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REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA HIPÓTESE TRIBUTÁRIA

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Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
ALUNO: LEANDRO TAKEO ALVES WATANABE 
TURMA: 2023.01-TSJ-BSB 
 
SEMINÁRIO VI - REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA – HIPÓTESE 
TRIBUTÁRIA 
 
Questões 
1. Que é regra-matriz de incidência tributária? Qual sua funcionalidade operacional no 
direito positivo? 
A regra-matriz de incidência tributária (RMIT) pode ser compreendida tanto 
para significar a norma que institui o tributo ou mesmo para significar o esquema 
lógico usado na análise da estrutura dessa mesma norma. Concepção essa criada 
pelo professor Paulo de Barros Carvalho1, o qual destaca ainda, que a regra-matriz 
de incidência tributária está inserida dentre os recursos epistemológicos mais úteis 
operativos para a compensação do fenômeno jurídico-tributário. 
Luis Eduardo Schoueri2 explica que a regra-matriz de incidência tributária é 
apresentada como um método, um meio para o entendimento do fenômeno jurídico-
tributário. Partindo da compreensão na qual toda norma jurídica tem estrutura lógica 
de um juízo hipotético, em que é ligada uma consequência jurídica, quando ocorrido 
o fato precedente, chega-se ao esquema proposto. 
Nesse sentido, a RMIT é também uma norma jurídica, porém em sentido 
estrito, mas com sentido completo. Ela abriga os critérios necessários para a 
caracterização de incidência de um tributo. Tais critérios são uma forma de 
estabelecer o mínimo irredutível da manifestação do deôntico para a ocorrência do 
tributo e sua posterior formação de laço jurídico-tributário. 
Assim, dentro da RMIT encontram-se uma hipótese ou antecedente, 
formado pelos critérios material, espacial e temporal e; um consequente, formado 
pelos critérios pessoal e quantitativo. Nota-se que o antecedente se vincula ao fato 
gerador da obrigação tributária, já o consequente refere-se à relação jurídico-
tributário que foi criada. 
 
1 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8. ed. São Paulo: 
Noeses, 2021, p. 150. 
2 SCHOUERI, Luis Eduardo. Direito Tributário. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 522. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
Dessa forma, aos sujeitos competentes cabe saturar os critérios ofertados 
pela RMIT com os conteúdos construídos a partir do sistema do direito positivo, em 
que seja vigente em um determinado lugar e tempo. 
 
2. Que é hipótese de incidência tributária? Qual sua função na composição RMIT? Há 
necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT? Por quê? 
A hipótese de incidência tributária, de acordo com os ensinamentos de Paulo 
de Barros, é a “descrição normativa de um evento que, concretizado no nível das 
realidades materiais e relatado no antecedente de norma individual e concreta, fará 
irromper o vínculo abstrato que o legislador estipulou na consequência”.3 
Destaca-se que tal hipótese apresenta três figuras determinantes, quais 
sejam: (i) critério material – aqui se apresenta um verbo mais o seu complemento. 
Há uma indicação de comportamento humano julgado como importante pelo 
legislador, no qual sua materialidade está prevista na CF/88; (ii) critério espacial – 
nessa figura nos deparamos com a relevância da localidade, porém, devemos nos 
atentar que tal localidade não possui relação tão somente com a vigência territorial 
da norma que criou o tributo, mas também e, principalmente, com a localidade que 
aconteceu o evento jurídico-tributário; (iii) critério temporal – nesse ponto ocorrerá os 
requisitos de identificação quanto ao momento em que nasce a relação jurídica. 
Nesse sentido, podemos dizer que na composição da RMIT, a hipótese de 
incidência tributária possui relevante função de oferecer critérios de identificação do 
fato gerador, bem como instruções para seu conhecimento, e assim, fazer nascer a 
obrigação tributária. Veja que, por meio da hipótese de incidência o fato de adapta a 
uma norma tributária. 
Quanto a necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT, 
entende-se pela desnecessidade, tendo em vista que a indicação dos sujeitos – ativo 
e passivo – encontra-se previsto no prescritor da norma, ou seja, no consequente 
normativo. 
 
