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Parasitologi� - Pa�t� III Estrongiloidías� → Strongyloides stercoralis e Strongyloides fuelleborni. Strongyloides stercoralis: → Afeta indivíduos imunossuprimidos. É um geo-helminto. → Parasitose emergente, precisa de ambientes quentes e úmidos. Ciclo Monoxênico: Indivíduo infectado libera um ovo, que vai liberar uma larva rabditóide (também pode ser liberada diretamente do corpo do indivíduo). Precisa de características climáticas específicas: solo arenoso, umidade, 25-30ºC, sem luz solar direta. As larvas vão evoluir em macho ou fêmea e se reproduzir, formando ovos que vão liberar mais larvas rabditóides, que vai evoluir para sua forma filarióide, que vai infectar o indivíduo penetrando sua pele. Dentro do ser humano, ela está em sua forma parasita e infecta vários sistemas. No intestino delgado ela se transforma em uma fêmea adulta, que coloca ovos, depositados na parede do intestino, que vão liberar larvas rabditóides, que serão liberadas no ambiente. Forma infectante: larvas filarióides. Forma diagnóstica: larvas rabditóides. OBS: ovos não são utilizados para diagnóstico pois são iguais aos ovos de outros parasitas. Morfologia: Fêmea Partenogenética Parasita: maior, transparente, produz ovos 3n, 2n e n. Vive até 5 anos, produz de 30 a 40 ovos por dia assexuadamente. Fêmea de Vida livre: um pouco menor, boca com 3 lábios, esôfago curto, 2n. Macho de Vida livre: cauda curvada, 3 lábios, menor, n. Ovos: iguais aos ancilostomídeos. Fêmea um pouco maior que macho. Larva rabditóide: esôfago curto, primórdio genital nítido, cauda pontiaguda. Liberadas nas fezes. Tipos de rabditóides: 3n: se transformam em larvas filarióides triploides infectantes, completando o ciclo direto. 2n: originam fêmeas de vida livre. n: evoluem para machos de vida livre, estas duas últimas completam um ciclo indireto. Larva filarióide: esôfago longo, cauda afunilada e “entalhada”. Habitat: intestino delgado.Mais graves no estômago e intestino grosso. Hetero ou Primoinfecção: Larvas filarióides infectantes (L3) penetram na pele, ou ocasionalmente, pelas mucosas, principalmente da boca e do esôfago; Autoinfecção Externa: Larvas rabditóides na região perianal transformam-se em larvas filarióides infectantes e aí penetram, completando o ciclo. Autoinfecção Interna: Larvas rabditóides viram larvas filarióides e penetram a mucosa intestinal (íleo ou cólon): Processo de cronificação! Pulmões em imunodeprimidos (hiperinfecção). Sintomas: → Podem ser assintomáticos/oligossintomáticos → Ações mecânica, traumática, irritativa, tóxica e antigênica. Doença cutânea: por onde elas penetram. Reação apenas nos locais onde tem larvas mortas. Ocorrência de cordão eritematoso em tecido subcutâneo com presença de prurido: Larva currens, 5 a 15 cm hora. Doença pulmonar: Tosse, febre, dispnéia, hemorragia pela travessia das larvas e formação de infiltrado inflamatório de linfócitos e eosinófilos. Doença intestinal: • Enterite catarral: parasito localizado nas criptas glandulares (inflamação leve, aumento de muco) • Enterite edematosa: parasitos localizados na parede intestinal (reação inflamatória com edema, Síndrome de má-absorção) • Enterite ulcerosa: Inflamação com intensa eosinofilia, ulceração, produção de tecido fibrótico e alteração do peristaltismo, invasão bacteriana. Doença disseminada: Rins (larvas na urina), coração (larvas no líquido pericárdico), cérebro (LCR), pâncreas, adrenais, linfonodos, tireoide, próstata. Complicações decorrentes de infecções bacterianas secundárias. Diagnóstico: clínico, parasitológico, imunológicos, moleculares, citológicos, microscopia… Tratamento: tiabendazol, albendazol. Esquist�ssom�s�: → Schistosoma. Parasitas de vasos sanguíneos de mamíferos e aves. Schistosoma mansoni: mais comum no Brasil, “xistose”, “barriga-d’água” ou “mal do caramujo”. Schistosoma haematobium: eliminados na urina. Morfologia: Verme adulto: Macho: ventosa oral e ventral, esbranquiçado. Fêmea: mais escura, ventosa oral e ventral Ovos: oval, com espículo. Forma diagnóstica. Miracídio: cilíndrico, cílios na superfície, é o ovo quando estiver em meio aquático, móveis e contráteis. Cercária: Cauda bifurcada, ventosa oral e ventral (se fixa no hospedeiro durante a penetração). A cauda é perdida rapidamente. Forma infectante. Habitat: Esquistossômulos migram para os ramos terminais da veia mesentérica inferior. Vermes adultos entram no sistema porta. Ciclo Heteroxênico: Ovos nas fezes/urina eclodem e liberam miracídios, que penetram nos caracóis e desenvolvem esporocistos. Estes se transformam em cercárias, que nadam e penetram na pele do humano onde viram esquistossômulos, que vão pela circulação venosa até os pulmões/coração/fígado/veia porta após maduros. Estes vermes adultos copulam e vivem nas vênulas mesentéricas. Transmissão: Penetração das cercárias na pele, normalmente pés. Sintomas: causados pela reação do corpo aos ovos. Podem ser assintomáticos ou ter hipersensibilidade cutânea local. Lesões no SNC e complicações hepáticas. → Esquistossomose aguda (febre Katayama): sintomas/sinais sistêmicos, incluindo febre, tosse, dor abdominal, diarreia, hepatoesplenomegalia e eosinofilia. Diagnóstico: parasitológico - Método de Hoffman ou de MIFC - clínico, biópsia, imunologia, PCR, ultrassonografia. Tratamento: oxamniquina, praziquantel. Tênia�: → Vermes platelmintos (corpo achatado); 3 classes: ● Tubellaria (planária) ● Cestoda ● Trematodae (Schistosoma mansoni) “Solitárias”: a partir do momento que um verme infecta o trato digestório de um hospedeiro, ele mesmo inibirá, através de substâncias químicas, o desenvolvimento de outro da sua mesma espécie. Teníase: 4 principais espécies causadoras: ● Taenia solium (porco) ● Taenia saginata (boi) ● Hymenolepis nana (anã) ● Diphyllobothrium latum (peixe) → A doença é causada pelo verme na forma ADULTA. Fica no intestino delgado humano e vai soltando “pedaços” de seu corpo. OBS: cisticercose é a doença causada pelo estágio LARVÁRIO do parasita no organismo humano. Fase adulta do verme: o homem é o único hospedeiro definitivo. Fase larvária: hospedeiro intermediário. T. solium: 1,5 a 4 m (beem menor) T. saginata: 4 a 8 m → Sistema nervoso e de excreção/secreção muito desenvolvidos. Se alimentam através da própria pele (microvilosidades). São hermafroditas. → Nas fezes é comum encontrar pedacinhos de tênia esbranquiçados, estão cheios de ovos. → 3 porções do corpo: cabeça, colo (pescoço) e estróbilo (corpo). Cabeça/escólex: → Extremidade mais fina com pequena dilatação. Responsável pela fixação na mucosa do intestino delgado. T. solium: 4 ventosas e 1 rostro bem no meio (possui acúleos - “ganchos”) responsável pela fixação. T. saginata: 4 ventosas sem o rostro, as ventosas fazem a fixação (“aparelho de barbear”). Corpo/estróbilo: → É onde conseguimos enxergar a segmentação do parasita (proglotes). T. solium: 1000-2000 proglotes, libera 8 a 9 por dia. T. saginata: 700-900 proglotes, libera 3 a 6 por dia. • Proglotes jovens: mais largas, localizadas logo após o pescoço, sem aparelho reprodutor; • Proglotes maduras: a cerca de 1 m da cabeça, sexualmente maduras e hermafroditas; • Proglotes grávidas: mais afastadas do escólex, ocorre involução dos órgãos sexuais femininos e masculinos e hipertrofia do útero, ramificando-se e enchendo de