BOXES E ÍCONES Eurocêntrico: centrali- zado na Europa e nos eu- ropeus; interpretação do mundo segundo valores da Europa Ocidental. Sociedade estamental: sociedade organizada em estamentos, ou seja, em grupos sociais, e que não comportava mobilidade entre os grupos. VOCABULÁRIO NOTA Isaac Newton (1643-1727) Um dos grandes nomes da ciência foi o cientista inglês Isaac Newton, que publicou inúmeras obras, sendo uma das mais importantes para a humanidade o livro Princípios Matemáticos da Filosofia Na- tural (1687), trazendo contri- buições para a área da Mate- mática e da Física. Nesse livro, Newton apresenta a relação entre a mudança da velocida- de ao longo do tempo com a massa do corpo em questão. Parque Nacional da Serra da Capivara Saiba mais sobre um dos sítios arqueológicos mais importantes do continente, considerado um Patrimô- nio Cultural da Humanida- de pela Unesco, situado no Piauí, acessando o site em: <coc.pear.sn/ovjGrlo>. EXPLORE MAIS CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI INICIAIS_G10.indd 8 03/07/2020 08:50 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C SELOS pág. Encarte 399 pág. Redação399 Colaborativo PARA IR ALÉM Oportunidade de aprofundar o conteúdo e desenvolver uma postura investigativa, estimulando a reflexão ao despertar a curiosidade e o interesse. GRUPO TEMÁTICO Momento em que o grupo temático é trabalhado, por meio do qual as ligações entre as disciplinas são evidenciadas. NA PRÁTICA Apresenta conceitos da disciplina aplicados em situações do cotidiano ou em outras áreas do conhecimento, servindo também à divulgação científica. Os selos remissivos indicam o momento em que serão disponibilizados materiais complementares ao desenvolvimento do módulo. E também em partes da página: O selo colaborativo indica exercícios que exploram estratégias diferenciadas de aprendizagem: pág. 399Redação pág. 399Encarte Adesivo Eles podem aparecer no texto: Conhecimentos e técnicas Na obra A virgem dos roche- dos, Leonardo da Vinci de- monstra seus conhecimen- tos matemáticos, utilizando a geometria para dispor as figuras humanas em forma de triângulo (ou pirâmide), que concentram a atenção do olhar. Além disso, explo- ra a técnica da perspectiva, em que o ponto de luz que brilha além da escuridão das pedras é usado como ponto de fuga, a fim de provocar sensação de profundidade. PARA IR ALÉM A virgem dos rochedos, de Leonardo da Vinci, 1483. Óleo sobre madeira. Museu do Louvre, Paris, França. NA PRÁTICA Internet A internet foi uma das prin- cipais invenções da Idade Contemporânea, revolucio- nando os meios de comuni- cação e as relações em nossa sociedade. Ela foi criada em 1969 pelo governo dos Estados Unidos, durante a Guerra Fria. Nessa época, o governo americano temia que ataques da União Soviética às suas bases mili- tares trouxessem a público in- formações valiosas e sigilosas do governo. GRUPO TEMÁTICO Origem da maratona Você sabia que a prova da maratona baseia-se na histó- ria de Fidípides, um soldado ateniense que, por volta de 490 a.C., teria corrido 40 km, que correspondem à distân- cia entre Maratona e Atenas, para levar uma notícia aos atenienses? O soldado era considerado um ótimo cor- redor e, por isso, durante a Guerra de Maratona, foi buscar reforços em Atenas a pedido comandante grego Milcíades. Fidípides voltou à Maratona com dez mil sol- dados e venceram a guerra. Então, seu comandante teria pedido que retornasse à Ate- nas para levar a informação de que haviam vencido a guerra contra os persas. Fidí- pides teria retornado sempre correndo e, após anunciar a vitória, teria caído morto, de- vido à exaustão. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI INICIAIS_G10.indd 9 03/07/2020 08:51 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C MAPA INTERDISCIPLINAR Este mapa mostra a ligação entre os conteúdos das disciplinas, sendo ponto de partida para um trabalho interdisciplinar. GRUPO 10 Ação e conquista LÍNGUA PORTUGUESA Leitura de peça teatral, correlação verbal, ortografia, análise de videoclipe, produção de resenhaMATEMÁTICA Triângulos e quadriláteros EDUCAÇÃO FÍSICA Práticas corporais urbanas de aventura e parkour ARTE Danças tradicionais brasileiras CIÊNCIAS SOCIAIS Globalização e consumo GEOGRAFIA Região Nordeste – Aspectos gerais e subregiões HISTÓRIA Desdobramentos da colonização CIÊNCIAS DA NATUREZA Répteis e aves CSAR HI LPGE CS GEAR EF GEAR HICSAR CSCNARHICS HIGE EF CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI INICIAIS_G10.indd 12 03/07/2020 08:51 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C POR TU GUE SA LÍNGUA PÁG. 14 42 CAPÍTULO 25 Textos dramáticos CAPÍTULO 26 Música encenada CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 13 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULOCAPÍTULO 25 OBJETIVOS DO GRUPO • Analisar, entre textos literários, e entre estes e outras manifestações artísticas, referências implícitas e/ou explícitas a outros textos em relação a temas, personagens e recursos literários e semióticos. • Identificar, em texto dramático, personagem, ato, cena, fala e indicações cênicas, e a organização do texto: enredo, conflitos, ideias principais, pontos de vista e universos de referência. • Escrever palavras de acordo com as regras ortográficas, obedecendo às convenções da língua escrita. • Planejar resenhas, com base na escolha de uma produção, para analisar e sintetizar informações sobre a obra, destacando nela aspectos positivos e negativos. • Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: modos e tempos verbais, concordâncias verbal e nominal, pontuação etc. TEXTOS DRAMÁTICOS Ator: interpreta uma personagem. Diretor: coordena toda a peça teatral (pode haver subdivisões, como diretor de arte, diretor musical etc.). Iluminador: planeja a colocação de luzes no palco do espetáculo. Elenco: conjunto de atores da peça teatral. Contrarregra: responsabiliza-se pelo desenvolvimento do espetáculo, deslocamento de peças do cenário, indicação da entrada e saída dos atores, verifi cação da parte técnica etc. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 14 Neste capítulo, será aprofundado o estudo sobre texto dramático, já visto em anos anteriores. Na parte gramatical, a ênfase será dada ao estudo da correlação en- tre os tempos verbais e da grafi a de palavras que costumam gerar confusão, por apresentarem se- melhança fonética. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 14 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Cenógrafo: cria o espaço cênico. Figurinista: cria os trajes e acessórios usados pelas personagens. Maquiador: faz a maquiagem dos atores. Sonoplasta: cria os efeitos sonoros do espetáculo teatral. Dramaturgo: escreve o texto dramático. Coreógrafo: elabora a sequência de movimentos e gestos dos atores. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 15 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 15 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C LEITURA DE PEÇA TEATRAL Em anos anteriores, você já estudou que um texto dramático é basicamente feito para ser encenado. Quando assistimos a uma peça, vemos uma versão de um texto dramático que foi devidamente elaborado por diretor, atores e outros membros da produção. Apesar de sua principal característica ser a representação – ou encenação –, ele pode ser apenas lido, como um texto li- terário, mas o leitor precisará de bastante criatividade para perceber o texto como se ele estivesse sendo representado em um palco. Originalmente, na Grécia Antiga, o gênero dramático era dividido em dois subgêneros: tragédia e comédia. Módulos 145, 146 e 147 Os símbolos do teatro na Grécia Antiga eram as máscaras. Na imagem, a máscara da esquerda representa a comédia e a da direita, a tragédia. SA D EU G R A /I ST O CK Tragédia: embora atualmente a tragédia se refira a um evento triste ou desastroso, na Grécia Antiga ela era relacionada àquilo que causava pieda- de e terror no espectador. Eram representadas como personagens centrais apenas pessoas de alta posição social, como reis, generais, nobres, deuses mitológicos etc. Comédia: enquanto a tragédia clássica tende a representar a queda de uma pessoa – da prosperidade à decadência –, a comédia tem como objeti- vo provocar risos no espectador, ao mesmo tempo em que faz críticas a cer- tos aspectos da sociedade, como costumes, cargos e projetos políticos, entre outros. Como os temas desse gênero eram mais acessíveis à população em geral, aproximando-se do cotidiano de todos os cidadãos, era possível, na Grécia Antiga, que personagens centrais fossem representadas por pessoas pertencentes a estratos sociais mais baixos, como os escravizados. CA P ÍT U LO 2 5 16 Escravizados e pessoas de estratos so- ciais mais baixos eram representados, mas não ocupavam posição central nas tragédias.“[...] A epopeia e a tragédia, bem como a comédia e a poesia ditirâm- bica e ainda a maior parte da música de fl auta e de cítara são todas, vistas em conjunto, imitações. Diferem en- tre si em três aspectos: ou porque imitam por meios diversos ou objetos diferentes ou de outro modo e não do mesmo. [… ], todas realizam imita- ção por meio do ritmo, das palavras e da harmonia, separadamente ou combinadas. [… ] Uma vez que quem imita representa os homens em ação, é forçoso que es- tes sejam bons ou maus (os caracteres quase sempre se distribuem por estas categorias, isto é, todos distinguem os caracteres pelo vício e pela virtude) e melhores do que nós ou piores ou tal e qual somos, como fazem os pinto- res: [… ] Também a tragédia se dis- tingue da comédia neste aspecto: esta quer representar os homens inferiores, aquela superiores aos da realidade. Há ainda uma terceira di- ferença: o modo como se imita cada um destes objetos. Com os mesmos meios podem imitar-se os mesmos objetos, ora narrando – seja toman- do outra personalidade como faz Ho- mero, seja mantendo a sua identidade sem alteração – ora representando todos em movimento e em atuação. A imitação existe, pois, com estas três diferenças, como dissemos no início: os meios, (os objetos) e o modo.”. Tre- cho extraído de Poética, de Aristóteles. Disponível em: <https://coc.pear.sn/ N6uBALj>. Acesso em: maio 2020. Portanto, os aspectos que diferem os gêneros são basicamente a métrica, o que imitam (os temas heroicos ou cotidianos) e o modo de imitação (nar- rando ou encenando). CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 16 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Leia, a seguir, uma adaptação da peça A megera domada, considerada uma comédia romântica, escrita originalmente pelo dramaturgo inglês William Shakespeare. Verossimilhança: caracte- rística do que é verossímil, ou seja, do que se aproxima da realidade. VOCABULÁRIO Para relembrar Os textos do gênero dramático apresentam o discurso direto das persona- gens e as indicações cênicas (rubricas ou didascálias) que contêm informa- ções sobre o cenário, os movimentos, as características físicas e psicológicas das personagens, entre outras. Esses textos estão subdivididos em atos, que correspondem a ciclos de ação em determinados espaços – troca-se de ato, por exemplo, quando se muda de cenário –, e cenas, que são os momentos da ação em que os atores estão representando. Os textos dramáticos apresentam o nome da personagem que dialoga antes de sua fala, indicando, dessa forma, sua entrada em cena, e, geralmente, uma sequência linear, com situação ini- cial, complicações com um ponto culminante (tensão) e desfecho. Tipos de fala das personagens As falas das personagens podem ser apresentadas na forma de: • monólogo – uma persona- gem fala consigo mesma. • diálogo – as personagens falam umas com as outras. • aparte – uma personagem faz um comentário para os espectadores. PARA IR ALÉM A megera domada Personagens CATARINA, a megera, é voluntariosa, estressada e irada. PETRÚQUIO, o domador, vem a Pádua para se casar com moça bem rica. BATISTA MINOLA, o pai de Catarina, é um comerciante muito rico de Pádua. BIANCA, a irmã mais nova e boazinha de Catarina. LUCÊNCIO, o estudante apaixonado por Bianca. Finge ser o professor de Lite- ratura Câmbio. BIONDELLO, o segundo criado de Lucêncio. Finge ser Trânio. TRÂNIO, o primeiro criado e comparsa de Lucêncio. Finge ser Lucêncio. GRÊMIO, o pretendente mais velho e rico de Bianca. HORTÊNSIO, o pretendente mais pobre de Bianca. Finge ser o professor de música Lício. GRÚMIO, o primeiro criado de Petrúquio. MERCADOR, o viajante envolvido na armação de Trânio. Finge ser Vicêncio. VICÊNCIO, o pai de Lucêncio. OUTROS: padre, viúva dinamarquesa, costureiro; Nicolas, Natanael, José e Felipe (outros criados de Petrúquio). D U N CA N 18 90 /I ST O CK Conforme o teatro ocidental foi se desenvolvendo, surgiram derivações desses dois subgêneros. Veja algumas delas a seguir. Tragicomédia: combina aspectos da tragédia e da comédia, misturando na história personagens dos estratos sociais alto e baixo. Além disso, con- flitos sérios – típicos da tragédia – podem ter finais felizes, que são carac- terísticos da comédia. Farsa: assim como a comédia, visa provocar o riso. É comum retratar personagens caricatas em situações exageradas; por isso, há pouca preocu- pação com a verossimilhança. Melodrama: em sua origem, era um drama misturado a elementos mu- sicais. Atualmente, a intensidade emotiva ainda é característica desse sub- gênero, mas a música não é mais obrigatória. Pode-se considerar que se aproxima das novelas de televisão. NOTA William Shakespeare (1564-1616) Foi poeta e dramaturgo inglês, considerado um dos maiores escritores e o mais influente dramaturgo do mundo. No início, suas obras eram princi- palmente comédias com base em eventos e personagens his- tóricas, atingindo grande su- cesso em peças teatrais desse gênero. Depois desse sucesso, por volta de 1608, escreveu as tragédias Hamlet e Macbeth, classificadas posteriormente como romances. Até hoje suas obras servem como base para escritores de livros, peças, no- velas, entre outros. 17 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Fazer a leitura e a interpretação do texto com os alunos. Como o texto é relativamente longo, se julgar perti- nente, a cada cena lida, contextualizá- -la e/ou explicá-la, verifi cando se eles têm dúvidas em relação ao vocabulá- rio e se estão compreendendo o texto até o momento. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 17 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Primeiro ato Cena I – Rua diante da mansão de Batista Minola Trânio entra na frente do palco e se dirige ao público. TRÂNIO — Minhas mais sinceras saudações, senhoras e senhores. Sejam bem-vindos a Pádua, esta bela cidade da Lombardia, o jardim da Itália, ao final do século XVI. Meu nome é Trânio e vou ser seu guia nesta visita. Bem, o bom do teatro é que quem está aqui prega uma peça em quem está aí. Nós aqui fingimos que estamos em outro tem- po e outro lugar, e vocês aí fingem que acreditam. Vez por outra al- guém pode atravessar (indica) a quarta parede e falar direto com os espectadores. É o que estou fazendo neste momento, para lhes contar uma história hilária e, como narro e participo de cenas, vou entrar e sair desta trama cheia de pessoas que fingem ser outra pessoa ou fin- gem que são de um jeito e depois fingem que passaram a ser de outro. Lucêncio entra e olha em volta, maravilhado. TRÂNIO — Tudo começou quando (indicando Lucêncio) meu amo Lucêncio, que é de Pisa, aquela cidade da torre inclinada, chegou a esta cidade de Pádua, acompanhado de (indicando-se) seu fiel criado Trânio e de seu estúpido criado Biondello, para estudar e, quem sabe, amar! Com sua licença… Trânio se junta à ação, que acontece na rua em frente da casa de Batista. LUCÊNCIO — Onde está o tolo do Biondello? Precisamos achar logo um lugar para morar nesta cidade tão bonita. Preciso, quanto antes, me concentrar nos estudos. TRÂNIO — Claro que precisa, amo. Mas lembre-se de que, além da Matemática, da Filosofia e da Geografia, existem neste mundo a As- tronomia, a Música e a Anatomia! LUCÊNCIO — Eu sei o que você quer dizer, mas esqueça! Nesta mi- nha estada em Pádua faltará tempo para a Érica, a Renata ou a Prisci- la, porque só terei olhos para a Ética, a Retórica e a Poética! TRÂNIO — Caro mestre, esquente a cabeça com Aristóteles, mas não se esqueça de aquecer o coração com Ovídio. LUCÊNCIO — Esquecerei, porque não trouxe meu exemplar de A arte de amar. TRÂNIO — (Pegando o livro no bolso) Mas eu trouxe o meu! (Len- do) “Procure o objeto de seu amor. Achou? Agora concentre seus es- forços em cativar a jovem que lhe agradar e, depois, para que seu amor dure.” LUCÊNCIO — Desista detentar me desviar de meu objetivo. É impos- sível que aconteça de eu me apaixonar… Lucêncio vê alguém que vem se aproximando, põe a mão sobre o coração. LUCÊNCIO — Oh! Fui atingido! TRÂNIO — No coração? LUCÊNCIO — Por uma flecha! TRÂNIO — Flecha? Não! LUCÊNCIO — Sim! Atirada por Cupido! Quarta parede: parede imaginária na frente do palco, diante da qual fica a plateia que assiste à peça. VOCABULÁRIO NOTA Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) Foi um filósofo grego da Grécia Antiga. Escreveu sobre diversos assuntos, como política, ética, retórica, física etc. Foi aluno do filósofo Platão e professor do futuro rei da Macedônia, Alexandre, o Grande. Sua obra Poética é uma grande fonte de conhecimento sobre o início do gênero dramático, em especial sobre a tragédia, constituindo- -se em uma leitura fundamen- tal para os estudos literários até os dias atuais. PA N O SK A R A PA N AG IO TI S/ IS TO CK CA P ÍT U LO 2 5 18 Este é o momento oportuno para aplicar o exercício 1 da seção “Para conferir”, referente aos módulos 145, 146 e 147. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 18 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C A megera domada é estruturada em cinco atos e, nessa adaptação, há um narrador, Trânio, que se apresenta no começo do primeiro ato. A participa- ção dele contribui para situar imediatamente a história aos leitores/espec- tadores: ela se passa em Pádua (Itália), no século XVI. As personagens são apresentadas antes do início dos diálogos, com as principais – Catarina e Petrúquio – listadas primeiro. O trecho que você leu anteriormente é o início da peça, em que a perso- nagem Lucêncio se apaixona, à primeira vista, por Bianca. Logo a seguir, é dada a informação de que o obstáculo para que pretendentes se casem com Bianca é sua irmã Catarina, a “megera”. Assim, o conflito da história é a ten- tativa de fazer Catarina se comportar de acordo com o que a sociedade da época esperava da mulher, permitindo uma discussão atual sobre o papel de homens e mulheres em um casamento. Cortejo: qualquer acompa- nhamento que se faz a al- guém por ocasião de uma cerimônia. Dote: conjunto de bens, dado pela família da noi- va ao noivo, trazido pela mulher quando se casa. VOCABULÁRIO NOTA Públio Ovídio Naso (43 a.C.-17 ou 18 d.C.) Ovídio, como é conhecido nos países de Língua Portuguesa, foi um poeta romano que viveu durante o reinado do imperador Otávio Augusto. Destacou-se com seus poemas sobre amor, embora se possa considerar Me- tamorfoses sua mais importan- te obra, a qual narra a história do mundo, desde sua criação até o reinado de Júlio César, permeada por mitos. R O M AO SL O /I ST O CK TRÂNIO — Ah!… O deus do amor! Parece que o impossível acabou de acontecer. LUCÊNCIO — Quem pode ser aquela deusa? TRÂNIO — Não sei, mas parece que ela faz parte de um cortejo que vem para nos recepcionar! Entram Batista, Catarina, Bianca, Hortênsio e Grêmio. HORTÊNSIO — Meu caro senhor! GRÊMIO — Amigo Batista! BATISTA — Basta, cavalheiros! Vocês não me farão mudar de ideia. CATARINA — Que vergonha, lavar a roupa suja fora de casa, na frente de (indicando Grêmio) uma múmia que fugiu da tumba e (indicando Hor- tênsio) um espantalho que pensa que é gente! Lucêncio e Trânio se afastam, assistem à cena e falam só entre eles. HORTÊNSIO — Alguém deveria lavar com sabão sua língua de trapo! GRÊMIO — Eu suplico que reconsidere, Batista! BATISTA — Vejam bem: por enquanto ninguém poderá se casar com Bianca, minha filha caçula, porque decidi que isso só acontecerá depois que Catarina, a mais velha, tenha um marido. Portanto, se um de vocês se candidatar a esse posto, terá todo o meu apoio e consideração, além do generoso dote. TRÂNIO — Daquela leoa irada é mais fácil vir um bote! LUCÊNCIO — Quieto, Trânio. GRÊMIO — Essa desvairada? Não é para o meu barquinho, eu me afo- garia nesse tsunami. E você, Hortênsio? HORTÊNSIO — Prefiro entrar numa jaula com uma ursa faminta! CATARINA — Qual é sua intenção, meu pai, ao me humilhar assim, em plena rua, me oferecendo como seu eu fosse uma mula… […] SHAKESPEARE, William. A megera domada. Tradução e adaptação de Flávio de Souza. São Paulo: FTD, 2013. 19 LÍ N G U A P O R TU G U ES A CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 19 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 148, 149 e 150 CORRELAÇÃO VERBAL Quando você estudou verbo, aprendeu que ele se flexiona em pessoa, modo, tempo e número. Para a construção adequada de um período, é importan- te que os verbos estejam em harmonia entre si e não apenas conjugá-los isoladamente. A articulação temporal entre as formas verbais é chamada de correlação verbal. Isso significa que os verbos que compõem um período devem estar em tempos e modos correspondentes uns aos outros, o que contribui para que as ideias estejam bem conectadas, garantindo a clareza do texto. Como falantes nativos da língua portuguesa, tendemos a fazer essa relação de modo intuitivo. Observe, a seguir, uma fala retirada da peça A megera domada, que você leu nos módulos anteriores. GRÊMIO — Eu suplico que reconsidere, Batista! Nessa frase, há emprego de dois verbos, “suplicar” e “reconsiderar”, que estão no mesmo tempo verbal – presente –, porém em modos diferentes. A forma verbal “suplico” está flexionada no presente do modo indicativo, enquanto “reconsidere” está no presente do modo subjuntivo. Como, em uma peça teatral, a ação ocorre no momento da fala, “suplico” é a forma adequada para exprimir essa temporalidade. Já a forma “reconsidere” ex- prime um fato que ainda não foi realizado no momento da fala, por isso não haveria lógica se fosse dito, por exemplo, “Eu suplico que reconsideras- se.”, com o verbo no pretérito. Veja, na página seguinte, alguns casos comuns de correlação verbal. M ES Q U IT A FM S/ IS TO CK GRUPO TEMÁTICO Para conquistar algo, é necessário agir “Conquistar” e “agir” são verbos de ação. Também são denominados signi- ficativos ou nocionais, pois apresentam signi- ficado próprio e estão relacionados a um sujei- to que realiza ou sofre a ação descrita no verbo. Além disso, compõem o núcleo do predicado verbal. Outros exem- plos de verbos de ação: comer, dançar, acreditar, sair etc. Articulação temporal entre os verbos Para saber mais sobre correlação verbal, acesse: <coc.pear.sn/seoGTz7>. EXPLORE MAIS Tempos verbais compostos São formados por mais de uma palavra: um verbo auxi- liar e um verbo principal, dos quais resulta uma locução verbal, conforme já visto. O verbo auxiliar sofre flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no par- ticípio. Os tempos compos- tos do modo indicativo são: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pre- térito. Os tempos compos- tos do modo subjuntivo são: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito e futuro. Para saber mais sobre esses tempos, acesse: <coc.pear. sn/SNJ1RyR>. CA P ÍT U LO 2 5 20 Neste conjunto de módulos, será estudada a correlação verbal, que é um tópico bastante importante para que o texto tenha coesão e coerência. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 20 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C TEMPO VERBAL DA PRIMEIRA ORAÇÃO TEMPO VERBAL DA SEGUNDA ORAÇÃO Presente do indicativo Presente do subjuntivo Recomendo que assista a essa peça teatral. Pretérito perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do subjuntivo Pedi que atuassem de modo mais intenso. Presente do indicativo Pretérito perfeito composto do subjuntivo Esperamos que ele tenha ganhado o prêmio de melhor ator. TEMPO VERBAL DA PRIMEIRA ORAÇÃO TEMPO VERBAL DA SEGUNDA ORAÇÃO Pretérito imperfeito do indicativo Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo Queria que o público tivesse gostado da apresentação.Futuro do presente do subjuntivo Futuro do presente do indicativo Se esquecer sua fala, terá dificuldade na atuação. Pretérito imperfeito do subjuntivo Futuro do pretérito do indicativo Se conversasse com o diretor, compreenderia a perspectiva dele. Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo Futuro do pretérito simples do indicativo Se ele não tivesse se aposentado, viraria o melhor jogador do país. Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo Futuro do pretérito composto do indicativo Se tivéssemos ensaiado mais, a apresentação teria sido melhor. Futuro do presente do subjuntivo Futuro do presente do indicativo Quando formos ao teatro, convidaremos você. Futuro do presente do subjuntivo Futuro do presente composto do indicativo Quando chegarmos, o segundo ato da peça terá acabado. O uso da forma “tenha ganhado” significa que o acontecimento já foi con- cluído no momento da fala. Caso fosse usado “ganhe” (presente do subjun- tivo), a premiação ainda não teria ocorrido no momento da fala. 21 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportu- no para aplicar o exercício 2 da seção “Para conferir”, referente aos módulos 148, 149 e 150. Indicar aos alunos que a po- sição das orações pode ser invertida, mantendo-se a correlação. Exemplo (último caso apresentado na tabela anterior): “O segundo ato da peça terá acabado quando chegarmos.”. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 21 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C USO DE “ONDE” E “AONDE”, “DEMAIS” E “DE MAIS”, “SENÃO” E “SE NÃO” Há palavras e expressões que geram dúvidas no momento da escrita, es- pecialmente quando elas pouco se diferem sonoramente. Isso ocorre, por exemplo, com os pares “onde”/“aonde”, “demais”/“de mais” e “senão”/“se não”. Leia, a seguir, um texto sobre o teatro de Shakespeare e observe em que situação a palavra “onde” foi empregada. Módulos 151, 152 e 153 Teatro onde Romeu e Julieta foi encenado pela primeira vez é encontrado em Londres Arqueólogos do Museu de Londres descobriram ruínas do espaço The Curtain Theatre, teatro onde peças como Romeu e Julieta e Henry V, do dramaturgo inglês William Shakespeare, foram encenadas pela primeira vez. […] […] Como parte de um trabalho de restauração, os arqueólogos do museu en- contraram vestígios do teatro “em bom estado de conservação”, como o pátio e os muros de uma galeria, a três metros de profundidade. […] Com as escavações, que deverão seguir adiante, os arqueólogos encontraram o teatro (The Curtain) em uma rua do bairro de Shoreditch. O local fica a pou- cos metros do lugar onde o “The Theatre”, teatro onde Shakespeare estreou como ator e onde representou suas primeiras peças, foi encontrado em 2008. […] Teatro onde “Romeu e Julieta” foi encenado pela primeira vez é encontrado em Londres. UOL, jun. 2012. Disponível em: <https://coc.pear.sn/VSQ1ITo>. Acesso em: jun. 2020. Logo no título da notícia é possível observar que foi usada a palavra “onde”. Teatro onde Romeu e Julieta foi encenado pela primeira vez é encontrado em Londres O local fica a poucos metros do lugar onde o “The Theatre” [...] foi encontrado em 2008. [...] teatro onde Shakespeare estreou como ator e onde representou suas primeiras peças […]. Nesse exemplo, “onde” funciona como um pronome relativo, o qual faz referência a “teatro”. Além disso, está associado a um verbo, “encenar”, que não traz ideia de movimento para algum lugar. Veja como esses mesmos aspectos também estão presentes em outras partes do texto em que “onde” foi usado. CA P ÍT U LO 2 5 22 Neste conjunto de módulos, serão estudadas algumas expressões que geram dúvidas no momento da escrita. Assim, conhecer a diferença entre elas e, principalmente, estimular seu uso, con- tribui para que se evite essa confusão. A habilidade da BNCC a ser trabalhada é a EF67LP32 – “Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo às convenções da língua escrita.”. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 22 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Onde você mora? Fomos à cidade onde nasci. Aonde você vai? O restaurante aonde fomos ontem está fechado hoje. Em ambos os trechos apresentados, “onde” indica lugar e é empregado com verbos que sugerem uma ideia de permanência: “encontrar”, “estrear” e “re- presentar”. A seguir, serão relacionadas outras situações que exigem o emprego de “onde”, bem como as diferenças entre essa expressão e a palavra “aonde”. Onde × aonde Tanto “onde” quanto “aonde” são palavras que indicam lugar. O que dife- rencia o uso delas são os tipos de verbo a que estão associadas. Onde Pode ser um pronome relativo ou um advérbio interrogativo, e é usado com verbos de sentido estático, indicando o lugar em que ocorre algo. Aonde É a combinação da preposição “a” com o advérbio (ou pronome relativo) “onde”. É usada com verbos que sugerem um sentido de dinamismo, exi- gindo essa preposição. Indica movimento ou deslocamento em direção a algum lugar. Dinamismo: característica do que é ativo; movimento. Estático: aspecto que ex- prime a ideia de ausência de movimento ou mudança. VOCABULÁRIO Demais × de mais Além de “onde” e “aonde”, existem outras expressões que geram dúvidas quanto à grafia. “Demais” e “de mais” são duas dessas expressões. “Onde” como pronome relativo PARA IR ALÉM Quando “onde” é pronome relativo, pode ser substituído por “em que” ou “no(a) qual”, sem que haja alteração de sentido. Observe os exemplos a seguir. Visitei a cidade onde meus pais moraram. Visitei a cidade em que meus pais moraram. Visitei a cidade na qual meus pais moraram. Lembre-se de que “onde” indica lugar. Assim, embora esse termo possa ser substituído por “em que” e “no(a) qual”, essas expressões não podem ser substituídas por “onde” quando não há ideia de lugar. Veja. No dia em que completou um ano de idade, começou a andar. No dia onde completou um ano de idade, começou a andar. Antecedentes dos pronomes relativos Os pronomes relativos são denominados assim porque fazem referência a um termo expresso ante- riormente. Leia mais sobre esse o assunto no artigo disponível em: <coc.pear.sn/iaGFKCN>. EXPLORE MAIS Pronomes interrogativos e advérbios interrogativos Quando formulamos per- guntas, há alguns termos que frequentemente estão presentes, como Quem?, Por quê?, Quanto?, Onde? etc. Apesar de todos esses exemplos serem empre- gados para introduzir uma pergunta, seja direta seja indireta, eles não perten- cem a uma única classe gramatical, pois podem ser advérbios ou pronomes. Leia mais sobre esse assun- to no artigo disponível em: <coc.pear.sn/OA2niNq>. 23 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para apli- car o exercício 3 da seção “Para conferir”, referente aos módulos 151, 152 e 153. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 23 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C b. Como advérbio, também pode ter sentido de “além disso”, “ademais”. Não achei que a protagonista atuasse bem. Demais, o enredo era ruim. Dois funcionários viajarão amanhã, os demais irão hoje à noite. c. Como pronome indefinido, tem valor de “os outros”, “os restantes”. “Demais”, como advérbio de intensidade, exprime ideia de excesso. SI PH O TO G R A PH Y/ IS TO CK Demais Pode ser um advérbio ou um pronome indefinido. a. Como advérbio de intensidade, pode modificar adjetivos, advérbios e verbos, e equivale a “excessivamente”, “demasiadamente”. Ela é inteligente demais. Adjetivo Chegamos cedo demais. Advérbio O anfitrião fala demais. Verbo CA P ÍT U LO 2 5 24 Este é o momento oportuno para apli- caro exercício 4 da seção “Para conferir”, referente aos módulos 151, 152 e 153. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 24 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CLUS IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Há palavras de mais na minha redação. Não tinha nada de mais na peça que vimos ontem. Correremos no parque, se não chover. (= caso não chova.) Apresse-se, senão chegaremos atrasados. Não queria ser jogador, senão bombeiro. Ninguém o ajuda, senão você. O único senão dele é ser exigente demais. De mais É uma locução adjetiva que acompanha substantivos, exprimindo, em ge- ral, ideia de quantidade. Equivale a “a mais” e é o contrário de “de menos”. Senão × se não Senão Pode ser uma conjunção, uma preposição ou um substantivo. a. Como conjunção, pode ter sentido de “do contrário”, “de outro modo”. b. Como conjunção, também pode significar “mas”, “mas sim”. c. Como preposição, tem sentido de “à exceção de”, “exceto”, “a não ser”, “salvo”. d. Como substantivo, exprime a ideia de “defeito”. Se não É a conjunção “se” com o advérbio “não”. Em geral, é usada para situações em que se é estabelecida uma condição, podendo ser substituída por “caso não”. Observe. 25 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para aplicar os o exercício 5 da seção “Para conferir”, referente aos módulos 151, 152 e 153. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 25 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULO 25 TEXTOS DRAMÁTICOS Módulos 145, 146 e 147 | Leitura de peça teatral Para responder às questões a seguir, releia o excerto de A megera domada apresentado na teoria. 1. Embora não seja tão comum em textos dramáticos, A megera domada apresenta um narrador. Qual é seu nome e sua relação com as outras personagens da história? 2. De acordo com o texto, Biondello é a. pai de Catarina. b. pretendente de Bianca. c. professor de Câmbio. d. criado de Lucêncio. e. irmão de Petrúquio. 3. Na conversa entre Lucêncio e Trânio, os autores Aristóteles e Ovídio são relacionados a que tipo de atividade? 4. De que modo a rubrica é essencial para o entendimento do leitor (ou do ator que vai encenar o texto) na passagem a seguir? Exercícios de aplicação Cena II — Na frente da casa de Hortênsio Petrúquio e Grúmio vêm chegando. TRÂNIO — (para o público) Este é Petrúquio, que acaba de chegar de Verona, aquela cidade onde os jovens Romeu e Julieta, filhos de duas famílias inimigas, os Montéquio e os Capuleto, vivem um amor impossível que, na minha modesta opinião, não vai acabar bem… mas essa é uma outra história. Nesta, o intrépido Petrúquio chega, com seu criado Grúmio, à casa de seu amigo Hortênsio em Pádua. […] CATARINA — Que vergonha, lavar a roupa suja fora de casa, na frente de (indicando Grêmio) uma múmia que fugiu da tumba e (indicando Hortênsio) um espantalho que pensa que é gente! 5. Qual foi a reclamação feita por Catarina a seu pai? Leia, a seguir, outro trecho de A megera domada, em que surge uma possibilidade para que Catarina se case e, com isso, a irmã também o possa fazer. CA P ÍT U LO 2 5 26 O narrador é Trânio. Ele é criado e comparsa de Lucêncio. Aristóteles é relacionado ao estudo e Ovídio, ao amor. Caso não houvesse as rubricas “indicando Grêmio” e “indicando Hortênsio” não daria para identifi car quem Catarina estava chamando de “múmia que fugiu da tumba” e de “espantalho que pensa que é gente”, o que causaria confusão nessa passagem do texto. Ela reclamou que seu pai a oferece para casamento a qualquer homem que possa aceitá-la, como se ela fosse uma mula. 2. De acordo com a apre- sentação das personagens, Biondello é o segundo cria- do de Lucêncio. A alternati- va a está incorreta, porque o pai de Catarina é Batista. A alternativa b está incorreta, porque os pretendentes de Bianca são Grêmio e Hor- tênsio. A alternativa c está incorreta, porque Câmbio é Lucêncio fingindo ser professor de Literatura. A alternativa e está incorreta, porque não há menção, no trecho apresentado, de que Petrúquio tem um irmão. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 26 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Hortênsio entra. […] HORTÊNSIO — Mas o que trouxe você a Pádua, Petrúquio? PETRÚQUIO — A vontade de me casar com uma moça de grande dote. HORTÊNSIO — Como você é meu amigo, vou ser sincero. Conheço uma moça de dote bem grande, muito grande mesmo, enorme, colossal. No entanto… PETRÚQUIO — Tinha de ter um “no entanto”! HORTÊNSIO — Sim. No entanto, esse “no entanto” talvez seja apenas um tanto desani- mador para um sujeito destemido, vigoroso, matreiro e pimpão como você. PETRÚQUIO — Espero que sim. Agora pare de falar de mim e conte tudo sobre essa can- didata à minha esposa. Ela é muito feia? HORTÊNSIO — Nem um pouco! PETRÚQUIO — Muito velha? HORTÊNSIO — Não, só um pouco. GRÚMIO — Então é porca? PETRÚQUIO — Fedida? GRÚMIO — Desleixada? PETRÚQUIO — Descabelada? HORTÊNSIO — Não, não e não. GRÚMIO — Careca? HORTÊNSIO — Não! Grúmio vai continuar falando, mas Petrúquio tapa sua boca. PETRÚQUIO — Então qual é o problema com essa moça? HORTÊNSIO — É simplesmente a mais antipática, intratável e enfezada de Pádua. Você é um amigo tão bom, e eu não desejaria ver nem meu pior inimigo atado a ela até que a morte os separe! PETRÚQUIO — Hortênsio, você me conhece suficientemente para saber que não existe pessoa ou besta que eu não possa enfrentar. HORTÊNSIO — Com certeza! Eu, no entanto, não me casaria com aquela criatura nem por uma mina inteira de ouro. PETRÚQUIO — Chega de papo, vamos ao fato: quem é ela? HORTÊNSIO — Catarina, a primogênita de Batista Minola, um dos senhores mais ricos desta terra, que é famosa por ser mais azeda que limão, mais amarga que almeirão, mais ardida que pimenta e mais intragável que óleo de fígado de bacalhau! GRÚMIO — Credo! É essa monstra que vai ser minha patroa? PETRÚQUIO — Cale-se, Grúmio! HORTÊNSIO — Se você realizar essa façanha, eu pago uma recompensa. PETRÚQUIO — Então me leve imediatamente para onde mora minha futura noiva. HORTÊNSIO — Agora mesmo. Eu só peço que você me ajude, me apresentando ao pai dela como professor de música. Foi esse o jeito que arrumei para ter como fazer a corte a Bianca, a irmã mais nova, amável e tudo que é bom, além de ser tão rica quanto a sua megera. […] SHAKESPEARE, William. A megera domada. Tradução e adaptação de Flávio de Souza. São Paulo: FTD, 2013. VOCABULÁRIO Colossal: muito gran- de, gigantesco, vastís- simo; de grande valor. Intrépido: que não tem medo; corajoso. Matreiro : esperto; perspicaz. Pimpão: que ou quem é presunçoso, vaidoso. Vigoroso: que tem vi- gor físico; forte. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 27 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 27 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 6. Nesse trecho, é feita uma referência a qual outra obra de Shakespeare? Que relação há entre essa obra e A megera domada? 7. Ao tentar descobrir qual seria o problema de Catarina, Petrúquio e Grúmio privilegiam aspectos da aparência ou da essência dela? Justifique sua resposta. 8. Petrúquio e Hortênsio agem de forma desinteressada no excerto apresentado? Explique. 9. No início da cena 1 do primeiro ato, Trânio menciona que, nessa história, há várias pessoas que fingem ser o que não são. Em que momento da cena 2 é possível identificar essa possiblidade? 