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CADERNO DE EMBRIOLOGIA – N2 ISABELA VALINHO ABREU PROFª LIVIA MATTOS MARTINS AULA 01 (18/10) – PERÍODO FETAL - 9ª SEMANA AO PARTO 1. O estágio fetal • Da 9ª semana ao parto → feto; • Um feto de 9 semanas já possui pelo menos o início da formação de todos os sistemas → mas jamais conseguiria sobreviver fora do útero; • É uma fase de crescimento e adaptação → o feto vai se tornar apto e viver fora do corpo da mãe; • Nesse período, a presença de fatores teratogênicos já não afeta tanto o feto o Quanto mais “cedo” na gestação, menor a chance de fatores teratógenos atingirem o embrião, mas, se atingirem, podem causar danos muito graves; quanto mais “tarde” na gestação, maior chance de fatores teratógenos atingirem o feto (principalmente porque a barreira transplacentária se torna mais delgada conforme a gestação avança), mas esses fatores não causarão danos tão graves, porque os sistemas já estão formados, em sua maioria. o Exemplo: sífilis e toxoplasmose → se a mãe for contaminada durante o período embrionário do bb, provavelmente ele será anencéfalo. Porém, se a mãe for contaminada durante o período fetal, o bb pode ter comprometimento do SNC, mas não anencefalia, porque o encéfalo já estará formado. • O feto já possui forma de ser humano; 2. 9ª à 12ª semana • No início do período fetal, a cabeça é desproporcionalmente maior do que o restante do corpo → maior desenvolvimento do SNC, porque ele controla o desenvolvimento dos demais órgãos e tecidos que estão se formando; o A desproporcionalidade se mantém durante todo o desenvolvimento, até a fase adulta, mas diminui conforme a gestação avança; • Na 12ª semana, o feto já possui uma forma humanoide bem específica, mas a região da face ainda não está completamente formada → olhos muito separados (quase laterais), orelhas baixas, pálpebras fechadas (ainda não há abertura); • No final da 12ª semana começa o processo de ossificação e a genitália externa já está formada (ou seja, a partir da 14ª semana de gestação na contagem da mãe, já pode ser feita a USG para determinar o sexo do bebê) o Quando é menino, é mais fácil → o pênis pode estar formado a partir da 8ª semana; o Quando é menina, é mais difícil → pode haver atraso na formação da genitália, o que pode confundir o diagnóstico por imagem; • Começa a formação das células sanguíneas do baço (antes estavam sendo formadas nas células primordiais); • Começa a formação da urina → início do sistema urogenital; 3. 13ª à 16ª semana • Período de crescimento extremamente rápido; • Membros coordenados → a mãe já pode sentir os movimentos do feto a partir do final da 16ª semana; • Bom controle dos movimentos dos olhos → o feto já identifica claro/ escuro; • Olhos localizados mais anteriormente e orelhas mais próximas do local correto; 4. 17ª à 20ª semana • Normalmente, a mãe já sente os movimentos fetais; • A pele começa a ser coberta pelo verniz caseoso → substância serosa que recobre a pele do feto e ajuda a protegê-la (protege a epiderme em desenvolvimento) – o feto está em meio líquido, então o verniz caseoso também o protege quanto a isso; • O bb já possui pelos e cabelos visíveis e tecido adiposo marrom (que auxilia na manutenção da temperatura corporal por meio da produção de calor); • Na 18ª semana inicia-se a formação do útero e do canal vaginal; • Na 20ª semana inicia-se a descida dos testículos; 5. 21ª à 25ª semana • O feto já está com todos os sistemas praticamente formados → começará a crescer, aumentar a massa e amadurecer os pulmões; • O feto possui unhas nos dedos das mãos e pés, movimentos oculares (são capazes de piscar em resposta aos estímulos), podem se movimentar em resposta a choques → estão mais responsivos em relação ao ambiente; • Nesse período, começam a se desenvolver os pneumócitos tipo II, que são responsáveis por secretar o surfactante: o O surfactante ajuda a amadurecer os pulmões para que o bb possa respirar quando nascer; o Bbs prematuros podem ter deficiência na produção do surfactante → eles não conseguem ter todas as funções pulmonares e alguns alvéolos acabam colabando, devido à ausência de ar. Eles apresentam deficiência respiratória após o nascimento; ▪ OBS: a administração de corticosteroides em mães de gravidez de risco pode prevenir a deficiência de surfactante em bbs prematuros → os corticosteroides aceleram a produção de surfactante, então, mesmo se o bb não vier a termo, ele nascerá com surfactante suficiente; • A partir desse período, bbs prematuros podem sobrevier; • OBS: existem, na literatura, casos que sobreviveram após nascerem com 20 semanas → esses casos são extremamente raros e, provavelmente, terão consequências severas ao longo da vida, especialmente relacionadas a danos no SNC; • Entre a 21ª e a 25ª semana, a cada semana que a gestação prossegue, maior se torna a chance de o feto sobreviver o 22 semanas → 2-15% de chance de sobrevier; o 23 semanas → 15-40% de chance de sobrevier; o 25 semanas → 55-70% de chance de sobrevier; 6. Em gestação de alto risco de prematuridade extrema (até 26ª semana), há alto risco de comprometimento do SNC, então é importante utilizar todos os artifícios possíveis para que o bebê nasça após as 26 semanas → assim ele terá maior probabilidade de sobrevivência, mas ainda necessitará de cuidados intensos (UTI neonatal); 7. 26ª à 29ª semana • A partir da 22ª semana (clinicamente, 24ª), quase todos os bbs já são capazes de sobreviver, se forem submetidos a cuidados intensos (UTI neonatal); • OBS: com 26 semanas, o peso médio é de 913g; • A partir de 24 semanas, caso ocorra aborto, precisam ser feitas uma certidão de nascimento e uma certidão de óbito (antes de 24 semanas ou com menos de 500g, esse processo não precisa ser feito); • As pálpebras se abrem na 26ª semana; • A eritropoiese (produção de células sanguíneas) começa a acontecer na 28ª semana, na medula óssea vermelha; • OBS: até a 26ª semana, são prematuros extremos, e a partir da 27ª, intermediários; Eventos do desenvolvimento durante as 28 semanas da vida fetal Aparecimento das papilas gustativas 7 semanas Deglutição 10 semanas Movimentos respiratórios 14 e 16 semanas Movimentos de sucção 24 semanas Audição de alguns sons 24 e 26 semanas Olhos sensíveis à luz (OBS: forma e cor só podem ser reconhecidas após o anscimento) 28 semanas 8. 30ª à 34ª semana • Até a 31ª semana, ainda precisam de terapia intensiva; • Da 32ª semana em diante (34ª semana, na clínica), o bb pode nascer saudável, sem precisar passar pela UTI neonatal → normalmente preenche os requisitos: o Presença adequada de surfactante; o Peso adequado; • Nesse período, o feto já apresenta reflexo pupilar (dilatação e contração) e 8% de seu peso corporal é de gordura amarela; • Ao fim do período gestacional, o feto acumula gordura amarela → cresce pouco em tamanho, mas aumenta muito rápido em peso; 9. 35ª à 38ª semana • Nesse período, os fetos já podem responder bem a mudanças de luz (se orientam pela presença de luz); • Apresentam reflexos firmes de pressão → conseguem segurar; • Estão com peso bastante aumentado; • Possuem circunferência da cabeça e do abdome semelhante; • Os pés costumam ser maiores do que o fêmur; • Com 38 semanas, o feto costuma pesar em média 3,4kg e apresentar CCN de 360 mm; • Com 38 semanas, podem chegar a acumular 14g de gordura por dia; • Após a 38ª semana → bb a termo (tempo gestacional previsto) • Percentil o Exemplo: percentil 50 → em certa idade, 50% dos bbs pesam menos, 50% pesam mais; o Exemplo 2: percentil 10 → em certa idade, 10% dos bbs pesam menos, 90% dos bbs pesam mais; o Quedas bruscas do percentil nas últimas semanas sugerem problemas; 10. Taxa de crescimento fetal normal → Fatores que influenciam o crescimento fetal • Fatores internos (genéticos); • Fatores externos; • RCIU – restrição de crescimento intrauterino → Bbs que não crescem todo o seu potencialgenético; o Fatores: ▪ Uso de tabaco; nutrição insuficiente; presença de gêmeos; uso de determinadas drogas; fluxo materno-fetal insuficiente; ▪ Esses fatores causam PIG → fetos pequenos para a idade gestacional (peso inferior ao percentil 10); • OBS: Ao fim da gestação, fazer USG com doopler para avaliar a circulação materno-fetal; 11. Viabilidade fetal • Bbs acima de 22 semanas e com peso maior que 500g; 12. Estimativa da idade fetal • CCN → comprimento cabeça-nádegas o Comprimento da cabeça até das nádegas, desconsiderando MMII; • Diâmetro biparietal o Medida de um lado ao outro da cabeça do feto; • Circunferência da cabeça o Medida de toda a circunferência da cabeça do feto; • OBS: juntando essas três medidas, pode-se ter uma noção da real idade gestacional; 13. Medidas e características dos fetos • Quanto mais a gestação avança, mais informações e medidas combinadas são necessárias para se chegar a uma estimativa de idade gestacional mais próxima da realidade; • Ao fim, usa-se, além de CCN, diâmetro biparietal e circunferência da cabeça: circunferência abdominal e comprimento femoral; 14. Estimativa da idade fetal • Na prática clínica, geralmente, a idade fetal é contada a partir da DUM (data da última menstruação), mas, embriologicamente, são contadas duas semanas a mais; 15. Crescimento uterino durante a gestação • O útero, conforme avança a gestação, toma uma posição cada vez mais superior. Para que ele tome esse posicionamento, ocorre a reorganização dos órgãos internos da mulher (intestino, bexiga, estômago...) 