ovos. OBS: As proglotes grávidas são bem mais longas do que largas! T. solium: poucas ramificações e mais volumosas. T. saginata: mais ramificada, menos volume, melhor distribuído. → Movimentação através de contração, o que permite que o verme resista aos movimentos peristálticos do intestino e aos movimentos dos líquidos da luz intestinal que iriam expulsá-los. Também proporciona mais contato com a superfície para extrair nutrientes. → Após 3 meses, as proglotes se desprendem da cabeça por ruptura dos sulcos e começam a aparecer nas fezes. Ovos: muito semelhante nas duas espécies. → As proglotes não possuem orifícios laterais para liberar os ovos, por isso só serão liberados quando as proglotesse soltarem. Isto explica a presença de ovos de tênias nas fezes e região perianal dos pacientes. Cisticerco: Vesícula translúcida com líquido claro, contendo invaginado no seu interior um escólex com quatro ventosas, rostelo e colo (apenas o início de uma tênia). Muito comum nos bois e porcos. Ciclo biológico: O ser humano libera os ovos ou proglotes nas fezes. Os porcos e bois ingerem os ovos do ambiente e dentro desses animais esses ovos viram cisticercose (forma infectante). Estes cisticercos ficam na carne desses animais, e o ser humano se infecta novamente ao ingerir a carne. O escólex (cisticerco) vai para o intestino delgado do ser humano, onde se desenvolve em um verme adulto, que vai engravidar, sofrer a ruptura e liberar os ovos nas fezes do ser humano, que vai infectar o ambiente e infectar novamente os animais.O ser humano também pode se contaminar ingerindo os ovos diretamente e desenvolver uma cisticercose. Forma infectante: cisticercos. Forma diagnóstica: ovos e/ou proglotes nas fezes. Patogenia: é solitária mas pode haver mais de um verme às vezes. Reações alérgicas, destruição do epitélio por conta da fixação na mucosa, secreção de muco, tontura, astenia, apetite excessivo, náuseas, alargamento do abdome, dores de vários graus variados, perda de peso, obstrução intestinal. Diagnóstico laboratorial: • Pesquisa de proglotes nas fezes: método de tamisação (peneirar as fezes); • Pesquisa de ovos nas fezes: diferentes técnicas; • Imunológicos: detecção de antígenos Tratamento: Mebendazol, Albendazol, Praziquantel Prevenção: Cozinhar bem a carne a mais de 65º ou congelar a -20º. Cisticercose: → Infecção de pessoas pelo estágio larvário de T. solium: cisticerco. → Migração através da circulação para os tecidos. OBS: Os ovos da T. saginata não causam cisticercose!!!!! Heteroinfecção: ingestão acidental de ovos através da água ou alimentos contaminados. Auto-infecção externa: ingestão de ovos por indivíduos já contaminados (ocorre por maus hábitos higiênicos). → Cisticercos são muito mais perigosos que os vermes adultos pois invadem as mucosas! Podem se alojar em vários locais do organismo (mais perigoso: no cérebro). Patogenia: Dor, fadiga, nódulos subcutâneos. Lesões oculares e perda de visão. Cefaleia, pressão intracraniana (neurocisticercose). Pode levar à morte. Diagnóstico: por tomografia (TC) ou ressonância (RNM). Tratamento: Albendazol + metilprednisolona, remoção cirúrgica. Prevenção: descarte controlado de fezes e limpeza de frutas e vegetais, manter a água tratada. A�trópode�: → Inseto com pés articulados. Maior em número do reino animal!! Esqueleto externo, simetria bilateral. → Hematofagia: sucção de sangue do hospedeiro. → Como o hospedeiro (nós) promove vasoconstrição no local da lesão, agregação plaquetária e formação de coágulo, o mosquito, para conseguir ingerir o sangue, precisa ter vasodilatadores na saliva, inibidores de agregação plaquetária e anticoagulantes. Ciclo: maioria das