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Uso prolongado de AINEs em gatos - Referencial

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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA DE PEQUENOS ANIMAIS 
KÁSSIA MARTINS MACHADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
USO DE ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) EM FELINOS 
DOMÉSTICOS – REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALEGRETE-RS 
 2023 
 
 
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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA DE PEQUENOS ANIMAIS 
KÁSSIA MARTINS MACHADO 
 
 
 
 
 
 
USO DE ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) EM FELINOS 
DOMÉSTICOS – REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado na disciplina de Ortopedia e 
Traumatologia de Pequenos animais do curso de 
Medicina Veterinária do Centro Universitário da 
Região da Campanha - URCAMP, como requisito 
parcial para a obtenção de média semestral na 
disciplina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALEGRETE-RS 
 2023 
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LISTA DE SIGLAS 
 
 
AAFP - American Association of Feline Practioners 
AINE - Antiinflamatório não-esteroidal 
CFP - Cat Friendly Practice 
COX - Ciclooxigenase 
DAD - Doença Articular Degenerativa 
ISFM - International Society of Feline Medicine 
LOX – Lipoxigenase 
MPS – Mucopolissacaridose 
RM – Ressonância Magnética 
TC – Tomografia Computadorizada 
 
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SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
1 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 5 
1.1 DOR CRÔNICA E DOR AGUDA ....................................................................... 5 
1.2 O COMPORTAMENTO FELINO E A ABORDAGEM CAT FRIENDLY ................. 6 
1.3 CASCATA DA INFLAMAÇÃO ............................................................................... 7 
1.4 COX E LOX NA FISIOLOGIA ................................................................................ 8 
1.5 ANTI-INFLAMATÓRIO NÃO-ESTEROIDAL ........................................................ 10 
1.6 CONSEQUÊNCIAS DO USO PROLONGADO DE AINES .................................. 11 
1.7 DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA EM GATOS ....................................... 12 
2 PARECER CRÍTICO .............................................................................................. 14 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 15 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A dor é uma sensação desagradável que está associada a danos reais ou 
potenciais nos tecidos do organismo. Ela desempenha um papel fundamental como 
um mecanismo de proteção, alertando o corpo para possíveis lesões e estimulando 
respostas de defesa. A dor pode ser categorizada em dois tipos principais: dor aguda 
e dor crônica, cada uma com características e mecanismos subjacentes distintos 
(BUTLER, 2009). 
A distinção entre dor aguda e a dor crônica ocorre por meio de critérios 
relacionados a duração e características de apresentação. A dor aguda é de curta 
duração e geralmente está associada a lesões, doenças agudas ou procedimentos 
médicos. Por outro lado, a dor crônica persiste por um período prolongado e está 
relacionada a condições médicas subjacentes (MERSKEY; 1994; NICE; 2013; 
TREEDE, R.D., 2019). 
Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) atuam inibindo a COX, resultando 
na redução na produção de mediadores inflamatórios, as prostaglandinas. Além de 
suas propriedades anti-inflamatórias, os AINEs também têm efeitos analgésicos, 
reduzindo a sensibilidade dos nociceptores (receptores de dor) e diminuindo a 
transmissão dos sinais de dor no sistema nervoso central (DERRY, 2015). 
Entre as doenças que causam dor crônica em gatos, a doença articular 
degenerativa é uma importante afecção ortopédica que acomete animais de todas as 
espécies, e o uso de AINEs é seguro e eficaz a longo prazo, atuando no controle da 
dor crônica nestes animais e melhorando seu bem-estar (GRUEN, 2019; 
SLINGERLAND, 2011). 
Este trabalho tem como objetivo esclarecer a respeito de informações sobre o 
uso prolongado de anti-inflamatórios não-esteroidais, seus efeitos colaterais e a 
importância do seu uso em alterações que culminam com dor crônica na espécie 
felina, além disso, abordar sobre o comportamento felino e seu impacto na clínica 
médica. 
 
