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GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | Pati Ikeda - T4 MAMAS EMBRIOLOGIA Cristas mamárias ou linhas lácteas: duas faixas de espessamento ectodérmico das axilas às regiões inguinais, as cristas mamárias ou linhas lácteas. Desenvolvimento 5ª-6ª semana de vida fetal. Invaginação do ectoderma até o mesênquima → 15 a 20 brotos secundários se desenvolvem em ductos lactíferos e seus ramos. - Desembocam em uma depressão na superfície da mama (papila na infância). FALHA REGRESSÃO DAS CRISTAS MAMÁRIAS Apenas os principais ductos lactíferos estão formados ao nascimento e as glândulas mamárias permanecem subdesenvolvidas até a puberdade. Puberdade: proliferação de epitélio e tecido conectivo, desenvolvimento das glândulas mamárias e deposição de tecido adiposo. - Influência de estrogênio e progesterona Maturação e diferenciação final: gravidez e lactação. Composta por pele, tecido subcutâneo e tecido mamário. Duas fáscias: superficial, logo abaixo da derme (2 a 3 mm) e fáscia profunda, anteriormente à fáscia do músculo peitoral maior. Ligamentos de Cooper: faixa fibrosa de tecido conectivo que liga pele aos tecidos mamários. o 15 a 20 lobos divisão em lóbulos (glândulas túbulo alveolares). o Drena para um ducto lactífero maior dilatam em seios lactíferos sob a aréola e se abrem para o mamilo. ANATOMIA Limites: - Superior: segunda ou terceira costela - Inferior: sulco ou prega inframamária - Medial: borda lateral do externo - Lateral: linha axilar média o 2/3 repousa sobre o músculo peitoral maior. o Tecido mamário se estende até a axila: cauda de Spence. Dividida em quadrantes: - Superior medial - Superior lateral - Inferior medial - Inferior lateral Quadrantes laterais: maior volume e localização mais frequentes de tumor. VASCULARIZAÇÃO Arterial: Porção medial e central: intercostais perfurantes anteriores (surgem da a. torácica interna) - 60% do suprimento. - Quadrante súpero-lateral: artéria torácica lateral (a. axilar e ramo peitoral da artéria toracoacromial) GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | Pati Ikeda - T4 - Tecido mamário remanescente: Ramos das artérias intercostais posteriores - Pele: plexo subdérmico - CAP: a. torácica interna (ramos perfurantes e ramos intercostais anteriores) Venosa: segue curso das artérias, seguindo em direção à axila. Formam um círculo anastomótico (circulus venosus) ao redor da papila. INERVAÇÃO o Ramos cutâneos laterais e anteriores (2º ao 6º intercostal). o Porção superior: ramos do nervo supraclavicular (plexo cervical). o Papila e aréola: ramos dos cutâneos laterais e anteriores (2-5º intercostal). o Nervo intercostobraquial: ramo cutâneo lateral do segundo nervo intercostal → encontrado durante a dissecção axilar e sua secção leva à perda de sensibilidade na face medial do braço. DRENAGEM LINFÁTICA o Linfonodos axilares → mais de 75% da drenagem o Medialmente drenada por linfáticos acompanhantes dos ramos da a.mamária interna → linfonodos paraesternais. o Linfáticos superficiais se comunicam com os da mama oposta. o Linfonodos supraclaviculares → envolvimento é indicativo de doença avançada. o Drenagem linfática dos componentes epitelial e mesenquimal → via primária de metástases do câncer de mama para outros sítios. GENITÁLIA EXTERNA o Vulva: monte púbico, grandes e pequenos lábios, vestíbulo da vagina, clitóris, bulbo do vestíbulo e glândulas vestibulares. o Irrigação: aa. pudendas internas e externas. o Inervação: principalmente nervo pudendo. o Drenagem linfática: linfonodos inguinais superficiais. GENITÁLIA INTERNA * Atentar para as relações do útero e vagina com os demais órgãos pélvicos. OVÁRIOS Origem dos três folhetos embrionários. Situa-se na fossa ovárica, não coberto pelo peritônio. - Sustentação: ligamento útero-ovárico, infundíbulo pélvico, mesovário. - Irrigação: a. ovárica e ramo ovárico da a. uterina. - Inervação: plexo ovárico. - Drenagem linfática: linfonodos aórticos/lombares. TUBAS UTERINAS Dividem-se em: porção intramural, o istmo, a ampola e o infundíbulo. Duas aberturas: cavidade uterina (cornos uterinos) e cavidade abdominal. - Sustentação: mesossalpinge, ligamento tubo- ovárico. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | Pati Ikeda - T4 - Irrigação: artérias ovariana e uterina. - Inervação: plexo ovárico e hipogástrio inferior. - Drenagem: linfonodos lombares. ÚTERO Divisão em: fundo, corpo, istmo e colo. Cerca de 7 x 3-4cm (adultas não grávidas). Túnica serosa (revestimento), miométrio e endométrio. - Irrigação: a. uterina (ramo da ilíaca interna) → cruza acima do ureter e alcança o colo na altura do óstio interno ascendendo lateralmente ao útero. - Inervação: plexos uterovaginais e hipogástrio superior. - Drenagem linfática: linfonodos lombares, ilíacos e sacrais. VAGINA Tubular, cerca de 7 a 10 cm. Camadas: mucosa, túnica muscular e túnica fibrosa. A mucosa apresenta rugosidades → influência da idade e da ação hormonal. - Irrigação: ramos da artéria uterina e artéria vaginal (ramo da ilíaca interna) - Inervação: n. pudendo (terço inferior) - Drenagem linfática: linfonodos ilíacos e inguinais Visão posterior da pelve feminina GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | Pati Ikeda - T4 Estruturas do assoalho pélvico Aparelho de suspensão Feixes anteriores – ligamentos pubouretral e pubovesical Feixes laterais – ligamentos cardinais Feixes posteriores – ligamentos uterossacros Aparelho de sustentação ou assoalho pélvico Diafragma pélvico – músculos levantadores do ânus e coccígeo Diafragma urogenital – músculos transverso profundo do períneo e transverso superficial do períneo Secção ligamento cardinal na histerectomia Assoalho pélvico ANAMNESE GINECOLOGIA ▪ Identificação. ▪ Queixa e duração. ▪ História pregressa moléstia atual. ▪ Interrogatório sobre diversos aparelhos (atentar urinário e gastrointestinal). ▪ Antecedentes pessoais (comorbidades, medicações, alergias, cirurgias). ▪ Antecedentes ginecológicos e obstétricos. ▪ Antecedentes familiares. ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS o Menarca/ Menopausa/ Uso de terapia hormonal. o Ciclos menstruais (regularidade, quantidade, duração, dismenorreia, sintomas pré- menstruais). o Data da última menstruação. o Método contraceptivo. o Quantidade de parceiros/ tipos de relação sexual/ histórico DSTs/ queixas sexuais. o Seguimento ginecológico/ doenças ginecológicas prévias. ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS o Número de gestações/ partos/ abortos. o Tipos de parto. o Intercorrências pré-natal e parto. o Peso dos recém-nascidos. o Aleitamento materno. EXAME FÍSICO ▪ Apresentação, explicação do procedimento e finalidade, consentimento. ▪ Lavar as mãos antes e após. ▪ Uso de luvas nos momentos propícios. ▪ Cobrir a paciente! Não deixar expostas partes que não são avaliadas no momento. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | Pati Ikeda - T4 ▪ Presença de enfermagem assistente. Exame geral (incluir pressão arterial, peso, altura, circunferência abdominal). Exame direcionado outros aparelhos. Exame das mamas. Exame do abdome. Inspeção genital. Especular e toque vaginal. - Inspeção: estática e dinâmica. - Palpação: cadeias linfáticas, mamas e outras estruturas. - Expressão. INSPEÇÃO ESTÁTICA Posição sentada, braços ao longo do corpo, examinador à frente. Observar: - Número; -- Forma; - Simetria; -- Volume; - Contornos (retrações/ abaulamentos); Pele (hiperemia, edema, cicatrizes, lesões, vascularização, “peau