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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Relatório da Aula Prática Nº 5 Ciclo 2 Prática 5: Cinética química II - Hidrólise da Sacarose Alunos: Isabella Marcos Costinhas Pereira - 202007113 Janita Soraia de Oliveira - 201707058 Disciplina: Laboratório de Físico-Química – QUI148 Professor: Nícolas Glanzmann Tutor: Amanda Cota Marques Abril - 2023 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 3 2 OBJETIVO 5 3 MATERIAIS 5 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 5 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 6 6 CONCLUSÃO 8 7 REFERÊNCIAS 9 8 ANEXOS 9 3 1 INTRODUÇÃO A sacarose (C12H22O11), conhecida comumente como açúcar, é um sólido cristalino à temperatura ambiente, que se dissolve em água e possui sabor doce. A sacarose é encontrada em diversas plantas, principalmente na beterraba e na cana-de-açúcar. A glicose e a frutose são carboidratos ou glicídios, classificados como oses, pois não sofrem hidrólise. Já a sacarose é um osídio, pois pode sofrer hidrólise. Ela é um dissacarídeo, pois, ao reagir com a água, forma duas moléculas de oses, que são exatamente a glicose e a frutose. Visto que essa é a reação inversa de sua formação, o resultado da mistura de glicose e frutose é denominado açúcar invertido.[1] Ele recebe denominação porque tem propriedade de girar a direção da propagação da luz polarizada que atravessa um recipiente de água com sacarose, sofre um desvio para a direita (dextrogira), e, quando a mistura é de água com açúcar invertido, o desvio é para a esquerda (levógira). Tal reação ocorre em meio ácido H+ com a finalidade de acelerar a reação, pois ela sem a presença do ácido é muito lenta.[2] Figura 1: Hidrólise da sacarose para a formação do açúcar invertido. Figura 2: Rotação em graus do plano de luz polarizada da sacarose, glicose e frutose. 4 Nesse cenário, a presença de íons H+, é requerida, já que a hidrólise da sacarose em si é um processo lento, sendo necessária a ação de um catalisador. Ainda com relação à hidrólise da sacarose, pode-se afirmar que se trata de uma reação de pseudo-primeira ordem, já que é considerada uma concentração de água aproximadamente constante e muito maior que a de sacarose em si.[3] Assim, pode-se inferir a constante da velocidade da reação a partir de sua concentração inicial (a) e quantidade transformada (x) em certo tempo (t), como é mostrado a seguir, já em sua forma integrada: [equação 1]𝑘 = 1𝑡 . 𝑙𝑛 𝑎 𝑎 − 𝑥 Como a concentração de sacarose durante a reação se altera, já que o processo de hidrólise está ocorrendo, lança-se mão de uma pequena adaptação na equação anterior, levando em conta a rotação da luz em um plano polarizado gerada pela sacarose. [equação 2]𝑘 = 1𝑡 . 𝑙𝑛 α0 − α∞ α𝑡 − α∞ α0, então, seria o ângulo observado no instante inicial da reação, αt, o ângulo medido no instante t e α∞, o ângulo medido 48h após o início do processo, ou seja, depois de finalizada a reação em questão. Já que, experimentalmente, a rotação da luz no plano polarizado não pode ser medida no exato instante inicial da reação, aproximam-se valores com base nas concentrações da solução de sacarose sem entrar em contato com o catalisador da reação. A constante de velocidade referente ao catalisador pode ser descrita como: [equação 3]𝑘 = 𝑘 𝐻+ . (𝐻+) Logo podemos representar a reação através da equação: [equação 4]𝑘𝑡 = 𝑙𝑛(α0 − α∞) − 𝑙𝑛(α𝑡 − α∞) A partir dos conhecimentos previamente abordados, é possível aplicar a cinética no estudo da hidrólise da sacarose. A utilização do íon H+, como catalisador, assim como o aumento da temperatura são fatores que influenciam a velocidade da reação, possibilitando a determinação de α ∞. 5 2 OBJETIVO A prática tem como objetivo fazer o estudo cinético da hidrólise sofrida pela sacarose e determinar seu coeficiente de velocidade “k” desta reação catalisada por íons H+, através de medidas do ângulo de rotação da luz polarizada do polarímetro passando pela solução. 3 MATERIAIS ● Polarímetro; ● Balão volumétrico de 25 mL; ● Tubo padrão polarimétrico; ● Pipetas volumétricas de 20 mL; ● Soluções aquosas de sacarose 20% e HCl 2,0 mol/L; ● Béqueres; ● Bastão de vidro; ● Sacarose; ● Água destilada; ● Chapa de aquecimento; ● Termômetro; ● Balança; ● Cronômetro; ● Pêra; 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Foi calculada a quantidade de sacarose em gramas para preparar uma solução de sacarose 20% em 25 mL. Foi preparada a solução de sacarose e água destilada no béquer utilizando 20% de sacarose (5,006g), dissolvendo o soluto por completo com a ajuda de um bastão de vidro a solução foi transferida para um balão volumétrico de 25ml completando o volume com água destilada até atingir o menisco. 