5 
 
1 REVISÃO DE LITERATURA 
1.1 DOR CRÔNICA E DOR AGUDA 
 
A dor é um estado psicológico que compreende três dimensões conhecidas, 
relacionadas a sensações físicas e experiências psicológicas, compondo elas: 
sensório-discriminativo, que são alterações quantificadas em animais através da 
intensidade, localização e duração da dor; afetivo-motivacional, caracterizado pelos 
aspectos emocionais e aversivos da dor e, por último; cognitivo-avaliativo, 
caracterizado pela avaliação da dor na qualidade de vida. Por dependerem de 
autorrelato, a exploração das duas últimas categorias em animais se torna limitada, 
sendo necessária a cooperação do tutor e a sua percepção com relação ao 
comportamento do animal (APKARIAN, 2005; MELZACK, 1975; PRICE, 1992). 
A dor pode ser classificada em aguda ou crônica, com critérios que as 
diferenciam de acordo com a duração e características de apresentação. A dor aguda 
possui curta duração e suas causas incluem lesão, doença aguda ou por 
procedimentos médicos. Já a dor crônica, pode persistir por um período prolongado e 
está associada a condições médicas subjacentes (MERSKEY; 1994; NICE; 2013; 
TREEDE, R.D., 2019). 
A dor aguda é uma forma de dor com curta duração, e está, geralmente, 
associada a uma condição aguda como uma resposta protetora do organismo. É 
caracterizada por início súbito, com intensidade de leve a intensa e com curto prazo, 
geralmente, desaparecendo quando a causa primária é tratada ou curada. Entre as 
condições e eventos que podem desencadear a dor aguda, podemos citar: lesões 
traumáticas, cirurgias, queimaduras, infecções agudas e inflamações (BONICA, 1990; 
MERSKEY, 1994). O tratamento da dor aguda consiste na utilização de fármacos que 
promovem analgesia, como os opióides ou antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs), 
e técnicas utilizadas para o controle da dor, como aplicação de compressas (frias ou 
quentes), repouso e intervenções médicas específicas, dependendo da sua causa 
(CHOU, 2016). 
A dor crônica é uma condição em que a dor se apresenta por um período 
prolongado, podendo durar de duas semanas até meses ou anos. Diferente da dor 
aguda, a dor crônica é considerada uma condição própria do organismo por alguma 
alteração ou doença estabelecida, como osteoartrite, lesões do sistema nervoso 
6 
 
periférico, neoplasias, entre outras (GATCHEL, 2007). A identificação da dor crônica 
em animais pode ser desafiadora, e necessita da atenção do proprietário e do médico 
veterinário na apresentação da dor relacionada ao comportamento do animal. O 
manejo e tratamento adequado são essenciais para garantir o bem-estar e qualidade 
de vida dos animais, e isto pode envolver uma abordagem multimodal, através da 
utilização de medicamentos analgésicos, terapias físicas, modificação do ambiente, 
ajustes de dieta, com a terapia adequada a cada paciente e suas necessidades 
individuais (LASCELLES, 2008a; MATTHEWS, 2008; SLINGSBY, 2019). 
 
1.2 O COMPORTAMENTO FELINO E A ABORDAGEM CAT FRIENDLY 
 
A compreensão do comportamento felino, por parte do profissional, é importante 
para promover bem-estar ao animal e estabelecer uma relação mais saudável com o 
gato, através da elaboração de abordagens práticas que causam menos estresse aos 
animais. O comportamento do gato é influenciado por fatores genéticos, ambientais, 
experiências ao longo da vida e suas interações sociais. Tendo em vista que, os gatos 
possuem boa memória a longo prazo, eventosmarcados por situações negativas, 
terão influência sobre as respostas emocionais do gato ao longo da sua vida (TAKAGI, 
2016; SHREVE, 2015). 
Os gatos possuem comportamento de marcação de território, manifestado 
através da urina, arranhões e esfregamento das glândulas faciais, estimulando o olfato 
para indicar a delimitação de território e comunicação com outros gatos (BRADSHAW, 
2014a). Além disso, os gatos são animais brincalhões e este comportamento é 
importante para o seu desenvolvimento físico e mental, podendo estar associado ao 
comportamento de caça. Como os gatos são animais predadores naturais, o 
comportamento de perseguir, capturar e matar presas está enraizado em seus 
instintos (BRADSHAW, 2014b; LAYHAUSEN, 1979). Embora sejam considerados 
animais solitários, os gatos podem exibir comportamento social, especialmente com 
outros gatos e humanos, e a vocalização, carinho e o ronronar são componentes 
importantes para a socialização dos gatos (TURNER, 2014). As informações a 
respeito da territorialidade, brincadeira, caça e comportamento social, auxiliam o 
profissional a promover um ambiente adequado para atender as necessidades do gato 
como espécie. No entanto, é importante observar e compreender o comportamento 
7 
 
