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Legislação pericial: insalubridade Vamos entender juntos toda a dinâmica de como aplicar a legislação pericial referente a insalubridade. E através de exemplos, caracterizar ou não a insalubridade. O objetivo desta aula é a fixação do Grau de Risco, a porcentagem a ser paga, como é definido este valor, pois uma vez pago indevidamente, pode gerar um custo desnecessário para empresa e uma ação trabalhista para o trabalhador. Essa caracterização é uma responsabilidade sua como engenheiro. Objetivos da aula Entender como a legislação seleciona os elegíveis e a remuneração de insalubridade. Especificar procedimentos técnicos que devem ser realizados para determinação de pagamento ou não da insalubridade. Identificar o grau de risco das atividades desempenhadas pelo trabalhador. Conhecer e aplicar os procedimentos técnicos inerentes ao risco de insalubridade. Resumo O ambiente insalubre é aquele em que o trabalhador fica exposto aos agentes nocivos durante a jornada de trabalho. Essa exposição ultrapassa a concentração ou intensidade máxima ou mínima do agente, que é permitida em função da natureza da atividade e tempo de exposição. Analisando a NR 15 do Ministério do Trabalho, é possível discriminar dois critérios utilizados para caracterização da insalubridade, são eles: avaliação quantitativa e qualitativa. Avaliação Quantitativa Necessário utilizar um equipamento de medição para descobrir o nível de barulho que o agente de risco está fazendo e medir a intensidade ou a concentração do agente e compará-lo com os respectivos limites de tolerância. Nesse caso, a insalubridade será caracterizada somente quando o limite for ultrapassado. Para tanto, é necessário utilizar todas as técnicas e os métodos estabelecidos pelas normas de Higiene Ocupacional juntamente com aquelas definidas nos mencionados anexos da NR 15. Avaliação Qualitativa A insalubridade será comprovada pela inspeção realizada por um técnico de segurança no trabalho ou qualquer outro profissional habilitado ou com conhecimentos sobre o assunto que vai até o local de trabalho; na caracterização de algum agente de risco pela avaliação qualitativa, o perito deverá analisar detalhadamente o posto de trabalho, a função e a atividade do trabalhador, utilizando os critérios da Higiene Ocupacional. Caracterizando a insalubridade no local de trabalho, quais métodos foram utilizados para acabar com a exposição ou minimizá-las? Por lei, o empregador deve sempre tentar excluir os agentes insalubres a que o trabalhador é exposto. Essa é uma forma, inclusive, de eliminar o pagamento da insalubridade, segundo o artigo 194 da CLT: “O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho”. Para que isso ocorra, a Norma Regulamentadora nº 9 (Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos) determina uma hierarquia a ser seguida pelas empresas no desenvolvimento e implantação de ações para prevenção de acidentes, priorizando programas de proteção coletiva. Todas essas medidas devem ser acompanhadas de “treinamentos dos trabalhadores quanto aos procedimentos que assegurem a sua eficiência e de informação sobre as eventuais limitações de proteção que ofereçam”. Se tudo for feito com qualidade e uma perícia mostrar que não há mais riscos, a insalubridade é extinta. Mas há situações em que é impossível eliminar o risco e, com isso, as empresas precisam neutralizá-lo da melhor forma possível. Nesse caso, ele continua a existir, mas dentro dos limites permitidos por lei. EPI – Equipamento de Proteção Individual Uma das formas mais comuns de neutralizar os impactos é com o uso de EPIs. Porém, as empresas devem ficar atentas, pois apenas fornecê-los não é o suficiente. O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado. (Disponível em: < https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=O+simples+fornecimento+do+aparelho+de+prote%C3%A7%C3%A3o+pelo >) Ou seja, é preciso manter um histórico completo das ações dos trabalhadores para provar o correto uso dos equipamentos e, assim, eliminar o adicional de insalubridade. Fichas de EPI 's devidamente preenchidas e testes para provar a eficácia do método são duas das práticas mais utilizadas. É necessário fazer perguntas claras, objetivas, diretas e cabíveis: Existe ruído em níveis acima dos limites de tolerância? Após perguntar, verificar o laudo da empresa e se possível levar um equipamento, fazer uma análise das atividades para que se tenha dados comprobatórios das atividades que está acompanhando e assim caracterizar ou não a insalubridade. Caso o trabalhador não esteja no ambiente de trabalho ou não é a área dele, na esfera trabalhista, utilizamos o paradigma que é tido como o empregado que serve de equiparação para outro trabalhador que está na mesma função. É o comparativo para que possa fazer a avaliação nele e assim constatar no desempenho das atividades, entre um empregado e outro a exposição ao agente. O que são os graus de riscos? Os 4 graus de riscos são