16. O parto • É o processo no qual o bebê, as membranas fetais e a placenta são expelidas do corpo da mãe; • É controlado hormonalmente pela ocitocina; • Existem 3 estágios: o Dilatação → o canal uterino se dilata e se prepara para a expulsão do bebê; o Expulsão → parto propriamente dito; o Estágio placentário → expulsão da placenta e dos anexos embrionários (dura de 10 a 15 minutos); • Como ocorre: o Na região do púbis materno, há terminações nervosas que começam a ser pressionadas quando o bb se coloca em posição anatômica (cabeça voltada para o canal vaginal); o Esse encaixe do bb na posição faz com que o cérebro promova a produção de ocitocina; o A ocitocina e outros hormônios estimulam a dilatação do canal uterino e do canal vaginal, além das contrações; o A parede do útero começa a se contrair, até que expulsa o bb; o Após o nascimento do bb, ocorre a expulsão da placenta e dos demais anexos embrionários; 17. Bibliografia • MOORE, Keith L. et al.Embriologia clínica.10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Capítulo 6 e 7 (observando os tópicos dados em sala) • •SADLER, T. W. Embriologia Médica, 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Capítulo 8 (observando os tópicos dados em sala) AULA 02 (26/10) – FORMAÇÃO DA FACE E DO PESCOÇO 1. Arcos faríngeos • Começam a ser formados na 4ª semana; • São estruturas formadas na região que será o pescoço; • São compostos: no eixo central, por tecido de origem mesodérmica; internamente, por endoderma e externamente por ectoderma → cada arco possui os três tipos de tecido; o Determinados tipos de estruturas, tecidos e sistemas são originados de cada um dos tipos de tecidos, então sabe-se que os arcos faríngeos podem dar origem a diversas estruturas; • O 1º par é responsável por formar a mandíbula primitiva, e aparece na 4ª semana; o Nas semanas subsequentes, aparecerão os demais arcos (2º, 3º e 4º). O 5º aparece e some (não se considera sua existência) e, depois, aparece o 6º par; 1.1. Funções dos arcos faríngeos: • Dar sustentação para a faringe primitiva → todo o sistema respiratório se origina dela; • Ajudar na formação do estomodeu (início da formação do estômago); • São fundamentais para a formação de diversas estruturas da face (cavidades nasais, boca, laringe, pescoço, glândula tireoide, amígdalas); • 1º arco → forma a mandíbula primitiva; o Forma a proeminência maxilar - há duas proeminências maxilares (uma de cada lado), que vão se fechando para formar a maxila, o osso zigomático e o osso vômer, que fazem parte da região maxilar; o Forma a proeminência mandibular – forma a mandíbula e o osso temporal escamoso; o Esse par se divide para formar a mandíbula e a maxila; • 2º arco → forma o osso hioide o É um dos ossos do pescoço; 1.2. Componentes dos arcos faríngeos • Cada arco faríngeo possui uma estrutura diferente, mas eles possuem características comuns: o Artérias e veias próprias; o Músculos próprios; o Nervos próprios; o Haste cartilaginosa arredondada que forma a estrutura; 1.3. O que os arcos faríngeos formam? Par Nn. cranianos Músculos Ossos Ligamentos 1º (mandibular) Trigêmeo (5º par craniano) Mm. da mastigação M. Milo-hioideo e vente anterior do M. digástrico M. tensor do tímpano N. tensor do tímpano M. tensor do véu palatino Martelo Bigorna L. anterior do martelo L. esfenomandibular 2º (hioide) Facial (7º par craniano) Mm. da expressão facial M. estapédio M. estilo-hioideo Ventre posterior do M. digástrico Estribo Processo estiloide Corno menor do osso hioide L. estilo-hioideo 3º Glossofaríngeo (9º par craniano) M. estilofaríngeo Corno maior do osso hioide - 4º ao 6º R. laríngeo superior do vago e R. laríngeo recorrente do vago (10º par craniano) M. cricotireoideo M. levantador do véu palatino Mm. constritores da parede Mm. intrínsecos da laringe Mm. estriados do esôfago Cart. Tireoide Cart. Cricoide Cart. Aritenoide Cart. Corniculada Cart. Cuneiforme - • Resumindo o que os arcos formam: o 1º - Toda a estrutura relacionada à mastigação, ossos martelo e bigorna, N. trigêmeo; o 2º - Músculos das expressões faciais (todos os Mm. da face), osso estribo Nn. nasais; o 3º - Nn. glossofaríngeos; o 4º ao 6º - cartilagem tireoide e Mm. laríngeos, Nn. faríngeos; 2. Bolsas faríngeas • São bolsas de tecido de origem mesodérmica formadas pela “aglomeração” dos arcos faríngeos, que recobrem toda a faringe; • O que elas formam: o Derivada do 1º arco – Cavidade timpânica e tuba auditiva; o Derivada do 2º arco – Tonsilas palatinas; o Derivada do 3º arco – Glândula paratireoide e timo; o Derivada do 4º arco – paratireoide superior; • A partir dessas bolsas, portanto, se formam estruturas tanto do sistema digestório quanto da região do pescoço; Bolsa faríngea O que forma 1ª Cavidade timpânica (orelha média) e tuba auditiva (trompa de Eustáquio) 2ª Tonsilas palatinas e fossa tonsilar 3ª Glândula paratireoide inferior e timo 4ª Glândula paratireoide superior, corpo ultimobranquial (células parafoliculares [C] da glândula tireoide) 3. Sulcos faríngeos ou fendas branquiais • São as regiões (espaços) entre os arcos faríngeos; • O que eles formam: o Sulco entre o 1º e o 2º par – meato acústico; o Os demais são perdidos com a formação das bolsas faríngeas; 4. Formação da língua • Na região superior da laringe primitiva, forma-se uma estrutura chamada de tumefação lingual → o “broto” da língua; • Tem origem ectodérmica → por isso é uma estrutura extremamente inervada; • Além da tumefação lingual mediana, há tumefações linguais laterais; o Nesse local, as células começam a se proliferar e formam um divertículo, que começa a crescer e promove o crescimento da língua, que começa como se fosse um apêndice; o Quando começa a se desenvolver, o divertículo vai sendo preenchido por tecido mesodérmico; o A língua é uma estrutura complexa, então é formada pelos 4 arcos faríngeos: ▪ Parte oral (anterior) – derivada do 1º arco; ▪ Parte faríngea (sem controle do movimento e papilas gustativas) – 3º arco; ▪ Inserção da língua e epiglote – 4º arco; 5. Desenvolvimento da face • 3 estruturas se relacionam ao desenvolvimento do prosencéfalo (início do SNC), e a formação da face depende do prosencéfalo; • A face é formada ao redor do estomodeu (parte mais anterior do sistema digestório em formação(abertura da boca e abertura do estômago); • Ocorre entre a 4ª e a 8ª semana; • As 3 proeminências que originam a face são: o Frontonasal – região que recobre o prosencéfalo (parte anterior do embrião); o Maxilar – faz parte do 1º arco faríngeo; o Mandibular – se liga ao 1º arco faríngeo; • Formação da face: o 24 dias – observam-se: a proeminência frontonasal (mais posterior), a maxilar e mandibular; o 28 dias – pode-se observar o placoide nasal (região que dá origem às cavidades nasais); o 31 dias – presença de fossetas nasais; o 33 dias – fosseta nasal completamente formada; o 35 dias – proeminências maxilares e fossetas nasais começas a se aproximar para formar as narinas; o 12 semanas – proeminência maxilar fechada e fossetas nasais aproximadas, formando as narinas; ▪ À medida que essas fossetas se aproximam, outras estruturas se aproximam para formar a face; o 54 dias – pode-se observar nariz e boca bem localizados; • Durante o período de formação da face, pode ser determinada a ocorrência de malformações congênitas: o Entre a proeminência frontonasal e a maxilar, existe uma estrutura chamada sulco lasolacrimal – um local de contato entre essas proeminências, formando uma fenda. O não fechamento completo desse sulco pode provocar uma malformação congênita; 6. Formação da cavidade nasal • Ocorre simultaneamente ao desenvolvimento da face; • Na proeminência Frontonasal, surgem os placoides nasais, que se invaginam e formam as fossetas ou sacos nasais; • Os sacos nasais continuam invaginando até entrarem em contato com a faringe, na parte posterior do embrião; • Quando eles entram em contato direto com a faringe, forma-se a cavidade nasal; • O placoide nasal e o saco nasal são recobertos por tecido de origem ectodérmica (OBS: o azul das imagens sempre indica tecido de origem ectodérmica); • Quando o saco nasal entra em contato com a faringe, ele perde essa cobertura de origem ectodérmica (que fica restrita aos neurônios olfatórios), e o tecido que vai recobrir as fossas nasais tem origem endodérmica; 7. Desenvolvimento do palato • Uma das malformações mais comuns é a fenda palatina (lábio leporino); • Dependendo do tipo de fenda, podem afetar mais de 1 bb a cada 1000 nascidos vivos; • Durante o desenvolvimento embrionário, a proeminência maxilar vai se aproximando até que se fecha. Nesse momento, há uma região chamada de segmento intermaxilar → esse segmento começa a se desenvolver e forma o palato primário (amarelo), que começa a se desenvolver e crescer em direção à faringe; • A parte lateral do processo maxilar também começa a crescer numa direção mediana do palato em formação; • Para formar o palato: palato primário crescendo em direção à faringe e partes laterais do processo maxilar crescendo em direção mediana; • O palato começa a se “fechar” (separar a região da boca da região das cavidades nasais); • A partir do crescimento do palato primário, ocorre a formação do palato secundário; • O palato secundário ajuda a terminar a separação da cavidade bucal da nasal; • O palato secundário é definitivo; • O palato definitivo é separado em palato duro e palato mole; • A rafe palatina é uma marca que apresenta a separação das regiões do palato que foram formadas pela parte frontal, pela esquerda e pela direita; • Simultaneamente, ocorre a formação do septo nasal o Ele se orienta a partir da formação do palato → conforme o palato cresce (da região anterior para a posterior), o septo nasal se desenvolve acima dele; 7.1. Fenda palatina • As fendas palatinas podem ocorrer no palato primário, no secundário ou