3. Que é incidência? Descrever, com suas palavras, a fenomenologia da incidência 
tributária, diferenciando, se possível, incidência de aplicação do direito. 
Inicialmente, antes de aprofundarmos sobre o tema, destacamos explicação 
 
3 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed. São Paulo: Noeses, 2021, 
p. 283. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
clara e objetiva do professor Paulo de Barros: 
 
“Incidência seria sinônimo de ‘aplicação da’ norma jurídica a um caso 
concreto feita em linguagem competente por uma autoridade, no 
processo de positivação do direito. Noutras palavras, nega-se aqui a 
aplicação clássica do conceito de incidência.”4 
 
Adiante, considerando que a finalidade do Direito é a regulação das 
condutas humanas, podemos dizer de uma forma resumida que a incidência nada mais 
é do que o lançamento da linguagem jurídica sobre a linguagem social, com o poder de 
modificar o mundo social. Nesse diapasão, diversos doutrinadores, inclusive de 
correntes divergentes, se direcionam no mesmo sentido quanto a incidência, ao 
expressarem que ela detém duas características: infalibilidade, de forma que nascerá a 
relação jurídica uma vez constituído o fato jurídico na hipótese de incidência e; 
inesgotabilidade, de modo que a incidência ocorrerá sempre que esteja disposto na 
hipótese normativa o acontecimento de certo evento no mundo social. 
Entretanto, a partir desse momento, começam as divergências. No olhar da 
doutrina tradicional, a incidência é automática e infalível, tal doutrina não faz 
diferenciação quanto as linguagens social e jurídica, em que pese a aplicação aconteça 
somente com a formalização, de maneira individual e concreta, pela autoridade 
competente. 
Noutra esteira, encontra-se a teoria a qual nos filiamos, de Paulo de Barros, 
embasada no constructivismo. Nela aprecem dois planos: o plano materializado em 
linguagem prescritiva, isto é, o plano do direito positivo e; o plano em que se concretizam 
os fatos e relações intersubjetivas, aqui sendo o plano do mundo social. Para que os 
componentes exteriores ingressem no plano do direito positivo, devem ser inseridos por 
pessoas e meios competentes que estejam previstos no próprio Direito e, assim, não 
sendo a incidência automática e infalível. 
Quanto a parte final da presente questão, podemos dizer que a incidência 
tributária ocorreria quando determinado fato fenomenológico se encaixa ao contexto 
legal positivo tributário. Todavia, se tal fato não esteja juridicizado, não se pode pensar 
em incidência tributária, pois não há linguagem do direito. 
 
 
4 COSTA, Adriano Soares. Teoria da incidência da norma jurídica: crítica ao realismo-
linguístico de Paulo de Barros Carvalho. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
4. Que é evento? E fato? E fato jurídico? Qual a relação entre fato jurídico e teoria das 
provas? 
Entende-se que evento consiste nos acontecimentos no mundo fenoménico, 
em que está fora do mundo jurídico, prescindindo a linguagem das provas. De acordo 
com a professora Fabiana Tomé5, evento é a pura realidade, ou seja, acontecimento 
do mundo fenoménico descomposto de qualquer relato linguístico. 
O fato é o relato do evento, uma criação metafórica do fenômeno. Trata-se 
de um enunciado denotativo de alguma situação com apontamento de tempo e 
espaço. Importante ressaltar que apenas ingressará no sistema do direito positivo 
caso esteja disposto em linguagem jurídica. 
Já o fato jurídico, nas palavras de Paulo de Barros “é parte suporte fático 
que o legislador, mediante a expedição de juízos valorativos, recortou do universo 
social para introduzir no mundo jurídico”.6 Podemos dizer então, que é aquele no qual 
está expresso em linguagem competente. 
Lembramos que esses 3 temas também podem ser encontradosnos textos 
doutrinários pela expressão “fato gerador”, todavia, é de suma importância que seja 
feita a diferenciação entre eles, de maneira que, embora se remetem ao mesmo 
acontecimento, acontecem em planos diferentes. 
A relação entre fato jurídico e teoria das provas condiz ao juízo de valor, 
assim como à veracidade do fato. Aquele que aplica o direito, utilizando-se das 
provas, deve assentar fatos que representam acontecimentos pretéritos que sejam 
indispensáveis na constituição do fato jurídico-tributário. Entretanto, relembramos 
que o depoimento do ocorrido seja vertido em linguagem competente, de forma que 
as provas explicitadas sejam aquelas dispostas na seara do direito positivo. 
 
