<html><head> <style> @import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700); </style> </head><body><div class="ql-snow"><div class="pd-html-content"><div class="ql-editor"><p class="ql-align-center"><strong>CASO CLÍNICO - ANESTESIA ODONTOLÓGICA</strong></p><p class="ql-align-center"><strong>Tópico: </strong>Farmacologia dos anestésicos locais odontológicos</p><p class="ql-align-justify"><strong>Caso clínico 1. </strong></p><p class="ql-align-justify"><span style="color: rgb(0, 71, 178);">Descrição: </span>Você foi chamado pelo ginecologista da clínica a examinar uma paciente de sexo feminino, com 25 anos, leucoderma, em gestante primípara (primeira gestação), com 23 semanas e queixa de sangramento gengival e sensibilidade dolorosa em toda a gengiva. Quais as precauções exigidas pelo quadro clínico da paciente, tendo em vista sua queixa e o diagnóstico e tratamento? </p><p class="ql-align-justify"><span style="color: rgb(0, 138, 0);">Resolução:</span> Na anamnese, em interação com o colega médico que acompanhava o pré-natal da paciente, verificou-se que a gravidez evoluía bem, sem intercorrências e o último exame de ultrassonografia realizado há 15 dias mostrou a placenta bem implantada e o feto em excelentes condições de evolução. Os sinais vitais informados pelo médico que a havia examinado há pouco estavam dentro da normalidade para o seu período evolutivo de gestação. Ao realizar o exame intraoral, foi verificado intenso quadro inflamatório em gengiva, com edema nas papilas, mais severo no hemiarco superior direito, mas disseminado pela gengiva da arcada superior e com sinais de sangramento recente. A arcada inferior mostrava um quadro mais leve de inflamação, sem sinais de sangramento. Foi constatada presença de biofilme (placa) bacteriano e de cálculo supragengival na face lingual dos incisivos inferiores e em molares superiores e inferiores, respectivamente, nas faces vestibular, palatina, vestibular e lingual. Foi executada apenas uma radiografia periapical no arco superior, na região anterior onde a gengivite apresentava o aspecto clínico mais severo, tendo sido empregada proteção com avental de chumbo e proteção de tireoides. Cabe ressaltar que, nesse caso, a indicação radiográfica seria de a de radiografias de periapicais da boca toda (14 radiografias periapicais), o que foi evitado tendo em vista não expor a gestante à radiação, embora houvesse meios de protegê-la. A radiografia revelou uma pequena reabsorção óssea horizontal e a presença de cálculo infragengival. O diagnóstico foi de gengivite gravídica e o tratamento proposto foi o de uma profilaxia, com raspagem coronária, supra e infragengival e polimento coronário, sob anestesia local. A antissepsia intraoral foi realizada, primeiramente com bochechos de enxaguatório à base de gluconato de clorhexidina a 0,12% e, posteriormente, com pincelamento vigoroso da mesma substância, com pinça clínica e algodão embebido em toda a área gengival a ser tratada. Discutiu-se ainda com o colega médico o uso ou não de vasoconstritor no anestésico. Ele foi informado por você de que é um mito a contraindicação absoluta em gestantes do uso de anestésico com vasoconstritor, a não ser que apresente problema cardiovascular grave ou hipertensão arterial gravídica (possibilidade de eclâmpsia), o que não era o caso da paciente, que se encontrava em bom estado geral de saúde e de evolução gestacional. Deve apenas ser evitado o uso da prilocaína a 3% com felipressina, por ser metemoglobinizante (desloca o oxigênio da hemoglobina que se transforma em metahemoglobina, carregando Fe3+ ao invés de Fe2+). Sendo assim, foi utilizada a mepivacaína a 2% com epinefrina (1:100.000) e foram utilizadas anestesias infiltrativas com agulhas curtas (G27) de grupos dentários, à medida que o tratamento evoluía. O tratamento total foi executado em duas sessões, evitando-se causar cansaço excessivo à paciente. A dose