individual de cada gato para melhor atendê-lo em suas necessidades específicas 
(MCCUNE, 1995). 
Através da compreensão do comportamento felino, foram desenvolvidas 
técnicas com o objetivo de melhorar a experiência e o bem-estar dos gatos em 
cuidados veterinários, através da minimização do estresse e promovendo uma 
abordagem compassiva e adaptada às necessidades felinas, chamada de 
“abordagem Cat Friendly” (‘amigável ao gato’, na tradução livre), criando um ambiente 
amigável e resultando em consultas positivas e eficazes para os gatos durante as 
visitas ao veterinário (TAYLOR, 2002). 
Com o intuito de fazer com que as técnicas de abordagem Cat Friendly recebam 
reconhecimento, a International Society of Feline Medicine (ISFM) e a American 
Association of Feline Practioners (AAFP) concedeu a certificação de Cat Friendly 
Practice®, que abrange as diretrizes específicas, desde a criação de um ambiente 
físico amigável até o treinamento da equipe veterinária em cuidados felinos (RODAN, 
2011). 
As diretrizes da CFP incluem aspectos como o design do consultório para criar 
um ambiente calmo e tranquilo para os gatos, a criação de áreas individuais para 
atendimento dos gatos, técnicas de manejo suaves e uso de feromônios para reduzir 
o estresse (ESFM, 2013). Para a efetividade do programa é necessário que haja a 
colaboração da equipe veterinária e dos tutores para a aplicação das técnicas de 
manejo e abordagem do paciente felino. A CFP faz treinamentos especializados em 
cuidados de felinos, juntamente com a equipe médica e tutores de gatos, desde como 
o tutor deve enriquecer o ambiente e manejar com o felino em casa, até a manipulação 
pela equipe veterinária, reduzindo o estresse e melhorando o bem-estar do paciente 
(LUNA, 2018; WESTROPP, 2017). 
 
1.3 CASCATA DA INFLAMAÇÃO 
 
A cascata da inflamação é uma série de eventos biológicos complexos que 
ocorrem em resposta a danos teciduais, infecção ou estresse celular. Essa resposta 
inflamatória é essencial para a defesa do organismo e a restauração da homeostase 
(AKIRA, 2006). 
8 
 
Na cascata da inflamação, inicialmente, o sistema imunológico reconhece o 
estímulo nocivo (dano tecidual) por meio de receptores específicos, e então há a 
liberação de mediadores inflamatórios, como as citocinas, quimiocinas e 
prostaglandinas (AKIRA, 2006; MEDZHITOV, 2007). Os mediadores inflamatórios 
levam à vasodilatação local e ao aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, 
permitindo uma maior migração celular até o local da lesão (NATHAN, 2002). As 
células inflamatórias (neutrófilos, monócitos, eosinófilos, linfócitos, entre outras), 
migram até o local da inflamação por meio da quimiotaxia, onde realizam sua função 
de eliminar patógenos, remover tecido danificado e modular a resposta imunológica 
(MEDZHITOV, 2007). As células inflamatórias fagocitam patógenos, resíduos 
celulares ou outros detritos, removendo o estímulo inflamatório e os agentes nocivos, 
causando a resolução da inflamação e reparação tecidual (NATHAN, 2002; SERHAN, 
2007). 
Na forma clássica, a inflamação aguda é caracterizada por cinco sinais 
principais, conhecidos como sinais cardinais da inflamação: dor, calor, rubor, edema 
e perda da função, resultantes das etapas da cascata inflamatória, havendo 
inicialmente a vasoconstrição nos capilares adjacentes a lesão, facilitando a adesão 
dos leucócitos na parede vascular. Em seguida, há a vasodilatação, resultando em 
um aumento do fluxo sanguíneo para o tecido afetado e havendo uma maior migração 
celular na tentativa do organismo de reparar o tecido lesionado (MEDZHITOV, 2008). 
 