5. Por que a expressão “fato gerador” é equívoca? Analisar os arts. 4º; 16, 105, 113, 
§1º, 114 e 144 do CTN e o AREsp 215273 (vide anexo I), explicando o sentido em 
que o termo “fato gerador” foi empregado em cada uma de suas aparições. 
Impressionante é a generalização, no meio jurídico, da expressão “fato 
gerador”. Fato é que presenciamos sua disseminação na doutrina, nos enunciados 
 
5 TOMÉ, Fabiana Del Padre. A prova no direito tributário: de acordo com o código de 
processo civil 2015. 4. ed. São Paulo: Noeses, 2016. Itens 5.2 a 5.6, do Capítulo 5. 
6 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8. ed. São Paulo: 
Noeses, 2021. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
prescritivos do direito positivo, bem como nas normas individuais e concretas 
aplicadas pelo Fisco. 
Paulo de Barros7 leciona que a expressão “fato gerador” traz consigo um 
problema, de modo que seu emprego pode ser direcionado em referir-se à distintas 
situações: (a) descrição hipotética, de fato do mundo social, prevista em lei, em que 
com seu acontecimento, faz surgir a relação jurídico tributária e; (b) fato jurídico-
tributário existente no antecedente da norma individual e concreta. 
Ainda, Miguel Tadeu Bertanha8 explica que essa expressão em estudo “é 
equivocada por fazer referência a três realidades distintas, desta forma, deveria 
haver mais de uma expressão para explicar mais de uma realidade, sendo desta 
forma equivocada”. 
Veja, diante de tais incongruências refletidas da expressão “fato gerador”, é 
importante do intérprete de conseguir decifrar o uso desordenado do termo pelo 
legislador negligente, devendo ter atenção ao tempo verbal que as prescrições 
normativas utilizam. 
De acordo com os estudos sobre RMIT absorvidos durante o curso, 
podemos compreender que a hipótese tributária sempre aparece expressa com o 
verbo aplicado no infinitivo, ao passo que o fato jurídico-tributário se apresenta com 
o verbo aplicado no pretérito. Partindo desse entendimento, podemos concluir que, 
caso o enunciado normativo se remeta ao fato gerador como condição prevista em 
lei onde faz surgir a obrigação tributária, nos deparamos com a hipótese de 
incidência, conforme arts. 4º e 16 do CTN. 
 Noutra banda, caso o enunciado normativo se refira a ocorrência do fato 
gerador, aqui estará diante do mundo social, qual seja o fenômeno físico, que cumpre 
os pressupostos instituídos na lei, referido em linguagem competente, compreendo 
o entendimento dos arts. 105, 113, § 1º, 144, bem como o AREsp 215273/SP 
(abordado no anexo I). 
Em relação ao art. 114 do CTN, no que se refere a identificação da correta 
significação da expressão “fato gerador”, Paulo de Barros9 destaca atenção para o 
 
7 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed. São Paulo: Noeses, 2021, 
p. 281. 
8https://miguelbertanha.jusbrasil.com.br/artigos/745488674/regra-matriz-de-incidencia-hipotese-
tributaria. Acesso em: 14 de junho de 2023. 
9 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed. São Paulo: Noeses, 2021, 
p. 308. 
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duplo sentido que o dispositivo carrega, revelando que num terceiro esforço de 
interpretação, o versículo relataria, a um só tempo, a conjugação das duas entidades. 
 