em ambos; • As fendas labiais são diferentes das fendas palatinas; • Labiais → Se relacionam ao não fechamento dos processos maxilares ou à não junção entre o processo frontonasal e o processo maxilar: o O não crescimento do processo maxilar causa a fenda labial sem presença de palato, já que sem o fechamento da proeminência intermaxilar, não é formado nem o palato primário; o Quando não ocorre o fechamento completo entre o processo frontonasal e a proeminência maxilar, também ocorre a malformação → no início do desenvolvimento embrionário, há regiões de junção entre as proeminências maxilar e frontonasal, onde há septos. À medida que o embrião se desenvolve, esses septos deveriam ser preenchidos até se fundirem e formarem a região da boca; na malformação, no entanto, eles não são preenchidos e são formadas as fendas labiais ▪ OBS: pode ocorrer apenas em um lado (unilateral) ou em ambos (bilateral); o As labiais são fendas mais graves, que remetem a malformações congênitas mais severas: ▪ Fenda oblíqua – não fusão entre a proeminência frontonasal e a maxilar; ▪ Fenda labial de linha média – não fusão da fenda maxilar; • Palatinas → Se relacionam a defeitos no palato primário e no secundário ou em ambos; o Fenda anterior → se ocorrer algum problema na formação ou na junção do palato anterior (primário) com o secundário, ocorre a formação da fenda palatina anterior; o Fenda posterior → se ocorrer algum problema na fusão das regiões palatinas formadas a partir dos processos maxilares, ocorre a fenda palatina posterior; o Fenda anterior e posterior (fenda palatina completa) → se ocorrer problema em toda a extensão da rafe mediana (na formação do palato primário, na junção do primário com o secundário e na fusão das regiões palatinas formadas a partir dos processos maxilares), forma-se a fenda completa; • O tratamento das fendas é cirúrgico, e o que muda de uma para a outra é o número de cirurgias que o pct vai precisar → por isso as fendas labiais são mais complicadas, justamente por serem mais pronunciadas; • As fendas são muito perigosas porque a região nasal e a oral ficam intimamente ligadas, então deve-se ter muito cuidado ao alimentar o bb → pode ocorrer do alimento chegar até os pulmões; 8. Bibliografia • MOORE, Keith L. et al. Embriologia clínica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Capítulo 9 (observando os tópicos dados em sala); • MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Capítulo 10 (observando os tópicos dados em sala); • SADLER, T. W. Embriologia Médica, 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Capítulo 17. SISTEMA RESPIRATÓRIO 1. Formação do primórdio respiratório • Entre o 4º e o 6º arcos faríngeos, há o sulco laringotraqueal, uma abertura a partir da qual surge um divertículo, a partir do qual crescerá toda a estrutura do sistema respiratório: o A partir do início da formação do divertículo, a faringe começa a se modificar → formará o esôfago e o sistema respiratório; ▪ OBS: para auxiliar no crescimento do divertículo e, consequentemente, na formação do sistema respiratório, são necessários o aumento local de ácido retinóico (no sulco laringotraqueal) e a ativação do gene TBX4; o Na região da faringe, há uma estrutura chamada de prega traqueoesofágica, que cresce e separa a região da faringe da região da laringe. Com essa separação, uma região formará o esôfago e outra formará o tubo laringotraqueal; o O divertículo continua crescendo e passa a ser chamado de broto respiratório, o qual se divide em dois lobos: brônquios primários; 2. Formação da laringe • Todo o sistema respiratório se origina do sulco laringotraqueal, portanto todo o tecido desse sistema é de origem endodérmica; • A abertura do sulco laringotraqueal aumenta com o tempo e, separando a laringe da faringe, forma-se a epiglote (que cresce a partir da região superior do sulco laringotraqueal); • Todas as cartilagens e músculos do sistema respiratório são originados a partir do 4º e do 6º arcos faríngeos; • A laringe, portanto, é o desenvolvimento do divertículo; • Durante o desenvolvimento da laringe, pode haver uma malformação congênita chamada de atresia: o Atresia → obstrução/ fechamento lúmen da faringe, o que impede a passagem de ar ▪ Pode ser parcial ou total → se for totale isso não for identificado em questão de minutos, e se não for feita uma traqueostomia para abrir um canal traqueal, pode causar o óbito do bb; 3. Desenvolvimento da traqueia • Logo após a laringe, abaixo dela, desenvolve-se a traqueia, a partir do divertículo laringotraqueal; • A partir da traqueia, formam-se os brotos brônquicos; • Durante a formação da traqueia, pode ocorrer uma malformação: fístula traqueoesofágica: o A fístula ocorre quando a comunicação entre traqueai e esôfago é mantida → pode ocorrer com má formação congênita ou em pcts que passam muito tempo intubados; • Malformações no desenvolvimento da traqueia: o Fístula traqueoesofágica → traqueia ligada ao esôfago em um ponto; o Fenda laringotraqueoesofágica → traqueia e esôfago praticamente fundidos; o Atresia e estenose traqueal → fechamento e estreitamento da traqueia, respectivamente; o Divertículo traqueal → em vez de formar um divertículo respiratório para formar todo o sistema respiratório, forma-se mais de um. Um dos divertículos, portanto, forma o sistema respiratório, e o outro se torna um “apêndice”, que pode não causar problema algum, mas também pode haver infecções severas; AULA 03 (01/11) – FORMAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO (CONTINUAÇÃO) 1. Retomando a aula anterior • Basicamente, o sulco laringotraqueal origina o sistema respiratório; • A partir do sulco laringotraqueal, surge o divertículo respiratório, que cresce e forma todo o sistema respiratório; 2. Desenvolvimento dos brônquios e pulmões • Durante o crescimento da traqueia, o divertículo forma uma bifurcação, que dá origem aos 2 brotos brônquicos, que dão origem à parte pulmonar do sistema respiratório → pulmões e brônquios; • Os brotos brônquicos continuam crescendo e se desenvolvendo, e também sofrem ramificações; • À medida em que se ramificam, formam os brotos brônquicos secundários; • Os brotos brônquicos secundários formam ramificações, que dão origem aos pulmões; • É formada uma árvore brônquica a partir das ramificações; • Os pulmões formam, portanto, lobos → estruturas que englobam algumas dessas ramificações o Lado direito → lobo superior direito, lobo médio e lobo inferior direito; o Lado esquerdo → lobo superior esquerdo e lobo inferior esquerdo; o Ou seja, o pulmão direito é formado a partir de 3 lobos e o esquerdo a partir de 2 lobos; o No pulmão direito, são formados 3 ramos: lobares (superiores), segmentares (médios) e intersegmentares (inferiores); no pulmão esquerdo, só há ramos lobares (superiores) e ramos segmentares (inferiores); • O processo de formação dos pulmões é, portanto, todo baseado nessas ramificações → os lobos se tornam cada vez mais ramificados e segmentados o Com 56 dias, cada um dos brônquios secundários já possui diversos ramos; • O processo de maturação/ segmentação dos pulmões continua acontecendo desde a vida intrauterina até a infância (a segmentação torna as extremidades mais delgadas e forma os alvéolos pulmonares); 2.1. Estágios de maturação dos pulmões • Durante todo o processo de formação dos pulmões e toda a segmentação que sofrem para se formarem, os pulmões passam por 4 estágios distintos de desenvolvimento; • Esses processos não ocorrem no pulmão como um todo → cada parte do pulmão estará em um estágio diferente; • Estágios histologicamente distintos: o Pseudoglandular ▪ 5ª à 17ª semana; ▪ O tecido pulmonar nesse estágio possui todas as características histológicas de uma glândula, por isso o nome de pseudoglandular; ▪ Nessa etapa, todos os componentes do tecido respiratório já estão formados (p. ex.: bronquíolo terminal com capilares associados), mas ainda não é possível respirar, porque não há uma associação íntima entre a região de trocas e os capilares sanguíneos → para ocorrer a respiração, deveria haver diferença de concentração; ▪ Ainda não estão presentes as células típicas do sistema respiratório (pneumócitos tipo I e II, de aspecto pavimentoso → as células que recobrem os bronquíolos possuem aspecto pavimentoso; • As células presentes no estágio pseudoglandular possuem aspecto cúbico e, conforme avançam nos estágios, vão tomando forma mais pavimentosa; o Canalicular ▪ 16ª à 26ª semana; ▪ Bronquíolos com luz maior e capilares mais intimamente relacionados a eles; ▪ Ao final desse estágio, os sacos alveolares se tornam cada vez mais delgados (células dos bronquíolos cada vez mais delgadas) em alguns locais, e já se inicia o desenvolvimento do próximo estágio → já é possível ver regiões em estágio mais avançado do que outras; ▪ A respiração nesse estágio ainda não é completa (do bb sozinho, caso nascesse) • Média para os bbs respirarem “sozinhos” (mas precisam de ventilação na UTI neonatal) - a partir de 22 semanas; • A partir de 22 semanas, os pulmões já são capazes de realizar algumas trocas; • Se um bb nascer com os pulmões ainda no estágio pseudoglandular, não há como sobrevier; • Se não houver quantidade suficiente de bronquíolos terminais formando alvéolos primitivos (ou seja, já quase no próximo estágio), a chance do bb prematuro sobreviver diminuem muito; o Saco terminal ▪ 24ª semana até o final do período fetal; ▪ Como exposto anteriormente, há uma janela entre o estágio canalicular e o estágio saco terminal → alguns locais do pulmão, durante o estágio canalicular, já passam para o estágio de saco terminal e já são funcionais. Por