10. Leia o fragmento a seguir. CAPÍTULO 25 HORTÊNSIO — Catarina, a primogênita de Batista Minola, um dos senhores mais ricos desta terra, que é famosa por ser mais azeda que limão, mais amarga que almeirão, mais ardida que pimenta e mais intragável que óleo de fígado de bacalhau! Nesse fragmento, a figura de linguagem usada para descrever Catarina foi a. a personificação. b. a onomatopeia. c. a comparação. d. a ironia. e. o eufemismo. 11. Considerando a peça A megera domada, cite elementos que permitem sua classificação como texto do gênero comédia? Justifique sua resposta. CA P ÍT U LO 2 5 28 É feita uma referênciaa Romeu e Julieta. A relação entre essas duas obras é que a história de Romeu e Julieta se passa em Verona, que é a cidade de onde Petrúquio, de A megera domada, vem. Eles privilegiam aspectos da aparência de Catarina, pois fazem perguntas a respeito de seu físico, por exemplo, se é feia, desleixada, descabelada, careca etc. Não, ambos têm interesses próprios. Petrúquio quer casar-se com alguém que tenha um grande dote, portanto a sugestão de Hortênsio lhe possibilitaria isso, e Hortênsio ainda diz que lhe dará uma recompensa se ele o fi zer. Hortênsio faz essa sugestão a Petrúquio, porque deseja casar-se com Bianca, que só pode se casar depois que a irmã mais velha casar. Assim, os dois poderiam ser privilegiados com esse acordo. Considerando a peça A megera domada, podem ser citados como elementos que permitem sua classifi cação como comédia a narração de fatos do cotidiano e a representação de pessoas comuns, pois, apesar de as protagonistas pertencerem à elite local, são retratadas em situações do dia a dia e não agem heroicamente, muito pelo contrário, estão envolvidas em peripécias e armações incomuns às tragédias, por exemplo. É possível identifi car essa possibilidade quando Hortênsio pede a Petrúquio que o apresente a Batista como sendo um professor de música. 10. A descrição de Catarina é feita por meio de compa- ração. A moça é comparada a alguns alimentos azedos e/ou amargos, como limão, almeirão, pimenta e óleo de fígado de bacalhau. Caso os alunos não conhe- çam a obra Romeu e Julieta, explicar resumidamente que se trata de uma história em que dois jovens se apaixo- nam, porém não podem fi car juntos porque suas famílias são inimigas há anos. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 28 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos É comum que clássicos da literatura inspirem produções cinematográficas. Leia, a seguir, a resenha de um filme de 1999 inspirado na história de A megera domada. Comédia acerta com Shakespeare teen Fazer Shakespeare no cinema destinado a adolescentes é uma missão que até agora só tinha rendido duas boas e bem diferentes versões de Romeu e Julieta – a comportada, de Franco Zeffirelli –, e a moderninha, estrelada por Leonardo Di Caprio. Agora, 10 coisas que eu odeio em você traz A megera domada para o universo de uma high school. E acerta na mosca. Muitos dos garotos que vão sentar nas poltronas dos cinemas de shopping e dar muitas risadas com o filme não devem ter a menor ideia de que estão acompanhando uma releitura razoavelmente fiel do texto shakespeariano. O roteiro, escrito por duas garotas de menos de 30 anos, mantém o fio principal da história e manipula com criatividade o humor estilo sitcom. O elenco é um punhado de desconhecidos, exceto, para os fãs de seriados, o engraçado Joseph Gordon-Levitt (o mais jovem dos alienígenas de Third rock from the sun). Cabe ao personagem dele, Cameron, desencadear toda a trama do filme. Novato na Padua High School, Cameron cai de paixão pela patricinha Bianca, objeto do desejo da rapaziada. Mas a bela tem um pai que é uma fera. A re- gra paterna é clara: Bianca só pode namorar se sua irmã mais velha, Katarina, também estiver namorando. O pai confia na insociabilidade da primogênita, intelectual rebelde que não dá bola para ninguém. Cameron e seu amigo Michael (David Krumholtz, jovem revelação cômica) armam um plano. Eles convencem o bonitão ricaço Joey, que também deseja Bianca, a pagar alguém para [namorar] Katarina, o que liberaria a irmã para seus pretendentes. O escolhido para a missão é o bad boy Patrick (interpretado por Heath Ledger, uma razoável versão pós-adolescente do roqueiro Jim Morrison). Temido na es- cola, com fama de ter matado um homem, Patrick aceita o dinheiro e parte para cima da garota. Enquanto isso, Cameron vai tentar passar a perna em Joey e ficar com Bianca. A partir daí o roteiro tece muitas reviravoltas, costuradas por diálogos inteli- gentes, situações engraçadas, afinada interpretação da molecada e uma trilha sonora esperta, com bandas alternativas, como a bacana Letter to Cleo, que acaba participando de algumas sequências, inclusive da cena final. Fugindo da carnificina que invade quase todas as escolas dos filmes recentes, 10 coisas que eu odeio em você prova que um roteiro bem escrito também cai bem para menores de 20 anos. MENEZES, Thales de. Comédia acerta com Shakespeare teen. Folha de S.Paulo, 13 ago. 1999. Disponível em: <https://coc.pear.sn/3a4l1fR>. Acesso em: jun. 2020. 12. Nessa versão de A megera domada para o cinema, há uma referência ao lugar onde se passa a histó- ria original? Justifique sua resposta. VOCABULÁRIO High school: segmen- to correspondente aos últimos anos da educação básica nos Estados Unidos, que equivale ao Ensino Médio no Brasil. Sitcom: contração da expressão em inglês situation comedy, que pode ser traduzida como “comédia de situação”. O termo faz referência a um subgênero da comé- dia, surgido no Rei- no Unido, nos anos 1940, primeiramente produzido para rádio e caracterizado por abordar temas do cotidiano, em que as histórias são ambien- tadas e encenadas como peças de tea- tro, até mesmo com plateia, que reage ao texto, mas com a es- pecificidade de serem gravadas e, posterior- mente, editadas para a televisão. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 29 Sim. Há referência à cidade de Pádua: no fi lme, a escola em que se passa a história tem esse nome (Padua High School). CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 29 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 13. Embora as irmãs da peça de Shakespeare tenham praticamente o mesmo nome no filme 10 coisas que eu odeio em você, outras personagens tiveram o nome alterado. Considerando as informações do texto, descreva, para cada personagem do filme listada a seguir, a personagem correspondente da peça de Shakespeare. a. Cameron: b. Joey: c. Patrick: 14. O filme 10 coisas que eu odeio em você é a única versão cinematográfica voltada para o público jovem das obras de Shakespeare? Justifique sua resposta. 15. O resenhista parece ter gostado do filme? Retire trechos do texto que comprovem sua resposta. Módulos 148, 149 e 150 | Correlação verbal 1. Retire todos os verbos do texto apresentado a seguir. Exercícios de aplicação O soldadinho de saco às costas Tolentino Esteves da Silva nasceu, por assim dizer, soldado. […] Quando completou dezoito anos, o pai mandou-o inscrever-se no exército, conforme prometera à sua nascença. E poucos meses volvidos chegou a carta que mandava To- lentino apresentar-se no quartel mais próximo. A mãe juntou-lhe alguma roupa, um pedaço de presunto, meia dúzia de chouriças, um naco de pão e enfiou tudo num saco. Lág rima de mãe no canto do olho, disse-lhe que fosse em paz e pediu-lhe que nunca se esquecesse dela. […] LOPES, Teresa. Histórias que acabam aqui. Domínio público. Disponível em: <https://coc.pear.sn/RSPrfvB>. Acesso em: jun. 2020. CAPÍTULO 25 VOCABULÁRIO Chouriça: embutido feito com carne de porco picada. Naco: grande pedaço ou fatia. Volver: decorrer, passar. CA P ÍT U LO 2 5 30 Não, não é a única. De acordo com o texto, já houve duas versões de Romeu e Julieta voltadas para o público jovem. Lucêncio Hortênsio Petrúquio Sim, o resenhista parece ter achado o fi lme uma boa releitura da obra de Shakespeare. Sua avaliação positiva do fi lme pode ser identifi cada em várias partes do texto, como no título ou nos trechos “E acerta na mosca.”, “O roteiro, escrito por duas garotas de menos de 30 anos, mantém o fi o principal da história e manipula com criatividade o humor estilo sitcom.”, “A partir daí o roteiro tece muitas reviravoltas, costuradas por diálogos inteligentes, situações engraçadas, afi nada inter- pretação da molecada e uma trilha sonora esperta […].” etc. “Nasceu”, “dizer”,“completou”, “mandou”, “inscrever”(-se), “prometera”, “chegou”, “mandava”, “apresentar”(-se), “juntou”, “enfi ou”, “disse”, “fosse”, “pediu”, “esquecesse”. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 30 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 2. Neste trecho: “Lágrima de mãe no canto do olho, disse-lhe que fosse em paz e pediu-lhe que nunca se esquecesse dela.”, há correlação verbal? Em caso afirmativo, descreva qual é. 3. Indique em que modo verbal estão flexionados os verbos destacados a seguir. a. O diretor avisou aos funcionários que chegassem mais cedo no dia do evento. b. Desde que treinemos todos os dias, decoraremos os passos da dança. c. A mãe desejava que os filhos tivessem tomado melhores decisões. d. Quando terminar a lição de casa, brincarei com os vizinhos da rua. 4. Indique a pessoa e o número das formas verbais destacadas na questão anterior. a. b. c. d. 5. Identifique os verbos dos períodos a seguir e classifique o tempo e o modo em que eles estão flexionados. a. Disse-lhe que me contasse a verdade. b. Quando voltarmos das férias, iremos à casa da vovó. c. Caso o paciente tivesse dúvidas, perguntaria ao médico. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 31 Há correlação pretérito perfeito do indicativo - pretérito imperfeito do subjuntivo (disse/pediu - fosse/esquecesse). “avisou”: indicativo “chegassem”: subjuntivo “treinemos”: subjuntivo “decoraremos”: indicativo “desejava”: indicativo “tivessem tomado”: subjuntivo “terminar”: subjuntivo “brincarei”: indicativo “avisou”: 3a pessoa do singular “chegassem”: 3a pessoa do plural “treinemos”: 1a pessoa do plural “decoraremos”: 1a pessoa do plural “desejava”: 3a pessoa do singular “tivessem feito”: 3a pessoa do plural “terminar”: 1a pessoa do singular “deixarei”: 1a pessoa do singular “disse”: pretérito perfeito do indicativo “contasse”: pretérito imperfeito do subjuntivo “voltarmos”: futuro do presente do subjuntivo “iremos”: futuro do presente do indicativo “tivesse”: pretérito imperfeito do subjuntivo “perguntaria”: futuro do pretérito do indicativo CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 31 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULO 25 6. Sem alterar a pessoa das formas verbais da questão anterior, passe-as para o plural, se elas estive- rem no singular, ou para o singular, se estiverem no plural. a. b. c. 7. Assinale a alternativa que contenha todas as formas verbais adequadas para preencher as lacunas do período a seguir. O pai que toda a família à apresentação teatral do filho mais novo, no en- tanto nem todos comprar ingressos. a. pede – assistisse – conseguiu b. pediu – assista – conseguiram c. pediu – assistisse – conseguiram d. pedira – assista – conseguiu e. pede – assista – conseguiram Leia a tirinha a seguir para responder às questões 8 e 9. 8. Qual o efeito de humor que se dá no último quadrinho? 9. Que correlação verbal está presente no primeiro quadrinho da tirinha? 10. Reescreva o período do primeiro quadrinho, de modo que a correlação verbal dele seja “futuro do presente do indicativo → futuro do presente do subjuntivo”. A LE XA N D R E B EC K CA P ÍT U LO 2 5 32 “dissemos”; “contassem” “voltar”; “irei” “tivessem”; “perguntariam” Armandinho confunde a palavra “fl exível” com o ato de se dobrar com facilidade, quando, na verdade, “fl exível” está no sentido de sermos mais abertos a opiniões diferentes das nossas. Haverá mais justiça quando formos menos egoístas e mais fl exíveis. Há a correlação futuro do pretérito do indicativo (“haveria”) com pretérito imperfeito do subjuntivo (“fôssemos”). 7. A escolha de “pediu” – ver- bo no pretérito perfeito do indicativo – implica que, de- pois, seja usada a forma “as- sistisse” (pretérito imperfeito do subjuntivo). Além disso, o verbo “conseguir” deve estar no plural, para concordar com o sujeito “todos”. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 32 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos 11. As frases seguintes estão no tempo presente. Reescreva-as no passado, sem que se perca a relação harmônica entre as formas verbais (pretérito perfeito do indicativo com pretérito imperfeito do subjuntivo). a. Desejo que seu novo projeto tenha muito sucesso. b. Os atores pedem que o diretor compreenda suas reivindicações. c. Duvidamos que essa informação seja verdadeira. d. Pedro tem medo de que faça escolhas ruins. 12. Observe as imagens a seguir. Construa frases que estejam relacionadas a elas, seguindo a correlação verbal sugerida. b. Pretérito imperfeito do indicativo → pretérito mais-que- -perfeito composto do subjuntivo A M PA K/ IS TO CK CO K A D A /I ST O CK a. Presente do indicativo → pretérito perfeito composto do subjuntivo LÍ N G U A P O R TU G U ES A 33 Desejei que seu novo projeto tivesse muito sucesso. Os atores pediram que o diretor compreendesse suas reivindicações. Resposta pessoal. Sugestão: O garoto espera que seus pais tenham conseguido ver sua apresentação. Resposta pessoal. Sugestão: A leitora queria que o fi nal do livro tivesse sido diferente. Duvidamos que essa informação fosse verdadeira. Pedro teve medo de que fi zesse escolhas ruins. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 33 16/07/2020 15:27 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C c. Futuro do presente do subjuntivo → futuro do presente do indicativo d. Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo → pretérito do presente composto do indicativo 13. Assinale a frase em que houve correlação verbal adequada. a. Pedi para que a viagem tivesse durado mais tempo. b. Espero que você possa vir ao evento amanhã. c. Quando amanhecer, terá ouvido o canto dos pássaros. d. Se você tivesse prestado atenção no filme, lembrará essa cena. e. Júlia pensa que a consulta fosse às 14h. D A N IE L CH ET R O N I/ IS TO CK A ZM A N L/ IS TO CK A IT O R M M FO TO /I ST O CK CAPÍTULO 25 e. Futuro do presente do subjuntivo → futuro do pretérito composto do indicativo CA P ÍT U LO 2 5 34 Resposta pessoal. Sugestão: Se virar à esquerda, chegarei mais rápido ao meu destino. Resposta pessoal. Sugestão: Se tivéssemos cuidado de nossas fl orestas, tantas queimadas não teriam ocorrido. Resposta pessoal. Sugestão: Quando você acordar, já teremos ido à praia. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 34 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Leia a tirinha a seguir e responda às questões de 14 a 16. 14. No primeiro e no último quadrinho, há correlação verbal? Em caso afirmativo, descreva qual é. 15. Caso a forma verbal “fosse” seja passada para o futuro do presente do subjuntivo, como ficarão os textos do primeiro, do segundo e do último quadrinho? 16. Crie orações para continuar as frases a seguir, fazendo a correlação verbal adequada. a. Se você tivesse sido meu amigo de verdade, . b. Quando você for meu amigo de verdade, . FA B IO C O A LA LÍ N G U A P O R TU G U ES A 35 Há correlação “pretérito imperfeito do subjuntivo com futuro do pretérito do indicativo”. Se você for meu amigo de verdade, ouvirá meus conselhos. Sairá mais, usará cores mais alegres, fará novos amigos e trocará alguns hábitos. Se você for meu amigo de verdade, não tentará mudar quem eu sou. Resposta pessoal. Deve-se fazer uso do futuro do pretérito simples ou composto do indicativo. Resposta pessoal. Deve-se fazer uso do futuro do presente simples ou composto do indicativo. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 35 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 1. Preencha as lacunas a seguir com as palavras “onde” ou “aonde”. a. vamos amanhã? b.Marcamos o jantar no restaurante meu filho trabalha. c. fica aquele famoso teatro? d. Não sei você vai com esses passos de tartaruga. 2. Preencha adequadamente as lacunas seguintes com as expressões “demais” ou “de mais”. a. Havia pratos na mesa e talhares de menos. b. Passageiros preferenciais podem embarcar imediatamente, os devem aguardar a próxima chamada. c. O jogador chutou a bola forte . 3. Preencha os espaços a seguir com os termos “se não” ou “senão”. a. Decore suas falas, terá de improvisar na hora da apresentação. b. Não irei à festa conseguir carona. c. O professor disse que o do seu trabalho é a pontuação. d. Pedro não tem boas lembranças, as de sua infância. 4. Indique a que lugar o pronome relativo “onde” se refere nas frases a seguir. a. Fomos à praia onde as tartarugas depositam seus ovos. b. Conheci a cidade onde você nasceu. c. O estádio onde o time jogou a final do campeonato de 1970 não existe mais. d. Vendemos a casa onde passamos nossa infância. Leia a tirinha a seguir para responder às questões 5 e 6. Exercícios de aplicação Módulos 151, 152 e 153 | Uso de “onde” e “aonde”, “demais” e “de mais”, “senão” e “se não” CU ST Ó D IO CAPÍTULO 25 CA P ÍT U LO 2 5 36 Aonde Onde aonde de mais senão se não senão senão demais demais onde Refere-se a “a praia”. Refere-se a “a cidade”. Refere-se a “o estádio”. Refere-se a “a casa”. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 36 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 5. Explique por que é usado “onde” no primeiro quadrinho e “aonde” no segundo. 6. Considerando a linguagem verbal e a não verbal do último quadrinho da tira, elabore uma frase que indique em que tipo de lugar Beto se encontra. Inclua, obrigatoriamente, o pronome relativo “onde” em sua frase. 7. Considerando a frase: “João não gosta de maçã nem de laranja, senão de uva e de morango.”, quais doces ilustrados a seguir João comeria? Justifique sua resposta. a. b. c. d. PA LO M A D EL O SR IO S/ IS TO CK R U IZ LU Q U EP A Z/ IS TO CK D O N TS TO P/ IS TO CK YU M EH A N A /I ST O CK 8. Assinale a alternativa em que a frase “Caso não corra, perderá o ônibus” foi reescrita corretamente. a. Senão correr, perderá o ônibus. b. Se não correr, perderá o ônibus. c. Se não corresse, perderá o ônibus. d. Se não correr, perderia o ônibus. e. Senão corra, perderá o ônibus. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 37 De acordo com a frase, João gosta de uva e de morango. Assim, é possível inferir que ele comeria os doces retratados nas alternativas b e d, que são feitos, respectivamente, de morango e de uva. O doce da alternativa a é de maçã, fruta de que João não gosta, portanto não se pode dizer que ele iria comê-lo. O doce da alternativa c é de laranja, fruta da qual João também não gosta. No primeiro quadrinho, é usado “onde”, porque ele está relacionado a um verbo de permanência (“estar”). No segundo quadrinho, é usado “aonde”, porque ele está relacionado a um verbo que indica movimento (“ir”). Resposta pessoal. Sugestão: Beto está em um lugar onde faz frio./Beto está em um lugar onde há pinguins. 8. A conjunção “caso”, utiliza- da na primeira oração, indica uma condição para que a se- gunda oração ocorra. Como a conjunção “se” equivale a “caso”, a alternativa correta é a b, porém é necessário passar o verbo “correr” para o futuro do presente do sub- juntivo, que se correlaciona com o futuro do presente do indicativo, usado na frase. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 37 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 9. Nas frases a seguir, indique quais palavras são modificadas pelo advérbio “demais”. Dê a classifica- ção gramatical de cada uma delas. a. Essa casa é grande demais para nós dois. b. A sobremesa estava tão gostosa que comi demais. c. Chegamos tarde demais para a festa surpresa. d. Marília está com os pés inchados, porque andou demais ontem. Leia, a seguir, a versão de Olavo Bilac da fábula “O lobo e o cão”, de Esopo, e responda às questões de 10 a 12. Exercícios propostos O lobo e o cão Encontraram-se na estrada Um cão e um lobo. E este disse: “Que sorte amaldiçoada! Feliz seria, se um dia Como te vejo me visse. Andas gordo e bem tratado, Vendes saúde e alegria: Ando triste e arrepiado, Sem ter onde cair morto! Gozas de todo o conforto, E estás cada vez mais moço; E eu, para matar a fome, Nem acho às vezes um osso! Esta vida me consome... Dize-me tu, companheiro: Onde achas tanto dinheiro?” Disse-lhe o cão: “Lobo amigo! Serás feliz, se quiseres Deixar tudo e vir comigo; Vives assim porque queres... Terás comida à vontade, Terás afeto e carinho, Mimos e felicidade, Na boa casa em que vivo!” Foram-se os dois em caminho, Disse o lobo, interessado: “Que é isto? Por que motivo Tens o pescoço esfolado” — “É que, às vezes, amarrado Me deixam durante o dia...” “Amarrado? Adeus, amigo! (Disse o lobo.) Não te sigo! Muito bem me parecia Que era demais a riqueza... Adeus! Inveja não sinto: Quero viver como vivo! Deixa-me, com a pobreza! — Antes livre, mas faminto, Do que gordo, mas cativo!” BILAC, Olavo. O lobo e o cão. Poesias infantis. Disponível em <https://coc.pear.sn/npULHCg>. Acesso em: maio 2020. VOCABULÁRIO Gozar: desfrutar. CAPÍTULO 25 CA P ÍT U LO 2 5 38 “grande”: adjetivo “comi”: verbo “tarde”: advérbio “andou”: verbo CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 38 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 10. No verso “Onde achas tanto dinheiro?”, a palavra “onde” foi usada adequadamente ou o correto seria usar “aonde”? Justifique sua resposta. 11. No trecho “Na boa casa em que vivo!”, a expressão “em que” poderia ser substituída por qual termo sem que houvesse prejuízo de sentido? 12. No trecho “Muito bem me parecia/Que era demais a riqueza...”, o termo “demais” exprime ideia de a. falta. b. simplicidade. c. restrição. d. excesso. e. deficiência. 13. Crie duas frases, uma com “onde” e outra com “aonde”. 14. Crie duas frases, uma com “demais” e outra com “de mais”. 15. Crie duas frases, uma com “senão” e outra com “se não”. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 39 O termo “onde” foi usado adequadamente, pois o verbo “achar” não expressa ideia de movimento em direção a algum lugar, não sendo possível, portanto, usar a expressão “aonde”. A expressão “em que” poderia ser substituída por “onde” ou “na qual”, pois ambos funcionam como pronome relativo, que remete a “casa”. Resposta pessoal. Resposta pessoal. Resposta pessoal. 12. O termo “demais” expri- me ideia de estar “em exces- so”. As outras alternativas apontam características opostas a excesso, pois es- tão relacionadas à ideia de escassez. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 39 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 145, 146 e 147 Módulos 148, 149 e 150 Módulos 151, 152 e 153 1. Assinale as alternativas que apresentam características da comédia teatral. É composta por personagens de alta posição social, como reis e generais. Personagens que ocupam a base da pirâmide social podem ser protagonistas das narrativas. Tem o intuito de provocar o riso e de criticar costumes da sociedade. Surgiu no século XX. 2. Preencha as lacunas com os verbos sugeridos a seguir, observando a correlação verbal adequada. a. Ana Clara pediu que todos (vir) mais cedo amanhã. b. Se nós (ter) o relatório, poderíamos começar o trabalho. c. Os alunos esperam que a apresentação (ser) um sucesso. d. Quando a comida (estar) pronta, o horário de almoço terá terminado. e. Gabriel (quer) que seus pais tivessem entendido suas decisões. 3. Complete as lacunas com “onde” ou “aonde”. a. vocês irão antes do jogo? b. Viajamos parao país você nasceu. c. sua família morava na década passada? d. A ilha o barco nos levou é famosa. 4. Complete as lacunas com “demais” ou “de mais”. a. Ele faz as tarefas rápido . b. Separe as roupas que vai doar e coloque as de volta no armário. c. Há pessoas nesse elevador. d. Não gosto de frutos do mar; , tenho alergia a camarão. 5. Complete as lacunas com “senão” ou “se não”. a. O avô não escuta ninguém, a netinha. b. Não poderá viajar, tiver o passaporte. c. Ligue para sua mãe, ela ficará preocupada. d. Nunca há um em suas redações. CA P ÍT U LO 2 5 40 X X viessem tivéssemos seja estiver queria Aonde onde Onde aonde senão se não senão senão demais. demais de mais demais CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 40 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Verbos de ação Tragicomédia Farsa Melodrama TEATRO Ação dramática Comédia Tragédia Correlação verbal Pretérito perfeito do indicativo Pretérito perfeito do indicativo Presente do indicativo Pretérito imperfeito do indicativo Futuro do presente do subjuntivo Pretérito imperfeito do indicativo Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo Futuro do presente do subjuntivo Presente do subjuntivo Pretérito imperfeito do subjuntivo Pretérito perfeito composto do subjuntivo Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo Futuro do presente do indicativo Futuro do pretérito do indicativo Futuro do pretérito simples ou composto do indicativo Futuro do presente composto do indicativo → → → → → → → → LÍ N G U A P O R TU G U ES A 41 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 41 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULOCAPÍTULO 26 MÚSICA ENCENADA Módulos 154 e 155 ANÁLISE DE VIDEOCLIPE Q uando escutamos uma canção popular, é comum que a asso-ciemos, automaticamente, a imagens do videoclipe que fez parte da sua divulgação. Videoclipes são vídeos musicais, ou seja, integram imagens à música, e têm como objetivo divulgar gravações musicais. Embora o lado comercial dos videoclipes te- nha bastante valor, algumas produções tornaram-se tão grandio- sas e experimentais que o lado artístico também ganhou destaque. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 42 Neste capítulo, serão vistos aspec- tos do videoclipe, que, apesar de ter perdido espaço na televisão, re- conquistou o público na era digital, por meio de serviços de streaming de vídeo. Assim, espera-se que os alunos possam adquirir uma visão crítica, ainda que geral, sobre esse gênero midiático. Além disso, esse tema permite desenvolver dife- rentes linguagens, como verbal, sonora, visual e corporal. Nestes dois módulos, será visto um pouco da história dos video- clipes, de modo que se possa co- nhecer aspectos que os tornaram famosos. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 42 13/07/2020 14:22 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C D IE G O _C ER VO /I ST O CK LÍ N G U A P O R TU G U ES A 43 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 43 13/07/2020 14:23 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Considera-se que as décadas de 1980 e 1990 foram uma “era de ouro” dos vi- deoclipes. Eles eram ansiosamente aguardados pelos fãs de música, que só podiam vê-los quando transmitidos em alguma emissora televisiva, como a MTV, que era especializada nisso. Com o advento da internet e, posterior- mente, de serviços de streaming, a visualização de videoclipes deixou de ser um evento com hora marcada, visto que as pessoas podem apreciá-los quando quiserem se estiverem on-line. Leia, a seguir, um texto que aborda um pouco a trajetória inicial do videoclipe. Conheça a história dos videoclipes e suas transformações Quando, em 1975, a banda Queen lançou o videoclipe de Bohemian rhapsody na televisão, iniciou-se um movimento irreversível na indústria fonográfica. Cada vez mais numerosos, os videoclipes, com os anos, migraram para as te- las dos computadores e, posteriormente, para as verticais dos smartphones. Ganharam versões 3D e 360o nas mãos de personalidades que vão de Bjork a Ivete Sangalo. Dividiram coautoria com os espectadores em narrativas intera- tivas. Mais recentemente, voltaram a ser confundidos com o cinema graças à ascensão dos chamados álbuns visuais, tendência iniciada por Beyoncé na era on-line. Depois da internet, a produção e a difusão de videoclipes tornaram- -se acessíveis e deram fim ao domínio televisivo sobre o formato. Essencialmente, os videoclipes sincronizam música e imagem, traduzindo imageticamente uma canção. Essa linguagem audiovisual avançou cada vez mais no mercado do entretenimento, envolvendo orçamentos milionários, premiações e se tornou peça de divulgação preciosa. Grandes cineastas co- meçaram suas carreiras nos videoclipes, como David Fincher, Gus Van Sant e Spike Jonze. A música Bohemian rhapsody, explica Thiago Soares, autor do livro A estética do videoclipe, inspirou o primeiro videoclipe produzido. O formato inaugurado pelo Queen diferencia-se das experiências anteriores, como a psicodélica dos Beatles em Strawberry fields forever, pelo caráter mercadológico e televisivo. Naquele ano, o quarteto foi convidado para se apresentar ao vivo no progra- ma de TV britânico Top of the pops. Em vez de entrar no palco, o grupo enviou o vídeo para ir ao ar. “Foi uma estratégia de marketing. Como o vídeo mostra a apresentação de um show do Queen, parecia que os integrantes estavam tocando ao vivo na televisão. No entanto, eles acrescentaram efeitos gráficos e sonoros. Pela pri- meira vez, uma apresentação ao vivo de música foi substituída por um audio- visual. Com essa exibição, os videoclipes deixaram de ser apenas uma referên- cia estética ligada ao cinema”, analisa Thiago Soares. Canal fundamental A MTV estreou em 1981 de forma provocativa: o primeiro videoclipe exibido foi Video killed the radio star (O vídeo matou os astros do rádio), da banda The Buggles. E, de fato, vários músicos que não se adaptaram ao novo tipo de divulgação, que envolvia encenação diante das câmeras, ficaram para trás. Outros, ao contrário, construíram a carreira apoiados na imagem. Como Duran Duran, Michael Jackson e Madonna. Esses dois últimos abriram portas para que mais mulheres e negros aparecessem na mídia pelos videoclipes. A emis- sora aumentou os números de venda de discos, que andavam baixos. Coautoria: criação ou pro- dução de algo em conjunto com outro(s). Fonográfico: relativo à fo- nografia, que é a represen- tação gráfica dos sons das palavras. Mercadológico: relativo à mercadologia; marketing. Psicodélica: refere-se a lo- cal, vestimenta, decoração, objeto etc. de cores muito vivas ou que fogem dos pa- drões tradicionais. VOCABULÁRIO CA P ÍT U LO 2 6 44 Antes de fazer a leitura e compreen- são do texto com os alunos, perguntar quais são as bandas ou artistas favo- ritos deles. Questioná-los também se eles gostam de assistir a videoclipes e por meio de quais suportes eles costu- mam fazer isso (computador, televisão, smartphone). Depois da leitura do tex- to, perguntar se eles conhecem algum dos artistas citados, se já assistiram a um videoclipe de um desses artistas e quais as diferenças entre esses video- clipes e os que eles geralmente assis- tem. Verifi car se os alunos compreen- deram o texto e se há vocabulos que eles não conhecem. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 44 13/07/2020 14:23 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Em 1983, Michael Jackson levou às telas da MTV coreografias e efeitos espe- ciais elaborados. Com 13 minutos de duração, Thriller despendeu o maior or- çamento da época. O sucesso estrondoso rendeu a Michael vários prêmios, a maior venda de álbuns da década e o título de “o vídeo musicalmais famoso de todos os tempos” pelo Registro Nacional de Cinema da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, que, em 2009, pela primeira vez, reconheceu um videoclipe entre as grandes obras fílmicas. Produções tupiniquins No Brasil, América do Sul, protagonizado por Ney Matogrosso, é considerado o primeiro videoclipe. Foi dirigido por Nilton Travesso, em 1975, e exibido e pro- duzido pelo “Fantástico”, da Rede Globo. “América do Sul se destacou, porque o Ney não quis fazer o clipe em estúdio. Eles, então, gravaram a performance dele no meio da floresta. O marco do videoclipe brasileiro aconteceu quando o filme saiu do estúdio e foi para uma externa”, observa o especialista Thiago Soares. Ney Matogrosso conta em entrevista ao Correio que não suspeitava de que estava fazendo revolução. “Quando fui chamado para gravar, fiquei um dia inteiro no helicóptero, pra cima e pra baixo. Eu estava fazendo algo para te- levisão despreocupadamente, sem expectativa nenhuma”, lembra Ney. “Com os Secos & Molhados, fazíamos os números para ir ao ar na televisão, não eram videoclipes”. Na época, ele não demorou a descobrir a relevância de América do Sul. “Che- guei a ganhar prêmios internacionais por causa dele. A partir daquele momen- to, todo mundo passou a fazer videoclipes. Então era uma coisa normal. Eu fiz muitos outros depois”, recorda-se o músico, hoje com 77 anos, que não descarta lançar novos videoclipes. Com a chegada da MTV em 1990, o Brasil passou a seguir a lógica radiofônica de escoar as obras, em vez de produzi-las, como fazia o “Fantástico”. O primeiro videoclipe foi a versão de Garota de Ipanema de Marina Lima. Entre os trabalhos marcantes exibidos pela emissora estão Segue o seco (1994), de Marisa Monte, pela estética trabalhada e temática da seca, ainda atual; Diário de um detento (1997), dos Racionais MCs, que agendou o rap na MTV Brasil ao tratar do massa- cre em Carandiru; e Minha alma (1999), d’O Rappa, pelo caráter cinematográfico, que influenciou filmes como Cidade de Deus. Revolução da internet A internet aproximou os videoclipes do público e mudou ainda mais a relação dos artistas com os fãs. “As pessoas passaram a ter acesso a músicos com rea- lidades muito diferentes e distantes do circuito comercial no Ocidente, como bandas K-pop”, explica a especialista Laura Josani, para quem a mudança na lógica de acesso tirou a relevância da TV no consumo de videoclipes. […] “Penso que a internet influenciou a técnica de fazer o videoclipe. Com o uso dos smartphones, as pessoas passaram a ver os videoclipes nos celulares com telas bem menores que a televisão, então, os produtores de clipes passaram a pensar na captação de imagens de outra forma, com enquadramentos mais fechados, dando ainda mais ênfase aos cantores e aproveitando a qualidade da imagem digital”, analisa [...] Laura Josani. […] […] RODRIGUES, Robson G. Conheça a história dos videoclipes e suas transformações. Correio Brasiliense, 4 jun. 2019. Disponível em: <https://coc.pear.sn/P1t3mQZ>. Acesso em: jun. 2020. Despender: gastar; empre- gar esforço na realização de algo. Estrondoso: que causa es- trondo; notável. Fílmico: relativo a filme. Radiofônico: relativo à transmissão de informação através do rádio. Tupiniquim: usa-se na lin- guagem coloquial para se referir ao que é brasileiro. VOCABULÁRIO 45 LÍ N G U A P O R TU G U ES A CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 45 13/07/2020 14:23 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Um dos videoclipes citados nesse texto é o famoso Thriller, de Michael Jackson. Com uma grande produção, essa obra aproxima-se de um peque- no filme. Há uma narrativa, que trata de uma história de terror, o que é diretamente relacionada ao conteúdo da canção: a palavra inglesa thriller significa “terror”/“suspense”. Michael Jackson é o protagonista da história, interpretando ao mesmo tempo o herói e o vilão, representados por um lobisomem e um zumbi. Embora, nesse clipe, as imagens estejam em harmonia com a música e a letra da canção, essa sincronia não precisa, obrigatoriamente, existir sem- pre. Os recursos de imagem e de som podem ter uma existência indepen- dente dentro do clipe. Assim, é possível que haja uma ação no vídeo que não condiz exatamente com a mensagem da letra, porém combina com o ritmo da música, por exemplo. Classificar um videoclipe é uma tarefa difícil, pois trata-se de um gênero bastante experimental, que mistura técnicas e estilos de diferentes áreas, como a cinematográfica e a publicitária. Assim, ele pode apresentar carac- terísticas de um documentário, uma animação, um filme fictício etc. ou, às vezes, simplesmente ser a apresentação de uma canção gravada ao vivo. Veja, a seguir, alguns aspectos que podem ser analisados em um vi- deoclipe. • A relação entre a canção e as imagens (linguagens verbal e não verbal). Pode ser analisado, por exemplo, como elas se complemen- tam para produzir sentido. Até mesmo a desconexão entre som e imagem também pode ter sentido no conjunto da obra: caso ela te- nha sido feita de modo proposital, por exemplo, pode criar um efeito de estranhamento. • A participação do artista da canção. Geralmente, o artista que está divulgando a canção é a figura central do videoclipe. No en- tanto, quando há histórias narrativas, por exemplo, alguns artistas escolhem não participar delas ou assumem o papel de personagens secundárias. • A narrativa ou o conceito do vídeo. Quando há uma narrativa, é possível identificar o enredo, as personagens, o tempo e o espaço da história. Às vezes, o vídeo não apresenta exatamente uma história, ex- plorando somente um conceito presente na canção ou no álbum ao qual a canção pertence. Em casos de canções dançantes, o vídeo pode servir para divulgar suas coreografias. • O contexto em que o videoclipe está inserido. É interessante sa- ber em que ano o videoclipe foi feito para compreendê-lo melhor. Alguns são datados, ou seja, fazem sentido somente no momento em que são divulgados; outros conseguem ser atemporais, expres- sando um significado em qualquer época. Como qualquer produção cultural, o videoclipe pode sugerir uma reflexão sobre a sociedade em que está inserido. Assim, é comum haver videoclipes que conte- nham críticas sociais. Videoclipe Thriller, de Michael Jackson Assista à versão integral do videoclipe de Thriller, de Michael Jackson, em: <coc. pear.sn/agm5lZW>. EXPLORE MAIS Atemporal: fora do domí- nio do tempo. VOCABULÁRIOCA P ÍT U LO 2 6 46 Este é o momento oportuno para apli- car os exercícios 1, 2, 3 e 4 da seção “Para conferir”, referentes aos módu- los 154 e 155. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 46 13/07/2020 14:23 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C PRODUÇÃO DE RESENHA Em capítulos anteriores, você estudou a resenha crítica, que é um texto argumentativo. Ao emitir uma opinião sobre uma produção cultural, o re- senhista faz uma análise com juízo de valores, indicando a qualidade da obra para o leitor. Ainda que seja a perspectiva de um indivíduo, a resenha tem de seguir critérios objetivos para avaliar se a obra é boa ou ruim. Por isso, deve ser escrita por especialistas da área do assunto em questão. Além de filmes, peças teatrais, álbuns, espetáculos musicais, livros etc., também é possível fazer uma resenha sobre os videoclipes. Leia, a seguir, uma pequena resenha crítica sobre um videoclipe de Emicida. Módulo 156 Observe que a estrutura dessa resenha crítica é basicamente formada por contextualização e análise do videoclipe. Embora esse tipo de texto deva ser, necessariamente, opinativo, é importante que tenha uma parte expositiva, que forneça informações para situar o leitor sobre a obra em análise. Assim, logo no início dessa resenha, o autor informa que o videoclipe da música Pe- quenas alegrias da vida adulta faz parte do álbum AmarElo, de Emicida. Além disso, há informaçõestécnicas: um dos atores é Aílton Graça. No segundo parágrafo, há um pequeno resumo sobre o que é retratado no vídeo e, terceiro parágrafo, é dada uma opinião sobre o videoclipe. As resenhas do site citado como referência têm a proposta de serem breves. Assim, é comum que haja um recorte em suas análises, conferindo ênfase em poucos aspectos. No texto sobre o videoclipe de Emicida, o resenhista demonstra sutilmente sua opinião somente sobre a fala de um policial diri- gida ao personagem de Aílton Graça (“Você é o único representante do seu sonho na face da Terra”), que para o resenhista, é uma cena impactante em meio a um clipe que considera divertido. Emicida lança clipe de “Pequenas alegrias da vida adulta” O videoclipe é estrelado pelo ator Aílton Graça e a faixa integra o disco ‘AmarElo’ Nesta quarta-feira (13/11), o rapper Emicida lançou o clipe da faixa “Pequenas ale- grias da vida adulta”, que compõe o repertório do novo disco, “AmarElo”. A música traz uma reflexão sobre as pequenas satisfações do dia a dia. Para encenar a faixa, o personagem de Aílton Graça encontra a felicidade plena ao lado da esposa e das duas filhas. Mesmo com a batalha diária, ao chegar em casa ou ligar para as crianças, a vida do protagonista ganha cor e diversão. Em meio a um clipe divertido, a produção termina com uma cena impactante. Um policial dentro da viatura para o personagem de Aílton Graça e fala: “Você é o único representante do seu sonho na face da Terra”. Além de “Pequenas alegrias da vida adulta”, o rapper já lançou os clipes de “AmarElo” e “Eminência parda”. Emicida lança clipe de "Pequenas alegrias da vida adulta". Correio Braziliense. 13 nov. 2019. Disponível em: <https://coc.pear.sn/UpBgWqy>. Acesso em: maio 2020. Videoclipe de Pequenas alegrias da vida adulta Para fazer uma análise mais profunda de um videoclipe, é interessante estabelecer uma relação entre as ima- gens contidas nele e a can- ção, o que requer a com- preensão da letra. Assista ao videoclipe e leia a letra de Pequenas alegrias da vida adulta, disponível em: <coc.pear.sn/uu7nafX>. EXPLORE MAIS 47 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Neste módulo, os alunos poderão apli- car o que aprenderam sobre o video- clipe, ao analisar um e escrever uma resenha sobre ele. Este é o momento oportuno para apli- car o exercício 5 da seção “Para confe- rir”, referente ao módulo 156. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 47 13/07/2020 14:23 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULO 2 6 MÚSICA ENCENADA Módulos 154 e 155 | Análise de videoclipe 1. Quando você assiste a um videoclipe, quais elementos presentes nele costumam chamar sua aten- ção? Justifique sua resposta. Releia o texto “Conheça a história dos videoclipes e suas transformações” para responder às ques- tões de 2 a 7. 2. Qual é o momento considerado um ponto de virada na história do videoclipe? Por quê? 3. O que o vídeo musical do Queen trazia de novo no cenário audiovisual? 4. Todos os artistas musicais conseguiram se adaptar à prática de encenar em videoclipes? Quem se destacou com essa nova característica desse estilo artístico? 5. Segundo o texto, as consequências do videoclipe Thriller, de Michael Jackson, foram falta de recursos para a divulgação de outras canções do cantor. grande venda de álbuns do cantor. conquista do título de “o vídeo musical mais famoso de todos os tempos”. 6. É possível afirmar que a MTV brasileira a. estreou antes da norte-americana. b. fez sua estreia com o videoclipe América do Sul. c. era afiliada de outra emissora nacional. d. tornou-se popular com o clipe da banda Queen. e. surgiu em 1990. Exercícios de aplicação CA P ÍT U LO 2 6 48 Resposta pessoal. O ano de 1975 é considerado um momento de virada na história do videoclipe, porque foi o ano em que se lançou o clipe de Bohemian rhapsody, canção da banda Queen. Ao mostrar uma apresentação da banda, como se fosse um show ao vivo, o vídeo teve um apelo mais comercial e televisivo, o que o desvinculou de ser uma extensão do cinema. Não, nem todos conseguiram se sair bem ao ter de encenar diante das câmeras. No entanto, houve aqueles que conseguiram se adaptar com bastante sucesso, como Duran Duran, Michael Jackson e Madonna. 5. Embora, no texto, haja a menção de que Thriller teve o maior orçamento da épo- ca, não se pode inferir que isso resultou na falta de re- cursos para outras promo- ções musicais de Michael Jackson. 6. De acordo com o texto, a MTV chegou ao Brasil em 1990. A alternativa a está incorreta, porque a MTV norte-americana estreou em 1981, portanto antes da bra- sileira. A alternativa b está incorreta, porque ela fez sua estreia com o clipe Garota de Ipanema, de Marina Lima. A alternativa c está incorre- ta, porque não há, no texto, menção a essa associação entre outra rede nacional e a MTV. A alternativa d está incorreta, porque o clipe da banda Queen é anterior à emissora (1975). X X CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 48 13/07/2020 14:23 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos 7. Às vezes, um videoclipe pode conter críticas sociais. Que videoclipes mencionados no texto falam de aspectos sociais de seu tempo? Releia o texto “Conheça a história dos videoclipes e suas transformações” para responder às ques- tões 8 e 9. 8. Qual videoclipe é considerado o primeiro do Brasil? Qual é sua novidade no gênero? 9. O que fez diminuir a importância da televisão em relação aos videoclipes? Os videoclipes atuais são iguais aos da época em que passavam na televisão? 10. Observe o cartum e responda à questão. Neste cartum, há um indivíduo em desta- que e em oposição aos outros. Observe que esse indivíduo foi ilustrado sem a corda nas costas, ou seja, ao contrário dos outros, ele não é movido por ela. Dessa forma, ele se- gue outra direção. Portanto, isso nos leva à reflexão de que ele, diferentemente da maioria, é responsável por suas escolhas. Com base na charge e no texto, complete as lacunas. Assim como um videoclipe, que pode suge- rir uma reflexão sobre a sociedade em que está inserido, um cartum também pode fa- zer uma . Além disso, este se assemelha àquele ao fazer uso da linguagem para transmitir uma mensagem. CA U LO S LÍ N G U A P O R TU G U ES A 49 Pode-se considerar que Segue o seco e Diário de um detento são videoclipes que tratam de temas sociais: o primeiro trata da seca e o segundo, do massacre do presídio de Carandiru. Pode ser citado também o videoclipe Minha alma, caso os alunos conheçam a referência feita a Cidade de Deus (se os estudantes não tiverem visto o clipe). A internet provocou a diminuição da importância da televisão para os videoclipes, pois, com ela, o acesso a eles foi ampliado, sendo possível conhecer canções de lugares distantes daquele em que vive o usuário ocidental. Além disso, em termos técnicos, houve grandes mudanças. Como as telas de celulares são menores, outras formas de captação de imagens estão sendo utilizadas, por exemplo, o enquadramento mais fechado. O videoclipe América do Sul, de Ney Matogrosso, é considerado o primeiro do Brasil. Sua novidade é a gravação fora do estúdio, no meio de uma fl oresta. crítica social não verbal CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 49 13/07/2020 14:23 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios de aplicação Mó dulo 156 | Produção de resenha 1. Em que consiste a cena impactante citada na resenha do videoclipe de Pequenas alegrias da vida adulta? 2. Segundo a resenha, o que pode ser considerado, na canção, como uma pequena alegria da vida adulta? 3. O ator que vive, no videoclipe, o papel de pai de família é a. Emicida. b. AmarElo. c. Aílton Graça. d. O policial. e. Eminência. 4. Agora que já viu alguns aspectos que podem ser analisados em um videoclipe, chegou o momentode você ser crítico de um. Como fazer a. Escolha um videoclipe de sua preferência para que você possa analisá-lo e, depois, escreva suas percepções em forma de uma resenha crítica. Lembre-se de contextualizar a obra antes de dar sua opinião a respeito dela. b. Use folha de produção de texto para escrever sua resenha. O limite de espaço para seu texto é de 30 linhas. Com isso, é importante fazer um recorte detalhado do que será analisado, uma vez que não há espaço suficiente para tratar de todos os aspectos de um videoclipe. pág. 449Redação Leia o seguinte trecho de uma resenha e responda às questões. Exercícios propostos [...] Colocar as fantasias de bonecos é, ironicamente, uma humanização maior das per- sonagens. Isso porque mesmo um sorriso nem sempre consegue comunicar a alegria que muita gente não espera encontrar em um retrato da periferia, daí a necessidade de apelar para um artifício lúdico. MEDEIROS, André Felipe de. Emicida – Pequenas alegrias da vida adulta. Música pavê, 13 nov. 2019. Disponível em: <https://coc.pear.sn/UpBgWqy>. Acesso em: maio 2020. 5. Em que consiste a ironia citada na resenha do videoclipe de Pequenas alegrias da vida adulta? 6. Em que consiste a ironia citada na resenha do videoclipe de Pequenas alegrias da vida adulta? CA P ÍT U LO 2 6 50 Para o resenhista, a produção termina com uma cena impactante, quando um policial dentro da viatura para o personagem de Aílton Graça e fala: “Você é o único representante do seu sonho na face da Terra”. Segundo o autor da resenha, é preciso apelar para um recurso lúdico porque muita gente não espera encontrar alegria em um retrato da periferia. Para o resenhista, o uso de fantasias de bonecos humaniza as personagens da história. Assim, consiste em ironia pensar que as personagens parecem mais humanas quando estão vestidas de bonecos do quando estão, de fato, como pessoas. Mesmo com a batalha diária, a vida do protagonista ganha cor e diversão, ao chegar em casa ou ligar para as crianças. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 50 13/07/2020 14:23 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 154 e 155 Módulo 156 1. Sobre as características gerais do videoclipe, é correto afirmar que ele integra imagens à música. tem caráter puramente comercial. apresenta variadas formas, como documentário, animação etc. não apresenta nenhum tipo de narrativa. 2. O(a) artista brasileiro(a) cuja canção marcou o início da trajetória do videoclipe no Brasil foi a. Marisa Monte. b. Ney Matogrosso. c. Emicida. d. Mariana Lima e. Michael Jackson 3. O videoclipe Thriller, de Michael Jackson foi feito com baixo orçamento. é uma narrativa. apresenta uma coreografia elaborada. 4. A televisão perdeu importância na disseminação dos videoclipes depois do invento dos computadores. da difusão do acesso à internet. da criação do DVD. 5. A resenha crítica é, principalmente, um texto narrativo. argumentativo. injuntivo. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 51 X X X X X X CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 51 13/07/2020 14:23 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Integra imagens a sons. Análise de linguagem verbal e não verbal MÚSICA ENCENADA Videoclipe Resenha crítica Texto opinativo e expositivo Os aspectos que podem ser analisados em um videoclipe são: • a relação entre a canção e as imagens; • a participação do artista da canção; • a narrativa ou o conceito do vídeo; • e o contexto em que o videoclipe está inserido. CA P ÍT U LO 2 6 52 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10.indd 52 13/07/2020 14:23 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos Nome: Número: Ano: Módulo(s): 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. pág. Redação 50 LÍ N G U A P O R TU G U ES A 44 9 1. Quanto ao primeiro critério, é importante que os alunos tenham escolhido um videoclipe para analisar. 2. Para o segundo critério, avalia-se se os alunos conseguiram apresentar características de uma resenha crítica; mais especifi camente, que tenham apresentado argumentos para sustentar seus pontos de vista. 3. O terceiro critério tem relação com o atendimento ao gênero textual, de maneira mais ampla. Assim, os alunos precisam deixar clara sua opinião sobre a qualidade do videoclipe. 4. Neste critério, é importante avaliar se os alunos desenvolveram o texto em parágrafos bem estruturados. 5. O quinto critério corresponde à coerência. É preciso avaliar a organização e a clareza das informações apresentadas, sem que uma se confunda com outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelos leitores. 6. Este critério avalia se os alunos conseguem desenvolver o texto sem a repetição desnecessária de palavras. É importante que eles sejam incentivados a ampliar seu vocabulário para desenvolver a coesão textual. 7. Deve-se verifi car o domínio que os alunos têm das regras ortográfi cas. Até esse momento, os alunos já analisaram todos os casos de re- gularidades e irregularidades ortográfi cas – que ainda serão retomados e reforçados ao longo dos dois anos fi nais do Ensino Fundamental. 8. É importante que os alunos já desenvolvam o emprego correto de sinais de pontuação; no entanto, o estudo mais cuidadoso desse tópico será realizado no 8o e no 9o ano. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO TEXTO_G10.indd 449 13/07/2020 14:21 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. Módulo 156 | Produção de resenha CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não Tema 1. Atende ao tema proposto? Gênero 2. Corresponde ao tipo textual argumentativo? 3. Emite uma opinião? 4. Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão? Coesão e coerência 5. Expõe as ideias de modo claro? 6. Repete palavras sem necessidade? Língua 7. Respeita as normas ortográficas? 8. Faz uso da pontuação corretamente? CA P ÍT U LO 2 6 45 0 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO TEXTO_G10.indd 450 13/07/2020 14:21 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 11 GRUPO EVOLUÇÃO “Se se pensa no domínio da escrita simplesmente como a capacidade básica de reconhecer símbolos ou decodificar letras, associando-as a sons ou palavras, a significados, as implicações da alfabetização, embora importantes, são forço- samente limitadas. Mas se entendermos o domínio da escrita na acepção clássica – como a capacidade de entender e usar os recursos intelectuais oferecidos por cerca de três mil anos de diferentes tradições escritas –, as implicações de aprender a tirar partido desses recursos podem ser enormes: não só porque a escrita permitiu a acumulação de tesouros guarda- dos em textos, mas também porque ela implica uma série de procedimentos para agir sobre a linguagem e pensar sobre ela, sobre o mundo e nós próprios.” David R. Olson VINCI, Leonardo. Estudos dos músculos da face e do braço, c.1480. H IS TO R IC A L IM AG ES A R CH IV E / A LA M Y ST O CK P H O TO CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI INICIAIS_G11.indd 223 10/07/2020 16:15 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C MAPA INTERDISCIPLINAR Este mapa mostra a ligação entre os conteúdos das disciplinas, sendo ponto de partida para um trabalho interdisciplinar. GRUPO 11 Evolução LÍNGUA PORTUGUESA Palavras invariáveis, verbos defectivos e abundantes, palavras denotativas, seleção de informações, organização de dados e do discurso MATEMÁTICA Área, perímetro, volume e simetria EDUCAÇÃO FÍSICA Esportes de invasão e rúgbi ARTE Moda e arte CIÊNCIAS SOCIAIS Globalização financeira GEOGRAFIA Integração regional, matriz energéticae disparidades regionais HISTÓRIA Expulsão dos holandeses e expansão territorial CIÊNCIAS DA NATUREZA Biologia e evolução dos mamíferos EF GE GE CSCS CS HI HIHI MA CSCN AR CS LP AR CS GEHIGE GE HI MA CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI INICIAIS_G11.indd 224 10/07/2020 16:15 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C POR TU GUE SA LÍNGUA PÁG. 226 254 CAPÍTULO 27 Organizando os dados CAPÍTULO 28 Relevância das informações CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 225 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULOCAPÍTULO 27 OBJETIVOS DO GRUPO • Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – verbete de enciclopédia, esquema, infográfico, relatório etc. – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguísticas características desses gêneros. • Utilizar pistas linguísticas para compreender a hierarquização das proposições, sintetizando o conteúdo dos textos. • Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, relatório, entre outros. • Reconhecer e utilizar os critérios de organização e suas marcas linguísticas, de maneira a organizar mais adequadamente a coesão e a progressão temática ao produzir textos. • Diferenciar as classes de palavras quanto às flexões que apresentam ou não. ORGANIZANDO OS DADOS LÍ N G U A P O R TU G U ES A 22 6 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 226 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C R ID O FR A N Z/ IS TO CK LÍ N G U A P O R TU G U ES A 22 7 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 227 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 157 e 158 ANÁLISE E PRODUÇÃO DE INFOGRÁFICO Entre as importantes invenções do ser humano nos últimos tempos, está a internet. Criada em 1969, nos Estados Unidos, tendo como função primordial conectar laboratórios de pesquisa, essa rede de computadores – que inicial- mente levou o nome de “Arpanet” – evoluiu de tal forma que, hoje, possivel- mente não conseguiríamos mais viver sem ela – ou, pelo menos, viveríamos com imensas dificuldades. Evidência disso é a quantidade de horas que as pessoas passam navegando na internet, o que demonstra, muitas vezes, a dependência do uso de smartphones, tablets e afins. Não se pode negar, por- tanto, que a sociedade contemporânea é, em grande medida, estruturada com base nas facilidades proporcionadas pela internet. O universo relacionado à internet ainda apresenta falhas no Brasil, por ser considerado um processo recente. Contudo, apesar da consolidação dessa rede na atualidade (algo que parece irreversível), ainda se trata de um meio de comunicação recente, principalmente quando pensamos em países em desenvolvimento como o Brasil, onde grande parcela da população passou a ter fácil acesso a esse meio há relativamente pouco tempo. Isso, então, pode significar, em algu- mas situações, um problema, o que se considera normal quando se trata de algo novo. Nesse sentido, os movimentos que buscam esse aprimoramento se destacam, a fim de que as vantagens do uso da internet prevaleçam so- bre as desvantagens. Um desses movimentos é o estabelecimento do Marco Civil da Internet, que, oficialmente, consiste na Lei no 12.965/2014. O projeto do Marco Civil da Internet surgiu em 2009, pela necessidade de se regularem as práticas virtuais, com o intuito de garantir, por exemplo, a privacidade dos usuários e a responsabilização dos agentes que cometem crimes por esse meio – os chamados cibercrimes. Entendia-se, então, que, no mundo digital, havia relações sociais cujos efeitos precisavam ser pre- vistos em lei, de modo que a internet não fosse um território caótico. PR O ST O CK -S TU D IO /I ST O CK A CA P ÍT U LO 2 7 22 8 Infográfi co já não é mais uma novidade para alunos do 7o ano. Os elementos essenciais desse gênero lhes foram apresentados em etapas anteriores do ensino de Língua Portuguesa. To- davia, pelo fato de o infográfi co ser re- correntemente encontrado em textos informativos atuais, sobretudo em sua versão animada e interativa, frequen- tes no ambiente digital, considera-se necessária a revisão desse conteúdo. Assim, nestes módulos, será reprodu- zido, ainda que em formato impresso, um infográfi co virtual publicado origi- nalmente no site da Câmara dos Depu- tados, a fi m de explicar à população, di- daticamente, o Marco Civil da Internet, lei promulgada no ano de 2014 com o objetivo de regular o uso da internet no Brasil. Com isso, contempla-se, também, o tema que orienta o grupo 11, “evolução”, já que esse conjunto de regras visa, exatamente, à evolução das dinâmicas virtuais da internet, para que o bem-estar de todos, no que se refere a esse tipo de uso, seja respeitado. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 228 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Conheça os principais pontos do Marco Civil da Internet O Senado aprovou o projeto Marco Civil da Internet nesta terça-feira [22/3/2014]. Após um acordo entre os senadores, todas as emendas foram retiradas, e o texto foi aprovado na íntegra. Sendo assim, o projeto vai para sanção presidencial da mesma forma que saiu da Câmara dos Deputados. Confira os principais itens. Por Agência Câmara. Conheça os principais pontos do Marco Civil da Internet. EBC. 25 mar. 2014. Disponível em: <https://coc.pear.sn/jX6CXd8>. Acesso em: maio 2020. Adaptado. Emenda: proposta para al- terar ou modificar o teor de um projeto de lei, no todo ou em parte. Íntegra: texto completo e com as palavras originais (de documento, lei, decreto, regulamento etc.). Sanção: aprovação ou con- firmação que se dá ou se impõe a uma lei. VOCABULÁRIO Em 2014, o Marco Civil foi sancionado, regulamentando os usos da inter- net, a fim de assegurar que essa rede seja livre e democrática. Contudo, em razão da linguagem técnica empregada na redação das leis, muitas pessoas não conseguiam compreender o Marco Civil, e isso consiste em um problema, pois saber o que regula as relações que se estabelecem na internet é uma forma de exercer a cidadania. Por isso, a Câmara dos Deputados disponibilizou, em seu site, um infográfico com a finalida- de de explicar, de forma acessível, o conteúdo essencial dessa lei. No texto a seguir, publicado pouco antes de o Marco Civil da Internet ser sancionado pela presidência, reproduzem-se as telas que compõem esse infográfico. • Controle sobre os dados pessoais • Inviolabilidade e sigilo de das comunicações • Manutenção da qualidade contratada da conexão • Exclusão defi nitiva de dados pessoais após termino de contratos • Informações claras e completas nos contratos • Os provedores, mesmo que sediados no exterior, deverão respeitar a legislação brasileira, incluindo os direitos à privacidade e ao sigilo dos dados. • Garantia de liberdade de expressão • Proteção de privacidade e dos dados pessoais • Neutralidade da rede • Liberdade dos modelos de negócios • Provedores de conexão Guardar, sob sigilo, os dados de conexão dos usuários (endereço IP, data e hora do início e término da conexão) pelo prazo de um ano. • Provedores de aplicativos Guardar, sob sigilo, os dados de navegação dos usuários pelo prazo de seis meses. Retirar, a pedido das vítimas, imagens e vídeos contendo cenas de nudez, por exemplo, que não têm a autorização dos envolvidos. 22 9 LÍ N G U A P O R TU G U ES A CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 229 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O COC Esse tipo de infográfico pode ser manipulado da maneira como o usuário achar melhor e tem a peculiaridade de ser composto por áudios, vídeos e até mesmo animação, que costumam funcionar de maneira conjunta. Des- se modo, pode-se afirmar que os infográficos interativos são multimodais, na medida em que são construídos por diversos tipos de linguagem. O infográfico interativo conta com movimentos administrados pelos usuários. Os formatos de conteúdo de um infográfico Saiba mais sobre o que é um infográfico e quais são seus formatos de conteúdo em: <coc.pear.sn/Es4nkvz>. EXPLORE MAIS NA PRÁTICA Jornalismo e interatividade Os infográficos interativos são uma comprovação de como o jornalismo praticado na era digital exige muito mais a par- ticipação dos leitores do que nos tempos em que existia so- mente a versão impressa. Se o recurso de publicar um comen- tário sobre um texto, como uma notícia, fez com que os leitores pudessem ser mais ativos em seu contato com o jornal, algo semelhante se pode dizer a respeito dos infográficos inte- rativos, visto que seus recursos tornam os leitores menos pas- sivos diante das informações, quando se tece uma compara- ção com os tradicionais infográ- ficos estáticos. Certamente, esse infográfico contribuiu para que muitas pessoas passassem a entender o Marco Civil da Internet, ao menos de forma básica. Isso se deve não apenas à forma resumida e clara como a lei foi apresentada aos leitores, mas também aos recursos de infográfico que foram explorados. Aliás, você se recorda do infográfico, gênero estudado em etapas escolares anteriores? Infográfico é um gênero textual que tem a finalidade de apresentar informações, servindo-se de textos verbais relativamente curtos e/ou dados numéricos, asso- ciados a elementos gráfico-visuais, como desenhos. Bastante divulgado em textos jornalísticos, tem o intuito de ilustrar determinado assunto de maneira didática e, geralmente, acompanha reportagens. O infográfico sobre o Marco Civil da Internet é do tipo interativo – em contraposição ao infográfico estático presente em materiais impressos –, já que os usuários o manipulam da maneira como desejarem. Basta atentar-se ao fato de que os tópicos que explicam a lei – “Princípios”, “Direitos”, “Obrigações” e “Segurança” – ficam em destaque laranja e têm o conteúdo exposto (do lado direito da tela) pelo movimento de seleção do mouse, administrado pelos usuários. Trata-se, então, de um infográ- fico que se destina exclusivamente ao ambiente digital, em que se pode explorar essa interatividade. Interativo: que possibilita ao indivíduo interagir com o emissor do conteúdo. VOCABULÁRIO H A R B U CK S/ IS TO CK CA P ÍT U LO 2 7 23 0 Este é o momento oportuno para apli- car o exercício 1 da seção “Para confe- rir”, referente aos módulos 157 e 158. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 230 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Classificação das palavras denotativas Veja outros exemplos de palavras denotativas em: <coc.pear.sn/w0qBvkR>. EXPLORE MAIS Palavras denotativas são aquelas que não se classificam em nenhuma das dez classes morfológicas. Eis que ele surge outra vez! Fui repreendido por ter feito uma pergunta; ora, que mal há nisso? E eu lá sei quem pegou a última fatia de pão! • Substantivo • Verbo • Adjetivo • Advérbio • Artigo • Pronome • Numeral • Preposição • Conjunção • Interjeição PALAVRAS DENOTATIVAS A gramática é dividida em três grandes frentes: Fonéti- ca, Morfologia e Sintaxe. Em Morfologia, são estudadas as classes gramaticais, isto é, categorizam-se as palavras de acordo com a forma. Assim, é possível compreender que existem dez classes, conforme o quadro ao lado. Há, no entanto, palavras que não se encaixam em ne- nhuma dessas dez classes, de acordo com a Nomencla- tura Gramatical Brasileira (NGB). São as chamadas pala- vras denotativas. Módulo 159 Para compreender isso melhor, leia as frases a seguir, prestando atenção ao que está em destaque. As palavras em destaque – “eis”, “ora” e “lá” – são denotativas. Do ponto de vista sintático, elas não desempenham nenhuma função relacionada às demais que estão presentes na oração. Do ponto de vista morfológico, apesar de serem invariáveis e, sendo assim, assemelharem-se aos advér- bios, não pertencem a nenhuma classe gramatical, conforme já se afirmou. Porém, do ponto de vista semântico, isto é, em relação ao significado, tais palavras são de extrema importância, já que agregam sentido à oração. A palavra “eis”, apresentada no primeiro exemplo, serve para indicar o indivíduo de quem se fala (“ele”); “ora” expressa uma continuidade em re- lação ao que se estava expondo antes (“Fui repreendido por ter feito uma pergunta") e, finalmente, “lá” realça o sujeito da oração (“eu”). A retirada de tais palavras dessas orações afetaria, em certa medida, o sentido original. Ressalta-se, porém, que, apesar de as palavras denotativas não se enquadrarem em nenhuma das dez classes morfoló- gicas, elas podem receber diferentes designações, a depen- der do sentido transmitido. Ao lado, apresenta-se uma tabe- la contendo algumas possibilidades e exemplos. Emprego de “eis” em uma composição Um emprego real da palavra “eis” pode ser encontrado na letra de uma canção bra- sileira. Trata-se de A volta do malandro, composta por Chi- co Buarque para a Ópera do malandro, musical também de sua autoria, que, em 1985, foi transformado em filme pelo cineasta Ruy Guerra. O primeiro verso da canção co- meça assim: “Eis o malandro na praça outra vez...”. PARA IR ALÉM Afastamento Embora Continuação Ora; bem; ademais Designação Eis; aqui está Inclusão Até; também; além disso Explicação Isto é; por exemplo; ou seja 23 1 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Neste módulo, serão apresentadas as palavras denotativas. Além de indicar que elas se diferenciam dos advérbios – confusão muito comum de ocorrer –, ob- jetiva-se mostrar sua relevância semân- tica, o que é útil não apenas para esse assunto em específi co, mas também para os estudos linguísticos de maneira geral. Quanto mais os alunos têm a oportunida- de de perceber o peso sutil de cada pa- lavra na construção de um texto, seja ele verbal ou não verbal, mais precisão eles podem alcançar nas diversas maneiras de utilização da linguagem. Este é o momento oportuno para aplicar o exercício 2 da seção “Para conferir”, referente ao módulo 159. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 231 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 160 e 161 HIERARQUIA DE PROPOSIÇÕES Leia, a seguir, as acepções que o dicionário Aurélio apresenta para a palavra “evolução”. NOTA Charles Darwin (1809-1882) Nasceu na Inglaterra, na cidade de Shrewsbury. Foi um impor- tante naturalista – cientista dedicado ao estudo dos reinos vegetal e animal –, tendo se des- tacado pela contribuição dada para compreender a evolução das espécies, teoria conhecida como “darwinismo”. Para enten- der essa teoria, é preciso partir do princípio de que os seres, ain- da que pertencentes à mesma espécie, não são exatamente iguais, apresentando, então, va- riações entre si. Estando esses seres expostos a determinadas condições ambientais, apenas aqueles que tiverem caracterís- ticas adaptáveis a esse ambien- te serão capazes de sobreviver e repassar, como herança gené- tica, tais características para as futuras gerações, enquanto os demais seres, não adaptáveis, serão extintos. A isso dá-se o nome de evolução das espécies. Os seres humanos de hoje, por exemplo, são resultado desse processo, popularmente sinte- tizado pela frase “os mais aptos sobrevivem”. e.vo.lu.ção sf. 1. Deslocamento progressivo. 2. Série de movimentos concatenados e harmônicos. 3. Sucessão de acontecimentos em que cada um está condicionado pelo(s) anterior(es). 4. Processo detransformação em que certas características ou elementos simples ou indistintos se tornam aos poucos mais complexos ou mais pronunciados; desenvolvimento. 5. Biol. Segundo o darwinismo, processo que, ao longo de sucessivas gerações, leva à diferenciação das espécies, determinado por mutações genéticas e por seleção natural. Como se vê, a palavra “evolução” pode designar vários tipos de processo, desde que haja alguma espécie de desenvolvimento. Na nossa vida esco- lar, por exemplo, conforme os anos vão passando, vamos evoluindo, já que, mesmo tendo nosso próprio ritmo, aprendemos coisas novas e, portanto, desenvolvemo-nos enquanto seres humanos. Contudo, evolução tem um sentido ainda mais específico do que esse, dizendo respeito a um processo biológico, o que fica evidente na acepção de número 5 apresentada ante- riormente. Veja que, nessa acepção, mencionou-se a palavra "darwinismo". Você já ouviu falar sobre isso? A reportagem que você lerá a seguir trata de uma descoberta científica que tem relação com a teoria evolutiva darwinista. Busque atentar-se não apenas ao conteúdo, mas também aos termos que estão destacados e à fun- ção que eles cumprem na organização do texto. Mudanças climáticas permitiram evolução dos primeiros Homo sapiens Grandes alterações também ajudaram na formação de características marcantes da espécie, como a coleta de alimentos e o comércio Por volta de 800 mil anos atrás, as várzeas que ocupavam boa parte do território onde hoje é o Quênia começaram a passar por uma transformação dramática. No lugar da umidade persistente, períodos de aridez se revezavam aos de chuva, fazendo com que as planícies inundadas se transformassem em um pasto. Essa mudança exigiu adaptações da fauna local. Ao longo do tempo, animais que de- mandavam um consumo energético excessivo foram extintos. Por outro lado, os de estrutura física menor emergiram. Passado meio milhão de anos, o cenário era outro. Fértil, com uma grande variedade de alimentos e possibilitando des- locamentos extensos, a região tornou-se ideal para o florescimento de uma nova espécie, que começava a se proliferar no leste africano: o homo sapiens. Ao avaliar evidências arqueológicas e naturais da Bacia Olorgesailie, um dos mais ricos sítios com vestígios de ocupação humana da África, pesquisadores descobri- ram que as alterações ecológicas moldadas, em primeiro lugar, pelas variações climáticas foram essenciais para a evolução do homem moderno e de caracterís- ticas culturais marcantes da espécie, como a mobilidade, a coleta de alimentos, G R A FI SS IM O /I ST O CK CA P ÍT U LO 2 7 23 2 Nestes dois módulos, pretende-se destacar alguns termos responsáveis pela organização do discurso, tendo como base a leitura de uma reporta- gem. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 232 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C a tecnologia e até o comércio. De acordo com os autores da pesquisa, publicada em três artigos na edição desta semana da revista Science, isso implica uma “re- visão significativa do comportamento do hominídeo africano na época em que o Homo sapiens se originou”. [...] Redes sociais [...] a equipe de pesquisadores encontrou pontas de pedras do Período Neolítico feitas com obsidiana, matéria-prima que não é natural da bacia. Também fo- ram detectadas peças maiores e não trabalhadas retiradas de pedras vulcânicas. A avaliação da estrutura química desses artefatos apontou que viriam de diver- sas fontes obsidianas provenientes de localidades de 25 km a 90 km distantes de Olorgesailie. Isso sugere a existência de redes sociais na região. “Essas inovações comportamentais podem ter representado muito bem uma resposta às rápidas mudanças no ambiente”, disse, em nota, Tyle Faithy, curador de arqueologia no Museu de História Natural de Utah e coautor de um dos ar- tigos. “Uma resposta como essa deve ter ajudado as populações humanas a su- portar mudanças climáticas e ambientais que provavelmente contribuíram para o fim de outras espécies na região”, acredita. Outra importante descoberta da equipe foram rochas pretas e vermelhas (manganês e ocre, respectivamente) associadas a evidências de que haviam sido processadas para serem usadas como pigmento. “Não sabemos a coloração que eles utilizaram, mas podemos dizer que é um indício de comunicação simbólica complexa. Assim como hoje as roupas ou bandeiras levam cores que expressam identidade, esses pigmentos podem ter ajudado as pessoas a manter vínculos e a formar alianças com grupos distantes”, suspeita Potts. “O transporte de obsi- diana e a coleta e o processamento de pigmentos implica o desenvolvimento de redes sociais que conectavam membros de nossa espécie por longas distâncias. Essa prática é uma das características da nossa espécie”, ressalta Alison Brooks. Isso levou a um conjunto de comportamentos muito sofisticados, que envolve- ram grande habilidade mental e vidas sociais mais complexas. Talvez isso tenha sido o que nos distinguiu dos outros humanos primitivos”. Rick Potts, diretor do Programa de Origem Humana do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian OLIVETO, Paloma. Mudanças climáticas permitiram evolução dos primeiros Homo sapiens. Correio Braziliense. 16 mar. 2018. Disponível em: <https://coc.pear.sn/BRU4pYl>. Acesso em: maio 2020. Esse texto, evidentemente, tem um caráter científico, sobretudo pelo as- sunto de que trata. Entretanto, também devemos levar em conta sua for- ma, isto é, o modo como foi escrito. Nenhum discurso, como você já deve ter percebido em seus estudos linguísticos, é construído de forma aleatória, isto é, as palavras, as frases e os parágrafos são dispostos em um texto de uma maneira intencional (mesmo que, muitas vezes, os autores sequer se deem conta disso), de modo que determinadas informações são prioriza- das, outras têm menos relevância e há, ainda, algumas que são equipa- radas em relação à importância que exercem no texto. Em um discurso científico, isso é particularmente importante na medida em que as infor- mações divulgadas apresentam uma hierarquia, que deve ser evidenciada no texto a fim de que os leitores entendam o que é mais relevante. Aridez: estado atmosférico observável em determina- da área, quando as precipi- tações pluviais são inferio- res à evaporação. Demandar: apresentar ne- cessidade de; precisar de. Emergir: aparecer, expres- sar-se, manifestar-se. Implicar: ter como conse- quência. Proliferar: multiplicar-se rapidamente; propagar-se, espalhar-se. Várzea: grande extensão de terra plana. VOCABULÁRIO 23 3 LÍ N G U A P O R TU G U ES A CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 233 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C A seguir, retoma-se um trecho do texto anterior, no qual há termos em des- taque, para que possamos analisar a contribuição deles para a articulação do discurso. Ao longo do tempo, animais que demandavam um consumo ener- gético excessivo foram extintos. Por outro lado, os de estrutura fí- sica menor emergiram. Ao longo do tempo, os animais de estrutura física menor emergiram. Por outro lado, os que demandavam um consumo energético excessivo foram extintos. Ao avaliar evidências arqueológicas e naturais da Bacia Olorgesailie, um dos mais ricos sítios com vestígios de ocupação humana da África, pesquisadores descobriram que as alterações ecológicas moldadas, em primeiro lugar, pelas variações climáticas foram es- senciais para a evolução do homem moderno e de características culturais marcantes da espécie, como a mobilidade, a coleta de alimentos, a tecnologia e até o comércio. [...] a equipe de pesquisadores encontrou pontas de pedras do Período Neolítico feitas com obsidiana, matéria-prima que não é natural da bacia. Também foram detectadas peças maiores e não trabalhadas retiradas de pedras vulcânicas. [...] Outra importante desco- bertada equipe foram rochas pretas e vermelhas (manganês e ocre, respectivamente) as- sociadas a evidências de que haviam sido processadas para serem usadas como pigmento. Veja que, considerando o todo da reportagem, a informação apresentada após o termo “por outro lado” é mais relevante do que a mostrada anterior- mente. Afinal, o texto foca na evolução dos seres humanos, cujos ancestrais são os animais de estrutura menor que emergiram, isto é, que passaram a existir em maior quantidade. Veja, a seguir, como ficaria uma inversão dessas informações. Observe que, dessa maneira, foi a informação secundária que alcançou destaque. Releia outro trecho. Nesse outro caso, o termo destacado – “como” – serve para introduzir exemplos das “características culturais marcantes da espécie”. Se, ante- riormente, no outro trecho reproduzido, o termo destacado introduzia a informação mais relevante, aqui ele introduz o que pode ser retirado do texto sem prejuízo ao sentido que se pretende transmitir, ainda que sua importância seja aparente. Atente, agora, por fim, para esta outra passagem. Veja que o termo “outra”, nesse contexto, indica uma equiparação feita pela autora entre as ideias apresentadas, já que não se expressa nenhuma espécie de juízo de valor. O que se faz, na realidade, é indicar que uma in- formação está sendo acrescentada ao texto, sem apontar se sua relevância é alta ou baixa. Desse modo, podemos afirmar que esse termo organiza o discurso de forma quase neutra. CA P ÍT U LO 2 7 23 4 Este é o momento oportuno para apli- car o exercício 3 da seção “Para confe- rir”, referente aos módulos 160 e 161. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 234 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C MODALIZADORES E OPERADORES DISCURSIVOS A ideia de evolução costuma ser associada a benefícios: encaramos o ato de evoluir como um movimento necessário e positivo. Quando considera- mos a evolução tecnológica, por exemplo, apenas levamos em conta, na maioria das vezes, a comodidade que os seres humanos conquistaram por meio dela. Contudo, mesmo o que evolui pode apresentar consequências danosas. É preciso, então, nutrir um olhar crítico mesmo em relação às inovações que causam euforia. O texto que a seguir faz esse alerta. Leia-o com atenção. Módulos 162 e 163 Os perigos de um futuro inteligente A tecnologia avança cada vez mais rápido e a cada dia está mais relacionada com o nosso dia a dia, a ponto de a considerarmos uma mercadoria insubstituível. No entanto, cada inovação no mundo da informática já não é tão surpreendente como antes. Sejamos sinceros: uma taxa de transmissão de dados mais alta não nos fará mais feliz do que já somos. Ainda assim, o impacto que pode gerar a mais nova geração de TVs inteligentes não é produzido pela densidade de pixels que ela tenha, e sim pelo preço ou pelo tama- nho do produto. Para dizer a verdade, ninguém se importa se os dispositivos móveis atuais são capazes de calcular a linha de voo de uma nave espacial que vai para Marte. [...] Eu, pessoalmente, notei que essa overdose de tecnologia tem provocado um efeito secundário (e nocivo) entre os usuários: significativamente perdemos nossa cautela quando se trata de segurança e consciência com relação ao quão perigosa e comum são as ameaças cibernéticas. Pior ainda é não termos ideia de quantas amea- ças teremos de enfrentar daqui a 5-10 anos se a tecnologia continuar avançando nesse mesmo ritmo. Curiosamente, quanto mais sofisticada e desenvolvida é a tecnologia que nos ro- deia, mais em risco estaremos nós e o mundo em que vivemos. Então, o quão perigo- so é, de fato, o nosso futuro? Estado e propriedade Hoje, as casas inteligentes ainda são um luxo que não é conhecido pela gente co- mum. Graças a gigantes da tecnologia como Google e Apple, o mais provável é que em alguns anos muitos de nós poderemos sentar em uma sala cheia de dispositivos inteligentes. A temperatura, a iluminação, os sistemas de alarme e outros aparelhos serão controlados através de qualquer dispositivo móvel. O mesmo ocorre com os carros: Volvo e BMW já estão oferecendo capacidades básicas de controle e vigilância através do smartphone ou tablet e, em alguns anos, os últimos modelos fornecerão esses recursos aos usuários, inclusive nos carros populares. De qual- quer forma, o custo da tecnologia a bordo é incomparável com os custos de todo o carro. Independentemente do progresso técnico, a segurança desses sistemas se parece muito com um cadeado comum: não importa o quanto seja robusto, basta um golpe e ele se abrirá em um instante. Mas tudo se torna ainda mais simples se o culpado tiver uma chave-mestra ou pelo menos uma oportunidade para obtê-la. Isso ocorre quando um smartphone funciona como uma ferramenta capaz de abrir as portas de uma casa ou as portas de um carro inteligente. As pesquisas recentes realizadas em casas e carros “smart” demonstra- ram esse ponto perfeitamente. Cautela: precaução para evitar dano, transtorno ou perigo. Overdose: dose excessiva. Pixel: menor partícula de uma imagem. VOCABULÁRIO GRUPO TEMÁTICO Evolução e controle O texto “Os perigos de um fu- turo inteligente”, ao tratar de dados pessoais, menciona a manipulação que ocorre via internet por meio do controle das informações fornecidas pe- los usuários. Vale refletir sobre isso para compreender que, ao nos deixarmos levar pela sedu- ção das evoluções tecnológicas atuais, somos, consequen- temente, controlados. Basta notar que, se, por exemplo, acessamos a página de venda de determinado produto, sere- mos expostos a anúncios desse mesmo produto ou de produ- tos similares por bastante tempo, enquanto estivermos navegando na internet. Em um mundo onde esse tipo de evolução ainda é recente, é im- portante haver um esforço de tomada de consciência, a fim de que não sejamos facilmente influenciáveis à manipulação exercida sobre nós. 23 5 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Todo discurso é construído com base em uma visão particular de mundo. Portanto, carrega, de forma mais ou menos expressiva, impressões de seus autores. Cabe aos leitores identifi car e compreender essas marcas discursi- vas, nos diversos textos com os quais entram em contato. Afinal, mais do que assimilar o conteúdo que se pro- duziu, é necessário reconhecer a for- ma como ele foi produzido. O domínio desses dois aspectos contribui para uma leitura proficiente. Estes dois módulos buscam, portanto, explorar esse tópico. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 235 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Além disso, experiências semelhantes mostraram que a pirataria de casas e carros não é necessariamente feita para uma única finalidade: o roubo. Depois de ter acesso ao sistema de controle central, os cibercriminosos são capazes de manipular proces- sos, tais como: bloquear pessoas dentro da casa inteligente e inclusive alterar a tem- peratura ou os componentes da água. Assim mesmo, no caso dos carros inteligentes, um hacker poderia manipular o sistema de freios ou da direção do carro a distância. Dinheiro Os clássicos assaltos a bancos com espingardas, reféns e requisitos de jato parti- cular são coisas do passado. H oje em dia, os cibercriminosos se dedicam a analisar as vulnerabilidades dos sistemas bancários da web e pagamentos on-line, com o objetivo de concretizar os planos maliciosos. Quando você vai realizar uma compra e leva o montante do dinheiro na carteira, você tem a possibilidade de controlar o dinheiro que está levando. Mas quando o paga- mento é realizado pelo celular, isso não ocorre. Nesses casos, nem o comprador nem o vendedor podem estar 100% seguros de que o dinheiro chegará aonde deve. A tendência de substituição completa do caixa por análogos virtuais é um pre- sente de Natal para os cibercriminosos. A manipulação de informações é a maneira mais fácilde lidar com objetos reais. Dados pessoais Aqueles momentos em que nós guardávamos todas as lembranças da família (fo- tos, vídeos etc.) em uma caixa de papelão grande desapareceram. Hoje, muitos usuários preferem utilizar as plataformas de armazenamento como a nuvem para preservar sua informação pessoal e seus documentos importantes. É bastante provável que em poucos anos os dispositivos de armazenamento local (DVD, pendrives, HD) também se tornem uma relíquia do passado. Porque guardamos nossos dados mais valiosos em um aparelho que pode q uebrar ou se perder, se podemos tê-los em uma plataforma virtual na qual podemos acessar desde qualquer lugar do mundo? Bom, há uma razão. Desde o instante em que nossos arquivos são armazenados na nuvem, eles deixam de ser exclusivamente nossos. Os termos do serviço es- pecificam que tudo o que é armazenado na nuvem também é de propriedade do proprietário da plataforma. Parece que não há volta atrás. De fato, toda essa informação é utilizada pelas corporações como Google, que usam esses dados para armar perfis específicos de cada usuário da internet. São dados como sua saúde, estilo de vida, preferências, gostos, misturados com milhares de imagens e mensagens de texto. O jogo “Watch dogs” ou o filme Duro de matar 4.0 são exemplos claros de como funciona esse sistema de informação. Em ambos os casos, o enredo está baseado em uma cidade controlada por um sistema unificado. Muitas das coisas que o jogo e o filme mostram são reais. Depois de mencionarmos tudo isso, acrescentemos o Malware que está em cons- tante evolução, as infiltrações às redes e a total falta de responsabilidade e cons- ciência por parte dos usuários. O panorama nos mostra uma imagem pouco feliz sobre o nosso provável futuro: um mundo frágil capaz de se converter em um caos com a simples ação de apertar um botão; corporações que se apropriam da informação dos usuários e milhões de dólares roubados por um adolescente que hackeia os sistemas bancários que não contam com sistemas fortes de segurança. Ou será que estamos exagerando? SAVITSKY, Alex. Os perigos de um futuro inteligente. Kaspersky darly. Disponível em: <https://coc.pear.sn/XFn6r67>. Acesso em: maio 2020. Adaptado. Análogo: semelhante, pa- recido, afim. Malware: termo que desig- na programas de computa- dor maliciosos, capazes de causar danos e prejuízos. VOCABULÁRIO CA P ÍT U LO 2 7 23 6 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 236 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Ao analisar o texto, vemos que ele contém muitas marcas argumentati- vas, isto é, em várias passagens é possível perceber o posicionamento do autor. Para compreender isso melhor, deve-se levar em consideração que nenhum texto é plenamente imparcial, isto é, todo texto, oral ou escrito, inevitavelmente representa um olhar específico sobre as coisas do mun- do. Nesse sentido, é válido afirmar que grande parte dos textos possuem, em menor ou maior medida, termos que funcionam como marcadores argumentativos, que também podem ser chamados de modalizadores discursivos. Modalizadores discursivos são palavras ou expressões que revelam a atitude de quem enuncia diante daquilo que está comunicando. Possibilidades significativas de modalizadores discursivos No texto que você leu, as palavras ou expressões que funcionam como mo- dalizadores discursivos estão em destaque. Nem todas, no entanto, apre- sentam as mesmas significações. Nesse sentido, em se tratando de modali- zadores discursivos, temos algumas possibilidades, listadas a seguir. Com base nessa tabela, é possível organizar os marcadores discursivos presentes no texto, conforme suas significações. Veja ao lado. Vale ressaltar, contudo, que os trechos marcados por modalizadores discursivos não são os únicos considerados argumen- tativos. Todo o texto é construído com uma orientação argumentativa, o que se confir- ma especialmente pelas ideias apresenta- das. O uso de modalizadores, porém, evi- dencia essa orientação de modo formal. Afetivos Expressam emoções e opiniões sobre o que é expresso. Exemplos: felizmente, sinceramente, lamentavelmente. Asseverativos Expressam certeza, de forma afirmativa ou negativa, sobre o que é expresso. Exemplos: certamente, sem dúvida, em hipótese alguma. Delimitadores Expressam os limites de entendimento de determinado assunto. Exemplos: matematicamente, biologicamente, espécie de, quase. Deontológicos Expressam permissões, obrigações ou proibições. Exemplos: necessariamente, obrigatoriamente. Dubitáveis Expressam dúvida sobre o que se enuncia. Exemplos: talvez, provavelmente, é possível. Sejamos sinceros Afetivo Não Asseverativo Sim Asseverativo Para dizer a verdade Afetivo Pessoalmente Delimitador Curiosamente Afetivo Necessariamente Deontológico É bastante provável Dubitável De fato Asseverativo Provável Dubitável 23 7 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para apli- car o exercício 4 da seção “Para confe- rir”, referente aos módulos 162 e 163. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 237 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C PALAVRAS QUE NÃO SE FLEXIONAM Ao estudar a classe dos verbos, é possível perceber o quanto essas palavras são complexas. Isso se dá, sobretudo, pela quantidade de variações que eles sofrem, já que sua forma pode mudar quanto a pessoa, número, tempo e modo. Veja um exemplo. Módulo 164 Nesse exemplo, foram dadas algumas possibilidades para o verbo “evoluir”, considerando-se as flexões que os ver- bos sofrem. Vê-se, então, que essa classe de palavras é variável. No entanto, existem também as palavras que não se flexionam. A elas dá-se o nome de invariáveis. Algumas classes morfoló- gicas se caracterizam pela invariabilidade. São elas: os advérbios, as preposições, as conjunções e as interjeições. Evoluir Evoluo 1a pessoa do singular do presente do indicativo Evoluirdes 2a pessoa do plural do futuro do subjuntivo Evoluam 3a pessoa do plural do imperativo afi rmativo Palavras variáveis são aquelas que podem sofrer alterações em sua forma, por meio do acréscimo de desinências nominais ou ver- bais, a depender da classe morfo- lógica. Palavras invariáveis são aquelas que não sofrem mu- danças em sua estrutura, não se flexionando em gênero, grau ou número. A seguir, será comentada cada uma das classes invariáveis. Advérbio É a palavra que indica a circunstância de uma ação verbal. Desse modo, o advérbio altera profundamente o sentido de uma mensagem. Além disso, a depender da circunstância indicada, ele pode receber variadas classifica- ções. Nesta tabela, há alguns exemplos. Advérbio de lugar Exemplos: dentro; embaixo; longe; aqui Advérbio de tempo Exemplos: amanhã; ontem; cedo; tarde Advérbio de modo Exemplos: calmamente; depressa; generosamente Advérbio de intensidade Exemplos: muito; pouco; bem; demais O advérbio também pode modificar o adjetivo e o próprio advérbio, como em: “Ele é esperto demais”, em que demais intensifica o sentido do ad- jetivo esperto, e em “Acordei cedo demais”, em que demais intensifica o sentido do advérbio cedo. A posição do advérbio na frase O advérbio é fundamental- mente uma palavra invariá- vel que expressa a circuns- tância em que ocorre a ação verbal. Além disso, alguns tipos de advérbios podem modificar o adjetivo, o ad- vérbio e até mesmo toda a oração. Em geral, existe cer- ta liberdade de colocação do advérbio na frase. No en- tanto, ele costuma ocupar deter-minadas posições na oração, dependendo da pa- lavra que modifica. Observe algumas possibilidades de posição do advérbio no arti- go disponível em: <coc.pear. sn/XwWcHRc>. EXPLORE MAIS Preposições acidentais As preposições são pala-vras invariáveis que estabelecem uma relação entre dois ter- mos da oração, um sendo o antecedente (regente) e o outro, o consequente (re-gido). Elas são chamadas de essenciais quando são palavras que sempre foram preposições, como: a, com, de, entre, para, sobre etc. No entanto, existem pala- vras derivadas de outras classes gramaticais que podem funcionar como pre- posições em determinados contextos: as chamadas preposições acidentais. Leia mais sobre esse assun- to no artigo disponível em: <coc.pear.sn/WgLwbOU>. CA P ÍT U LO 2 7 23 8 Neste módulo, serão abordadas as palavras invariáveis, isto é, aquelas que não sofrem fl exão de gênero, grau e/ou número. Especifi - camente, serão contemplados advérbios, conjunções, preposições e interjeições, de modo a focar, justamente, em sua invariabilidade. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 238 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C A preposição per não costuma aparecer sozi- nha. Ela frequentemente ocorre em contração com o artigo definido. Assim, temos: per + o = pelo per + os = pelos per + a = pela per + as = pelas Veja que tais palavras não podem se flexionar de modo algum. Em se tratando de advérbio, não é possível escrever "amanhãs", por exemplo. Além disso, um advérbio pode modificar um adjetivo ou outro advérbio, como nos exemplos a seguir. I. As evoluções da sociedade podem ser consideradas muito vagarosas. II. As evoluções da sociedade sempre aconteceram muito vagarosamente. No exemplo I, o advérbio “muito” se liga ao adjetivo “vagarosas”, modifi- cando-o. Já no exemplo II, o mesmo advérbio, “muito”, modifica outro ad- vérbio, a palavra “vagarosamente”. Preposição É a palavra que conecta dois termos de uma oração. Ao primeiro termo, dá-se o nome de antecedente e, ao segundo, de consequente. Então, a pre- posição liga um termo antecedente ao termo consequente. Por ser uma classe morfológica limitada, isto é, por apresentar uma quantidade fixa de palavras (diferentemente, por exemplo, do substantivo, que é uma classe aberta), é possível listar todas as preposições existente. Conheça-as a seguir. • a, ante, após, até • com, contra • de, desde • em, entre • para, per, perante, por • sem, sob, sobre • trás Palavras substantivadas Há situações em que pala- vras comumente classifica- das como advérbios podem ser flexionadas. Nesse caso, porém, temos não um advér- bio, mas uma palavra subs- tantivada. Se, por exemplo, criássemos uma frase na qual a palavra “amanhã” fosse an- tecedida por artigo, isso seria aceitável: “Os amanhãs são sempre assustadores”. Ob- serve que a palavra “amanhã” é flexionada em número por- que, nesse contexto, deixou de funcionar como advérbio e passou a ser umsubstantivo (que pode ser flexionado em número). Nesse sentido, é im- portante ressaltar que toda palavra acompanhada de um determinante, como um artigo ou um numeral, por exemplo, passa a classificar- -se como substantivo. PARA IR ALÉM Conjunção É a expressão que conecta dois termos idênticos de uma oração ou duas orações. Quando relaciona termos ou ora- ções que são independentes, ela é coordenativa. Se ela re- laciona duas orações – sendo uma o complemento do sen- tido da outra –, é subordinativa. A tabela ao lado apresenta exemplos dos dois tipos. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS e; todavia; ou; portanto; pois que, porque; se; conforme; como; embora; tão... que; a fim de que; à medida que; quando Interjeição É uma palavra ou expressão empregada para expressar emoção, ordem ou apelo. Caracteriza-se, também, por não se relacionar a nenhum outro termo da oração e não modificar nenhuma palavra, como fazem, por exemplo, os pronomes. Nesta tabela, listam-se algumas das interjeições mais usadas. Oh!; Ah!; Oba! Alegria Cuidado!; Olha! Advertência Socorro!; Aqui! Pedido de ajuda Olá!; Alô!; Ei! Saudação Ai!; Ui! Dor 23 9 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para aplicar o exercício 5 da seção “Para conferir”, referente ao módulo 164. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 239 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULO 27 Exercícios de aplicação ORGANIZANDO OS DADOS Módulos 157 e 158 | Análise e produção de infográfico 1. Descreva os elementos gráfico-visuais que compõem o infográfico apresentado neste grupo de mó- dulos. 2. Assinale os princípios que correspondem ao Marco Civil da Internet. Garantia da liberdade de expressão Proteção da privacidade e dos dados pessoais Parcialidade da rede Limite de modelos de negócios 3. Observe atentamente o ícone do infográfico que representa os princípios do Marco Civil da Internet. a. Faça uma breve descrição desse ícone. b. Explique por que ele se refere aos princípios do Marco Civil. 4. Relacione as duas colunas, classificando as situações apresentadas como direito ou obrigação. A – Direito B – Obrigação Controle sobre os dados pessoais. Informações claras e completas nos contratos. Guardar, sob sigilo, os dados de conexão dos usuários (endereço IP, data e hora do início e término da conexão) pelo prazo de um ano. Manutenção da qualidade contratada da conexão. CA P ÍT U LO 2 7 24 0 O infográfi co sobre o Marco Civil da Internet é disposto dentro do desenho do que seriam as bordas de um tablet. Os tópicos que sintetizam a lei estão ao lado do desenho de um computador. A tela desse computador é o lugar onde se desmembram os tópicos, conforme os usuários movimentam o mouse. Trata-se de um envelope fechado com um cadeado. Provavelmente, porque princípio pode ser defi nido por aquilo de que não se abre mão, isto é, algo que é inviolável. O envelope fechado com um cadeado representa esse caráter intocável. X X A A B A CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 240 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 5. Enem Mas boa parte dos cientstas ainda acha que, mesmo estando em contato com qualquer pessoa mais facilmente e a todo o momento, a distância contnuará prejudicando as amizades. “A internet faz com que você consiga desacelerar o processo, mas não salva as relações”, acredita o antopólogo Robin Dunbar. “No fim das contas, ainda precisa- mos estar próximos das pessoas de vez em quando.” É verdade. A maioria dos especialistas em relacio- namento humano acredita que a proximidade física é essencial para sentrmos os efeitos benéficos das amizades profundas. Só que o cérebro pode estar começando a mudar de opinião. Um estdo que está sendo realizado na Uni- versidade da Califórnia começou a desvendar o efeito que as redes sociais produzem no organis- mo. Mais precisamente, o que acontece com os níveis de ocitocina quando usamos o Twitter, por exemplo. É há um efeito. Os primeiros resultados mostaram que titar estmula a liberação desse hormônio, e consequentemente diminui os níveis de hormônios como cortsol e ACTH, associados ao estesse. Isso significa que o cérebro pode ter desenvolvi- do uma nova maneira de interpretar as conversas no Twitter. “O cérebro entende a conexão eletônica como se fosse um contato presencial”, diz Paul Zak. Isso seria uma adaptação evolutva ao uso da internet. “O sistema de ocitocina está sempre se ajustando ao ambiente em você está”, diz. “Pode ser que, de tanto interagir em redes sociais, as pessoas estejam se tornando mais sintonizadas para a amizade. E aí elas acabam fazendo mais amigos, inclusive presencialmente.” Ou seja: além de mudar as amizades, a internet também pode acabar modificando o próprio cérebro humano. Mas ainda é cedo para dizer se acabaremos nos tornando seres hipersociais, com cérebros capazes de acomodar um número maior de amigos. O pró- prio Paul Zak diz que não é possível desconsiderar a importância do contato físico – um dos mais importantes estmulantes da liberação de ocitocina no organismo. “No máximo, vamos ter mais pos- sibilidades de manter relações íntmas a distância por maistempo”, diz. Outos, como Robin Dunbar, acham que a tecnologia ainda pode nos surpreen- der, e romper a últma barreira da amizade online: “O Skype e outos serviços do tpo não são bons o suficiente, porque não nos permitem tocar um no outo em realidade virtal. Ainda.” S amizade simétrica É recíproca: se eu quiser ter você como amigo e acessar o seu perfl, você precisa autorizar o pedido e se tornar meu amigo também. PRÓ: Privacidade. Você decide quem terá acesso às suas informações. PRÓ: Torna muito mais fácil a formação de laços e comunidades. CONTRA: Reduz a possibilidade de conhecer gente nova. CONTRA: Mais difícil de virar amizade íntima, pois a interação é pública. amizade assimétrica Não é recíproca: eu posso adicionar ou seguir você sem precisar pedir permissão (e posso inclusive fazer isso sem que você saiba). EXEMPLOS Twitter Spotify Tumblr Instagram (conta padrão) EXEMPLOS Facebook Instagram (conta privada) Linkedin AMIZADE PóS-MODERNA A internet e as redes sociais se baseiam em dois tipos de relação: novembro 2018 super 43 SI288_AMIZADEeditada.indd 43 30/10/18 16:25 COSTA, C. Superinteressante, fev. 2011. Adaptado. Os amigos são um dos principais indicadores de bem-estar na vida social das pessoas. Da mesma forma que em outras áreas, a internet também inovou as maneiras de vivenciar a amizade. Da leitu- ra do infográfico, depreendem-se dois tipos de amizade virtual, a simétrica e a assimétrica, ambas com seus prós e contras. Enquanto a primeira se baseia na relação de reciprocidade, a segunda a. reduz o número de amigos virtuais, ao limitar o acesso à rede. b. parte do anonimato obrigatório para se difundir. c. reforça a configuração de laços mais profundos de amizade. d. facilita a interação entre pessoas em virtude de interesses comuns. e. tem a responsabilidade de promover a proximidade física. Leia o texto a seguir para responder às questões 6 e 7. Mãe cria infográfico para apresentar filho autista à escola e faz sucesso na rede Crianças são muito curiosas. A presença de um colega da mesma idade, mas que se comporta de forma di- ferente, tem dificuldades na fala ou um jeito peculiar de interagir com os outros gera muitas perguntas que, por vezes, pais e professores não estão preparados para responder. Dúvidas que, se não sanadas, geram estranhamento e prejuízos na socialização. Antecipando-se a esse cenário, a jornalista e mãe Mariana Caminha criou uma forma simples, criativa e eficiente de apresentar o filho autista e suas singula- ridades para a comunidade escolar. Ela desenhou uma espécie de panfleto virtual onde descreve as preferên- cias, traços da personalidade e algumas dificuldades que Fabrício, de quatro anos, vem superando. [...] “Eu não esperava tanta repercussão, mas é muito le- gal ver esse retorno dos pais. Muito do que se vê na internet sobre autismo remonta tristeza. É difícil achar alguma iniciativa bonita, criativa, animada. Acho que foi isso que cativou as pessoas”, opina Mariana. O sucesso inesperado fez com que ela desejasse tra- balhar ainda mais em função da causa. “Tem muita in- formação ruim e mal escrita na internet. Além disso, é muito difícil alguém ler um texto científico de qua- renta páginas. Muitas vezes, em inglês. Meu trabalho é traduzir e tornar essas informações acessíveis para as pessoas, nem que eu tenha de fazer infográficos, vídeos”. [...] FRANZIN, Adriana. Mãe cria infográfico para apresentar filho autista à escola e faz sucesso na rede. 2 abr. 2015. EBC. Disponível em: <https://coc.pear.sn/b7W5j93>. Acesso em: maio 2020. G R A FI SS IM O /I ST O CK LÍ N G U A P O R TU G U ES A 24 1 5. O ponto a favor da ami- zade virtual assimétrica é o fato de ela tornar muito mais fácil a formação de laços e comunidades; isso signifi ca que ela é capaz de proporcionar interação en- tre pessoas em virtude de interesses comuns. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 241 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 6. O que motivou a mãe de Fabrício a criar um infográfico para apresentar seu filho autista? 7. Por que, provavelmente, a mãe escolheu o infográfico e não outro gênero? 8. Agora que você pôde relembrar o gênero infográfico e conhecer aquele que pertence ao tipo intera- tivo, chegou a vez de despertar sua criatividade. Como fazer a. Na folha de produção de texto, você deverá desenhar quatro retângulos de dimensões relativa- mente grandes (cada um ocupando quase toda a largura da folha e 1/4 de sua altura). pág. 451Redação b. Depois, escolha um assunto de sua preferência, que, de algum modo, tenha relação com o tema “evolução”. Pesquise bastante sobre o tema e imagine o modo como um infográfico in- terativo poderia explicá-lo. Visualize, especificamente, quatro telas diferentes que poderiam surgir para usuários conforme suas escolhas – use o infográfico sobre o Marco Civil da Internet como referência. c. Finalmente, em cada um dos retângulos desenhados na folha de produção de texto, elabore a tela imaginada por você. Faça desenhos e escreva textos curtos e claros, sempre considerando que se trata de um projeto de infográfico interativo. Leia o texto a seguir para responder às questões 9 e 10. Exercícios propostos Inclusão digital exige renovação de pontos públicos de internet Mesmo com o aumento no número de domicílios brasi- leiros conectados à internet, os centros de inclusão di- gital ainda são constantemente usados por aqueles que não têm nem computador nem banda larga fixa em casa. De acordo com a última pesquisa TIC Domicílios (2016), que mede o acesso às Tecnologias da Informa- ção e da Comunicação (TIC), 46% dos lares brasileiros ainda estão desconectados. O índice sobe para 54% entre as famílias com renda entre um e dois salários mínimos. Os desconectados são, na maioria, morado- res de periferias das grandes cidades e zonas rurais e grande parte deles não conta com oferta do serviço em sua região. Em 14% das residências, o acesso à in- ternet é feito exclusivamente por celular. O autônomo Ismael Mendonça, de 63 anos, vai quase todos os dias a uma unidade do AcessaSP, programa de inclusão digital do governo paulista. “Sou bem atendi- do, a conexão é boa, uso aqui em Pinheiros, em Barueri e na Barra Funda. Lá, como tem muito fluxo de pessoas, demora um pouco, mas é bom também”. Ele diz que só tem internet no celular e que as filhas também usam o local para procurar emprego pela internet. [...] A campanha Internet Direito Seu, iniciada em abril, pretende sensibilizar a sociedade sobre os problemas gerados pela falta de conexão (ou conexão precária) à internet num país de tamanha proporção como o Brasil e busca mobilizar a população para a disputa pela universalização do acesso, por conexão de qua- lidade e preços justos. [...] Desde que o Marco Civil da Internet foi aprovado, em 2014, o acesso à internet é considerado um serviço essencial para todos e condição fundamental de ga- rantia da cidadania. Cada dia mais, aspectos da vida cotidiana dos cidadãos dependem da conexão à rede, por exemplo, o pagamento de contas, o acompanha- mento sistemático da gestão pública e até mesmo a inscrição em concursos públicos. SOUZA, Ludimila. Inclusão digital exige renovação de pontos públicos de internet. Agência Brasil. 1 maio 2018. Disponível em: <https://coc.pear.sn/syDDmnQ>. Acesso em: maio 2020. CAPÍTULO 27 CA P ÍT U LO 2 7 24 2 O que a motivou a fazer esse infográfi co foram as possíveis dúvidas que os colegas de seu fi lho teriam sobre seu jeito diferente de ser e a provável difi culdade que pais e professores sentiriam para saná-las. Porque o infográfi co tem o potencial de ilustrar determinado assunto de maneira didática, fácil de compreender. 8. Solicitar a pesquisa aos alunos com antecedência. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 242 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US OEX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 9. O que você supõe que sejam os “centros de inclusão digital” mencionados no texto? 10. Qual é a relação entre esses centros de inclusão e o Marco Civil da Internet, segundo o texto? 11. De acordo com o texto “Inclusão digital exige renovação de pontos públicos de internet”, é possível dizer que o acesso à internet no Brasil é a. bem distribuído em todo o território do país. b. garantido por uma conexão de alta velocidade. c. restrito em lares de baixa renda familiar. d. feito somente pelo celular em zonas urbanas. e. dificultado pela campanha Internet Direito Seu. 12. Durante a pandemia da COVID-19, muitas escolas tiveram de aderir à educação a distância. Conside- rando os dados apresentados pelo texto a respeito do acesso à Internet no Brasil, qual é o problema das aulas on-line? 13. Não se esqueça de que um infográfico é elaborado para alcançar um público maior – inclusive pessoas com menos conhecimento sobre o tema abordado –, organizando e simplificando assuntos complexos ou muito extensos. Pesquise um infográfico que trate de algum assunto que você con- sidera complexo e/ou extenso e tem interesse de entender melhor. Analise-o e escreva, nas linhas a seguir, de que forma esse recurso facilitou a compreensão do assunto. Descreva quais elementos do infográfico você achou mais interessantes e como eles contribuíram para elucidar o assunto em questão. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 24 3 Centros de inclusão digital são lugares disponibilizados a pessoas de baixa renda com a fi nalidade de garantir-lhes acesso à internet. Segundo o texto, pelo Marco Civil da Internet, entende-se que “o acesso à internet é considerado um serviço essencial para todos e condição fundamental de garantia da cidadania”. Desse modo, conclui-se que os centros de inclusão são uma forma de concretizar o que prescreve o Marco Civil. No Brasil, o problema das aulas on-line é que existe uma grande parcela de jovens que não possui acesso à Internet, com isso, eles não poderiam assistir a esse modelo de aula. Assim, a exclusão digital gera exclusão escolar e, consequente- mente, social. Resposta pessoal. 11. Segundo o texto, “[...] 46% dos lares brasileiros ain- da estão desconectados. O índice sobe para 54% entre as famílias com renda entre um e dois salários mínimos [...]”. Assim, esses dados mostram que a maioria dos lares compostos de pessoas com baixa renda não tem acesso à Internet. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 243 16/07/2020 15:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulo 159 | Palavras denotativas 1. O que são palavras denotativas? 2. É correto afirmar que as palavras denotativas são irrelevantes em uma oração? Explique. 3. Leia a tirinha para responder à questão. Exercícios de aplicação A palavra “agora”, que aparece no segundo quadrinho, é denotativa. Quanto ao sentido transmitido, ela poderia ser classificada como palavra denotativa de a. afetividade. b. exclusão. c. afastamento. d. situação. e. adição. 4. Leia a seguinte frase. Exercícios propostos Peguei minhas coisas e fui embora. A palavra em destaque é denotativa. Qual é a classificação dela de acordo com o sentido pretendido? 5. Leia o texto a seguir, que anuncia o episódio de um programa de TV, para responder à questão. CAPÍTULO 27 CA CO G A LH A R D O /F O LH A PR ES S Ensinar ou educar, eis a questão O Bate-Papo Ponto Com desta quinta [12/06/2014] falou sobre educação No dia dos namorados e início da Copa do Mundo no Brasil, os convidados debateram sobre a diferença entre educar e ensinar. A professora Sandra Santos, diretora-geral do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ), foi entrevistada pelas universitárias Raíssa Ohana de Castro Espíndola e Deise de Fátima Oliveira (ex-aluna do ISERJ) do curso de Pedagogia do UniCarioca. O papo aprofundou as diferentes vertentes e pensadores sobre o tema. A participação dos ouvintes e internautas mostrou que a educação precisa estar presente em muitas pautas. [...] Ensinar ou educar, eis a questão. EBC. Disponível em: <https://coc.pear.sn/9UfZBVu>. 12 jun. 2014. Acesso em: maio 2020. CA P ÍT U LO 2 7 24 4 São palavras que não se enquadram em nenhuma das dez classes morfológicas, conforme a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB). Não. As palavras denotativas agregam sentido à oração e, por isso, são importantes. 3. Ainda que comumente seja tida como advérbio, a palavra “agora” é denotativa e expressa ideia de situação; basta ver que Lili a emprega em uma oração que serve para relatar a situação “de pedra de gelo” em que ela se encontra. Trata-se de uma palavra denotativa de afastamento. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 244 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios de aplicação Não sabemos a coloração que eles utilizaram, mas podemos dizer que é um indício de comunicação simbólica complexa. [...] [...] a equipe de pesquisadores encontrou pontas de pedras do Período Neolítico feitas com obsidiana, matéria-prima que não é natural da bacia. Também foram detectadas peças maiores e não trabalhadas retiradas de pedras vulcânicas. No título do texto, aparece a palavra denotativa “eis”. Ela poderia ser substituída, sem afetar o sen- tido da frase, por a. “ou seja”. b. “a saber”. c. “aqui está”. d. “ou melhor”. e. “por volta de”. Módulos 160 e 161 | Hierarquia de proposições 1. O título da reportagem que você leu é “Mudanças climáticas permitiram evolução dos primeiros Homo sapiens”. De que modo as mudanças climáticas favoreceram essa evolução, conforme o que o texto apresenta? 2. Releia esta passagem retirada do texto. Desse trecho, entende-se que a detecção das “peças maiores e não trabalhadas retiradas de pe- dras vulcânicas”, em relação ao encontro das “pontas de pedras do Período Neolítico feitas com obsidiana”, foi mais relevante. menos relevante. igualmente relevante. 3. Que indícios fizeram pesquisadores acreditarem que, milhares de anos atrás, havia redes sociais? 4. Releia esta passagem. É correto afirmar que a palavra em destaque introduz uma ideia mais relevante do que a anterior? Explique. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 24 5 As mudanças climáticas contribuíram para a existência de períodos de aridez onde hoje é o Quênia, o que fez com que as planícies, antes inundadas pelo excesso de umidade, virassem pasto. Com essa alteração ecológica, fruto das mudanças climáticas, alguns seres foram extintos enquanto outros sobreviveram, o que se confi gura como um processo evolutivo. A descoberta, em determinado território, de artefatos originados de lugares relativamente distantes, o que mostra que havia comunicação e trocas. Sim, é correto fazer essa afi rmação. Quando se emprega a palavra “mas” (uma conjunção adversativa), introduz-se uma ideia que se destaca em relação à anterior. 5. A palavra denotativa “eis” expressa o sentido de desig- nação. Equivale, portanto, a “aqui está”: “Ensinar ou edu- car, aqui está a questão”. X CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 245 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 5. Enem Exposição mostra as invenções de Charles Darwin em São Paulo Começou hoje a exposição “Darwin: evolução para todos”. Além de painéis que explicam a teoria da evolução das espécies e réplicas de fósseis, a mostra apresenta ao público exem- plos de animais coletados pelo cientista. Repórter Brasil. Exposição mostra as invenções de Charles Darwin em São Paulo. EBC. 28 jan. 2015. Disponível em: <https://coc.pear.sn/hz0hyuT>. Acesso em: maio 2020. [...] gostaria de manifestar os meus agradecimentos pela honra de vir outra vez à Galiza e conversar não só com os antigos colegas, alguns dos quais fazem parte da mesa, mas também com novos colegas [...]. No trechoda palestra proferida por Evanildo Bechara, na Academia Galega da Língua Portuguesa, verifica-se o uso de estruturas gramaticais típicas da norma-padrão da língua. Esse uso a. torna a fala inacessível aos não especialistas no assunto abordado. b. contribui para a clareza e a organização da fala no nível de formalidade esperado para a situação. c. atribui à palestra características linguísticas restritas à modalidade escrita da língua portuguesa. d. dificulta a compreensão do auditório para preservar o caráter rebuscado da fala. e. evidencia distanciamento entre o palestrante e o auditório para atender os objetivos do gêne- ro palestra. 