1.4 COX E LOX NA FISIOLOGIA 
 
As enzimas ciclooxigenase (COX) e lipoxigenase (LOX) desempenham papéis 
fundamentais na síntese de mediadores lipídicos que estão envolvidos na resposta 
inflamatória, os eicosanóides. A COX é responsável pela conversão do ácido 
araquidônico nos mediadores inflamatórios, as prostaglandinas e os tromboxanos, e 
a LOX, converte o ácido araquidônico em leucotrienos e lipoxinas (RADMARK, 2010). 
As prostaglandinas atuam localmente nos tecidos inflamados ou lesionados para 
sensibilizar os receptores da dor, aumentando a resposta dos neurônios sensoriais 
aos estímulos nocivos. Isso resulta em uma maior percepção e sensibilidade à dor 
(FERREIRA, 1993). As prostaglandinas podem atuar tanto a nível periférico como 
central para promover a sensibilização dos receptores da dor. Elas aumentam a 
9 
 
liberação de neurotransmissores excitatórios, como o glutamato, nos neurônios 
envolvidos na transmissão do sinal doloroso, amplificando assim a resposta dolorosa 
(JI, 2001). 
As prostaglandinas também atuam na fisiologia gástrica, sendo responsáveis 
pela proteção da mucosa gástrica, através da secreção de muco responsável por 
formar uma barreira protetora, além de regular o fluxo sanguíneo, modulação da 
secreção ácida e na regulação da motilidade intestinal (TAKEUCHI, 2012; WALLACE, 
2008). 
Nos rins, as prostaglandinas atuam na regulação do fluxo sanguíneo renal, 
reabsorção de sódio (Na) e água (H2O) nos túbulos renais e a sua regulação no 
transporte de íons e na modulação da resposta inflamatória e imunológica nos rins, 
havendo efeitos protetores, que diminuem a inflamação e prevenindo danos aos 
tecidos renais (NÜSING, 2017). 
As prostaglandinas atuam na regulação do sistema cardiovascular, promovendo 
vasodilatação, regulação da pressão arterial, a resposta inflamatória e a modulação 
da agregação plaquetária, através da formação e inibição da formação de coágulos. 
Essas funções são cruciais para o equilíbrio hemodinâmico e a saúde cardiovascular 
(PATRONO, 2008; WANG, 2010). 
No sistema hepático, as prostaglandinas atuam regulando o fluxo sanguíneo 
hepático, promovendo vasodilatação e um aumento do fluxo sanguíneo no fígado, na 
resposta inflamatória, na secreção biliar, contribuindo para a digestão de gorduras e 
a eliminação de toxinas do organismo, e na modulação da função hepática em geral, 
incluindo síntese de de proteínas, metabolismo de substâncias e detoxificação de 
substâncias nocivas (KIM, 2009; SCHUSTER, 2005). 
A COX possui duas isoformas principais, sendo a COX-1, expressa 
constitutivamente em tecidos e desempenhando funções fisiológicas, como a 
manutenção da integridade gastrointestinal. Já a COX-2, é induzida em resposta a 
estímulos inflamatórios e está associada à produção aumentada de prostaglandinas 
durante a inflamação (SMITH, 2011). 
Os leucotrienos produzidos pela via da LOX, estão relacionados a processos 
inflamatórios, como atração de leucócitos, aumento da permeabilidade vascular e 
broncoconstrição. As lipoxinas, por outrolado, possuem propriedades anti-
inflamatórias, e estão envolvidas na resolução da inflamação (FUNK, 2001). 
10 
 
Além das ações na resposta inflamatória, os eicosanóides desempenham 
funções fisiológicas no organismo dos animais. As prostaglandinas atuam na 
regulação cardiovascular, modulação da resposta imune, regulação da função renal e 
gastrointestinal, mediação da dor e na modulação da contração muscular (RICCIOTTI, 
2011). Os leucotrienos atuam na regulação da função das células musculares lisas, 
no controle da permeabilidade vascular e na regulação da resposta alérgica 
(PETERS-GOLDEN, 2007). Os tromboxanos, além das funções de agregação 
plaquetária e vasoconstrição na resposta inflamatória, desempenham um papel 
fundamental na hemostasia e na regulação da função plaquetária (PATRONO, 2007). 
 