espécies é ovípara, algumas larvíparas. Doenças relevantes: Miíases: → Larvas que completam seu ciclo ou desenvolvem parte dele, dentro ou na superfície do corpo de um hospedeiro vertebrado. Cochliomyia hominivorax: mosca varejeira. Deposita ovos que formam a “bicheira”. Colocam de 10 a 300 ovos. Climas quentes e úmidos. Alimentam-se vorazmente dos tecidos, destruindo-os rapidamente. Ciclo: o mosquito adulto transmite os ovos para o humano (infectante) que se desenvolve e vira uma larva, que vai sair pela pele. Dermatobia hominis: mosca robusta, mosca do “berne”. Deposita um ovo por picada, larva grande e amarelada. → Lesão com pequeno orifício que se parece com um furúnculo. Tapar o buraco para deixar ela sem ar, vai tentar sair para “respirar” e nesse momento é que tentamos puxá-la. Higienizar bem a ferida com antisséptico e tampar. Pediculose: → Lesão causada por piolhos. ● Pediculus humanos capitis (de cabeça) ● Pediculus humanos corporis (de corpo) ● Phthirus pubis (“chato”) Pediculus humanos capitis: inseto sem asas, se fixa no fio do cabelo, substância pegajosa chamada de “lêndea” (larvas). → Passar pente fino para retirá-las, shampoos adequados também ajudam. Ovos eclodem de 4 a 14 dias, originando ninfas: piolhos jovens. Ciclo: de cabeça para cabeça, passando pelos estágios de desenvolvimento. → Pediculose é comum em crianças, causa inflamação e coceira no couro cabeludo. Phthirus pubis: infesta os pelos pubianos. “pediculose pubiana” ou “fitiríase”. Seus ovos também se fixam nos pêlos. Ciclo: via genital-genital, em torno de 300 ovos por dia. Pode transmitir por roupa, toalhas, roupas de cama… → Muita coceira, manchas, causa escoriações e pode causar infecções secundárias. Retirar os pêlos, remoção manual do piolho, ivermectina. Tunga penetrans: “pulga da areia”, conhecida como “bicho de pé” - Tungíase. Comumente entra entre as unhas do hospedeiro ou por feridas abertas. Ciclo: O inseto adulto penetra o pé, as fêmeas vão desenvolver a “batata” (lesão - bolota), que se rompe e libera os ovos no ambiente, que se rompem e liberam larvas que se desenvolvem em inseto adulto. Sintomas: desde prurido até reação inflamatória que prejudica a deambulação. Pode levar a infecções secundárias. Sarcoptes scabiei: Ácaro causador da escabiose humana → SARNA. → Suas duas pernas anteriores possuem ventosas. A doença se desenvolve em 15 a 17 dias após a infestação. → Eclosão dos ovos ocorre em 3 dias + formação das larvas, ninfas e adultos. Os adultos cavam túneis na epiderme, onde as fêmeas colocam seus ovos. Pode causar inflamação por conta das perfurações na pele, escoriações, vesículas, urticária, prurido intenso, disseminação e aumento dos linfonodos. Tratamento: apenas escabicidas (ex: escabin). Difilobotrías�: → Diphyllobothrium latum, “tênia do peixe”. Maior parasita humano conhecido - 8 a 10 metros. → Carnes de peixe crua!! Salmão e Truta. → Verme adulto até 4 mil proglotes! Proglotes muito mais largas e achatadas. → Região masculina e feminina na mesma proglote, autofecundação. → Seu escólex/cabeça possui fendas laterais que ajudam na fixação da larva no intestino. Ovos: elíptico, de casca lisa. Opérculo —------> (tampa) Tubérculo —-----> (protuberância) Ciclo Heteroxeno: Humano infectado libera ovos não embrionados nas fezes, que entram em contato com a água (doce ou salgada) e ficam embrionados. De dentro do ovo saem os Coracídeos, que são liberados na água e são ingeridos pelos crustáceos. Os Coracídeos se desenvolvem em larvas prócercóides. O crustáceo é consumido por um peixe pequeno, e dentro do peixe ele se desenvolve em larva plerocercóide/esparganos. O peixe pequeno junto com a larva