6. No primeiro parágrafo do texto apresentado no exercício anterior, há o seguinte trecho. Sobre os termos destacados, pode-se dizer que eles servem para indicar que uma informação é mais relevante do que a outra. uma informação é menos relevante do que a outra. as informações mostradas têm igual relevância. Leia o texto para responder às questões 7 e 8. CAPÍTULO 27 Exercícios propostos Em primeiro lugar gost aria de manifestar os meus agradecimentos pela honra de vir outra vez à Galiza e conversar não só com os antigos colegas, alguns dos quais fazem parte da mesa, mas também com novos colegas, que pertencem à nova geração, em cujas mãos, com toda certeza, está também o destino do Galego na Galiza e, principalmente, o destino do Galego incorporado à grande família lusófona. E, portanto, é com muito prazer que teço algumas considerações sobre o tema apresentado. Escolhi como tema como os fundadores da Academia Brasileira de Letras viam a língua portuguesa no seu tempo. Como sabem, a nossa Academia, fundada em 1897, está agora completando 110 anos, foi organizada por uma reu- nião de jornalistas, literatos, poetas que se reuniam na secretaria da Revista Brasileira, dirigida por um crítico literário e por um literato chamado José Veríssimo, natural do Pará, e desse entusiasmo saiu a ideia de se criar a Academia Brasileira, depois anexada ao seu título: Academia Brasileira de Letras. Nesse sentido, Machado de Assis, que foi o primeiro presidente desde a sua inauguração até a data de sua morte, em 1908, imaginava que a nossa Academia deveria ser uma academia de Letras, portanto, de literatos. BECHARA, E. Disponível em: <https://www.academiagalega.org>. Acesso em: 31 jul. 2012.CA P ÍT U LO 2 7 24 6 5. Evanildo Bechara profere seu discurso em um contex- to formal – uma palestra apresentada na Academia Galega da Língua Portu- guesa. Desse modo, ele usa estruturas típicas da norma- -padrão, a fi m de tornar sua fala clara e organizada. X CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 246 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C PALAVRAS TÊM PODER Palavras informam, libertam, destroem preconceitos. Palavras desinformam, aprisionam e criam preconceitos. Liberdade de expressão. A escolha é sua. A responsabilida- de, também. A liberdade de expressão é uma conquista inquestionável. O que todos precisam saber é que liberdade traz respon- sabilidades. Publicar informações e mensagens sensacio- nalistas, explorar imagens mórbidas, desrespeitar os Di- reitos Humanos e estimular o preconceito e a violência são atos de desrespeito à lei. Para promover a liberdade de expressão com responsabilidade, o Ministério Público de Pernambuco se une a vários parceiros nesta ação edu- cativa. Colabore. Caso veja alguma mensagem que desres- peite os seus direitos, denuncie. 0800 281 9455 – Ministério Público de Pernambuco 7. No segundo período do texto, o termo “além de” estabelece uma hierarquia entre “pain éis que expli- cam a teoria da evolução das espécies e réplicas de fósseis” e “exemplos de animais coletados pelo cientista”? Por quê? 8. Levando em conta o que você aprendeu sobre darwinismo, explique o título da exposição – “Darwin: evolução para todos”. 9. Enem Pela análise do conteúdo, constata-se que essa campanha publicitária tem como função social a. propagar mensagem positiva do Ministério Público. b. conscientizar a população que direitos implicam deveres. c. coibir violações de direitos humanos nos meios de comunicação. d. divulgar políticas sociais que combatem a intolerância e o preconceito. e. instruir as pessoas sobre a forma correta de expressão nas redes sociais. 10. Levando em conta o cartaz reproduzido no exercício anterior, especialmente o texto em destaque que aparece abaixo do título, indique a palavra que equipara a liberdade de expressão à responsa- bilidade que se deve ter sobre as escolhas. Disponível em: <http://palavrastempoder.org>. Acesso em: abr. 2015. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 24 7 9. O cartaz da campanha explora a ideia de que a li- berdade de expressão é uma conquista importante, mas não anula a necessidade de tomarmos cuidado com ela, a fim de não desrespeitar- mos os direitos dos outros. Sim. No período, o trecho “exemplos de animais coletados pelo cientista” se sobressai com o emprego do termo “além de”, introduzindo “painéis que explicam a teoria da evolução das espécies e réplicas de fósseis”. Charles Darwin é bastante conhecido por sua teoria evolucionista. O título da exposição remete a essa teoria e indica a abertura para o público conhecê-la (“para todos”). Trata-se da palavra “também”. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 247 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 162 e 163 | Modalizadores e operadores discursivos 1. Todo texto argumentativo apresenta uma tese, isto é, uma ideia sobre a qual se tenta convencer os interlocutores. O texto “Os perigos de um futuro inteligente” consiste em um claro exemplo desse tipo de texto. Como você resume a tese dele? 2. Cite ao menos um argumento, presente no texto, que o autor usou para defender a tese que você identificou no exercício anterior. 3. Em qual destes trechos há indício de que o texto foi escrito com base em um ponto de vista especí- fico? “Eu, pessoalmente, notei que essa overdose de tecnologia tem provocado um efeito secundá- rio (e nocivo) entre os usuários. [...]” “[...] Volvo e BMW já estão oferecendo capacidades básicas de controle e vigilância através do smartphone ou tablet. […]” “Hoje em dia, os cibercriminosos se dedicam a analisar as vulnerabilidades dos sistemas bancários da web e pagamentos on-line, com o objetivo de concretizar os planos maliciosos.” 4. Justifique a escolha feita no exercício anterior. 5. Para tratar dos riscos causados pelos avanços tecnológicos, o autor dividiu o texto em tópicos. Quais são eles? Exercícios de aplicação CAPÍTULO 27 CA P ÍT U LO 2 7 24 8 A tese do texto está expressa no quarto parágrafo: “quanto mais sofi sticada e desenvolvida é a tecnologia que nos rodeia, mais em risco estaremos nós e o mundo em que vivemos”. Sugestão de resposta: “Quando você vai realizar uma compra e leva o montante do dinheiro na carteira, você tem a pos- sibilidade de controlar o dinheiro que está levando. Mas quando o pagamento é realizado pelo celular, isso não ocorre. Nesses casos, nem o comprador nem o vendedor podem estar 100% seguros de que o dinheiro chegará aonde deve”. O primeiro trecho reproduzido apresenta marcas inequívocas de pessoalidade, como o uso da primeira pessoa (“Eu… notei”) e do advérbio “pessoalmente”. Os tópicos pelos quais se divide o texto são: “Estado e propriedade”, “Dinheiro” e “Dados pessoais”. X CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 248 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos 6. Leia a tirinha para responder à questão. Um exemplo de modalizador discursivo deontológico presente nessa tirinha é a. “É preciso”. b. “compreensão, amor e paciência”. c. “mas”. d. “podem despertar”. e. “estou falando”. 7. Releia esta passagem. Curiosamente, quanto mais sofisticada e desenvolvidaé a tecnologia que nos rodeia, mais em risco estaremos nós e o mundo em que vivemos. Por qual palavra seria possível substituir o modalizador discursivo destacado? Felizmente Admiravelmente Lamentavelmente 8. Segundo o texto, futuramente, dispositivos de armazenamento local, como DVD, pendrives e HD, deixarão de ser usados. Por qual motivo isso ocorrerá? 9. De acordo com o texto, as corporações do Google controlam as informações transmitidas pelos usuários. Para deixar isso claro, o autor apresenta um exemplo ilustrativo. Localize-o e transcreva-o a seguir. A LE XA N D R E B EC K LÍ N G U A P O R TU G U ES A 24 9 Esses dispositivos, provavelmente, deixarão de ser usados no futuro pelo fato de eles poderem se quebrar ou se perder, o que não acontece com a plataforma digital a que chamamos de nuvem. “O jogo ‘Watch dogs’ ou o fi lme Duro de matar 4.0 são exemplos claros de como funciona esse sistema de informação. Em ambos os casos, o enredo está baseado em uma cidade controlada por um sistema unifi cado. Muitas das coisas que o jogo e o fi lme mostram são reais”. 6. A expressão “É preciso” indica o indispensável, sendo, então, uma obrigatoriedade; por isso, trata-se de um modalizador deontológico. X CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 249 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 10. Leia a tirinha para responder à questão. A palavra “infelizmente” é um modalizador discursivo a. afetivo. b. asseverativo. c. delimitador. d. deontológico. e. dubitável. Módulo 164 | Palavras que não se flexionam 1. A seguir, estão listadas as dez classes morfológicas. Marque aquelas que são invariáveis. Substantivo Verbo Adjetivo Advérbio Artigo Pronome Numeral Preposição Conjunção Interjeição 2. Das palavras apresentadas no quadro, selecione as invariáveis e escreva-as nas linhas seguintes. Exercícios de aplicação ontem progresso até mas este o crescer frequentemente CAPÍTULO 27 A LE XA N D R E B EC K CA P ÍT U LO 2 7 25 0 10. A palavra “infelizmente” expressa um sentimento do enunciador (pai de Armandi- nho) em relação ao que ele enuncia; por isso, trata-se de um modalizador afetivo. Ontem; até; mas; frequentemente. X X X X CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 250 16/07/2020 15:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos 4. A palavra “não” é invariável. Contudo, há uma circunstância específica na qual ela pode ser flexiona- da no plural. Explique e dê um exemplo ilustrativo. 5. Leia a tirinha para responder à questão. No último quadrinho, os pontos de exclamação e interrogação poderiam ser substituídos por uma palavra ou expressão que pertença a uma classe invariável. Trata-se a. do advérbio. b. da preposição. c. da conjunção. d. da interjeição. e. do verbo. 3. UM-SP Na frase “As negociações estariam meio abertas só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são, respectivamente, a. adjetivo e adjetivo. b. advérbio e advérbio. c. advérbio e adjetivo. d. numeral e adjetivo. e. numeral e advérbio. R IC A R D O T O KU M O TO LÍ N G U A P O R TU G U ES A 25 1 3. Tanto “meio” quanto “de- pois” são advérbios (respec- tivamente, de intensidade e tempo), ou seja, palavras invariáveis. 5. Os pontos de exclamação e interrogação poderiam ser substituídos por interjeição, mais especificamente por uma que expresse espanto, como “Oh!”, por exemplo. A palavra “não”, enquanto advérbio, de fato, não pode ser fl exionada. Porém, no caso de ela ser substantivada (sendo antecedida por um determinante, como um artigo), ela pode ir para o plural: “Os nãos são, muitas vezes, dolorosos”. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 251 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 157 e 158 Módulos 160 e 161 Módulos 162 e 163 Módulo 159 Módulo 164 1. Os infográficos interativos são multimodais na medida em que se constituem apenas por linguagem não verbal. por diversos tipos de linguagem. 2. Qual destas palavras denotativas expressa ideia de inclusão? a. Embora b. Ademais c. Eis d. Também e. Ou seja 3. Marque V para verdadeiro e F para falso. Os discursos, de maneira geral, são elaborados de forma aleatória, sem que seja estabelecida uma hierarquia entre as informações apresentadas. O termo “por outro lado” pode ser usado, em um discurso, para introduzir uma ideia para a qual se queira dar mais destaque. A depender do texto, os exemplos apresentados para explicar um assunto podem ter menos relevância em comparação a outras ideias expostas. 4. Relacione as colunas conforme as possibilidades significativas dos modalizadores discursivos. AF – Afetivo AS – Asseverativo DEL – Delimitador DEO – Deontológico DUB – Dubitável Certamente Necessariamente Historicamente Francamente Possivelmente 5. A palavra “mas” é invariável, já que pertence à classe morfológica a. dos advérbios. b. das preposições. c. das conjunções. d. das interjeições. e. dos verbos. CA P ÍT U LO 2 7 25 2 X F V V AS DEO DEL AF DUB CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 252 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Gênero textual que tem como finalidade apresentar informações, servindo-se de textos verbais relativamente curtos e/ou de dados numéricos, associados e a elementos gráfico-visuais. Nenhum discurso é construído de forma aleatória; há sempre uma intenção: determinadas informações são priorizadas, outras têm menos relevância e há, ainda, algumas que são equiparadas em relação à importância que exercem no texto. Palavras ou expressões que revelam a atitude de quem enuncia diante daquilo que está comunicando. ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO Infográfico Hierarquia de proposições Modalizadores do discurso Infográfico interativo: os usuários podem manipulá-lo da maneira como desejarem. Termos como “por outro lado” contribuem para hierarquizar as informações. Dentre os modalizadores discursivos, temos algumas palavras invariáveis (que não se flexionam), como o advérbio “felizmente”. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 25 3 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 253 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULOCAPÍTULO 28 RELEVÂNCIA DAS INFORMAÇÕES LÍ N G U A P O R TU G U ES A 25 4 Neste capítulo, os alunos apren- derão a lidar com a imensa quanti- dade de informações com as quais entram em contato diariamente. Por isso, seleção de informações e elaboração de esquemas serão os tópicos contemplados nestes módulos. Além disso, pela pers- pectiva gramatical, serão apre- sentados os verbos defectivos e abundantes, para que os alunos avancem na compreensão dessa classe gramatical. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 254 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C PI XE LF IT /I ST O CK É importante saber lidar com a imensa quantidade de informações com as quais entramos em contato diariamente, já que vivemos em uma era na qual os conhecimentos são produzidos e circulam com extrema velocidade. Diante disso, cabe aos consumidores dessas informações saber distinguir o que serve e o que não serve, conforme propósitos estabelecidos. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 25 5 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 255 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 165 e 166 SELEÇÃO DE INFORMAÇÕES E ELABORAÇÃO DE ESQUEMAS Há muito tempo, bem antes de você nascer, a inteligência das pessoas era medida pela capacidade que elas tinham de memorizar conhecimentos adquiridos. Portanto, valo- rizava-seo ato de decorar em detrimento das ações de refletir e compreender. Com o tempo e os avanços nos estudos acerca da inteligência humana, isso foi se inverten- do. Passou-se, então, a entender que está em vantagem quem assimila de fato aqui- lo que lhe é ensinado, em detrimento de quem meramente decora – e esquece pouco tempo depois. Pesquisas mais recentes têm demonstrado, no entanto, que a memorização não deve ser de todo desprezada. Isso porque o ato de guardar na memória vem sendo considerado, novamente, um movimento válido de aprendiza- do, ainda que, evidentemente, não deva ser considerado fator determinante para medir a capacidade intelectual de uma pessoa. Resumindo: a medida está no meio-termo; afinal, a inteligência humana é algo extremamente complexo, apresentando múltiplas facetas. No texto que você lerá, explora- -se esse resgate da importância da memória no aprendizado efetivo. A capacidade de decorar informações constitui-se em um grande medidor de inteligência. Técnicas de memorização podem ser úteis na hora de estudar para o vestibular Fazer pequenos resumos e testes é mais eficaz que reler textos, diz pesquisa A era da “decoreba” nos vestibulares pode ter acabado – questões que exigem co- nhecimento enciclopédico de uma gama de assuntos faz tempo têm cedido lugar a um modelo que privilegia o raciocínio e a reflexão. Mas anos de pesquisa da área da ciência cognitiva indicam que técnicas de me- morização podem, sim, ajudar os alunos a absorver informações e retê-las por um tempo maior. A estratégia mais estudada (e com melhores resultados) é chamada de “prática de recuperação”. Ela consiste simplesmente em sub meter os estudantes a baterias de testes sobre o conteúdo a que foram expostos, forçando-os a tentar puxar da memória (recuperar) respostas sobre o assunto. Uma revisão de literatura de 118 artigos sobre o tema realizada em 2017 apontou que esse hábito é significativamente mais efetivo do que outros métodos de estu- do, como a releitura de textos ou criação de mapas conceituais. Esses testes podem ser em quase qualquer formato. O aluno pode responder ques- tões abertas ou de múltipla escolha, usar uma folha em branco para escrever tudo o que se lembra da matéria, fazer cartões resumindo tópicos, explicar o conteúdo de cabeça para um colega ou até desenhar. TO M M L/ IS TO CK Quem é Alex Mullen? O homem considerado a pes- soa com a memória mais po- tente do planeta é o americano Alex Mullen. Nascido em 1992, estudante de Medicina, Mullen afirma que, antigamente, sua memória era falha. Com o tem- po, porém, a fim de aprimorar essa capacidade, o rapaz prati- cou exercícios mentais propos- tos no livro Moonwalking with Einstein (em português, A arte e a ciência de memorizar tudo), de Joshua Foer. Deu certo: hoje, o americano é capaz de deco- rar as 52 cartas de um baralho em apenas 21,5 segundos. Tal avanço fez com que Mullen ganhasse o título de “melhor memória do mundo”. PARA IR ALÉM CA P ÍT U LO 2 8 25 6 O resumo é um excelente meio para se fazer seleção de informações. Trata-se de um gênero com o qual os alunos do 7o ano já estão habituados, visto que é comum fazermos sínteses no dia a dia, ainda que oralmente. Já esquemas visuais, por sua vez, são explorados com menos frequência pelos estudantes, sobretudo os mais jovens. Por isso, nestes módulos, destacam-se, de forma sistemática, dois métodos de estudo: o resumo e o mapa conceitual. Essa abordagem é compatível com as habilidades EF69LP32 e EF69LP34. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 256 16/07/2020 15:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C O importante é estimular a memória, segundo escrevem as professoras de psicologia cognitiva Yana Weinstein e Megan Sumeracki no livro Understanding how we learn (Taylor and Francis, sem edição no Brasil. Em português, “Enten- dendo como aprendemos”). Uma explicação para o porquê de esse método ser eficiente é que ele ajuda a “treinar” o cérebro. “Qua ndo você adquire o hábito de tentar se lembrar de uma informação, o acesso a ela é facilitado porque você reforça a conexão entre as regiões do cérebro envolvidas nessa lembrança, tornando-as mais capazes de resgatar memórias”, diz Christopher Madan, professor de Psicologia da Universidade de Nottingham, do Reino Unido. “Para transformar uma informação em memória de longo prazo, é preciso reforçar o padrão de sinapses ligadas a ela. E esse fortalecimento acontece pelo uso”, explica Alfred Sholl-Franco, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e especialista em neuroeducação. Sem saber da teoria, o estudante Gabriel Mattucci, 17, primeiro colocado no mais recente vestibular de medicina da USP (Universidade de São Paulo), per- cebeu isso na prática. Ele conta que, quando começou o Ensino Médio, tentava se preparar para as provas anotando o que ouvia nas aulas e depois relendo seus cadernos. Após os primeiros exames, percebeu que o método não estava funcionando e mudou: passou a usar o tempo de estudo em casa para responder a questões de vestibulares passados e fazer exercícios práticos, modulando a quantidade de testes de acordo com suas afinidades acadêmicas. “Eu sempre tive facilidade com Matemática, então só as questões da aula eram suficientes para eu entender o conteúdo. Mas sempre fui inseguro com História, então cheguei a fazer 50 exercícios por dia em alguns períodos”, diz. A estratégia também ajudou Gabriel a perceber onde estavam as deficiências do seu aprendizado. Quando tinha dificuldades em alguma questão, consultava os livros e anotava a resposta certa em um post-it, que então colava em um painel no seu quarto. Os avanços das últimas décadas na psicologia cognitiva e na neurociência põem em xeque a ideia comum de que aprendizado e memorização são de alguma forma opostos ou incompatíveis. “A contraposição de decorar e aprender é de um discurso leigo. Na verdade, se você considera que aprender implica mudanças nas sinapses, tudo é formar memória”, diz o professor Edmilson Motta, coordenador do Grupo Etapa. A questão, então, é como usar a formação de memória para registrar infor- mações mais complexas do que uma simples fórmula, uma data ou outros da- dos sem contexto, que têm pouca utilidade nos vestibulares atuais e que não levam a um aprendizado aprofundado. [...] Além dos testes regulares, também pode ajudar seguir outras técnicas de eficiência comprovada pela psicologia cognitiva, como distribuir os estudos ao longo do tempo, associar os conceitos estudados a exemplos concretos e visualizar informações em diferentes formatos. FÁVERO, Bruno. Técnicas de memorização podem ser úteis na hora de estudar para o vestibular. Folha de S.Paulo. Disponível em: <https://coc.pear.sn/dYoIxRH>. Acesso em: maio 2020. Acadêmico: relacionado à escolaridade. Ceder: renunciar. Cognitivo: relativo ao co- nhecimento, à cognição. Efetivo: capaz de produzir um efeito real. Gama: série de ideias, teo- rias etc. Modular: moldar. Sinapse: local de contato entre neurônios, onde ocor- re a transmissão de impul- sos nervosos de uma célula para outra. VOCABULÁRIO 25 7 LÍ N G U A P O R TU G U ES A CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 257 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C No subtítulo do texto, mencionam-se os resumos. Você, certamente, já sabe em que consiste isso: resumir nada mais é do que abreviar um texto, seja de maneira escrita ou oral. Quando, por exemplo, você conversa com uma pessoa e deseja, depois, relatar a outra o conteúdo dessa conversa, você obviamente não reproduz o diálogo na íntegra – o que, aliás, seria extremamente difícil. Ao contrário, o que se faz, nesse caso, é eleger os pontos mais relevantes da conversa e reproduzi-los por meio de palavras próprias. Mas não é apenas para abreviar o conteúdo de uma conversa para al- guém que o resumo éutilizado. Enquanto método de estudo, como o pró- prio texto sugere, ele também é eficaz. Por isso, ainda que sintetizar seja um movimento quase intuitivo, é importante ter consciência de como se realiza um bom resumo, a fim de aproveitar ao máximo as vantagens que esse gênero apresenta. Para isso, algumas etapas, discriminadas a seguir, devem ser consideradas. • Compreender o texto lido ou ouvido Dominar o conteúdo do texto a ser resumido é essencial para que a sínte- se seja bem feita. Tal domínio pode exigir leitura e releitura do texto. • Selecionar as informações mais relevantes para o objetivo que se traçou Antes mesmo de realizar um resumo, é necessário definir o objetivo que se pretende alcançar. Isso porque resumir pressupõe saber selecionar as informações mais pertinentes para determinada finalidade. Um único tex- to pode ser resumido de modos bastante diferentes conforme o olhar e a pretensão da pessoa que faz o resumo. Ressalta-se, ainda, que, para resu- mir bem, é imprescindível descartar algumas informações – do contrário, não haverá um resumo, apenas a reformulação completa de um texto. • Ter cautela para não escrever uma interpretação em vez de um resumo É possível, ao se fazer resumos, surgir a vontade de “dar uma pitada” nossa, ou seja, de acrescentar nossa própria percepção sobre o que foi lido ou ouvido. Porém, mesmo que a interpretação seja uma ação importante quando entramos em contato com um texto – já que ultrapassa a mera apreensão do conteúdo –, o gênero resumo presume objetividade: apenas as informações que estão contidas no texto original devem estar presentes no resumo. Vale lembrar que há outros tipos textuais em que a interpreta- ção pessoal é aceitável, como a resenha crítica, por exemplo. Dessas três etapas, contudo, aquela que pode ser considerada a mais impor- tante é a segunda, na medida em que, para selecionar devidamente as infor- mações de um texto a ser resumido, necessariamente se deve compreendê-lo; além disso, é necessário evitar os acréscimos, fruto da interpretação pessoal. Resumo é a síntese, isto é, a abreviação de um conteúdo, de modo a destacar o que é mais relevante. CA P ÍT U LO 2 8 25 8 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 258 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Mapa conceitual é uma estrutura visual que permite apresentar detalhadamen- te um conceito, por meio da interligação gráfica de ideias. Ao longo do texto “Técnicas de memorização podem ser úteis na hora de estudar para o vestibular”, outro método de estudo é mencionado: o mapa conceitual. Ainda que ele seja apresentado, na reportagem, como menos eficaz do que a estratégia conhecida por “prática de recuperação”, sua re- levância para o processo de aprendizagem é inegável. Por isso, enquanto estudante, é válido saber como esse gênero se define e constitui-se. Para produzir um resumo, é essencial que as informações contidas nele sejam selecionadas adequadamente. A seguir, há um exemplo simples de mapa conceitual, para que se possa compreender seus aspectos básicos. as práticas de recuperação. se preparar para o vestibular. submeter os estudantes a baterias de testes sobre o conteúdo a que foram expostos, forçando-os a tentar puxar da memória respostas sobre o assunto. Exemplo disso são Defi nem-se por São úteis para /I ST O CK Técnicas de memorização 25 9 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para apli- car os exercícios 1 e 2 da seção “Para conferir”, referentes aos módulos 165 e 166. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 259 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C VERBOS DEFECTIVOS E ABUNDANTES Conforme vimos em módulos anteriores, a evolução pode ser entendida, entre outros conceitos, como um processo de transformação. Para exem- plificar esse conceito, pense na maneira como temos consumido produtos e serviços e como isso tem mudado ao longo dos anos. Se voltarmos no tempo, na década de 1980, por exemplo, veremos claramente que as ma- neiras de consumir de antes diferem bastante das formas de hoje. Tempos atrás, quando a internet estava longe de ser popular como agora, o ato de comprar podia ser algumas vezes dificultoso, porque as pessoas tinham de se deslocar até a loja física de seu interesse para adquirir um produto – em alguns casos, esse deslocamento significava dirigir-se a outra cidade. Atualmente, essa dinâmica mudou bastante. Hoje, é muito fácil adquirir um produto, já que isso pode ser feito a distância, por meio da internet; pode-se até mesmo ver comentários feitos por outros consumidores, ava- liando a compra que nos interessa e, dessa forma, não adquirir produtos mal avaliados. Pela leitura do texto apresentado a seguir, você poderá compreender melhor uma forma de analisar esse processo. Módulos 167 e 168 Como a tecnologia muda o comportamento do consumidor Jonathan Levav, professor de Stanford especialista em tomada de decisão, defende que os dispositivos móveis transformaram os processos psicológicos Jonathan Levav dedicou sua vida acadêmica a estudar o processo de tomada de de- cisões. Professor da Universidade de Stanford, ele se concentra sobretudo no com- portamento dos consumidores. O ex-presidente Barack Obama toma como base um dos estudos de Levav para justificar o fato de não ter variado muito as suas roupas durante o mandato. A lógica é simples: como a energia de tomada de decisão é limitada, você só deve gastá-la com o que for importante. Essa é uma das diversas teorias envolvendo as escolhas. […] Levav compartilhou seus conhecimentos, em particular sobre tecnologia, no Festival de Cultura Empreendedora […]. “Somos muito bons em fazer novas tecno- logias, mas não tão bons em saber o que elas significam para as pessoas”, defende o acadêmico. Os celulares, que dominaram a nossa vida, não são apenas dispositivos, ele explica. Esses aparelhos têm poder de influência, pois mudam a maneira como nos comu- nicamos. E não se trata apenas de uma questão de canal, mas da mensagem em si. Portanto, muda a conversa. O professor frisou o papel da experiência de usuário em mexer inconsciente- mente com os nossos sentimentos. “Uma coisa que acontece com esses dispo- sitivos é que você os toca com seus dedos, e isso também muda a forma como processamos psicologicamente as informações. Tocar os dispositivos deslizando o dedo na tela é prazeroso.” Essa experiência do usuário tem uma função importante nas compras do consumi- dor. Levav e sua equipe descobriram que usuários que utilizam o touchpad (em que você tem de deslizar o dedo, uma sensação prazerosa) no notebook, em vez de um mouse tradicional, tendem a gastar mais com compras on-line. CA P ÍT U LO 2 8 26 0 Estes dois módulos são os que mais diretamente se dedicam ao estudo gramatical. Isso porque serão aborda- dos dois tipos de verbo: o defectivo e o abundante. Conhecer os verbos que não se conjugam em todos os modos, tempos ou pessoas, além daqueles que apresentam mais de uma forma aceitável para o particípio (e não só), é um caminho necessário para que os alunos aprimorem seu domínio sobre a escrita, o que favorecerá a produção de textos, como o resumo, que foi de- talhado há pouco. Antes disso, porém, eles deverão ler um texto que dialoga com o tema do grupo 11. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 260 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Outro exemplo: imagine duas escalas de zero a dez. Você tem de dar uma nota a um hotel, por exemplo. Em uma das escalas, você pode clicar diretamente em um número. Na outra, tem de arrastar o cursor do zero até o número desejado. Acredite ou não, o resultado poderia ser diferente em cada um dos casos, porque a experiência é diferente. Esses dispositivos eletrônicos, ele afirma, também permitem que as pessoas seexpressem de uma forma diferente. Em um formulário, dizer “sim” pode significar clicar em um botão. E esses detalhes fazem diferença. Ele diz que qualquer pessoa que usa ou trabalha com tecnologia deve ter isso em mente. “A tecnologia muda o processo psicológico e, quando você muda o processo psicológico, muda o com- portamento do consumidor.” Outro fator que faz diferença na tomada de decisão é a presença física (ou não) das pessoas em um mesmo ambiente. Um estudo de Levav descobriu que nós te- mos mais ideias quando trabalhamos presencialmente com outras pessoas. Por outro lado, tomamos decisões mais assertivas e sinceras se não temos de encarar os outros de frente – em uma videoconferência, por exemplo. Apesar de tudo isso, Levav desacredita que essas mudanças tecnológicas signifi- quem que as pessoas tenham começado a fazer decisões ruins. “Afinal, você teria de […] partir do princípio [de] que estavam tomando boas decisões antes.” CALDAS, Edson. Como a tecnologia muda o comportamento do consumidor. Revista Época Negócios. 20 out. 2017. Disponível em: <https://coc.pear.sn/2VaXk8o>. Acesso em: maio 2020. Além da compreensão de como o comportamento dos consumidores evo- luiu com o passar dos anos, sobretudo pelo aprimoramento das tecnolo- gias, o texto apresentado serve como ponto de partida para o entendimen- to de outro assunto que se propõe aqui, dessa vez relacionado à gramática: verbos defectivos e abundantes. Verbo defectivo Quando aprendemos o básico sobre classe verbal, entendemos que os ver- bos podem ser conjugados em modos, tempo e pessoas diferentes. Concluí- mos, então, que, para cada associação possível de modo, tempo e pessoa, há sempre uma forma verbal correspondente. Contudo, há uma inverdade nisso, o que se torna compreensível quando levamos em conta os chama- dos verbos defectivos. Canal: na comunicação, é o meio físico em que uma mensagem se propaga. Frisar: salientar; ressaltar. Mandato: período de exer- cício de um cargo eleitoral, como o de presidente da República. VOCABULÁRIO Verbo defectivo é aquele que não é conjugado em todos os modos, tempos ou pessoas. O exemplo mais comum de verbo defectivo, por ser uma palavra bastante usual, é o verbo falir, como no enunciado criado a seguir com base no texto. A forma “falirei” é uma das aceitas pela gramática normativa; porém não existem muitas formas para esse verbo. Para que isso fique mais claro, ob- serve a tabela. Preciso diminuir as compras que faço pela internet, senão falirei. 26 1 LÍ N G U A P O R TU G U ES A CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 261 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Radical é o morfema básico de uma palavra, isto é, a parte do vocábulo que carrega seu sig- nificado essencial. INDICATIVO SUBJUNTIVO IMPERATIVO Presente Pretérito imperfeito Presente Afirmativo – falia – – – falias – – – falia – – falimos falíamos – – falis falieis – fali – faliam – – Pretérito perfeito Pretérito mais-que-perfeito Pretérito imperfeito Negativo fali falira falisse – faliste faliras falisses – faliu falira falisse – falimos falíramos falíssemos – falistes falíreis falísseis – faliram faliram falissem – Futuro do presente Futuro do pretérito Futuro Gerúndio falirei faliria falir falindo falirás falirias falires falirá faliria falir Particípio faliremos faliríamos falirmos falireis faliríeis falirdes falido falirão faliriam falirem Observe que, no presente do indicativo e no imperativo afirmativo, a conju- gação do verbo “falir” ocorre apenas em algumas pessoas (1a e 2a do plural no presente do indicativo e 2a do plural no imperativo afirmativo). Já no pre- sente do subjuntivo e no imperativo negativo, esse verbo não é conjugado. Evidentemente, não é necessário memorizar essa tabela para saber quais formas do verbo “falir” são aceitáveis pela gramática normativa. Para isso, basta lembrar que esse verbo somente apresenta formas arrizotônicas, isto é, aquelas em que a tônica recai fora do radical da palavra. Veja o esquema a seguir para compreender melhor esse conceito. Radical do verbo Forma verbal aceitável Tônica da palavra FALIMOS CA P ÍT U LO 2 8 26 2 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 262 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C O verbo “falir”, entretanto, não é o único exemplo de verbo defectivo. A lista ao lado mostra alguns outros casos. MAIS ALGUNS VERBOS DEFECTIVOS Doer Reaver Feder Colorir Explodir Esculpir Demolir Eu hei Tu hás Ele há Nós havemos (ou hemos) Vós haveis (ou heis) Eles hão Saiba mais sobre verbos defectivos Para aprofundar-se no tó- pico dos verbos defectivos, leia o texto disponível na página da Academia Brasi- leira de Letras: <coc.pear. sn/vG8PsQE>. Acesso em: maio 2020. EXPLORE MAIS O que orienta o uso do particípio regular ou do particípio irregular é o verbo auxiliar que o acompanha. Quando o verbo auxiliar é TER/HAVER, emprega-se a forma regular do particípio; quando é SER/ESTAR, empre- ga-se a forma irregular. Observe. Verbo abundante é aquele que apresenta mais de uma forma acei- tável para parâmetros de conjugação equivalentes. INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR Aceitar Aceitado Aceito Entregar Entregado Entregue Ganhar Ganhado Ganho Limpar Limpado Limpo Matar Matado Morto Pagar Pagado Pago TER/HAVER → particípio regular SER/ESTAR → particípio irregular TER PAGADO SER PAGO HAVER ENTREGADO ESTAR ENTREGUE Verbo abundante Se o verbo defectivo é aquele que não apresenta todas as formas na conjuga- ção, o verbo abundante, por outro lado, tem mais de uma forma aceitável para certos valores de conjugação. Isso se dá especialmente em se tratando de par- ticípio, porém não apenas nesse caso. A conjugação do verbo haver, feita ao lado, comprova isso. O fato de o verbo “haver” apresentar duas formas para a 1a e para a 2a pessoa do plural é responsável por sua classificação como verbo abundante. Os exemplos que envolvem particípio são mais frequentes. Isso porque muitos verbos apresentam partcípios regular e irregular – são abundantes, portanto. Veja a tabela. 26 3 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para aplicar os exercícios de 3 a 5 da seção “Para conferir”, referentes aos módu- los 167 e 168. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 263 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULO 2 8 Exercícios de aplicação RELEVÂNCIA DAS INFORMAÇÕES Módulos 165 e 166 | Seleção de informações e elaboração de esquemas 1. O que pesquisas recentes descobriram sobre a memorização no processo de aprendizado? 2. Logo no início do texto, deparamo-nos com o termo “decoreba”. Ele costuma ser empregado de modo elogioso ou pejorativo para referir-se ao ato de memorizar? 3. Qual estratégia de memorização é considerada a mais eficaz? Explique em que ela consiste. 4. Releia esta passagem do texto. Esses testes podem ser em quase qualquer formato. O aluno pode responder questões abertas ou de múltipla escolha, usar uma folha em branco para escre- ver tudo o que se lembra da matéria, fazer cartões resumindo tópicos, explicar o conteúdo de cabeça para um colega ou até desenhar. Qual formato você escolheria para seguir esse método de estudo? Explique. 5. De acordo com especialistas, por que exercitar a memória favorece o aprendizado? CA P ÍT U LO 2 8 26 4 Pesquisas recentes descobriram que a memorização tem papel importante no processo de aprendizado. De acordo com o texto: “anos de pesquisa da área da ciência cognitiva indicam que técnicas de memorização podem, sim, ajudar os alunos a absorver informações e retê-las por um tempo maior”. A estratégia considerada a mais efi caz são as práticas de recuperação, que consistem em “submeter os estudantes a baterias de testes sobre o conteúdo a que foram expostos,forçando-os a tentar puxar da memória (recuperar) respostas sobre o assunto”. Quando se tem “o hábito de tentar se lembrar de uma informação, o acesso a ela é facilitado porque você reforça a conexão entre as regiões do cérebro envolvidas nessa lembrança, tornando-as mais capazes de resgatar memórias”. A palavra “decoreba” costuma ser empregada de modo pejorativo. Resposta pessoal. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 264 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos Romanos usavam redes sociais há dois mil anos, diz livro Ao tuitar ou comentar embaixo do post de um de seus vários amigos no Facebook, você prova- velmente se sente privilegiado por viver em um tempo na história em que é possível alcançar de forma imediata uma vasta rede de contatos por meio de um simples clique no botão “en- viar”. Você talvez também reflita sobre como as gerações passadas puderam viver sem mídias sociais, desprovidas da capacidade de verem e serem vistas, de receber, gerar e interagir com uma imensa carga de informações. Mas o que você talvez não saiba é que os seres humanos usam ferramentas de interação social há mais de dois mil anos. É o que afirma Tom Standage, autor do livro Writing on the wall – Social media, the first 2 000 years (Escrevendo no mural – mídias sociais, os primeiros 2 mil anos, em tradução livre). Segundo Standage, Marco Túlio Cícero, filósofo e político romano, teria sido, junto com ou- tros membros da elite romana, precursor do uso de redes sociais. O autor relata como Cíce- ro usava um escravo, que posteriormente tornou-se seu escriba, para redigir mensagens em rolos de papiro, que eram enviados a uma espécie de rede de contatos. Essas pessoas, por sua vez, copiavam seu texto, acrescentavam seus próprios comentários e repassavam adiante. “Hoje temos computadores e banda larga, mas os romanos tinham escravos e escribas que transmitiam suas mensagens”, disse Standage à BBC Brasil. “Membros da elite romana es- creviam entre si constantemente, comentando sobre as últimas movimentações políticas e expressando opiniões.” Além do papiro, outra plataforma comumente utilizada pelos romanos era uma tábua de cera do tamanho e da forma de um tablet moderno, em que escreviam recados, perguntas ou transmitiam os principais pontos da acta diurna, um “jornal” exposto diariamente no Fórum de Roma. Essa tábua, o “iPad da Roma Antiga”, era levada por um mensageiro até o destinatário, que respondia embaixo da mensagem. NIDECKER, F. Disponível em: <https://www.bbc.co.uk>. Acesso em: nov. 2013. Adaptado. Para elaborar bons resumos, é necessário compreender bem um texto. Portanto, leia o texto a seguir e responda à questão. 