1.5 ANTI-INFLAMATÓRIO NÃO-ESTEROIDAL 
 
Os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) são uma classe de medicamentos 
amplamente utilizados para alívio da dor e redução dos sinais de inflamação. Os 
AINEs atuam na inibição da enzima ciclooxigenase (COX), impedindo a conversão do 
ácido araquidônico em prostaglandinas, desta forma, reduzindo a inflamação, a dor e 
a febre associada a condições inflamatórias agudas e crônicas (VANE, 1998) 
Os AINEs possuem uma ampla gama de aplicações terapêuticas, incluindo o 
tratamento da dor aguda, como dores musculoesqueléticas e dor pós-operatória, 
controle de inflamações crônicas como artrite e doenças inflamatórias do intestino 
(RAINSFORD, 2007). 
Os AINEs têm a capacidade de promover analgesia através da inibição seletiva 
da COX-2, reduzindo a produção de prostaglandinas, que por sua vez, não irão 
sensibilizar os receptores da dor. Além disso, os AINEs também podem exercer efeitos 
moduladores na dor central, afetando a transmissão e processamento dos sinais de 
dor no sistema nervoso central. Esses efeitos podem contribuir para o alívio da dor 
crônica (MOORE, 2007; SAWYNOK, 2011). 
Apesar da ampla utilização dos AINEs e da sua eficácia no controle da dor e 
inflamação, o uso prolongado ou em doses inadequadas podem resultar em danos na 
mucosa gástrica, como úlceras e hemorragias, além de impactos na função renal e 
cardiovascular (WALLACE, 1997). 
 
11 
 
1.6 CONSEQUÊNCIAS DO USO PROLONGADO DE AINES 
 
O uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) pode estar 
associado a diversos efeitos colaterais, especialmente quando utilizados em doses 
elevadas ou por longos períodos, podendo causar danos a diferentes sistemas do 
organismo, como o gastrointestinal, cardiovascular, renal, hepático e alterações 
hematológicas (WALLACE, 1997). 
Os AINEs inibem a enzima COX, responsável pela produção de prostaglandinas 
que são importantes para a proteção da mucosa gastrointestinal, reduzindo as 
prostaglandinas gastroprotetoras e aumentando as prostaglandinas pró-inflamatórias, 
levando a ocorrência de úlceras e erosões gástricas, gastrite e inflamação intestinal, 
hemorragia gastrointestinal, e em casos graves, perfuração intestinal. Os sinais 
clínicos relacionados com o dano no sistema gastrointestinal por uso errôneo de 
AINEs, incluem: dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia (GOLDSTEIN, 2015; 
SCARPIGNATO, 2015). 
Ao inibir a COX e, consequentemente, as prostaglandinas, podem haver danos 
específicos a sistemas que as possuem como componente fisiológico. Nos rins, o uso 
de AINEs a longo prazo, poderá resultar em insuficiência renal aguda ou crônica, com 
redução da perfusão renal, diminuição da perfusão renal e disfunção tubular renal, 
afetando a reabsorção de água e eletrólitos e a secreção de substâncias pelo rim 
(PERAZELLA, 2010; WHELTON, 1999). 
No sistema hepático, a toxicidade dos AINEs se manifesta como hepatite, 
icterícia, aumento de enzimas hepáticas entre outros sinais de insuficiência hepática. 
O risco de hepatotoxicidade é maior em indivíduos com alterações hepáticas pré-
existentes ou uso concomitante de outro medicamento hepatotóxico (PAULSEN, 
2020). 
No sistema gastrointestinal, o uso prolongado de AINEs pode causar irritação e 
lesões na mucosa gástrica, resultando em gastrite, úlceras gástricas e em casos mais 
graves, perfuração intestinal. Os sinais clínicos relacionados com comprometimento 
gástrico por uso prolongado de AINEs incluem: vômitos, diarreia, perda de apetite, dor 
abdominal e melena/hematoquezia (LASCELLES, 2007; GOWAN 2012a). É 
importante ressaltar que os gatos possuem uma maior predisposição a sofrer com os 
efeitos colaterais gastrointestinais, devido a diferenças na metabolização hepática dos 
AINEs e na resposta das células da mucosa gástrica (GOWAN, 2012b). 
12 
 