conta disso, até mesmo um dia a mais de vida intrauterina pode aumentar as chances de sobrevivência do bb, porque mais partes desse pulmão se tornarão funcionais; ▪ Nesse estágio, o epitélio se torna muito delgado e com aspecto pavimentoso, o que permite as trocas gasosas; ▪ Nesse período, surgem tipos celulares importantíssimos: • Pneumócitos tipo I – células formadoras da parede, dos bronquíolos e alvéolos; • Pneumócitos tipo II – produzem o surfactante o O surfactante é a substância responsável por evitar o colabamento dessas estruturas, porque ajuda a manter os sacos pulmonares minimamente inflados para que suas paredes não se colem uma à outra; o No parto, os pulmões do bb estão cheios de líquido, que precisa ser expulso; com a retirada desse líquido, se não houvesse a presença do surfactante, as paredes colabariam; o Uso de corticoides em mães com alto risco de parto prematuro é recomendado para aumentar a produção de surfactantes e, assim, acelerar a maturação pulmonar dos bbs; o Alveolar ▪ Começam no fim do período fetal e vão até os 8 anos de idade; • Na infância, os pulmões continuam sofrendo alterações → os pneumócitos tipo I se tornam cada vez mais delgados, e o epitélio que antes era cúbico se torna pavimentoso; • Além disso, os sacos alveolares estão mais intimamente associados aos capilares sanguíneos → nesses locais, ocorrem as trocas gasosas; ▪ Os sacos terminais que já estão mais maduros são chamados de alvéolos primitivos; ▪ OBS.: os sacos terminais são as ramificações mais terminais dos brônquios e, à medida que se desenvolvem, se transformam em alvéolos, que são as estruturas responsáveis pelas trocas gasosas nos pulmões; ▪ 35% dos alvéolos maduros se formam após o nascimento; • Resumo: Período pseudoglandular 5 – 16 semanas A ramificação forma bronquíolos terminais. Não há bronquíolos respiratórios nem alvéolos. Período canalicular 16 – 26 semanas Cada bronquíolo terminal se divide em dois ou mais bronquíolos respiratórios que, por sua vez, dividem-se em ductos alveolares. Período do saco terminal 26 (24) semanas – nascimento Os sacos terminais (alvéolos primitivos) se formam e estabelecem contato próximo com os capilares sanguíneos. Período alveolar 8 meses – infância Os alvéolos maduros apresentam contatos epitelioendoteliais (capilares) bem desenvolvidos. 3. Adaptações necessárias para a respiração • O bb sai do meio líquido intrauterino e precisa, em questão de segundos, mudar totalmente o seu padrão respiratório para aprender a respirar oxigênio,então são necessárias algumas adaptações: o Durante a VIU, os pulmões produzem surfactante. Mais à frente (mais precisamente, nos primeiros segundos após o parto), eles deixam de ser órgãos meramente secretores (de surfactantes), para se tornarem órgãos funcionais da respiração (para fazer trocas gasosas) → são expulsos todos os líquidos e substâncias que estavam preenchendo o sistema respiratório; o O padrão circulatório deve ser alterado → os pulmões que, no período fetal, eram órgãos adjuvantes, passam a ser órgãos centrais do sistema circulatório (todo o sangue passa pelos pulmões para receber oxigênio) → então chega um volume muito maior de sangue aos pulmões, para receber oxigênio; o Durante os primeiros meses após o nascimento, há um aumento na área hematoaérea (área de trocas entre o sangue e o ar) → com o passar dos anos, essa área aumenta, porque os alvéolos aumentam em número, assim como os capilares associados a eles; o O líquido dos pulmões é retirado, segundos após o nascimento: ▪ Pela boca e pelo nariz, quando o bb sai pelo canal vaginal (OBS: também pelo choro); ▪ Pelos capilares, artérias e veias pulmonares (o líquido deixa os bronquíolos e entra no lúmen desses vasos); ▪ Pelos vasos linfáticos; • Resumo das adaptações: o Os pulmões deixam de apenas secretar surfactante para serem os centros do sistema circulatório; o O padrão circulatório é alterado; o O líquido dos pulmões é retirado; 4. Movimentos respiratórios fetais (MRFs) • São movimentos que os fetos realizam como treinamento → a caixa torácica se expande e contrai; • Esses movimentos são importantes para condicionar a musculatura respiratória a funcionar após o parto; • No início, são movimentos muito lentos → a frequência respiratória é bem menor do que a frequência fetal normal; • Com o passar das semanas, os movimentos se tornam mais rápido, até se tornarem mais próximos aos da frequência normal do RN; o Esse é outro problema dos bbs prematuros extremos → a musculatura respiratória ainda não é condicionada, então eles possuem dificuldade respiratória; • SAR – síndrome da angústia respiratória o Problema muito comum em RN, especialmente prematuros; o Um dos sinais dessa síndrome é o bebê, logo após o nascimento, apresentar respiração rápida, curta, difícil e ofegante; o Uma das causas mais prováveis é a deficiência de surfactante; o O bb provavelmente precisará de respiração mecânica por algum tempo mas, posteriormente, será capaz de respirar sozinho; 5. Bibliografia • MOORE, Keith L. et al. Embriologia clínica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Capítulo 10 e 11 (observando os tópicos dados em sala); • SADLER, T. W. Embriologia Médica, 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Capítulo 14 e 15 (observando os tópicos dados em sala); FORMAÇÃO DO SISTEMA DIGESTÓRIO • É formado pelo trato digestório em si, e por suas aberturas (boca e ânus); • Começa a ser formado na 4ª semana, durante o dobramento do embrião (principalmente o dobramento lateral); • As duas aberturas são formadas a partir da membrana orofaríngea (forma a boca) e da membrana cloacal (forma o ânus), as quais surgem a partir da 2ª semana do desenvolvimento; • É um sistema formado basicamente pelo endoderma → tanto o epitélio quanto as estruturas anexas (fígado, pâncreas); • Durante o processo de desenvolvimento embrionário, o intestino primitivo é dividido em 3 regiões: anterior, média e posterior; 1. Estruturas derivadas do intestino anterior • Faringe primitiva e seus derivados (uma parte dos arcos faríngeos é recoberta pelo intestino anterior); • Sistema respiratório inferior; • Esôfago e estômago; • Duodeno (1ª parte do intestino delgado), distal à abertura do ducto biliar; • Fígado e vesícula biliar; 1.1. Formação do esôfago • O esôfago se desenvolve a partir do intestino anterior e está imediatamente caudal à faringe; • Portanto existe, no intestino anterior, uma região bem pequena que é responsável pela formação do esôfago → ela cresce e aumenta muito rapidamente, porque conforme crescem os pulmões e o coração, essa região precisa se alongar para evitar o distanciamento excessivo entre a faringe e o estômago; o Então o crescimento dos pulmões e do coração promove o distanciamento da faringe do local onde ficará o estômago, e isso ajuda a estimular o crescimento do esôfago; • O esôfago tem origem basicamente endodérmica, então as células do epitélio e as glândulas que produzem a secreção esofágica são de origem endodérmica, mas a musculatura do esôfago tem origem mesodérmica (todos os músculos têm origem mesodérmica); • É importante entender a formação do esôfago, porque há duas malformações muito comuns que podem ocorrer: o Atresia esofágica ▪ Nesse tipo de malformação, não há comunicação entre os dois pontos do esôfago; ▪ Pode ocorrer por uma fístula traqueoesofágica (uma porção desconectada e uma em comunicação com a traqueia) ou pela atresia total (as duas porções totalmente desconectadas entre si e entre elas e a traqueia) → em ambos os casos, não existe passagem direta entre o esôfago e o estômago; ▪ Como identificá-las: • Na atresia total, o bb acaba de se alimentar e vomita (geralmente os vômitos são em jato), porque o leite se acumula apenas no esôfago, e não consegue chegar até o estômago. Vale ressaltar que esse leite sequer tem cheiro azedo, porque nem começa a ser digerido, já que não chega ao estômago em contato com o suco gástrico; • No caso de fístula traqueoesofágica, o alimento pode passar do esôfago para a traqueia, o que pode causar consequências graves (pneumonia, por exemplo) e até levar o bb a óbito; ▪ OBS.: existem diferentes tipos de fístula → a porção superior do esôfago em fundo cego e a inferior em fístula (comunicação) com a traqueia (A), a porção superior do esôfago em fístula com a traqueia e a inferior em fundo cego (D), ou ainda ambas as porções do esôfago em fístula com a traqueia (E); já a atresia total é caracterizada pelas duas porções com fundo cego (B). o Estenose esofágica ▪ Estreitamento do esôfago; ▪ Provoca vômitos recorrentes no bb, mas esses têm cheiro azedo, porque o conteúdo alimentar é capaz de passar para o estômago; 1.2. Formação do estômago • O estômago surge a partir de uma dilatação de uma pequena porção do intestino anterior; • Nesse processo de dilatação, o estômago se curva → o tubo se movimenta para que o estômago fique em posição anatômica (observar B, C, D e E na imagem); • Para que essa curvatura ocorra: o A parte ventral do estômago se move para a direita, o que faz com que a outra parte se torne a margem esquerda (OBS: o duodeno fica voltado para a esquerda → observar F e G na imagem) o O lado esquerdo, então, se transforma na superfície ventral, e o lado direito, na superfície dorsal; 1.3. Desenvolvimento do duodeno • Se desenvolve a partir de uma parte do intestino anterior e uma pequena parte do intestino médio; • O duodeno forma uma alça em C; • Quando o estômago faz o processo de rotação, isso modifica o posicionamento do duodeno e faz com que seu segmento formado pelo intestino médio em conjunto com o anterior se ponha em sua