6. Enem Na reportagem, há uma comparação entre tecnologias de comunicação antigas e atuais. Quanto ao gênero mensagem, identifica-se como característica que perdura ao longo dos tempos o(a) a. imediatismo das respostas. b. compartilhamento de informações. c. interferência direta de outros no texto original. d. recorrência de seu uso entre membros da elite. e. perfil social dos envolvidos na troca comunicativa. 7. Sobre a dinâmica de aprendizado do estudante Gabriel Mattucci, marque V para as afirmações ver- dadeiras e F para as falsas. Anotar o que ouvia nas aulas e depois reler os cadernos funcionava como um ótimo preparo para as provas. Depois dos primeiros exames, Gabriel passou a usar o tempo de estudo em casa para respon- der a questões de vestibulares passados e fazer exercícios práticos, modulando a quantidade de testes de acordo com suas afinidades acadêmicas. Gabriel chegou a fazer 50 exercícios por dia para estudar História, matéria em que sentia muita dificuldade. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 26 5 F V V Verifi car se os alunos têm alguma dúvida em rela- ção ao vocabulário. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 265 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 9. Elabore um resumo do texto “Técnicas de memorização podem ser úteis na hora de estudar para o vestibular”. Para isso, lembre-se das características apresentadas na teoria sobre esse gênero. 10. Enem Técnicas de memorização as práticas de recuperação. se preparar para o vestibular. submeter os estudantes a baterias de testes sobre o conteúdo a que foram expostos, forçando-os a tentar puxar da memória respostas sobre o assunto. Exemplo disso são Defi nem-se por São úteis para 8. Reveja o mapa conceitual apresentado como exemplo neste grupo de módulos. Explique a função dos trechos que estão circulados em vermelho. CAPÍTULO 2 8 CIPRIANI, F. Disponível em: <https://www.snmsolutions.com.br>. Acesso em: maio 2013. Adaptado. CIPRIANI, F. Disponível em: <https://www.snmsolutions.com.br Acesso em: maio 2013. Adaptado. Quer suporte para encontrar pessoas que compartilham da mesma opinião. Usa novos canais on-line e novas ferramentas de comunicação. Confi a em conselhos de amigos on-line, conhecidos e estranhos. Tende a comprar mais on-line do que o� -line. Quer fornecer feedback sobre o produto e serviço ao cliente. Deseja uma experiência melhor on-line do que o� -line. Lê e cria avaliações, ranking de produtos e posts em blogs. NOVO CONSUMIDOR SOCIAL O consumidor do século XXI, chamado de novo consu- midor social, tende a se comportar de modo diferente do consumidor tradicional. Pela associação das carac- terísticas apresentadas no diagrama, infere-se que esse novo consumidor sofre influência da a. cultura do comércio eletrônico. b. busca constante pelo menor preço. c. divulgação de informações pelas empresas. d. necessidade recorrente de consumo. e. postura comum aos consumidores tradicionais. CA P ÍT U LO 2 8 26 6 Os trechos circulados em vermelho servem para mostrar a relação de signifi cado que há entre as partes que constituem o mapa conceitual. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos realizem o resumo orientados pelas três etapas descritas na teoria para a elaboração de uma síntese. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 266 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios de aplicação Módulos 167 e 168 | Verbos defectivos e abundantes 1. Que relação se estabelece, no texto “Como a tecnologia muda o comportamento do consumidor”, entre o pesquisador de que se fala e o ex-presidente norte-americano Barack Obama? 2. Relacione os itens a seguir, considerando a definição correta de cada tipo de verbo. Def – Verbo defectivo AB – Verbo abundante Aquele que não é conjugado em todos os modos, tempos ou pessoas. Aquele que tem mais de uma forma aceitável para parâmetros de conjugação equivalentes. 3. Ao conjugar o verbo “extorquir”, deve-se evitar a forma a. extorquo. b. extorques. c. extorque. d. extorquimos. e. extorquem. 4. A forma que você assinalou no exercício anterior é rizotônica ou arrizotônica? Justifique sua resposta. 5. Analise o trecho a seguir, retirado do texto “Como a tecnologia muda o comportamento do consumidor”. Apesar de tudo isso, Levav desacredita que essas mudanças tecnológicas signifiquem que as pessoas tenham começado a fazer decisões ruins. Reescreva esse trecho, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, substituindo a for- ma do verbo “começar” por uma forma adequada do verbo “aceitar”. Faça todas as adaptações necesssárias. 6. Justifique o emprego da forma verbal que você usou para reescrever o trecho no exercício anterior. 7. Segundo o texto “Como a tecnologia muda o comportamento do consumidor”, como a experiência de touchpad altera a relação dos usuários com a tecnologia? LÍ N G U A P O R TU G U ES A 26 7 O ex-presidente norte-americano Barack Obama tomava como base um dos estudos do pesquisador Jonathan Levav para justifi car o fato de que não variou muito suas roupas duranteseu mandato. Def AB A forma “extorquo” é rizotônica, já que a tônica recai no radical da forma verbal. Apesar de tudo isso, Levav desacredita que essas mudanças tecnológicas signifi quem que as pessoas tenham aceitado fazer decisões ruins. Como o verbo “aceitar”, que é abundante, foi usado em uma locução verbal com o verbo auxiliar “ter”, na forma “tenham”, foi empregado o particípio regular do verbo, ou seja, “aceitado”. Segundo o texto, o fato de os usuários tocarem, literalmente, os aparelhos com que interagem, altera psicologicamente a relação que se estabelece com a tecnologia, justamente porque se tocam os aparelhos, numa experiência que parece mais prazerosa. 3. Se o verbo “extorquir” não pode ser conjugado na 1a pessoa (mais precisamente do presente do indicativo), conclui-se que se deve evitar a forma “extorquo”. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 267 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Paralimpíada: tiro esportivo tem protagonismo das mulheres A história do tiro esportivo nos Jogos Paralímpicos co- meçou em 1976, em Toronto, no Canadá. A primeira edi- ção foi disputada apenas por homens. Já as mulheres entraram na briga por medalhas na modalidade em 1980. No Brasil, no entanto, o tiro esportivo paralímpi- co deu seus primeiros passos apenas em 1997, no Cen- tro de Reabilitação da Polícia Militar do Rio de Janeiro. O país fez sua primeira aparição nos Jogos Paralímpicos de Pequim, em 2008, com o atleta Carlos Garletti. Na Paralimpíada de Londres (2012), os homens leva- ram ampla vantagem: das 18 medalhas que estavam em jogo, 17 foram conquistadas por eles. Nessa ocasião, a única mulher que conseguiu um lugar no pódio foi a chinesa Cuiping Zhang. Mas nessa quarta-feira (14) o protagonismo foi das mulheres. Na primeira prova, de 50 m deitado SH1 fi- nal, a medalha de ouro foi conquistada novamente pela chinesa Cuiping Zhang, que obteve 206,8 pontos. Ela já havia ganho uma medalha de ouro na prova carabina 3 posições e medalha de prata por carabina de ar 10 m em pé, na Rio 2016. [...] OLIVEIRA, Cristiane de. Paralimpíada: tiro esportivo tem protagonismo das mulheres. EBC. 15 set. 2016.Disponível em: <https://coc.pear.sn/LfVZmk2>. Acesso em: maio 2020. Assinale a(s) alternativa(s) em que a forma verbal apresentada está correta. “A história do tiro esportivo nos Jogos Paralímpicos começou em 1976, em Toronto, no Canadá.” “Já as mulheres entraram na briga por medalhas na modalidade em 1980.” “O país fez sua primeira aparição nos Jogos Paralímpicos de Pequim, em 2008, com o atleta Carlos Garletti.” “Mas nessa quarta-feira (14) o protagonismo foi das mulheres.” “Ela já havia ganho uma medalha de ouro na prova carabina 3 posições e medalha de prata por carabina de ar 10 m em pé, na Rio 2016.” 8. Sobre o texto “Como a tecnologia muda o comportamento do consumidor”, assinale V para verda- deiro e F para falso. A energia a ser gasta com tomadas de decisão é considerada infinita. Na forma como influenciam a vida dos usuários, os celulares não devem ser tidos como sim- ples dispositivos. A forma como os usuários de dispositivos eletrônicos interagem com a tecnologia disponível não altera padrões de consumo. Pessoas trabalhando no mesmo ambiente tendem a ter mais ideias, embora as decisões mais assertivas sejam tomadas em videoconferências, por exemplo. 9. Usando trechos do texto, justifique o que há de errado naquilo que você marcou como falso no exercício anterior. 10. Você aprendeu que os verbos defectivos são aqueles que não são conjugados em todas as formas. Desse modo, há contextos em que precisamos encontrar sinônimos que substituam esses verbos. Se uma pessoa quisesse usar o verbo “adequar” na 1a pessoa do presente do indicativo, por exemplo, ela poderia empregar a forma verbal “desajusto”. “adapto”. “desligo”. 11. Leia o texto para responder à questão. Exercícios propostos CA P ÍT U LO 2 8 26 8 11. O correto seria “havia ganhado”, já que o verbo auxiliar “haver” exige que o particípio de “ganhar” seja regular. “A lógica é simples: como a energia de tomada de decisão é limitada, você só deve gastá-la com o que for importante.”; “Essa experiência do usuário tem uma função importante nas compras do consumidor.” X F V F V X X X X CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 268 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 165 e 166 Módulos 167 e 168 1. Para realizar um bom resumo, deve-se evitar a síntese. interpretação. 2. Sobre o mapa conceitual, pode-se depreender que o aspecto gráfico tem tanta importância quanto o aspecto verbal. mais importância do que o aspecto verbal. menos importância do que o aspecto verbal. 3. Marque D se o verbo for defectivo e A se for abundante. Adequar Aceitar Pagar Doer Explodir Limpar 4. Existem muitos verbos que são abundantes, principalmente por apresentarem particípio regular e particípio irregular. Entretanto, nem todos os verbos têm duas formas para o particípio, embora os erros sejam frequentes nesse sentido. Levando isso em conta, assinale a alternativa que esteja incorreta pelo fato de o verbo apresentar apenas o particípio regular. a. Pego (particípio irregular) – pegado (particípio regular) b. Chego (particípio irregular) – chegado (particípio regular) c. Aceito (particípio irregular) – aceitado (particípio regular) d. Pago (particípio irregular) – pagado (particípio regular) e. Ganho (particípio irregular) – ganhado (particípio regular) 5. O verbo “haver” é abundante. Com base nessa informação, complete os espaços a seguir. Eu hei. Tu hás. Ele há. Nós hemos ou . Vóis heis ou . Eles hão. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 26 9 X X 4. Não existe a forma “che- go” como particípio irregu- lar; o verbo “chegar” tem como particípio apenas a forma “chegado”. D A A D D A havemos haveis CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 269 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C • Compreender o texto lido ou ouvido. • Selecionar as informações mais relevantes para o objetivo que se traçou. • Atentar-se para não escrever uma interpretação em vez de um resumo. Resumo Emprego de verbos defectivos (falta alguma forma na conjugação) e/ou abundantes (apresenta) mais de uma forma para determinados valores iguais). Estrutura visual que permite apresentar um conceito detalhadamente, por meio da interligação gráfica de ideias. Mapa conceitual Informações mais relevantes em um texto Organização visual das informações SELEÇÃO CA P ÍT U LO 2 8 27 0 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11.indd 270 13/07/2020 14:20 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos Nome: Número: Ano: Módulo(s): pág. Redação 242 LÍ N G U A P O R TU G U ES A 45 1 1. Quanto ao primeiro critério, é importante que os alunos escolham um tema de sua preferência para compor um infográfi co com as orientações de organização visual disponíveis no material. 2. Para o segundo critério, deve-se avaliar se os alunos souberam apresentar informações visualmente. 3. O terceiro critério tem relação com o atendimento ao percurso explicativo de um infográfi co. 4. Neste critério, é importante avaliar se os alunos, ao elaborarem seus infográfi cos, atentaram-se ao emprego de elementos básicos, como desenhos e textos curtos e claros. 5. O quinto critério corresponde à coerência. É preciso avaliar a organização e a clareza das informações apresentadas, sem que uma se confunda com outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelos leitores. 6. Este critério avalia se os alunos conseguem desenvolver seu texto sem a repetição desnecessária de palavras. É importante que eles sejam incentivados a ampliar seuvocabulário para desenvolver a coesão textual. 7. O sétimo critério observa o quanto os alunos se servem de recursos gráfi cos para compor o todo de seus infográfi cos. 8. Deve-se verifi car o domínio, por parte dos alunos, das regras ortográfi cas. Até este momento, os alunos já analisaram todos os casos de regularidades e irregularidades ortográfi cas – que ainda serão retomadas e reforçadas ao longo dos próximos anos fi nais do Ensino Fundamental. Isso permite, portanto, uma análise mais criteriosa do que a se vinha fazendo até o 6o ano. 9. É importante que os alunos já desenvolvam o emprego correto de sinais de pontuação, em especial os sinais trabalhados neste grupo; no entanto o estudo mais cuidadoso desse tópico será realizado nos próximos anos. CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO TEXTO_G11.indd 451 13/07/2020 14:21 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 157 e 158 | Análise e produção de infográfico CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não Tema 1. Atende ao tema proposto? Gênero 2. Corresponde ao gênero infográfico? 3. Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão? 4. Usa elementos do infográfico interativo? Coesão e coerência 5. Apresenta as ideias de modo claro? 6. Repete palavras sem necessidade? 7. Explora conectores gráficos? Língua 8. Respeita as normas ortográficas? 9. Apresenta pontuação adequada? CA P ÍT U LO 2 7 45 2 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO TEXTO_G11.indd 452 13/07/2020 14:21 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 12 GRUPO “O homem domina a natureza não pela força, mas pelo entendimento. É por isto que a ciência teve sucesso onde a magia falhou: porque ela não procurou encanto para lançar sobre a natureza. O alquimista e o feiticeiro da Idade Média pensavam, e pensa até hoje o fã de histórias em quadrinhos, que a natureza poderia ser dominada e suas leis ultrajadas por uma invenção. No entanto, aprendemos, em quatrocentos anos desde a Revolução Científica, que só alcançamos nossos objetivos pelas leis da natureza, controlando-a apenas por meio do entendimento de suas leis. Não podemos sequer intimidar a natureza por qualquer insistência em Invenções que detenham sobre ela. Devemos nos contentar com o poder como subproduto de sua compreensão.” Jacob Bronowski TI N A FI EL D S/ IS TO CK DIVERSIDADE Pinturas rupestres encontradas na Região Nordeste do Brasil. Essas representações simbólicas foram deixadas pelas primeiras populações que lá viveram entre 10 000 e 1 000 anos atrás. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI INICIAIS_G12.indd 3 08/07/2020 11:16 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C MAPA INTERDISCIPLINAR Este mapa mostra a ligação entre os conteúdos das disciplinas, sendo ponto de partida para um trabalho interdisciplinar. GRUPO 12 Diversidade LÍNGUA PORTUGUESA Apresentação oral, semântica, crônicas esportivas, entrevista, ortografia e pronomesMATEMÁTICA Probabilidade, Estatística e gráficos EDUCAÇÃO FÍSICA Atividade física, controle da obesidade e conceitos básicos de musculação ARTE Artes circenses CIÊNCIAS SOCIAIS Globalização – Contradições GEOGRAFIA Geopolítica do Brasil e indicadores sociais brasileiros HISTÓRIA Reações contra a metrópole CIÊNCIAS DA NATUREZA Ser humano, natureza, sociedade e avanços tecnológicos CS EF LPCS GE HI MACS HI CS EF CNAR MACSCN CSAR CN GE MAHICN GE CSEF HICN CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI INICIAIS_G12.indd 10 07/07/2020 18:29 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C POR TU GUE SA LÍNGUA PÁG. 12 30 CAPÍTULO 29 Organizar, escrever e apresentar CAPÍTULO 30 Perguntar para saber CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 11 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULOCAPÍTULO 29 OBJETIVOS DO GRUPO • Organizar dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta as características do gênero apresentação oral. • Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais. • Analisar e empregar com eficiência a sinonímia, a antonímia e a antonomásia. • Ler e compreender crônicas esportivas. • Criar crônicas observando os elementos estruturais próprios do gênero pretendido. • Fazer uso consciente e reflexivo das regras da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada. • Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo às convenções da língua escrita. • Utilizar, ao produzir um texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: modos e tempos verbais, concordâncias verbal e nominal, pontuação etc. APRESENTAÇÃO ORAL Nos campos escolar e científico, fre-quentemente, é necessário apresen-tar os resultados de um estudo ou de uma pesquisa de modo oral, por meio de seminários, palestras, mesas-redondas etc. A apresentação oral é um gênero textual público, geralmente realizado de modo for- mal, em que um expositor dirige-se a um público específico para transmitir informa- ções de uma área de estudo analisada. Módulos 169 e 170 ORGANIZAR, ESCREVER E APRESENTAR LÍ N G U A P O R TU G U ES A 12 CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 12 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CH O K JA /I ST O CK LÍ N G U A P O R TU G U ES A 13 Neste capítulo, serão vistos al- guns aspectos da apresentação oral, que se refere ao desenvolvi- mento do campo das práticas de estudo e pesquisa da BNCC. É im- portante que o aluno esteja fami- liarizado com esse gênero, que faz parte de praticamente toda a sua vida acadêmica. Além disso, na parte da semântica, serão abor- dadas a sinonímia, a antonímia e a antonomásia. No estudo de leitura e produção textuais, será desenvolvida a crônica esportiva, que é tanto do campo jornalístico quanto do literário. Nestes dois módulos, serão apre- sentadas as características funda- mentais do gênero apresentação oral. Além disso, como esse tópico é bastante abrangente e aborda- do em quase todos os anos do En- sino Fundamental – Anos Finais, optou-se, nesta ocasião, por dar ênfase aos recursos cinésicos e gráfi cos que compõem uma apre- sentação oral. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 13 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Nesse tipo de exposição, pressupõe-se que haja assimetria de conhecimento entre o orador e o público, uma vez que o primeiro é um especialista no assunto a ser apresentado, enquanto o segundo é constituído por pessoas que buscam aprender algo sobre ele. Assim, para fazer uma boa apre- sentação oral, além de dominar o assunto, o expositor deve preparar o conteúdo previamente. Após a pesquisa de informações sobre o assunto da apre- sentação, o orador necessita selecioná-las e organizá-las de modo hierárquico e didático, podendo, por exemplo, fazer uso de infográficos ou de mapas conceituais – recursos estudados no grupo anterior. No momento da exposição oral, parte desse conteúdo pode ser mostrada em uma apresentação de slides. Com o roteiro da apresentação definido, é importante ter alguns cuida- dos com a configuração gráfica e visual dos slides. Veja-os a seguir. Recursos gráficos, como slides e cartazes, ajudam a deixar a apresentação oral mais interessante. • Não colocar textos muito longos em cada slide, pois o excesso de informação dificulta a visualização do público. Além disso, os slides servem mais como guia, portanto o conteúdo em si deve ser transmitido oralmente. • Caso haja imagens, elas devem ter relação com o conteúdo da apresentação, não sendo meramente ilustrações para preencher espaço. • Preferir o uso de cores neutras tanto para o fundo dos slidesquanto para as fontes dos textos. Algumas cores podem atrapalhar a leitura, dificultando enxergar as palavras ou cansando os olhos com o passar do tempo. Além de ferramentas audiovisuais de apoio, uma apresentação oral trabalha com outros elementos, como os paralinguísticos (tom de voz, ritmo, pausa etc.) e os cinésicos (gestos, postura corporal, expressão facial etc.). No texto a seguir, você poderá saber mais sobre a importância dos elementos cinésicos. 7 dicas de linguagem corporal para apresentações Uma boa apresentação não é feita apenas de slides des- lumbrantes e palavras certas. Expressões faciais, pos- turas e até os gestos que cada orador escolhe também contam (e muito) para a maneira como o público, do lado de lá do palco, irá processar cada informação. Pensando nisso, os sócios da SOAP, consultoria especia- lizada no assunto, compartilharam […] algumas regras básicas para usar a linguagem corporal do jeito certo du- rante as apresentações. Confira. 1. Faça contato visual Em uma apresentação, a plateia é a protagonista – não você, seus slides ou a lousa. Por isso, seu foco deve estar em quem está do lado de lá do palco ou da mesa. Na prática, isso significa que seus olhos devem estar fitos neles – e não na sua apresentação de slides ou outro recurso. “V ocê não pode interromper por muito tempo a cone- xão com a audiência”, afirma Rogério Chequer, sócio da SOAP. “Sem conexão, não há empatia. Sem empatia, não há credibilidade”. 2. Direcione o olhar da audiência Agora, como conciliar a troca de olhares com o público e os slides que você tem para mostrar? A resposta está na maneira como os maestros conduzem uma orquestra. Apesar da multidão de notas na partitura, é o maestro quem determina em que ponto de toda harmonia cada músico deve focar. Faça o mesmo. Assuma a postura de maestro da atenção da plateia. Segundo os especialistas, este processo começa antes de sua chegada ao palco – para ser mais preciso, no momen- to em que você confecciona os slides que irão auxiliá-lo durante a apresentação. Aguçar: estimular; inten- sificar. Assimetria: grande dife- rença; disparidade, discre- pância. Fitar: olhar fixamente. Insumo: todo e qualquer elemento diretamente ne- cessário em um processo de produção, como matéria- -prima, equipamento, ca- pital, trabalho humano etc. Subliminar: que não está explícito, mas pode ser en- tendido pelas entrelinhas. VOCABULÁRIO M O N KE YB U SI N ES SI M AG ES /I ST O CK CA P ÍT U LO 2 9 14 Fazer a leitura e a compreensão do texto com os alunos. Citar com quais outros elementos cinésicos devemos ter cuidado, como a expressão facial. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 14 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Por meio das dicas apresentadas nesse texto, é possível ver que a produção de sentido de uma apresentação oral vai além da linguagem verbal. A pos- tura corporal do expositor precisa estar alinhada com o que ele fala, para que não haja transmissão de mensagens contraditórias para o público. Em se tratando de conhecimento científico, quanto mais objetiva for a expli- cação, melhor será a compreensão de quem ouve. Além disso, aprimorar os elementos cinésicos pode contribuir para que os ouvintes mantenham a atenção no discurso do expositor, não se distraindo, por exemplo, com gestos e expressões exageradas. “O conteúdo mais importante não é o que está no slide, mas sim o que você está falando. Então, mostre apenas imagens sobre o que você diz”, afirma Eduardo Adas, sócio da SOAP. “Se você mostrar tudo de uma vez, a audiência não vai saber para onde olhar”. 3. Fuja das posturas que incomodam Os gestos e expressões faciais não são os únicos a desembocar significados duran- te uma apresentação. A maneira como você dispõe os outros membros do seu corpo também fala – e muito. Braços cruzados, mão na cintura ou nos bolsos, pernas muito abertas e por aí vai. Posturas assim passam “mensa- gens subliminares para a audiência na direção de desleixo, falta de disciplina, organização ou profissionalismo”, afir- ma Chequer. 4. Busque a neutralidade A melhor estratégia para evitar isso é apostar em posturas e gestos neutros. “O que você busca em termos gestuais deve sempre visar à neutralidade e à complementariedade”, afirma Adas. Ou seja, a maneira como você usa as mãos ou desloca o seu corpo não pode interferir na história que está contando – antes, deve reforçá-la. Manter as mãos ao lado do corpo, por exemplo, cumpre essa função. Fazer gestos abertos, por sua vez, mostra au- sência de proteção e confiança. “A cone- xão com a audiência é mais forte se seu gesto é natural”, diz Chequer. 5. Seja coerente Neste ponto, a coerência entre o que se diz e como se age é fundamental. “Falar uma coisa e fazer outra cara compro- mete a credibilidade”, diz o especialis- ta. Agora, como conciliar conteúdo e expressão quando se está nervoso e o sorriso ou sobrancelhas arqueadas pa- recem ter vida própria? A solução, de acordo com os especialistas, é treino. Por isso, não subestime a importância do preparo antes da apresentação. 6. Fuja dos gestos vilões Batucar dedos na mesa, enrolar o cabelo ou apontar o dedo para a plateia pode atrapalhar sua plateia. Primeiro porque tais gestos distraem. Segundo, podem incomodar ou trazer insumos para pre- julgamentos da plateia. Na dúvida, es- colha gestos neutros e conscientes. “Muita gente odeia que aponte o dedo para elas. Ao fazer isso, você quebra a empatia”, diz Chequer. 7. Em pé ou sentado? “Quando você está de pé tem o corpo in- teiro para lidar, tem mais mobilidade no palco, a interação fica mais rica”, descre- ve o especialista. Sentado, ao contrário, o grau de liberdade é menor. “Você fica mais preso e tem menos recursos para complementar sua história”. Quando o grupo é pequeno, contudo, muitas vezes, não faz sentido ficar em pé. Aí, a dica é aguçar os sentidos para per- ceber qual postura é mais adequada para cada reunião. ABRANTES, Talita. 7 dicas de linguagem corporal para apresentações. Exame. 13 set. 2016. Disponível em: <https://coc.pear.sn/1NDkwEd>. Acesso em: maio 2020. TED talks: as palestras do momento TED talks são palestras em que líderes mundiais, pen- sadores e pessoas influentes tratam de um assunto espe- cífico em um espaço de tem- po de até 18 minutos, com o objetivo de difundir ideias. Inicialmente, os temas des- sas apresentações estavam voltados a Tecnologia, En- tretenimento e Design (por isso o nome TED). No entan- to, posteriormente, houve uma expansão para outros temas, como ciência, cultura e política. Assista a um TED talk no site <coc.pear.sn/32g5hIe> sobre “Como falar de forma com que as pessoas quei- ram ouvir”. O palestrante Julian Treasure explica o que são os diversos elemen- tos paralinguísticos usados na oralidade. EXPLORE MAIS 15 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para apli- car os exercícios 1 e 2 da seção “Para conferir”, referentes aos módulos 169 e 170. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 15 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C SINONÍMIA, ANTONÍMIA, ANTONOMÁSIA Conhecer o significado das palavras é importante para que a comunica- ção possa ocorrer de modo adequado, evitando-se mal-entendidos. Além de possibilitar melhor compreensão do texto, a ampliação do vocabulário contribui para aprimorar a escrita quando se exploram as diferentes pos- sibilidades de sentido. O conhecimento de palavras de significados semelhantes pode, por exemplo, ajudar a evitar que o texto seja repetitivo. Saber a diferença entre palavras de significados opostos pode fazer o texto se tornar mais expres- sivo, por meio do contraste entre essas palavras. Quando duas ou mais palavras apresentam significados semelhantes, tem-se uma relação de sinonímia. Inversamente a isso, quando duas ou mais palavras têm significadosopostos, há uma relação de antonímia. Observe como essas relações de sentido são empregadas na tirinha do Horo, representada a seguir. Módulo 171 FA B IO C O A LA CA P ÍT U LO 2 9 16 Neste módulo, será estudada a re- lação semântica entre as palavras: a sinonímia e a antonímia. Além disso, será apresentada a antonomásia, uma fi gura de linguagem que também tem relação com o signifi cado das palavras. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 16 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C No primeiro quadrinho, a montanha expressa seus sentimentos a Horo por meio de palavras antônimas. Ela sente-se frágil, enquanto outros pare- cem fortes. O par de adjetivos “frágil”/ “forte” constitui uma relação de an- tonímia, pois são palavras de significados opostos. No terceiro quadrinho, Horo retoma a ideia de “fortes” com o uso de um sinônimo, que é “poderosos”. Além disso, “medo” pode ter “segurança” como antônimo, o que também remete à fala da montanha sobre os indivíduos que parecem “seguros”. O substantivo “fraqueza” também pertence ao campo de sentido do adjetivo “frágil”; na forma adjetiva, seu sinônimo seria “fraco”. Uma figura de linguagem que trata das relações de sentido entre as pa- lavras é a antonomásia. Ela ocorre quando se substitui um nome próprio por um nome comum (em geral, uma expressão que caracteriza esse ser) ou vice-versa. Nesse sentido, é como se houvesse uma relação de sinonímia, já que o nome próprio e seu substituto são equivalentes. Na linguagem colo- quial, é comum que ela seja empregada em forma de apelidos. Veja, a seguir, um exemplo de antonomásia. O Rei do futebol jogou no Peixe durante quase toda a carreira. Ele se achava o dom Juan da turma. Nessa frase, ocorrem duas substituições. Em primeiro lugar, empregou-se “Rei do futebol” para designar o jogador Edson Arantes do Nascimento, po- pularmente conhecido também por seu apelido: Pelé. Além disso, empre- gou-se o apelido “Peixe” em vez do nome próprio do time “Santos Futebol Clube”. Veja um exemplo de quando ocorre o processo inverso na antonomásia, ou seja, quando se substitui um nome comum por um nome próprio. Nessa frase, empregou-se “dom Juan” no lugar de “conquistador”. Essa re- ferência vem de uma famosa personagem da literatura espanhola, descrita como um sedutor. A antonomásia ocorre frequentemente com nomes de cidades. Por exemplo, substituem-se Paris por Cidade Luz, São Paulo por Terra da Garoa e Roma por Cidade Eterna. GRUPO TEMÁTICO Diversidade linguística A diversidade da língua permi- te que falemos a mesma coisa de diferentes maneiras. Em- bora seja possível encontrar as diversas acepções de uma palavra no dicionário, às vezes, o significado dela só pode ser compreendido pelo contexto. Isso significa que as relações de sentido entre certas pala- vras nem sempre estarão evi- dentes. Por exemplo, uma gíria tem significado específico para um grupo de falantes que faz uso dela, portanto pode haver equívocos quando alguém de fora desse grupo busca um si- nônimo para ela. N IK A D A /I ST O CK 17 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para apli- car os exercícios 3 e 4 da seção “Para conferir”, referentes ao módulo 171. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 17 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 172, 173 e 174 ANÁLISE E PRODUÇÃO DE CRÔNICAS ESPORTIVAS A paixão pelo esporte, muitas vezes, vai além das quatro linhas do campo ou da quadra esportiva. Ela motiva comentários, descrições e análises em textos escritos por especialistas e lidos pelos fãs do esporte. Trata-se da crônica esportiva, que apresenta características da crônica comum, porém tem o esporte como assunto principal. A palavra “crônica” vem do grego krónos, que significa tempo, o que se relaciona com sua origem, que era, basicamente, abordar acontecimentos históricos. No Brasil, foi durante o século XIX, com a expansão do jornal im- presso, que a crônica tornou-se um gênero do meio jornalístico, retratando aspectos do cotidiano. Inicialmente, era um texto de vida curta, afinal, ao ser publicada em revistas e em jornais, era lida e depois esquecida. No en- tanto, o grande valor de algumas crônicas, como o tratamento de temas atemporais, transformou-as em um importante gênero literário. Sempre buscando fazer uma reflexão, ainda que de modo sutil, a crônica mostra a beleza ou a singularidade presente em um simples momento do dia a dia. Pode ser bem-humorada, filosófica ou poética, constituindo-se em um gênero bastante flexível. Embora se baseie em algo real do cotidia- no, esse tipo de texto também pode apresentar fatos e personagens fictí- cios, principalmente quando se enfatiza algum acontecimento de caráter narrativo. Além disso, é comum que seja empregada linguagem informal, por ser adequada às situações do dia a dia. No caso de crônica esportiva, o vocabulário costuma ser composto de termos específicos do esporte abor- dado, o que requer do leitor algum conhecimento prévio para a compreen- são total do texto. Leia, a seguir, uma crônica esportiva do escritor José Roberto Torero. O dia em que eu voei Não, não há coisa melhor do que voar, atirado pelo pai, depois de uma grande vitória Por estes dias perguntei a mim mesmo: “Qual meu momento mais feliz no futebol?” E eu me respondi: “Ora, você sabe qual foi”. “Então por que nunca escreveu sobre ele?” “Porque é muito piegas.” “E daí?” “E daí que a pieguice é literariamente reprovável e eu tenho um nome a zelar.” “Seu nome parece mais um apelido, é quase uma piada.” “Você entendeu. Eu quis dizer que tenho uma certa reputação a manter.” “Tinha. Ela já foi pelo esgoto há muito tempo. Desembuche.” “Está bem, vou falar sobre o campeonato de 2002 do Santos.” “Ei, não vale mentir.” “Tem razão, meu momento mais feliz foi naquele 5 a 2 sobre o Fluminense em 1995.” “Aquilo foi bom, mas eu sei que há um momento melhor. Eu te conheço como se fosse eu.” NOTA José Roberto Toreto (1963-) José Roberto Torero nasceu em 9 de outubro de 1963 em San- tos. Formou-se em Jornalismo e em Letras na Universidade de São Paulo. Foi vencedor do Prêmio Jabuti de 1995 com seu romance O chalaça. Além de ser escritor de crônicas e de livros, é roteirista. ED U G A R CI /E ST A D ÃO C O N TE Ú D O CA P ÍT U LO 2 9 18 Neste conjunto de três módulos, será apresentada a crônica esportiva, bas- tante popular no Brasil na área fute- bolística. Por meio da leitura desse gênero, os alunos poderão analisar seus principais elementos e, com isso, espera-se que possam produzir sua própria crônica. Verifi car se os alunos têm alguma dú- vida em relação ao texto. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 18 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Nesse texto, Torero escreve sobre futebol, tema mais frequente em se tra- tando de crônica esportiva no Brasil. Antes de chegar a seu momento mais feliz nesse esporte, ele menciona dois momentos que o marcaram que têm relação com o time do Santos: o campeonato brasileiro de 2002 em que foi campeão e o jogo contra o Fluminense de 1995, em que o Santos ganhou de 5 a 2 no jogo de volta da semifinal do campeonato brasileiro, após ter perdido de 4 a 1 no jogo de ida. Apesar de esses jogos serem mais recen- tes, e, portanto, devessem estar mais frescas em sua memória, o momento mais feliz de que se lembra é muito mais antigo: tem relação com a Copa do Mundo de futebol de 1970. Nessa copa, que ocorreu no México, o Brasil conquistou seu terceiro título mundial, após vencer a Itália por 4 a 1 no jogo da final. O momento mais feliz do cronista foi quando seu pai atirou-o para cima em comemoração ao título do Brasil. Observe que a felicidade do cronista não vem da vitória em si, mas da consequência dela, com o voo proporcionado pelopai. “Você acha mesmo que eu devo contar?” “Claro.” Então tomei coragem e comecei a narrar meu momento mais feliz no futebol, que é também o primeiro do qual me lembro. Aconteceu no último jogo da Copa de 1970. Eu tinha seis anos e estava na sala de casa. Havia muita gente, e o único lugar que sobrara era no colo do meu pai. Já estava 4 a 1 e o clima era de total ale- gria. Mas então, quando o juiz apitou o final do jogo, é que vivi meu momento mais feliz no futebol. É que meu pai atirou-me para cima. Ele era um mineiro um tanto contido, e não lembro de ele ter feito isso antes ou depois. Mas, naquele segundo, lá estava eu, flutuando no ar. Foi uma felicidade imensa. Por um instante era como se eu estivesse voando, observando todos lá de cima. Mas o melhor é que, após meu voo, meu pai me apanhou de volta. Foi um frio na barriga, uma sensação de liberdade e depois, segurança. Tudo junto. Não, não há coisa melhor do que voar, atirado pelo pai, depois de uma grande vitória. Aquele voo durou apenas décimos de segundo, mas me lembro dele até hoje, quando meu pai já se foi e meu peso só me permite ser atirado para cima por um canhão de circo. TORERO, José Roberto. “O dia em que eu voei”. Folha de S.Paulo. Disponível em: <https://coc.pear.sn/utwDcmt>. Acesso em: maio 2020. Piegas: que é exagerada- mente sentimental. VOCABULÁRIO Copa do Mundo de futebol de 1970 Saiba mais sobre como foi a Copa do Mundo de futebol de 1970 no site <coc.pear. sn/JwQIlFc>. EXPLORE MAIS No Brasil, grande parte das crônicas esportivas aborda o futebol, um dos esportes mais populares do país. N AT EE 12 7/ IS TO CK 19 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para aplicar o exercício 5 da seção “Para conferir”, referente aos módulos 172, 173 e 174. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 19 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ORGANIZAR, ESCREVER E APRESENTAR Módulos 169 e 170 | Apresentação oral Releia o texto “7 dicas de linguagem corporal para apresentações” para responder às questões de 1 a 4. 1. Por que é importante que o orador estabeleça contato visual com seu público? 2. Deve-se colocar, na apresentação de slides, todo o conteúdo que o orador vai expor? Explique. 3. De acordo com o texto, em uma apresentação oral, gestos neutros a. devem ser evitados pelo orador. b. podem gerar mensagens ambíguas. c. aproximam o orador do público. d. devem ser alternados com gestos exagerados. e. mostram o desinteresse do orador. 