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Empreendedorismo Digital

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Empreendedorismo Digital
UNIDADE 1 - Economia Digital
Globalização
Introdução da Unidade
Convidamos você a refletir sobre as constantes transformações pelas quais o mundo passa. Ainda que indiretamente, todos nós temos reflexos dessas mudanças em nosso dia a dia. No ambiente de negócios não é diferente. Com a introdução e evolução das tecnologias de informação e comunicação, bem como sua rápida disseminação, transformações significativas têm ocorrido também no comportamento de consumo, fazendo com que as empresas reformulem suas estratégias e o próprio modelo de negócio.
Ao longo do conteúdo aqui explanado, você identificará:
· Como uma economia digital transforma a maneira pela qual os indivíduos identificam suas necessidades e realizam suas transações.
· Como um processo, até então dado como certo, pode mudar drasticamente.
· Como os empreendedores precisam estar atentos ao timing do negócio, encontrando caminhos e tendências, para que não sejam “engolidos” pela concorrência cada vez mais acirrada e fomentada pelas novas possibilidades digitais.
Para facilitar, ao longo dos conteúdos, você verá a teoria sendo contextualizada a partir de situações da realidade profissional. Bons estudos!
Objetivos da Unidade
Ao longo desta Unidade, você irá:
· Recordar o conceito de globalização;
· Examinar os tipos de cenários e desafios da globalização;
· Diferenciar microambiente e macroambiente.
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula, diferenciaremos microambiente de macroambiente. Além disso, conheceremos duas ferramentas utilizadas para analisá-los, são elas: análise SWOT e Modelo das Cinco Forças de Porter.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
· Recordar o conceito de globalização;
· Interpretar as características de microambiente e macroambiente;
· Examinar ferramentas para análise de cenários.
Situação-problema
Todos nós, em algum momento, deparamo-nos com o termo “globalização”. Tema recorrente em discursos públicos, acadêmicos e de negócios, a globalização foi fundamental no processo de construção social atual. Esse processo teve início com a integração de fatores econômicos, sociais, culturais e políticos, bem como com a redução dos custos de meios de transporte e comunicação, em escala global. Imagine a proporção do desenvolvimento tecnológico para isso! Os avanços na área de transportes e comunicação encurtaram as distâncias, e o que décadas atrás levava dias ou semanas para encontrar o destinatário hoje está ao nosso alcance, instantaneamente, fazendo parte do nosso dia a dia.
O rápido desenvolvimento da internet e o seu crescente uso refletem a importância das tecnologias da informação e comunicação para o que chamamos atualmente de “sociedade da informação” inserida na “economia da internet”. E é por esses motivos que o cenário atual está em constante transformação.
Qual é o papel do empreendedor e da gestão, de modo geral, diante de tantas mudanças? É possível prever o futuro nesse contexto de incertezas? Não seria mais fácil planejar um negócio bem-estruturado e blindá-lo contra as ameaças externas? Quem está na chuva é para se molhar? E se for, como aproveitar as oportunidades do macroambiente? Os negócios digitais são viáveis para os novos tempos? Por quê?
Para contextualizar sua aprendizagem, imagine que você seja dono de um restaurante referência na cidade por servir um autêntico churrasco argentino há quase dez anos. Nele, o cliente pode customizar os pratos, ponto da carne e acompanhamentos, além de contar com uma adega com os melhores rótulos de vinhos consagrados do Chile, Argentina, Uruguai e França e com um excelente serviço, mesmo com uma equipe reduzida.
No entanto, assim como milhões de empreendedores no Brasil e no mundo, você é agora mais um dos impactados pela pandemia provocada pela Covid-19. As medidas de isolamento indicadas por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocaram o mundo todo em quarentena e seu restaurante começa a sofrer os impactos disso.
Você é um empresário consciente, preza pela saúde de seus clientes e funcionários, mas também sofre com as perspectivas econômicas decorrentes da crise de saúde que o mundo vive. Por isso, diante desse contexto, você está se questionando: “O que acontecerá? Quais as alternativas possíveis? O que meus concorrentes estão fazendo? O meu negócio irá à falência?”.
Seu desafio será responder a todos esses questionamentos e encontrar as possíveis alternativas para o cenário no qual se encontra. Busque sempre relacionar os conceitos aqui aprendidos com situações vivenciadas por você no dia a dia, assim ficará muito mais fácil visualizar os cenários. Bons estudos!
Desafios decorrentes da globalização
Até agora, você viu a importância da globalização e como os componentes micro e macroambientais afetam as pessoas e, sobremaneira, as organizações. No entanto, é importante ter em perspectiva que as mudanças decorrentes da globalização e a velocidade das mudanças trazem também muitos desafios.
Não é difícil lembrar da crise imobiliária que assolou os Estados Unidos da América no ano de 2008, gerando baixas posteriores no mercado de ações ao redor do mundo, do aumento da taxa de desemprego, inclusive no Brasil, dos escândalos envolvendo empresas e governo, além de outras ameaças mundiais, como o aquecimento global e o próprio terrorismo. Todos esses eventos negativos e, portanto, mais prejudiciais influenciam diretamente diversos cenários.
Como as empresas podem se prevenir das ameaças do macroambiente? Como é possível explorar as oportunidades? Essas perguntas encontram respostas satisfatórias quando o modelo de negócio é articulado de maneira estratégica, o que significa que ele visa alcançar objetivos (fins) previamente definidos e tem um meio para isso, sua estratégia.
De maneira geral, agir de maneira estratégica, no contexto organizacional, implica alocar recursos em prol de objetivos. “As empresas desenvolvem estratégia identificando diferentes visões do futuro e fazendo escolhas entre elas” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 46). Veja que a estratégia organizacional é condicionada aos resultados esperados do futuro. E seria possível prever o futuro?
Wright e Spers (2006) sugerem que o futuro seja avaliado por meio de cenários, no entanto, recomendam que a elaboração desses cenários não seja vista como um exercício de predição, como uma profecia ou previsão, e sim como uma identificação de situações possíveis e de alternativas. Estas seriam então encaixadas nas estratégias das empresas a fim de transformar seu ambiente estratégico e, até mesmo, seu setor de atuação.
Van der Heijden (2009) define cenário como um instrumento cuja finalidade é aperfeiçoar as decisões e seus processos decorrentes, utilizando, para isso, o ambiente futuro.
Kotler e Keller (2012) contribuem com a afirmação de que a elaboração e análise de cenários corresponde a uma aceitável representação do futuro de uma empresa, partindo de suposições variadas sobre as forças (componentes) que impulsionam o mercado e as inúmeras incertezas presentes nele. Com os cenários sob perspectiva, os responsáveis pela análise devem questionar uns aos outros: “O que faremos caso esse cenário se concretize?”. Então, o cenário com maior probabilidade de ocorrência deve ser eleito e constantemente analisado, para o caso de haver indícios de sua confirmação ou refutação.
As projeções futuras oferecem às organizações uma maior flexibilidade, tornando-as mais adaptáveis a esse ambiente complexo e dotado de incertezas em que vivemos. Os cenários minimizam riscos de naturezas diversas, como operacionais, financeiros e econômicos, e auxiliam no planejamento organizacional e na tomada de decisões. Atuam como bússolas no direcionamento estratégico dos empreendedores que comandam o negócio.
Tipos de cenários
Uma maneira bem prática de exercitar a elaboração de projeções futuras é pensar em três tipos de cenários: positivo, neutro e negativo.
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📌 Lembre-se
A quantidade de cenários não é padrão, isso vai depender de cada situação de análise,uma vez que a complexidade, os dados e as informações acabam interferindo nas projeções futuras.
Projeções de cenários no planejamento. Fonte: elaborado pela autora.
O cenário neutro (esperado ou realista) tem a finalidade de evidenciar eventos cuja probabilidade de ocorrência seja maior, sendo, portanto, um cenário de base (referência). Para isso, a empresa utiliza dados históricos e informações consolidadas (caso os tenham), além de fatores que possam vir a influenciar o cenário futuro.
O cenário positivo (otimista) parte da probabilidade da ocorrência de fatores geradores de resultados superiores quando comparado ao cenário neutro.
O cenário negativo (pessimista) projeta situações que afetariam negativamente a organização, o que levaria a resultados inferiores quando comparado ao cenário neutro.
 
Projeção de cenários
Agora, contextualize um empreendimento recém-inaugurado: imagine-se enquanto empreendedor do negócio, analisando os componentes micro e macroambientais. Você sabe que muitos fatores (variáveis de análise) podem interferir no futuro do seu negócio e que a projeção de cenários futuros é uma boa maneira de definir sua estratégia (o caminho para atingir os objetivos organizacionais).
 
Cenário neutro
A definição do cenário neutro é importante, pois ele é um cenário de referência (base). A partir dele, você pode balizar os cenários positivo e negativo. Sua empresa é nova no mercado, você tem um capital de giro razoável e possivelmente enfrentará sazonalidade. Portanto, como todo empreendedor que se preze, você fez um bom plano de negócios e está buscando se prevenir em casos adversos.
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📖 Vocabulário
Capital de giro: reserva de recursos (estoque, contas a receber, caixa, banco etc.) disponível para honrar com compromissos financeiros ao longo do tempo, se necessário.
Sazonalidade: variável conforme as estações do ano, temporal.
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Cenário positivo
Pois bem, vamos pensar agora no melhor dos mundos, no cenário positivo (otimista) para o seu negócio. Suponha que você, ao analisar o microambiente, tenha evidenciado que:
· Seus colaboradores da área de marketing estão desenvolvendo um conceito de produto que inovará em seu setor de atuação.
· Você realizou a contratação de uma equipe focada em treinamento e desenvolvimento humano, o que tem dado resultados muito positivos, ainda que em pouco tempo.
· O e-commerce foi implantado com sucesso e você já está exportando seus produtos e tem perspectiva de aumentar as vendas no mercado internacional.
 