6. Diferençar: a data do fato jurídico tributário da data no fato jurídico tributário (vide 
anexo II) e, os conceitos de erro de fato e erro de direito. 
Estudamos anteriormente sobre a ambiguidade embutida na expressão “fato 
gerador”. Diante de tais significações diferentes, alguns doutrinadores perceberam a 
relevância de se distinguir tal expressão como fato jurídico-tributário e como termos 
usado para indicar o evento jurídico-tributário. Partindo dessa premissa, se vê como 
necessário a diferenciação entre data no fato (tempo e local em que ocorreu o evento) 
e data do fato (tempo e local onde o fato foi constituído). 
Em relação a essa diferenciação, Paulo de Barros relaciona ao tempo do 
fato aquele que prova o momento certo em que o enunciado protocolar, criado por 
pessoa competente, é inserido no sistema jurídico, ocorrendo a irradiação de seus 
efeitos. Quando o autor pensa em tempo no fato, refere-se aquele do acontecimento 
concreto de um evento no mundo fenomênico. 
Devemos nos ater que tal diferenciação é revestida de grande importância, 
pois, em cada um desses episódios será aplicada determinada legislação vigente na 
data em que cada um deles ocorreu. 
No que tange a erro de fato e erro de direito, pode-se dizer que nos dois 
casos ocorrem de uma falha na interpretação da linguagem normativa. Quanto ao 
erro fato, temos uma falha na constituição do fato jurídico-tributário, decorrente de 
uma desinteligência da interpretação das concepções denotativas da norma 
individual e concreta, quando da criação da motivação. Paulo de Barros, nessa linha 
de pensamento, ressalta que erro de fato “é um problema intranormativo, um 
desajuste interno na estrutura do enunciado”.10 
Já quanto ao erro de direito, não nos deparamos com a figura da subsunção 
do fato jurídico à norma, assim, pode-se concluir que se trata da uma falha na 
incidência normativa. 
 
7. Identifique nos acórdãos abaixo qual foi o critério da regra matriz de incidência 
tributária objeto da ação judicial: 
 
10 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed. São Paulo: Noeses, 2021, 
p. 451. 
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 a) Recurso Extraordinário. Tributário. 2. Não incide Imposto de Propriedade de 
Veículos Automotores (IPVA) sobre embarcações (Art. 155, III, CF/88 e Art. 23, III e § 
13, CF/67 conforme EC 01/69 e EC 27/85). Precedentes. 3. Recurso extraordinário 
conhecido e provido. (STF - RE: 379572 RJ, Relator: GILMAR MENDES, Data de 
Julgamento: 11/04/2007) 
Critério material, tendo em vista que a questão versa sobre o fato 
gerador/hipótese. 
 
 b) RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO 
ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. 
APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. 
RECURSO PROVIDO. 1. Inviável a apuração do ICMS tomando-se cada mercadoria 
ou serviço e a correspondente cadeia, adota-se o sistema de apuração contábil. O 
montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês, considerando-se o total de créditos 
decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de mercadorias ou 
serviços: análise contábil ou escritural do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da não 
cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da 
Constituição da República, cumprindo-se o princípio da não cumulatividade a cada 
operação. 3. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a 
escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na 
definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não 
compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS. 3. Se o art. 3º, § 2º, 
inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições 
sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que não 
há como se excluir a transferência parcial decorrente doregime de não cumulatividade 
em determinado momento da dinâmica das operações. 4. Recurso provido para excluir 
o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. (STF – RE 574706 / 
PR, Relatora: Min. Carmem Lucia) 
Critério quantitativo, tendo em vista que a questão versa sobre a base de 
cálculo do PIS/COFINS. 
 
 c) “EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ISS. 
ARRENDAMENTO MERCANTIL. OPERAÇÃO DE LEASING FINANCEIRO. ARTIGO 
156, III, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O arrendamento mercantil compreende três 
modalidades, [i] o leasing operacional, [ii] o leasing financeiro e [iii] o chamado 
leaseback. No primeiro caso há locação, nos outros dois, serviço. A lei complementar 
não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins do inciso III do artigo 156 da 
Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é serviço para os efeitos do 
inciso III do artigo 156 da Constituição. No arrendamento mercantil (leasing financeiro), 
contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o financiamento, não uma prestação de 
dar. E financiamento é serviço, sobre o qual o ISS pode incidir, resultando irrelevante a 
existência de uma compra nas hipóteses do leasing financeiro e do leaseback. Recurso 
extraordinário a que se nega provimento” (RE 592905, Relator Min. EROS GRAU, 
Tribunal Pleno, julgado em 02/12/2009 
Critério material, tendo em vista que a questão versa sobre o fato 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
gerador/hipótese. 
 