posição anatômica; • Clínica relacionada ao duodeno: o Estenose duodenal → estreitamento do duodeno; o Atresia duodenal → completo fechamento do duodeno; o Em ambos os casos, o bb apresenta muito vômito (comum, porque foi digerido pelo suco gástrico) e não ganha peso nos primeiros dias (apresenta perda de peso acentuada); na atresia, o bb pode apresentar outros problemas como, por exemplo, a desidratação, e isso pode inclusive leva-lo a óbito; o OBS: atresias são cirúrgicas, e estenoses podem (ou não) ser resolvidas por outras terapêuticas → o diagnóstico é feito por exame de imagem; 1.4. Formação do fígado e da vesícula biliar • O fígado é um órgão que cresce a partir do divertículo hepático → um “saquinho” que se projeta a partir do intestino anterior; • Essemesmo divertículo forma a vesícula biliar → sua porção cranial forma o fígado e a caudal forma a vesícula biliar; • A formação do divertículo hepático ocorre logo abaixo da região duodenal; • O divertículo hepático possui algumas estruturas chamadas de cordões hepáticos, os quais são formados a partir de hepatócitos e formam todas as estruturas hepáticas: artérias, sinusoides hepáticos, veias, etc; • O divertículo é o “espaço” onde os cordões hepáticos produzem o fígado e a vesícula biliar; • O fígado começa a ter atividade hematopoiética a partir da 6ª semana e a vesícula biliar começa a produzir a bile a partir da 12ª semana; • Muito cedo no desenvolvimento, fígado e vesícula biliar já são órgãos em desenvolvimento; • Inicialmente, os lobos do fígado são de tamanhos iguais, mas, posteriormente, o direito se torna maior; • Durante a formação do fígado, há uma estrutura chamada de pedúnculo do divertículo, que liga o divertículo ao sistema digestório primitivo; • O pedúnculo do divertículo se transformará nos ductos biliares no indivíduo adulto; 2. Intestino médio • Estruturas derivadas do intestino médio o Parte final do duodeno; o Todas as outras partes do intestino delgado; o Uma parte do intestino grosso; • Herniação fisiológica o Durante o processo de formação do intestino, ocorre a herniação fisiológica → quando o intestino médio começa a crescer e se desenvolver para formar todo o intestino delgado (que é muito grande), o espaço na cavidade abdominal do feto em desenvolvimento não é suficiente para comportá-lo, então parte dele é herniada para fora do corpo do feto até que ele cresça. Quando o feto cresce, essa herniação é recolhida e todo o intestino delgado fica em sua posição correta; o A herniação fisiológica é importante para ajudar o intestino a crescer, mas também para formar as alças do intestino, que são as estruturas responsáveis por manter o intestino delgado em seu local correto; o O intestino médio faz o processo de herniação na direção da região do cordão umbilical, então forma-se o ducto onfaloentérico (ligação direta entre a região do intestino primitivo e a vesícula umbilical); o Durante a formação do intestino, uma parte do intestino em desenvolvimento de movimenta em direção ao ducto onfaloentérico, começa a crescer e se dobrar (ou franzir) → durante esse processo, essa estrutura sofre uma rotação → a parte superior vai para baixo e a inferior para cima; ▪ Temos, portanto, a região que dá origem ao intestino delgado localizada inferiormente à região que dá origem ao intestino grosso; ▪ A porção cranial forma as alças do intestino delgado e a porção caudal forma as alças do intestino delgado; ▪ OBS: não forma todo o intestino grosso, apenas cólon ascendente, parte do cólon transverso, ceco e apêndice; • Malformações no intestino o São extravasamentos do intestino para fora do corpo; o Normalmente vêm relacionadas a outras malformações congênitas; o Ambas precisam de cirurgia; o Onfalocele ▪ Há uma membrana (uma “bolsinha”) em torno do intestino extravasado do corpo; o Gastroquise ▪ Não há membrana recobrindo o intestino; 3. Intestino posterior • Estruturas derivadas o Parte do cólon transverso; o Cólon descendente; o Cólon sigmoide; o Reto; o Parte superior do canal anal; o Parte da bexiga urinária; o Parte da uretra; 3.1. Cloaca • É uma câmara onde há saída do TGI e do trato excretório (abertura); • Durante o desenvolvimento embrionário, é formada a cloaca; • À medida que o desenvolvimento avança, cresce uma estrutura chamada septo urorretal (ou urogenital), que separa a cloaca em duas aberturas → uma que forma o ânus e uma que forma a saída do sistema urogenital; o Essa região é septada, ou seja, é dividida pelo septo urorretal → assim se forma a parte final do sistema digestório, e também o sistema urogenital; 3.2. Canal anal • A parte retal e a superior do canal anal são formadas por tecido de origem endodérmica, e a parte anterior do canal anal é formada por tecido de origem ectodérmica; o Um dos tipos de câncer mais comuns é o câncer retal (ou na região do colo) → câncer anal e câncer retal têm aumentado sua prevalência; o Se o câncer se origina abaixo da linha pectinada (ou seja, na região formada por tecido ectodérmico), ele possui características muito diferentes de câncer originado da região acima da linha pectinada (formada por tecido endodérmico) → o local muda a forma de abordagem, o prognóstico... isso acontece, mesmo em regiões tão próximas, devido à origem embriológica; o A parte superior, portanto, tem origem endodérmica e é formada a partir da cloaca, que é formada a partir do intestino posterior; já a região da fosseta anal, tem origem ectodérmica, e possui uma marcação chamada linha branca (ou anocutânea), onde há grande concentração de terminações nervosas e de vasos sanguíneos. Acima da linha branca, existe a linha pectinada, que separa a região de origem ectodérmica da região de origem endodérmica; AULA 04 (08/11) – FORMAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR • As malformações cardíacas são muito recorrentes, então entender a origem do coração e de sua formação é importantíssimo para entender essas malformações; • O sistema cardiovascular é o primeiro a ser formado e começa a se formar no fim da 2ª semana de desenvolvimento (região cardiogênica), e entre os dias 21 e 22 do desenvolvimento, o coração já está batendo; • É fundamental ter um sistema cardiovascular funcional; • O transporte de oxigênio e de nutrientes antes da formação do sistema cardiovascular é feito por difusão célula-a-célula: o Isso limita o crescimento do embrião; o Enquanto ainda não houver sistema cardiovascular, o embrião não pode crescer muito, ou as células ficam deficientes em oxigênio e nutrientes (principalmente por terem metabolismo acelerado); • A partir da formação do sistema cardiovascular, é possível distribuir oxigênio e nutrientes de maneira efetiva, e assim promover o crescimento mais rápido do embrião; • Todo esse sistema tem origem mesodérmica e é formado a partir de um tipo celular específico chamado de células progenitoras cardíacas → grupos celulares que dão origem ao coração; o No primeiro momento, há dois agrupamentos de células progenitoras cardíacas, na região cardiogênica ou campo cardíaco (o local onde o coração será formado); 1. Desenvolvimento inicial do coração • O dobramento do embrião faz com que esses dois lados que comportam células progenitoras cardíacas se unam (união da área cardiogênica); • A região cardiogênica começa a formar tubos cardíacos; • Vasculogênese → Há um cordão de células angiogênicas que formam dois bastões densos. As células da região central sofrem apoptose até formarem bastões → tubos endocárdicos; • A aorta também se forma por Vasculogênese, ao mesmo tempo que os tubos endocárdicos; • Com os dobramentos do embrião, os tubos endocárdicos se encontram na região ventral do embrião, formando um único tubo, chamado de coração primitivo; • O coração primitivo, portanto, é um tubo e, com a continuação dos dobramentos, entre 22 e 23 dias de desenvolvimento (entrando na 4ª semana), o coração começa a bater, e há fluxo sanguíneo; • O coração primitivo é ligado a alguns conjuntos de vasos sanguíneos: o Veias: ▪ Veias vitelínicas → se encontram dentro da vesícula umbilical ou vitelínica (saco vitelínico); ▪ Veias cardinais comuns anteriores e posteriores → estão na região dorsal; ▪ Veias umbilicais → saem pelo cordão umbilical em formação; o Artérias: ▪ A. vitelínica → irriga a região da vesícula umbilical; ▪ A. umbilical → se liga à placenta; ▪ Aa. dorsais (par); ▪ Aa. aortas dorsais pareadas: • As aortas pareadas se fundem e formam a parte torácica da aorta e a abdominal inferior; • A parte direita da aorta regride, e a parte esquerda se torna aorta primitiva; ▪ Aa. Intersegmentares → surgem a partir da aorta por angiogênese - levam sangue aos somitos e aosseus derivados; • OBS: somitos dão segmentação ao corpo; • Essas Aa. Intersegmentares dão origem a outras artérias dos segmentos corporais: o No pescoço: A. vertebral; o No tórax: Aa. Intercostais; o No abdome: Aa. Lombares e Aa. Ilíacas; o Na região sacral: Aa. Sacrais; o Então, todas as artérias que irrigam as regiões torácica e abdominal são originadas a partir das Aa. Intersegmentares; 2. Dobramentos do embrião e localização do coração • A região cardiogênica ficava na região anterior do embrião; • Com os dobramentos, essa região se torna central; • O dobramento cranial-caudal promove o posicionamento correto do coração (ventral); • A formação do tubo cardíaco acontece devido aos dobramentos laterais → os dois tubos cardíacos, que estavam localizados um de cada lado, com os dobramentos laterais do embrião, formam o tubo cardíaco/ coração primitivo o Esse tubo tem “duas entradas e duas saídas”, mas o coração em si se apresenta como um único tubo (sem