d’Orange”); - Características do CAP e mamilo; - Alterações torácicas. INSPEÇÃO DINÂMICA Manobras para mobilizar a mama sobre a parede torácica Contrair mm. Peitorais Observar: - Mobilidade; -- Retrações/abaulamentos; - Alterações torácicas. PALPAÇÃO LINFONODOS Posição sentada, mm peitorais relaxados. Exame cadeias axilares, supra e infra claviculares. Descrever: - Localização; -- Tamanho; - Mobilidade; -- Consistência; - Aderência a planos profundos. PALPAÇÃO MAMÁRIA Decúbito dorsal com as mãos atrás da cabeça. Sistematizar todos os quadrantes e prolongamento axilar. Dedilhamento, pressão, deslizamento. Descrever achados: - Localização, tamanho, mobilidade, consistência; - Temperatura; -- Dor. EXPRESSÃO Base da mama até complexo aréola-papilar. Descrever descarga papilar: - Consistência (líquida, oleosa, pastosa); - Coloração (hialina, leitosa, sanguinolenta, escura); - Volume; -- Ponto gatilho. EXAME DO ABDOME Decúbito dorsal, braços ao longo do corpo, pernas esticadas. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | Pati Ikeda - T4 Realizar: - Inspeção estática e dinâmica (distensão, retração, abaulamento); - Ausculta de ruídos hidroaéreos; - Percussão (ascite, massas, gazes); - Palpação (massas pélvicas: consistência, mobilidade, tamanho, contornos); - Manobras específicas. EXAME DOS GENITAIS Posição de litotomia em mesa ginecológica: Decúbito dorsal, nádegas junto à borda da mesa de exame, coxas e joelhos fletidos, pés ou a fossa poplítea nas perneiras. Despida e avental com abertura posterior e lençol cobrindo abdome e pernas. EXAME DOS GENITAIS EXTERNOS INSPEÇÃO ESTÁTICA o Pilificação. o Anatomia das formações vestíbulo-labiais e monte de Vênus. o Lesões (manchas, pápulas, nódulos, cistos, ulcerações, lesões verrucosas, bolhas, abaulamentos, retrações, cicatrizes). o Sinais de atrofia/ hipotrofia (hidratação, cor mucosa, turgor dos lábios, introito vaginal). o Exame do períneo e região perianal. INSPEÇÃO DINÂMICA o Realizar manobra de esforço (avaliar: perda urinária, abaulamentos, procidência/ prolapsos órgãos pélvicos). o Palpação cadeias linfonodais. EXAME ESPECULAR o Espéculo apoiado na fúrcula, posição oblíqua, introduzido fechado. o Introdução e rotação delicada para valvas na parede anterior e posterior. o Durante abertura do espéculo, deve-se segurar a valva anterior e girar a borboleta com a outra mão a fim de expor o colo uterino. Avaliar: - Vagina: coloração, hidratação mucosa, rugosidade, presença de lesões - Colo: forma orifício externo, superfície, presença de ectopia, lesões - Conteúdo vaginal (coloração, odor, consistência, quantidade, bolhas, aderência). Exame de toque vaginal (uni ou bidigital). Palpação bimanual: TOQUE VAGINAL Vagina: perviedade, comprimento, elasticidade, rugosidade, lesões, abaulamentos, fórnices vaginais. Colo: tamanho, perviedade, consistência, superfície, mobilidade. Palpação bimanual: - Útero: posição, mobilidade, tamanho, contornos. - Anexos: tamanho, dor, mobilidade. - Ligamentos uterossacros, paramétrios. TOQUE RETAL Avaliar: Tônus do esfíncter; Ampola retal e Conteúdo; Mobilidade uterina/ tórus uterino; Paramétrio. Situações: endometriose, câncer de colo do útero, sangue oculto, pacientes virgens. EXAMES COMPLEMENTARES Laboratoriais, biópsias, citologia oncológica, CTG, histeroscopia, Colposcopia, Colpocitologia oncótica, laparoscopia, raio-X, mamografia, ultrassonografia, RM, tomo e outros. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: Tratado de ginecologia Febrasgo / editores Cesar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá; coordenação Agnaldo Lopes da Silva Filho [et al.]. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
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