6 O tubo padrão foi cheio com água destilada e o zero do aparelho foi determinado a 25ºC. Em seguida o tubo padrão foi cheio com a solução de sacarose 20% e determinamos o ângulo de rotação. Utilizando uma pipeta volumétrica, foram medidos 20 mL de solução de HCl 2,0 mol/L e foram misturados a 20 mL da solução de sacarose e neste instante, foi registrado o tempo zero para iniciar as leituras. Prosseguindo o tubo padrão foi lavado com um pouco da solução e em seguida foi cheio com a mesma, de maneira que não ficaram bolhas de ar, pois as mesmas atrapalham a leitura. O tubo no polarímetro foi colocado, e as leituras das medidas de rotação do plano da luz polarizada se iniciaram, nos tempos indicados no quadro 1. Com o auxílio de um cronômetro, a rotação foi lida em intervalos de 2 minutos entre cada leitura. Ao final a mistura foi aquecida até ferver durante aproximadamente 15 minutos e resfriada até aproximadamente 25ºC e para finalizar o ângulo de rotação alfa infinito foi lido. No total foram feitas 10 leituras, nos tempos determinados para determinarmos o corrigido e o último valor medido da rotação foi o α infinito.α𝑡 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Primeiramente, foi feita a medição da rotação da luz no plano polarizado referente à água destilada para obter o desvio de leitura gerado pelo polarímetro, que nesse caso, foi -1,6°. Esse valor foi o zero utilizado no experimento e ele foi descontado em todas as leituras seguintes, a fim de minimizar os erros experimentais da prática, assim foi possível determinar o αt corrigido os cálculos encontram-se em anexo. Posteriormente, utilizando a solução preparada de sacarose 20%, obtivemos o valor de 11,45° para a rotação da solução inicial de sacarose. Após isto, o HCl foi adicionado à solução de sacarose 20% para que a hidrólise desejada se iniciasse. Dessa forma, medimos sua rotação com uma periodicidade de dois em dois minutos, mas, devido a dificuldade de medição alguns pontos coletados foram retirados pois apresentaram valores divergentes, devido a isso houve intervalos maiores que dois minutos, no quadro 1 é possível observar tal fato. 7 Foi observado também que a cada leitura feita das medidas de rotação do plano de luz polarizada, o ângulo foi diminuindo, e solução que inicialmente era dextrógira tendia a ser levógira devido a formação de frutose no decorrer da reação. De forma semelhante obtivemos o valor da rotação da luz no plano polarizado no final da reação o que foi chamado de α∞ com valor de (-3,8º). Para isso, utilizamos dos princípios cinéticos, aquecendo a solução a fim de aumentar sua velocidade de hidrólise, assim não seria necessário esperar 48 horas para obter tal dado. A partir disso, foi calculado o valor do logarítmo natural da diferença da rotação medida nas leituras de 1 a 10 e da rotação no fim da reação, conforme mostra o quadro 1 e nas contas anexadas ao fim deste relatório. Quadro 1: Medidas de desvio da luz polarizada da solução de sacarose em função do tempo. Leitura Tempo em minutos Rotação em graus (αt corrigido) ln (αt - α∞) 1 5,48 6,5 2,33 2 7,40 5,7 2,25 3 8,57 5,65 2,25 4 10,02 5,15 2,19 5 17,38 4,60 2,13 6 18,65 4,55 2,12 7 21,63 4,25 2,08 8 23,7 4,15 2,07 9 25,28 3,95 2,05 10 28,05 3,50 1,99 8 Gráfico 1: : ln(∝t - ∝∞) x Tempo (minutos) Comparando a equação da reta dada pelo gráfico y = -0,0127 t + 2,3577 e a equação ln (∝t - ∝∞) = ln (∝0 - ∝∞) – kt, podemos notar que k coeficiente de velocidade, é o próprio coeficiente angular da reta multiplicado por -1. Portanto a = k = 0,0127 minuto-1. Logo, o valor de k é o coeficiente de velocidade, que indica como a velocidade varia de acordo com o tempo. Quanto maior o valor de k, mais rápido será consumido o material de partida. 6 CONCLUSÃO Através desta prática foi possível observar que a solução inicial se comporta como dextrogira devido a presença da sacarose. Porém, na medida em que o tempo vai passando o comportamento deixa de ser dextrógiro e tende a ser levógiro, pois a utilização de íons H+ da solução de HCl acelera a reação de formação da glicose e frutose, fazendo com que a presença da sacarose seja inexistente. Foi possível analisar também a rotação de luz polarizada relacionando-a com a cinética da reação de hidrólise de sacarose. Obtivemos o valor da constante de equilíbrio k correspondente a 0,0127 e o valor do coeficiente de correlação igual a 0,9619. Este valor é satisfatório, pois está bem próximo a 1. Alguns erros durante a obtenção de dados experimentais podem ser decorrentes principalmente da demora na leitura da rotação da luz polarizada por meio do polarímetro. 9 7 REFERÊNCIAS FOGAÇA, J. R. V. Sacarose ou açúcar comum. 2017. [1] TABRELI, A. O que é açúcar invertido?. 1993.[2] Apostila de Laboratório de Físico-Química (QUI148), Instituto de Ciências Exatas, Departamento de Química, Universidade Federal de Juiz de Fora. [3] ATKINS, Peter et al. Físico química fundamentos. 6 . ed. [S. l.: s. n.], 2018. CHANG, Raymond. Físico Química: Para as Ciências Químicas e Biológicas, vol.1 e 2, 3ª Edição. Editora AMGH, 2009. 8 ANEXOS
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