câmaras); • A formação do coração, portanto, está totalmente relacionada aos dobramentos do embrião; • Com os dobramentos, a formação do tubo cardíaco a o posicionamento correto do coração primitivo, começa a se formar o coração: o O coração apresenta 3 camadas de tecido, todas de origem mesodérmica: ▪ Tecido endotelial → endocárdio; ▪ Músculo cardíaco → miocárdio; ▪ Pericárdio; 3. Desenvolvimento final do coração • O coração (tubo único) se alonga e forma constrições (“estrangulamentos”); → são formadas algumas regiões (e não cavidades) pelas constrições: o Superior à 1ª constrição → bulbo cardíaco; o Saindo do bulbo cardíaco → tronco arterioso – de onde saem as Aa. faríngeas; o Abaixo da 1ª constrição → região do ventrículo primitivo; o Ao lado do ventrículo primitivo → região do átrio primitivo; o Abaixo do átrio e do ventrículo primitivo → seio venoso - de onde partem as veias umbilical e vitelínica; o OBS: essa etapa ocorre na 4ª semana; • O coração continua o processo de crescimento e a formação de constrições: o A região do ventrículo primitivo começa a se desenvolver e crescer proporcionalmente: em um lado forma-se a região que será o VE e no outro forma-se a região que será o VD; o No local onde o átrio ficava em contato direto com o seio venoso, forma-se o átrio primitivo; • Entre os dias 23 e 28 (fim da 4ª semana), o coração ainda é um tubo único → ele realiza um leve giro para a direita, então seu ápice fica voltado para a esquerda (posição anatômica); o Inicialmente o coração está suspenso da parede dorsal pelo mesocárdio dorsal (que é como um peritônio – uma camada de tecido conjuntivo que fixa o coração à parede dorsal); o Quando o coração não tem mais a necessidade de ficar “preso” pelo mesocárdio dorsal, ele se degenera e forma o seio transverso do pericárdio, que conecta os lados da cavidade pericárdica (ou seja, os próprios vasos o “seguram” no local correto); 4. Circulação no coração primitivo • As contrações iniciais do coração são de origem miogênica → ondas peristálticas que começam no seio venoso vão passando para outras estruturas que também se contraem (parece com as contrações dos Mm. lisos, ainda não há controle externo); • Inicialmente, as contrações não possuem direção correta (o líquido vai para todos os lados) → já ao fim da 4ª semana, as contrações são unidirecionais e o sangue entra no seio venoso e sai pelo seio arterial: o O embrião já possui fluxo sanguíneo organizado (mesmo com menos de 30 dias de desenvolvimento); o O sangue chega ao coração vindo do embrião através das Vv. Cardinais comuns (sg venoso), vindo da placenta através das Vv. Umbilicais (sg arterial) e vindo da vesícula umbilical através das Vv. Vitelinas (sg venoso e sg arterial misturados); o Esse coração de cavidade única recebe sangue arterial e venoso, que se misturam dentro dele; o O fluxo é controlado por válvulas sinoatriais; o Fluxo: ▪ O sangue chega pelo seio venoso primitivo, entra no átrio primitivo, depois no ventrículo primitivo e, em seguida, sai pelo tronco arterioso; ▪ O sangue, então, sai da região do bulbo cardíaco e do tronco arterioso, vai para a região do arco aórtico, em seguida, para a região das Aa. do arco faríngeo. Das Aa. Do arco faríngeo, vai para a aorta dorsal, e da aorta dorsal de distribui para outras regiões; ▪ Do embrião, esse sangue volta para as Vv. Intersegmentares, e, após, retorna ao coração; ▪ Resumindo: seio venoso primitivo → átrio primitivo → ventrículo primitivo → tronco arterioso e bulbo cardíaco → arco aórtico → Aa. Do arco faríngeo → A. aorta dorsal → embrião → Vv. Intersegmentares → seio venoso primitivo; o OBS: Quando o sangue vem para a A. dorsal, ele pode ser desviado do coração e ir para as Aa. Vitelínicas ou para a A. umbilical ▪ Se for para a A. vitelínica, é coletado pelas Vv. Vitelínicas e volta ao coração por elas; ▪ Se for para A. umbilical, vai para a placenta, faz trocas gasosas, volta pelas Vv. Umbilicais e chega ao coração por elas; ▪ Se for distribuído para o embrião, é coletado pelas Vv. Cardinais e volta ao coração por elas; ▪ Então o sangue só sai do coração pelo saco aórtico, mas pode chegar ao coração por 3 vias → Vv. Cardinais (do embrião), Vv. Umbilicais (da placenta) ou Vv. Cardinais (do embrião); 5. Septação do coração primitivo 5.1. Septação atrioventricular • O coração já possui algumas divisões anatômicas, mas ainda não possui câmaras, então começa o processo de septação → início da formação de câmaras cardíacas (átrios e ventrículos); • Isso ocorre porque uma região do miocárdio (coxins endocárdicos) começa a ser estimulada pela passagem de sangue e pela ativação de alguns genes. Essa região começa a crescer e, eventualmente, promove a completa septação (divisão) entre o átrio primitivo e o ventrículo primitivo; • Inicialmente, os coxins se unem para separar o átrio primitivo de ventrículo primitivo, e funcionam como valvas AV → uma vez que o sangue passa do átrio para o ventrículo, não pode mais voltar; • Com a formação da 1ª septação, a região do átrio primitivo começa a se associar à região do bulbo, e essa proximidade ajuda a localizar a A. aorta. Nesse processo de modificar sua localização, a região atrial começa a se expandir e a ventricular se contorce; 5.2. Septação do átrio primitivo • A septação do átrio primitivo é basicamente a separação do átrio primitivo em direito e esquerdo, pelo crescimento e fusão de 2 septos (camadas de tecido que crescem entre uma região e a outra; o Acontece, então, pelo crescimento e pela fusão de dois septos → septum primum e septum secundum; • O processo começa com a formação do septum primum – ele começa a crescer em direção à região dos coxins endocárdicos, e forma diversas aberturas, chamadas de forames; • Depois do crescimento do septum primum, esses forames se unem e formam apenas duas passagens entre o AD e o AE: forame primum e forame secundum; • Toda a região que era formada a partir do septum primum, vai ter apenas uma abertura, que é o forame secundum; • Após a formação do forame secundum, começa a surgir a segunda parede divisória: septo secundum. Esse septo cresce até que fique em contato com o septo primum. A região onde era o septo secundum, portanto, possui uma valva → valva do forame oval; • Essa valva faz com que o sangue possa passar do AD para o AE, mas impede que o sangue volte do AE para o AD; 5.3. Septação do ventrículo primitivo • Ocorre concomitantemente à septação do átrio; • As células musculares da parede cardíaca começam a se desenvolver e crescer em direção aos coxins, e formam uma septação. Durante esse processo, ocorre a formação do forame intraventricular (ligação entre VD e VE); • A diferença entre a septação atrial e a ventricular é que a comunicação atrial dura toda a gestação (só é desfeita após o parto), e o forame interventricular existe por um período breve, mas o crescimento do septo interventricular é contínuo e, rapidamente,o coração será separado em dois ventrículos; • Existem malformações cardíacas devido ao não fechamento do forame interventricular; 6. Defeitos congênitos do coração e dos grandes vasos • Dextrocardia → coração virado para o lado direito (é um defeito que, normalmente, não gera nenhum problema); • Ectopia cardíaca → o coração não se localiza exatamente no mediastino (pode acarretar algum problema, mas, na maioria das vezes, o indivíduo sequer cabe que é portador dessa malformação); • Defeitos do septo atrial o Forame oval patente à sonda (é o mais comum) → não ocorre, após o nascimento, o fechamento do forame oval, então ainda há passagem entre AD e AE, promovendo a mistura de sangue venoso e sangue arterial; • Defeitos no septo ventricular o Septo ventricular patente à sonda → abertura entre VD e VE; • Tronco arterioso persistente → malformação que leva à malformação da aorta e/ou da A. pulmonar; • Divisão desigual do tronco arterioso → um vaso mais calibroso do que o outro – compromete o débito cardíaco; • Transposição das grandes artérias → é um defeito no septo ventricular ou nas Aa. Originadas do arco faríngeo; • Estenose e atresia aórtica → contato comprometido entre 2 segmentos da aorta; • Síndrome do coração esquerdo hipoplásico → a região esquerda não sofre hiperplasia, então há problemas no volume de sangue que o coração pode comportar; • Tetralogia de Fallot → conjunto de malformações: o Estenose da A. pulmonar → calibre reduzido, baixo fluxo sanguíneo saidno do AD para os pulmões; o Defeitos no septo ventricular → costuma se patente à sonda; o Dextroposição da aorta; o Hipertrofia ventricular direita; o Esses sintomas levam a defeitos muito graves → alguns podem ser tratados cirurgicamente, e outros morrem logo ao nascer; 7. Circulação fetal • É diferente da circulação do bb após o nascimento; • Após o nascimento, o centro de oxigenação do bb são os pulmões, e antes do nascimento, é a placenta; o Quando o bb nasce, é necessário modificar rapidamente todo o mecanismo respiratório; • VIU: o O sangue arterial chega aos bbs através das Vv. Umbilicais, que passam pelo fígado numa estrutura chamada de ducto venoso, e depois o sangue chega ao AD. No AD, grande parte desse sangue passa pelo forame oval e vai para o AE, do AE para o VE, e do VE para o arco aórtico, que leva o sangue para o corpo; o O sangue do corpo volta ao coração através da VCS; o Esse sangue vindo da VCS se mistura ao sangue vindo da VCI e vai para o VD. Do VD, vai para a A. pulmonar, e da A. pulmonar para o coração; o Os pulmões, nesse tipo de circulação, só servem para gastar o oxigênio; o O sangue do AE, portanto, é uma mistura de sangue venoso e arterial, porque vem arterial do AD e se mistura