é consumido por um peixe maior, que é consumido pelo ser humano. O peixe também pode ser consumido por gaivotas, focas, cachorros, etc, onde vai se desenvolver em tênia, que vai colocar ovos no organismo e reiniciar o ciclo. Forma infectante: Larvas plerocercóides/ esparganos. Forma diagnóstica: ovos nas fezes do humano. Transmissão: ingestão de peixes crus ou mal cozidos contendo larvas plerocercóides. Sintomas: Maioria dos casos assintomáticos. Pode causar distensão abdominal, flatulência, cólica abdominal intermitente, náuseas, vômitos, emagrecimento, diarreia. OBS: 2% dos casos pode ocorrer anemia perniciosa, por conta da competição entre o parasita e do hospedeiro em absorver a vitamina B12. Diagnóstico: Pesquisa de ovos nas fezes por: ● Sedimentação espontânea (Hoffman) ● Sedimentação por centrifugação ● Kato-Katz Tratamento: Praziquantel, vitamina B12 para anemias, evitar peixe cru. OBS: para consumo de peixe cru, recomenda-se que sejam congelados a -20°C por 7 dias ou -35°C por 12 horas, o que torna os parasitos inviáveis. Himenolepías�: → Hymenolepis nana. Tênia anã. Menor dos cestódeos - 3 a 5 cm. → Hymenolepis diminuta - Tênia do rato. Raramente causa infecções. → Possui escólex, proglotes muito finas e pequenas (100 a 200). Escólex: possui 4 ventosas, rosto retrátil com ganchos. Rosto projetado (retrátil - se projeta parafora e para dentro para auxiliar na movimentação): Ovos: semi esféricos, transparentes, membrana externa fina. Membrana interna com 2 “mamelões” claros, em posições opostas. “Chapéu de mexicano, visto por cima” Ciclo biológico: Ovos são eliminados pelas fezes, sobrevivendo 10 dias fora. São ingeridos por um artrópode (besouros e pulgas), onde se desenvolvem em cisticercóides, que podem reinfectar humanos ou infectar roedores e se desenvolver em vermes adultos no intestino delgado. Quando os ovos são ingeridos, as oncosferas são liberadas, e se desenvolvem em larvas hexacantais, que penetram as vilosidades intestinais e se desenvolvem em cisticercóides.Os vermes adultos produzem proglotes grávidas no íleo do intestino, e os ovos liberados pelas proglotes são liberados pelas fezes, reiniciando o ciclo. Sintomas: dores abdominais, irritabilidade, diarréia, inapetência, má absorção. OBS: Infecção em adulto é autolimitante visto a imunidade protetora desenvolvida pelo hospedeiro! Diagnóstico: clínico e laboratorial, pesquisa de ovos nas fezes. Pode ser por: ● Sedimentação espontânea (Hoffman) ● Sedimentação por centrifugação Tratamento: Praziquantel + niclosamida. Nitazoxanida (“Anita”). Fasciol�s�: → Fasciola hepática. Parasito de canais biliares de ovinos, bovinos, caprinos, suínos e vários mamíferos silvestres. → “Baratinha do Fígado”. Verme adulto: aspecto foliáceo, ventosa oral, acetábulo, ramos cecais, tegumento. Amarronzado. Ovos: 20 mil liberados por dia. Saem junto com a bile até o intestino, liberados nas fezes. Possuem tampa e opérculo, assim como os ovos da tênia do peixe. Caramujo: Lymnaea columela, realiza o transporte da fasciola. Miracídio: forma livre, de movimentação. Metacercária: forma infectante. Cercária: forma livre de movimentação. Habitat: Interior da vesícula biliar e dos canais biliares dos hospedeiros, parênquima pulmonar e às vezes outros locais. Ciclo Heteroxeno: Ovos não-embrionados liberados pelas fezes do ser humano, cai na água e se torna ovo embrionado. O ovo vira miracídio, que infecta o caramujo (hospedeiro intermediário). No caramujo, atinge formas intermediárias, quando atinge a forma de cercária, que é liberada do caramujo (forma livre). Na água, a cercária sofre um encistamento, virando um cisto chamado de Metacercária. O ser humano