No macroambiente, você identificou:
· Tendência na redução de tributos de exportação.
· Aumento por compras on-line.
 
Cenário negativo
O mesmo deve ser feito para o cenário negativo (pessimista). Ao analisar o microambiente, você notou que:
· A manutenção de um e-commerce pode gerar custos além do esperado devido à exportação.
 
No macroambiente, você identificou que:
· Os países com os quais você busca firmar relações estão passando por crises internas.
· Há entrada de produtos substitutos com preços competitivos no mercado.
 
Com essa análise macro e microambiental foi possível traçar os cenários positivo, neutro e negativo a fim de relacioná-los com os gastos e/ou receitas do seu negócio para determinado período. Busque se questionar sobre qual cenário tem a maior probabilidade de ocorrer e o porquê. O que você faria se isso acontecesse? É a partir disso que você passa a monitorar sua empresa e sabe tomar as decisões mais assertivas.
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💭 Reflita
Quando você opta por um dos cenários (neutro, otimista ou pessimista) e passa a monitorá-lo, a fim de verificar se as projeções serão confirmadas ou refutadas, o que você faz com os demais cenários? O correto seria descartá-los? Não seria interessante mantê-los à disposição do empreendedor para eventuais mudanças no decorrer do trajeto? Pense nisso!
Cenário econômico e empresa em rede
Na perspectiva macroambiental, na maioria das vezes o componente econômico tem maior peso nas análises e decisões organizacionais. Nas duas últimas décadas, empreendedores de diversos segmentos vivenciaram um turbulento cenário econômico, desafiando-os a prosperar financeiramente em ambientes hostis, nos quais muitas vezes a demanda por bens e serviços não é suficiente para que a empresa obtenha êxito (ter lucro e alcançar outros objetivos).
Mas não é de hoje que as organizações sofrem interferências (positivas e negativas) do cenário econômico. O poder de compra do consumidor em uma economia invariavelmente dependerá de sua renda, dos preços praticados pelas marcas, da poupança, do nível de endividamento e da disponibilidade de crédito (KOTLER; KELLER, 2012).
Com as recentes crises e as mudanças no cenário econômico, muita pressão por preços baixos tem sido feita. Essa tendência acaba acompanhando as mudanças tecnológicas e as próprias mudanças dos consumidores, que passaram a exercer poder perante as marcas, elevando substancialmente seu poder de barganha, abrindo precedentes para que o concorrente chame sua atenção e obtenha vantagem competitiva.
Não é à toa, como reforçam Kotler e Keller (2012), que os empreendedores incumbem ao time de marketing a proeza de levantar a empresa para que os potenciais clientes percebam valor e passem a consumir, afinal, a lógica é simples: é preciso haver demanda para que haja oferta, assim haverá receita e, por consequência, lucro (se o planejamento orçamentário foi bem executado, é claro).
Manuel Castells, em seu livro A sociedade em rede, de 2006, faz referência aos avanços tecnológicos e ao surgimento de uma nova economia no final da década de 1990, que trouxe ao mundo dos negócios uma nova maneira de competir. Esse novo cenário econômico surge – e permanece – muito mais dinâmico e competitivo, permitindo que os consumidores tenham poder sobre as marcas.
As empresas começam a perceber que fica cada vez mais difícil competir e sobreviver sozinhas no mercado e uma nova lógica organizacional passa a ser amplamente difundida. A ideia gira em torno da divisão de custos e riscos, além da manutenção de informações constantes e renovadas, em que oportunidades estão sendo criadas o tempo todo (CASTELLS, 2002). 
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🔁 Assimile
Segundo Castells (2002, p. 232),
“Com a rápida transformação tecnológica, as redes – não as empresas – tornaram-se a unidade operacional real. Em outras palavras, mediante a interação entre a crise organizacional e a transformação e as novas tecnologias da informação surgiu uma nova forma organizacional como característica da economia informacional/global: a empresa em rede.”
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Para Castells (2002), basicamente, o desempenho de uma determinada rede dependerá de dois de seus atributos fundamentais: conectividade, para que haja uma comunicação sem ruídos, e coerência, para o compartilhamento de interesses entre objetivos e componentes.
Nesse caso, pode-se dizer que a empresa em rede representa a “forma organizacional” da economia informacional/global.
Características da economia informacional/global. Fonte: adaptado de Tuomi (1999, apud CASTELLS, 2002, p. 233).
Enquanto na economia tradicional as empresas costumavam estar cercadas por um ambiente relativamente rígido, agora enfrentam uma mudança contínua, sobretudo pelo advento da internet. Por conseguinte, os processos corporativos e as estruturas organizacionais precisam levar isso em conta para atender às demandas do mercado o mais rápido possível.
“Nesse sentido, a empresa em rede concretiza a cultura da economia informacional/global: transforma sinais em commodities, processando conhecimentos” (CASTELLS, 2002, p. 233).
Com base nas características da economia informacional/global e na importância da tecnologia da informação e do conhecimento para o atual cenário em que vivemos, é importante que façamos uma reflexão sobre como os negócios se aproveitam dos ambientes e recursos digitais e sobre quais são os impactos disso na economia mundial e nacional.
Impactos dos negócios digitais na economia mundial e brasileira
Para Dornelas (2018, p. 72), “a internet é um celeiro de oportunidades jamaisvisto na história”. Ela congrega empresas, marcas, pessoas, clientes em potencial. Oferece inúmeras possibilidades e não limita espaços físicos ou fronteiras. É um ambiente promissor para os empreendedores que sabem usufruí-la.
Kalakota e Robinson (2002, p. 50) explicam que:
“[...] com 50 milhões de pessoas conectadas em cinco anos, a Internet se tornou o meio de comunicação com aceitação mais rápida de todos os tempos. Foram necessários 70 anos para o telefone, 40 anos para o rádio e 15 anos para a televisão alcançarem esse marco. “
Veja como o impacto da internet revolucionou a dinâmica econômica global: desde flexibilidade na produção até eficiência, novas ferramentas e oportunidades de negócios e investimentos. A economia da internet e o e-business, como propõem Wirtz (2019) e outros autores da área, representam as duas principais dimensões que constituem a atual sociedade da informação.
As empresas extrapolaram os ambientes físicos (off-line) e passaram a atuar no ambiente digital, afinal, é nesse ambiente que muitos consumidores estão. As possibilidades dos negócios digitais são muito mais do que um canal de distribuição adicional para produtos tradicionais. Wirtz (2019) explica que, por um lado, o mundo digital oferece o potencial de desenvolver e vender novas ofertas. Por outro lado, o valor de produtos físicos ou tradicionais aumenta por meio de serviços digitais com valor agregado por meio do qual uma empresa pode gerar vantagem competitiva. Além disso, os negócios digitais têm o potencial de oferecer inúmeras variantes de produtos nos mercados de massa, o que acaba sendo limitado fisicamente no ambiente off-line (CHAFFEY, 2015).
A internet já faz parte do nosso dia a dia, mas o que é o e-business? Por que ele é tão importante para o cenário econômico atual e para a sociedade da informação como um todo?
Em geral, a literatura atual tem uma compreensão heterogênea do termo e-business. Portanto, entenda e-business como a iniciação, o suporte parcial ou total, a transação e a manutenção dos procedimentos de troca de serviços entre parceiros econômicos por meio da tecnologia da informação (redes eletrônicas) (WIRTZ, 2019).
Quando falamos de e-business nos referimos a: e-commerce (comércio eletrônico), comunicação eletrônica, informação eletrônica/entretenimento, colaboração eletrônica e educação eletrônica, feitos por governos, empresas e consumidores.
É importante especificar que o e-business se refere à integração entre as diversas atividades e procedimentos organizacionais (vendas, marketing, produção, controladoria etc.), mediante auxílio de sistemas de informação (TAKAHASHI, 2000; KALAKOTA; ROBINSON, 2002; COMBE, 2006). O comércio eletrônico ou e-commerce trata especificamente das operações de compra, venda ou troca de produtos, serviços e informações, por meios digitais (computadores, smartphones, tablets etc.). Consiste em uma atividade econômica em que se realizam transações comerciais via rede mundial de computadores. Cobre uma série de atividades organizacionais on-line para negociação de bens e serviços, além de operações de venda e promoção, compra e pagamento.
O mundo globalizado dos negócios derrubou a barreira geográfica entre empresas e consumidores. Um residente no Brasil pode adquirir um produto da China ou de algum país do continente europeu. Da mesma forma, um fabricante dos Estados Unidos, por exemplo, pode vender seus produtos para alguém do outro lado do mundo. O comércio eletrônico extrapola os limites físicos. 
Nesse contexto, a possibilidade de uma empresa ser capaz de reagir às tendências atuais é um fator de sucesso dos negócios on-line. A integração eficiente de informações, serviços, produtos e processos representam uma ideia básica dos negócios digitais.
A definição e a implementação de uma estratégia de negócios digitais contribuem para o sucesso e podem garantir o sucesso a longo prazo de uma empresa. Wirtz (2019) considera que essa estratégia exige especialmente quatro habilidades dinâmicas: inovação digital, flexibilidade estratégica e organizacional, flexibilidade de rede e integração de capacidades, além de facilidade de uso.
Por consequência, como vimos, a capacidade de rede e integração é um componente crítico desse tipo de negócio. A interconectividade, por exemplo, em termos de efeitos de rede, pode servir como um impulsionador do desenvolvimento de processos de negócios digitais ou também pode ser aplicada por meio de efeitos de bloqueio específicos da plataforma como um instrumento de fidelidade do cliente (WIRTZ, 2019).
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📝 Exemplificando
Um exemplo de efeito de rede na perspectiva dos clientes é a crescente difusão do cliente de mensagens instantâneas WhatsApp. Dado que o valor de um produto ou serviço depende do número de pessoas que o utilizam, o número crescente de usuários conectados aumenta o benefício de cada indivíduo, pois eles podem alcançar um número maior de usuários.
No entanto, o número de usuários precisa atingir uma certa massa crítica para colher os benefícios de sua rede (efeito positivo da rede).
Análise SWOT
Analisar os componentes do microambiente é crucial para a sustentabilidade de qualquer negócio, já que suas relações são diretas e constantes. Com a análise do microambiente também é possível identificar as forças (ambiente interno) para explorar melhor suas oportunidades (ambiente externo), além de minimizar suas fraquezas (ambiente interno) para fazer frente a possíveis ameaças (ambiente externo). Dessa forma, temos o que chamamos de análise SWOT, acrônimo para strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). Saiba mais a seguir.
Strenghts (forças)
Em seu livro Marketing na era digital, a consultora e professora Martha Gabriel destaca perguntas para auxiliar na identificação de pontos fortes:
· O que a empresa faz bem?
· O que o produto tem de bom?
· Que recursos especiais a empresa possui e pode aproveitar?
· Que características únicas o produto possui que podem ser aproveitadas?
· O que outras empresas/público acreditam que você faz bem?
· Em que outras empresas/público acreditam que seu produto é bom? (GABRIEL, 2010, p. 38).
Weaknesses (fraquezas)
Para a identificação de pontos fracos, a consultora e professora Martha Gabriel sugere as seguintes perguntas:
· No que a empresa/produto pode melhorar?
· Onde a empresa tem menos recursos que os concorrentes?
· Em que o produto é pior que o dos concorrentes?
· O que as outras empresas/público acreditam que sejam as fraquezas do seu produto/empresa? (GABRIEL, 2010, p. 38).
Opportunities (oportunidades)
No âmbito do marketing digital, uma oportunidade significa um novo caminho para se atingir o cliente de forma mais rápida e assertiva em relação aos seus concorrentes.
Threats (ameaças)
Uma ameaça consiste em “um desafio imposto por uma tendência ou um evento desfavorável que, na ausência de uma ação de marketing defensiva, acarretaria a deterioração das vendas ou dos lucros” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 50).
Modelo das Cinco Forças de Porter
Todo negócio (on-line ou off-line) está inserido em um determinado setor atendendo a diferentes mercados. Como proposta de análise de um setor, Michael Porter (1979) criou o Modelo das Cinco Forças, ferramenta amplamente utilizada em diversos setores para analisar quais forças competitivas atuam com maior intensidade e atratividade nesse mercado ou em um segmento de mercado: concorrentes do setor, possíveis entrantes, substitutos, compradores e fornecedores. Entenda a seguir.
As Cinco Forças de Porter são: 
1. Poder de barganha dos fornecedores (ameaça de poder crescente dos fornecedores): um segmento não é atraente se os fornecedores da empresa podem aumentar os preços ou reduzir a quantidade ofertada. Os fornecedores tendem a ser poderosos quando são concentrados ou organizados, quando podem se integrar para trás, quando há poucos substitutos, quando o produto fornecido é um insumo importante e quando os custos de troca de fornecedor são altos. 
2. Ameaças de novos entrantes: o segmentomais atraente é aquele em que as barreiras à entrada são elevadas e as barreiras à saída são baixas. Poucas empresas novas podem entrar no setor e aquelas com fraco desempenho podem facilmente sair. 
3. Ameaças de produtos substitutos: um segmento não é atraente quando há reais ou potenciais substitutos para o produto. Os substitutos impõem um limite aos preços e lucros. Se a tecnologia avança ou a concorrência aumenta nesses setores substitutos, preços e lucros tendem a cair. 
4. Poder de barganha dos clientes (ameaça de maior poder de barganha dos compradores): um segmento não é atraente se os compradores têm forte ou crescente poder de barganha. 
5. Rivalidade entre concorrentes (ameaça de intensa rivalidade dentro do segmento): um segmento não é atraente se ele já contém inúmeros concorrentes fortes ou agressivos. Será ainda menos atraente se for estável ou estiver em declínio.
O Modelo das Cinco Forças de Porter, assim como a análise SWOT, pode ser utilizado para análise do ambiente externo/geral (macroambiente), mas com ênfase para o que chamamos de ambiente setorial. Com isso, torna-se mais apurada a análise, dando-se ênfase a oportunidades e ameaças correlacionadas ao contexto do negócio. Para se aprofundar nessa temática, continue buscando novos conhecimentos e se prepare para o mercado de trabalho!
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➕ Saiba mais
Você pode utilizar muitos métodos na construção de cenários, o importante é manter seu planejamento estratégico alinhado aos objetivos do negócio. O artigo “Construção de cenários: apreciação de métodos mais utilizados na administração estratégica“, de Carvalho et al. (2011), contextualiza a importância dos cenários no processo estratégico e faz uma revisão bibliográfica, apresentando ainda os cinco principais métodos utilizados, comparando-os.
Clique aqui, faça a leitura das páginas 2 a 15 e aprenda novos métodos que podem ser utilizados para uma melhor análise e estratégia organizacional.
Conclusão
Agora você já entende a importância do ambiente digital para os negócios. Sabe que as transformações provocadas pela introdução de novas tecnologias da informação e comunicação fizeram com que as organizações remodelassem também sua estratégia e tomada de decisão. Imagine um ambiente conectado e dinâmico, como o que vivemos, sem a atuação de organizações digitais, sem uma análise apurada de dados disponíveis, tanto no microambiente quanto no macroambiente? É por isso que, cada vez mais, os empreendedores que almejam sucesso e vantagem competitiva precisam estar atentos às mudanças e flexíveis para corresponder a elas.
Consumidores digitais
ntrodução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula falaremos sobre características do consumo digital e estratégias para conquistar os consumidores nas redes sociais.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
· Identificar a interação entre o consumidor e as marcas;
· Examinar estratégias para conquistar consumidores nas redes sociais;
· Analisar outros recursos de marketing para suprir as necessidades do consumidor digital.
Com a evolução das tecnologias digitais e sua crescente disseminação no dia a dia dos indivíduos, profundas transformações têm ocorrido também no comportamento do consumidor.
Por isso, é papel das empresas – e, principalmente, do marketing – pensar e criar abordagens e estratégias para se adaptar aos novos contextos. É preciso entender que o consumidor atual detém o poder e as marcas devem ficar atentas a isso.
Cientes disso, nesta aula, objetivamos compreender a interação de consumidores e marcas nas redes sociais on-line.
 