com venoso, dos pulmões; o Esse sangue vai, então, para o VE, e do VE para o corpo; o O feto, portanto, nunca recebe um sangue 100% oxigenado – sempre há um pouco de sangue venoso misturado; o O ducto arterioso é uma estrutura que garante que o sangue não fique tão pobre em oxigênio ao retornar aos pulmões → nesse ducto, o sangue que sai da A. pulmonar se junta com o sangue que sai do arco aórtico (é uma ligação entre a A. pulmonar e o arco aórtico) - ajuda a misturar o sangue antes que chegue aos pulmões; ▪ Uma parte do sangue que iria para os pulmões vai direto para a A. aorta descendente, e isso impede esse sangue de perder mais oxigênio; o Diferenças na circulação fetal: ▪ Forame oval – ligação direta entre AD e AE; ▪ Sangue rico em oxigênio chegando ao coração através da VCI; ▪ A V. pulmonar leva sangue venoso até o AE; ▪ O ducto arterioso faz com que o sangue pobre em oxigênio que está indo para os pulmões fique em contato direto com a A. aorta descendente; ▪ A região da aorta que irriga a cabeça e o pescoço, e, principalmente o encéfalo, recebe apenas sangue arterial (que passa direto do AD para o AE); ▪ O restante do corpo é irrigado por sangue “misturado”, vindo do ducto arterioso; o Resumindo: O sangue recebe oxigênio na placenta, sobe pelas Vv. Umbilicais, passa pelo ducto venoso (desvio por dentro do fígado, que só existe durante a VIU), vai para a VCI. Esse sangue arterial, então, chega ao AD com muita pressão; grande parte dele é transportado direto para AE, e segue para o VE, do VE para a aorta e da aorta para o corpo. Outra parte desse sangue que chegou ao AD vai para o VD, onde se mistura com sangue venoso que chegou pela VCS (como ele chega com pouca pressão, não consegue passar para o AE, então vai para o VD). Uma parte do sangue venoso vindo da VCS vai para os pulmões, e outra parte se mistura com sangue arterial na aorta por meio do ducto arterioso. As diferenças são: veia umbilical e ducto venoso (estruturas que existem exclusivamente para fazer a ligação maternofetal), ducto arterioso e forame oval. Logo após o nascimento, é perdida a conexão materno-fetal e todo o padrão circulatório precisar mudar; • Neonatal o Mudança de todo o padrão circulatório: ▪ O ducto venoso forma o ligamento venoso; ▪ A V. umbilical forma o ligamento umbilical (teres) que ajuda a dar localização ao umbigo; ▪ Quando o fluxo para na V. umbilical, o sangue que chega ao AD deixa de chegar com a mesma pressão de antes, então não consegue mais atravessar para o AE; ▪ Além disso, o sangue chega com maior intensidade do AE do que no AD, porque vem dos pulmões; ▪ Isso faz com que, inicialmente, o sangue não seja capaz de abrir a passagem entre os átrios; ▪ Com o passar dos dias/ semanas, a valva se fecha completamente, mas, no início, o que impede a passagem interatrial é uma passagem meramente física; ▪ O ducto arterioso deixa de existir – a ligação entre A. pulmonar e A. aorta se degenera completamente, e forma o ligamento arterioso; ▪ Antes do nascimento, não há diferença entre as paredes ventriculares, mas 1 mês após o nascimento, a parede do VE se torna mais espessa; ▪ Logo após o nascimento, as Aa. Umbilicais se comprimem, evitando a perda de sangue do bb através do cordão umbilical – isso ocorre devido a mudanças hormonais que ocorrem no nascimento; ▪ OBS: no início, as mudanças são funcionais e, com o tempo, ocorrem as mudanças estruturais; AULA 05 (22/11) – FORMAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO • O sistema nervoso é dividido funcionalmente e anatomicamente em: SNC, SNP e SNA; 1. Desenvolvimento do sistema nervoso • O SNP tem origem ectodérmica e começa a ser formado na região da placa neural; • Na 3ª semana de desenvolvimento, é formada a notocorda: ela organiza o eixo anteroposterior do embrião (é a estrutura que designa a região cranial e a caudal do embrião); • A região do ectoderma adjacente à notocorda é estimulada por ela por meio de sinalizadores da notocorda: essa região começa a se espessar e se modificar → essa região é a placa neural; • A placa neural, portanto, começa a crescer e forma as cristas neurais e o tubo neural; • As cristas neurais começam a se movimentar até que, eventualmente se fundem, formando as duas estruturas principais que compõem o SNC e o SNP: tubo neural e crista neural; o O tubo neural é formador do SNC (encéfalo e medula); o A crista neural dá origem ao SNP e ao SNA; • Resumindo: todo o SNC, todo o SNP e todo o SNA são formados a partir da região da placa neural; quando a placa neural cresce, ela forma cristas e tubo neural – as cristas formam o SNP e o SNA; o tubo forma o SNC; • O tubo neural possui uma região (como um lúmen) chamado de canal neural, que possui duas extremidades abertas no início da formação do SNC → essas estruturas precisam se fechar (fechamento do neuroporo rostral ou cranial, no início da 4ª semana, e fechamento do neuroporo caudal, entre o fim da 4ª semana e o início da 5ª); o Durante o desenvolvimento do sistema nervoso, o canal neural forma os ventrículos, na região do encéfalo (regiões de comunicação entre as estruturas encefálicas) e o canal central da medula espinhal→ mesmo no fim do desenvolvimento,o SN ainda possui o lúmen (um resquício do canal neural); 2. Formação do SNC – encéfalo e medula espinhal • O encéfalo é formado a partir da proliferação de células neuroprogenitoras, na parte cranial; • A medula espinhal é formada a partir da proliferação de células neuroprogenitoras, na parte caudal; • O dobramento do embrião ajuda a demarcar qual região do embrião dará origem ao encéfalo e qual dará origem à medula; • Outra forma de diferenciar a localização do encéfalo e da medula são os somitos; o A região do encéfalo é a região do tubo neural que fica acima do 4º par de somitos; o Do 5º par de somitos para baixo, é a região do tubo neural que forma a medula espinhal; • Desenvolvimento da medula espinhal o É formada na parte caudal do tubo neural – do 5º par de somitos para baixo; o O tubo neural começa a se espessar por meio da multiplicação e crescimento das células neuroprogenitoras das paredes do tubo neural; o No início do desenvolvimento, todas essas células possuem basicamente a mesma morfologia e a mesma função (são pouco diferenciadas); o À medida que surgem mais camadas de células, elas se especializam (terão, portanto, funções e destinos diferentes); o Formam-se 3 regiões distintas: ▪ Zona ventricular – região em contato com o canal neural → formação dos neurônios e células da macroglia; ▪ Região marginal → produção da substância branca da medula espinhal; ▪ Zona intermediária → formação de neuroblastos (células progenitoras que darão origem a outros tipos de células nervosas); • Com o passar do desenvolvimento embrionário, a zona intermediária fica cada vez mais delgada (os neuroblastos se transformam em neurônios e células da macroglia ou substância branca); • OBS: era um consenso que não havia neuroblastos em adultos (ou seja, que o SN jamais poderia se regenerar), mas atualmente já se sabe que essa regeneração é possível, mesmo que com pouco relevância → sequer há uma região anatômica da medula onde podem ser encontradas muitas células progenitoras, ou seja, estão em quantidades muito inferiores em relação às de outros tecidos; ▪ Essa organização ajuda também a organizar a forma como os neurônios chegam e saem da medula → quando a medula começa a se desenvolver, ela forma duas regiões: placa alar e placa basal • A placa alar recebe os nervos aferentes (sensitivos) - região do tubo mais próxima das cristas neurais; • A placa basal envia os nervos eferentes (motores) – região do tubo mais distante das cristas neurais; • Desenvolvimento das meninges espinhais o As meninges são formadas a partir de células da crista neural, ou seja, não têm origem no tubo neural → são células que saem da crista neural e recobrem o tubo neural; o Elas recobrem todo o SNC, protegendo-o; o São formadas entre o 20º e o 35º dia, fornecendo proteção desde o início do desenvolvimento do SNC; ▪ O funcionamento do SNC, legalmente falando, identifica quem é vivo ou não; o Existem 3 meninges: ▪ Dura-máter – mais externa; ▪ Aracnoide; • Espaço subaracnóideo – onde se localiza o LCR → produzido por células relacionadas à membrana aracnoide, na 5ª semana – esse líquido atua na defesa do SNC, tanto mecânica quando quimicamente; ▪ Pia-máter – mais interna; • Posicionamento da medula espinhal o Ao longo do desenvolvimento e da vida, o posicionamento da medula espinhal vai mudando → vai ocupando um local cada vez mais superior; o Na 8ª semana de gestação, a medula óssea termina junto com a coluna vertebral, no cóccix; o Em um neonato, está na altura de L3 e ,em um adulto, ela termina na altura de L1; o Durante o desenvolvimento fetal e após o nascimento, a taxa de crescimento da medula espinhal é menor do que a taxa de crescimento do restante do corpo do indivíduo. Como ela está contínua ao encéfalo, toma uma posição cada vez mais superior, como e ficasse “presa” enquanto a coluna cresce; o O N. sacral se insere abaixo de S1 (é a inserção nervosa mais caudal), mas é um nervo único; o Lesões na coluna que ocorrem abaixo de S1 não possuem complicações neurológicas → lado positivo da “subida” da medula espinhal; • Mielinização das fibras nervosas o Durante a formação do SNC, é necessário que algumas células sejam formadoras de mielina (células da glia); o O processo de mielinização ocorre nas últimas semanas da VIU (especialmente nas 4 últimas semanas) e no início da vida pós-natal; o Essas células modificam seu citoplasma para que consigam recobrir os axônios; o Células de Schwann (SNP) e oligodendrócitos (SNC); • Todo o SNP é originado a partir das células da crista neural (inclusive as células de Schwann). A mielinização do SNP, portanto, começa muito antes da mielinização do SNC; 3. Formação do SNC - desenvolvimento do encéfalo • A região do 4º somito para cima começa a formar vesículas (regiões específicas), que surgem dos dobramentos do embrião; • São 3 regiões (vesículas encefálicas primárias): o Prosencéfalo (mais anterior); o Mesencéfalo (caudalmente ao prosencéfalo); o Rombencéfalo; • A partir dessas 3 regiões ocorre o início do desenvolvimento encefálico; • A formação dessas vesículas encefálicas ocorre na 3ª semana (quando estão ocorrendo os dobramentos embrionários); • Na 5ª semana de desenvolvimento, essas estruturas começam a formar suas próprias vesículas: o Prosencéfalo forma telencéfalo e diencéfalo; ▪ Telencéfalo forma os hemisférios cerebrais (direito e esquerdo); ▪ Diencéfalo forma tálamo, hipófise, hipotálamo; o Mesencéfalo forma o mesencéfalo, que forma o aqueduto cerebral, o qual auxilia na passagem de LCR no SNC; o Rombencéfalo se diferencia e forma o metencéfalo e o mielencéfalo; ▪ O metencéfalo forma a ponte e o cerebelo; ▪ O mielencéfalo forma o bulbo; • Flexuras encefálicas o São dobramentos pelos quais o encéfalo passa, o que ajuda a delimitas suas diferentes regiões e o que elas se tornarão; o A cada dobramento é estabelecido um limite; o As flexuras são, portanto, fundamentais para delimitar as diferentes regiões do encéfalo → no início do desenvolvimento, o encéfalo é muito parecido com a medula (um tubo contínuo), e com o passar do tempo, o encéfalo apresenta diferentes regiões anatomicamente e fisiologicamente diferentes; o Flexura mesencefálica; o Flexura cervical → abaixo dela, medula espinhal, e acima dela, encéfalo; o Flexura pontínea → acima dela há mesencéfalo e prosencéfalo; o As flexuras (especialmente a cervical) também auxiliam na divisão anatômica do cérebro em relação à substância cinzenta e à substância branca → delimitam maior concentração de corpos celulares ou de axônios; ▪ OBS: na medula, a substância branca é a mais interna e a substância cinza, a mais externa; no encéfalo, a substância cinzenta é a mais interna e a branca, a mais externa → cranialmente à flexura cervical, a substância cinzenta é externa e, caudalmente à flexura cervical, a substância branca é externa; • Vesículas encefálicas o Rombencéfalo ▪ Se transforma em metencéfalo e em mielencéfalo; ▪ Metencéfalo da origem à ponte e ao cerebelo; ▪ Mielencéfalo dá origem ao bulbo; • No bulbo, assim como na medula, há uma região de placas alares com nervos aferentes, e região de placas basais, com nervos eferentes; • Neuroblastos são as células progenitoras presentes nas placas basais e placas alares, onde há a formação desses feixes nervosos: o Placas basais: ▪ Eferente somático geral; ▪ Eferente visceral especial; ▪ Eferente visceral geral; ▪ (saem do bulbo); o Placas alares: ▪ Aferente somático especial; ▪ Aferente somático geral; ▪ Aferente visceral especial; ▪ Aferente visceral geral; ▪ (chegam ao bulbo); o Mesencéfalo ▪ Sofre menos modificações → forma o aqueduto cerebral; ▪ A região do telencéfalo cresce até recobrir todo o encéfalo, então a região do mesencéfalo é quase completamente recoberta pelo telencéfalo → apenas o canal neural, que forma o aqueduto, fica visível; o Prosencéfalo ▪ É a região maisanterior; ▪ Sua parte rostral forma os hemisférios cerebrais; ▪ Sua parte caudal forma o tálamo, o hipotálamo, o epitálamo, a glândula pineal e a hipófise; ▪ Sua região mais caudal (canal neural do diencéfalo) contribui para a formação do 3º ventrículo; ▪ O 3º ventrículo é um local de comunicação entre diversas regiões do encéfalo e entre os hemisférios D e E; ▪ Origem da hipófise • Se origina do diencéfalo; • É uma glândula dividida em adeno e neuroipófise; • Adenoipófise tem capacidade de secreção – função glandular; • Neuroipófise tem relação com controle – controla a adenoipófise; • Tecido glandular é de origem epitelial e, no caso da hipófise, tem origem ectodérmica; o A parte glandular e a neural, porém, não são originadas das mesmas estruturas – elas são formadas, e depois se unem; • Na ectoderma que forma a região oral do embrião, existe o divertículo hipofisário; • Na região do tubo neural, forma-se o divertículo neuroipofisário; • Ambos os divertículos crescem e vão se associando, até que o divertículo hipofisário se desprende totalmente da região oral (próxima ao estomodeu); • Durante um determinado momento do desenvolvimento, forma-se o divertículo de regressão e, posteriormente, esse divertículo se desliga totalmente do seu tecido de origem e fica completamente ligado à região da neuroipófise. Após, ocorre o processo de ossificação e a total separação das regiões; o Telencéfalo ▪ Forma o lado direito e o lado esquerdo do cérebro; ▪ À medida que os hemisférios crescem, eles recobrem todas as demais estruturas do encéfalo → o telencéfalo é, portanto, a estrutura que atinge a maior área (estrutura mais facilmente visível e reconhecível); ▪ O crescimento do telencéfalo começa na 3ª semana, com o fechamento dos neuroporos → ele começa a se modificar para formar os ventrículos cerebrais, de forma rudimentar; ▪ Na 5ª semana, anatomicamente, já existe a divisão dos hemisférios (2 vesículas); ▪ Na 6ª semana, começam a se formar os corpos estriados → estruturas importantes para manter a comunicação entre os hemisférios cerebrais ▪ Esses hemisférios crescem e recobrem toda a outra área do encéfalo; ▪ Durante esse processo, também ocorre a formação de outras estruturas: • Ventrículos laterais → orifícios (espaços) dentro do cérebro por onde passa líquido (especialmente LCR), que assumem a forma de C; ▪ Durante o desenvolvimento cerebral, também se formam as comissuras cerebrais, que também participam da conexão entre os hemisférios cerebrais, e também os sulcos e giros; • OBS: os sulcos e giros dão aspecto de “cérebro” ao cérebro → se desenvolvem por volta da 26ª semana e são importantes para aumentar a área do cérebro, o que aumenta, também, a possibilidade do cérebro de realizar sinapses; • Além disso, os sulcos e giros são relevantes em relação ao desenvolvimento de consequências neurológicas severas em prematuros extremos – sua capacidade de controlas batimentos cardíacos, função renal e outros tem ralação com o desenvolvimento de sulcos e giros; • Defeitos congênitos do encéfalo o Encefalocele → parte do encéfalo é formada em uma vesícula externa; o Mero encefalia → parecida com a anencefalia, mas uma pequena parte do encéfalo (especialmente do rombencéfalo) ainda está presente; ▪ OBS: mero encefalia não permite aborto e é bem mais raro do que anencefalia; o Microcefalia → o diâmetro cefálico é menor do que o esperado. Com a inserção do vírus Zika no Brasil, os casos aumentaram muito; ▪ OBS: também pode ser causada por outras infecções como, por exemplo, sífilis e toxoplasmose; o Agenesia do corpo caloso → o corpo caloso não está completamente funcional, o que compromete as conexões entre os hemisférios D e E – a gravidade dos problemas varia de acordo com o mau desenvolvimento do corpo caloso; o Hidrocefalia → também se relaciona com infecções como, por exemplo, toxoplasmose e sífilis congênita. Se caracteriza pelo acúmulo de LCR na cavidade subaracnóidea; ao contrário da microcefalia, do diâmetro cefálico dos bbs é muito alto, devido ao acúmulo de líquido; 4. Sistema nervoso periférico • É derivado das células da crista neural; • O SNP é um sistema de nervos, neurônios e células da glia (células de Schwann), localizados fora do SNC; • O SNP se comunica diretamente com o SNC por meio de ligações com a medula espinhal ou com outros nervos que se ligam à medula espinhal; • Os Nn. Espinhais surgem a partir de células das placas basais da medula espinhal, e também têm origem a partir do tubo neural; • Os Nn. Sensitivos e motores, por outro lado, são formados a partir de células da crista neural; • Nervos craniais o São responsáveis por inervar a região da cabeça e do pescoço; o Se formam entre a 5ª e a 6ª semana; o São 12 pares; o São formados a partir dos Nn. Cranianos somáticos eferentes (placa basal do bulbo - SNC), dos Nn. Dos arcos faríngeos (feixe vásculonervoso) e dos Nn. Sensoriais especial (bulbo – placa basal); 5. Sistema nervoso autônomo • Se divide em simpático e parassimpático, os quais têm origem a partir de células da crista neural; • O SNA forma gânglios → regiões fora do SNC onde se acumulam neurônios para a troca de informações (sinapses); • A partir dos gânglios, o SNA consegue controlar diversas funções corporais: batimentos cardíacos, frequência respiratória, movimento peristáltico, função renal, abertura e fechamento da retina; • Os neurônios formados a partir da crista neural começam a se desenvolver e formar esses feixes de neurônios (gânglios) e se organizam próximos aos órgãos onde atuarão, não ligados diretamente ao SNC → ocorre a troca de informações pelas sinapses, sem que a informação passe pelo SNC; o As células do tubo neural não participam de sua formação; • O SNAP, assim como o SNAS, é formado a partir de células da crista neural, as quais formam gânglios não ligados ao SNC; o No SNAP, pode-se dividir as regiões em pré-sinápticas (antes dos gânglios) e pós-sinápticas (após os gânglios); o Os neurônios que compõem as regiões pré-sinápticas se originam do tronco encefálico e da região sacral da medula espinhal, e os que compõem as regiões pós-sinápticas, são originados de plexos do SNP e próximos ou dentro de órgãos;
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