 d) PI – IMPORTAÇÃO – PESSOA NATURAL – AUTOMÓVEL – AUSÊNCIA DE 
ATIVIDADE EMPRESARIAL DE VENDA – AFASTAMENTO PELO JUÍZO – 
INCIDÊNCIA DO TRIBUTO RECONHECIDA NA ORIGEM – RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão 
geral a controvérsia acerca da incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados – 
IPI na importação de veículo automotor, quando o importador for pessoa natural e o fizer 
para uso próprio, considerados ainda os limites da lei complementar na definição do 
sujeito passivo. (STF - RE 723651 RG / PR, Relator: Min. Marco Aurélio) 
Critério pessoal, tenda em vista que a questão aborda acerca da 
possibilidade de pessoa natural ser contribuinte de IPI. 
 
 e) TRIBUTÁRIO. FORNECIMENTO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR 
(SOFTWARE)CONTRATO DE CESSÃO DE USO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
PERSONALIZADOS.ISS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE QUALQUER UM 
DOS VÍCIOSELENCADOS NO ART. 535 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE 
EFEITOSINFRINGENTES. 1. O entendimento de que a jurisprudência desta Corte de 
Justiça firmou-se no sentido de que os programas de computador desenvolvidos para 
clientes, de forma personalizada, geram incidência de tributo do ISS não conflita com o 
conteúdo da Súmula Vinculante 31 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “é 
inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre 
operações de locação de bens móveis.”2. A embargante, inconformada, busca, com a 
oposição destes embargos declaratórios, ver reexaminada e decidida a controvérsia de 
acordo com sua tese.3. A inteligência do art. 535 do CPC é no sentido de que a contradição, 
omissão ou obscuridade, porventura existentes, só ocorre entre os termos do próprio 
acórdão, ou seja, entre a ementa eo voto, entre o voto e o relatório etc, o que não ocorreu 
no presente caso. Embargos de declaração rejeitados. (STJ - EDcl no AgRg no AREsp: 
32547 PR 2011/0101397-7, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS 
Critério material, tendo em vista que a questão versa sobre o fato 
gerador/hipótese. 
 
8. O “princípio da universalidade da renda”, prescrito para as pessoas jurídicas no art. 
25 da Lei nº 9.249/1995 é prescrição que atua sobre qual(is) critério(s) da regra-
matriz de incidência tributária? Descreva, ainda, como o comando desse dispositivo 
se relaciona com o domínio espacial de vigência. 
A Lei 9.249/95, em seu art. 25, inseriu no sistema tributário nacional o 
princípio da universalidade da renda, tendo como uma de suas finalidades fazer valer 
o princípio da isonomia entre os contribuintes que detém renda exclusivamente no 
Brasil e aqueles que também auferem renda no exterior. Esse dispositivo dispõe que 
os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior serão computados 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
na determinação do lucro real das pessoas jurídicas correspondente ao balanço 
levantado em 31 de dezembro de cada ano, abrangendo as companhias controladas, 
coligadas, sucursais e filiais estabelecidas no exterior. 
De maneira ampla, nota-se conexão entre a vigência da norma tributária no 
espaço e determinados limites territoriais, tendo em vista a relevância da manutenção 
da competência de diferentes pessoas políticas para tributar. Nesse ponto percebe-
se que o dispositivo em debate é prescrição que atua sobre o critério espacial da 
RMIT. 
Todavia, ao analisar profundamente o dispositivo, percebe-se também sua 
atuação sobre o critério temporal ao estabelecer o último dia de cada ano como base 
para apuração do imposto. Também sobre o critério pessoal, ao passo que dispõe 
sobre a abrangência nos lucros auferidos por empresas controladas, coligadas, 
sucursais e filiais no exterior. 
Quanto ao tema, Paulo de Barros chama atenção ao explicar que o princípio 
da universalidade estabeleceu um critério de conexão pessoal, porém, não afastou a 
aplicação do princípio da territorialidade. “O princípio da universalidade implica o da 
territorialidade, e esta servirá como nexo para determinar o regime jurídico das 
rendas no interior do Estado brasileiro seja por residentes ou não residentes”11, assim 
expressa o autor. 
 