ou outros animais (bovinos, caprinos, ovinos) ingerem a vegetação/água contaminada com a metacercária e se infectam. Ela passa pelo sistema digestório e, ao chegar ao duodeno, ela sofre um desencistamento, perdendo sua cápsula e voltando a ser cercária. A cercária penetra a parede intestinal e atinge o sangue e o fígado, onde coloca seus ovos, que são liberados no duodeno e saem pelas fezes, reiniciando o ciclo. OBS: o ser humano é um hospedeiro “acidental”! Não era para fazer parte do ciclo. Patogenia: Processo inflamatório crônico do fígado e dos ductos biliares. Grave perda de peso, diminuição da produção de leite nos bovinos e até a morte. → 2 tipos de lesões: 1. Migração de formas imaturas no parênquima hepático; 2. Verme adulto nas vias biliares. Diagnóstico: Pesquisa de ovos nas fezes ou na bile ● Sedimentação espontânea (Hoffman) ● Sedimentação por centrifugação (MIFC ou Ritchie) ou Diagnóstico sorológico: ● Imunofluorescência ● ELISA OBS: Reações cruzadas com esquistossomose e hidatidose!! Tratamento: Bithionol, Deidroemetina, Albendazol. Hidatid�s�: → Echinococcus granulosus. Equinococose humana. Hospedeiros definitivos: cães domésticos e animais silvestres. Hospedeiros intermediários: ovinos e bovinos. Hospedeiro acidental: ser humano. Verme adulto: muito pequeno. Escólex globoso ou piriforme, com quatro ventosas e um rostro com 30 a 40 ganchos. Possui 3 a 6 proglotes. • 1ª proglote: imatura; • 2ª proglote: madura: órgãos genitais masculinos e femininos + poro genital na margem; • 3ª proglote: metade do estróbilo, útero ocupa todo o espaço, contendo 500 a 800 ovos. Ovos: pequenos e meio esféricos, membrana espessa, oncosfera. Forma infectante. Cisto hidático: Forma arredondada, com dimensões variadas, dependendo da idade do cisto e do tecido onde está. Resultante de uma reação do hospedeiro a presença da larva e seus metabólitos: membrana adventícia. Forma diagnóstica. Dentro possui um líquido. Ciclo do cisto: Oncosfera eclode do ovo e invade o organismo, migrando pela corrente sanguínea. Fixa e cresce nos órgãos, normalmente pulmões e fígado. → Estruturas que formarão o protoescólex: fixação da larva adulta. → A hidátide gera uma fibrose no tecido do hospedeiro intermediário. Cria uma membrana adventícia (do hospedeiro) OBS: A transmissão ao cão é consumir vísceras dos animais contaminados com cistos hidáticos! Ciclo Heteroxeno: O verme adulto no intestino de um cachorro (hospedeiro definitivo) libera ovos, que são liberados nas fezes do cão. Os ovos contaminam o solo, e o ser-humano pode acabar se infectando. Dos ovos, é liberado um embrião, que cai na corrente sanguínea e vai parar nos tecidos e órgãos e formar cistos hidáticos (forma diagnóstica). O ser humano não libera nada pelas fezes e nem transmite, pois é acidental, o embrião não se desenvolve dentro dele. Transmissão e sintomas: Cães: ingestão de vísceras dos hospedeiros intermediários contendo cistos hidáticos férteis. Humanos: ingestão de ovos eliminados no ambiente por cães parasitados. OBS: Evolução dos cistos é lenta. Lesões e sintomas podem levar anos para serem percebidos. Diagnóstico: ELISA, testes rápidos, escarro, imagenologia, cirurgia. Hidatidose hepática Distúrbios hepatogástricos, congestão porta e estase biliar, icterícia e ascite Hidatidose pulmonar Cansaço ao esforço físico, dispneia e tosse com expectoração Hidatidose cerebral Cistos evoluem rápido, com sintomas de acordo com a localização Hidatidose óssea Fraturas, reações alérgicas (extravasamento) com choque anafilático, muitas vezes fatal Tratamento: Albendazol sozinho ou associado ao Praziquantel. PAIR (punção, aspiração, injeção e respiração do cisto).