Situação-problema
Pare para pensar sobre todas as transformações pelas quais o mundo e as sociedades passaram. Todos nós vivenciamos essas mudanças constantemente e buscamos nos atualizar, sempre que possível. Podemos afirmar que, com o advento tecnológico, essas mudanças vêm se intensificando e os resultados são os mais variados possíveis. No mundo empresarial não é diferente. Com a evolução das tecnologias digitais e sua crescente disseminação no dia a dia dos indivíduos, profundas transformações têm ocorrido também no comportamento do consumidor.
Por isso, é papel das empresas – e, principalmente, do marketing – pensar e criar abordagens e estratégias para se adaptar aos novos contextos. É preciso entender que o consumidor atual detém o poder e as marcas devem ficar atentas a isso.
Qual o papel do marketing nesse cenário? Como as marcas se posicionam nesse ambiente? Qual a influência das redes sociais on-line no comportamento do consumidor? E o que as marcas podem fazer?
Vamos contextualizar os conceitos desta aula a partir da história de Yasmin, uma empreendedora que há cinco meses abriu sua loja de roupas na região central da cidade, cuja população está estimada em 300 mil habitantes. O público-alvo da loja é unissex, mas suas principais clientes são do sexo feminino, com idades entre 20 e 40 anos, pertencentes às classes B e C.
A proprietária, desde o primeiro mês de atividade, fez uma ampla divulgação off-line, mas não soube utilizar o ambiente digital a favor do negócio. As clientes começaram a cobrá-la sobre as novidades da loja, reclamando que o perfil da empresa estava há muito tempo desatualizado nas plataformas de redes sociais on-line, além de insistirem para que Yasmin fizesse um e-commerce e uma vitrine on-line com os detalhes das peças e os preços para comparação.
Yasmin entende que não pode mais perder tempo e que sua marca precisa de presença digital, proporcionando a melhor experiência para seus clientes. Afinal, ela sabe que oferece produtos e serviços que estão acima da média de seus concorrentes e não atender aos desejos de seus clientes agora pode ser decisivo para o fracasso do negócio.
Você auxiliará Yasmin nesse processo. Utilize os seus conhecimentos e encontre as soluções para que ela proporcione uma experiência social digital positiva para sua clientela.
Também aproveite para relacionar a teoria com situações vivenciadas por você no cotidiano, afinal, você também é um consumidor. Bons estudos!
Evolução da tecnologia
À medida que a economia digital, por meio de suas tecnologias e ferramentas, passa cada vez mais a fazer parte das atividades humanas, mais influência o contexto digital passa a ter no ambiente empresarial, pois não há empresa se não houver consumidores para seus bens e serviços.
Quando fazemos uma retrospectiva desse contexto, podemos enxergar pontos que marcam a influência e evolução tecnológica digital do ponto de vista da interatividade e conectividade. Gabriel (2010) nos ajuda a entender o porquê: na última década do século XIX, houve o surgimento do cinema (considerado como “a primeira tela”), no qual as pessoas começaram a compartilhar a experiência pública de espectadores. Com a televisão (“a segunda tela”), a sociedade também passou a usufruir dessa experiência, mas de modo privativo, no âmago de seu lar. Neste momento, a possibilidade de troca de canais já dava indícios de novos processos de interação, assim como ocorre com as tecnologias digitais que conhecemos atualmente. Na sequência, surgiram os computadores (“a terceira tela”), os quais possibilitaram a real interação dos seres humanos com o mundo, com o advento da internet. Por fim, os dispositivos móveis (“a quarta tela”) passam a garantir mobilidade e conectividade para que a interação humana ocorresse a qualquer momento por meio da computação mobile.
As quatro telas. Fonte: adaptada de Shutterstock; FlatIcon.
Você já imaginou sua vida longe dos recursos tecnológicos? Quantas vezes você já saiu de casa sem o celular e voltou para buscá-lo? Esses recursos acabam se tornando ferramentas de trabalho e de interação social.
Estamos em uma nova economia, a economia da internet, vivenciando hoje um cenário inexistente até meados do século XX. Por isso, torna-se cada vez mais natural a utilização desses dispositivos para as mais variadas práticas que influenciam você, enquanto consumidor, mas que também influenciarão seu negócio e o seu consumidor.
Conquista de consumidoresno meio digital
Promover experiências positivas para o consumidor exige estratégias de marketing que ultrapassam a tecnologia em si, por isso as empresas precisam conhecer profundamente seu público-alvo. Lembrando, é claro, que a velocidade tecnológica altera substancialmente o ambiente de marketing, o que propicia uma ampliação de ferramentas estratégicas a serem agrupadas. Por isso, um diferencial competitivo valioso para as organizações é compreender esse cenário dinâmico e complexo, conhecendo as tecnologias disponíveis a cada momento.
Outro ponto de destaque em relação ao ambiente digital está na criação de múltiplas plataformas contínuas de interação, ao contrário do que ocorre nas mídias tradicionais, com a realização de campanhas isoladas. Essa forma de interação on-line engaja o público e não apenas “o atinge”.
Você pode estar se perguntando quais estratégias digitais são mais assertivas para cada tipo de organização em relação à experiência proporcionada. Nesse caso, Gabriel (2010) pontua alguns aspectos importantes:
· Multinacionais (grandes corporações): em geral, apresentam variedade de produtos e serviços. Indica-se a criação de um ou mais sites para disponibilização das informações com confiabilidade e facilidade.
· Pequenas empresas ou profissionais liberais: utilização de um blog no intuito de criar relacionamento com o público.
· Empresas B2C (Business-to-Consumer ou empresa para o consumidor final): marcar presença digital em páginas profissionais, como Facebook e Instagram.
· Empresas B2B (Business-to-Business ou empresa para empresa): por se tratar de relacionamento entre empresas, a plataforma LinkedIn pode ser uma boa sugestão para o contato com os clientes-empresas.
· Empresas e produtos diretamente dependentes de ambientes físicos (cinemas, restaurantes, academias): aumentam-se significativamente as chances de serem encontrados por meio de busca mobile de pessoas no entorno. Por isso, o foco principal da experiência na presença digital deverá ser a mobilidade.
Gabriel (2010, p. 253) defende que “uma boa presença digital depende da combinação multidisciplinar de três áreas: marketing + tecnologia + design”. Logo, o marketing é o responsável pela determinação dos objetivos bem como pelo posicionamento da presença digital. A tecnologia garante a estrutura adequada para a implantação dos objetivos de marketing no ambiente digital. Por fim, o design garante a experiência ideal para os clientes-alvo.
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🔁 Assimile
Presença digital pode ser definida como:
“[…] o estado de algo estar presente em algum lugar, ou seja, existir em um determinado momento, em um determinado lugar. Presença digital, portanto, refere-se à existência de algo (seres humanos, marcas, empresas, coisas etc.) no ambiente digital.” (GABRIEL, 2010, p. 249)
Ela acontece a partir de conteúdos digitais representativos; logo, para estar presente digitalmente, é preciso que se tenha conteúdos digitais também. De forma análoga ao mundo físico, a ausência digital se compara a uma organização que não tem endereço, telefone para contato ou marca, ou seja, ela não existe.
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“Nesse caso, podemos comparar a ação de presença digital como a ação de um pescador – estar onde os peixes estão” (GABRIEL, 2010, p. 253, grifo nosso). Para conquistar os consumidores no ambiente digital, as empresas recorrem a diversos caminhos, conforme explica Ramalho (2010). Vamos entender cada um deles.
 