9. A Lei nº 13.296/2008 do Estado de São Paulo prevê, em seu art. 4º, que o IPVA 
deverá incidir “no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste 
Estado”.12 Construa a regra-matriz de incidência tributária do IPVA e, considerando 
 
11 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8. ed. São Paulo: 
Noeses, 2021, p. 705. 
12. Artigo 4º - O imposto será devido no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado. 
§ 1º - Para os efeitos desta lei, considerar-se-á domicílio: 
1 - se o proprietário for pessoa natural: 
a) a sua residência habitual; 
b) se a residência habitual for incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade onde o veículo esteja sendo utilizado; 
2 - se o proprietário for pessoa jurídica de direito privado: 
a) o estabelecimento situado no território deste Estado, quanto aos veículos automotores que a ele estejam vinculados na data 
da ocorrência do fato gerador; 
b) o estabelecimento onde o veículo estiver disponível para entrega ao locatário na data da ocorrência do fato gerador, na 
hipótese de contrato de locação avulsa; 
c) o local do domicílio do locatário ao qual estiver vinculado o veículo na data da ocorrência do fato gerador, na hipótese de 
locação de veículo para integrar sua frota; 
3 - qualquer de suas repartições no território deste Estado, se o proprietário ou locatário for pessoa jurídica de direito público. 
§ 2º - No caso de pessoa natural com múltiplas residências, presume-se como domicílio tributário para fins de pagamento do 
IPVA: 
1 - o local onde, cumulativamente, possua residência e exerça profissão; 
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os comandos dos arts. 109 e 110 do CTN, examine a licitude da legislação paulista. 
 
RMIT – IPVA NO ESTADO DE SÃO PAULO 
• Antecedente 
- Critério material: ser proprietário de veículo automotor. 
- Critério espacial: local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste 
Estado (art. 4º). 
- Critério temporal: art. 3º: 
(i) no dia 1° de janeiro de cada ano, em se tratando de veículo usado; 
(ii) na data de sua primeira aquisição pelo consumidor, em se tratando de veículo 
novo; 
(iii) na data de seu desembaraço aduaneiro, em se tratando de veículo importado 
diretamente do exterior pelo consumidor;(iv) na data da incorporação do veículo novo ao ativo permanente do fabricante, do 
revendedor ou do importador; 
(v) na data em que deixar de ser preenchido requisito que tiver dado causa à 
imunidade, isenção ou dispensa de pagamento; 
(vi) na data da arrematação, em se tratando de veículo novo adquirido em leilão; 
(vii) na data em que estiver autorizada sua utilização, em se tratando de veículo não 
fabricado em série; 
(viii) na data de saída constante da Nota Fiscal de venda da carroceria, quando já 
acoplada ao chassi do veículo objeto de encarroçamento; 
(ix) na data em que o proprietário ou o responsável pelo pagamento do imposto 
deveria ter fornecido os dados necessários à inscrição no Cadastro de Contribuintes 
do IPVA deste Estado, em se tratando de veículo procedente de outro Estado ou do 
Distrito Federal; 
 
2 - caso possua residência e exerça profissão em mais de um local, o endereço constante da Declaração de Imposto de Renda. 
§ 3º - Na impossibilidade de se precisar o domicílio tributário da pessoa natural nos termos dos §§ 1º e 2º deste artigo, a 
autoridade administrativa poderá fixá-lo tomando por base o endereço que vier a ser apurado em órgãos públicos, nos cadastros 
de domicílio eleitoral e nos cadastros de empresa seguradora e concessionária de serviço público, dentre outros. 
§ 4º - No caso de pessoas jurídicas de direito privado, não sendo possível determinar a vinculação do veículo na data da 
ocorrência do fato gerador, nos termos do item 2 do § 1º deste artigo, presume-se como domicílio o local do estabelecimento 
onde haja indícios de utilização do veículo com predominância sobre os demais estabelecimentos da mesma pessoa jurídica. 
§ 5º - Presume-se domiciliado no Estado de São Paulo o proprietário cujo veículo estiver registrado no órgão competente deste 
Estado. 
§ 6º - Em se tratando de veículo de propriedade de empresa de arrendamento mercantil (leasing), o imposto será devido no 
local do domicílio ou residência do arrendatário, nos termos deste artigo. 
§ 7º - Para os efeitos da alínea “b” do item 2 do § 1º deste artigo, equipara-se a estabelecimento da empresa locadora neste 
Estado, o lugar de situação dos veículos mantidos ou colocados à disposição para locação. 
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(x) relativamente a veículo de propriedade de empresa locadora: 
a) no dia 1° de janeiro de cada ano, em se tratando de veículo usado já inscrito 
no Cadastro de Contribuintes do IPVA deste Estado; 
b) na data em que vier a ser locado ou colocado à disposição para locação no 
território deste Estado, em se tratando de veículo usado registrado 
anteriormente em outro Estado; 
c) na data de sua aquisição para integrar a frota destinada à locação neste 
Estado, em se tratando de veículo novo. 
 
