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Introdução: É a designação para o conjunto de alterações hormonais; metabólicas e imunológicas que decorrem após qualquer situação de trauma. Assim, o organismo desencadeia para ter um estado hipercatabólico, com elevação dos níveis plasmáticos de cortisol, glucagon; catecolaminas e liberação de hormônios pelo hipotálamo que estimulam a libertação pela hipófise de ACTH, GH, prolactina, endorfinas e ADH. Tem como finalidade manter e/ou restaurar a homeostasia interna, nomeadamente a estabilidade hemodinâmica, a preservação do aporte de oxigénio, a mobilização de substratos calóricos (glicose) e finalmente a diminuição da dor e a manutenção da temperatura. ADH- vasopressina Nosso organismo libera primeiro ADH, que fica no organismo de 4-5 dia. Gera a Diminui a excreção de água e aumento de reabsorção de água no túbulo renal distal; também faz vasoconstrição esplênica com a finalidade de aumentar a volemia. Isso ocorre porque se o paciente está “sangrando” precisa de fato aumentar a reabsorção de água por meio do sódio por exemplo para manter a volemia. E como consequência provoca oligúria funcional/reacional (menor de 30ml/h), ou seja, debito urinário é diminuído. *Qual é o melhor parâmetro clinico para se acompanhar a reposição volêmica em um paciente de trauma? R: A diurese, por isso tem orientação de sondar pacientes graves. (Ideal acima de 5ml/kg/h em um paciente de trauma) GH Na liberação do GH gera o aumento do catabolismo; estimula lipólise e faz síntese de fator de insulina-like (IGF-1) também participa na glicogenólise, isso ocorre porque é a hora que o paciente mais precisa de subrato energético; criando assim um estado hiperglicêmico com altas portes de glicemia para nossa principal célula de consumo dele; que é o neurônio. ACTHCortisol: ACTH Estimula liberação de Cortisol pela Adrenal Cortisol é considerado o hormônio do estresse e nesse momento de estresse-traumático ele é liberado e já aumenta os seus picos nas primeiras 4- 12. O cortisol também aumenta síntese de aminoácidos pela degradação hepática e muscular, provocando Gliconeogênese. O cortisol favorece a lipólise para a formação de substrato energético e liberação de ácidos graxos e assim corpos cetônicos, gerando um estado de acidose metabólica. Aldosterona: É um mineralocorticoide liberado pela adrenal e também pelo sistema renina-angiotensina. Que vai provocar retenção de Na+ e HCO para compensar a acidose metabólica, ao mesmo tempo gera o aumento da excreção de K+ e H+, para aumentar a volemia e chegar ao estado hemodinâmico. Induzindo uma alcalose mista por hiperventilação e excreção de H+, para compensar a acidose do trauma. Insulina e glucagon Tudo isso, é mediado muitas vezes pela insulina e glucagon. Aumento do glucagon e diminuição de insulina que gere um aumento na oferta livre de glicemia (glicogenólise). Considerado estado hiperglicêmico (importante para a prova. EX: Capotei o carro e fui encaminhado para o centro cirúrgico, nesse caminho até a chegada no CC e ter a vida “salva” ; o organismo desencadeia toda uma resposta neuroendócrina a esse trauma, por meio dos componentes citados abaixo: Catecolaminas: Ocorre a liberação de Adrenalina e Noradrenalina no pós-traumático para aumentar o debito cárdico, através da AD E NOR que agem diretamente aumentando a FC + Broncodilatação e vasoconstrição periférica. (Ou seja, quem aumenta o debito cardíaco é a FC +vasoconstrição, estimulada pela adrenalina e noradrenalina) Isso significa que se o paciente está sangrando o debito cárdico precisa ser aumentado. Liberou ADR+ NOR aumenta FC e vasoconstrição periférica gera aumento do DC Força de Starling: aumenta a força de contração para aumentar debito cardíaco. Glicogenólise: aumento de substrato (glicose) Alterações imunológicas: Liberação de IL – 1 , IL-2 geram a perda fome e é liberado pelo “nervosismo” que antecede o momento no caso aquele paciente que sabe que vai operar e faz jejum; mesmo estando em jejum de 8 horas esses fatores não deixam o paciente sentir fome Libera TNF-alf As alterações imunológicas provocam: Hiporexia/ Aumento temperatura corpórea/ Perda Ponderal Fases 1. Adrenérgica – corticoide: 4 a 8 dia Estado catabólico com balanço hidrogenado negativo: tudo o que foi citado acima com a liberação de todos os hormônios. Maior chance de SIRS e SEPSE 2. Anabólica precoce: 8 a 10 dia Paciente está em fase de recuperação, assim os níveis de secreção hormonal vão diminuindo, diminui a resposta endocrinometabolica (REMT) Melhora do balanço, melhora da diurese. 3. Anabólica Tardia: até 1 ano Nesse período o paciente do pós trauma teve que consumir gordura; musculo; entre outros para compensar esse estado hiper metabólico. Dessa maneira o paciente perdeu peso; perdeu todo estoque de substratos e assim vai após 1 ano fazendo síntese de tecido adiposo e recuperando esse peso. Ex: Daquela paciente que sofreu duas cirurgias e no pós trauma perdeu 30kg, porem 1 ano depois recupera tudo, porque usa todo o estoque. Complicações no pós-operatório: Importante Febre: A febre é considerada um aviso do organismo um aviso. No pós-operatório não é diferente, a única diferença que você sabe quando começou e como surgiu, assim fica mais fácil de fechar diagnostico. “A febre se torna amiga no pós- operatório”avisa o que está acontecendo!!! Ela aparece mediada a resposta endócrino metabólica ocasionada pela liberação de interleucina e outros acontecimentos. Se ocorre nas primeiras 6h – é indicativo de hipertermia maligna. Crise convulsiva se estiver convulsionando e insuficiência adrenal aguda (ficar atento a diagnostico prévios) Se ocorrer febre nas primeiras 24horas-48horas– é indicativo de atelectasia pulmonar, pelo fato de ter operado esse paciente; ter enfrentado a intubação pode ter ocorrido uma colabação dos alvéolos pulmonares gerando a atelectasia Aqui não é sinal de infecção ainda. Febre autolimitada (1 ou 2 picos febril) geralmente passa com antitérmico Muito frequente nas cirurgias abdominais (25%) Se ocorrer até 48h associado a diarreia ou secreção purulenta é sinal de infeção Colite pseudomembranosa por clostridium ou infecção de FO por clostridium. (muito raro acontecer por essa causa) Entrar com antibiótico. Se ocorrer no terceiro dia está associada a inflamação dos acessos venosos gerando tromboflebites. Se ocorrer no quinto dia tanto pós-operatório como pós-trauma é considerada infeciosa Ex: Do bar do Diogo, em que o paciente bebeu e comeu de lugares com procedência duvidosa (corote) a tarde e continuo bebendo no bar do Diogo a noite; na hora de ir embora bate o carro e sofre vários traumas; esse paciente é resgatado pelo samu e levado para o PS; lá avaliado possui Glasgow abaixo de 8 consequentemente é entubado; faz sonda e outras coisas conclusão: no quinto dia aparece uma febre que será indicativo para o médico de infecção, geralmente causada pela Sd. Mendelson (pneumonite por aspiração) muito comum nesses casos de politraumas; já que esse paciente está cheio de coisas ruins. Pneumonia e infecção urinária (infecções) é a principal causa de febre no pós traumático e pós-cirúrgico. Sd. Mendelson muito comum em politraumas, crianças, gestantes, uso de SDG e íleo paralítico. Se ocorrer no sétimo ao décimo dia essa febre que tem como causa – TEP; dessa forma já passou o período de infecção. Comum em cirurgias longas; cirurgias plásticas e nas fraturas de ossos longos, neoplasias, cirurgias de pelve, fêmur, quadril e joelho, obesidade, TVP. Feridas