O primeiro corresponde ao caminho do marketing, por meio de:
· Pesquisa de mercado: para esta área, especificamente, as mídias digitais são solo fértil, dada a possibilidade de se observar as ações dos indivíduos, bem como seus interesses.
· Promoção e vendas: área considerada por muitos como a personagem principal das mídias sociais (vender um produto ou serviço, uma marca). Com ela, tudo pode ser realizado; no entanto, a abordagem utilizada deve ser diferente da abordagem tradicional (convencional). Não se esqueça da experiência receptiva pela qual busca o consumidor.
 
O segundo corresponde ao caminho do CRM (Customer Relationship Management, ou Gestão do Relacionamento com o Cliente).
· É uma tendência dos fornecedores de softwares de gerenciamento de relacionamentos com clientes (CRM) incorporar as redes sociais em suas soluções tecnológicas, visando conectar as ferramentas tradicionais de CRM com as plataformas de redes sociais, a exemplo do Twitter, Facebook e LinkedIn, criando o CRM Social.
 
O terceiro corresponde ao caminho da assistência ao consumidor:
· Quando empresas utilizam as redes sociais como suporte à estrutura de serviços de atendimento ao consumidor (SAC) convencional, tornando-as mais uma opção de atendimento e um ambiente de monitoramento. Cada vez mais, as empresas, ao identificarem reclamações sobre seus produtos, serviços e/ou marcas, atuam de forma ativa, buscando sanar o problema.
 