uma estratificação que tem por objetivo final o dimensionamento da equipe do SESMT para fim de mitigação de riscos ocupacionais e de prevenção a acidentes em potencial. NR - 4 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, levando em consideração o risco da atividade principal e o número total de empregados do estabelecimento, que poderá ser composto por uma equipe multidisciplinar formada por Técnico em Segurança do Trabalho, Engenheiro de segurança do trabalho, Médico do trabalho e Enfermeiro do trabalho. É uma importante ferramenta para a Segurança do Trabalho nas empresas, pois além de ser obrigatório, é fundamental para garantir a atenuação dos riscos presentes no dia a dia dos trabalhadores. Assim, diminui a incidência de acidentes e doenças ocupacionais. Para isso, é necessário verificar se o risco ambiental está acima do limite de tolerância da NR-15, que será identificado através dos graus: 40%: considerado insalubridade de grau máximo; 20%: considerado insalubridade de grau médio; 10%: considerado insalubridade de grau mínimo. A insalubridade é uma condição nociva na qual o trabalhador está sujeito. Entretanto, cada atividade possui um nível de insalubridade diferente. Por isso, o artigo 190 da CLT determina o grau de insalubridade de cada atividade. As atividades insalubres são as atividades em que o trabalhador está em contato com agentes nocivos à saúde acima do limite legal permitido por lei. Nesse sentido, para uma atividade ser considerada insalubre ela deve ser reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Uma vez identificada a presença do risco, o responsável deverá determinar o grau de insalubridade dessa atividade. Contudo, vale ressaltar que apenas um médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho podem elaborar o laudo. Conteúdo bônus Importante saber a diferença entre: Exposição Eventual - é a exposição experimentada pelo segurado de forma não programada, sem mensuração de tempo, acontecimento fortuito, previsível ou não. Até 30 minutos por dia. Exposição Intermitente – é a exposição experimentada pelo segurado de forma não programada, sem mensuração de tempo, acontecimento fortuito, previsível ou não. Até 400 minutos por dia (próximo de 6 horas e meia). Exposição Permanente – é aquela que é constante, durante toda a jornada laboral e prescrita como principal atividade do servidor. Acima de 400 minutos por dia. As principais atribuições do SESMT: a) elaborar ou participar da elaboração do inventário de riscos; b) acompanhar a implementação do plano de ação do Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR; c) implementar medidas de prevenção deacordo com a classificação de risco do PGR e na ordem de prioridade estabelecida na Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01) - Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais; d) elaborar plano de trabalho e monitorar metas, indicadores e resultados de segurança e saúde no trabalho; e) responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela organização; f) manter permanente interação com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, quando existente; g) promover a realização de atividades de orientação, informação e conscientização dos trabalhadores para a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho; h) propor, imediatamente, a interrupção das atividades e a adoção de medidas corretivas e/ou de controle quando constatar condições ou situações de trabalho que estejam associadas ao risco grave e iminente para a segurança ou saúde dos trabalhadores; i) conduzir ou acompanhar as investigações dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho, em conformidade com o previsto no PGR; j) compartilhar informações relevantes para a prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho com outros SESMT de uma mesma organização, assim como a CIPA, quando por esta solicitado; k) acompanhar e participar nas ações do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, nos termos da Norma Regulamentadora nº 07 (NR-07). Referência Bibliográfica COMO ELIMINAR OU NEUTRALIZAR A INSALUBRIDADE NO AMBIENTE DE TRABALHO, Grupo Ocupacional, 2018. Disponível em: <https://www.ocupacional.com.br/ocupacional/2018/05/14/como-eliminar-ou-neutralizar-insalubridade/ >. Acesso em: 30/08/2022. NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES. Ministério do Trabalho e Previdência, 2020. Disponível em: < https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs >. Acesso em: 30/08/2022. NR 16 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS. Ministério do Trabalho e Previdência, 2020. Disponível em: < https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs >. Acesso em: 30/08/2022 01 Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma das funções do SESMT: 02 O que caracteriza um ambiente insalubre? 03 Para uma atividade ser considerada insalubre ela deve ser reconhecida pelo(a): 04 O que caracteriza a Exposição Eventual?
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