Os efeitos colaterais associados a alterações hematológicas podem incluir, 
anemia, leucopenia e trombocitopenia. Essas condições resultarão nos sinais clínicos 
relacionados à fadiga, fraqueza, infecções e aumento do risco de hemorragias 
(RAINSFORD, 2007). 
 
 
 
1.7 DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA EM GATOS 
 
A doença articular degenerativa (DAD), caracterizada pela degeneração 
progressiva da cartilagem articular, inflamação e remodelação óssea nas articulações, 
afetando a cartilagem, osso subcondral, ligamentos e cápsula articular. A DAD é uma 
condição que acomete cães e gatos, que pode afetar a articulação do joelho, quadril, 
cotovelo e coluna vertebral (CLARKE, 2006). 
A DAD acomete as articulações sinoviais, causando espessamento sinovial e da 
cápsula articular, degeneração da cartilagem articular, esclerose do osso subcondral, 
formação de osteófitos periarticulares. Nas articulações cartilaginosas, a doença se 
apresenta como degeneração do disco intervertebral, estreitamento do espaço 
intervertebral e espondilose deformante. Entretanto, a DAD não acomete as 
articulações fibrosas (sinartroses) (MODIC, 2007; WIELAND, 2005). 
A doença articular degenerativa (DAD) em gatos pode ser classificada em DAD 
primária e DAD secundária. A DAD primária é uma condição idiopática, sem uma 
causa inicial aparente, enquanto a DAD secundária resulta de alguma condição 
predisponente, frequentemente trauma. A forma mais comum de DAD primária é a 
osteoartrite (OA), que está relacionada ao envelhecimento e ocorre principalmente em 
gatos mais velhos (HARDIE, 2002; CLARKE 2006). 
No caso das articulações sinoviais felinas, existem diversas causas 
reconhecidas e postuladas de degeneração articular, tanto primárias como 
secundárias. A DAD primária está associada a condições como osteocondrodisplasia 
de Scottish Fold, mucopolissacaridose (MPS) e degeneração da cartilagem 
relacionada à idade. Por outro lado, as causas secundárias postuladas de DAD em 
gatos incluem fatores congênitos, traumáticos, infecciosos, inflamatórios, nutricionais 
13 
 
e imunomediados. No entanto, é importante observar que há pouca evidência para 
muitas dessas causas secundárias (LASCELLES, 2008b; SLINGERLAND, 2011). 
O diagnóstico da doença articular degenerativa é feito com base no histórico e 
exame clínico, através da coleta de informações referentes à locomoção e 
comportamento do gato; a radiografia permite a visualização das alterações 
degenerativas nas articulações, com evidência da erosão óssea, esclerose 
subcondral, formação de osteófitos e estreitamento do espaço articular; além disso, 
pode-se utilizar de tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) 
para auxiliar no diagnóstico. A análise do líquido sinovial para identificar alterações 
inflamatórias e exames de sangue auxiliam na diferenciação e descarte de doenças 
metabólicas ou infecciosas (CLARKE, 2006; HARDIE, 2002; LASCELLES, 2008b; 
SLINGERLAND, 2011). 
O tratamento da DAD em gatos, incluem, manejo do peso, quando a doença está 
associada a obesidade, suplementos nutricionais, para o fortalecimento da saúde das 
cartilagens, uso de analgésicos e anti-inflamatórios, para o controle da dor crônica, 
associado a fisioterapia e exercícios físicos parao fortalecimento muscular e melhorar 
a mobilidade, além de fornecer um ambiente adequado como camas macias, 
eliminação de obstáculos e acessibilidade a locais, que ajudam a reduzir o estresse 
nas articulações (GRUEN, 2019; SLINGERLAND, 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
2 PARECER CRÍTICO 
 