Por fim, o caminho das relações públicas:
· A área de relações públicas (RP) é uma das que mais mantêm contato com as mídias sociais, afinal, o relacionamento é o cerne destas. Há, portanto, diversos benefícios para as empresas que utilizam as práticas de RP nas mídias sociais, fazendo com que marcas estejam mais próximas e com ferramentas mais ágeis na comunicação com seu público.
Você pode perceber a dimensão que o poder do consumidor tomou com a disseminação da internet? As empresas precisam se reinventar diariamente para que sua marca possa obter visibilidade e boa reputação perante seu público. Não basta apenas planejar as ações, é preciso implementá-las e acompanhá-las de perto. Afinal, “[…] o público está no comando das ações e o marketing precisa mensurá-lo para entender em que estado está para entrar em sincronia com esse público, oferecendo a ele o que lhe é relevante” (GABRIEL, 2010, p. 77).
É imprescindível que as estratégias de marketing levem em consideração esse ambiente dinâmico e on-line, pois ele vem modificando o comportamento de consumo e exigindo das empresas maior transparência, além de inovações e monitoramento constantes.
Sabemos que não é um caminho fácil para o empreendedor, afinal, as empresas estavam no controle. Era muito mais fácil poder lidar com as reclamações dos clientes de modo individualizado. Agora, a maior parte do conteúdo é gerada pelo público consumidor (comunidade da marca) e as empresas não têm controle sobre essa conversa.
Temos visto, até o momento, como a internet e principalmente as plataformas de redes sociais on-line constituem-se em ambientes propícios para as interações. Se tomarmos como exemplo o Facebook desde o seu surgimento, veremos que ele se tornou uma ferramenta de marketing de suma importância para as marcas. E o mesmo acontece com outras redes sociais on-line, como o Instagram e o Twitter. Primeiramente as empresas encontram nessas plataformas um lugar para se comunicarem com seu público e, até mesmo, fãs. Logo, a partir dessa interação mais aproximada, as marcas obtêm maior sucesso na realização do seu branding, pois conseguem construir a consciência nos consumidores, comunicar-se e oferecer informações direcionadas a dúvidas específicas, por exemplo.
O branding é feito nas plataformas de redes sociais desde o próprio lançamento de produtos e na divulgação de vídeos e promoções, envio de imagens, comunicação direta com os consumidores, obtenção de feedback e na criação de um estilo próprio e pessoal de atuação (KOTLER; KELLER, 2012).
As próprias plataformas também disponibilizam os meios para que as empresas realizem seu branding mediante as propagandas dirigidas, como anúncios geolocalizados e patrocinados, palavras-chave, banners e outros. Indivíduos com interesses em comum, que se relacionam por meio dessas redes sociais, participam ativamente e, cada vez mais, publicamente na defesa das marcas. Do mesmo modo, as interações e manifestações on-line também podem ser desfavoráveis a elas.
Essas relações não se desvinculam de emoções fortes e, portanto, acabam impactando não somente o ambiente on-line, mas o off-line também, tanto positiva quanto negativamente.
Mohret al. (2011) destacam que aquilo que é realizado com sucesso pelas marcas no mundo off-line (físico) nem sempre ocorre da mesma forma no on-line. A internet deve ser utilizada pelas empresas para comunicar e auxiliar o consumidor, visando à criação de valor para ele, ao mesmo tempo em que sua marca on-line é construída. Nesse caso, cabe às empresas o planejamento e posicionamento de sua marca, do seu branding, para que possam se aproximar de seu público-alvo a fim de desenvolver um relacionamento duradouro e satisfatório para ambos com a criação de marcas fortes. Afinal, mais do que nunca, a construção de uma marca é sinônimo de construção de relacionamento (VAZ, 2011).
Mas antes de partirmos para a aplicação de nossos conhecimentos, vale enfatizar o que foi dito por Mohr et al. (2011, p. 322):
“[…] uma boa criação de marca não compensa um modelo de negócios ruim ou a experiência do usuário. Por isso, o empreendedor precisa estar ciente do modelo de negócio a ser concebido e das experiências que proporcionará ao cliente, caso contrário, os esforços investidos na marca e no marketing em geral terão sido em vão.”
Logo, fica evidente que a transparência e visibilidade proporcionadas pelo ambiente on-line fazem deste um local propício à alavancagem, mas também ao fracasso das marcas. No entanto, a tomada de decisão deve preceder às ações mercadológicas, fazendo com que a missão do negócio expresse sua personalidade e entregue as melhores experiências na jornada de compra do consumidor.
Estratégias nas redes sociais on-line
Para a obtenção do sucesso em suas estratégias nas redes sociais on-line, as empresas não devem perder de vista a noção do “social”; por isso, a compreensão e análise do comportamento humano em seus relacionamentos sociais são primordiais (GABRIEL, 2010). É ideal e recomendado que você conheça seu cenário de atuação on-line, saiba quem são as pessoas para as quais suas ações de marketing estão sendo direcionadas e como elas se relacionam socialmente no meio digital.
É imprescindível compreendermos que um bom conteúdo, na visão da empresa, nem sempre é um bom conteúdo sob a ótica do consumidor e, na realidade, é essa ótica que devemos sempre considerar. Logo, na busca por um envolvimento mais profundo com seus consumidores, devemos “criar conteúdo que, embora não contribua diretamente para seu valor de marca nem melhore o volume de vendas, seja valioso para quem assiste” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 179).
Nesse sentido, Gabriel (2010) enfatiza que os gestores devem ficar atentos ao que as pessoas pensam e aos motivos que as levam a se tornarem fãs, curtirem ou seguirem determinadas marcas e/ou empresas, por exemplo. Mas quais seriam esses motivos?
Fonte: adaptado de Gabriel, 2010, p. 306.
O processo de compreensão desses e de outros possíveis motivos, de acordo com o perfil de seu consumidor, é fundamental para direcionar suas estratégias nas redes sociais on-line.
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➕ Saiba mais
Você já ouviu falar em socialnomics? É um termo criado pelo autor Erik Qualmann que descreve a economia na era das redes sociais digitais, em que os consumidores e as sociedades que eles criam on-line exercem uma influência profunda na economia e nos negócios que nela operam. Isso significa que, além de vivermos em uma era da internet, vivemos também em uma era social on-line.
Integração entre as redes sociais e o e-mail marketing
As empresas que utilizam as redes sociais on-line para promoção de sua marca junto aos consumidores também têm, na integração delas ao e-mail marketing, um importante ponto de apoio que oferece excelentes oportunidades de atendimento ao seu público.
Nesse sentido, o e-mail marketing surge como uma “ferramenta de segmentação para relacionamento, indo além da venda em si” (GABRIEL, 2010, p. 271).
A seguir apresentamos algumas dicas de como essa integração entre as redes sociais on-line e o e-mail marketing pode ser realizada para que as empresas aproveitem e criem “[…] oportunidades de marketing de forma que uma plataforma se alimente e, ao mesmo tempo, estimule a outra […]” (GABRIEL, 2010, p. 271).
Vamos a um exemplo prático? A figura a seguir detalha um e-mail marketing enviado aos consumidores por uma empresa que comercializa produtos de beleza nos ambientes on-line e off-line.
Fonte: adaptada de Beauty Box, 2018.
Neste exemplo de e-mail marketing, podemos identificar que a forma empregada pela empresa na comunicação com seu público se aproxima muito do estilo de linguagem praticado nas plataformas de redes sociais. Ainda, ao final do e-mail, a empresa promove a integração entre as duas plataformas (e-mail marketing e redes sociais) a partir dos ícones/links que direcionam os consumidores às suas páginas (Facebook, YouTube e Instagram), conforme uma das dicas apresentadas.
De modo geral, como visto até aqui, as empresas precisam de conhecimento para uma gestão eficaz de marketing. Os profissionais devem definir suas estratégias e o modo como buscarão atingir seus objetivos de marketing, em especial no ambiente on-line em que estão seus consumidores. Para que isso seja possível, o ideal seria mapear o caminho que seu consumidor percorre até a compra, buscando compreender os pontos em que ele faz contato com a marca e intervir, se necessário, nos mais cruciais.
A eficácia do processo, portanto, decorre da concentração dos esforços organizacionais, quando as empresas intensificam a comunicação, fortalecem sua presença nos canais escolhidos e melhoram a experiência do consumidor, buscando a diferenciação.
“Além disso, as empresas precisam alavancar o poder de conectividade e de defesa da marca pelo cliente.” KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 88
Conclusão
A empreendedora Yasmin precisa de sua ajuda para proporcionar uma experiência social digital positiva para sua clientela. Em cinco meses, sua loja de roupas não conseguiu decolar no ambiente on-line e os seus consumidores estão demandando mais atenção da marca. É hora de se mexer, caso contrário, as chances de buzz (ataques) negativo é grande.
Vejamos um panorama da atual situação da loja de Yasmin no ambiente digital:
Possui perfil da loja apenas na plataforma Facebook, e não uma fanpage, mais indicada para empresas.
Neste perfil, a maioria das pessoas adicionadas é composta por amigos de Yasmin, inclusive família e amigos que moram em outras cidades.
Muitos clientes, que já haviam realizado compras na loja física, enviaram solicitação de amizade para o perfil da página, mas Yasmin ainda não os havia aceitado, pois não tem o hábito de checar as redes sociais.
Realizou oito postagens de fotos de produtos disponíveis na loja em sua página no Facebook.
Tem 690 amigos no perfil da loja com um total de 1.100 curtidas nas fotos publicadas.
Com base nesse diagnóstico, ajude Yasmin a encontrar uma alternativa. Para as indagações, existem algumas sugestões; no entanto, você deve pensar em mais caminhos possíveis e criativos.
 
Abordagens e estratégias de marketing
De que maneira a marca pode proporcionar uma melhor experiência no ambiente digital para seus consumidores? Como o pequeno negócio citado pode fazer isso?
Lembre-se de que o comportamento do consumidor mudou. Ele tem presença ativa em meio às marcas e essa relação precisa ser recíproca. Yasmin deve considerar uma abordagem horizontal, inclusiva e social. Investir em campanhas com abordagens diversas, que atenda ao perfil do seu público consumidor. O boca a boca eletrônico não deve ser subestimado, uma vez que os clientes consideram a opinião de grupos primários e secundários.
 
Boa presença digital
Como integrar marketing + tecnologia + design para implementar uma boa presença digital no caso de Yasmin? O que pode ser feito?
A criação de múltiplas plataformas contínuas de interação é uma maneira de engajar o público, e não apenas atingi-lo. Ao compreender o perfil desses clientes, a marca pode dedicar os esforços para as plataformas de redes sociais com maior audiência. Pequenas empresas, como no caso de Yasmin, utilizam blogs para estimular o relacionamentocom o consumidor. Você identifica isso no próprio Instagram? A interação das marcas nos comentários das postagens ou nas lives realizadas ao longo do dia são maneiras utilizadas para marcar presença. No entanto, não se esqueça do planejamento e entenda o que as marcas que mais vendem também fazem para conseguir alcançar o sucesso.
 
Caminhos para conquistar o consumidor
Para conquistar os consumidores no ambiente digital, as empresas recorrem a diversos caminhos. Quais caminhos podem ser seguidos pela marca de Yasmin? Por que são os mais indicados nesse caso?
Utilize o perfil da empresa nas plataformas de redes sociais a favor da marca, faça uma pesquisa de marketing, realize promoções e vendas, mas busque entregar experiências com a marca. A lembrança que o consumidor terá dessas experiências envolve o posicionamento almejado pelo negócio. Um sistema adequado de gerenciamento de dados dos clientes deve seguir normas básicas de segurança, como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPDP), por exemplo, garantindo a confiabilidade dos dados dos clientes, mas pode ser utilizado para que você conheça o público-alvo, direcione suas estratégias e crie conteúdo, atraindo para sua marca.
A jornada do consumidor não se extingue no momento da compra: priorize o pós-compra, busque mantê-lo leal à sua marca, garantindo o relacionamento com ele.
 