4. O orador deve ficar sempre de pé em sua apresentação? Por quê? 5. Junto à turma, escolha um vídeo de uma apresentação oral (pode ser aula expositiva, palestra, se- minário etc.) para que você possa analisá-la, preenchendo a tabela a seguir. Colaborativo Exercícios de aplicação SIM NÃO Houve uso de ferramentas audiovisuais? Caso tenha empregado slides, eles foram de fácil compreensão? O expositor tentou manter sempre contato visual com o espectador (por exemplo, sem ficar de costas para ele)? A maioria das expressões faciais e dos gestos do expositor foi neutra? O expositor manteve postura ereta? A linguagem não verbal da apresentação esteve coerente com a linguagem verbal? CAPÍTULO 29 CA P ÍT U LO 2 9 20 É importante, porque o contato visual permite que o orador estabeleça conexão com seu público, o que gera empatia. Esta, por sua vez, confere credibilidade ao palestrante. Não, não se deve colocar todo o conteúdo na apresentação de slides. Estes devem auxiliar o orador, e não ser o principal objeto de sua exposição. Assim, o orador deve mostrar o conteúdo mais importante oralmente, de modo que os slides não fi quem cheios de informações, o que pode distrair o público. Embora haja menos liberdade de expressão corporal quando se está sentado, fi car de pé não é obrigatório em todas as apresentações. De acordo com o texto, em apresentações para um grupo pequeno, pode ser estranho fi car de pé; no entanto, é importante que o próprio orador perceba a melhor posição para os diferentes tipos de contexto. 3. De acordo com o texto, gestos neutros passam uma imagem mais favorável do orador, o que gera empatia com o público, aproximan- do as duas partes durante a apresentação. A alternativa a está incorreta, porque o orador deve preferir os ges- tos neutros. A alternativa b está incorreta, porque, em geral, gestos neutros evi- tam mensagens ambíguas, já que são mais difíceis de estar em contradição com o que o orador fala. A alterna- tiva d está incorreta, porque gestos exagerados devem ser evitados. A alternativa e está incorreta, porque ges- tos neutros tendem a mos- trar uma imagem positiva do orador, o que não inclui seu desinteresse. A apresentação oral pode ser uma TED talk, como a sugerida no boxe “Explore mais”, ou uma aula disponível em canais do Youtube, como este: <https://coc.pear.sn/El25MoJ>. Acesso em: jun. 2020. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 20 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos 6. Observe as duas imagens a seguir e indique qual delas seria a mais adequada como fundo para os slides de uma apresentação oral. Explique o motivo de sua escolha. a. b. 7. Observe as expressões faciais e os gestos do homem na imagem a seguir. Caso o expositor tivesse essa postura após ter feito uma afirmação na apresentação oral dele, você acha que ele daria maior ou menor credibilidade ao que disse? Explique. PA M EL A _D _M CA D A M S/ IS TO CK O LG A TU PI KI N A /I ST O CK KE M TE R /I ST O CK LÍ N G U A P O R TU G U ES A 21 A imagem mais adequada para o fundo de slides seria a “a”. Para facilitar a visualização do conteúdo em slides, é melhor que sejam usadas cores neutras, como a da imagem “a”. Além da imagem “b” conter muitas cores fortes, seus ornamentos deixariam os slides visualmente poluídos, o que também atrapalharia a leitura. Ele daria menor credibilidade ao que disse, pois sua expressão facial e seus gestos conferem a impressão de uma pessoa que está em dúvida. Assim, ele não passa segurança sobre o que disse ao público, afetando a credibilidade de seu discurso. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 21 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULO 29 Leia o texto a seguir e responda às questões 8 e 9. Como a linguagem corporal pode ajudar você a ter mais sucesso Duas pessoas aguardam serem chamadas para uma entrevista de emprego. Sentadas no corredor, uma delas tem o queixo baixo, ombros para frente, está de braços cruzados. A segunda pessoa está sentada com a postura ereta, olha para frente, respira fundo. Não houve por enquanto nenhuma comunicação, mas não é preciso ser o recrutador para analisar quem está se mostrando mais confiante. “A nossa postura diz muito sobre a sensação de poder que temos ou não”, defende Amy Cuddy, psicóloga e professora da Universidade de Harvard, durante palestra no HSM, em São Paulo. “Temos de lembrar que nosso corpo e mente estão sempre conversando”. […] Os testes da psicóloga giram em torno da constatação de que quando nós nos sentimos poderosos e con- fiantes, expandimos nosso corpo – e vice-versa. Uma postura aberta e um andar firme, de cabeça erguida, ajudam, sim, a ganhar confiança. É por essa razão que um ginasta, por exemplo, finaliza a prova erguendo firme os braços para frente – demonstrando confiança pelo que realizou. Vale lembrar também que o gesto mundial da vitória é levantar os braços. “As culturas e os esportes variam, mas não importa se é homem ou mulher, todo atleta comemora levantando os braços para cima e balançando”, diz. O comportamento de expansão como reflexo de confiança é algo que todos os animais também praticam. “Pense no pavão, inflando o peito, abrindo plumas, para mostrar poder e dominância, visando atrair a fêmea”, diz.[…] BIGARELLI, Barbara. Como a linguagem corporal pode ajudar você a ter mais sucesso. Época. 13 nov. 2017. Disponível em: <https://coc.pear.sn/lxgaXBf>. Acesso em: maio 2020. 8. Além de ser um gesto de vitória, levantar os braços é um sinal de a. cansaço. b. fraqueza. c. vulnerabilidade. d. esperteza. e. segurança. 9. Considerando as informações do texto, qual dos dois candidatos à entrevista de emprego seria o mais confiante? Por quê? Módulo 171 | Sinonímia, antonímia e antonomásia Leia a tirinha a seguir e responda às questões de 1 e 3. Exercícios de aplicação N IQ U EL N A U SE A CA P ÍT U LO 2 9 22 8. De acordo com o texto, uma postura expansiva, como levantar os braços, demonstra confiança, por- tanto, é um sinal de segu- rança. As alternativas a, b e c são características que estão mais relacionadas à fragili- dade; enquanto a alternativa d aborda um tópico que não é tratado no texto. O mais confi ante seria o candidato que está sentado com a postura ereta, olhando para frente, pois ele tem uma postura aberta, que é sinal de confi ança, diferentemente do candidato com queixo baixo, ombros para frente e de braços cruzados, que apresenta postura retraída. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 22 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos Azeite de oliva e óleo de linhaça: uma dupla imbatível Rico em gorduras do bem, eles combatem a obesidade, dão um chega pra lá no diabete e ainda livram o coração de entraves Ninguém precisa esquentar a cabeça caso não seja possível usar os dois óleos junti- nhos, no mesmo dia. Individualmente, o duo também “bate um bolão”. Segundo um estudo recente do grupo EurOlive, formado por instituições de cinco países europeus, os polifenóis do azeite de oliva ajudam a frear a oxidação do colesterol LDL, considera- do perigoso. Quando isso ocorre, reduz-se o risco de placas de gordura na parede dos vasos, a temida aterosclerose – doença por trás de encrencas como o infarto. MANARINI, T. Saúde é vital, n. 347, fev. 2012. Adaptado. Maior ícone da Cidade Maravilhosa, Cristo Redentor completa 88 anos O maior ícone da Cidade Maravilhosa completou 88 anos, nesse sábado (12), com uma programação para os turistas, mas também para os pequenos cariocas, já que o aniver- sário do Cristo Redentor coincide com o dia das crianças. [...] FREITE, Tâmara. Maior ícone da Cidade Maravilhosa, Cristo Redentor completa 88 anos. EBC. Disponível em: <https://coc.pear.sn/tnetSny>. Acesso em: maio 2020. 1. Quais são as palavras antônimas empregadas na tirinha? 2. Uma expressão que poderia ser sinônima de “por dentro” é por fora. externamente. internamente. 3. Qual relação pode ser estabelecida entre essa tirinha e a tirinha do Horo? 4. Enem Para divulgar conhecimento de natureza científica para um público não especializado, Manarini recorre à associação entre os vocabulários formal e informal. Altera-se o grau de formalidade do segmento no texto, sem prejudicar o sentido da informação, com a substituição de a. “dá um chega pra lá no diabete” por “manda embora o diabete”. b. “esquentar a cabeça” por “quebrar a cabeça”. c. “bate um bolão” por “é um show”. d. “juntinhos” por “misturadinhos”. e. “por trás de encrencas” por “causadora de problemas”. 5. Identifique a antonomásia no texto a seguir, indicando quais substituições são feitas entre os termos. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 23 4. Na substituição de “por trás de encrencas” por “causadora de problemas”, mantém-se o sentido da informação, mas altera-se a formalidade, uma vez que a primeira expressão é in- formal e a segunda, formal. Nas demais alternativas, as substituições sugeridas mantêm o sentido original, porém não alteram o grau de formalidade. A antonomásia é “Cidade Maravilhosa”, que substitui “Rio de Janeiro”. Ambas as tirinhas tratam da questão da essência versus aparência, apontando que a essência (o “ser”, em Horo, e o que “é por dentro” em Gonsales) é o mais importante. No entanto, na tirinha de Gonsales, há uma brincadeira com a essência, pois, no caso do cofrinho, a essência é dinheiro, ou seja, algo material. São antônimas “feio” e “bonito”. X Caso haja questionamen- to sobre a expressão “pe- quenos cariocas”, explicar que segundo o Dicionário Houaiss (2001) o verbete an- tonomásia é: “variedade de metonímia que consiste em substituir um nome de ob- jeto, entidade, pessoa etc., por outra denominação, que pode ser um nome comum (ou uma perífrase), um gen- tílico, um adjetivo etc., que seja sugestivo, explicativo, laudatório, eufêmico, irônico ou pejorativo e que caracte- rize uma qualidade universal ou conhecida do possuidor.” Dessa forma, “pequenos cariocas” também seria an- tonomásia. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 23 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 6. Enem O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos muito próximos. Essa diferença é apresentada considerando-se a(s) a. alternâncias na sonoridade. b. adequação às situações de uso. c. marcação flexional das palavras. d. grafia na norma-padrão da língua. e. categorias gramaticais das palavras. Módulos 172, 173 e 174 | Análise e produção de crônicas esportivas Nuances Euforia: alegria barulhenta. Felicidade: alegria silenciosa. Gravar: quando o ator é de televisão. Filmar: quando ele quer deixar claro que não é de televisão. Grávida: em qualquer ocasião. Gestante: em filas e assentos preferenciais. Guardar: na gaveta. Salvar: no computador. Salvaguardar: no Exército. Menta: no sorvete, na bala ou no xarope. Hortelã: na horta ou no suco de abacaxi. Peça: quando você vai assistir. Espetáculo: quando você está em cartaz com ele. DUVIVIER, G. Folha de S.Paulo, 24 mar. 2014. Adaptado. Exercícios de aplicação Releia a crônica “O dia em que eu voei” e responda às questões de 1 a 8. 1. No texto, existe um diálogo, isto é, uma conversa entre duas pessoas. Com quem o cronista conversa? 2. É possível inferir que o cronista torce para qual time brasileiro de futebol? Explique. 3. Por que o cronista não queria escrever sobre o momento mais feliz dele no futebol? 4. Quantos anos o cronista tinha quando vivenciou o momento mais feliz dele no futebol? 5. Em que parte do texto o cronista diz uma expressão que pode ser considerada equivalente a esta “eu tenho um nome a zelar”? CAPÍTULO 29 CA P ÍT U LO 2 9 24 6. O texto apresenta pala- vras que comumente são tidas como sinônimas; no entanto, como pode ser observado, elas são empre- gadas em contextos diferen- tes. A menção de adjuntos adverbiais e da conjunção “quando” ajuda a perceber que a defi nição das palavras foi feita de acordo com as circunstâncias de uso. O cronista conversa consigo mesmo. É possível inferir que ele torce para o Santos, pois cita dois momentos importantes desse time (2002 e 1995), ainda que, no fi nal das contas, não sejam seu momento mais feliz no futebol. Ele não queria escrever sobre isso, porque achava que seria excessivamente sentimental, o que, segundo ele, é “literaria- mente reprovável”. No trecho “tenho uma certa reputação a manter”, pois tanto “ter um nome a zelar” como “ter uma reputação a manter” trazem a ideia de passar uma boa imagem para os outros. Ele tinha seis anos. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 24 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C O exercício da crônica Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se diante de sua máquina, [...] olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera,em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991. 6. Sobre as afirmações a seguir, marque V para as verdadeiras e F para as falsas. I. O cronista assistiu ao jogo da final da Copa de 1970 somente em companhia do pai. II. O pai do cronista era mineiro. III. O Brasil perdeu de 4 a 1 na Copa de 1970. 7. O que o cronista sentiu quando o pai jogou-o para cima e depois apanhou-o de volta? 8. Assim como o cronista, você tem um momento muito feliz relacionado a algum esporte? Qual é a sua lembrança mais antiga de um evento esportivo que viu? 9. Enem Nesse trecho, Vinicius de Moraes exercita a crônica para pensá-la como gênero e prática. Do ponto de vista dele, cabe ao cronista a. criar fatos com a imaginação. b. reproduzir as notícias dos jornais. c. escrever em linguagem coloquial. d. construir personagens verossímeis. e. ressignificar o cotidiano pela escrita. 10. Agora que você viu as principais características de uma crônica esportiva, já tem as ferramentas necessárias para escrever a sua. Como fazer a. Primeiramente, pense sobre qual esporte você gostaria de falar em seu texto. Pode ser um espor- te a que goste de assistir ou praticar. b. Com o esporte escolhido, você deve desenvolver seu texto em torno de um acontecimento rela- cionado a ele. Por exemplo: a primeira vez que você assistiu a um jogo no estádio, o feito de um atleta que admira, uma grande vitória ou derrota de seu time de escola etc. Narre o acontecimen- to e faça uma reflexão sobre ele, que pode ser bem-humorada ou não ou até mesmo poética. c. Utilize a folha de produção de texto disponível no final do livro para escrever sua crônica. pág. 207Redação LÍ N G U A P O R TU G U ES A 25 9. Ao dizer que o cronis- ta precisa “injetar sangue novo” a um fato que vê da janela ou na notícia, Vinicius de Moraes está tratando da necessidade de o escritor olhar de modo diferente para um acontecimento que poderia ser banal no dia a dia das pessoas. 6. I. Havia várias pessoas assistindo ao jogo com o cronista, por isso não havia onde ele se sentar e acabou fi cando no colo do pai. III. O Brasil ganhou de 4 a 1. Ele teve uma sensação de liberdade quando estava no ar (como se estivesse voando) e, depois, sentiu segurança quando o pai pegou-o de volta. Resposta pessoal. F V F CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 25 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Leia a crônica a seguir e responda às questões de 11 a 16. Exercícios propostos Herói na curva da memória: uma crônica da despedida de Senna Dia 1o de maio de 1994. O relógio marcava 9h40. Manhã de domin- go, Fórmula 1. Em dia de corrida, meu irmão Julio e eu acelerávamos. Sem queimar a largada, ainda de pijama, nós saíamos correndo do quarto e disputávamos a pole-position – o melhor lugar em frente à tevê. Usava e abusava das meias, para fazer a curva entre a porta e a estante, para seguir em direção ao sofá. Era paixão antiga. Quase uma tradição, ini- ciada nos tempos do jardim de infância, na escola Vidinha em Grupo. A brincadeira, em 1985 e 1986, era correr por aí rolando com um pneu pelo pátio da escola, imaginando que estávamos em uma Lotus preta e dourada. Todos queríamos ser Ayrton Senna da Sil- va – à época ainda um jovem e promissor piloto, sem nenhum título mundial. O primeiro caneco veio em 1988, no GP de Suzuka, no Japão. Meu irmão e eu driblamos a vigilância materna e assistimos à prova, de ponta a ponta, de madrugada. No fim, nos abraçamos. Foi uma festa só! Senna era nos- so herói. Julio e eu sonhávamos ter aquele boné azul ou o macacão vermelho. Sinceramente, não sei qual de nós dois conseguiu a pole naquela manhã de maio de 1994. Mas não importa. Logo nos posicio- namos no grid. Luz vermelha. Luz verde. Foi dada a largada no GP de Ímola. Senna ti- nha iniciado muito mal o campeonato, aban- donando as primeiras provas. Só a vitória in- teressava. E ela parecia encaminhada. Senna estava na ponta. Na sétima volta, quando a Williams entrou na curva a 320 km/h, o carro tornou-se incontrolável e foi reto, chocando- -se violentamente a 216 km/h. “Senna bateu forte”, narrou Galvão Bueno. Em casa, a primeira reação foi frustração, porque ele não marcaria pontos de novo. Jamais imaginaria a gravidade do acidente. Afinal, Senna era um herói. O meu herói. Ele parecia imortal. Mas logo ficou claro que o caso era grave. Senna havia sido levado ao hospital Maggiore, em Bolonha. Muita coisa se per- deu aqui, na minha memória, que completa 26 anos em 1o de maio. Me lembro, porém, que me refugiava em meu quarto depois de ouvir os boletins do plantão da Globo. Lá, fazia uma oração. Por volta de 13h40, a esperança deu lugar à tristeza devastadora. Ayrton Senna da Silva estava morto, aos 34 anos. Por muito tempo, após a tragédia, tinha na carteira uma foto do campeão. Era uma tentativa, sufocada e silenciosa, de tentar manter viva a imagem do herói. A manhã do dia 1o de maio de 1994 foi meu rito de passagem. Ali, ao entender que até mesmo heróis são sujeitos às curvas trai- çoeiras da vida, deixei de ser criança. Parte do menino que eu fui também se perdeu na- quele domingo. Na curva Tamburello. CODAZZI, Guilhermo. Herói na curva da memória: uma crônica da despedida de Senna. O vale. 25 abr. 2020. Disponível em: <https://coc.pear.sn/pJpwuk4>. Acesso em: maio 2020. VOCABULÁRIO Grid: colocação de lar- gada dos carros. Pole-position: primei- ra colocação na largada de uma corrida. 11. O que aconteceu em 1o de maio de 1994, dia relembrado pelo cronista? 12. No quarto parágrafo, as ações do cronista e de seu irmão eram uma brincadeira que imitava o quê? CAPÍTULO 29 CA P ÍT U LO 2 9 26 Aconteceu o acidente fatal de Ayrton Senna. Imitava uma corrida de Fórmula 1, em que os dois agiam como se fossem pilotos de carro, ao tentarem pegar o melhor lugar em frente à TV. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 26 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 13. Em crônicas esportivas, é comum fazer uso de termos específicos do esporte. A seguir, foram trans- critos alguns trechos da crônica sobre Senna. Marque as alternativas que contêm termos típicos do automobilismo. “[...] disputávamos a pole-position.” “Usava e abusava das meias.” “Foi uma festa só!” “Logo nos posicionamos no grid.” 14. Ayrton Senna conquistou seu primeiro título na Fórmula 1 em 1985. 1986. 1988. 1994. 15. O que fazia o cronista, quando menino, pensar que nada de grave ocorreria a Senna? 16. Essa crônica de Codazzi e a crônica de Torero discorrem sobre lembranças pessoais relacionadas a fatos históricos esportivos. No entanto, elas despertam emoções diferentes. Explique essa diferença. 17. Enem Futebol de rua Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de rua qual- quer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Mara- canã em jogo noturno. Se você é brasileiro e criado em cidade, sabe do que eu estou falando. Futebol de rua é tão humilde que chama pelada de senhora. Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam mais ou menos assim: DO CAMPO – O campo pode ser só até o fio da calça- da, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e – nos clássicos – o quarteirão inteiro. O mais comum é jogar-se só no meio da rua. DA DURAÇÃO DO JOGO – Até a mãe chamar ou escure- cer, o que vier primeiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia. DA FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada equipe varia, de um a setenta para cada lado. DO JUIZ – Não tem juiz. DO INTERVALO PARA DESCANSO – Você deve estar brincando. VERISSIMO, L.F. In: Para gostar de ler: crônicas 6. ed. São Paulo: Ática, 2002. Fragmento. Nesse trecho de crônica, o autor estabelece a seguinte relação entre o futebol de rua e o futebol oficial: a. As regras do futebol de rua descaracterizam o futebol de campo, uma vez que entre as duas práticas não há similaridades. b. As condições materiais do futebol de rua impedem o envolvimento das pessoas e o caráter pra- zeroso desta prática. c. O futebol de rua expressa a possibilidade de autoria das pessoas para a prática de esporte e de lazer. d. O futebol de rua é necessariamente um futebol de menor valor e importância em relação ao futebol oficial. e. A ausência de regras formalizadas no futebol de rua faz o jogo ser desonesto em comparação com o futebol oficial. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 27 Pode-se dizer que as crônicas despertam emoções que são opostas. A crônica de Torero relembra momentos esportivos que o deixaram feliz, em especial seu “voo” após a vitória do Brasil na Copa de 1970. Já a crônica de Codazzi relembra um momento esportivo que o deixou triste, ao fazê-lo perder seu herói. Ele pensava isso porque Senna era seu herói e, para o menino de então, heróis eram imortais. 17. Uma vez que as regras no futebol de rua, quando existem, são flexíveis, isso permite que os participantes da partida tenham possibili- dade de defi nir como será o jogo. Com exceção da alter- nativa c, as alternativas con- ferem um caráter negativo ao futebol de rua, o que não está presente na crônica. X X X CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 27 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 169 e 170 Módulos 172, 173 e 174 Módulo 171 1. Em uma apresentação oral, o tipo textual predominante é o narrativo. descritivo. instrucional. expositivo. 2. Assinale V para verdadeiro e F para falso, a respeito das afirmações sobre o gênero apresentação oral. Caso se faça uso de slides, estes devem conter o maior número possível de informações. A linguagem corporal, como gestos e expressões faciais, produz sentido tanto quanto a lin- guagem verbal. Uma postura ereta do expositor sugere autoconfiança. 3. Preencha as lacunas do texto a seguir. Quando duas ou mais palavras apresentam significados semelhantes, há uma relação de entre elas. No entanto, quando têm significados opostos, é estabelecida uma relação de . 4. Na seguinte frase “A Terra da Garoa recebeu, historicamente, diversos imigrantes, como os italianos, os japoneses e os libaneses.”, identifica-se a antonomásia, pois empregou-se “Terra da Garoa” em lugar de Rio de Janeiro. Paris. São Paulo. Roma. 5. Sobre a crônica esportiva, é correto afirmar que faz uso de termos específicos do esporte. os cronistas brasileiros raramente tratam do futebol. pode apresentar fatos e personagens fictícios. CA P ÍT U LO 2 9 28 X F V V sinonímia antonímia X X X CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 28 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Linguagem não verbal Elementos cinésicos Crônica esportiva Linguagem verbal Texto escrito Apresentação oral ORGANIZAR, ESCREVER E APRESEN TAR Linguagem corporal LÍ N G U A P O R TU G U ES A 29 CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 29 13/07/2020 14:24 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULOCAPÍTULO 30 PERGUNTAR PARA SABER LÍ N G U A P O R TU G U ES A 30 CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 30 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 175 e 176 TRANSCRIÇÃO DE ENTREVISTA A entrevista é basicamente um gênero oral que está presente em nosso dia a dia por diversos meios de comuni- cação. Assim, podemos assistir a entrevis- tas na televisão ou ouvi-las em rádios, em podcasts etc. No entanto, também lemos en- trevistas em revistas e em jornais impressos ou on-line. Geralmente, isso é possível por- que houve a transcrição dela, ou seja, suas informações orais foram convertidas em in- formações escritas. LI G H TF IE LD ST U D IO S/ IS TO CK LÍ N G U A P O R TU G U ES A 31 Neste capítulo, será abordado um tópico relacionado ao campo jorna- lístico/midiático e ao das práticas de estudo e pesquisa: a transcrição de entrevista. Assim, será trabalhada a relação da oralidade com a escrita. Além disso, haverá ênfase na parte gramatical da língua, com o estu- do do emprego de pronomes e da ortografi a de certas palavras, que, por apresentarem pronúncia seme- lhante, podem causar confusão no momento da escrita. A entrevista é um gênero que os alunos já estuda- ram em anos anteriores, portanto serão retomadas somente algumas de suas características gerais, im- portantes para tratar do assunto transcrição de en- trevista. Neste conjunto de módulos, é importante que o aluno possa perceber as diferenças linguísticas en- tre a oralidade e a escrita. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 31 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Para transcrever fielmente o que foi falado, é necessário escutar o áudio da entrevista atentamente, mais de uma vez. No caso de entrevista de vídeo, é possível tratar também da linguagem corporal dos participantes. A quanti- dade de detalhes que é colocada no material escrito depende da finalidade dele. Ainda que toda entrevista seja um texto informativo, o conhecimento que se deseja adquirir dela pode variar, por isso sempre se faz um recorte, podendo haver uma transcrição original e uma editada. Quando se trata do campo de pesquisa, às vezes, há entrevistas em que marcas de oralidade podem estar presentes ou não, por exemplo, em uma pesquisa sobre os diferentes falares do Brasil. O registro das marcas de oralidade será justamente o objeto de estudo. Neste caso, é importante que sejam transcritas as marcas de oralidade do discurso. No campo jornalísti- co, contudo, o que se deseja, normalmente, é transmitir o conteúdo da res- posta, de modo claro, para o leitor que não ouviu o áudio. Assim, é comum que a transcrição não apresente marcas de oralidade, podendo haver a correção de possíveis desvios gramaticais cometidos durante a entrevista. Leia, a seguir, a versão escrita de uma entrevista oral e observe algumas marcas de oralidade. Br asileira explica tratado global de oceanos e expedição internacional que chegará aos corais da Amazônia Uma campanha da organização ambiental Greenpeace em prol de oceanos é representada pela brasileira Julia Zanolli na conferência intergovernamental que negocia o tratado global de oceanos. Neste Destaque ONU News, a entrevistada fala sobre a iniciativa em que participa o ator espanhol Javier Bardem, que falou aos Estados-membros da ONU em paralelo à conferência, e uma expedição inter- nacional que chegará aos corais da Amazônia. Até 30% dos oceanos do mundo podem ser protegi- dos até 2030. Para sabermos em que questões, está aqui a representante da ONG ambiental, da grande organização ambiental Greenpeace, Julia Zanolli. É um prazer ter você aqui. Bom, está aqui há semanas, acompanhando a negociação deste possível tratado global sobre os oceanos. Será a primeira vez, essa é a terceira de quatro rodadas de conversas. Você pode nos explicar sobre exatamente o que está se falando aqui nas Nações Unidas? Claro. O que está sendo discutido aqui é um Tratado Glo- bal de Oceanos, que poderia proteger até 30% dos mares até 2030. Hoje, não existe um instrumento para proteger as águas que estão além dos limites das fronteiras dos países. Então o que a gente espera dessas negociações é que as lideranças mundiais aprovem um Tratado Global de Oceanos forte que seja capaz de criar áreas marinhas protegidas ou santuários marinhos onde os animais pos- sam se recuperar e onde a gente possater áreas que são livres de atividades humanas prejudiciais. E a gente preci- sa de um tratado global forte que nos permita fazer isso. Reunir 193 países e vocês, como uma das maiores organizações ambientais, portanto, é um assunto que leva muito debate, muita conversa. Nós conhecemos alguns dos desafios dos oceanos: são os plásticos, a questão dos desperdícios, a questão dos navios, ma s o que é que individualmente cada um de nós pode fazer para chegar até lá? Eu acho que, em primeiro lugar, nós precisamos repen- sar nossa relação com o planeta. Eu acho que esse modelo de consumo que a gente vive hoje ele não é sustentável e estamos fazendo com que o planeta chegue ao limite. A questão dos plásticos naturalmente é muito importante, mas acho que nesse momento o que a gente pede para as pessoas é que pressionem seus governos para que se comprometam com a proteção do meio ambiente e, espe- cificamente, dos oceanos, porque a gente sabe que muitas vezes, quando os representantes, os delegados que estão aqui na ONU durante essas negociações sabem que quan- do eles voltarem para casa, eles vão ter que lidar com uma pressão das pessoas pedindo pela proteção dos oceanos a gente sabe que isso faz muita diferença. Então a gente tem uma petição disponível para quem quiser assinar e cobrar os seus governos para que protejam seus oceanos. Mas é muito importante que os governantes saibam que as pessoas querem ver os mares protegidos. […] Brasileira explica tratado global de oceanos e expedição internacional que chegará aos corais da Amazônia. ONU News. 28 ago. 2019. Disponível em: <https://coc.pear.sn/p6zbvCK>. Acesso em: maio 2020. Adaptado. CA P ÍT U LO 3 0 32 Para melhor aproveitamento deste conteúdo, recomenda-se que a entre- vista a seguir seja trabalhada junto ao vídeo indicado no boxe “Explore mais”. Destacar para os alunos que o entre- vistador é português, por isso algumas palavras podem ser diferentes, como "rondas" no lugar de "rodadas". Mostrar aos alunos que a coesão nas perguntas dessa entrevista teve comprometimento em razão de muitos traços de oralidade nas palavras e expressões do texto. Esses tópicos em excesso podem difi cultar bastante o entendimento de qualquer texto. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 32 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Ainda que esse texto seja uma versão editada da entrevista oral, foram preservadas marcas de oralidade. Observe que, logo no início da entrevis- ta, o entrevistador faz uso da interjeição “Bom”, que é típica da linguagem oral. Além disso, em sua segunda pergunta, há o emprego da expressão de realce “é que”: […] mas o que é que individualmente cada um de nós pode fazer para chegar até lá? Essa expressão funciona para dar ênfase ao “que” anterior, não havendo alteração de sentido se fosse retirada da frase. Quanto às respostas da entrevistada, também foram mantidas algumas marcas de oralidade, como no trecho apresentado a seguir. Eu acho que esse modelo de consumo que a gente vive hoje ele não é sustentável. Observe que houve a adição do pronome “ele” retomando o sujeito “esse modelo de consumo”. No entanto, na escrita, ele é desnecessário, pois não há uma fragmentação entre o sujeito anterior e o resto da frase. Caso fosse analisada uma transcrição sem edição, haveria ainda mais marcas de oralidade. Veja um exemplo disso em uma transcrição mais fiel da primeira pergunta e resposta da entrevista. Versão oral da entrevista Assista ao vídeo dessa en- trevista em <coc.pear.sn/ knniQB7>. EXPLORE MAIS [...] até 30% dos oceanos de todo o mundo podem ser protegidos até 2030... e… para sabermos em que questões... está aqui a representante da ONG ambiental... da grande organização ambiental Greenpeace... Julia Zanolli... é um prazer ter você aqui... bom... está aqui há semanas... acompanhan- do a negociação deste possível tratado global sobre os oceanos... será a primeira vez... essa é a terceira de quatro rondas de conversações… você pode nos falar exatamente sobre o que é que está se falando aqui nas Nações Unidas? claro… é… o que tá sendo discutido aqui é um Trata- do Global de Oceanos que poderia proteger até 30% é… dos mares até 2030… hoje… é… hmm… não existe um instrumento pra proteger as águas que estão além dos li- mites… das fronteiras dos países né… é… então o que a gente espera dessas negociações é que as lideranças mundiais aprovem um Tratado Global de Oceanos forte que seja capaz é… de criar áreas marinhas protegidas... ou santuários marinhos onde é… os animais possam se recuperar e onde a gente possa ter áreas que são livres de atividades humanas é… prejudiciais… e a gente precisa de um tratado global forte que nos permita fazer isso… As partes em destaque são as diferenças existentes entre essa e a primei- ra transcrição que você viu. Na pergunta do entrevistador, houve algumas alterações de vocabulário, como “de todo o mundo” em vez de “do mundo” e “nos falar” em vez de “nos explicar”. Essa última mudança talvez possa ter sido feita para evitar repetição, visto que, logo em seguida, usa-se o mesmo verbo, porém no gerúndio. Além disso, no início, há a marca de oralidade “e…”, geralmente feita como uma breve pausa para pensar sobre o que o locutor falará depois. Na resposta da entrevistada, é frequente o “é…”, o qual serve, basicamen- te, para o mesmo propósito do “e…”. Observe como a presença disso no texto escrito prejudica a fluidez da leitura, embora seja algo que possa passar des- percebido no texto oral. Outra marca de oralidade da entrevistada é o uso das abreviações “tá” (de “está”) e “pra” (de “para”) e do né (contração de “não é?”). 33 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para apli- car os exercícios 1 e 2 da seção “Para conferir”, referentes aos módulos 175 e 176. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 33 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C EMPREGO DE PRONOMES PESSOAIS RETOS E DE TRATAMENTO O pronome é uma classe gramatical que tem relação com o substantivo. Ele pode tanto substituí-lo como determiná-lo. Observe isso nas frases a seguir. Módulos 177 e 178 I. João perguntou à mãe se ele poderia ir à casa do amigo. Pronome substantivo II. Meu filho está na casa do amigo. Pronome adjetivo • Tu e vós podem ser vocativos. Na primeira frase, o pronome “ele” substitui o substantivo “João”, por isso é chamado de pronome substantivo. Na segunda frase, não ocor- re uma substituição, visto que o pronome acompanha o substantivo “filho”, determinando-o, por isso é chamado de pronome adjetivo. Os pronomes pessoais são, basicamente, pronomes substantivos, já que substituem um nome na oração. Eles indicam as pessoas grama- ticais do discurso: 1a pessoa – quem fala: eu, nós; 2a pessoa – com quem se fala: tu, vós; 3a pessoa – de quem se fala: ele, ela, eles, elas. Veja, a seguir, alguns casos de emprego dos pronomes pessoais retos e de tratamento. Emprego dos pronomes retos • Comumente, os pronomes pessoais retos exercem a função de sujeito da oração. Em diálogos, como uma entrevista, é importante estar atento ao uso adequado dos pronomes. Eles eram um grupo de amigos muito unidos. Ao ouvir o que ele dizia, não podíamos acreditar que aquilo era verdade. Ó tu, que sentiste pena, deixa-me. NA PRÁTICA Pronome retos como objetos diretos Na linguagem coloquial, é fre- quente o uso dos pronomes re- tos ele(s) e ela(s) como objetos diretos, embora isso não seja recomendado, pois devem ser usados os pronomes oblíquos. Observe. X Vi elas. → Vi-as. No entanto, eles são permiti- dos quando antecedidos dos termos “apenas, “só”, “todo” ou quando seguidos de nume- ral. Veja. Vi todas elas. Vi elas duas. • Plural de modéstia: uso de nós em lugar de eu em situação formal, para emitir uma opinião pessoal menos impositiva, dando a impres- são de sercompartilhada pelos ouvintes ou leitores. Exemplo: A N TO N IO _D IA Z/ IS TO CK Na frase, o locutor emprega o verbo no plural, ainda que seja somente a percepção dele. CA P ÍT U LO 3 0 34 Nestes dois módulos, será aprofunda- do o estudo de pronomes, ao serem trabalhados casos de emprego dos pronomes pessoais retos e de trata- mento. É importante que os alunos possam diferenciar em que situações, formais ou informais, é adequado o uso de cada pronome. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 34 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Ana, Carlos e eu terminamos o projeto. Eu, Ana e Carlos atrasamos a entrega do projeto. Vossa Excelência sairá agora? Nós fomos viajar ontem. → A gente foi viajar ontem. Perguntei a Sua Excelência sobre isso, mas ele não me respondeu. O senhor fará a palestra na próxima semana? • Atualmente, o uso de vós é raro. Às vezes, ainda é empregado em dis- cursos de modo cerimonioso. • Quando há sujeito composto, em que um deles é a primeira pessoa do singular, é preferível colocar o pronome em último lugar da sequência, a não ser que seja uma ação desagradável ou que importe responsabi- lidade, devendo, nesse caso, ser o primeiro núcleo do sujeito. Exemplos: • Na linguagem coloquial, é comum o uso de “a gente” em lugar de “nós”. Emprego dos pronomes de tratamento • São pronomes usados para dirigir-se a quem se fala, ou seja, são da 2a pes- soa. No entanto, as formas dos verbos usados com eles são da 3a pessoa. Quando deixar explícito o pronome sujeito? Para saber a resposta, leia o artigo disponível em: <coc. pear.sn/QErDDdu>. EXPLORE MAIS • Os pronomes de tratamento na 3a pessoa, ou seja, de quem se fala, têm a forma “Sua” em vez de “Vossa”. • Geralmente, os pronomes de tratamento são empregados para tratamento formal e cerimonioso. No entanto, o pronome “você” perdeu essa característica, sendo emprega- do como forma de intimidade em situações informais, normalmente em substituição a “tu”. • Os pronomes “senhor”, “senhora” e “senhori- ta” expressam respeito ou cortesia: • Há pronomes de tratamento que são em- pregados de acordo com a posição social. PRONOME DE TRATAMENTO (ABREVIATURA) POSIÇÃO Vossa Alteza (V. A.) Príncipes, duques Vossa Majestade (V. M.) Reis, rainhas Vossa Magnificência (V. Mag.a) Reitores de universidades Vossa Excelência (V. Ex.a) Altas autoridades do governo (presidentes, senadores etc.) Vossa Eminência (V. Em.a) Cardeais Vossa Santidade (V. S.) Papa Vossa Senhoria (V. S.a) Pessoas de cerimônia 35 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para apli- car os exercícios 3 e 4 da seção “Para conferir”, referentes aos módulos 177 e 178. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 35 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ORTOGRAFIA: USO DE “E” E “I”, “O” E “U”, “U” E “L”; “MAL” E “MAU” Quando você estudou transcrição de entrevista no início do capítulo, pôde ver que o texto escrito apresenta, muitas vezes, uma linguagem diferente da fala. Há diversas marcas de oralidade que não são colocadas na escrita. Além disso, o modo como falamos algumas palavras nem sempre corres- ponde à maneira como as escrevemos, uma vez que a representação gráfi- ca das letras não é necessariamente igual à pronúncia. Tendo uma proposta de mostrar uma variação linguística regional, as histórias em quadrinhos do Chico Bento apresentam as conversas das per- sonagens de modo próximo como elas falam, e não como devem ser escri- tas, de acordo com as regras ortográficas da Língua Portuguesa. Observe um exemplo disso na tirinha a seguir. Módulos 179 e 180 NOTA Gibi do Chico Bento Chico Bento é uma personagem criada pelo cartunista Mauricio de Sousa, sendo de um nú- cleo independente da Turma da Mônica. Ele mora na fictícia Vila Abobrinha, que fica no in- terior de São Paulo. Apareceu, pela primeira vez, em 1963, em uma tirinha da Folha de S.Paulo. A primeira publicação de seu gibi ocorreu em 1982. M A U R IC IO D E SO U SA E D IT O R A LT D A . M A U R IC IO D E SO U SA E D IT O R A LT D A . CA P ÍT U LO 3 0 36 Neste módulo, serão vistos pares de letras que são comumente confun- didas no momento da escrita, por apresentarem pronúncia semelhante ou mesmo igual (como “u” e “l”). A ha- bilidade da BNCC a ser desenvolvida é a EF67LP32 – “Escrever palavras com correção ortográfi ca, obedecendo às convenções da língua escrita.” CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 36 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C — O que que você está fazendo, Zé Lelé? — Plantando café! — Mas você está plantando café torrado e moído? — Claro! — Assim, ele já nasce pronto e no saquinho! O modo como Chico Bento e seu amigo Zé Lelé expressam-se seria similar ao dialeto caipira, uma variação do português que é comum em algumas partes do interior. Para ver claramente a diferença entre a escrita da tiri- nha e a da norma-padrão, leia o texto a seguir, que está de acordo com as regras ortográficas. Uma das diferenças perceptíveis entre a fala de Chico Bento e a escrita apresentada anteriormente são algumas trocas entre “e” e “i”. Em vez de “que”, ele fala “qui” e, em vez de “e”, fala “i”. De maneira geral, a pronúncia de “i” em vez de “e” não é exclusiva da turma do Chico Bento, sendo algo fre- quente em alguns lugares do Brasil. Com isso, às vezes, a forma oral pode causar confusão no momento da escrita, gerando palavras com a letra “i” quando deveriam ser escritas com “e”. Embora essa troca seja admitida em um texto que tenha a intenção de mos- trar a variação linguística, deve-se conhecer a ortografia padrão para empre- gá-la em outros contextos. A melhor maneira de não confundir as duas letras é a prática de leitura de textos em linguagem formal, pois isso possibilita a memorização visual. Não existem muitas regras exatas para saber quando se emprega uma ou outra letra. No entanto, conhecer algumas palavras que cos- tumam ser confundidas pode ajudar. Veja alguns casos a seguir. Uso de “e” e “i” 1. Verbos terminados em -oar e -uar são escritos com “e” na 3a pessoa do singular do presente do subjuntivo: » abençoar: abençoe; » doar: doe; » magoar: magoe; » atuar: atue; » continuar: continue; » pontuar: pontue. 2. Verbos terminados em -uir são escritos com “i” na 3a pessoa do singular do presente do indicativo: » contribuir: contribui; » destruir: destrói; » evoluir: evolui. 3. Ditongos nasais, em geral, são escritos com “e”: » pães; » mãe; » balões. 37 LÍ N G U A P O R TU G U ES A CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 37 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 4. “Ante” x “anti”: o prefixo “ante” significa anterioridade, enquanto o prefi- xo “anti” significa posição contrária: » antebraço; » anteontem; » anti-herói; » antirrepublicano. 5. Alguns exemplos de palavras parônimas, ou seja, que apresentam pro- núncia e escrita semelhantes, mas significados diferentes: » descrição: ato de descrever; » discrição: quem é discreto; reserva; » emergir: sair; » imergir: mergulhar; » emigrante: que ou aquele que sai do país de origem; » imigrante: que ou aquele que entra em país estrangeiro; » eminente: alto; sublime; » iminente: que parece que ocorrerá em breve. Uso de “o” e “u” Outro par de letras que costuma ser confundido é “o”/“u”. Similarmente ao caso de “e”/“i”, a confusão decorre da oralidade, pois é comum que a letra “o” seja pronunciada com o som de “u”. Veja, a seguir, alguns casos que podem gerar dúvida. 1. Algumas palavras que costumam ser confundidas quanto à grafia de “o” e “u”: » abolir, bolacha, botijão, chover, mágoa, névoa, moleque; » cutucar, entupir, jabuticaba, tábua. 2. Há ditongos em “oi” e “ou” que podem ser escritosnas duas formas: » agouro – agoiro; » cousa – coisa; » louro – loiro. 3. Alguns exemplos de parônimos: » comprido: longo; » cumprido: executado; » comprimento: extensão; » cumprimento: execução ou saudação; » soar: produzir som; » suar: transpirar. Uso de “u” e “l” Além de “e”/“i” e “o”/“u”, costuma haver confusão no par “u”/“l”, porque a letra “l”, em final de sílaba, é, geralmente, pronunciada com o som de “u”. Veja alguns casos a seguir. CA P ÍT U LO 3 0 38 CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 38 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C » Mau: é o antônimo de “bom”. Em geral, é um adjetivo, mas pode fun- cionar como substantivo também. • Como adjetivo é sinônimo de “malvado”, “ruim”, “malfeito”, “prejudicial” etc. Maria dormiu mal ontem. (Maria dormiu bem ontem.) O bem venceu o mal. Os males da sociedade ficam evidentes nos momentos de crise. No final da história, os maus foram punidos. Renato fez um mau negócio. (Renato fez um bom negócio.) • Como substantivo é sinônimo de “infelicidade”, “maldade”, “doença”, “aflição”, “defeito” etc. • Como substantivo, significa “quem pratica o mal”. 1. Em verbos, a forma da 3a pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo sempre é escrita com “u”: » jogou, comeu, lavou, partiu, falou. 2. Quando a palavra termina em “u”, seu plural é feito com o acréscimo de “s” após o “u”. Quando a palavra termina em “l”, seu plural é feito, em geral, com o acréscimo de “is” no lugar do “l” (há exceções, como “mal”– “males”): » céu: céus; » europeu: europeus; » jornal: jornais; » legal: legais. 3. Um exemplo de palavras com mesma pronúncia, mas que diferem na escrita exatamente pelas letras “l” e “u”, é “mal” e “mau”. Veja a diferença entre elas. » Mal: é o antônimo de “bem”. Pode ser um advérbio ou um substantivo. • Como advérbio, é sinônimo de “de modo ruim”, “insatisfatoriamen- te”, “com muita dificuldade”, “de forma cruel”, “erradamente” etc. 39 LÍ N G U A P O R TU G U ES A Este é o momento oportuno para apli- car o exercício 5 da seção “Para confe- rir”, referente aos módulos 179 e 180. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 39 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CAPÍTULO 30 PERGUNTAR PARA SABER Módulos 175 e 176 | Transcrição de entrevista Releia o texto “Brasileira explica tratado global de oceanos e expedição internacional que chegará aos corais da Amazônia” para responder às questões de 1 a 4. 1. O que é o Tratado Global de Oceanos? 2. De acordo com Julia Zanolli, o que cada pessoa pode fazer para contribuir para a proteção do meio ambiente? 3. Neste trecho da transcrição da entrevista “você pode nos falar exatamente sobre o que é que está se falando aqui nas Nações Unidas?”, qual expressão funciona como realce, podendo ser retirada sem que haja alteração de sentido da frase? 4. Considerando o conteúdo da entrevista, qual seria o perfil do público que teria interesse nela? 5. Assinale as frases que apresentam marcas de oralidade. Preciso de ajuda pra carregar tudo isso pro carro. Gostaríamos de que as políticas públicas fossem mais bem planejadas. Eu acho é…. que talvez isso não seja uma boa ideia. Até a metade da história, o filme tava interessante. Exercícios de aplicação CA P ÍT U LO 3 0 40 É um tratado voltado para a proteção de águas que estão além dos limites fronteiriços dos países. Com esse tratado, há possibilidade de se proteger até 30% dos mares até 2030, com a criação, por exemplo, de áreas marinhas livres de ativi- dades humanas prejudiciais. Para ela, é importante que cada pessoa pressione os governantes em relação ao comprometimento com medidas de proteção do meio ambiente. Sabendo que serão cobrados por isso, é mais fácil eles aderirem a acordos como o Tratado Global de Oceanos. O perfi l do público da entrevista seria de pessoas preocupadas com a preservação do meio ambiente, em especial dos oceanos. Assim, pode ser uma grande faixa da população, como jovens estudantes, ativistas, políticos etc. É a expressão “é que”. X X X CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 40 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 6. O texto a seguir tem marcas de oralidade. Faça a edição dele, de modo que fique mais próximo da linguagem escrita. então expliquei a história do livro pra um amigo… mas… é… ele pareceu desinteressado… sabe… ele não fez nenhum comentário… bom… já tinha esquecido isso quando ele apareceu outro dia e… hmm… começou a falar sobre o livro… 7. Enem eu acho um fato interessante... né... foi como meu pai e minha mãe vieram se conhe- cer... né... que... minha mãe morava no Piauí com toda família... né... meu... meu avô... materno no caso... era maquinista... ele sofreu um acidente... infelizmente morreu... minha mãe tinha cinco anos... né... e o irmão mais velho dela... meu padrinho... tinha dezessete e ele foi obrigado a trabalhar... foi trabalhar no banco... e... ele foi... o banco... no caso... estava... com um número de funcionários cheio e ele teve que ir para outro local e pediu transferência prum local mais perto de Parnaíba que era a cidade onde eles moravam e por engano o... o... escrivão entendeu Paraíba... né... e meu... e minha família veio parar em Mossoró que era exatamente o local mais perto onde tinha vaga pra funcionário do Banco do Brasil e: ela foi parar na rua do meu pai... né... e começa- ram a se conhecer... namoraram onze anos... né... pararam algum tempo... brigaram... é lógico... porque todo relacionamento tem uma briga... né... e eu achei esse fato muito interessante porque foi uma coincidência incrível... né... como vieram a se conhecer... namoraram e hoje... e até hoje estão juntos... dezessete anos de casados… CUNHA, M. A. F. (Org.). Corpus discurso & gramática: a língua falada e escrita na cidade de Natal. Natal: EdUFRN, 1998. Na transcrição da fala, há um breve relato de experiência pessoal, no qual se observa a frequente repetição do termo “né”. Essa repetição é um(a) a. índice de baixa escolaridade do falante. b. estratégia típica de manutenção da interação oral. c. marca de conexão lógica entre conteúdos na fala. d. manifestação característica da fala regional nordestina. e. recurso enfatizador da informação mais relevante da narrativa. 8. Que tal transcrever uma entrevista? Colaborativo Como fazer a. Junto à classe, escolha um vídeo ou um áudio de uma entrevista de duração máxima de cinco minutos. b. Forme dupla com um colega para trabalharem juntos na transcrição. c. Primeiramente, faça uma transcrição literal da entrevista. d. Em seguida, faça a edição dela para que seja acessível a quem não pôde ouvir/ver a entrevista, de modo que não haja muitas marcas de oralidade e tenha pontuação adequada a um texto escrito. No entanto, evite fazer muitas alterações, que possam produzir a descaracterização do entrevistado e fornecer informações tendenciosas. LÍ N G U A P O R TU G U ES A 41 Sugestão: Expliquei a história do livro para um amigo, mas ele pareceu desinteressado, pois não fez nenhum comentário. Já tinha esquecido esse assunto quando ele apareceu, outro dia e começou a falar sobre o livro. 7. A expressão “né” é típica da oralidade, sendo uma espécie de pedido de con- cordância em um diálogo. A alternativa a está incorreta, porque o emprego de “né” não indica a escolaridade do falante, sendo meramente uma variação de registro lin- guístico. A alternativa c está incorreta, porque a expres- são “né” não é um marcador de conexão, sendo uma for- ma de interação do falante com seu interlocutor. A alter- nativa d está incorreta, por- que não se trata de variação regional. A alternativa e está incorreta, porque “né” não é um recurso de ênfase. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 41 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US OEX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Leia o texto a seguir e responda às questões 9 a 12. Exercícios propostos 9. As entrevistas publicadas na coluna de Deborah Solomon são transcrições literais? Explique. 10. Todas as entrevistas de Deborah são feitas oralmente? Sobre entrevistas e regras de edição Em sua coluna deste domingo [14/10/07], o ombudsman do New York Times, Clark Hoyt, avaliou a coluna “Questions For”, de Deborah Solomon, publicada na revista do diário. A rubrica foi criticada recentemente quando um repórter do New York Press, semanário gratuito, entrevistou dois jornalistas – Amy Dickinson, do Chicago Tribune, e Ira Glass, criador do programa de rádio This American Life – que revelaram que suas entrevistas publicadas na coluna de Deborah continham perguntas que ela não havia feito. Segundo Hoyt, alguns leitores podem imaginar que as entrevistas que a colunista realiza fluem tão bem como bate-papos na varanda, pois o texto sugere uma transcri- ção literal. No entanto, a realidade é bem diferente: Deborah tem de entregar uma co- luna com aproximadamente 700 palavras a cada semana, o que significa que ela deve sintetizar uma entrevista que dura, às vezes, mais de uma hora e que rende mais de 10 mil palavras. A ordem das perguntas e respostas é alterada em alguns momentos, para dar mais clareza, alegam os editores. Pelo menos três entrevistas já foram feitas por e-mail, porque os entrevistados não falavam inglês ou tinham dificuldade de fala. Sem mãe Ainda assim, a maior parte dos entrevistados não reclamou destas pequenas alte- rações, embora os dois jornalistas não tenham sido os primeiros. No ano passado, a revista publicou uma carta de Tim Russert, da NBC, que reclamou que a entrevista de Deborah com ele foi “insensível, enganosa e danosa”. Russert, autor de dois livros sobre seu pai, contou ao ombudsman que Deborah lhe disse que a entrevista seria uma oportunidade de falar sobre sua mãe no Dia das Mães. No entanto, a coluna teve como título “Tudo sobre o meu pai” e foi apresentada de modo a parecer que ele evitou responder às perguntas sobre a mãe. “Falei muito sobre a minha mãe, mas nada foi publicado”, conta. Gerald Marzorati, editor da revista, analisou o caso e disse que ele tinha “mais ou menos” razão. “Ele falou sobre sua mãe e Deborah fez parecer que não”, concordou Marzorati. A colunista confessa que errou ao não colocar o que Russert falou sobre a mãe. Depois deste episódio, uma nova regra foi colocada em prática, exigindo que Deborah entregue as fitas de suas entrevistas para seu editor ou para um pesquisador da revista, caso algo parecido volte a ocorrer. […] Sobre entrevistas e regras de edição. Observatório de imprensa. 16 out. 2007. Disponível em: <https://coc.pear.sn/lJ8bj2e>. Acesso em: maio 2020. VOCABULÁRIO Ombudsman: jorna- lista, contratado de fora ou pertencente ao quadro de funcio- nários da empresa, que, de maneira in- dependente, critica o material publicado e responde às queixas dos leitores. Rubrica: coluna, seção de jornal ou revista. CAPÍTULO 30 CA P ÍT U LO 3 0 42 Não. As transcrições sofrem cortes, já que a coluna de Deborah deve conter apenas 700 palavras e, em alguns casos, a entrevista completa pode ter, aproximadamente, 10 mil palavras. Não, nem todas são feitas oralmente. Há casos de entrevistas realizadas por e-mail, em razão da difi culdade de fala do entrevistado ou de ele não ter domínio do idioma inglês. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 42 20/07/2020 17:31 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios de aplicação eu gostava muito de passeá... saí com as minhas colegas... brincá na porta di casa di vôlei... andá de patins... bicicleta... quando eu levava um tombo ou outro... eu era a::... a palhaça da turma... ((risos))... eu acho que foi uma das fases mais... assim... gostosas da minha vida foi... essa fase de quinze... dos meus treze aos dezessete anos... A. P. S., sexo feminino, 38 anos, nível de Ensino Fundamental. Projeto Fala Goiana, UFG, 2010. Inédito. 11. Qual foi a reclamação de Tim Russert sobre sua entrevista com Solomon? 12. Considerando o texto lido, qual é o problema em se editar uma entrevista? 13. Enem Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato pessoal de A. P. S. como modalidade falada da língua é a. predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas. b. vocabulário regional desconhecido em outras variedades do português. c. realização do plural conforme as regras da tradição gramatical. d. ausência de elementos promotores de coesão entre os eventos narrados. e. presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante. Módulos 177 e 178 | Emprego de pronomes pessoais retos e de tratamento 1. Indique a qual substantivo se refere o pronome destacado nas frases a seguir. a. Pedro e Mariana adotaram duas cachorrinhas. Elas haviam sido abandonadas pelo antigo dono. b. Perguntei à minha filha sobre a viagem, mas ela ainda não sabia se iria. c. Bruno fez uma bela declaração à Clara, ainda que ele não tivesse ensaiado. Leia a tirinha do Armandinho a seguir e responda às questões de 2 a 4. A LE XA N D R E B EC K LÍ N G U A P O R TU G U ES A 43 O pronome “elas” se refere ao substantivo “cachorrinhas”. O pronome “ela” se refere ao substantivo “fi lha”. O pronome “ele” se refere ao substantivo próprio “Bruno”. Tim Russert considera que a entrevista que foi publicada não condiz totalmente com a entrevista que deu, pois pareceu que ele somente falou sobre o pai, quando, na realidade, ele falou muito sobre a mãe. A edição de uma entrevista pode distorcer a realidade dos fatos. Como não apresenta todas as informações reveladas na entrevista, uma publicação editada pode ser tendenciosa ao mostrar somente determinada perspectiva do entrevistado. 13. Na transcrição, as re- ticências indicam pausas. Além disso, há diversos exemplos do emprego de linguagem informal, como “passeá”, “brincá”, “andá”, em que o “r” está ausente, ou a fala de “i” em lugar de “e”. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 43 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 2. Por que o modo como Armandinho emprega os pronomes de tratamento produz efeito de humor? 3. Relacione os pronomes de tratamento mencionados na tirinha à pessoa adequada. a. Vossa Excelência b. Vossa Magnificência c. Vossa Majestade Reitor de universidade Presidente da República Rei 4. Se Armandinho substituísse “Vossa” por “Sua”, ele estaria fazendo uso correto dos pronomes de tratamento? Explique. 5. Leia as frases a seguir. O pai comprou um bolo para a sobremesa. O pai comprou ele para a sobremesa. O pai comprou-o para a sobremesa. A substituição de “um bolo” por um pronome é adequada nas duas últimas frases? 6. Enem Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria a janela e encontrava um. Quando não encontrava, dava no mes- mo, ele abria a janela, olhava o mundo e comunicava que não havia assunto. Fazia isso com tanto engenho e arte que também dava no mesmo: a crônica estava feita. Não tenho nem o engenho nem a arte de Rubem, mas tenho a varanda aberta sobre a Lagoa – posso não ver melhor, mas vejo mais. [...] Nelson Rodrigues não tinha problemas. Quando não havia assunto, ele inventava. Uma tarde, estacionei ilegalmente o Sinca-Chambord na calçada do jornal. Ele estava com o papel na máquina e provisoria- mente sem assunto. Inventou que eu descia de um relu- zente Rolls Royce com uma loura suspeita, mas equiva- lente à suntuosidade do carro. Um guarda nos deteve, eu tentei subornar a autoridade com dinheiro, o guarda não aceitou o dinheiro, preferiu a loura. Eu fiquei sem a multa e sem a mulher. Nelson não ficou sem assunto. CONY, C. H. Folha de S.Paulo. 2 jan. 1998. Adaptado. O autor lançou mão de recursos linguísticos que o auxiliaram na retomada de informações dadas sem repetirtextualmente uma referência. Esses recursos pertencem ao uso da língua e ganham sentido nas práticas de linguagem. É o que acontece com os usos do pronome “ele” destacados no texto. Com essa estratégia, o autor conseguiu a. confundir o leitor, que fica sem saber quando o texto se refere a um ou a outro cronista. b. comparar Rubem Braga com Nelson Rodrigues, dando preferência ao primeiro. c. referir-se a Rubem Braga e a Nelson Rodrigues, usando igual recurso de articulação textual. d. sugerir que os dois autores escrevem crônicas sobre assuntos semelhantes. e. produzir um texto obscuro, cujas ambiguidades impedem a compreensão do leitor. CAPÍTULO 30 CA P ÍT U LO 3 0 44 Porque ele os emprega de modo inadequado. Armandinho não os usa de acordo com a posição social de seu interlocutor, visto que este é sempre o mesmo, seu pai. Assim, nos dois primeiros quadrinhos, ao relacionar um adjetivo ao pronome de tratamento, tem-se um efeito cômico. Não, seria um emprego inadequado, pois “Sua” é usado para a terceira pessoa, ou seja, de quem se fala; no entanto, na tirinha, ele está falando diretamente com o pai, ou seja, deve-se usar a segunda pessoa. Só é adequada na terceira frase, pois o pronome pessoal do caso reto (“ele”) não pode ser objeto direto. Como “um bolo” é o objeto direto do verbo “comprar”, o pronome que se refere a ele deve ser um pronome pessoal do caso oblíquo: “o” da terceira frase. 6. No texto, o pronome pes- soal reto “ele” é empregado como um recurso de coesão. Ao fazer a referência anafóri- ca aos nomes dos cronistas, evita repetição. Pela dispo- sição dos nomes no texto, é evidente que os dois pri- meiros “ele” retomam “Ru- bem Braga”, enquanto os dois últimos “ele” retomam Nelson Rodrigues. b a c CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 44 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos Leia a tirinha a seguir para responder às questões 8 e 9. 7. Por que o emprego do pronome pessoal “ele” pode causar ambiguidade na seguinte frase: “Rafael combinou de ir à festa com Paulo, mas ele não apareceu no horário marcado.”? 8. O que expressa o pronome de tratamento “senhor” empregado na tirinha? Por que esse pronome gera efeito de humor? 9. No último quadrinho, a fala do vendedor apresenta “senhor” duas vezes. As duas formas de uso de “senhor” exercem a mesma função sintática? Explique. W IL LI A N L EI TE LÍ N G U A P O R TU G U ES A 45 O pronome “ele” pode referir-se a qualquer nome masculino mencionado anteriormente, portanto, como há dois substan- tivos masculinos (Rafael e Paulo) antes dele, o pronome pode estar retomando tanto um quanto o outro nome. O pronome “senhor” é uma forma de o locutor expressar respeito ou cortesia com o interlocutor. O que gera humor na tirinha é o homem pedir para não ser chamado de senhor e o garoto concordar, usando a palavra, porém fazendo uso desse pronome. Não, eles exercem função sintática diferente. O primeiro “senhor” é o sujeito da oração, enquanto o segundo é vocativo. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 45 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 10. Enem O senhor Carta a uma jovem que, estando em uma roda em que dava aos presentes o tratamen- to de você, dirigiu-se ao autor chamando-o “o senhor”. Senhora: Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de peito magoado e cara triste, para vos dizer que senhor ele não é, de nada nem de ninguém. Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do plebeu está em não querer esconder sua condição, e esta nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores ricos e nobres a quem chamáveis você escolhestes a mim para tratar de senhor, é bem de ver que só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa e na prata de meus ca- belos. Senhor de muitos anos, eis aí; o território onde eu mando é no país do tempo que foi. Essa palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu entre nós um muro frio e triste. Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira. BRAGA, R. A borboleta amarela. Rio de Janeiro: Record, 1991. A escolha do tratamento que se queira atribuir a alguém geralmente considera as situações espe- cíficas de uso social. A violação desse princípio causou mal-estar no autor da carta. O trecho que descreve essa violação é a. “Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase ergueu entre nós um muro frio e triste.” b. “A única nobreza do plebeu está em não querer esconder a sua condição.” c. “Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa.” d. “O território onde eu mando é no país do tempo que foi.” e. “Não é de muito, eu juro, que acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira.” 11. Quanto ao uso do pronome “senhor”, qual é a semelhança entre a tirinha de Willtirando e o texto de Rubem Braga? Módulos 179 e 180 | Ortografia: Uso de “e” e “i”, “o” e “u”, “u” e “l”; “mal” e “mau” Exercícios de aplicação 1. Reescreva as frases a seguir, passando os verbos para o presente e mantendo o modo verbal original. a. A empresa construiu mais prédios que casas. b. O diretor queria que o rapaz atuasse em sua peça. CAPÍTULO 30 CA P ÍT U LO 3 0 46 10. O emprego de “senhor” pela locutora criou um afas- tamento entre ela e o inter- locutor, como pode ser visto no trecho “Essa palavra, ‘se- nhor’, no meio de uma frase ergueu entre nós um muro frio e triste.” Em ambos os textos, os homens sentem-se incomodados ao serem chamados de “senhor”. Esse pronome é um modo de respeito, portanto é sinal de uma relação mais distante entre locutor e interlocutor. Além disso, é comum ver pessoas sentirem-se ofendidas com seu uso por acharem que quem os usa se refere ao envelhecimento delas, e não exatamente a um tratamento respeitoso. A empresa constrói mais prédios que casas. O diretor quer que o rapaz atue em sua peça. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 46 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C c. Ana Carolina pediu que o filho doasse seus brinquedos antigos. d. A ajuda do especialista contribuirá para a finalização do projeto. 2. Leia a tirinha a seguir. a. Qual é a classe gramatical das palavras “mal” e “mau” empregadas na tirinha? b. O que gera efeito de humor no último quadrinho? 3. Assinale a alternativa que contém as palavras que completam adequadamente as lacunas do texto a seguir. Após os entre os membros, iniciou-se a reunião. Fazia muito calor no dia e não havia ar-condicionado: todos . Quando a fala do diretor parecia não acabar, as seis horas da tarde , e todos puderam ir embora. a. comprimentos; suavam; cumprida; soaram b. cumprimentos; soavam; comprida; suaram c. comprimentos; soavam; cumprida; suaram d. cumprimentos; suavam; comprida; soaram e. cumprimentos; suavam; cumprida; suaram 4. Passe as palavras seguintes para o plural. a. Céu: b. Mal: c. Mau: d. Jornal: e. Girassol: f. Degrau: g. Animal: h. Chapéu: CU ST Ó D IO LÍ N G U A P O R TU G U ES A 47 3. “Cumprimentos”: sau- dações; “suavam”: transpi- ravam; “comprida”: longa; “soaram”: anunciaram-se por som. O humor decorre da brincadeira com o termo “bom”, ao se escolher a palavra “bombom”. Ainda que ela seja formada de dois “bom”, não tem relação alguma com o sentido de “bom”, sendo apenas um tipo de chocolate. “Mal” é substantivo, e “mau” é adjetivo. Ana Carolina pede que o fi lho doe seus brinquedos antigos. A ajuda do especialista contribui para a fi nalização do projeto. céus girassóis degraus animais chapéus males maus jornais CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 47 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 5. Assinale a alternativa que contém as palavras que preenchem adequadamente as lacunasdo texto a seguir. O rapaz não falava muito de sua vida pessoal e agia sempre com . Dúvidas sobre o que ele fazia. Diziam que ele ocupava uma posição no governo. a. descrição; imergiam; iminente b. discrição; emergiam; eminente c. discrição; imergiam; iminente d. descrição; emergiam; iminente e. descrição; imergiam; eminente 6. Complete as palavras a seguir, usando e ou i. a. b souro b. t soura c. abenço d. caqu e. ant biótico f. possu g. ant ontem h. m ndigo i. squeiro j. antipát co 7. Observe a tabela e marque a letra que completa corretamente a palavra. Exercícios propostos PALAVRA COM “O” COM “U” ESCRITA CORRETA Táb a M squito C zinha Ch visco B eiro Ent pir Gas lina Cam ndongo Sin site Expl dir 8. Em qual alternativa ambas as palavras estão escritas de forma correta? a. Pincel, coucha b. Aumoço, jornal c. Mingau, painel d. Soldado, saudade e. Degral, astronauta 9. Assinale a alternativa em que o uso de mal e mau está de acordo com a norma culta de nossa língua. a. Os alunos se sentiram mau depois da viagem. b. Ele não é mal! Só um pouco bravo. c. O mau humor daquele instrutor estava além do normal. d. A mesa tinha ficado mau arrumada ontem. e. Este visual não ficou mal! CA P ÍT U LO 3 0 48 5. “Discrição”: reserva; “emergiam”: apareciam; “eminente”: alta. X Tábua X Mosquito X Cozinha X Chuvisco X Bueiro X Entupir X Gasolina X Camundongo X Sinusite X Explodir e e e i i i e e i i 8. As palavras incorretas devem ser corrigidas da se- guinte forma: colcha, almoço e degrau. 9. Na alternativa a, o correto é “mal”: Os alunos se senti- ram bem depois da viagem. Na alternativa b, o correto é mau: Ele não é mau! Só um pouco bravo. Na alternativa d, o correto é mal: A mesa tinha fi cado bem arrumada ontem. Na alternativa e, o correto é mau: Esse visual não fi cou bom! CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 48 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Módulos 175 e 176 Módulos 177 e 178 Módulos 179 e 180 1. Sobre as características da transcrição de entrevista, pode-se afirmar que é a prática de traduzir um texto. é feita a passagem de um documento oral para um escrito. nem sempre as publicações impressas representam a transcrição literal da entrevista. 2. As frases a seguir apresentam marcas de oralidade. Assinale aquela que aponta uma expressão de realce como marca de oralidade. Nossa, você escreveu isso pra ela? O que é que faremos agora? Você não concorda com ele, né? 3. Preenchas as lacunas com o pronome de tratamento adequado. a. O cidadão perguntou ao senador: — , qual lado apoiará na questão sobre a reforma econômica? b. Um dos padres falava com outro sobre a decisão do Papa: — Achei que foi sábia. 4. Leia a frase a seguir e assinale V para as afirmações verdadeiras F para as falsas. Olívia, Vítor e eu conquistamos o prêmio de melhor invenção do ano. Embora, em um sujeito composto, o pronome “eu” possa ser o primeiro da sequência, reco- menda-se colocá-lo nessa posição somente quando se trata de uma ação desagradável ou que importa responsabilidade. Caso se substituísse o sujeito composto da frase por um único pronome, este seria o pro- nome “nós”. Em linguagem coloquial, é comum trocar o pronome “nós” por “a gente”. Se houvesse essa tro- ca, a forma verbal não mudaria, ou seja, continuaria “conquistamos”, de acordo com a norma- -padrão da Língua Portuguesa. 5. Preencha as lacunas das frases com uma das palavras do par sugerido, de modo que fique de acordo com o sentido do texto. a. O atleta estava na corrida, mas conseguiu recuperar-se nos metros finais. (mal/mau) b. A sua não foi fiel ao que realmente ocorreu. (descrição/discrição) c. O do sofá era de 1,5 metro. (comprimento/cumprimento) d. O cheiro do rio fazia as pessoas evitarem aquele caminho. (mal/mau) LÍ N G U A P O R TU G U ES A 49 X X X Vossa Excelência Sua Santidade mal descrição comprimento mau V V F CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 49 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Linguagem escrita Transcrição de entrevista ENTREVISTA Texto informativo Passagem do texto oral para o texto escrito Ortografia Uso de “e” e “i” Uso de “o” e ”u” Uso de “u” e “l” Uso de “mal” e “mau” CA P ÍT U LO 3 0 50 CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12.indd 50 13/07/2020 14:25 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C Exercícios propostos Nome: Número: Ano: Módulo(s): 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. pág. Redação 25 LÍ N G U A P O R TU G U ES A 20 7 1. Quanto ao primeiro critério, é importante que os alunos tenham escolhido tratar de um evento esportivo. 2. Para o segundo critério, avalia-se se os alunos conseguiram apresentar características gerais de uma crônica esportiva, como narrar e comentar um acontecimento esportivo, de modo descontraído e mais informal. 3. O terceiro critério tem relação com o atendimento ao gênero textual de maneira mais ampla. Embora uma crônica não precise ser, necessariamente, narrativa, na orientação da redação é solicitado que os alunos contem o acontecimento esportivo. Assim, alguns ele- mentos narrativos – como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador – devem estar presentes no texto. 4. Neste critério, é importante avaliar se os alunos conseguiram fazer em seus textos não apenas a narração do acontecimento, mas também uma refl exão sobre o assunto. 5. O quinto critério corresponde à coerência. É preciso avaliar a organização e a clareza das informações apresentadas, sem que uma se confunda com outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelo leitor. 6. Este critério avalia se os alunos conseguem desenvolver seu texto sem a repetição desnecessária de palavras. É importante que eles sejam incentivados a ampliar seu vocabulário para desenvolver a coesão textual. 7. Deve-se verifi car o domínio que os alunos têm das regras ortográfi cas. 8. É importante que os alunos já desenvolvam o emprego correto de sinais de pontuação, no entanto, o estudo mais cuidadoso desse tópico será realizado no 8o e no 9o ano. CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO TEXTO_G12.indd 207 13/07/2020 14:29 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. Módulos 172, 173 e 174 | Análise e produção de crônicas esportivas CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não Tema 1. Atende ao tema proposto? Gênero 2. Corresponde a uma crônica esportiva? 3. Apresenta elementos narrativos? 4. Propõe uma reflexão? Coesão e coerência 5. Expõe ideias de modo claro? 6. Repete palavras sem necessidade? Língua 7. Respeita as normas ortográficas? 8. Faz uso da pontuação adequadamente? CA P ÍT U LO 2 9 20 8 CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO TEXTO_G12.indd 208 13/07/2020 14:29 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C PROJETO INTERDISCIPLINAR GRUPOS 10, 11 E 12 | AÇÃO E EVOLUÇÃO Objetivo Refletir, juntamente com o grupo, sobre a evolução hu- mana como fruto de um movimento cultural, histórico e constante no qual novas necessidades e condições são impostas a todas as práticas sociais e áreas do co- nhecimento. Áreas trabalhadas Ciências Sociais, Ciências da Natureza e Língua Por- tuguesa Justificativa Discutir sobre a questão e a trajetória da evolução huma- na é elemento fundamental para nos entendermos como seres culturais, históricos e sociais que somos e como ne- cessidades, desejos e interesses abrem perspectivas, ofe- recendo, muitas vezes, soluções para problemas eminen- tes da humanidade. Material necessário Lousa Giz ou pincel adequado à lousaComputador conectado à internet Material para escrita Procedimento Propor ao grupo uma reflexão como a humanidade, desde a descoberta do fogo e/ou da roda, por exem- plo, vem evoluindo para encarar os desafios de todo fazer humano: cotidiano, ciências, tecnologias etc. Exemplificar de que maneira a realidade enfrenta- da mundialmente pela presença da covid-19 impôs pesquisas à corrida para obter uma vacina de com- bate à doença. Outros pontos podem ser levantados como o fato de as novas tecnologias criarem formas de comunicação, de geração de energia, de evolu- ção na pesquisa de medicamentos e de tratamentos para diversas doenças, que podem e devem atender às mais diversas comunidades. Após introduzir a temática da discussão, pedir aos alunos que, em roda, proponham outros exemplos que contribuam para a elucidação do tema tratado. Anotar as sugestões em tópicos no quadro, pedindo que seja feita uma breve exposição de cada um dos tópicos encaminhados. Finalizada a etapa de levan- tamento, solicitar que os alunos se organizem em grupos de três participantes, realizem uma pesqui- sa a respeito do tema determinado a cada grupo e, por fim, escrevam um texto, cujo título sugerimos “Ação e evolução”, para ser, posteriormente, lido e discutido com os demais grupos. Conclusão Realizar com os alunos um processo de autoavaliação, considerando as seguintes perguntas: Sugestões de perguntas — O que você achou mais interessante sobre as dis- cussões e reflexões nesse projeto? — O que mais lhe chamou atenção nas apresentações dos demais grupos? — O que a discussão desse tema mais acrescentou a você? Projeto_interdisciplinar_7ano_G10,11,12_p3.indd 1 10/07/2020 16:04 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ANOTAÇÕES / / CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DEFI_G2.indd 334 24/09/2019 20:10 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ANOTAÇÕES/ / CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DEFI_G2.indd 335 24/09/2019 20:10 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ANOTAÇÕES / / CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DEFI_G2.indd 334 24/09/2019 20:10 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ANOTAÇÕES/ / CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DEFI_G2.indd 335 24/09/2019 20:10 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ANOTAÇÕES / / CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DEFI_G2.indd 334 24/09/2019 20:10 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ANOTAÇÕES/ / CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DEFI_G2.indd 335 24/09/2019 20:10 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ANOTAÇÕES / / CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DEFI_G2.indd 334 24/09/2019 20:10 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ANOTAÇÕES/ / CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DEFI_G2.indd 335 24/09/2019 20:10 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ANOTAÇÕES / / CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DEFI_G2.indd 334 24/09/2019 20:10 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C ANOTAÇÕES/ / CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DEFI_G2.indd 335 24/09/2019 20:10 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CO EF 06 INFI 91 1B LV 01 MI DMUL PR PI_G1.indd 2 8/27/18 16:55Fundo verde.indd 222 01/08/19 19:04 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 101375061 CO EF 07 INFI 02 4B LV 04 MI DLPO PR CAPA_G10 G11 e G12.indd 3 25/06/2020 18:21 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C 101375061 <AADDAAADDAAADDABACCBBACCBCCABBCADBABCCAB> 101375061 CO EF 07 INFI 02 4B LV 04 MI DLPO PR CAPA_G10 G11 e G12.indd 4 25/06/2020 18:21 MA TE RI AL D E US O EX CL US IV O SI ST EM A DE E NS IN O CO C CO EF 07 INFI 02 4B LV 04 MI DLPO PR INICIAIS_G10 G11 e G12 Iniciais_G10 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G10 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO TEXTO_G10 Iniciais_G11 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO_G11 CO EF 07 INFI 02 4B LV 08 MI DLPO TEXTO_G11 Iniciais_G12 CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO_G12 CO EF 07 INFI 02 4B LV 09 MI DLPO TEXTO_G12 Projeto Interdisciplinar G10 G11 G12