total permitida, nesse caso, tendo em vista a massa corporal da paciente (66 kg) e a DR da mepivacaína a 2% (6,6 mg / kg), é de cerca de dez tubetes. Em cada sessão, foram utilizados dois tubetes do anestésico, com efeito satisfatório. Ao fim da segunda sessão, a paciente foi orientada a proceder à higiene oral adequada. </p><p class="ql-align-justify"><strong>Caso clínico 2. </strong></p><p class="ql-align-justify"><span style="color: rgb(0, 71, 178);">Descrição: </span>Na policlínica de especialidades médico-odontológicas onde trabalha como especialista em cirurgia Bucomaxilofacial, você é chamado para atender um paciente de sexo masculino, com as iniciais J. L. S., 52 anos, leucoderma, com queixa de dor difusa no lado esquerdo da mandíbula, região de molares e dificuldade para abrir a boca. No exame geral do paciente anterior, os sinais vitais estavam dentro da normalidade. Ao realizar o exame intraoral, foi notado trismo (contratura dolorosa na musculatura mastigatória do lado esquerdo \u2013 músculo masseter), impedindo a abertura total da boca. A gengiva que circundava o dente 38 apresentava-se inflamada, hiperêmica e edemaciada, recobrindo parte da porção coronária. Foi efetuada uma radiografia panorâmica que mostrou o dente em situação de semi inclusão em posição mésio angular. Quais as medidas para condução adequada do caso?</p><p class="ql-align-justify"><span style="color: rgb(0, 138, 0);">Resolução: </span>Na anamnese, o paciente referiu estar com boa saúde. No exame geral, seus sinais vitais estavam dentro da normalidade. Ao realizar exame intraoral, foi notado trismo na musculatura mastigatória do lado esquerdo (masseter), impedindo a abertura total da boca. A gengiva que circundava o dente 38 apresentava-se inflamada, hiperêmica e edemaciada, recobrindo parte da porção coronária. Foi efetuada radiografia panorâmica, que mostrou o dente em situação de semi-inclusão em posição mésio angular. Seu diagnóstico clínico foi o de uma pericoronarite do dente 38, possivelmente infecciosa. Para a correta condução do problema apresentado, você, em primeiro lugar, tomou as medidas necessárias para a resolução do trismo, para possibilitar ao paciente a abertura total da boca, favorecendo o restante do tratamento. Para tanto, você prescreveu uma associação de analgésico (dipirona sódica (300 mg), associada a um relaxante muscular (orfenadrina \u2013 30 mg) e cafeína (50 mg), um comprimido por via oral, a cada seis horas, durante sete dias. Prescreveu o anti-inflamatório Ibuprofeno (da classe dos AINES), 400 mg, uma cápsula por via oral, a cada oito horas durante cinco dias. E, por fim, um antibiótico, para cobrir a possível infecção em andamento (amoxicilina 500 mg + clavulonato de potássio 125 mg), um comprimido por via oral a cada oito horas durante sete dias. A associação ao clavulonato se deveu a cobrir a possibilidade de infecção por bactéria betalactamase positiva (resistentes às penicilinas). Foi prescrita fisioterapia com calor, em aplicação sobre o músculo masseter, seis vezes ao dia por 15 minutos e exercícios de abertura e fechamento bucal. O retorno foi marcado para uma semana depois, quando o paciente apresentou melhora considerável do caso. Então, procedeu-se à cirurgia de remoção do dente 38. A anestesia constou de um bloqueio dos nervos bucal, lingual e alveolar inferior pela técnica de injeção ptérigo-mandibular, em dois tempos, com agulha longa. O anestésico utilizado foi a bupivacaína 0,5% com epinefrina (1:200.000) e foi efetuada, no mesmo ato, antes da exodontia, uma gengivoplastia na periferia da região envolvida para remoção do tecido inflamado. No total, foram utilizados dois tubetes (dose máxima permitida da bupivacaína para um adulto com cerca de 70 kg = 10 tubetes).</p><p class="ql-align-justify"><br></p></div><div name="pdEndOfFile"></div></div></div></body></html>
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