Melhorando o posicionamento e construindo uma marca forte
Como o perfil da marca pode melhorar o relacionamento com seu público nas redes sociais on-line e auxiliar na construção de uma marca forte? Quais iniciativas de marketing podem ser tomadas?
É importante fomentar os comentários positivos, mas não deixar de responder aos comentários negativos, buscando resolvê-los. As plataformas disponibilizam importantes ferramentas e recursos que auxiliam as marcas no planejamento e posicionamento das campanhas on-line, e isso pode trazer vantagens competitivas ao negócio.
Marketing de conteúdo e de relacionamento devem ser amplamente trabalhados pela marca; a experiência do consumidor e a possibilidade de sua participação no processo de criação são imprescindíveis para resultados superiores. Iniciativas como descontos, promoções, informações, conteúdos exclusivos e personalizações nos produtos, por exemplo, além da integração entre as plataformas (redes sociais on-line e site institucional), promovem um ambiente de interação próspero entre marca e consumidor.
Lembre-se: para responder a esses questionamentos e complementá-los, retome os conceitos abordados nesta seção. É importante que você exercite sua criatividade e se imagine na situação de Yasmin, como um verdadeiro empreendedor atuando no ambiente digital.
Tendências para a economia digital
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula falaremos sobre plataformas digitais e experiências imersivas que impactam a economia mundial.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
· Recordar o conceito de plataformas digitais;
· Identificar os tipos de experiências imersivas existentes;
· Analisar a relação entre experiência imersiva e inteligência artificial.
 
Você sabe a quais tendências digitais os empreendedores devem estar atentos?
Os empreendedores precisam estar aptos e flexíveis para uma cultura ágil, integrando pessoas que desenvolvam produtos com base nas experiências de seus clientes, as quais estão cada vez mais imersivas e enriquecidas pelas tecnologias e plataformas digitais.
A economia digital chegou ao mundo dos negócios e aqueles que desejam obter sucesso precisam saber como utilizar os recursos a favor do empreendimento. E, mais do que nunca, isso precisa ser feito de forma rápida e dinâmica. Esse cenário, na realidade, retrata um processo de “digitalização” de produtos, serviços e experiências relacionadas ao consumo digital, que destaca ainda mais a importância das empresas em rede. Para que essas novas perspectivas sejam implementadas, a empresa deve atender a requisitos externos e internos. Por isso, demanda recursos, infraestrutura e, o principal, pessoas e uma cultura aberta a mudanças e inovações.
A combinação de ferramentas e mídias tradicionais (off-line) com plataformas, tecnologias e mídias digitais (on-line) é entendida por Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) como uma nova visão para o marketing, denominada Marketing 4.0.
A realidade virtual (VR), realidade aumentada (RA), realidade mista (MR), conteúdo visual 360º e suas tecnologias, apesar de existirem há quase quatro décadas, alcançaram uso comercial e popularidade no século XXI. As significativas melhorias nas tecnologias de comunicação e informação também facilitaram esse processo, como é o caso dos dispositivos móveis (mobile).
Plataformas e serviços de geolocalização, como o GPS, possibilitam a integração do mundo virtual e do ambiente físico da realidade, por meio da RA. Com a VR, por exemplo, é possível criar, simular e experimentar realidades distantes, eventualmente, como outras épocas, turismo virtual em outras partes do mundo etc. (GABRIEL, 2010). 
As tecnologias que permitem experiências imersivas podem ser utilizadas pelos times digitais para testes de produtos, ampliando as possibilidades de combinação de imagens ou filmes de ambientes naturais com outros estímulos sensoriais (aromas, temperatura, iluminação, brisa, sons) (DELARUE; LAGEAT, 2019). Há muito para se explorar, já que as empresas podem coletar muitos dados do público consumidor a partir de suas experiências com a marca, afinal o Marketing 4.0 busca também a promoção de uma realidade estendida.
No entanto, muito embora estejamos adentrando cenários cada vez mais digitais, as marcas não devem perder de vista que os consumidores esperam aspectos humanos também, daí a importância da interação on-line e off-line.
Uma vez que as mudanças tecnológicas foram significativas para a disseminação das plataformas e tecnologias digitais no âmbito dos negócios, é também por meio dessas plataformas e tecnologias que o marketing executa seu planejamento estratégico em prol de objetivos e metas traçados. Por isso, não importa em que negócio você esteja, oferecer uma experiência agradável para seus clientes pode ser uma das coisas mais importantes que você faz.
Como alocar pessoas para o desenvolvimento de produtos orientados pela experiência do cliente? De que maneira as plataformas e tecnologias digitais podem ser utilizadas para aprimorar a experiência do consumidor com a marca? Como diminuir as barreiras entre ambientes físicos e virtuais? O que tem sido feito nesse contexto e quais as tendências da economia digital para os negócios e para o marketing?
Situação-problema
A fim de consolidar os conteúdos desta aula, você ocupará a função de Scrum Master no Time Scrum de uma empresa. Para isso, é importante ressaltar que essa empresa já possui flexibilidade e é adepta a uma cultura ágil. No entanto, o time estava com problemas com o Scrum Master anterior e você foi contratado para a função. Seu papel é fazer o “meio de campo” entre a organização, os demais stakeholders, o Product Owner (Dono do Produto) e o Time de Desenvolvimento.
Para darmos início à tarefa, vamos definir os papéis de cada um dentro de um Time Scrum?
O Product Owner (ou Dono do Produto) é a pessoa responsável por maximizar o valor de negócio para o projeto; sendo também a pessoa responsável por articular as necessidades dos clientes e manter a justificativa de negócio para o projeto. O Scrum Master facilita a criação de entregáveis do projeto, gerencia riscos, mudanças e impedimentos durante a Reunião Diária, Retrospectiva da Sprint e outros processos Scrum. O Time de Desenvolvimento, por sua vez, são aqueles que “fazem acontecer”, todas as pessoas essenciais para que uma lista ordenada de requisitos – denominada pela Metodologia Scrum como backlog – do produto seja transformada em uma melhoria potencialmente funcional ao cliente. Esse modelo de time pensado no framework Scrum tem por objetivo o aperfeiçoamento da flexibilidade, criatividade e produtividade.
Apesar de um bom time dispostoa colaborar, o cliente está com dificuldades para apresentar com clareza o que precisa. A empresa, por sua vez, está focando mais o produto do que a experiência desse cliente. Existem muitos recursos à disposição, mas não é possível conhecer todos eles. Quais plataformas utilizar? As experiências imersivas ajudariam a entender melhor o que o cliente precisa?
Seu desafio enquanto Scrum Master é ajudar o time, fazendo com que todos entendam as práticas e os valores adotados pela empresa, lembrando sempre de priorizar os requisitos do produto e a experiência do cliente, a fim de concluir o projeto com êxito.
Procure identificar tendências digitais em seu cotidiano, relacionando os conceitos desta aula com possíveis situações de sua futura realidade profissional. Bons estudos!
Times digitais
A produção em massa e em linha de antes, muito comum após a Segunda Guerra Mundial, passa a dar lugar para o desenvolvimento e entrega de produtos, serviços e experiências digitais sob o paradigma da contínua agilidade e evolução com foco no cliente. Nesse contexto, muitas organizações que possuem enfoque na inovação de produtos, serviços e processos buscam, cada vez mais, formar equipes que atendam a essa perspectiva inovadora.
Overby (2019) explica que os times são formados por membros que têm um nível de conhecimento aprofundado em alguma especialidade de determinada área para que, em conjunto, formem uma equipe ampla, na qual, vale ressaltar, não apenas suas formações educacionais são relevantes, mas também suas personalidades e experiências com negócios, tecnologias e processos. Na prática, imagine um contexto empresarial no qual indivíduos atuem em grupos (equipes) multifuncionais/multidisciplinares, agregando um alto valor de transformação nas organizações sempre que é necessário otimizar a experiência de clientes e usuários.
Em 2013, Perry Hewitt, da Harvard Business Review, definiu o que conhecemos por equipes digitais (times digitais), sendo aquelas pessoas responsáveis pelo desenvolvimento, teste e implementação de uma estratégia para alcançar e envolver o público-alvo por meio de canais digitais como a web, o celular e mídias sociais. A diferença está no fato de que antes uma equipe/setor era responsável por produzir um conteúdo para que depois outro sujeito o disponibilizasse na internet, por exemplo. Percebeu? Os times atuam em conjunto.
Para que isso seja possível, o modelo de negócio adotado deve ser concebido a partir de uma cultura ágil, em que as pessoas estão acima de processos e ferramentas. São essas pessoas que direcionam as atividades, pautadas em padrões predeterminados, e estabelecem prioridades de entregas a fim de solucionar o problema (a dor) do cliente. Com o foco cada vez mais voltado para a economia informacional e digital, diversas estruturas conceituais surgiram para facilitar a gestão dos negócios, resultando em guias de boas práticas para que empreendedores e gestores ao redor do mundo pudessem implantar soluções em ambientes complexos e dinâmicos. Uma dessas estruturas (do inglês, frameworks) é amplamente utilizada, inclusive no Brasil: o Scrum, que servirá de base para discutirmos o que são e a importância dos times digitais.
O framework Scrum tem como um dos seus pontos fortes a “[…] utilização de times multifuncionais, auto-organizados e empoderados, que dividem o trabalho em ciclos curtos e concentrados chamados Sprints” (SCRUMstudy, 2017, p. 2).
Vamos entender mais sobre a importância dos colaboradores para a formação dos times na perspectiva do Scrum. Primeiro, são multifuncionais. Certamente você se lembra de que, para uma boa presença digital, é necessário haver multidisciplinaridade: marketing + tecnologia + design. Quando não há multidisciplinaridade ocorre o que chamamos de handoffs, que é a passagem de bastão; você deixa para o outro fazer, transfere a responsabilidade até mesmo para membros externos, o que diminui ainda mais a eficiência do que deveria ser “trabalho em equipe” (FERREIRA, [s.d.]).
Segundo, são auto-organizados. A auto-organização não implica permitir que os membros da equipe façam o que quiser, mas que tenham autonomia para o cumprimento de tarefas predefinidas, que sejam automotivados em prol de um melhor desempenho e que também compartilhem os riscos.
Objetivos de um time auto-organizado. Fonte: adaptada de SCRUMstudy (2017, p. 30).
Quando consideramos a cultura ágil das empresas frente a um ambiente de negócios muito mais competitivo, no qual o consumidor passa a ter maior poder sobre as marcas, times como esses potencializam a atuação do empreendimento no ambiente on-line.
Essa cultura demanda foco na melhoria contínua, que tem como premissas a experimentação e a transparência. Para isso, os processos, meios de colaboração, procedimentos administrativos, fluxos de trabalho etc. devem utilizar o ciclo de experimentação “construir, medir e aprender” para que os produtos sejam construídos e os times sejam melhorados continuamente.
Ciclo de experimentação. Fonte: adaptada de Ferreira ([s.d.]); Shutterstock; FlatIcon.
Os times têm autonomia para tocar os projetos nas organizações e contam com os recursos para isso, lançando mão de suas habilidades, competências e experiências. Não é à toa que os times digitais funcionam muito bem para modelos de negócio do tipo startup, que são referências para negócios inovadores e disruptivos. É cada vez mais imprescindível que os colaboradores integrantes dos times tenham capacidade de trabalhar em equipe, com competências diversas, a fim de colaborar com suas experiências para que seja entregue o melhor resultado possível, fazendo uso das plataformas e tecnologias que eles têm à disposição.
Plataformas digitais
Com a difusão das tecnologias e plataformas digitais, cresce também um ambiente fértil para as mais diversas ações das marcas. Os times digitais atuam na linha de frente da dinamicidade e velocidade do ambiente on-line, o que os impede de conhecer todas as ferramentas e plataformas disponíveis para as estratégias do negócio.
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💭 Reflita
Pense nas diversas plataformas e tecnologias digitais existentes. Você consegue enumerar e apresentar todas aquelas que você utiliza? E como você interage com os demais indivíduos por meio delas?
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O conhecimento é fundamental para se utilizar qualquer ferramenta com maestria (GABRIEL, 2010). Por isso, conhecer as principais a serem utilizadas e entender o porquê de sua utilização é fundamental para os fluxos de trabalhos dos times e para a execução de seus projetos. Embora as plataformas e tecnologias digitais sejam utilizadas em diversos âmbitos da organização, nosso enfoque se dará na perspectiva do marketing, uma vez que a empresa se apropria do digital e traça suas estratégias para interagir com o consumidor.
Sabemos que o digital não conserta o planejamento estratégico de marketing mal elaborado e não fará com que o negócio apresente uma boa presença digital. Pelo contrário, pode piorar a situação da marca. No ambiente digital, existem diversas tecnologias e plataformas que podem sustentar estratégias digitais de marketing.
Ainda em 2010, a autora Martha Gabriel anunciava que estávamos alcançando uma época em que interatividade e experiência seriam os principais fatores para o sucesso de estratégias de marketing. Uma década depois, podemos identificar o quanto esses fatores se configuram como uma forte realidade para as marcas. Atualmente, o digital é a plataforma que garante essa interatividade, mas, em relação a isso, aponta a autora, uma ressalva deve ser feita: não significa que ela garanta apenas boas experiências.
Promover experiências positivas para o consumidor/usuário exige estratégias de marketing que ultrapassam a tecnologia em si, e as empresas precisam conhecer profundamente seu público-alvo. Lembrando, é claro, que a velocidade tecnológica altera substancialmente o ambiente de marketing, o que propicia uma ampliação de ferramentas estratégicas a serem agrupadas. Por isso, um diferencial competitivo valioso para as organizações é compreenderesse cenário dinâmico e complexo, conhecendo as tecnologias disponíveis a cada momento (GABRIEL, 2010).
Outro ponto de destaque em relação ao ambiente digital está na criação de múltiplas plataformas contínuas de interação, ao contrário do que ocorre nas mídias tradicionais, com a realização de campanhas isoladas. Essa forma de interação on-line engaja o público e não apenas “o atinge”, explica a autora. Dentre as principais plataformas e tecnologias digitais de marketing, conforme apresenta Gabriel (2010), podemos citar:
· E-mail (e-mail marketing): configura-se como uma das plataformas e tecnologias mais conhecidas e estáveis atualmente.
· Tecnologias mobile: devido à tendência crescente da mobilidade, que concede ao indivíduo a possibilidade de se manter conectado a todo momento, ampliando sua interação com o todo.
· Plataformas de busca: a busca on-line tem espaço garantido entre as principais atividades realizadas pelo ser humano e, consequentemente, auxilia em sua tomada de decisão. Os mecanismos de busca on-line configuram-se, atualmente, como umas das principais entidades digitais influenciadoras no dia a dia dos indivíduos.
· Displays digitais, games e conteúdos de entretenimento digital: são outras formas de plataformas digitais que, apesar de antigas, ganham novos papéis “no cenário digital que as alavanca, como vídeo, display, games, funcionando como conteúdos para branded entertainment” (GABRIEL, 2010, p. 120). O branded entertainment é o próprio entretenimento enquanto plataforma estratégica e tem sido utilizado há muito tempo pelas marcas, que passaram a incorporar ou misturar mensagens em seu conteúdo, sem precisar interromper aquilo que está sendo divulgado, de modo significativo, pois faz parte dele.
· Páginas digitais: são amplamente utilizadas por diversas estratégias de marketing, “pois são pontos importantes de presença e identidade digital on-line” (GABRIEL, 2010, p. 20). Elas podem ser categorizadas de acordo com seus conteúdos (site, minissite, hotsite, portal, blog, perfis em plataformas de redes sociais, landing page etc.).
· Plataformas para redes sociais: são hoje um dos meios mais significativos para a comunicação e informação entre consumidores e marcas. O poder do consumidor é potencializado pelas redes sociais on-line e sua interação constante fomenta a visibilidade e reputação da marca, afetando-a tanto positiva quanto negativamente.
· Realidades aumentada e virtual (realidades mistas): quando se faz a utilização dessas tecnologias corretamente, seus resultados tendem a ser positivos e promissores para as ações de marketing, já que expandem sobremaneira a experiência de uso pelo consumidor.
 