Quando analisamos o artigo LONG-TERM USE OF NSAIDS IN CATS de forma 
crítica alguns pontos chamam atenção, como os efeitos no bem-estar dos felinos e 
como podem ser classificados, mas o principal é reconhecermos os sinais das dores. 
A Doença Articular Degenerativa pode ser encontrada em até 90% dos felinos 
domésticos, afetando quadril, tarso, ombro, cotovelo e coluna. Embora seja muito útil 
para o parecer da doença o exame radiográfico ainda é limitado, sendo assim 
necessitamos de informações adicionais como o histórico, exame físico, radiologia e 
testes terapêuticos. 
Quanto ao tratamento da DAD é importante que o animal faça exercícios e 
tenha um controle de peso. Para alcançarmos esse resultado é necessário que os 
tutores tenham o cuidado de fazer o enriquecimento ambiental, além do medicamento 
(AINE) que irá promover analgesia e garantir um bem-estar ao animal, resultando em 
melhorias em longo prazo. 
Outras doenças podem gerar desconforto, e demandam o uso prolongado de 
AINEs para a redução da dor e do desconforto, que são elas: neoplasias, trauma, 
complexo gengivite-estomatite, cistite idiopática, dermatose e uveíte. 
Os AINEs possuem benefícios terapêuticos associados a analgesia e ação anti-
inflamatória, no entanto, sua ação pode inibir enzimas que produzem prostaglandinas 
que atuam em importantes processos fisiológicos no organismo, resultando em efeitos 
colaterais a longo prazo. Entretanto, deve-se ter cuidados na administração e dose 
destes fármacos, buscando sempre alternativas que não comprometam a sanidade 
do animal. 
Cada animal responde de forma diferente na metabolização de fármacos, 
portanto, devemos sempre tratar cada um de forma individual, levando em 
consideração suas particularidades, como a presença de doenças associadas e uso 
concomitante com outros fármacos. 
É importante sempre realizar o monitoramento dos animais em uso prolongado 
de AINEs, com atenção nos sistemas que são mais comumente afetados pelos efeitos 
colaterais, como sistema renal, hepático, gastrointestinal e a função plaquetária, 
adequando os protocolos a cada indivíduo e visando prever possíveis complicações. 
15 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Em conclusão, os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são amplamente 
utilizados no controle da dor crônica em diferentes condições clínicas. Eles atuam 
inibindo a atividade das enzimas ciclooxigenase (COX), reduzindo assim a síntese de 
prostaglandinas, que são mediadores inflamatórios e contribuem para a sensibilização 
dos nociceptores. Os AINEs têm propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e 
antipiréticas, o que os torna eficazes no alívio da dor crônica de origem inflamatória. 
No entanto, o uso prolongado de AINEs pode estar associado a efeitos colaterais 
significativos, principalmente no sistema gastrointestinal, como úlceras, sangramento 
e perfuração. Além disso, eles podem causar danos ao sistema renal, cardiovascular, 
hepático e hematológico. Portanto, é essencial avaliar cuidadosamente os riscos e 
benefícios do uso de AINEs em cada caso e monitorar de perto os animais em terapia 
com esses medicamentos. 
É importante ressaltar que, o uso de AINEs em gatos requer ainda mais 
precauções, pois eles têm diferenças metabólicas e fisiológicas em comparação com 
outras espécies. Os gatos têm maior sensibilidade aos efeitos adversos dos AINEs, 
especialmente em relação aos efeitos gastrointestinais e renais. Portanto, a escolha 
do AINE adequado, a posologia correta e a monitorização frequente são fundamentais 
para minimizar os riscos em gatos. 
Em suma, os AINEs podem ser uma opção valiosa no controle da dor crônica 
em animais, incluindo gatos, mas seu uso deve ser cuidadosamente avaliado e 
monitorado devido aos possíveis efeitos colaterais. O envolvimento do médico 
veterinário é essencial para estabelecer um plano de tratamento individualizado e 
seguro para cada paciente. 
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REFERÊNCIAS 
 
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