Operatórias: Todo paciente que é submetido a um trauma ou a um procedimento cirúrgico tem um corte (processo de descontinuidade do tecido)ocasionado pela incisão; assim essa FO pode ter suas complicações: ❖ Hematoma – geralmente já nas primeiras horas. ❖ Seroma – coleção de linfa ou gordura embaixo da ferida e pode ser mais tardia. ❖ Deiscências, evisceração e hérnias. ❖ Infecções – do sétimo a decimo dia – sinais logísticos com ou sem febre na mesma época que a TEP; a diferença é que uma você está com dispneiaia e febre, já a outra está com processo inflamatório + secreção na ferida e febre. ➢ Chance de infecção por estastisticas: ■ Limpa 3% (Ex: Nas cirurgias plásticas) ■ Contaminada 15% (Ex: apendicectomia) ■ Infectada 40% (Ex: Ferida contaminada com merda de cavalo) Complicações Urinárias: ♦ RUA (retenção urinária aguda) – devido ao uso de mofina na raquianestesia ou HPB (pacientes prostáticos), gerado pelo bexigoma. Muito comum em pacientes idosos com componente de hiperplasia ou que foram submetidos a raquianestesia com morfina. Ex: prótese do joelho do pai do Dr. Antônio por meio do uso da raquianestesia gerou um bexigoma e, portanto, precisou de sonda de alivio para urinar. ♦ ITU (infecção do trato urinário) – geralmente após 5 dias ♦ IRA (insuficiência renal aguda) – Principal causa hipovolemia com má administração anestésica de fluidos corporais – pré renal Complicações Gastrointestinais: Náuseas, vômitos, dispepsias são as complicações mais comuns. Gerado pelos efeitos colaterais das medicações anestésicas e resposta endócrina-metabólica. Fecaloma por uso de morfina, idosos, paraplégicos. Sinal de Gersuny – massa palpável em flanco inferior esquerdo. Íleo adinâmico/paralítico. Úlcera de Stress (queimados, politrauma, urêmicos) Precisa de protetores gástricos e intestinais. Úlcera de Curtling: causa pela diminuição de produção de muco devido a hipovolemia. Ulcera de Cushing: causada por hipersecreção ácida secundário a liberação adrenérgica. Colecistite alitiásica (sem pedra) – processo infeccioso grave e necrose da vesícula biliar sem pedra. ○ Geralmente homens/pacientes graves. (Cai em prova de residência) Medicação profiláticas e prescrição: I. Dieta (paciente pode ou não se alimentar após determinada cirurgia) II. Hidratação (precisa repor ou não, ver a diurese; a necessidade de sonsa) III. ATB: medida profilática necessário e analisar se vai precisar ou não seguir TTO. IV. Analgésico e antiflamatórios: prescrever para dor leve e intensa também para o paciente. V. Protetores gástricos e intestinais: plamet; dramin; omeprazol entre outros ( para evitar que o paciente fique nauseado ou com dores) Complicações Cardiovasculares: Complicações cardiovasculares já foi muito mais comum, hoje em dia o pré-operatório exige um rastreio cardiovascular para classificar o risco de um evento cardiovascular: IAM (infarto agudo do miocárdio) – classificação de Goldman pré-op. EAP (edema agudo de pulmão) – hiper-hidratação intra operatória em paciente já com algum grau de IC (é raro) TEP (Tromboembolismo pulmonar Anestésicas: ➔ Hipertermia maligna: é rara, geralmente aparece nas primeiras 6horas de pós operatório ou pós trauma, ocasionada pelo uso das medicações (succinilcolina e halotano) É um estado hipercatabólico, que gera uma febre altíssima de 42°C a 43°C em 30% dos casos. Acompanhada de taquicardia/sudorese/cianose/rigidez muscular; Hipertensão arterial grave e aumento de CO2. ◆ TTO – O2 100% + Dantrolene + resfriar paciente com gelo. (Única medicação que reveste esse estado, então deve ter um quadro em laranja ou vermelho indicando as instruções necessárias e doses para reversão do quadro) **Complicação muito grave!!!!!!! Importante p/prova
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