Agora, imagine todas essas tecnologias e plataformas digitais à disposição da empresa. Um potencial e tanto para a divulgação da marca, não é mesmo? Como fazer isso sem que haja um time multidisciplinar? Como fazer para que a marca tenha boa presença digital sem um posicionamento adequado no ambiente on-line? Fica bem mais difícil. Vamos entender o porquê. 
Kotler, Kartajaya e Setiawan, quando introduziram o conceito de Marketing 4.0, no ano de 2017, enfatizaram a necessidade de sermos digitais, mas que não fosse deixado de lado o ambiente off-line, que é o mundo físico, e a centralidade humana. Os autores nos fazem refletir sobre um mundo em que a inteligência artificial e a robótica estariam imersas em nossas vidas, fazendo parte do nosso cotidiano, exatamente como os smartphones fazem hoje. Muitos especialistas sugerem que isso já possa ocorrer em menos de uma década, com fábricas totalmente automatizadas, carros robóticos, robôs domésticos acionados via comando de voz, além de profissões robôs, como médicos e advogados. Já parou para imaginar como as empresas e marcas podem lidar com isso?
Os autores reforçam que a essência do Marketing 4.0 está em reconhecer os papéis mutáveis do marketing tradicional e do marketing digital na obtenção do engajamento e da defesa da marca pelos clientes. Deve-se priorizar a combinação de interações on-line e off-line e a personalidade autêntica da marca. Portanto, é importante notarmos que trabalhar questões como visibilidade, reputação e engajamento demandará dos profissionais da área a interação com outras áreas do conhecimento, o que é facilmente alcançado por meio da implantação de times digitais. Ainda, é preciso contar com o apoio de recursos digitais que contribuam para o toque off-line que garantirá a centralidade humana fundamental ao novo modo de pensar do consumidor.
Experiências imersivas e inteligência artificial
Para que possamos refletir sobre a atuação do marketing diante das tendências da economia digital, é preciso fazer um resgate ao que Worthington (2010) e Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) chamam de abordagens e estratégias de marketing. Esses autores nos mostram o caminho do marketing, desde o enfoque na venda do produto (sua funcionalidade), passando pelas emoções dos consumidores (ao satisfazer às suas necessidades), até chegar à experiência do consumidor. Mas é fato que nem todas as empresas prezam pela experiência do consumidor, assim como nem todas têm presença digital, não é? Por isso, a cultura ágil, a implantação de frameworks, a exemplo do Scrum, e a interação de times têm feito com que o varejo, em especial, concentre-se em uma experiência do cliente orientada a produtos.
A oposição entre centrado no produto versus centrado no cliente é uma maneira antiga de pensar em vender produtos. Ao remover essa crença em um versus o outro, você pode fazer mais com os dados do cliente e do produto. E fazer mais com os dados do produto tem início no ambiente on-line. No entanto, esses dados podem ser utilizados em todos os canais off-line também.
Para o comércio eletrônico (e-commerce), reunir os conceitos de produto e centralidade no cliente definirá o caminho a seguir para a inteligência do cliente. O que começaremos a ver é um ciclo de feedback em que a maneira como os clientes interagem com os produtos será usada para aprimorar seus perfis de dados, o que acabará por levar a melhores gatilhos para os esforços de personalização (WINTERMEIER, 2020). E qual a razão disso? 
Primeiro, os dados dos clientes estarão cada vez mais protegidos, como é o caso da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPDP), que está em vias de implantação no Brasil, mas já é utilizada no mundo todo. Logo, a maneira mais segura de continuar a coletar dados e personalizar a experiência do cliente é mudar o foco para seus produtos e para o que seus clientes adoram. E, segundo, a empresa deve manter-se relevante no mercado orientado ao cliente.
Os consumidores têm uma grande variedade de produtos à disposição na ponta dos dedos, com acesso a qualquer hora, de qualquer lugar, o que demanda a comercialização de maneira mais inteligente. Um modo de fazer isso é personalizando seus produtos para compradores individuais, a fim de que seus produtos se tornem mais relevantes. Algumas práticas têm sido bem relevantes nesse aspecto: experiências imersivas e o uso da inteligência artificial.
Experiências imersivas
As tecnologias disponíveis para nós, hoje, tornam mais fácil do que nunca criar experiências imersivas, com as quais as pessoas se identificam e das quais gostam.
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🔁 Assimile
O que é uma "experiência imersiva?"
Uma "experiência imersiva" leva uma pessoa a uma realidade nova ou aumentada, melhorando a vida cotidiana (tornando-a mais atraente ou satisfatória) por meio da tecnologia. Costuma-se usar uma ou mais tecnologias ligadas entre si. As experiências imersivas parecem diferentes dependendo de onde e como elas são aplicadas – uma exposição de arte versus um aplicativo móvel AR, por exemplo –, mas todas buscam melhorar a vida cotidiana por meio da tecnologia (KARNES, 2020).
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Vejamos, a seguir, alguns dos tipos e exemplos mais comuns de experiências imersivas que as marcas podem utilizar.
 