• Consequente 
- Critério pessoal: sujeito ativo: Estado ou Distrito Federal; sujeito passivo: todo 
proprietário de veículo automotor. Em caso de pessoa jurídica, considera-se 
contribuinte cada um dos seus estabelecimentos ou o conjunto dos estabelecimentos 
para fins de garantia do cumprimento das obrigações (art. 5º, § único). 
- Critério quantitativo: base de cálculo (art. 7º): (i) valor de mercado do veículo usado, 
(ii) caso seja 0 KM será o valor total constante do documento fiscal de aquisição do 
veículo, (iii) o valor constante do documento de importação, (iv) em hipótese de 
incorporação do veículo novo ao ativo permanente do fabricante, do revendedor ou 
do importador: (a) para o fabricante, o valor médio das operações; (b) para o 
revendedor, o valor da operação de aquisição do veículo, constante do documento 
fiscal de aquisição; (c) valor constante no documento de importação; (v) valor de 
arrematação; (vi) na hipótese dos incisos VII e VIII do artigo 3º desta lei, a soma dos 
valores atualizados de aquisição de suas partes e peças e outras despesas, também 
atualizadas, que incorrerem na sua montagem. Alíquota (art. 9º): a alíquota do 
imposto, aplicada sobre a base de cálculo atribuída ao veículo, será de: I - 1,5% (um 
inteiro e cinquenta centésimos por cento) para veículos de carga, tipo caminhão; II - 
2% (dois por cento) para: a) ônibus e micro-ônibus; b) caminhonetes cabine simples; 
c) motocicletas, ciclomotores, motonetas, triciclos e quadriciclos; d) máquinas de 
terraplenagem, empilhadeiras, guindastes, locomotivas, tratores e similares; III - 4% 
(quatro por cento) para qualquer veículo automotor não incluído nos incisos I e II 
deste artigo. 
 
Ao analisarmos os arts. 109 e 110 do CTN percebemos a atenção dada pelo 
legislador quanto ao reconhecimento da importância das normas no que diz respeito 
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à definição, conteúdo, bem como a abrangência dos institutos de Direito Privado, 
fortalecendo uma ideia, até mesmo defendida pelo professor Paulo de Barros, a qual 
expressa que a “ordenação jurídica é una e indecomponível”, sendo puramente 
didática a autonomia do direito tributário. 
Forte nesse entendimento, constatamos uma incongruência da legislação 
paulista com o Código Civil, referente ao critério espacial estipulado. Tal legislação 
em discussão, como várias outras, com o objetivo arrecadatório e muitas vezes 
político, tenta obstar o recolhimento do tributo por outro Estado, fazendo com que 
prevaleça a percepção de que o proprietário de veículo registrado em São Paulo 
deveria obrigatoriamente ter um domicílio no próprio estado. 
Nesse diapasão, devemos lembrar o que reza o Código Civil, que em seu 
art. 70 estabelece que o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a 
sua residência com ânimo definitivo. O diploma em estudo vai além, ao passo que 
por meio de ser art. 71 expressa que se a pessoa natural tiver diversas residências, 
onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. 
Ademais, a pessoas jurídicas também não ficam sem respaldo do referido 
Código, o qual em seu art. 75 permite a pluralidade de domicílios, ocasião em deverá 
ser observado o local dos acontecimentos dos atos concernentes as atividades 
exercidas, os quais estarão relacionados a empresa situada em tal localidade. 
Nesse sentido, conclui-se que o Estado de São Paulo, por meio da Lei 
13.296/08, reflete, ao menos, uma insegurança e ambiguidade em sua disposição, o 
que, consequentemente, induz o contribuinte à incerteza no que se refere a aplicação 
da referida lei por parte da Administração Pública.

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