Realidade aumentada
A realidade aumentada (AR) usa a tecnologia (como uma câmera e uma tela em um smartphone) para adicionar uma camadade informações simuladas por computador no topo do mundo real. A AR pode ser considerada um aprimoramento do mundo ao seu redor – em vez de criar um mundo virtual como a realidade virtual (VR), ela simplesmente adiciona (ou subtrai) informações que já estão lá. O aplicativo Skyview é um ótimo exemplo de RA em ação, permitindo que você veja onde as constelações estão no céu em tempo real enquanto você move o telefone. A AR é tendência para o mobile marketing.
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📝 Exemplificando
Segundo o Observatório Sistema FIEP (2020, p. 25),
“A despeito da redução nas remessas de equipamentos como óculos e fones de ouvidos, fornecedores e fabricantes do segmento de Realidade Aumentada (RA) verificaram efeito oposto na demanda durante a pandemia [da Covid-19]. A procura por soluções utilizando a tecnologia aumentou, tanto para alternativas de colaboração à distância quanto para opções de entretenimento.
Ao integrar elementos virtuais e ambientes reais, a RA amplia possibilidades de performance do mundo corporativo em situações de isolamento. Reuniões de negócios e videoconferências ganham novas e mais atraentes possibilidades de interação. Com grande parte das instituições de ensino fechadas, o potencial dos ambientes imersivos é evidenciado para novas experiências educacionais. As aplicações também crescem na área médica, no atendimento e monitoramento de pacientes em quarentena e em programas para amenizar a ansiedade. No setor imobiliário, visitas físicas dão lugar a tours virtuais 360 graus. O mercado de eventos volta-se às plataformas sem limite de público, com inúmeras sessões e impacto ambiental reduzido.”
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Realidade Virtual
A realidade virtual (VR) mergulha o usuário em uma simulação digital com a qual ele pode interagir. Estimular o maior número de sentidos possível é essencial para garantir que o usuário se sinta realmente nesse ambiente virtual. E a maioria das experiências de RV (mas não todas) usará um hardware especial para fazer isso. O Expeditions do Google é um ótimo exemplo de VR móvel, oferecendo a oportunidade de explorar mundos imaginários.
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➕ Saiba mais
Segundo Mendes (2018, apud MORAIS, 2020, p. 24),
“Um estudo sobre as realidades virtual e aumentada do portal Mercado & Consumo afirma que “a utilização da tecnologia aumenta consideravelmente todas as possibilidades quando se fala em modificar esta experiência. O engajamento pode ser o grande diferencial competitivo”. O estudo fala sobre como realizar treinamentos usando essas duas tecnologias que, em 2017, foram citadas como tendência de marketing digital – e continuaram sendo em 2018. O grande problema da explosão de novas tecnologias se dá no medo que as marcas ainda têm de inovar e levar algo adiante. As ideias em palestras estão lindas, mas, no dia a dia, é sempre “complicado” de fazer. Se todos pensassem assim, ainda estaríamos no tempo das cavernas nos comunicando por sinais na parede. De acordo com o estudo, “o uso das tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada simulados proporcionam uma interface muito avançada, facilitando o treinamento em situação que requerem a manipulação de equipamentos, vivenciar situações e condições adversas, perigo e risco – tudo de forma absolutamente segura. Permite simular situações reais e interagir em reproduções das situações mais difíceis com clientes. Elas nos permitem ainda conhecer produtos e especificações técnicas em sua íntegra e um cardápio de acesso rápido a estes dispositivos no caso de consultas”. Vale lembrar que, em vendas, isso pode ser uma poderosa arma quando o consumidor tem a chance de vivenciar como o produto pode ser manipulado e de que forma pode ajudar no seu dia a dia – e é aqui que entra a experiência. Não é nada de novo, mas já pensou viver a experiência de um voo entre São Paulo e Paris pelo novo avião da Emirates por meio das duas realidades? “A realidade virtual e a realidade aumentada permitem uma conexão direta com nossos sentidos de audição, visão e, em alguns casos, até olfato, sendo nossa resposta imediata. Unidos à alta capacidade de promover a interação, esses fatores causam uma poderosa imersão. A aprendizagem, neste caso, é bastante aumentada, pois o participante tem uma rápida absorção do conhecimento ‘vivenciado’.”
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Realidade Mista
A realidade mista (RM) é uma versão aprimorada da RA e vincula elementos da RV também. Muitas vezes, integra objetos virtuais inteiros ao mundo real versus simplesmente adiciona informações, com o objetivo de criar experiências ainda mais imersivas do que a AR poderia. O aplicativo imersivo da Time mistura o mundo virtual e o mundo real com objetos da sua casa (como a mesa) para dar vida a experiências. O mercado de RM está em hipercrescimento.
Gêmeos Digitais
Gêmeos digitais são modelos virtuais quase precisos de objetos, processos ou sistemas da vida real. São mais comumente usados na fabricação ou engenharia para simular coisas físicas com o objetivo de otimizar ou estudar como elas se comportam antes de construí-las.
Por exemplo, a NASA utiliza gêmeos digitais para monitorar e otimizar satélites no espaço a partir do solo, e a Mercedes usa um gêmeo digital para otimizar o desempenho de seus carros de F1. Outras aplicações incluem assistência médica ou recriações digitais de cidades inteiras.
Conteúdo 360º
O conteúdo 360º é uma foto ou um vídeo que você pode "explorar". Como o nome sugere, fotos e vídeos em 360º são filmados em todas as direções ao mesmo tempo e permitem que você gire o ângulo de visão para ver o que está “ao seu redor” ao visualizar o vídeo/imagem.
Um ótimo exemplo de conteúdo de 360º é como a Expedia criou uma série de vídeos em diferentes destinos de viagem, imergindo o espectador em cada local. A maior parte dos profissionais de marketing concorda que o vídeo tem o maior retorno sobre o investimento (ROI) de qualquer conteúdo de marketing. Logo, o conteúdo 360º é uma importante ferramenta de marketing imersiva para profissionais para dispositivos móveis pelo mesmo motivo.
O futuro da experiência do cliente é multidimensional, à medida que os limites entre o digital e o físico continuam a desfocar, novos tipos de interações imersivas se tornam possíveis, tudo se reúne em experiências criativas que fluem livremente pelos espaços reais e virtuais. A prática de experiências imersivas e inovadoras ajuda os clientes a transformar experiências para este mundo de possibilidades ilimitadas. Combina-se tecnologia imersiva de ponta com criatividade humana e times autônomos e engajados, que buscam romper barreiras entre marcas e clientes.
Tornar uma experiência mais imersiva é como tentar encontrar maneiras de fazer com que a receita tenha um sabor melhor. Existem várias maneiras diferentes de fazê-lo e todas são subjetivas – mas existem certas combinações de sabores e elementos que funcionam bem juntos.
Estratégias para criação de experiências imersivas
A seguir, conheça algumas ideias e estratégias que o ajudarão a criar experiências envolventes com as tecnologias imersivas.
1. Defina "a grande ideia".
O que você quer que as pessoas sintam? Experimentem? Aquilo que fará elas irem embora pensando. Apreciar qual deve ser a experiência principal (e qual não deve ser) facilita muito a escolha da melhor abordagem/tecnologia. Comece com a "grande ideia" primeiro, depois escolha os elementos que darão vida a essa ideia. Para os profissionais de mobile marketing, é importante lembrar que a tecnologia chamativa não faz a experiência sozinha. Ela precisa melhorar verdadeiramente a vida de seus usuários, se você quiser ver uma adoção duradoura. 
 
2. Pense nos pequenos detalhes.
Muitas vezes, são as pequenas coisas que fazem as grandes experiências realmente brilharem. Portanto, quando você está tentando criar uma experiência realmente imersiva com tecnologias como realidade virtual ou realidade aumentada, acertar os pequenos detalhes pode fazer uma enorme diferença. Quanto mais perto você se sentir da coisa real, mais imersiva ela se torna. Coisas como qualidade de som e vídeo, bem como interações

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